Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim, Tóquio e Seul respondem a Trump com aceleração de acordos China, Japão e Coreia do Sul respondem aos ataques da administração norte-americana e colocam em marcha mecanismos para acelerar acordos de comércio livre O Japão, Coreia do Sul e China anunciaram ontem que pretendem reforçar a cooperação e proporcionar um “ambiente previsível” às empresas e “acelerar” as negociações sobre um acordo de comércio livre, que responda às incertezas provocadas pelos EUA. Os ministros da Indústria e do Comércio dos três países realizaram ontem uma reunião de emergência em Seul, destinada a acertar políticas de resposta à aceleração dos aumentos tarifários impostos por Washington – uma reunião tripartida de emergência e a primeira neste formato desde 2020. O ministro sul-coreano da Indústria, Ahn Duk-geun, o seu homólogo japonês, Yoji Muto, e o ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, concordaram em “prosseguir as discussões com vista a acelerar as negociações para um acordo de comércio livre trilateral abrangente” e “justo”, de acordo com uma declaração conjunta. As discussões sobre esse acordo começaram em 2013 e continuaram até 2019, altura em que estagnaram. Foram relançadas em 2024, numa cimeira tripartida especial, que reuniu os líderes dos três países em Seul. Por enquanto, “continuaremos a trabalhar para garantir condições de concorrência equitativas a nível mundial, a fim de promover um ambiente comercial e de investimento previsível, livre, aberto, justo, não discriminatório, transparente e inclusivo”, acrescenta a declaração conjunta. Para os três países, o objectivo é “intensificar gradualmente a sua cooperação”, a fim de “criar um ambiente comercial previsível, estabilizar as cadeias de abastecimento e melhorar a comunicação sobre os controlos das exportações”, insistiu Seul numa declaração separada. De uma forma mais geral, Seul, Pequim e Tóquio concordaram ontem em “trabalhar em estreita colaboração” para promover a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) e incentivar novos membros a aderir à vasta Parceria Económica Regional Abrangente (RCEP), que reúne a China e 14 países asiáticos. Entre eles, a China, o Japão e a Coreia do Sul representam cerca de 20 por cento da população mundial, um quarto da economia mundial e 20 por cento do comércio global. Debaixo de “fogo” A reunião tripartida surge após a imposição por parte da Administração norte-americana de Donald Trump, em meados de Março, de direitos aduaneiros de 25 por cento sobre o aço e o alumínio, poucos dias antes da imposição, a partir de 2 de Abril, de sobretaxas aduaneiras de 25 por cento sobre os automóveis importados para os Estados Unidos. O Japão e a Coreia do Sul representam, respectivamente, 16 por cento e 15 por cento do total das importações de automóveis dos Estados Unidos, um sector importante para as respectivas economias nacionais. A China, por seu lado, enfrenta uma sobretaxa aduaneira total de 20 por cento sobre todas as suas exportações para os Estados Unidos. Há ainda o espectro dos direitos aduaneiros “recíprocos”, que Washington também ameaça impor a partir da próxima semana.
João Santos Filipe Manchete PolíticaComércio | Lao Ngai Leong quer mais veículos vindos de Hong Kong Com o comércio local a perder cada vez mais receitas para o Interior, o membro da Assembleia Popular Nacional por Macau sugere que o território aceite mais viaturas de Hong Kong, para ajudar à recuperação dos negócios as pequenas e médias empresas O membro da Assembleia Popular Nacional por Macau, Lao Ngai Leong, sugere a atribuição de mais quotas para veículos de Hong Kong podere circular em Macau, para compensar as pequenas e médias empresas (PME), pelas perdas das receitas para o Interior. A proposta foi apresentada durante uma sessão para aprender o “espírito das duas sessões”, realizada Associação de Federação e Comercial União de Shun De de Macau, na quarta-feira. Durante a sessão, de acordo com o Jornal do Cidadão, Lao Ngai Leong abordou os problemas do comércio local, provocados pelo consumo cada vez mais frequente dos residentes do outro lado da fronteira. Contudo, Lao destacou que a questão é mais abrangente e que tem vantagens, dado que “também as pequenas e médias empresas começaram a consumir mais no Norte”. Apesar deste cenário, o também empresário espera que os veículos de Guangdong possam circular cada vez mais perto de Macau, para visitarem o território e aumentar o volume de negócios das PME. No entanto, o político avisou a população local da necessidade de ter maior capacidade para aceitar o aumento de tráfego nas estradas de Macau. A sugestão foi apresentada numa altura em que os residentes de Hong Kong tendem a consumir cada vez mais no Interior, em especial em Shenzhen, onde os preços são mais baratos do que na RAEHK ou em Macau. A reconhecer a realidade Em relação às PME dos bairros comunitários, o deputado reconheceu a existência de dificuldades acrescidas, dado que os novos turistas de Zhuhai não ficam, nem compram nessas zonas. Lao Ngai Leong defendeu assim que o Governo tem de criar outras atracções nos bairros e atribuir maior apoios ao comércio local, para atravessar esta fase complicada. Apesar das dificuldades, o empresário defendeu que a economia de Macau está a “recuperar relativamente bem depois da pandemia” e que é a “obrigação de todos os sectores aproveitarem as políticas preferenciais do Governo Central”. O político afirmou igualmente que “as PME devem revitalizar-se e criar novo valor, para serem mais competitivas”. Lao contou ainda que a sua empresa de comida no Interior começou a trabalhar com universidades para criar novos produtos e a seguir as novas tendências de consumo, pedindo ao comércio local que siga este exemplo.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim quer integrar exportadores no mercado interno face a proteccionismo As alterações na estrutura económica mundial, desencadeadas pelas medidas proteccionistas norte-americanas, levam o Governo chinês a intensificar a promoção do consumo interno A China está a estudar medidas para ajudar empresas dependentes das exportações a expandirem-se no mercado interno, numa altura em que procura compensar o impacto das medidas proteccionistas nos Estados Unidos e outros mercados. O Ministério do Comércio chinês está actualmente a explorar as formas mais eficazes de ajudar os exportadores a reorientarem-se para o mercado interno. O ministro Wang Wentao visitou uma empresa de comércio de têxteis em Xangai, este fim de semana, de acordo com Yuyuan Tantian, uma conta na rede social chinesa Weibo afiliada à televisão estatal CCTV. Para os exportadores chineses, uma mudança de foco para o mercado interno traz uma série de desafios, incluindo a adaptação a diferentes preferências dos consumidores, sistemas de pagamento e regimes regulamentares. “Integrar o comércio interno e externo e apoiar as empresas exportadoras na expansão das suas vendas locais será uma estratégia a longo prazo, em vez de uma resposta temporária a choques externos”, lê-se na publicação da Yuyuan Tantian. A medida surge após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter imposto taxas alfandegárias adicionais de 20 por cento sobre todos os produtos chineses. Washington estará também a preparar-se para lançar um regime tarifário recíproco mais amplo no próximo mês. Pequim retaliou com a imposição de taxas alfandegárias sobre uma série de produtos agroalimentares norte-americanos e restringiu a exportação de vários minerais essenciais. Mas a guerra comercial já se faz sentir em toda a economia chinesa. As exportações da China cresceram 2,3 por cento, em termos homólogos, durante os primeiros dois meses de 2025, um abrandamento significativo em comparação com o crescimento de 10,7 por cento registado em Dezembro. Pequim convocou também executivos do Walmart para conversações na semana passada, depois de ter sido noticiado que o gigante retalhista norte-americano pressionou os fornecedores chineses a baixarem os preços, para compensar o impacto do aumento das taxas alfandegárias. Mas as empresas chinesas enfrentam medidas proteccionistas noutros mercados também, incluindo a Europa e países em desenvolvimento. A Indonésia, por exemplo, impôs taxas de até 200 por cento sobre produtos têxteis chineses, a fim de proteger as pequenas e médias empresas do país contra o que considera ser concorrência desleal. Os EUA são também um mercado importante para a indústria têxtil e de vestuário da China. Cerca de 17 por cento das exportações chinesas de têxteis e vestuário foram para aquele país no ano passado, de acordo com a Yuyuan Tantian. Olhar para dentro Para apoiar a transição para as vendas no mercado interno, o Ministério do Comércio planeia organizar uma série de exposições em todo o país para aconselhar os exportadores a adaptarem os seus canais de vendas e as normas dos produtos ao mercado interno. “A expansão das vendas no mercado interno para as empresas de comércio externo não tem a ver com o escoamento das exportações não vendidas – tem a ver com a introdução de produtos de comércio externo de elevada qualidade no mercado interno”, apontou a conta afiliada à CCTV. A estratégia enquadra-se nos esforços crescentes de Pequim para aumentar a procura interna. Na segunda-feira, o governo revelou um vasto plano para estimular o consumo, que abrange desde a redução dos custos dos cuidados infantis até à estabilização dos mercados imobiliário e bolsista. Os sinais de melhoria estão a surgir gradualmente. Os dados divulgados na segunda-feira mostraram que as vendas a retalho na China aumentaram 4 por cento, em termos homólogos, nos primeiros dois meses de 2025, superando as expectativas dos analistas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaComércio | Pedidas mudanças no arrendamento público O legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, Leong Sun Iok, pede ao Governo que apresente alternativas para acabar com as lojas desocupadas durante vários anos e promover a diversificação económica O deputado Leong Sun Iok defende uma nova política de arrendamento dos espaços comerciais geridos pelo Governo nos edifícios de habitação pública. A posição foi tomada através de uma interpelação escrita, para fazer face à redução do número de arrendamentos. Com o objectivo de promover a diversificação da economia, Leong indica a necessidade de aplicar ao arrendamento destes espaços o mesmo tipo de estratégia que foi adoptado no arrendamento dos espaços de restauração do mercado do Patane. Neste espaço, indica o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), a escolha dos inquilinos teve por base critérios como “o plano de negócios, a experiência, qualificações e a diversidade dos produtos” vendidos. Este foi um método que Leong indicou ser mais “flexível” e que traduz uma postura do Governo “mais consciente” da realidade actual. No entanto, o legislador lamenta que nas lojas arrendadas nas habitações públicas a escolha ainda seja feita através de um sorteio entre os candidatos interessados, como determinado pelo Decreto-Lei sobre o Regulamento da Concessão, Arrendamento e Cedência Gratuita de Espaços em Edifícios de Habitação Social para o Exercício de Actividades Comerciais. Este é um documento que deputado considera desactualizado, por estar “em vigor há mais de 30 anos”, pelo que questiona o Executivo sobre a vontade de substituí-lo para “ter em conta factores como o actual ambiente social e a situação do mercado”. A pensar na mudança De acordo com a versão apresentada pelo deputado, em Abril do ano passado havia 12 lojas vagas e algumas sem qualquer inquilino desde Março de 2018. “A falta de regularidade na realização de concursos públicos para as lojas de habitação pública não favorece a revitalização e o funcionamento eficaz dos recursos e dificulta o planeamento antecipado dos residentes de acordo com a procura prevalecente no mercado”, criticou. Por isso, Leong questiona o Governo sobre a possibilidade de criar um mecanismo de atribuição do arrendamento destes espaços a cada três meses ou a cada seis meses, para acabar com as situações em que as lojas ficam vários anos desocupadas. Numa altura em que vários espaços comerciais nos bairros residenciais encerram portas ou enfrentam dificuldades para competir com os preços em Zhuhai, Leong Sun Iok defende que se siga o exemplo de Hong Kong. Na perspectiva do legislador, o Governo devia ponderar criar um novo programa, para jovens empreendedores, com menos de 35 anos, em que não há uma renda fixa, e os arrendatários apenas têm de pagar 20 por cento dos lucros líquidos obtidos com o negócio.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Exportações e importações abrandam As exportações da China aumentaram 2,3 por cento e as importações caíram mais de 8 por cento, em Janeiro e Fevereiro, em termos homólogos, num período marcado pela incerteza em relação às taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos. O excedente da China nas trocas comerciais com o resto do mundo fixou-se nos 170,52 mil milhões de dólares nos primeiros dois meses do ano. As alfândegas da China publicam os dados comerciais para Janeiro e Fevereiro em conjunto, a fim de evitar qualquer distorção decorrente da semana de férias do Ano Novo Lunar, que acontece todos os anos em dias diferentes. “O crescimento das exportações arrefeceu nos primeiros dois meses de 2025, com a antecipação das taxas a dar menos impulso à procura do que tínhamos previsto”, afirmou Julian Evans-Pritchard, da consultora Capital Economics. “Esta desaceleração ocorre antes de qualquer impacto substancial das taxas, o que quase certamente levará a quedas acentuadas nas exportações para os EUA em breve”, disse. O abrandamento das importações sugere que o aumento da procura impulsionado pelas despesas do governo, no final do ano passado, “já se inverteu parcialmente”, indicou Evans-Pritchard. Esta semana, entrou em vigor o segundo de dois aumentos de 10 por cento nas taxas impostas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações da China, o que deverá afectar as exportações chinesas nos próximos meses. Os compradores e os fornecedores chineses apressaram-se a concluir os negócios, visando evitar o impacto das taxas. As autoridades chinesas manifestaram confiança na capacidade de resistência da economia e no facto de o comércio com outros países poder ajudar a compensar as eventuais reduções das exportações para os EUA após a entrada em vigor das taxas. Pequim afirmou ainda que está aberta a conversações com Washington numa base de respeito mútuo. Saltos e quedas No ano passado, as exportações ajudaram a China a atingir a sua meta de crescimento económico de 5 por cento. Pequim voltou a fixar o objectivo em cerca de 5 por cento, apesar das incertezas quanto às perspectivas comerciais para este ano. As exportações para os EUA cresceram 2,3 por cento, em termos homólogos, em Janeiro-Fevereiro, enquanto as exportações para a União Europeia e o Japão cresceram apenas 0,6 por cento e 0,7 por cento, respectivamente. As exportações para a Rússia caíram 10,9 por cento. A Associação das Nações do Sudeste Asiático continuou a ser o maior parceiro comercial da China, com as exportações a crescerem 5,7 por cento, em termos homólogos. “Embora não se deva dar muita importância a alguns meses de dados, a repartição levanta questões sobre como as tendências de exportação podem mudar quando as taxas começarem a afetar os EUA também”, disse Lynn Song, da ING Economics, num relatório. “Com as taxas a entrarem em vigor em Fevereiro e Março, é provável que o impacto se faça sentir gradualmente nos próximos meses”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim adverte que vai retaliar aumento de taxas A China advertiu ontem que vai tomar “todas as medidas necessárias” para defender os seus interesses, em resposta às taxas alfandegárias que os Estados Unidos planeiam implementar a partir de hoje. “A China opõe-se firmemente à decisão dos Estados Unidos de impor mais taxas sob o pretexto de alegadas ameaças à sua segurança”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. “Tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os nossos interesses legítimos”, acrescentou. O porta-voz acusou Washington de “politizar questões económicas e comerciais” e disse que “numa guerra comercial não há vencedores”. “As acções dos EUA minam a cooperação económica normal e prejudicam a sua própria economia e credibilidade internacional”, disse Lin. Pequim também avisou ontem que “tentar desacreditar e confrontar a China não trará qualquer benefício para as relações bilaterais” e instou os EUA a regressar ao “caminho correcto do diálogo e da cooperação com base no respeito mútuo”. “Uma mentira, por mais vezes que seja repetida, nunca se tornará verdade”, concluiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. As tensões comerciais entre as duas potências voltaram a intensificar-se nos últimos dias, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado um novo aumento de 10 por cento das taxas sobre produtos chineses, para além dos 10 por cento já aplicados recentemente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina /EUA | Pequim avisa que coerção não é a melhor forma de lidar com problemas O Governo chinês avisou sexta-feira que pressionar e coagir “não são a melhor forma de lidar com a China”, depois de Washington ter anunciado que vai duplicar para 20 por cento as taxas alfandegárias adicionais colocadas sobre produtos chineses. “A China lamenta e opõe-se a esta decisão e fará tudo o que considerar necessário para defender os seus interesses legítimos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. Lin disse que as taxas unilaterais prejudicam tanto a Organização Mundial do Comércio como as relações comerciais internacionais e insistiu que “não há vencedores nas guerras comerciais”. Considerando o fentanil “um problema interno dos Estados Unidos”, o porta-voz da diplomacia chinesa disse que Washington está a utilizar a sua crise de opioides para “pressionar e coagir” a China, apesar de o país asiático ser “um dos mais duros” na luta contra a droga. O diplomata sublinhou ainda que Pequim tem apoiado os EUA na sua resposta ao problema do fentanil, uma cooperação transnacional com resultados que descreveu como “muito notáveis”. O diplomata instou Washington a voltar a abordar os problemas “através do diálogo e numa base de igualdade” e reiterou que a China está disposta a continuar a cooperar com os EUA para alcançar uma relação “sólida, estável e saudável”. A condenação do Ministério dos Negócios Estrangeiros segue-se à do Ministério do Comércio, que afirmou horas antes que a China tomará “todas as contramedidas necessárias” para “defender os seus direitos e interesses legítimos”. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu na quinta-feira que o seu país iria impor uma taxa adicional de 10 por cento à China, a juntar-se a outra taxa no mesmo valor anunciada anteriormente, com o argumento de que o país asiático não fez esforços suficientes para combater a entrada de fentanil nos EUA.
Hoje Macau SociedadeDSEC | Comércio externo de mercadorias caiu 11,2% em Janeiro Em Janeiro registou-se uma queda anual de 11,2 por cento no valor total do comércio externo de mercadorias, que foi de 11,90 mil milhões de patacas. Em Janeiro do ano passado, esse valor tinha sido de 13,40 mil milhões, apontam dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Além disso, no mês referido, o valor exportado de mercadorias foi de 1,13 mil milhões de patacas, mais 0,3 por cento em termos anuais, enquanto o valor das importações foi de 10,77 mil milhões de patacas, menos 12,2 por cento. Por conseguinte, o défice da balança comercial no primeiro mês do ano foi de 9,64 mil milhões de patacas. Nas estatísticas divulgadas ontem, destaca-se também o crescimento, em termos anuais, de 16 por cento nas exportações para os países que compõem a iniciativa “Faixa e Rota”, no valor global de 26 milhões de patacas, e para a queda de 32,3 por cento no valor das exportações para o Interior da China, no montante de 52 milhões de patacas. O valor global da importação de mercadorias diminuiu 12,2 por cento, em termos anuais.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim espera cooperação comercial durante novo mandato A China disse ontem que espera cooperar com Washington em questões comerciais, após a tomada de posse do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou impor taxas alfandegárias punitivas sobre produtos chineses. “A China está pronta para reforçar o diálogo e a comunicação com os Estados Unidos (e) gerir adequadamente as diferenças”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun. “Esperamos que os Estados Unidos trabalhem com a China para promover conjuntamente o desenvolvimento estável (…) das relações económicas e comerciais sino-americanas”, acrescentou. Embora admitindo a existência de “diferenças e fricções” entre os dois países, Guo Jiakun observou que “os interesses comuns e as possibilidades de cooperação são imensos”. As duas maiores economias do mundo têm mantido relações comerciais tumultuosas nos últimos anos. Durante o seu primeiro mandato, Donald Trump impôs taxas sobre as exportações chinesas, invocando alegadas práticas desleais. O seu sucessor democrata, Joe Biden, manteve a pressão ao limitar drasticamente o acesso da China a semicondutores utilizados na produção de alta tecnologia. Durante a campanha eleitoral, Trump ameaçou impor taxas ainda mais elevadas à China, cujas exportações atingiram um nível recorde no ano passado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeComércio | Negócios continuam aquém das expectativas A quebra do volume das vendas no ano passado levou a Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau a marcar uma reunião para discutir estratégias e ajudar as PME a encararem o novo cenário económico Apesar de o número de entradas e saídas em 2024 ter atingido um novo recorde histórico, com um registo de 210 milhões de entradas e saídas, muitas pequenas e médias empresas (PME) não sentiram os benefícios da maior circulação de pessoas. O cenário foi traçado pelo o vice-presidente da Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau, Lo Wang Chun, num programa da Radio Television Hong Kong (RTHK). Face ao facto de os negócios em áreas de luxo, como a venda relógios, joias, artigos de couro ou equipamento de telecomunicações terem inclusive registado uma perda de 20 por cento entre Janeiro e Setembro de 2024, a Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau realizou um encontro para discutir o problema. Na visão de Lo Wang Chun o menor consumo deve-se ao facto de Macau ter perdido as vantagens comerciais face a outros destinos, como o Japão ou a Tailândia. “O Japão e Tailândia aplicaram medidas de isenção de visto para os turistas da China, enquanto os turistas da China ainda precisam de pedir visto de entrada em Macau. Este aspecto significa que Macau perdeu uma vantagem”, afirmou Lo. “Também temos de ter em conta a taxa de câmbio nestes países. Viajei para a Tailândia e troquei uma pataca por 4,2 Baht, se estivesse a trocar renminbis até recebia mais Baht”, apontou. No programa, foram ouvidos outros comerciantes que se mostraram preocupados por terem registado uma redução nas vendas durante as festividades recentes, em comparação com o que aconteceu no final de 2023. Pensar diferente Lo Wang Chun recusou ainda a ideia de que Macau seja um destino para turistas do Interior com pouco dinheiro: “Eles consumem em Macau, têm vontade e capacidade para pagar três mil patacas para um bilhete de concerto, por isso não acredito que a redução do consumo esteja ligada à falta de poder de compra dos visitantes”, argumentou. Apesar das dificuldades, Lo Wang Chun mostrou confiança de que a recente medida de permissão de entradas múltiplas para os turistas de Zhuhai possa ajudar a indústria. “Esta medida de múltiplas entradas para os residentes de Zhuhai vai permitir que eles sejam como nós, quando nos deslocamos frequentemente para Hong Kong. A cidade de Zhuhai tem uma população de 1,7 milhões de pessoas, não é um número pequeno, por isso devemos pensar em como atrair estes clientes e como fazer com que gastem mais dinheiro”, considerou. Lo Wang Chun apelou ainda às PME para evitarem pessimismos e que adoptem uma nova mentalidade, com novas estratégias de comércio. A título de exemplo, Lo sugeriu uma maior ligação entre as PME e outros fornecedores, para melhor promover os produtos locais, ao mesmo tempo que se deve apostar numa maior diferenciação da oferta para os turistas face às regiões vizinhas de Hong Kong e do Interior.
Hoje Macau PolíticaComércio | China destaca relação forte com Macau O Governo Central afirmou que as relações económicas e comerciais com Macau estão a fortalecer-se, num comunicado divulgado no dia do 25.º aniversário da transferência da administração. O Ministério do Comércio informou que o comércio entre o Interior da China e a RAEM atingiu os 3,84 mil milhões de dólares em 2023, um aumento de mais de quatro vezes em relação a 1999. O comércio de serviços também registou um crescimento, marcado pelo afluxo de turistas da China continental para a região administrativa especial, segundo os dados do ministério do Comércio. Entre 2004 e 2023, Macau recebeu cerca de 310 milhões de visitantes do continente, detalhou. “O aumento do turismo impulsionou os sectores locais do comércio a retalho, da hotelaria e da restauração”, destacou. O Governo Central aumentou, em Julho, a isenção de taxas alfandegárias para os viajantes que entram na China oriundos de Macau, de 5.000 yuan para 12.000 yuan, visando aumentar as despesas na RAEM. Entre Janeiro e Outubro, o Interior atraiu 23,93 mil milhões de dólares em investimento directo de Macau e investiu 14,19 mil milhões de dólares na região. O ministério assegurou que vai continuar a promover a colaboração económica entre o Interior e Macau, a apoiar o rápido desenvolvimento económico da região e a contribuir para a modernização da China, no âmbito da construção da área da Grande Baía.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Congresso vota lei que restringe investimento na China A Reuters noticiou na terça-feira que o Congresso dos EUA deverá votar nos próximos dias uma legislação que restringe os investimentos dos EUA na China, como parte de um projecto de lei para financiar as operações do governo até meados de Março. O projecto de lei alarga as restrições emitidas pelo Departamento do Tesouro dos EUA em Outubro sobre os investimentos dos EUA em inteligência artificial e outros sectores tecnológicos na China que considera uma ameaça à segurança nacional dos EUA. O projecto de lei também exige os chamados estudos de risco de segurança nacional sobre os routers e modems de consumo fabricados na China e análises das compras de bens imobiliários chineses, segundo a Reuters. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, afirmou na quarta-feira que a cooperação económica e comercial entre a China e os Estados Unidos beneficia os dois países e os seus cidadãos. “Exagerar o conceito de segurança nacional e obstruir deliberadamente o intercâmbio económico e comercial normal por razões políticas é contrário aos princípios da economia de mercado, da concorrência leal e do comércio livre, que os EUA afirmam defender. Tais acções também desestabilizam as cadeias industriais e de abastecimento mundiais e não servem os interesses de nenhuma das partes”, afirmou Lin. “A China exorta os políticos norte-americanos relevantes a deixarem de politizar e de transformar em armas as questões económicas e comerciais e a promoverem as condições necessárias para a cooperação económica e comercial entre os dois países”, afirmou o porta-voz. Espaço para a cooperação Embora alguns políticos norte-americanos continuem provavelmente a insistir na adopção de mais medidas repressivas contra as empresas chinesas, existem também áreas em que a China e os EUA podem cooperar, de acordo com Chen Fengying, antigo director do Instituto de Estudos Económicos Mundiais do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China. “Os EUA também se apercebem de que, sem a China, não podem resolver muitas questões globais. Por isso, mesmo que alguns políticos continuem a insistir em mais medidas de repressão contra a China, também haverá áreas em que os EUA querem cooperar com a China”, disse Chen na quarta-feira. A China tem mantido uma abordagem coerente em relação aos EUA, em que o lado chinês permanece aberto ao diálogo e à cooperação, ao mesmo tempo que responde às medidas repressivas dos EUA. Reflectindo esta abordagem, na semana passada, os grupos de trabalho económicos e financeiros da China e dos EUA realizaram reuniões separadas, durante as quais as duas partes trocaram pontos de vista sobre uma vasta gama de questões, incluindo as políticas macroeconómicas. Mas a parte chinesa também manifestou a sua preocupação com as restrições económicas e comerciais impostas pelos EUA. Chen afirmou que, embora seja improvável que a tentativa geral de Washington de conter a China mude em breve, as tácticas sob diferentes administrações dos EUA podem mudar e as áreas de foco para a cooperação podem ser diferentes. “A China irá provavelmente analisar a questão com base nos seus méritos e prosseguir o diálogo e a cooperação sempre que possível, ao mesmo tempo que responderá com firmeza às medidas de repressão dos EUA no domínio da alta tecnologia e noutros domínios”, afirmou. AMEC retirada da lista negra do Pentágono Entretanto, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) retirou a empresa chinesa Advanced Micro-Fabrication Equipment Inc. (AMEC) de sua lista de empresas militares chinesas (EMC), depois que a empresa processou os EUA, informou a Bloomberg na quarta-feira. A retirada da AMEC da lista negra fez com que o preço das acções da empresa no mercado chinês de acções A subisse 1,78% no fecho do mercado. “A medida não só retira a AMEC da designação incorrecta, como também constitui um sinal positivo para outras empresas chinesas que enfrentam as medidas de repressão dos EUA, que podem recorrer a meios legais para defender os seus direitos e interesses legítimos contra as alegações infundadas dos EUA”, afirmou um perito do sector. “Sob o pretexto de proteger a segurança nacional, vários departamentos governamentais dos EUA criaram listas negras de empresas chinesas, embora as acusações contra as empresas chinesas sejam infundadas”, disse Ma Jihua, um veterano observador do sector das telecomunicações. “Influenciados pelo sentimento político actual nos EUA, adicionam arbitrariamente empresas chinesas a várias listas negras, apesar de não poderem apresentar quaisquer provas concretas”, disse Ma na quarta-feira, acrescentando que as empresas chinesas podem tomar medidas legais para proteger os seus próprios direitos e interesses. “O caso da AMEC é um sinal positivo de que existem meios legais para as empresas chinesas defenderem os seus direitos e interesses contra alegações infundadas dos EUA”. Em janeiro de 2024, o DoD dos EUA adicionou a empresa chinesa à sua lista de EMC. Depois de “extensos esforços para se envolver com o DoD a fim de esclarecer os factos e demonstrar que não cumpre nenhum dos critérios de EMC” não terem conseguido alterar a designação do DoD dos EUA, a AMEC anunciou a 16 de Agosto que tinha formalmente apresentado uma acção judicial contra o DoD dos EUA no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia por designar “ilegalmente” a AMEC como uma EMC, disse a empresa num comunicado na altura. Esta é a segunda vez que a AMEC foi adicionada à lista negra do DoD dos EUA e posteriormente removida. Em Janeiro de 2021, a empresa foi designada como EMC, mas após uma petição ao DoD dos EUA com fatos e evidências suficientes, a empresa foi removida com sucesso dessa lista em Junho de 2021, de acordo com a empresa. Para além da AMEC, o Departamento de Defesa dos EUA também retirou outra empresa, a IDG Capital, da sua lista EMC. A inclusão na lista de EMC não implica sanções específicas ou penalidades directas, mas a inclusão na lista pode causar danos à reputação e desencorajar outras empresas a trabalhar com as empresas listadas, de acordo com a Bloomberg.
Hoje Macau China / ÁsiaAntigo chefe da OMC pede “frente unida” de UE e China contra Trump O antigo director-geral da Organização Mundial do Comércio Pascal Lamy pediu à China para procurar um consenso com outras potências comerciais, como a União Europeia, para formar uma “frente unida contra o protecionismo” de Donald Trump. Em entrevista ao jornal de Hong Kong South China Morning Post, o antigo Comissário Europeu do Comércio (1999-2004) afirmou que “o que a China tem de fazer é falar com outras potências comerciais, como a União Europeia, a Índia, o Japão e a Coreia, e procurar uma posição comum”. “Estas potências comerciais do mundo que não são os Estados Unidos podem manter o comércio aberto entre si e decidir o que fazer com os EUA”, afirmou o francês, diretor da OMC entre 2005 e 2013. Durante a campanha que conduziu à vitória eleitoral, Trump prometeu taxas alfandegárias de 60% a 100% sobre bens importados da China, bem como uma taxa geral de 10-20% sobre todos os bens provenientes do estrangeiro. No primeiro mandato na Casa Branca (2017-2021), o republicano iniciou uma guerra comercial contra a China. Lamy, actualmente professor honorário da China-Europe International Business School (CEIBS), disse acreditar que Trump está errado no diagnóstico do impacto do comércio externo na economia do país: “O que está a acontecer é que os EUA consomem demasiado e poupam muito pouco”. “No sistema macroeconómico chinês, com muito pouco consumo e muita poupança, a capacidade de produção excedentária tem de ir para as exportações”, descreveu. “Se temos uma grande capacidade de produção e um consumo interno insuficiente, somos obrigados a internacionalizar-nos para vender no mercado mundial a um preço mais baixo do que no mercado interno. Trata-se de um problema macroeconómico, mas com uma dimensão comercial, que terá inevitavelmente de ser resolvido”, disse. Um dos setores emergentes em que a concorrência feroz a nível interno fez com que os fabricantes chineses procurassem expandir-se para o estrangeiro foi o dos veículos elétricos, agravando as fricções com a UE. Embora Pequim tenha respondido às taxas impostas por Bruxelas com investigações contra a carne de porco e os produtos lácteos importados da UE, Lamy não é favorável à descrição da situação como uma guerra comercial: “Não há nada disso entre os dois. Quem diz isso está a confundir a questão”. Na opinião do especialista, existe apenas uma “diferença de perceção” sobre a extensão dos subsídios chineses ao setor dos elétricos: “A OMC resolverá este desacordo (…) Não merece ser chamado de guerra comercial”. Apesar de a autoridade da OMC ter sido posta em causa nos últimos anos, Lamy considerou que a organização continua a ser relevante, embora reconheça que necessita de reformas mais eficazes. Lamy pediu a Pequim e a Bruxelas que desempenhem um papel de liderança. “As regras da OMC, redigidas há 30 anos, já não estão em conformidade com os tempos atuais (…). Se a UE e a China chegarem a acordo sobre a forma de o atualizar e de abordar melhor a OMC, muitos outros países juntar-se-ão e participarão”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaCarros eléctricos | Ministro do Comércio na Europa para discutir taxas O ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, vai deslocar-se na próxima semana à Europa para discutir as tarifas impostas por Bruxelas sobre veículos eléctricos provenientes da China, após uma investigação aos subsídios concedidos por Pequim aos fabricantes. O porta-voz do ministério, He Yongqian, disse em conferência de imprensa que Wang vai encontrar-se com Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo e comissário de comércio da Comissão Europeia, no dia 19 de Setembro, para discutir a questão. “As informações sobre a visita e o andamento das negociações serão divulgadas oportunamente”, disse o porta-voz. A tensão comercial entre China e União Europeia (UE) tem vindo a aumentar. No mês passado, a China anunciou a abertura de uma investigação sobre os subsídios atribuídos pela UE aos produtores de laticínios. A decisão surgiu um dia após a UE ter fixado a taxa de importação de veículos eléctricos chineses em 36,3 por cento. Bruxelas considera que os preços dos veículos chineses são artificialmente baixos devido a subsídios estatais que distorcem o mercado e prejudicam a competitividade dos fabricantes europeus. Pequim já tinha anunciado, em Janeiro, que estava a investigar uma alegada infração à concorrência envolvendo bebidas espirituosas, como o conhaque, importadas da UE. Em Junho, lançou igualmente um inquérito ‘antidumping’ sobre as importações de carne de porco e de produtos à base de carne de porco provenientes da União Europeia, principalmente produzidos em Espanha, França, Países Baixos e Dinamarca.
Hoje Macau SociedadeComércio | Exportações lusófonas sobem 8,8 % em Julho As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau subiram 8,8 por cento em Julho, em comparação com o mesmo mês de 2023, para 116,1 milhões de patacas, foi ontem anunciado. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a maioria do comércio com os mercados lusófonos veio do Brasil, no valor de 85,5 milhões de patacas, mais 8,8 por cento em termos anuais, sendo composta sobretudo por carne, peixe e marisco. Também o valor da mercadoria comprada por Macau a Portugal cresceu 10,2 por cento para 30,2 milhões de patacas, sendo composta sobretudo por vestuário e acessórios e bebidas alcoólicas. De acordo com dados oficiais, o bloco de países de língua portuguesa comprou a Macau mercadorias no valor de 32.274 patacas em Julho. No mesmo período de 2023, o território não tinha registado quaisquer exportações para os mercados lusófonos. No total dos sete primeiros meses do ano, as exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau caíram 10,6 por cento para 770 milhões de patacas. As exportações de mercadorias por Macau foram de 1,18 milhões de patacas em Julho, uma subida de 18,3 por cento, enquanto o valor importado de mercadorias foi de 10,6 mil milhões de patacas, ou seja, menos 4,3 por cento, em termos anuais, indicou a DSEC. O défice da balança comercial de Macau fixou-se em 9,4 mil milhões de patacas, menos 8,2 por cento relativamente ao mesmo mês de 2023. Em 2023, as exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau atingiram 1,43 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde que a DSEC começou a recolher dados sobre comércio externo, em 1998.
Hoje Macau China / ÁsiaTemu | Centenas de vendedores reclamam à porta dos escritórios Centenas de vendedores da plataforma chinesa de comércio electrónico Temu protestaram ontem em frente à empresa em Cantão, no sudeste da China, contra o que consideram ser a aplicação injusta de multas por problemas pós-venda. Vídeos publicados nas redes sociais chinesas e por órgãos de comunicação locais mostravam alguns dos manifestantes chegaram a entrar nos escritórios da Temu e só saíram depois da intervenção da polícia. O jornal privado Caixin referiu que o primeiro protesto ocorreu a 22 de Julho e que esta segunda-feira ocorreu nova manifestação com maior afluência de pessoas, estimando-se que o número de manifestantes se situe entre 700 e 800. A Temu, plataforma internacional da empresa de comércio electrónico local Pinduoduo, expandiu rapidamente a presença para 75 países, após o lançamento em Setembro de 2022, e compete com rivais chineses como a Shein, a TikTok Shop e o AliExpress, o braço internacional da Alibaba, tornando-se conhecida por oferecer produtos a preços muito baixos. No entanto, os vendedores chineses acusaram a empresa de estabelecer condições muito rigorosas, incluindo as multas acima mencionadas no caso de os clientes se queixarem ou pedirem um reembolso. A Caixin citou um dos manifestantes, um retalhista de vestuário, que afirmou que as multas da Temu e os fundos reservados para os litígios pós-venda ascendem a cerca de 35 por cento das suas vendas totais: “A margem de lucro bruta que a Temu nos dá com os seus preços é entre 10 por cento e 20 por cento, por isso, depois das multas, ‘sangramos’”. Outro comerciante, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, afirmou que a Temu o multou em três milhões de yuans, no ano passado, retirando-lhe quase todos os lucros. Um vendedor de telemóveis na cidade de Shenzhen, no sudeste do país, afirmou ter perdido cerca de 80.000 dólares para a Temu devido às multas e também à política da empresa de deixar os clientes ficarem com os produtos quando há um litígio, em vez de os devolverem, afirmando que a empresa impõe penalizações até cinco vezes o preço cobrado. Temus muita pena “Os comerciantes recusaram-se a resolver os litígios através das vias legais e de mediação previstas nos contratos. A situação é estável e a empresa está a trabalhar activamente com os comerciantes para encontrar uma solução”, declarou a empresa, num comunicado citado pelo jornal de Hong Kong. No entanto, há comerciantes que colocaram o caso nas mãos de advogados para protestar através do regulador do mercado, de acordo com a Caixin. A Temu está a ser alvo de escrutínio por parte das autoridades da UE e dos Estados Unidos, que estão a ponderar impor taxas alfandegárias a estas plataformas chinesas que vendem a preços baixos. A plataforma de comércio electrónico registou vendas de 20 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano, ultrapassando os 18 mil milhões no ano passado, noticiou a imprensa local.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Comércio entre países lusófonos e Macau caiu 13,1% O comércio externo de mercadorias entre os países lusófonos e Macau caiu 13,1 por cento no primeiro semestre do ano, em comparação com igual período de 2023. Nos primeiros seis meses do ano, as importações e exportações entre os países de língua portuguesa e Macau foram de 656,4 milhões de patacas, contra 755 milhões de patacas no primeiro semestre de 2023, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O Brasil e Portugal foram os países de língua portuguesa com os valores mais elevados no comércio externo de mercadorias com a RAEM, no período em análise, com um total de 494,3 milhões de patacas e de 159 milhões de patacas, respectivamente. O Brasil exportou mercadorias no valor de 494,1 milhões de patacas para Macau, nos primeiros seis meses deste ano, e importou 200 mil patacas m mercadorias. Portugal exportou mercadorias no valor de 156,8 milhões de patacas e importou 2,1 milhões de patacas de Macau, no primeiro semestre de 2024.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesCláusula de restrição ao comércio Hoje em dia, a cláusula de restrição ao comércio, CRC, faz frequentemente parte dos contratos de trabalho e abrange várias indústrias. Habitualmente, este tipo de cláusula estipula que os trabalhadores não podem ser contratados por empresas do mesmo ramo depois de se despedirem, ou que não podem contactar os clientes dessa empresa se voltarem a trabalhar com outra do mesmo sector de actividade. O objectivo da CRC é proteger os interesses comerciais dos empregadores e impedir que os empregados possam vir a competir com eles depois de deixarem o posto de trabalho. No entanto, também restringe inevitavelmente a liberdade de procura de emprego e a competitividade do mercado de trabalho. Que interesses comerciais é que o empregador precisa de proteger? Porque é que os trabalhadores ainda têm de ficar sujeitos a restrições depois de deixarem os seus empregos? Estas questões tornaram o CRC altamente controverso. Recentemente, a United States International Trade Commission (FTC) anunciou que fará grandes ajustes no CRC. Esta posição da FTC, enquanto agência independente do Governo dos EUA que aplica as leis anti-trust e promove a protecção do consumidor, terá sem dúvida um profundo impacto no mercado de trabalho americano. No passado dia 23 de Abril, os Estados Unidos aprovaram uma nova lei que estipula que os contratos de trabalho não podem ter a cláusula de restrição, incluindo aqueles que entraram em vigor antes da nova lei. A única excepção aplica-se aos que estabelecem um salário anual superior a 151.164 dólares. Obviamente, são os altos executivos das empresas que recebem salários desta ordem de valor. A nova lei garante a vitalidade e a competitividade do mercado de trabalho e ao mesmo tempo assegura protecção adicional aos interesses empresariais, tendo em conta as informações empresariais confidenciais a que os executivos têm acesso devido ao seu estatuto especial. Existem cláusulas restritivas semelhantes no Código Comercial de Macau, mas apontam em direcções significativamente diferentes. A nova lei americana de revisão à CRC define o âmbito de aplicação da cláusula através de um limiar salarial anual, enquanto o Código Comercial de Macau se centra mais em restrições específicas à categoria de «gestor». Os Artigos 64 e 77 do Código Comercial de Macau dividem simplesmente os trabalhadores de uma empresa em duas categorias, “gestores’ e ‘pessoal auxiliar’. O Artigo 71, parágrafo 1, estipula que, sem o consentimento explícito de quem o nomeia, um ‘gestor’ não pode, enquanto exerce o seu cargo, trabalhar no mesmo ramo de actividade quer seja em negócio próprio, quer seja para terceiros. No entanto, o Código Comercial de Macau não contém restrições em relação ao “pessoal auxiliar”. O disposto no artigo 71, parágrafo 1, destina-se obviamente a proteger os interesses do empregador e impedir os ‘gestores’ de administrarem negócios semelhantes de forma a evitar conflitos de interesses. É importante salientar que embora o Código Comercial de Macau estabeleça cláusulas de anti-concorrência para os ‘gestores’ em funções, não regula esta questão após o termo do vínculo contratual. Por isso, em Macau, se os empregadores quiserem ver os seus negócios mais protegidos, podem considerar combinar a CRC dos EUA com o Artigo 71, parágrafo 1, para regular a atitude que os colaboradores em causa podem ter após cessar o seu contrato de trabalho. Que interesses do empregador podem ser protegidos pela combinação da CRC americana com o Artigo 71 do Código Comercial de Macau? Tomemos a empresa Coca-Cola como exemplo. Assumindo que os trabalhadores tinham ficado a saber o segredo da fórmula desta bebida enquanto estavam ao serviço da empresa, o Artigo 71, parágrafo 1, do Código Comercial de Macau estipula que os colaboradores estão proibidos de ter negócios próprios ou por conta de outrem dentro do mesmo ramo de actividade enquanto o seu contrato de trabalho está em vigor, para impedir conflitos de interesses. Quando esse contrato chega ao fim, a CRC americana pode alargar essa restrição impedindo que venham a trabalhar para outras empresas do mesmo sector, protegendo assim na totalidade os interesses da empresa Coca-Cola. Combinar a CRC americana com o Artigo 71 do Código Comercial de Macau pode ainda vir a ajudar mais as empresas a lidar com a possibilidade da perda de clientes depois da saída dos trabalhadores. Porque enquanto exercem os seus cargos, os colaboradores constroem relações próximas com os clientes, o que lhes permite levar com eles parte da clientela habitual quando saem das empresas. De forma a impedir que isto aconteça, as empresas podem introduzir as cláusulas de restrição nos contratos de trabalho, impedindo os empregados de exercerem actividades comerciais dentro do mesmo ramo, no espaço de um determinado período de tempo após a sua saída da empresa, ou proibindo os antigos empregados de usar para o seu interesse pessoal a base de contactos do antigo empregador para evitar que as empresas percam clientes. No entanto, a CRC não é perfeita. Embora possa conferir aos empregadores um certo grau de protecção, não pode proibir os clientes de terminarem a sua relação com a empresa e passarem a ter uma relação comercial com aquela onde passaram a trabalhar os antigos colaboradores. Caso isso aconteça, a empresa perderá alguns clientes. A CRC é uma provisão altamente controversa. Se não for obtido um equilíbrio, o empregador tem muitas possibilidades de vir a beneficiar. Por conseguinte, as restrições impostas aos antigos colaboradores devem ser razoáveis e não devem ser exercidas por muito tempo. Em qualquer caso, se a cláusula de restrição constar do contrato de trabalho apesar de todas as polémicas os trabalhadores têm de a aceitar, e será inevitável que quando o vínculo com a empresa chega ao fim venha a haver conflitos e processos legais caso aconteça a quebra dessas cláusulas. Portanto, a forma mais razoável de agir é procurar um equilíbrio entre os interesses dos empregadores e dos empregados. Os contratos de trabalho que têm cláusula de restrição, deverão ter disposições adicionais que compensem os empregados. Ou seja, a introdução da CRC não protege apenas os interesses da empresa, mas também limita o âmbito das actividades em que os antigos colaboradores se podem envolver após deixarem o emprego, por isso merecem ser compensados pelos seus antigos patrões .Por exemplo, se houver cláusulas de restrição no contrato de trabalho, significa que o trabalhador não pode trabalhar no mesmo sector nem contactar os clientes do antigo empregador nos seis meses que se seguem à sua saída. Então, o antigo patrão deve pagar uma soma adicional equivalente a seis meses de salário, na qualidade de compensação; ou então pagar-lhe uma quantia previamente foi acordada com o empregado. Neste sentido, tanto o empregador como o trabalhador podem ficar satisfeitos e sentir que o resultado final foi justo. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau SociedadeAngola | Empresários de CPLP, Macau e China procuram negócios Angola vai acolher, este mês, um encontro que junta empresários da comunidade lusófona, da China e de Macau, para identificar oportunidades de negócios, anunciou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA). Segundo a agência noticiosa angolana, Angop, o evento, anunciado por Vicente Soares, em conferência de imprensa, vai decorrer entre os dias 24 e 26 deste mês, durante a Feira Internacional de Luanda (Filda). O 15.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a China prevê a participação de 300 pessoas, das quais 230 angolanos e 90 provenientes da China e de Macau. Vicente Soares referiu que o encontro tem como objectivo encontrar oportunidades de negócios com investidores chineses e de países da CPLP. Segundo o responsável, além de Portugal e do Brasil, é importante que empresas de outros Estados-membros da CPLP tenham acesso aos financiamentos. Pela terceira vez, Angola vai acolher o encontro que se realiza desde 2005, de forma rotativa e com periodicidade anual, nos países da comunidade lusófona. O projecto para a negociação e cooperação entre empresários enquadra-se no Protocolo de Cooperação entre Organismos de Promoção Comercial, Câmaras de Comércio da China Continental, dos diversos países de língua portuguesa e de Macau, assinado em 2003.
João Santos Filipe Manchete PolíticaPonte HKZM | Cobrança de 500 patacas para sorteio gera polémica Vong Vai Tin, membro do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas, considera que a cobrança é inútil, dado que não afasta as pessoas de concorrerem a quotas que não utilizam O membro do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas, Vong Vai Tin, criticou a opção do Governo de cobrar 500 patacas aos participantes do sorteio de atribuição de novas quotas para circular na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. A crítica foi feita na terça-feira, através de uma intervenção antes da ordem do dia na reunião do conselho, e citada pelo Jornal Ou Mun. Na perspectiva de Vong Vai Tin, o montante não é significativo para impedir que as pessoas se candidatem às novas 2.500 quotas disponíveis, pelo que não funciona como um mecanismo de triagem. O conselheiro considera igualmente que nestas condições a utilidade de impor mais um pagamento aos candidatos, mesmo para quem não consegue obter uma quota, é praticamente nula. Por outro lado, o conselheiro indica existir uma dualidade de critérios, dado que as pessoas que estão inscritas no programa para circular de carro na província de Cantão não têm de fazer qualquer pagamento: “Porque é que temos uma cobrança de 500 patacas nesta fase?”, questiona Vong. “No caso do programa para circular na província de Cantão, não há qualquer pagamento. Por isso, como é que as autoridades explicam esta cobrança? Qual é a intenção?”, interrogou. Pouca utilização Na intervenção, Vong Vai Tin abordou igualmente a situação da maioria dos condutores com quotas para circular para Hong Kong. Segundo as declarações do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, entre as 7.000 quotas disponibilizadas, apenas cerca de 350 são utilizadas com frequência. O conselheiro reconhece que é um problema ter pessoas a pedir quotas que não utilizam. Mas pede mais medidas, além do pagamento de uma taxa de 500 patacas no sorteio. “Como detectaram que existem muitas pessoas que pediram quotas mas raramente as utilizam, será que vão tomar medidas para evitar este desperdício?”, perguntou Vong. Também para promover uma maior utilização do serviço, em vez de exigir o pagamento de uma taxa de 500 patacas para participar no sorteio, o conselheiro considera que deveria ser adoptado um sistema de pontos. Assim, cada passagem da ponte iria gerar um determinado número de pontos. Se os condutores não alcançassem uma pontuação mínima ao longo de um certo período de tempo perderiam a quota ou teriam de pagar uma penalização. Recentemente, o Chefe do Executivo aprovou a emissão de mais 2.500 quotas para viajar entre Macau e Hong Kong, através da ponte. Entre estas quotas, 2.000 vão ser destinadas a veículos privados, enquanto 500 têm fins comerciais.
Hoje Macau SociedadeExportações lusófonas para a China atingem novo recorde em 2023 As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para a China atingiram 147,5 mil milhões de dólares no ano passado, num novo recorde histórico, de acordo com dados oficiais. Este é o valor mais elevado desde que o Fórum Permanente para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau) começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013. As exportações aumentaram 6,2 por cento em comparação com 2022, sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas subiram 11,9 por cento, para 122,4 mil milhões de dólares, um novo máximo histórico. Pelo contrário, as exportações de Angola caíram 18,7 por cento para 18,9 mil milhões de dólares, e as vendas de mercadorias de Portugal para a China decresceram 4,1 por cento para 2,91 mil milhões de dólares. A maioria dos países de língua portuguesa exportou menos para o mercado chinês, incluindo a Guiné Equatorial (menos 9,4 por cento), Timor-Leste (menos 48,7 por cento), São Tomé e Príncipe (menos 53,8 por cento) e Guiné-Bissau (menos 40,2 por cento). Cenários distintos Além do Brasil, só Moçambique e Cabo Verde conseguiram vender mais à China. As exportações moçambicanas aumentaram 33,9 por cento para 1,79 mil milhões de dólares, também um novo recorde máximo, enquanto as vendas cabo-verdianas mais que triplicaram, embora apenas para um valor de 72 mil dólares. Na direcção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 73,4 mil milhões de dólares da China, menos 3,5 por cento do que em 2022. O Brasil foi o maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, com importações a atingirem 59,1 mil milhões de dólares, seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 5,79 mil milhões de dólares. Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 220,9 mil milhões de dólares em 2023, mais 2,8 por cento do que no ano anterior. A China registou um défice comercial de 74,1 mil milhões de dólares com o bloco lusófono no ano passado, também um novo recorde histórico.
Hoje Macau SociedadeComércio | Exportações lusófonas para Macau sobem 37,2% As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau subiram 37,2 por cento nos primeiros 11 meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022, indicaram dados oficiais ontem divulgados. O valor exportado pelos países lusófonos para o território fixou-se em 1,32 mil milhões de patacas entre Janeiro e Novembro, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau. A maioria foi proveniente do Brasil, no valor de 1,03 mil milhões de patacas, sendo composta sobretudo por carne, peixe e marisco. Macau comprou ainda a Portugal mercadoria no valor de 277,6 milhões de patacas, nomeadamente vestuário e acessórios, carne, peixe e marisco, bebidas alcoólicas e produtos farmacêuticos. De acordo com os dados oficiais, nos primeiros 11 meses do ano, o bloco de países de língua portuguesa comprou a Macau mercadorias no valor de 664 mil patacas, menos 57,8 por cento do que em igual período de 2022. As exportações de mercadorias por Macau entre janeiro e novembro foram de 12,25 mil milhões de patacas, menos 3,5 por cento, comparativamente ao mesmo período do ano passado, enquanto o valor importado de mercadorias foi de 129,7 mil milhões de patacas, ou seja, mais 1,4 por cento, em termos anuais, indicou a DSEC. O défice da balança comercial de Macau nos primeiros 11 meses deste ano fixou-se em 117,5 mil milhões de patacas, mais 1,9 por cento relativamente a igual período de 2022.
João Santos Filipe PolíticaExportadores com perspectivas muito negativas sobre o futuro O sector industrial exportador de Macau está pessimista para os próximos seis meses e espera “uma forte diminuição” no que diz respeito às exportações. Os dados, relativos a Outubro, fazem parte dos resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador, publicado pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), que tem a particularidade de não indicar os dados da amostra, ao contrário das práticas recomendadas. De acordo com os resultados do inquérito, 51,6 por cento dos inquiridos indicaram esperar uma forte diminuição das exportações nos próximos seis meses, enquanto 45,2 espera um ligeiro aumento. A estes, juntam-se 2,0 por cento que espera um “forte aumento” e 1,2 por cento que acredita que a situação actual se vai manter. Quando a análise da confiança é feita por sector, no que diz respeito ao vestuário e confecções, todos os inquiridos admitiram esperar uma forte diminuição das exportações. O cenário é semelhante nos exportadores de equipamentos eléctricos/electrónicos, com 95,7 por cento dos inquiridos a confessarem prever que nos próximos seis meses haja uma forte diminuição das exportações. No entanto, os restantes 4,3 por cento indicaram acreditar que a situação se vai manter. O sector classificado como “outros produtos não têxteis” é onde reside a maior confiança dos inquiridos. Entre os interpelados, 93,1 por cento afirmou que espera um aumento ligeiro, enquanto 6,2 por cento espera um forte aumento das exportações. Há ainda 0,7 por cento que espera que a situação actual se mantenha. Na exportação de produtos farmacêuticos 97,9 por cento indicou acreditar que as exportações vão subir ligeiramente nos próximos seis meses, enquanto 2,1 acredita que vai haver um forte aumento. Encomendas preocupam Quando questionados sobre os principais problemas das actividades exportadoras em Macau, o “insuficiente volume de encomendas” é apontado como o grande desafio por 75,7 por cento das “empresas exportadoras”. Entre as inquiridas, 58 por cento apontaram dificuldades em competir com os preços do estrangeiro e 29 por cento referiram que têm dificuldades para contratar trabalhadores. No que diz respeito à carteira de encomendas, o sector do vestuário e confecções é o que está em melhor situação, com trabalho para 5,3 meses, um aumento de 3,3 meses face à situação de Julho. Os restantes sectores declaram ter encomendas para 2,5 meses. Em relação aos destinos das exportações, foi no Interior que se registou um maior aumento, com um crescimento de 22,1 por cento, seguido pelos Estados Unidos, onde houve um crescimento de 4,1 por cento. No pólo oposto, os outros países da região Ásia Pacífico, que excluem o Japão, tiveram uma redução das exportações de Macau de 21,6 por cento, com o mesmo a acontecer na União Europeia, em que a redução foi de 2,7 por cento.
Hoje Macau SociedadeLusofonia | Exportações para Macau sobem 43,5% até Outubro As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para Macau subiram 43,5 por cento entre Janeiro e Outubro, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo dados oficiais divulgados ontem. Os países lusófonos exportaram mercadorias no valor de 1,2 mil milhões de patacas, de acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Já o valor exportado por Macau para os países de língua portuguesa nos primeiros dez meses do ano foi de 662 mil patacas, registando um decréscimo de 57,7 por cento. O montante total do comércio externo de mercadorias entre Janeiro e Outubro de 2023 em Macau correspondeu a 128,24 mil milhões de patacas e cresceu 1,6 por cento, face aos 126,22 mil milhões de patacas registados em idêntico período de 2022. A DSEC adiantou ainda que o défice da balança comercial em Outubro foi de 10,4 mil milhões de patacas.