Flora Fong Ócios & Negócios PessoasChakra Space, restaurante| “Comer vegetariano é comer saudável” É um espaço muito pequeno mas podem experimentar-se muitas coisas: cafés e cervejas artesanais ou pratos vegetarianos com um leve sabor de caril. A ideia é que cada cliente possa aprender mais sobre comida saudável e viver com esse estilo de vida “Não quero definir este lugar como sendo um bar, café ou restaurante. É apenas um espaço onde mostro as coisas de que gosto”. É assim que o responsável do Chakra Space, Meng Wong, fala do novo canto que abriu portas para os lados da barra, onde se pode pedir comida vegetariana, cafés, vinhos ou cervejas. Inaugurado há cinco meses, Meng Wong gere o espaço com outro sócio mas decidiu o nome do espaço e até a sua decoração. “Chakra remete para os pontos do corpo onde se aplica a acupunctura e também com o Ioga e o Budismo. Apesar de não acreditar em nenhuma religião, gosto muito de ler livros sobre essa matéria e compreender a cultura e os seus significados. Comecei a gostar muito dessa área e decidi usar esse nome para o espaço”, contou ao HM. O gosto de Meng Wong revela-se numa das paredes, decorada com estátuas de buda e quadros religiosos. Mas nem só de comida se faz o Chakra Space. Quando Meng Wong nos serviu uma bebida pudemos ver a zona destinada a um bar aberto. “Disponibilizamos vinhos tintos e brancos, bem como cervejas artesanais. Optamos por escolher as bebidas que não são caras mas que têm qualidade e que são produzidas na Bélgica ou Japão, em vez das que são feitas na China”, explicou. O café no Chakra Space é também artesanal, mas segue um princípio. Cada chávena é servida na sua forma original, sem a adição de açúcar e sem leite. Meng Wong explicou que isso se deve à intenção de corrigir o hábito introduzido por muitos restaurantes conhecidos. “Começamos por explicar aos nossos clientes que os nossos cafés não combinam com açúcar nem leite. A vantagem dos cafés artesanais é que podemos experimentar o sabor original do café. Queremos alterar o pensamento comum que existe na comunidade chinesa, que acha que os cafés mais amargos e fortes devem ter açúcar ou leite. Mas os cafés verdadeiros não devem ser assim”, apontou. Sem aditivos No que diz respeito à comida, o Chakra Space quer também eliminar os aditivos que habitualmente se colocam na comida servida na maioria dos restaurantes. Os cozinheiros adicionam o caril mas não existe açúcar ou sal, apenas azeite. “As comidas vegetarianas chinesas normalmente têm muito açúcar, óleo ou sal, mas acredito que comer vegetariano é comer saudável. O nosso caril é mais leve porque o molho serve de cozedura a muitos legumes. Espero que os clientes tentem aceitar este tipo de comida”, disse Meng Wong. Outra diferença introduzida pelo Chakra Space prende-se com a ausência de menus. A escolha dos pratos ao almoço ou jantar faz-se através dos ingredientes, mas ao jantar é preciso fazer uma reserva. Para Meng Wong, não há melhor combinação do que comer um caril acompanhado por um café. Foi no Japão que o responsável do restaurante conheceu esta ideia. “Acho que as duas coisas combinam muito bem.” Do retalho para a restauração Antes de abrir o Chakra Space Meng Wong trabalhou vários anos na área do retalho, mas sentia-se “preso” à profissão. “Nos últimos três anos já não queria continuar a trabalhar dessa maneira. Achava que a vida não podia ser assim. Parece que estava a desperdiçar a minha juventude para ganhar dinheiro. Tenho 30 anos e achei que precisava de pensar no meu futuro e fazer algo de que gosto”, frisou. Antes de abrir o espaço de comidas e bebidas, Meng Wong viajou pelo mundo para conhecer o máximo de coisas possível, até que teve vontade de regressar a Macau. “É um bom sítio mas tudo depende das mudanças de pensamento e de como usamos o nosso estilo de vida”, referiu. O Chakra Space não pretende ser um espaço para ganhar muito dinheiro mas sim para ser apenas um espaço que reúne pessoas à volta da comida vegetariana e do café. O pequeno lugar de comidas e bebidas fica perto do templo de A-Má e à volta reina o sossego. Apesar dos elevados custos do negócio, com a renda a chegar às dez mil patacas mensais e um investimento de 200 mil patacas, Meng Wong garante que a localização foi um dos motivos que o fez investir. “A zona não foi muito desenvolvida ao longo dos anos e o movimento das pessoas não é grande, mas gosto desta tranquilidade”, rematou.
Andreia Sofia Silva EventosFestival de Gastronomia de Moçambique arranca amanhã [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ntre amanhã e o dia 28 deste mês decorre no hotel Grand Lapa, em Macau, mais uma edição do Festival de Gastronomia de Macau. Este ano o evento conta com a presença do chef Carlos Khan da Graça, que promete trazer novidades ao nível da doçaria e alguns pratos, conforme disse ao HM Carlos Barreto, vice-presidente da Associação dos Amigos de Moçambique (AAM). “O chef Graça, ao longo da sua actividade profissional em Moçambique, desenvolve sempre qualquer coisa nova. Negociamos com ele a questão dos menus. Ele traz umas cervejas de Moçambique para fazer uns petiscos e uma das coisas que se faz muito é matapa com caranguejo, então pedimos-lhe para não fazer assim, porque dá trabalho a comer, por isso vamos fazer com camarão. Há algumas variantes, sobretudo ao nível da doçaria.” Este ano o festival coincide com a celebração dos 40 anos da independência de Moçambique, que se comemoram a 25 de Junho. “Já tivemos salas com 200 pessoas e este ano vamos ter uma sala só com 120. Foi o espaço que nos determinaram, mas estamos satisfeitos. O que interessa é que as pessoas venham nos outros dias”, apontou. Sempre a crescer Carlos Barreto diz que o festival tem tido cada vez mais adesão desde o primeiro ano em que se realizou, em 2007, sendo que este ano a AAM pretende atrair mais a comunidade chinesa. “As pessoas gostam de comer qualquer coisa que seja diferente. A nossa aposta neste hotel é para alargarmos a gastronomia moçambicana à comunidade chinesa. Sabemos que há muitos clientes chineses que são habituais e também queremos que eles conheçam a nossa comida. Tivemos essa experiência sempre em eventos anteriores, sempre com um crescimento”, disse. O festival vai ter buffet de almoço a 220 patacas para adulto, jantares a 310 patacas e jantares de fim-de-semana a 368 patacas para adulto. As crianças até aos 11 anos têm direito a descontos. Por restrições orçamentais, a AAM aposta apenas, para já, na vinda do chef Carlos Khan da Graça. Para Novembro, está marcada uma exposição na Torre de Macau sobre o Parque Nacional da Gorongosa. “É fauna selvagem, mas não só. É um caso de sucesso na revitalização de um parque, já foi um dos melhores parques de África e voltará a sê-lo. Queremos mostrar não só os animais como todo o trabalho de recuperação que foi feito”, concluiu Carlos Barreto.