Kim Jong Un quer reforçar capacidade de defesa do país que já é potência nuclear

O dirigente norte-coreano Kim Jong Un comprometeu-se esta quarta-feira a reforçar as capacidades de defesa do país, uma potência nuclear, durante o congresso do partido no poder, a duas semanas de investidura de Joe Biden como presidente dos EUA.

Em relatório apresentado ao congresso do Partido dos Trabalhadores, Kim comprometeu-se a “colocar as capacidades de defesa do Estado a um nível bem superior e a fixar objetivos a alcançar para o conseguir”, segundo informou a agência noticiosa oficial norte-coreana (KCNA, na sigla em Inglês), recebida em Seul.

O 8.º Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia abriu na terça-feira, em Pyongyang, segundo a KCNA. A agência noticiosa do regime de Pyongyang não fez qualquer referência à arma nuclear nem especificou a natureza dos objetivos a atingir, em matéria de defesa.

Mas, durante uma parada militar em outubro, o regime exibiu um míssil que, segundo vários analistas, era o maior míssil intercontinental que alguma vez tinha sido visto. Desde então, imagens obtidas por satélite mostram “a intensificação dos preparativos para uma parada”. Durante o anterior congresso do partido, em 2016, que durou quatro dias, foi organizado um desfile militar.

7 Jan 2021

Equipa norte-coreana na Suécia para discutir com EUA

[dropcap]U[/dropcap]ma equipa de negociadores da Coreia do Norte está a caminho da Suécia para retomar as negociações com os Estados Unidos sobre a questão nuclear, segundo a agência sul-coreana Yohnap.

Depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado para breve uma nova cimeira com o seu homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, os governos dos dois países concordaram em retomar negociações esta sexta-feira e sábado, para discutir a desnuclearização da península coreana.

O principal negociador por parte da Coreia do Norte, Kim Myong Gil, partiu ontem em direção a Estocolmo, na Suécia, acompanhado de mais três funcionários do Governo, para se encontrar com a delegação norte-americana, segundo a agência Yonhap.

“Como os Estados Unidos deram um novo sinal, vou com grandes e optimistas expectativas sobre a reunião e sobre os resultados”, afirmou Kim Myong Gil, referindo que o objectivo final é desbloquear o impasse negocial.

Em gelo

As negociações entre Washington e Pyongyang ficaram congeladas desde a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un, em Fevereiro passado, apesar de os dois líderes terem feito um esforço para avançar no processo, num novo encontro em Junho, na fronteira entre as duas coreias.

Pyongyang tem pedido a Washington um alívio das sanções impostas por retaliação a testes com armas nucleares por parte do Governo norte-coreano, mas Donald Trump já disse que qualquer alteração de posição deverá ser antecedida por medidas de desarmamento nuclear.

Nos últimos dias, a diplomacia norte-coreana tem elogiado a postura de Donald Trump, considerando-a “corajosa” e “sábia” e tem insistido na necessidade de os Estados Unidos aliviarem as sanções económicas, para que haja avanços nas negociações.

4 Out 2019

Taishan | Central regista novo acidente na manutenção

[dropcap]A[/dropcap] Central Nuclear de Taishan, que fica a cerca de 70 quilómetros de Macau, registou um novo acidente, que se deveu ao facto da empresa Yangjiang não ter conseguido realizar a “manutenção preventiva do gerador adicional movido a óleo diesel” – que serve como reserva do gerador de emergência movido a óleo diesel – dentro dos prazos inicialmente planeados. A informação foi divulgada ontem pelos Serviços Unitários de Polícia, no âmbito do acordo de cooperação no âmbito da gestão de emergência de acidentes nucleares da Central Nuclear de Guangdong.

“O gerador adicional movido a óleo diesel encontra-se normalmente no estado offline, servindo apenas como reserva do gerador de emergência. Neste momento, técnicos da Empresa de Energia Nuclear Yangjiang estão a analisar o caso, bem como efectuar inspecção e manutenção ao respectivo gerador. Prevê-se que o gerador adicional volte ao seu estado normal no dia 5 de Outubro”, é acrescentado.

Segundo a informação das autoridades de Macau, este acidente é de nível 0 na escala internacional para este tipo de ocorrências.

25 Set 2019

Taishan | Central regista novo acidente na manutenção

[dropcap]A[/dropcap] Central Nuclear de Taishan, que fica a cerca de 70 quilómetros de Macau, registou um novo acidente, que se deveu ao facto da empresa Yangjiang não ter conseguido realizar a “manutenção preventiva do gerador adicional movido a óleo diesel” – que serve como reserva do gerador de emergência movido a óleo diesel – dentro dos prazos inicialmente planeados. A informação foi divulgada ontem pelos Serviços Unitários de Polícia, no âmbito do acordo de cooperação no âmbito da gestão de emergência de acidentes nucleares da Central Nuclear de Guangdong.
“O gerador adicional movido a óleo diesel encontra-se normalmente no estado offline, servindo apenas como reserva do gerador de emergência. Neste momento, técnicos da Empresa de Energia Nuclear Yangjiang estão a analisar o caso, bem como efectuar inspecção e manutenção ao respectivo gerador. Prevê-se que o gerador adicional volte ao seu estado normal no dia 5 de Outubro”, é acrescentado.
Segundo a informação das autoridades de Macau, este acidente é de nível 0 na escala internacional para este tipo de ocorrências.

25 Set 2019

Yangjiang | Acidente na central nuclear registado no sábado

[dropcap]O[/dropcap]correu um incidente, no passado sábado, na Central Nuclear de Yangjiang, situada na província de Guangdong a cerca de 160 quilómetros de Macau. A notícia foi avançada ontem pelos Serviços de Polícia Unitários (SPU) após a recepção, ontem, de uma nota do Gabinete da Comissão de Gestão de Emergência Nuclear da Província de Guangdong.

O incidente ocorreu durante uma acção de manutenção à unidade 5 da referida central nuclear, em que se registou uma anomalia no modo de controlo da válvula de ajustamento do sistema de bypass de turbina a vapor enquanto o pessoal operacional efectuava o teste de modificação de modo.

Segundo as autoridades, os funcionários conseguiram “retomar de forma atempada ao seu estado normal”, estando neste momento a funcionar de forma “segura e estável”. Segundo a Escala Internacional de Acidentes Nucleares, o sucedido foi classificado como um incidente operacional de nível 0, “não afectando o funcionamento seguro da central, a saúde do seu pessoal operacional, da população e do ambiente adjacente à referida central”. A Escala Internacional de

Acidentes Nucleares classifica os incidentes em níveis de 1 a 7, sendo o nível 0 incidentes sem problemas de segurança, apontam os SPU.

4 Jun 2019

Reactor nuclear na China atinge temperatura sete vezes superior à do Sol

[dropcap]U[/dropcap]m reactor nuclear experimental localizado no leste da China atingiu uma temperatura do plasma superior a 100 milhões graus celsius, quase sete vezes superior ao centro do Sol e capaz de realizar a fusão do núcleo dos átomos.

O reactor manteve aquela temperatura durante quase dez segundos, informou hoje o portal de notícias China.org.cn, acrescentando que é a primeira vez que o reator de fusão termonuclear EAST (sigla em inglês para Tokamak Supercondutor Experimental Avançado), conhecido como “Sol artificial”, atinge aquela temperatura.

O Instituto de Física de Hefei, que está sob alçada da Academia de Ciências da China, afirmou que o feito “lança as bases para o desenvolvimento de energia nuclear limpa”, devido ao uso de deutério e trítio, dois isótopos radioactivos que existem em grande quantidade nos oceanos.

A fusão nuclear é o processo de geração de calor das estrelas, e é considerada a forma mais eficiente e limpa de gerar energia, não produzido material radioactivo.

Este avanço contribuirá para a construção do Reator Experimental Termonuclear Internacional (ITER, sigla em inglês), no sul de França, e que conta com a colaboração de 35 países, incluindo China, Estados Unidos e Rússia, e da União Europeia.

Por agora, o EAST é um dos poucos dispositivos no mundo capazes de levar a cabo experiências relacionadas com a fusão do núcleo atómico.

A fusão é uma reação química que consiste na união de dois átomos, para formar um superior, um processo que liberta uma enorme quantidade de energia, maior inclusive do que a fissão realizada em centrais nucleares, onde se rompem átomos grandes em partículas mais pequenas.

Há dois anos, cientistas da Academia de Ciências da China conseguiram manter estável a fusão do núcleo durante 102 segundos, um recorde até à data, após elevarem a temperatura do hidrogénio até 50 milhões de graus celsius.

Após o aumento térmico, o hidrogénio passou de gás a plasma, o quarto estado da matéria – além do sólido, líquido e gasoso -, em que as partículas se movem a tal velocidade e chocam com tanta força que os electrões se separam do núcleo dos átomos, formando um conjunto ionizado.

O desafio actual é prolongar ao máximo o tempo de fusão, de forma estável e controlada, um esforço que poderá levar ainda vários anos ou décadas, segundo especialistas.

14 Nov 2018

NATO apela à China para aderir a tratado de controlo de armas nucleares

[dropcap]O[/dropcap] secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, criticou hoje o programa de desenvolvimento de mísseis de médio alcance da China, apelando ao país para aderir ao tratado internacional de controlo deste armamento.

“Vimos que a China investiu fortemente em armas novas e modernas, incluindo mísseis, e a metade dos seus mísseis violaria o tratado INF (Intermediate Nuclear Forces) se a China fosse signatária”, disse Jens Stoltenberg numa entrevista à cadeia de televisão pública alemã ZDF.

Stoltenberg fazia referência ao tratado sobre armas nucleares de médio alcance (INF), assinado em 1987 pelos então dirigentes norte-americano e soviético, Ronald Reagan e Mikhaïl Gorbatchev, que visa eliminar os mísseis lançados a partir do solo e com um alcance entre 500 a 5.500 quilómetros. “Somos favoráveis ao alargamento deste tratado de forma a que a China também possa fazer parte”, disse.

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou recentemente a retirada do seu país deste tratado, alegando violações do acordo por parte da Rússia e evocando os programas de armamento da China como fundamentos.

Relativamente a Moscovo, os Estados Unidos questionam o novo sistema russo 9M729, mísseis disparados a partir de um dispositivo terrestre e cujo alcance ultrapassa, segundo Washington, os 500 quilómetros, o que Moscovo desmente.

“A NATO não vê uma nova corrida ao armamento, mas estamos muito preocupados com os novos mísseis russos. São móveis, podem transportar cargas nucleares e podem atingir cidades da Europa central como Berlim”, assinalou Stoltenberg.

13 Nov 2018

Mangkhut | Duas centrais nucleares na trajectória

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap] uas centrais nucleares estão na trajectória projectada do tufão Mangkhut, que levou as autoridades de Macau a emitirem o sinal 10 de tempestade tropical, ou seja, o máximo.

A central Nuclear de Taishan e a Central Nuclear de Yangjiang, ambas na província de Guangdong, informaram estarem preparadas para enfrentar o tufão, noticiou hoje o South China Morning Post (SCMP).

A central de Taishan informou via WeChat que as autoridades discutiram a melhor forma de lidar com a tempestade que se aproximava e que trabalhadores especializados conduziram investigações de segurança.

Equipas de resposta a emergências foram informadas e preparadas para a chegada do tufão.

“Todo o pessoal de emergência está nos seus postos e conduziu seus trabalhos preparatórios. A fábrica de Taishan está totalmente preparada para o tufão e tudo está em seu lugar “, pode ler-se na mensagem.

A Central Nuclear de Yangjiang informou que realizou inspeções nas suas unidades na manhã de quarta-feira e realizou uma reunião na quinta-feira para discutir a melhor forma de lidar com a tempestade. Na última conferência de imprensa, as autoridades de Macau disseram ter criado um mecanismo de troca de informações sobre a situação nas centrais com as autoridades de Guangdong.

O tufão causou 25 mortos nas Filipinas e um em Taiwan, de acordo com o mais recente balanço das autoridades.

16 Set 2018

Japão | Renovado acordo que permite reciclar combustível nuclear

O pacto entre o Japão e os Estados Unidos que permite àquele país asiático ser a única potência sem armas nucleares autorizada a reciclar combustível nuclear foi ontem automaticamente renovado

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] acordo entre os dois países entrou em vigor em Julho de 1988 e permitiu ao Japão, nas últimas três décadas, reciclar combustível nuclear, extrair plutónio e enriquecer urânio.

A renovação ocorreu ontem, 30 anos depois. O futuro, contudo, permanece incerto, num momento em que Washington olha desconfiada para as reservas de plutónio de Tóquio. O acordo pode ser cancelado a qualquer momento, através de uma notificação de uma das partes com uma antecedência de seis meses. De acordo com o Governo nipónico, o Japão tem cerca de 47 toneladas de plutónio – 10 armazenadas no território, o restante no Reino Unido e em França. Apesar da quantidade ser suficiente para produzir cerca de 6.000 ogivas nucleares, o Japão alega que limitou a pesquisa, o desenvolvimento e o uso da energia nuclear para fins pacíficos.

Não proliferar

No seu mais recente plano energético, aprovado no início do mês, o executivo japonês prometeu tentar reduzir as reservas de plutónio. “O Japão fará o possível para manter o regime de não-proliferação, mantendo o pacto nuclear [com os EUA]”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, citado pela agência Kyodo.

O Japão, país com uma dependência energética superior a 90 por cento, fez altos investimentos em energia nuclear, mas o desastre em Fukushima, em 2011, provocou um ‘apagão’ atómico de dois anos. Actualmente, apenas sete dos 42 reactores estão a funcionar. A administração do primeiro-ministro, Shinzo Abe, mantém uma política pró-nuclear e estima que a dependência energética do país não ultrapasse os 22 por cento já em 2030.

18 Jul 2018

Coreia do Norte | Sanções vão continuar até à desnuclearização total

O secretário de Estado norte-americano garantiu ontem, em Tóquio, que as sanções em vigor contra Pyongyang vão continuar até à desnuclearização total da Coreia do Norte. Por seu lado, a diplomacia norte-coreana rejeitou as exigências apresentadas pelos Estados Unidos, que considerou “serem semelhantes às de um ladrão”

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós dois dias de conversações entre Mike Pompeo e responsáveis de Pyongyang, o regime de Kim Jong-un considerou, no sábado à noite, que “os Estados Unidos estão a cometer um erro fatal se consideram que a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] deve aceitar exigência semelhantes às de um ladrão”, advertiram as autoridades, através da agência oficial norte-coreana KCNA.

No Japão, à saída de uma reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, e sul-coreana, Kang Kyung-wha, Pompeo afirmou que as sanções vão ser mantidas até uma “desnuclearização completa e totalmente verificável”.

Para o chefe da diplomacia norte-americana, esta é uma “desnuclearização geral”, que engloba todos os tipos de armas. “Os norte-coreanos compreenderam isso, não houve contestação”, sublinhou.

“Apesar de nos sentirmos encorajados pelos progressos registados nestas conversações, estes avanços não justificam, por si só, uma diminuição do regime de sanções existente”, insistiu Mike Pompeo, destacando a importância de controlar a conclusão do processo. “Haverá uma verificação ligada à desnuclearização completa, foi isso que os Presidentes [Donald] Trump e Kim [Jong-un] acordaram”, na cimeira de Singapura, a 12 de Junho, acrescentou.

Acção & Reacção

Pompeo, que esteve também reunido com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, mostrou-se sereno, apesar da reacção do regime de Kim Jong-un. “O Presidente Trump e eu acreditamos que estes esforços para a paz valem a pena”, reiterou.

A Coreia do Norte classificou ontem como “extremamente lamentável” a atitude dos Estados Unidos durante as conversações mantidas estes dias em Pyongyang com o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, sobre a desnuclearização do regime norte-coreano.

Num comunicado, citado pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap, o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano denunciou igualmente o que caracterizou de “exigências gananciosas” por parte de Washington.

“A atitude norte-americana e as posições assumidas durante as conversações de alto nível na sexta-feira e sábado foram extremamente lamentáveis”, indicou a nota da diplomacia norte-coreana.

Após dois dias de conversações, que tinham como objectivo acordar um plano concreto de desnuclearização, Pyongyang esperava por parte de Washington “medidas construtivas para ajudar a construir confiança” após a cimeira histórica de Junho passado entre os líderes dos dois países, mas a atitude dos Estados Unidos foi “unilateral e forçada”, segundo o mesmo comunicado.

Duas verdades

A posição norte-coreana contrasta com as declarações também proferidas pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que considerou como “muito produtivas” as conversações mantidas estes dias sobre o programa nuclear de Pyongyang.

“São questões complexas, mas realizámos progressos em quase todas as questões centrais, em algumas fizemos muitos progressos, noutras ainda há trabalho a fazer”, afirmou Pompeo, no final das conversações em Pyongyang e antes de prosseguir viagem até Tóquio, mas sem adiantar mais pormenores. “O trabalho que conseguimos na via da desnuclearização completa, estabelecendo uma relação entre dois países, é vital para uma Coreia do Norte mais radiosa e para o sucesso que os nossos Presidentes exigem de nós”, prosseguiu o secretário de Estado norte-americano.

No comunicado divulgado no fim-de-semana, a diplomacia da Coreia do Norte referiu que o regime de Pyongyang reiterou o pedido para um desarmamento “gradual”, justificando que esse seria o caminho mais rápido para conseguir a desnuclearização da península coreana, uma vez que “rompia corajosamente com os métodos fracassados do passado”.

Também rejeitou as exigências apresentadas pelos Estados Unidos, que considerou “serem semelhantes às de um ladrão” e contrárias “ao espírito da cimeira” ocorrida no mês passado em Singapura entre os líderes norte-americano e norte-coreano, Donald Trump e Kim Jon-un.

9 Jul 2018

Coreias | Secretário da Defesa dos EUA na China para abordar desnuclearização

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, inicia hoje uma visita à China com uma agenda centrada no processo de desnuclearização da Coreia do Norte e na estabilidade regional, informaram ontem as autoridades chinesas

 

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]attis, que viaja a convite do ministro chinês da Defesa, Wei Fenghe, reunirá em Pequim com líderes e altos quadros do Governo, segundo um comunicado do ministério chinês da Defesa, citado pela televisão estatal CCTV. Trata-se da primeira visita à China de um secretário norte-americano da Defesa desde 2014 e ocorre uma semana depois de o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ter reunido em Pequim com o Presidente chinês, Xi Jinping. Pequim é o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial de Pyongyang.

Mattis deverá também abordar a crescente militarização do Mar do Sul da China, fonte de tensão entre Pequim e Washington. Pequim reclama a quase totalidade do território, apesar dos protestos dos países vizinhos, e construiu ali ilhas artificiais capazes de receberem instalações militares, incluindo aviões. Mattis advertiu recentemente o regime chinês para as “consequências”, se “ignorar a comunidade internacional”.

A CCTV revelou ainda que Mattis irá viajar para a Coreia do Sul e Japão, onde abordará também a desnuclearização de Pyongyang.

Pequenos grandes passos

Representantes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte reuniram-se ontem para abordar o restabelecimento total dos canais de comunicação militar, com o objectivo de reduzir a tensão e gerar confiança no actual clima de aproximação. A reunião teve lugar na cidade fronteiriça da Coreia do Sul, Paju, e durou pouco mais de uma hora, disse um porta-voz do Ministério de Defesa do regime de Seul à agência de notícias EFE.

A delegação sul-coreana foi encabeçada pelo coronel Cho Yong-geun, enquanto a norte-coreana foi liderada pelo coronel Om Chang-nam.

O encontro entre representantes das duas Coreias visou restabelecer as linhas de comunicação ocidental e oriental, como as linhas de telefone e fax estabelecidas há anos para evitar qualquer mal-entendido que possa desencadear confrontos acidentais e que tinham sido suspensas durante os períodos de grande tensão entre os dois países.

O canal de comunicação ocidental foi estabelecido em 2002 e acabou por ser suspenso em 2016, na sequência do teste nuclear que o regime norte-coreano realizou no início desse ano.

A comunicação telefónica foi restabelecida em Janeiro deste ano, antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, nos quais participou a Coreia do Norte, marcando o desanuviamento das relações entre as duas Coreias. A linha de comunicação oriental foi estabelecida em 2003, mas o seu bloqueio teve lugar em 2011, para ser cortada por completo em 2013 devido a um incêndio florestal.

A possibilidade de restabelecer um canal de comunicação naval que chegou a ser utilizado durante uma década foi outro dos assuntos discutido na reunião.

Esta foi a primeira reunião nos últimos sete anos que integra coronéis nas delegações das duas Coreias, dando continuidade ao diálogo militar ao mais alto nível (protagonizado por generais) que se realizou a 14 de Junho.

26 Jun 2018

Seul e Pyongyang retomam encontros de alto nível para desenvolver cooperação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s duas Coreias iniciaram ontem uma reunião para começar a aplicar a declaração conjunta assinada em abril, na qual concordaram em aumentar a cooperação e trabalhar para a paz e a “desnuclearização total” da península.

A reunião começou às 10:00 na fronteira militarizada que divide os dois países, disse uma porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano.

A delegação sul-coreana é liderada pelo ministro da Unificação, Cho Myoung-gyon, e integra os vice-ministros dos Transportes, Kim Jeong-ryeon, e da Cultura, Roh Tae-kang.

Antes de entrar na reunião, Cho comprometeu-se a aplicar o acordado na declaração de 27 de abril passado “de forma ágil e sem interrupções, criando ao mesmo tempo uma atmosfera positiva para a realização da cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”.

A delegação de Pyongyang é liderada por Ri Son-gwon, responsável pelo organismo encarregado das relações intercoreanas, e conta com os vice-ministros dos Transportes Ferroviários e do Desporto, Kim Yun-hyok e Won Kil-u, respetivamente.

As duas partes devem abordar a reunião de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53), prevista para 15 de agosto último, o aumento do comércio ou a possível ligação das vias férreas transfronteiriças para trocas comerciais e viagens turísticas a partir da Coreia do Sul.

Norte e Sul continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o armistício assinado no final da Guerra da Coreia, ainda não assinaram um acordo de paz.

Muitos analistas consideraram que a reativação da cooperação económica entre as duas Coreias vai ser demorada, devido às sanções aplicadas ao regime de Pyongyang, devido aos programas nuclear e de desenvolvimento de armas.

Esta recente aproximação entre as duas Coreias sofreu um revés, em meados de maio último, quando Pyongyang cancelou, à última hora, esta reunião de alto nível e condenou as manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. O encontro estava inicialmente previsto para 16 de maio.

Os contactos foram recuperados na sequência do encontro, no passado sábado, entre o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Esta foi a segunda reunião entre os dois responsáveis desde a cimeira de 27 de abril.

A reunião de sábado também serviu para recuperar a histórica cimeira entre Kim e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O encontro, previsto para 12 de junho, em Singapura, chegou a ser cancelado por Trump, na passada quinta-feira, mas, após uma série de mensagens amistosas entre os dois lados, os preparativos em curso para a realização da cimeira entre Trump e Kim.

2 Jun 2018

Coreias | Kim Jong-Un duvida das garantias de segurança dadas pelos EUA

O presidente da Coreia do Sul revelou ontem que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, com quem se reuniu no sábado, tem dúvidas sobre que garantias de segurança podem os EUA dar em troca da desnuclearização

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o líder do Norte, Kim Jong-un, reuniram-se ontem de surpresa e em segredo para tratar da realização da cimeira entre o dirigente norte-coreano e o presidente norte-americano, Donald Trump.

“Kim Jong-un tem intenções sérias sobre a completa desnuclearização da península coreana. As suas dúvidas não são sobre isso, mas sobre as políticas hostis de Washington e sobre se os EUA podem realmente garantir a estabilidade do regime”, afirmou Moon Jae-in numa conferência de imprensa hoje em Seul.

Moon Jae-in explicou aos jornalistas o conteúdo da reunião que teve sábado, de surpresa, com Jong-un e na qual os dois se comprometeram a cooperar para que a cimeira entre Washington e Pyongyang, prevista para dia 12 de Junho em Singapura, “seja um êxito”.

Moon e Kim encontraram-se, pela segunda vez em um mês, por duas horas, na militarizada fronteira entre os dois países, informou ontem em comunicado o gabinete do presidente sul-coreano.

“Os dois líderes trocaram opiniões amistosas com o objectivo de porem em prática a declaração de Panmunjom de 27 de Abril, e conseguirem que se celebre com êxito uma cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, disse, em comunicado, o porta-voz presidencial, Yoon Young-chan.

Detalhe técnico

Os líderes das duas Coreias, ainda em guerra tecnicamente, celebraram uma primeira cimeira a 27 de Abril, tendo então feito uma declaração em que se comprometiam a trabalhar para alcançar a “total desnuclearização” da península coreana.

Segundo as fotografias divulgadas pelo gabinete presidencial, o encontro que mantiveram os dois líderes na zona norte da chamada Zona de Segurança Conjunta contou também com a presença dos chefes da inteligência (serviços secretos) de ambos os países, Suh Hoon (Sul) e Kim Yong-chol (Norte).

O encontro realizou-se dois dias depois de Trump ter anunciado inesperadamente que cancelaria a cimeira para tratar com Kim do possível desmantelamento do programa nuclear norte-coreano, embora na sexta-feira o líder norte-americano tenha recuado, dizendo que ainda era possível realizar-se a cimeira a 12 de Junho, em Singapura, como estava previsto.

28 Mai 2018

Coreias | Jornalistas sul-coreanos vão assistir ao fecho da bases nucleares

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte vai convidar oito jornalistas sul-coreanos a integrar um grupo de internacional de repórteres que vão testemunhar o encerramento da base de testes nucleares, na próxima semana, confirmou ontem o governo de Seul. O encerramento total das bases de ensaios nucleares está previsto para Junho deve coincidir com a cimeira histórica entre o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte anunciou no sábado que jornalistas da Coreia do Sul, Estados Unidos, República Popular da China e Reino Unido vão ser convidados a assistir à destruição dos túneis e ao desmantelamento dos postos de observação e das instalações de pesquisa de energia nuclear. A acção vai decorrer entre os dias 23 e 25 de Maio na zona de ensaios nucleares em território norte-coreano.

O ministro da Unificação do governo da Coreia do Sul disse ontem que foi informado pelas autoridades governamentais de Pyongyang que oito jornalistas sul-coreanos vão ser convidados a assistir à operação de desmantelamento. A Coreia do Norte ainda não especificou o número e a localização dos pontos que vão ser desmantelados apesar de Pyongyang já ter informado que os jornalistas vão ser transportados, inicialmente, para a base de ensaios nucleares de Punggye-ri.

Paralelamente, as duas Coreias vão manter encontros ao mais alto nível, na quarta-feira, no paralelo 38, para discutirem o início das conversações militares entre os dois países (com a participação da Cruz Vermelha) e que têm como objectivo a redução das tensões na fronteira. Devem também ser discutidas questões relacionadas com o processo de reunificação de famílias separadas desde a década de 1950.

16 Mai 2018

Nuclear/Irão: Presidente do Irão diz que país mantém-se no acordo se os seus interesses forem respeitados

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente iraniano, Hassan Rohani, anunciou ontem que o Irão “vai manter-se” no acordo nuclear de 2015 após a retirada dos Estados Unidos, caso os seus interesses sejam garantidos, e tomará decisões posteriores em caso contrário.

“Devemos ser pacientes para ver como os outros países reagem”, disse Rohani num discurso, numa alusão às restantes potências que assinaram o acordo nuclear, e sugerindo que pretende discutir com europeus, russos e chineses.

O Presidente Donald Trump anunciou hoje que os Estados Unidos abandonam o acordo nuclear assinado entre o Irão e o grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha.

O acordo foi concluído em julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, França e Reino Unido – e a Alemanha) e visa, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais, assegurar que o Irão não desenvolve armas nucleares.

Conseguido depois de 21 meses de duras negociações, o acordo foi assinado, por parte dos Estados Unidos, pelo antecessor de Trump, Barack Obama.

9 Mai 2018

Global Times | China deve construir mais armas nucleares

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China deve aumentar “significativamente” os gastos militares e construir mais armas nucleares, preparando-se para o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, defendeu ontem um jornal próximo do Partido Comunista Chinês (PCC).

O país deve “construir mais armas nucleares estratégicas e acelerar a instalação dos mísseis balísticos intercontinentais DF-41” para proteger os seus interesses, caso Trump proceda de “forma inaceitável” para com o país.

Em editorial, o Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende “um aumento significativo das despesas militares da China, em 2017”.

Trump atacou frequentemente a China durante a campanha presidencial, designando o país como o “inimigo” que faz dos EUA “palermas”.

Mas o norte-americano indicou também que não deseja projectar o poder dos EUA além-fronteiras, afirmando que a América está cansada de pagar para defender aliados como o Japão e a Coreia do Sul.

Trump chegou a sugerir que esses países construam as suas próprias armas nucleares.

Ponto de partida

O editorial do Global Times surge na sequência de um ‘post’ de Trump na rede social Twitter, em que critica as políticas externa e comercial da China, e da conversa por telefone deste com a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Pequim considera Taiwan parte do seu território, pelo que o contacto de alto nível com Taipé sugere um apoio às aspirações independentistas do território.

Em editorial, o Global Times escreveu: “Precisamos de nos preparar melhor militarmente, para garantir que aqueles que advogam a independência de Taiwan serão castigados, e tomar precauções em caso de provocação dos EUA no Mar do Sul da China”.

Trump escolheu esta semana o governador do Estado de Iowa, Terry Branstad, que tem laços antigos com o Presidente da China, Xi Jinping, para embaixador norte-americano em Pequim.

A escolha sugere que o magnata quer manter boas relações com o país, mas o jornal estatal China Daily permanece também pessimista quanto ao futuro das relações entre as duas maiores potências do planeta.

“A China tem de estar preparada para o pior”, escreveu em editorial, na edição de ontem. “O que aconteceu nas últimas semanas sugere que as relações entre a China e os EUA atravessam um período de incerteza nunca visto antes, contando que Trump pode não só ladrar como morder também”, afirmou.

9 Dez 2016

Seul e Tóquio juntos contra Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul e o Japão anunciaram sexta-feira novas sanções unilaterais contra a Coreia do Norte pelos testes nucleares e de mísseis levados a cabo este ano por Pyongyang.

O anúncio surge dois dias depois do voto do Conselho de Segurança para reforçar as sanções internacionais à Coreia do Norte na sequência do seu último ensaio nuclear, limitando as exportações norte-coreanas de carvão.

Uma resolução, elaborada pelos Estados Unidos após três meses de difíceis negociações com a China (praticamente a única saída para o carvão da Coreia do Norte), foi aprovada por unanimidade pelos 15 países membros do Conselho de Segurança.

As sanções “são as mais severas e as mais completas que o Conselho de Segurança já impôs” e enviam “uma mensagem inequívoca”, sublinhou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na abertura da sessão.

Ban lembrou que Pyongyang realizou este ano dois ensaios nucleares, em Janeiro e em Setembro, e pelo menos 25 disparos de mísseis balísticos, desafiando as resoluções da ONU.

Em resposta, Pyongyang advertiu com uma série de medidas não especificadas de autodefesa.

O governo de Seul, por sua vez, disse que iria colocar na lista negra dezenas de novos oficiais norte-coreanos e entidades ao proibir os sul-coreanos de se envolverem em negócios financeiros com eles.

Entre os oficiais norte-coreanos estão Choe Ryong Hae e Hwang Pyong So, próximos do líder norte-coreano, Kim Jong Un.

Um comunicado do governo sul-coreano refere que vai sancionar uma empresa sedeada na China e quatro dos seus executivos por alegadamente apoiarem actividades financeiras por um banco norte-coreano sancionado pela ONU.

O Departamento de Justiça dos EUA já tinha revelado acusações criminais contra o Dandong Hongxiang Industrial Development e os indivíduos no início deste ano.

Revisão nipónica

Já o Japão disse que também estava a rever as suas sanções contra a Coreia do Norte.

Em Tóquio, o secretário Yoshihide Suga falou aos jornalistas sobre a decisão e criticou os lançamentos de mísseis e testes nucleares como “uma nova ameaça que não pode ser permitida”.

O Japão já tem em vigor sanções contra a Coreia do Norte. Suga disse que o país vai renovar esforços para trazer para casa todos os japoneses sequestrados pela Coreia do Norte, assim como colocar mais entraves a visitas de responsáveis norte-coreanos e penalizar grupos relacionados, incluindo na China.

Os Estados Unidos também deverão revelar sanções próprias adicionais contra a Coreia do Norte, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano.

5 Dez 2016

Governo não divulga plano de contingência em caso de acidente nuclear

Após a polémica gerada pela central de Taishan, o Governo disse ter um plano de contingência em caso de acidente mas não explicou qual. O HM quis saber mais mas nada conseguiu. Jason Chao diz que o plano deveria até contemplar “uma nova localização para Macau”. Agnes Lam apela à “necessidade da população se sentir segura” e Wang Zhishi, especialista da UM, diz não acreditar em acidentes

[dropcap style=´circle´]“A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) irá prestar estreita atenção à respectiva situação junto dos serviços competentes, e executar os devidos trabalhos para articular com o respectivo plano de contingência.”
Foi assim que a DSPA respondeu às questões que o HM colocou relativamente ao nível de preocupação que a população da RAEM deve ter relativamente às cinco centrais nucleares que a rodeiam, com especial ênfase para a central de Taishan ainda em construção, e que tantos protestos tem levantado junto de alguns sectores da população, ou não estivesse a apenas 67 km do território.
Do leque de perguntas formuladas pelo HM constava ainda o teor do plano de contingência.
Para Agnes Lam, docente universitária e dirigente da Energia Cívica de Macau, é compreensível que “exista matéria militar sensível que não possa ser divulgada”. Todavia, para a académica “deveria existir um plano de evacuação e, pelo menos parte dele, deveria ser divulgado para que a população se sinta segura”.
Na mesma linha, segue a Associação Novo Macau (ANM).
“O Governo responde em meia dúzia de linhas não, é?, pergunta ao HM Jason Chao da ANM, “não é aceitável”.

Mudar Macau de sítio

Jason Chao vai ainda mais longe dizendo que o plano não só deveria ser público como “em face da construção de tantas centrais à volta de Macau, a população deveria conhecer um plano para a relocalização de Macau”.
Chao justifica a sua posição com uma entrevista dada por Gorbachev.
“Vinte anos após Chernobyl, Gorbachev disse que uns dois dias depois do acidente foi-lhe dito que as centrais nucleares eram tão seguras como ferver água na Praça Vermelha”, diz Jason, afirmando ainda que “para além do risco que as centrais nucleares representam, não temos confiança nas práticas do Governo comunista”.
“Eles dizem-nos para estarmos tranquilos porque as centrais são geridas pelo Governo mas o Governo chinês é conhecido por esconder uma série de incidentes”, diz Jason.
No caso de Taishan, grande parte da crítica de diversos especialistas relaciona-se com o facto de elementos principais da central terem sido fabricados na China. Para Chao, “existe falta de confiança nas fábricas chinesas.”
Por isso mesmo, reforça que “devemos estar preparados para desastres nucleares e, particularmente no caso de Taishan, porque vai utilizar tecnologias novas e não provadas.”

A única possibilidade

É precisamente o facto de a central de Taishan utilizar tecnologias novas que descansa o professor Wang Zishi, da Universidade de Macau (UM), que nos foi indicado como, provavelmente, a voz mais autorizada neste tipo de assuntos em Macau.
“Desastres como Fukushima e Chernobyl não são possíveis nesta zona”, diz o professor alegando que “não existe historial de tremores de terra nesta região”. Quanto a Chernobyl, diz Wang Zhishi, “a fábrica era muito antiga. Não acredito que isso possa acontecer em fábricas modernas como a de Taishan”.
O professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UM diz mesmo que “a energia nuclear é mais limpa do que combustíveis fosseis”, alegando ser a única solução possível para “responder às necessidades de desenvolvimento económico na região”.
Confrontado com a possibilidade de acidentes, Wang Zhishi, recusa-se a pensar nisso garantindo que “as fábricas foram construídas após estudos de impacto dos riscos”.
Relativamente à necessidade do Governo divulgar um plano de emergência junto da população, praticamente a única pergunta que o HM lhe endereçou, o académico acabou por dizer que “não sei que plano Macau deve ter mas deve existir alguma forma de contingência”, dizendo ainda que “devemos fazer uma avaliação rigorosa para perceber os riscos”.

Articular com Hong Kong

Para Agnes Lam o plano, a existir, deveria mesmo incluir Hong Kong.
“Os Governos de Macau e Hong Kong deveriam coordenar-se num plano de gestão de crises e prepararem exercícios de evacuação”, diz a académica.
Para Scott Chiang, da ANM, o Governo devia ser claro para convencer população que tem, em primeiro lugar, capacidade para desenvolver trabalhos de descontaminação e, em segundo, competência para assegurar o abastecimento de comida, água e outros bens vitais que podem vir a ser afectados em caso de um acidente em Taishan”. No fundo, diz Chiang, “apenas queremos saber se existem planos que nos permitam continuar a viver as nossas vidas”. A DSPA voltou a ser inquirida pelo HM sobre o plano de contingência e continuamos à espera de uma resposta.

15 Jun 2016