Portugal-China | Macau em destaque em congresso na Universidade de Aveiro

A terceira edição do Congresso Internacional “Diálogos Interculturais Portugal-China” começou ontem e decorre até amanhã na Universidade de Aveiro. Macau estará em destaque com a presença de oradores como Jorge Rangel, Carmen Amado Mendes e académicos da RAEM. O evento inclui a apresentação da revista Via do Meio

 

A China e todas as suas valências, deste a cultura, língua, política e diplomacia, sobretudo no relacionamento com Portugal, é o grande destaque da terceira edição do Congresso Internacional “Diálogos Interculturais Portugal-China”, que decorre até amanhã na Universidade de Aveiro (UA).

O programa inclui quatro painéis temáticos relacionados com o projecto “Uma Faixa, Uma Rota”, “Diálogos entre línguas: Literatura, Tradução e Ensino”, “História, Cultura e Turismo” e ainda “Diálogo entre Artes”.

Macau será tema central de algumas palestras, nomeadamente da autoria de Carmen Amado Mendes, presidente do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), que falou no primeiro dia sobre “Macau, cidade internacional (pós 1949)”, data da implantação da República Popular da China. Baojia Li, da Universidade de Macau (UM), apresentou a palestra “Four shifts of four dimensional narrative turn of Macau music in the perspectiva of voice power” [Quatro turnos de narrativa quadridimensional da música de Macau na perspetiva do poder da voz].

Por sua vez, Huang Ziqi, da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, apresentou a palestra “Confluência e Divergência: Nossa Senhora com o Menino Jesus e as apresentações escultóricas no Museu da Igreja de São Domingos”. Joana Barros Silva, ligada à Fundação Casa de Macau, abordou o “papel de Macau no projecto da Grande Baía”.

Hoje é o dia dedicado ao Confúcio, com António Aresta, do Instituto Internacional de Macau (IIM), a liderar uma conversa intitulada “Matias da Luz Soares e a literatura moral em Macau no século XIX”. Por sua vez, Jorge Rangel, presidente do IIM, leva a Aveiro a apresentação “J.J. Monteiro, notável poeta popular de Macau”. Além disso, Cristina Zhou, do Instituto Confúcio da Universidade de Coimbra, irá abordar o legado do escritor Henrique de Senna Fernandes em “Memórias de Macau – Relembrando Henrique de Senna Fernndes (1923-2010)”.

A arquitecta Maria José de Freitas é outra das oradoras, falando das “Confluências culturais em Macau”. Já Sara Augusto, do Instituto Português do Oriente, vai abordar as “Conversas da trança: as linhas cruzadas da literatura de língua portuguesa em Macau”.

Um olhar para a China

Não faltam, contudo, sessões destinadas à grande China, nomeadamente a de Chen Yudong e Tian’ge Han, da Universidade Xinhua de Cantão, que abordam “A imagem chinesa na tradução do romance ‘Viver’, de Yu Hua: uma abordagem imagológica”. Tian’ge Han junta-se a Qunying Li, da mesma universidade, para falar da “Tradução de chinês para português das frases com sujeito nulo – análise do relatório para o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China”.

Destaque ainda para a apresentação de Álvaro Augusto Rosa, ligado ao ISCTE – Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, que aborda a temática “Compreender a China: uma perspectiva intercultural”, enquanto Cátia Miriam Costa, académica também ligada ao ISCTE, irá conduzir a palestra intitulada “Diálogo entre a China e os Intelectuais Lusófonos (1960-1970).

Amanhã, dia dedicado à Festa da Lua, o historiador Rui Lourido, presidente do Observatório da China, abre as hostes com a palestra “A China numa nova era de modernização e o contributo para o desenvolvimento e a paz mundiais”. Outro exemplo de participação é do académico Paulo Duarte, que vai falar dos desafios geoestratégicos da China e Atlântico Sul.

“Via do Meio” apresentada quinta-feira

Esta quinta-feira, 28, entre as 10h25 e as 11h25, será apresentada na UA a revista “Via do Meio”, publicação dirigida por Carlos Morais José nascida das páginas do HM, que conta com uma panóplia de sinólogos e académicos cujo trabalho se foca na arte, cultura e pensamento chinês.

Na “Via do Meio”, nomes como Paulo Maia e Carmo, Ana Cristina Alves ou Cláudia Ribeiro, entre outros, escrevem sobre estes temas para a publicação que também tem como foco a tradução de textos clássicos de chinês para português. Na mesma sessão será ainda apresentado o livro “Chibérica – Visões Ibéricas da China Contemporânea”, coordenado por Jorge Tavares da Silva e Xúlio Rios, e ainda “China, Football and Development: Socialism and Soft Power”, da autoria de Emanuel Leite Júnior, entre outras obras.

27 Set 2023

APAVT | Macau concretiza papel de plataforma em congresso de turismo

A realização, ontem, do 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo foi, de acordo com Alexis Tam, a plena concretização do território enquanto plataforma entre a China e os países de língua portuguesa. O evento vem ainda reforçar a denominação local de capital de turismo e lazer

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau enalteceu ontem o uso da cidade anfitriã do congresso da APAVT como plataforma de relações entre a China e os países de língua portuguesa.

No discurso de abertura do 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que arrancou na manhã de ontem em Macau, Alexis Tam afirmou que nesta reunião magna dos agentes de viagens portugueses na cidade se foi “ainda mais longe, com Macau e a APAVT a fazerem pleno uso do papel da cidade como plataforma de relações entre a China e os países de língua portuguesa”.

“Um dos pontos altos do congresso” foi “a realização de um ‘workshop’ [reuniões de trabalho] que juntou operadores de várias grandes cidades do Interior da China com profissionais de turismo portugueses. Trata-se de uma oportunidade significativa para os dois lados explorarem possibilidades de negócios e tirarem partido da aproximação que Macau proporciona entre operadores chineses e portugueses”, afirmou Alexis Tam.

O encontro, segundo o mesmo responsável, “atraiu operadores turísticos de cerca de meia centena de agências de viagens do Interior da China interessadas em dinamizar o mercado ‘outbound’ e ‘inbound’ [de e para] de Portugal-Europa-China”.

Alexis Tam saudou estes empresários “por se terem deslocado a Macau para o encontro de negócios de hoje com parceiros portugueses”.

Realização dupla

“O acolhimento do Congresso da APAVT em Macau insere-se plenamente no duplo desígnio do Governo Central para o desenvolvimento da nossa Região Administrativa Especial: de por um lado, transformar Macau num centro mundial de turismo e lazer e, por outro, de funcionar como uma plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, reforçou.

Ao nível da dinamização da aproximação entre a China e os países de língua portuguesa, o responsável referiu que as iniciativas têm decorrido sobretudo no âmbito do mecanismo de relacionamento multilateral criado em 2003 com o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, cujo Secretariado Permanente é em Macau e que conta com delegados dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Portugal no coração

“Devido às nossas relações históricas, além do Fórum de Macau, o relacionamento bilateral com Portugal é naturalmente privilegiado e mais próximo, com trocas de visitas regulares e cooperação nas mais diversas áreas. Ainda em Setembro passado tive oportunidade de visitar Portugal para encontros com as autoridades e aprofundamento das relações nas áreas da saúde, educação e cultura”, lembrou, exemplificando “o resultado das boas relações” com “o sucesso da candidatura conjunta do Arquivo de Macau e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal, da colecção denominada “Chapas Sínicas” (Registos Oficiais de Macau durante a Dinastia Qing), inscritas há poucas semanas no Registo da Memória do Mundo da UNESCO”.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura disse ainda que, enquanto destino anfitrião do evento deste ano, “é extremamente gratificante verificar a mobilização que o congresso nacional da APAVT em Macau gerou”, aludindo aos mais de 700 congressistas presentes, 650 dos quais, segundo fonte oficial da APAVT, são portugueses.

Este número de congressistas é “a maior afluência dos últimos 20 anos, tendo ultrapassado todas as expectativas”, disse a mesma fonte à Lusa, o que obrigou pela primeira vez na história da associação a suspender inscrições.

24 Nov 2017

Turismo | Congresso arranca hoje e reúne mais de 700 pessoas

Começa hoje o 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, na Torre de Macau. O evento bate, nesta edição, o recorde de participantes. A organização teve de recusar candidaturas e vai receber mais de 700 agentes ligados ao sector do turismo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) começa hoje, na Torre de Macau, e reunirá mais de 700 congressistas de todas as áreas, para debater o sector.

A reunião anual destes agentes de turismo vai contar, nesta edição, com “mais de 700 congressistas, sendo 650 portugueses”, disse fonte oficial da APAVT à agência Lusa.

“Podemos dizer que é a maior afluência dos últimos 20 anos, tendo ultrapassado todas as expectativas, o que nos obrigou pela primeira vez a suspender inscrições”, acrescentou.

Uma nota da APAVT já referia, anteriormente, que “o sucesso” da iniciativa tinha obrigado “a condicionar a aceitação de novas inscrições à disponibilidade de alojamento que, caso a caso, se consiga obter, facto que acontece pela primeira vez na história deste evento”.

Uma vez mais, sublinha a APAVT, “o congresso deste ano reflecte nos seus painéis a transversalidade desta actividade, voltando a assumir-se como o mais importante fórum do sector turístico nacional”.

Abertura de honra

No primeiro dia de congresso, a abertura oficial tem como oradores a secretária de Estado do Turismo de Portugal, Ana Mendes Godinho, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, e o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.

“Os desafios e a responsabilidade de ser português”, que contará, entre outros, com o ex-presidente da Assembleia da República Jaime Gama e com o politólogo e empresário Jaime Nogueira Pinto, e o ‘workshop’ Portugal – China preencherão o primeiro dia do congresso.

Nos restantes dias, abordar-se-ão, entre outros, temas como “Turismo – a transformação digital no caminho das oportunidades”, “O papel do Turismo na reinvenção do crescimento económico em Portugal” ou “O valor económico da distribuição turística em Portugal”.

Relações de proximidade

A 16 de Fevereiro, quando foi enunciado o evento, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau lembrava que tem vindo a manter uma relação de proximidade histórica com a APAVT, tendo Macau acolhido quatro congressos da associação no passado”, o último em 2008.

“A parceria tem sido crucial no sucesso da atractividade de Macau junto dos operadores e turistas portugueses”, afirmavam então os Serviços de Turismo de Macau.

Nessa altura, eram esperados cerca de 500 profissionais do turismo português, em particular operadores turísticos e agentes de viagens.

A directora da DST, Helena de Senna Fernandes, considerou “uma honra acolher uma vez mais este importante congresso” e destacou a relevância do evento “ao contribuir simultaneamente para a diversificação da indústria turística de Macau, e para o reforço da estratégia de promoção e de crescimento do número de turistas internacionais”.

O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, também citado no comunicado, afirmava que “o anúncio desta decisão constitui uma enorme alegria para todos”, já que revela que a “atmosfera económica e a dinâmica da procura em Portugal” está agora “mais positiva e confiante”, permitindo à associação “voltar a optar por um congresso fora das fronteiras de Portugal”.

“Macau é um destino histórico que, estando em permanente desenvolvimento, reúne todas as condições para cativar o interesse dos nossos operadores turísticos e agentes de viagens, e através deles os clientes nacionais”, acrescentava.

23 Nov 2017

Turismo | Congresso da APAVT arranca na próxima semana

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já no próximo dia 23 que Macau acolhe o 43º congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em parceria com a Direcção dos Serviços de Turismo, que decorre até ao dia 27. O lema desta edição do evento é “Turismo: A Oriente, tudo de novo!”.

Segundo um comunicado oficial, participam este ano cerca de 650 delegados. Haverá ainda lugar a um debate entre Jaime Gama, ex-presidente da Assembleia da República portuguesa e Jaime Nogueira Pinto, politólogo e empresário. Esta conversa será moderada pelo jornalista José Manuel Fernandes.

A lista de oradores de Portugal inclui ainda o antigo ministro da Economia e consultor, Augusto Mateus, empresário e actual administrador da TAP Air Portugal, Diogo Lacerda Machado, académico e empresário, Paulo Amaral, consultor internacional, Jeff Archambault, director-geral para a região da Grande China da Travelport, Ming Foong, entre outros.

Na cerimónia de abertura participam o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, a secretária de Estado do Turismo de Portugal, Ana Mendes Godinho, e o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.

O mesmo comunicado aponta que “as sessões de trabalho do congresso irão debruçar-se sobre temas como Portugal e as relações com o oriente, as oportunidades trazidas para o turismo pela transformação digital, o papel do turismo na reinvenção do crescimento económico em Portugal, entre outros”. Será ainda realizado um workshop e uma bolsa de contactos para “promover oportunidades de negócios em turismo entre o Interior da China e Portugal, tirando partido do papel de Macau como plataforma de relações entre a China e os países de língua portuguesa”.

14 Nov 2017

Xi Jinping revela composição da cúpula do regime

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da China, Xi Jinping, apresentou ontem aos jornalistas os novos membros da cúpula do poder chinês, que o acompanharão durante um segundo mandato, cuja agenda inclui erradicar a pobreza e aumentar a influência internacional do país.
Durante o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi obteve um segundo mandato de cinco anos e viu o seu estatuto elevado para o nível de Mao Zedong e Deng Xiaoping, ao incluir o seu nome e teoria na constituição do partido.
Na prática, a inclusão do “pensamento de Xi Jinping” nas directrizes da organização torna qualquer oposição a este no equivalente a um ataque ao próprio PCC. Xi isola-se assim de disputas entre facções rivais do partido.
Perante centenas de jornalistas chineses e estrangeiros, no Grande Palácio do Povo, Xi Jinping prometeu continuar a reformar o PCC, para que este “continue a ser o motor de progresso e desenvolvimento” da China.
“A História torna bastante claro que o PCC é capaz não só de conduzir uma grande revolução, mas também impor uma grande reforma sobre si mesmo”, afirmou XI. “Como o maior partido político do mundo, o PCC deve agir de acordo com o seu estatuto”.
“Devemos eliminar qualquer vírus que corroa a estrutura do partido”, acrescentou Xi Jinping, cuja campanha anticorrupção puniu já 1,5 milhão de membros do partido, incluindo altas patentes do exército e um antigo membro do Comité Permanente do Politburo.

Objectivos definidos

O Partido Comunista Chinês (PCC) celebra cem anos desde a sua fundação em 2021. Xi Jinping estabeleceu como meta para esse ano a erradicação da pobreza na China
“Devemos ser uma sociedade que é desfrutada por todos nós, no caminho da prosperidade comum, ninguém deve ser deixado para trás”, afirmou o secretário-geral do PCC.
Para além de Xi, apenas o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, renovou o seu mandato de cinco anos como membro do Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China, que é composto por sete membros.
Zhao Leji, que até à data foi chefe do Departamento de Organização do Partido, foi nomeado para dirigir a poderosa Comissão Central de Inspecção e Disciplina do PCC, o órgão máximo anticorrupção do partido.
Xi, filho de um antigo vice-primeiro-ministro, descreveu a sua teoria como central para a China assegurar “uma vitória decisiva na construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos”, até meados deste século.
No núcleo desta visão está o PCC, que mantém controlo absoluto sobre tudo, desde os padrões morais dos chineses à defesa da segurança do país.

Sem sucessão

A nova formação do Politburo inclui membros associados aos antecessores de Xi, Jiang Zemin e Hu Jintao, contrariando a análise de que o actual Presidente chinês iria preencher os cargos mais importantes do regime com homens da sua confiança.
Entre os cinco novos membros, apenas Zhao e Li Zhanshu são vistos como próximos do Presidente.
No entanto, observadores notam que nenhum dos novos membros da cúpula do regime surge em posição para ser sucessor de Xi na liderança do partido.
Para Joseph Fewsmith, um especialista em política chinesa da Universidade de Boston, a ausência de um sucessor óbvio revela as ambições de Xi para além dos dois mandatos.
“Sugere que Xi terá um terceiro mandato e que nomeará o seu próprio sucessor. Isso já não acontecia há 20 anos”, lembrou Fewsmith.

26 Out 2017