Hoje Macau EventosFIMM | Cuca Roseta actua ao lado da Orquestra Chinesa de Macau O cartaz do Festival Internacional de Música de Macau deste ano traz a fadista portuguesa Cuca Roseta, que sobe aos palcos ao lado da Orquestra Chinesa de Macau, numa fusão de sonoridades que já não é novidade em Macau. Destaque também para a ópera “Carmen”, do francês Georges Bizet O Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) conta, pela terceira edição consecutiva, com uma fadista. Desta feita, a eleita é Cuca Roseta que vai actuar acompanhada pela Orquestra Chinesa de Macau (OCM), tal como Mariza em 2024, anunciou a organização na sexta-feira. O Centro Cultural de Macau (CCM) acolhe, a 11 de Outubro, a lisboeta de 43 anos, descrita num comunicado como uma “diva portuguesa do fado” pelo Instituto Cultural (IC), que organiza o festival. O programa do FIMM sublinha que o concerto “materializa um intercâmbio cultural”, entre a “rica herança cultural” da OCM e as “influências de jazz, bossa nova e músicas do mundo” no estilo de Cuca Roseta. O FIMM voltou aos palcos em 2022, após um interregno de dois anos devido à pandemia, com um programa que incluía dois espectáculos de convidados estrangeiros, um dos quais do português António Zambujo, mas apenas através de actuações gravadas. O regresso dos artistas estrangeiros aconteceu em 2023, após o fim das restrições à entrada na região, num programa que incluiu um concerto de Gisela João. No ano passado, foi a vez de Mariza actuar com a OCM. A orquestra foi criada ainda durante a administração portuguesa de Macau, em 1987 – ano em que decorreu também a primeira edição do FIMM – e utiliza instrumentos tradicionais chineses. Desde então já realizou concertos com músicos portugueses, incluindo os fadistas (e irmãos) Camané e Hélder Moutinho, o guitarrista Custódio Castelo e o grupo Ala dos Namorados. Regresso de “Carmen” O FIMM arranca em 3 de Outubro, com a ópera clássica do francês Georges Bizet (1838-1875) “Carmen”, que será levada à cena pela Ópera de Zurique e pela Opéra Comique de Paris, sob a batuta do maestro norueguês Eivind Gullberg Jensen. O espectáculo inclui ainda uma colaboração com a Orquestra de Macau, o Coro da Orquestra Sinfónica Nacional da China e o Coro Juvenil de Macau. O programa do festival apresenta ainda dois concertos com obras de Xian Xinghai (1905-1945), um compositor nascido em Macau e conhecido por escrever músicas patrióticas durante a luta contra a invasão japonesa, a partir de 1937. Os dois concertos, em 18 de Outubro e 7 de Novembro, irão comemorar não apenas os 120 anos do nascimento de Xian Xinghai, mas também o 80.º aniversario do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico. Em 31 de Outubro, será a vez de “Duetos nas Pontas dos Dedos”, que juntará em palco um casal russo, a bailariana Svetlana Zakharova e o violinista Vadim Repin, acompanhados de vários bailarinos principais do Ballet Bolshoi, com sede em Moscovo. Mahler e Rachmaninoff Destaque também para o espectáculo “Thomas Hampson Canta Mahler”, marcado para o dia 16 de Outubro, às 20h, naquela que promete ser “uma noite de enorme mestria artística pela voz de Thomas Hampson, barítono mundialmente reconhecido, num recital dedicado às evocativas canções (lieder) de Gustav Mahler”. Segundo a programação do festival, há muito que Hampson “é saudado como um dos maiores intérpretes vocais do compositor austro-boémio”, participando agora no FIMM com um repertório “de inigualável visão emocional, elegância vocal e profundidade intelectual”. “Neste recital, Hampson explora uma selecção das canções mais apreciadas, joias únicas na obra do compositor, a maioria delas relacionadas com a lendária ‘Des Knaben Wunderhorn’ (A Trompa Mágica do Rapaz). A interpretação de Hampson ilumina a poesia minuciosa e complexa que define a arte do grande mestre. Mergulhemos na alma da música de Mahler, usufruindo de um momento que promete ser um ponto alto deste festival, uma celebração do poder eterno das canções”, descreve-se no cartaz do evento. Com o apoio da Melco decorre também outro concerto de música clássica, mas desta vez dedicado a um compositor russo, Rachmaninoff. O espectáculo “Mikhail Pletnev e a Orquestra Internacional Rachmaninoff” sobem ao palco do grande auditório do CCM nos dias 25 e 26 de Outubro, a partir das 20h. No dia 8 de Novembro é a vez do mesmo palco receber a actuação “As Quatro Estações – Daniel Hope e a Orquestra do Festival de Gstaad”, a partir das 20h. O programa é composto pelas composições de Vivaldi e Max Richter, nomeadamente com as “Quatro Estações”, originalmente composto pelo primeiro, e depois “Recomposto – As Quatro Estações de Vivaldi”, uma homenagem do segundo. Descreve o cartaz do FIMM que “quando o primor barroco de Antonio Vivaldi se funde com a reinvenção pós-moderna de Max Richter, nasce uma intemporal celebração da beleza e da inovação”, sendo que a versão de Richter consiste numa “ousada transformação do original de Vivaldi”. Ainda assim, Max Richter, compositor germano-britânico, usou “uma linguagem musical distinta, tendo reconstruindo a obra inspirado pelo minimalismo, nas texturas pós-clássicas e na música electrónica”. Neste trabalho de composição, “as melodias da composição de Vivaldi emergem, desaparecem e reaparecem inesperadamente, criando uma paisagem sónica que é ao mesmo tempo assombrosamente familiar e surpreendentemente nova”. Daniel Hope é também figura central deste concerto “enquanto intérprete fluente e conhecedor da obra de Richter”, distinguido-se “pela virtuosidade expressiva e interpretações arrojadas, trazendo à peça uma intimidade e autoridade inigualáveis”. O FIMM conta ainda com 14 actividades do Festival Extra, incluindo palestras e ‘masterclasses’. De acordo com a imprensa local, tem este ano um orçamento de 25,5 milhões de patacas, menos 22,7 por cento do que em 2024.
Hoje Macau EventosFIMM | Espectáculo gravado de Cuca Roseta integra cartaz A edição deste ano do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) vai contar com um espectáculo gravado da fadista portuguesa Cuca Roseta. Segundo uma nota de imprensa, o espectáculo “Fado em Grande Ecrã: MEU de Cuca Roseta” integra a iniciativa “Fim de Semana FIMM-tástico: Noites com Música e Filmes”, que se realiza durante três noites consecutivas na Praça do Tap Siac. O espectáculo será transmitido a 30 de Outubro entre as 17h e 22h. Esta iniciativa inclui ainda as exibições “Orquestra Sinfónica de Londres com Sir Simon Rattle em Grande Ecrã” e “Na Trilha Sonora de – Edição Especial”, bem como o filme “Cinema Silencioso – Rockfield: A Fazenda do Rock”, transmitido dia 31 de Outubro, e “Willy Wonka e a Fábrica de Chocolate”. A pianista Chen Sa é outro dos nomes confirmados para a edição deste ano, sendo que o seu recital de piano abre o festival. A pianista apresenta Sonatas para Piano de Beethoven e breves peças de Robert Schumann, “oferecendo uma interpretação única de várias obras-primas do Classicismo e do Romantismo, com a sua técnica sofisticada e delicada”, descreve o Instituto Cultural. O FIMM traz também um espectáculo protagonizado pela Orquestra de Macau em colaboração com Liu Ming, violinista. Além disso, a Orquestra Chinesa de Macau, em associação com a violinista Xie Nan e a executante de guzheng, Su Chang, irá apresentar o concerto “Ligação Musical Este-Oeste”, interpretando o Concerto para Violino The Butterfly Lovers, o Concerto para Guzheng Ru Shi e a peça com características musicais tipicamente sulistas The Sisters’ Islands. O cartaz oferece ainda o concerto “O Contemporâneo e a Tradição – Agrupamento de Música Cantonense”, além de mostrar a música da etnia Dong, da província de Guizhou, no Largo da Companhia de Jesus. Os bilhetes para o FIMM estão à venda a partir de sábado.
Hoje Macau EventosFadista Cuca Roseta grava álbum dedicado ao Natal numa “sonoridade jazz” [dropcap]O[/dropcap] novo disco de Cuca Roseta, “Luz de Natal”, é inteiramente constituído por temas natalícios ou de inspiração mariana, como “Ave Maria”, de Schubert, foi gravado numa “sonoridade jazz”, e será editado em inícios de Novembro. Cuca Roseta, em declarações à agência Lusa, disse que a concretização deste CD é uma vontade sua “desde há muito tempo”, pois em casa dos pais sempre se ouviram canções natalícias de Nat King Cole, Elvis Presley ou Frank Sinatra, “e a ideia foi cantá-las em português”, acrescentando um inédito, “Vou Tentar”, do qual a cantora assina letra e música. “Tentei juntar toda uma vida, e mostrar um outro lado meu, cantar estas canções de Natal em português”, disse Cuca Roseta, que antes de se revelar como fadista cantou em coros, cujos repertórios incluíam cantos sobre esta temática. Cuca Roseta é a responsável das versões em português de temas como “Hark the Harold”, que intitulou “Estamos Quase no Natal”, “Jingle Bell Rocks”, intitulado “Sai Lá Fora”, “Winter Wonderland”, a que deu o título “Toca o Sino”, ou “The First Noel”, cantado sob o título “Nasceu o Amor” À Lusa a cantora explicou a opção pela tradução para português: “Pensei: Por que não ouvir estas canções, como algo que seja nosso? Toda a gente as conhece. Mas trazê-las para mais perto de nós, com as nossas histórias, e as nossas tradições…” Neste CD, Cuca Roseta conta com a participação do Coro de Santo Amaro de Oeiras e do Coro Misto da Universidade de Coimbra. Entre os instrumentistas, conta com os membros do quarteto de cordas Trindade e ainda com Ruben Alves (piano), Miguel Amado (baixo e contrabaixo) e Carlos Miguel Antunes (bateria e percussão). A criadora de “Balelas” afirmou ter optado por uma “sonoridade jazz” da qual se sente mais próxima, “até porque as canções escolhidas não se iriam encaixar no fado”. “Este é um disco de Natal que é para todos”, disse a intérprete de “Amor Ladrão”, citando “Vou Tentar”, o tema que assina, no qual afirma: “Vou tentar animar o pensamento”. Com este disco, “Luz de Natal”, “quero trazer esta alegria e nostalgia que o Natal tem a todas as pessoas, mesmo aquelas que podem estar tristes”. A maior parte das canções são em português, mas Cuca Roseta canta algumas em inglês, designadamente “I’ll Be Home for Christmas”, “Silver Bells”, “The Christmas Song”, além de “White Christmas”, inicialmente gravado por Bing Crosby, e “Have Yourself a Merry Little Christmas”, que Judy Garland criou para o filme “Não Há Como a Nossa Casa”, de Vincente Minnelli, a que se seguiram intérpretes tão distintos entre si como Frank Sinatra, Tori Amos, Doris Day, Sam Smith, James Taylor ou Bob Dylan. Cuca Roseta incluiu no alinhamento a “Ave Maria”, de Franz Schubert (1797-1828), e a de Charles Gounot (1818-1893), o “Adeste Fideles”, hino atribuído ao rei D. João IV, e o canto litúrgico “Gloria in Excelsis”. A intérprete iniciou a gravação deste álbum em maio último, e espera que “possa vir a ser uma inspiração para outros artistas” gravarem, no futuro, um CD dedicado ao Natal. Do alinhamento fazem ainda parte, cantados em português, os temas “Oh Holy Night” (“Oh Noite Santa”), “Jingle Bell” (É Natal”) “Deck the Hall” (“Vai Chegar o Grande Dia”), “Silent Night” (“Noite Sagrada”), “Oh Christmas Tree” (“Pinheiro Verde de Natal”) e “The Little Town” (“Pinheiro da Vida”).
Hoje Macau China / ÁsiaCuca Roseta em exibição esgota bilhetes numa hora [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] fadista portuguesa Cuca Roseta actuou no domingo à noite na mais prestigiada universidade da China, numa exibição rara do fado naquele país, para a qual os bilhetes esgotaram uma hora após colocados à venda. Acompanhada de três guitarristas, Cuca Roseta interpretou durante cerca de hora e meia um alinhamento que alternou entre temas tradicionais, como “Estranha Forma de Vida”, e outros mais dinâmicos, como “Marcha da Esperança”. “O meu fado não é propriamente ligado à tristeza”, comentou a fadista antes do espectáculo. “O fado é um reflexo do que nós somos: eu sou uma pessoa positiva, que agarra a tristeza e vê o lado bom da vida”, explicou. O concerto decorreu na sala de espectáculos da Qinghua, considerada a mais prestigiada universidade chinesa, localizada no norte de Pequim, e onde se formou o actual Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu antecessor, Hu Jintao. Estabelecido em 1911, o campus da Qinghua foi construído a partir de um antigo jardim imperial do século XVIII, preservando os lagos, espaços verdes e edifícios centenários. A universidade tem mais de 25.000 estudantes, segundo o seu ‘site’ oficial. Lá fora, a temperatura ultrapassava os vinte graus, anunciando o início da primavera em Pequim. “Fantástico”, afirmou no final do concerto uma professora chinesa, que ouviu fado pela primeira vez numa visita recente a Portugal. “A sua música transmite tristeza e força”, disse. Guitarra na universidade Mas havia também quem fosse pesquisando pelo termo ‘Faduo’ (fado, em chinês) no Baidu, revelando o exotismo daquele género musical entre a plateia. “Comparado ao flamenco, por exemplo, o fado é ainda desconhecido do público chinês”, comentou uma jornalista chinesa. Tratou-se do segundo espectáculo de fado organizado numa universidade chinesa, depois de em 2014 a fadista Liana ter actuado na Beijing Language and Culture University (BLCU), também em Pequim. Colocados à venda há duas semanas, os bilhetes para o concerto de Cuca Roseta, com um custo de 100 yuan (quase 13 euros), esgotaram numa hora. Cuca Roseta já tocou em África, Américas e Europa, mas o concerto de domingo foi a sua estreia na Ásia. “Os estrangeiros não percebem a nossa língua, mas sentem a nossa música”, disse. “Porque somos muito calorosos e muito intensos e afectivos, passamos isso através da música: o fado transmite essas emoções sem fronteira e sem língua”.