FRC | Cristina Vinhas expõe novas peças de joalharia

“Quando o Ocidente Encontra o Oriente” é o nome da nova exposição patente na Fundação Rui Cunha (FRC) em que o trabalho da joalheira Cristina Vinhas é protagonista. Trata-se de uma mostra com novas peças de joalharia da profissional ligada à Casa de Portugal em Macau, inspiradas no elemento madeira

 

A Fundação Rui Cunha apresenta na próxima terça-feira, 9, a partir das 18h30, a exposição de joalharia “When West Meets East” [Quando o Ocidente Encontra o Oriente], da autoria de Cristina Vinhas, joalheira que já realizou diversas exposições em Macau e que é ainda monitora de alguns cursos na Casa de Portugal.

Esta mostra reúne trabalhos da artista inspirados na madeira, um dos cinco elementos da natureza, criados a partir de texturas e formas orgânicas como troncos e pedaços de madeira reclamada ao mar, aqui reutilizados e fundidos com metais nobres que ganham novo significado criativo.

Exibe-se, assim, uma colecção de 12 peças de joalharia em madeira e prata. O conjunto inclui colares, pulseiras, pregadeiras e outros objectos de adorno, cujas formas remetem para imagens livres da natureza, como as montanhas, rios, cascatas, estuários, penhascos e outras referências das terras do Oriente, que têm sido fonte de inspiração para a obra da artista na última década e meia.

Influência chinesa

Citada por um comunicado da FRC, Cristina Vinhas entende que esta exposição “reflecte a marcante influência da cultura chinesa” no seu trabalho. “A representação da paisagem, dos elementos da natureza, continua a ser a minha grande fonte de inspiração, onde vou carregar e revitalizar energias. A influência da natureza, de uma energia masculina por ela emanada que atrai e transforma. Ou o deslumbre representado através do uso da madeira e da prata, e a forma como interpreto essa natureza, combinado com a energia feminina proveniente do instrumento de corda chinês, Erhu, pelo músico Lio Un, é o que proponho visitar”, disse ainda.

A artista fez estas peças depois de realizar uma viagem às montanhas de Lushan, na província de Jiujiang, em Outubro. Destaque ainda para o facto de a inauguração contar com uma pequena apresentação de música tradicional chinesa.

Cristina Vinhas é uma joalheira profissional nascida em Vila do Conde, Portugal. Iniciou a sua carreira em 2003, após terminar o curso no CINDOR – Centro de Formação Profissional da Indústria do Ouro e da Relojoaria. Em 2007 mudou-se para Macau e tornou-se formadora e coordenadora das oficinas de joalharia na Casa de Portugal em Macau, que tem apoiado a artista na cedência do atelier para a execução das suas obras de arte. Em paralelo, tem continuado a desenhar e a criar colecções próprias para a indústria portuguesa de joalharia. Além de inúmeras exposições individuais e colectivas, a artista participa regularmente em feiras e festividades para as comunidades locais, onde aproveita a oportunidade para contactar com o público. As suas obras encontram-se também, desde 2010, à venda na loja do Museu de Arte de Macau. A mostra vai estar aberta ao público até ao dia 20 de Janeiro.

5 Jan 2024

Joalharia | Peças de Cristina Vinhas expostas a partir de hoje na Casa de Vidro 

Cristina Vinhas está de volta às exposições individuais nove anos depois. “Mudanças” é hoje inaugurada na Casa de Vidro do Tap Seac, no âmbito das celebrações do 10 de Junho, e apresenta peças diferentes que pretendem chamar a atenção para a importância de preservar o meio ambiente. Para ver até ao dia 25 deste mês

 

“Mudança” é o nome da nova exposição individual de Cristina Vinhas que, nove anos depois da última mostra com o seu nome, apresenta novas peças de joalharia onde a necessidade de preservação do meio ambiente constitui a mensagem principal. Tratam-se de “peças novas feitas totalmente para esta exposição”, onde se misturam materiais como o vidro, o estanho ou o latão, entre outros.

“Esta exposição divide-se em duas partes, uma delas em que retrato o subsolo e outra o mar, a parte subaquática. Há algum tempo que trabalho nesta exposição pois tem peças especiais. Penso que é uma mostra diferente e original”, afirmou Cristina Vinhas ao HM.

Para a artista, que dá aulas de joalharia na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau (CPM), o tema “mudança” surge devido à importância “de um ajuste na forma de estar, de nos relacionarmos com os outros, com a terra e com o mar”.

“Tem de haver mais respeito pelo meio ambiente. A exposição é uma chamada de atenção. Além da parte da beleza [das peças], o que está subentendido é o alerta para a importância da protecção do ambiente”, acrescentou a artista.

A última edição do programa oficial de celebração do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas contou com uma exposição de peças de filigrana, mas Cristina Vinhas quis trazer algo de diferente este ano.

“Seria mais adequado [apresentar a filigrana], porque tem mais a ver com a nossa alma portuguesa, é mais conotado com a nossa joalharia. Mas não iríamos repetir. Tenho alguma dificuldade em repetir as peças e colecções, mas não descarto essa hipótese. Esta mostra é também um reflexo das vivências que tenho em Portugal e na Europa.”

Menos alunos

Cristina Vinhas não tem dúvidas: jamais conseguiria fazer as peças que compõem a mostra “Mudança” se não estivesse a viver em Macau. “As peças que encontrei há alguns anos em Cantão dificilmente conseguiria encontrar numa outra zona do mundo. Tenho a minha oficina em Portugal mas seria difícil fazer uma exposição de vidro lá.

Também consegui fazer a minha exposição por estar a leccionar na CPM. Aqui faço coisas que não conseguiria fazer noutro lugar, pois estou a trabalhar com outros materiais.”

Em Portugal, aponta a responsável, “acabamos por encontrar materiais mais tradicionais, e estas peças fogem um pouco ao que é habitual na joalharia”. “Na área do vidro também apresento uma abordagem diferente. Faço a combinação do vidro com estanho e latão, que não é comum ver e penso que o resultado é bastante interessante”, frisou.

“Mudança” foi ainda possível devido ao facto de Cristina Vinhas ter menos alunos no atelier de joalharia na CPM, devido ao facto de muitos portugueses estarem a deixar o território.

“A afluência às aulas é bastante inferior face aos anos anteriores. Temos de abrir para a comunidade chinesa, pois nós, portugueses, somos poucos aqui e é difícil sobreviver se contarmos apenas com a nossa comunidade. Além disso, não podemos contar com o apoio da comunidade portuguesa. Em relação aos ateliers, temos de conquistar novos mercados e alunos”, sugeriu.

7 Jun 2022

Joalharia | Exposição “O Novo Mundo” inaugurada esta quinta-feira 

Além da exposição sobre o azulejo português, a Casa de Portugal em Macau (CPM) inaugura também, esta quinta-feira, uma outra mostra, mas desta vez sobre joalharia. Intitulada “O Novo Mundo”, esta exposição acontece na Casa de Vidro, na praça do Tap Siac, e conta com curadoria de Cristina Vinhas, também monitora da CPM.

Segundo um comunicado da CPM, “esta exposição pretende celebrar a portugalidade revelando ao público a arte de trabalhar metais nobres”, como é o caso da filigrana portuguesa. “Esta arte artesanal seduz, não pelo valor do metal mas pelo delicado rendilhado, pela variedade das formas de expressão ou figuração comparado a um ‘sonho leve’”, lê-se ainda.

O nome da exposição parte das incertezas geradas pela pandemia da covid-19. Com esta mostra de joalharia, o objectivo é “perspectivar um mundo melhor para todos”. Com portas abertas até ao dia 27 de Junho, podem ver-se peças de Cristina Gomes da Silva, Emily Leong, Filipa Didier, Lúcia Lemos e Maria Paulina Lourenço.

1 Jun 2021