Sérgio Fonseca DesportoAdiamento do GP China abre portas ao GP Portugal O mais que provável adiamento do Grande Prémio da China de Fórmula 1 deverá permitir o regresso da principal categoria do automobilismo pelo segundo ano consecutivo a Portugal em 2021 A incerteza quanto ao início da temporada deste ano do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 continua. Com a corrida da Austrália, em Melbourne, que deveria ser a prova de abertura de temporada, praticamente adiada devido às condicionantes criadas pela pandemia da COVID-19, as dúvidas quanto à realização da prova chinesa na data inicialmente prevista, 11 de Abril, foram crescendo ao longo das últimas semanas, parecendo uma inevitabilidade o seu adiamento. Yibin Yang, o responsável pela Juss Event, a empresa que tem os direitos de promoção da Fórmula 1 na República Popular da China, confirmou no sábado à imprensa local que “temos estamos em contacto [com a F1] via videoconferência quase todas as semanas. Apesar do calendário se manter intacto, penso que é altamente incerto que a [nossa] corrida de F1 tenha lugar na primeira metade do ano, em Abril”. Para o responsável chinês, o objectivo da organização que lidera é “trocar a data original para a segunda metade do ano e apresentamos formalmente o pedido e esperamos transferir [o evento] para a segunda metade do ano.” Caso a Formula One Management (FOM) concorde em adiar as provas da Austrália e da China, depois do Grande Prémio do Bahrein, marcado para o último fim-de-semana de Março, apenas o Grande Prémio de Espanha está confirmado, a 9 de Maio, uma vez que o fim-de-semana de 25 de Abril – quando se deveria realizar a prova do Vietname – está também em aberto, dado o desinteresse em que caiu o evento prometido a Hanoi. Isto obriga a que a FOM encontre soluções para garantir um arranque de época sustentado, sendo o Autódromo Internacional do Algarve, em Portugal, e o circuito italiano de Imola as opções em cima da mesa para que se cubra o hiato entre o Bahrein e Espanha. De acordo com o calendário que anda a circular, a temporada terá o seu início em Sakhir, a 28 de Março, seguindo-se o Grande Prémio de Portugal a 11 de Abril, na data da prova da China, e o Grande Prémio de Emilia Romagna, a 25 de Abril, para quando estava prevista a ronda do Vietname. Tanto a Austrália como a China esperam poder realizar os seus eventos na segunda metade do ano, o que poderá criar ainda mais alterações no calendário, dado que, com vinte e três provas previstas para este ano, são poucos os fins-de-semana livres para um novo reagendamento. Reagendamento complicado Embora tenha um número de casos diários francamente melhor que a média mundial, a República Popular da China continua bastante fechada ao resto do mundo. Uma série de eventos desportivos marcados para os primeiros meses do ano foram cancelados ou adiados, como os campeonatos de recinto coberto da Associação Asiática de Atletismo em Hangzhou, previstos para o mês de Fevereiro, o Campeonato do Mundo de Atletismo Indoor, agendado para Nanjing, que tinha sido programado para Março de 2021, foi adiado para Março de 2023, ou a prova do Campeonato FIA de Fórmula E que seria disputada a meio de Março nas ruas de Sanya. Apesar da vontade do organizador em realizar o evento do Circuito Internacional de Xangai na segunda metade do ano, a última palavra será das entidades oficiais da cidade. “Tudo depende do plano do governo da cidade. Se colocamos todos os eventos internacionais na segunda metade do ano, a cidade ficará sobrelotada. Para a realização de eventos em sucessão, são necessários recursos públicos em massa, como polícia e secretarias de saúde. Se tivermos que acolher todos os maiores eventos na segunda metade do ano, iremos enfrentar falta de recursos públicos, assim como conflitos em termos de marketing entre eventos”, explicou Yibin Yang. O ano transacto foi bastante negativo para os desportos motorizados no país da Grande Muralha, tendo todas as competições internacionais sido canceladas, incluindo a prova do mundial de Fórmula 1. O 67º Grande Prémio de Macau foi o único evento de automobilismo internacional a ser realizado em território chinês em 2020 e o imponente Circuito Internacional de Xangai realizou apenas uma corrida em todo o ano, neste caso a “ Porsche Sports Cup China” para clientes da marca de automóveis de luxo germânica.
Hoje Macau DesportoGrande Prémio da China de Fórmula 1 adiado [dropcap]A[/dropcap]pesar de só estar marcada para o mês de Abril, A FIA e a Fórmula 1 deram aval ao adiamento da prova devido à crise provocada pelo coronavírus de Wuhan O Grande Prémio de Fórmula 1 da China vai ser adiado devido ao surto generalizado do novo coronavírus no país asiático, foi ontem anunciado. A Federação Internacional do Automóvel (FIA), juntamente com a Fórmula 1, decidiram aceitar o pedido de adiamento da prova, que estava agendada para o dia 19 de Abril, depois de um uma solicitação oficial do promotor do evento, o Juss Sports Group. “A FIA e a Fórmula 1 continuam a trabalhar em conjunto com as equipas, o promotor e as autoridades da China para avaliar a situação e os seus desenvolvimentos. Todas as partes vão ter o tempo necessário para estudar a viabilidade de possíveis datas alternativas para a realização do Grande Prémio mais tarde no ano, caso a situação melhore”, refere a FIA em comunicado. A federação esclarece que vai continuar a acompanhar a situação no que diz respeito a outros eventos motorizados. “O Grande Prémio da China tem sido uma importante parte do calendário da Fórmula 1, com muitos adeptos apaixonados. A comunidade da Fórmula 1 espera voltar a correr na China o mais rápido e deseja a todos no país o melhor durante estes tempos difíceis”, conclui. Ainda a subir O número de mortos na China continental devido ao coronavírus aumentou para 1.113, informou ontem a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 97. O número total de casos confirmados é de 44.653, dos quais 2.015 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. As autoridades chinesas acrescentaram ainda que 451.462 pacientes foram acompanhados por terem tido contacto próximo com os infectados, dos quais 185.037 ainda estão sob observação. O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior. A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para esta quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Grande Prémio da China deverá prolongar contrato de F1 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] categórica vitória de Lewis Hamilton no Grande Prémio da China atirou para segundo plano aquela que talvez tenha sido a melhor notícia do fim-de-semana do evento, a mais que provável continuidade da prova. O Grande Prémio da China expirou o seu contrato, mas existem fortes indicações que dão conta da manutenção da corrida de Xangai no calendário nos próximos anos. “Nós não falamos de detalhes ainda, o nosso encontro foi mais sobre o desporto em si e como melhor promovê-lo aqui”, disse Jiang Lan, o responsável máximo da Juss Event, a empresa promotora do evento, citado pelo Shanghai Daily. Jiang mostrou-se optimista para a renovação do contrato, agora que a Fórmula 1 está nas mãos da empresa norte-americana Liberty Media. Após anos a fio a negociar com Bernie Ecclestone, é com Chase Carey, o novo homem forte da Fórmula 1, que a Juss Event terá que encontrar um entendimento para a tão esperada renovação de contrato. “A Fórmula 1 tem assistido a uma queda no número de espectadores em todo o mundo. Mas eu achei o Chase, que tem experiência dos media, mais tolerante e mais aberto de espírito. Ele está disposto a dar mais poder aos organizadores locais da Fórmula 1”, afirmou o responsável chinês. “Existe um pouco de expectativa se nós iremos continuar a acolher a corrida”, disse ainda Jiang. “Para além de trabalharmos para fazer a Fórmula 1 uma actividade desportiva importante para a cidade, iremos explorar mais aspectos a seguir, incluindo como usar a Fómula 1 para ajudar ao desenvolvimento da indústria automóvel da China e altas tecnologias relacionadas”. A prova que se disputa no Circuito Internacional de Xangai, cuja construção custou cerca de 2,600 milhões de patacas, decorreu pela primeira vez em 2004, permitindo às equipas, construtores e patrocinadores aceder ao maior mercado potencial do mundo, mas a corrida nem sempre foi um sucesso comercial para os chineses, o que causou algumas dúvidas quanto à sua continuidade para lá do actual acordo. Isto, para além da organização chinesa ser das que mais pagava anualmente para acolher um Grande Prémio. Depois da euforia inicial, o evento caiu em desleixo, perdendo espectadores e protagonismo, algo que a Juss Event tem vindo com sucesso a recuperar nos últimos cinco anos, tornando-o novamente atractivo para os fãs, entusiastas ou meros curiosos. A China vem a um pouco a contrariar a tendência do que está a acontecer no continente asiático que começou com o abandono dos Grande Prémios da Coreia do Sul e Índia. Ainda há cerca de duas semanas a Malásia confirmou que o seu Grande Prémio deste ano será o último, pois o governo local diz que o evento já não justifica os 540 milhões de patacas de investimento anual. Singapura está também a negociar os termos do seu contrato, sendo que existe pouca vontade da Cidade de Estado em continuar a desembolsar avultadas somas na organização do evento. Contudo, na China, o Grande Prémio de Fórmula 1 faz parte do Programa de Desenvolvimento da Indústria dos Desportos de Xangai 2016 – 2020. De acordo com o documento, o Grande Prémio, a par com o Torneio de Ténis ATP Masters, a Maratona Internacional e a Liga Diamante da Associação Internacional de Federações de Atletismo, “tornou-se num evento muito importante para a cidade”. Como é tradição, o Grande Prémio de Macau promoveu-se em Xangai, durante o Grande durante a etapa chinesa da categoria máxima, o Instituto do Desporto participou neste evento, através de uma exposição que incluiu o carro do vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2011, conduzido pelo piloto espanhol Daniel Juncadella. Também presente no local esteve o simulador do Grande Prémio para os visitantes experimentarem a emoção em conduzir no Circuito da Guia. A área de promoção da prova esteve sempre animada, com vários fãs do desporto motorizado visitaram a exposição, tendo a oportunidade de ver pela primeira vez ao vivo um Fórmula 3 e sentir uma emoção aproximada das corridas através do simulador. Liu estreou-se na Taça Porsche Liu Lic Ka, uma cara familiar das corridas de carros de turismo do território, estreou-se na Taça Porsche Carrera Ásia, a prova de apoio do programa do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Em Xangai, Liu Lic Ka, que este ano está a participar no TCR Asia Series, e que nunca tinha competido com um Porsche 911 GT3 Cup, foi vigésimo segundo na primeira corrida e décimo oitavo classificado no segundo confronto. Liu tornou-se o terceiro piloto de Macau a correr no troféu monomarca da Porsche no continente asiático, depois de Rodolfo Ávila ter estado presente em 46 eventos entre 2009 e 2016 e Kevin Tse ter alinhado na prova extra-campeonato disputada no Circuito da Guia em 2013.