Terminal | Estrutura começa a funcionar em Maio. Orçamento definido

O novo Terminal Marítimo da Taipa deverá começar a funcionar em Maio do próximo ano, estando prevista a demolição das estruturas provisórias. O orçamento fica fixado em 3,8 mil milhões de patacas, depois de inúmeras derrapagens

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]ong Kong, Visitantes, Sala de Embarque. Os nomes já se vêem fixados nas placas, as estruturas estão prontas, mas as enormes salas, com cheiro a novo e um ar moderno, permanecem vazias.
É assim o novo Terminal Marítimo da Taipa, cujas instalações abrem portas em Maio de 2017, depois de inúmeros atrasos e 11 anos de construção. Numa visita organizada ontem para a comunicação social, ficou ainda a saber-se o orçamento final, sem mais aumentos: 3,8 mil milhões de patacas.
Dez anos depois dos primeiros esboços de planeamento, o novo terminal marítimo vai ter capacidade para receber, por dia, 400 mil pessoas, tendo uma dimensão igual a 25 campos de futebol, muito mais do que o Aeroporto Internacional de Macau. No espaço novo em folha vão funcionar diariamente 13 serviços públicos, incluindo os Serviços de Saúde ou o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).
Finalizadas as fases 1 e 2 do projecto, o Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) vai agora avançar com a fase 3, conforme explicou aos jornalistas Tomás Hoi, coordenador substituto do organismo.
“Depois da mudança do terminal provisório para o novo vamos começar as obras da fase 3, as quais incluem as instalações de apoio e de incêndio, mas isso não irá influenciar o funcionamento do novo terminal”, explicou.
Steven Chau, sub-director dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), garantiu que a fase 2 deverá estar pronta em meados de Abril, sendo que, para a gestão do novo terminal, será usado o actual modelo adoptado no Porto Exterior. Não há ainda um orçamento para a manutenção do novo terminal.
Está prevista a demolição das actuais instalações do terminal provisório, por poder transformar-se numa estrutura que causa constrangimento aos cais marítimos já existentes na zona do Pac On.

Projecto a 20 anos

Com o projecto já na recta final, e depois de um relatório do Comissariado de Auditoria (CA) que arrasou o planeamento, Tomás Hoi procurou dar explicações para aquilo que correu mal. “O projecto mudou e o utilizador também apresentou alguns requisitos e também fizemos a revisão do projecto. Os dias de chuva também afectaram, por isso a conclusão do projecto teve de ser adiada.”
Quanto às mudanças, também foram explicadas. Os lugares de acostagem para embarcações de 400 pessoas tiveram de passar dos iniciais oito para 16, foi construído um parque de estacionamento e mais três lugares de acostagem multifuncional para embarcações.
“Tínhamos o concurso público iniciado, o plano de concepção e o financiamento para todas as fases e trabalhos iniciais. Tivemos alterações em todos os projectos, mas essas mudanças foram feitas muitas vezes a pedido do utilizador. Por exemplo, a empresa de helicópteros adoptou novos regulamentos, os quais tivemos de seguir, por isso tivemos de fazer alterações. Podemos dizer que os custos totais já estão fixados”, garantiu Tomás Hoi.
Uma coisa é certa: “este não é um projecto pensado a curto prazo, [mas] a médio e longo prazo. A zona do Cotai e de Seac Pai Van estão em desenvolvimento e não podemos pensar apenas a curto prazo. Está pensado a 20 anos”, rematou o responsável do GDI.
Questionado sobre as razões por detrás de inúmeros atrasos e derrapagens, Tomás Hoi tentou deixar uma justificação. “Temos de seguir as nossas regras em termos de contratos, concursos públicos e trabalhos adicionais. Fazemos tudo consoante as leis que temos em Macau. Temos, claro, problemas de recursos humanos e limitação de espaço, o que traz dificuldades aos construtores. Mas claro que temos sempre um objectivo, que é o de terminar os projectos a tempo”, concluiu.

11 Ago 2016

Ferry choca com “objecto não identificado” e faz 14 feridos graves

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m choque de um ferry – que fazia a travessia entre a RAEM e Hong Kong – com um “objecto não identificado”, que teve lugar na tarde da passada segunda-feira, fez 14 feridos graves num total de 121 feridos.
De acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde, o incidente envolveu apenas um residente de Macau. Num documento enviado ontem às redacções, a Shun Tak – empresa responsável pelos transportes – afirma que ainda há 31 feridos no hospital, mas estão estabilizados. A empresa vai continuar a seguir o caso.
Um dos passageiros daquele transporte disse aos média que a situação desencadeou “o caos total” e “estava toda a gente a sangrar”. Depois do embate, o barco ficou sem energia e parou perto da ilha de Lantau.
De acordo com a agência noticiosa France Press, já havia 20 ambulâncias à espera dos feridos quando estes regressaram a um dos cais de Hong Kong, uma vez que as autoridades receberam um telefonema de pedido de ajuda às 18h00.
A segurança das águas de Hong Kong foi posta em causa após um acidente que causou a morte de 39 pessoas em 2012, quando um ferry rápido colidiu com um barco de recreio perto de ilha de Lamma. Um inquérito subsequente concluiu que uma “litania de erros” contribuíra para aquele que é considerado o pior desastre marítimo local em 40 anos, tendo abalado o centro financeiro asiático e manchado o histórico de segurança de um dos portos mais movimentados do mundo. Em Junho passado, mais de 50 pessoas ficaram feridas quando um ferry embateu num paredão junto à costa.

27 Out 2015