Covid-19 | Estudo indica que Governo ignorou preocupações da população

Durante a pandemia, a campanha do Executivo sobre vacinação no Facebook focou riscos da infecção, eficácia da inoculação e facilidade de acesso. Contudo, os utilizadores de Macau estavam mais preocupados com a segurança da vacina e os riscos da distribuição

 

A campanha do Governo de promoção da vacinação contra a covid-19 no Facebook esteve desalinhada das principais preocupações dos utilizadores locais da rede social. A conclusão sobre a falta de eficácia das mensagens das autoridades consta de um estudo elaborado por académicos das universidades de Zhaoqing e Macau, com o título “Colaboração entre o Governo e as Organizações Não Governamentais (ONG) na promoção da vacina contra a COVID-19 em Macau: Estudo de caso nas redes sociais”.

Através da análise a 24.089 publicações na rede social Facebook, publicadas entre Janeiro de 2020 e Agosto de 2022, os académicos Xian Xuechang, Rostam Neuwirth e Angela Chang tentaram perceber quais os principais assuntos ligados às vacinas comentados pelos utilizadores, e se havia uma correspondência com a campanha de divulgação promovida pelo Governo.

Segundo as conclusões, na maior parte do tempo a mensagem do Executivo esteve desalinhada das preocupações e receios da população. “As prioridades da agenda diferiram entre o Governo e os utilizadores regulares. O governo concentrou-se principalmente nos riscos da COVID-19 e na eficácia das vacinas, enquanto os utilizadores regulares estavam mais preocupados com a segurança e a distribuição das vacinas”, foi indicado. “O Governo de Macau desempenhou um papel ao promover a importância das vacinas, a confiança nos peritos e a acessibilidade económica das vacinas, mas o seu impacto ao contribuir para os temas mais comentados pelos utilizadores regulares na rede social permaneceu insignificante”, foi acrescentado.

Mudar de atitude

Face a esta conclusão, os investigadores consideraram que é “crucial” que o Governo ultrapasse o fosso entre a sua mensagem e as preocupações da população, para responder a futuras crises de segurança pública, de forma mais eficaz. “Os decisores políticos devem esforçar-se por alinhar as mensagens do Governo com as preocupações do público, abordando questões que são proeminentes no discurso público”, foi indicado.

“A possibilidade de ouvir as redes sociais é uma ferramenta valiosa para compreender as preocupações de saúde pública. Ao monitorizar o discurso público através da observação dos meios de comunicação social, os decisores políticos podem desenvolver mensagens direccionadas e estratégias de comunicação que respondam eficazmente às preocupações do público e forneçam informações precisas para dissipar ideias erradas”, foi frisado.

Nas conclusões do trabalho académico é também recomendado ao Executivo que reforce parecerias com organizações civis e que inclusive recorra a influencers e outras ferramentas de comunicação alternativas.

“A colaboração com meios de comunicação influentes, incluindo os meios de comunicação profissionais e também alternativos, oferece um meio poderoso para facilitar a política de vacinação e melhorar a saúde pública”, foi indicado. “Os governos podem utilizar o vasto alcance e o poder de persuasão dos meios de comunicação social para envolver activamente e informar o público sobre questões específicas que devem receber atenção prioritária”, foi acrescentado.

3 Abr 2024

China/Covid-19 | Mortes e hospitalizações mantêm “tendência descendente”

O Centro de Controlo de Doenças da China (CDC) disse ontem que o número de mortes e hospitalizações devido à covid-19 mantém uma “tendência descendente”, depois de um pico no país, nas últimas semanas.

O número de mortes diárias nos hospitais baixou desde o pico, de 4.273, em 04 de Janeiro, para 434, em 30 de Janeiro, um número que representa uma diminuição de 89,9 por cento, referiu o CDC.

O número de internamentos hospitalares devido à doença atingiu o pico de 1,6 milhão em 05 de Janeiro, quando começou a cair, até chegar aos 144 mil, registados em 30 de Janeiro, uma queda de 91,1 por cento, acrescentou.

O número de pessoas hospitalizadas com sintomas graves atingiu o pico de 128 mil, também em 05 de Janeiro, tendo depois caído para 14 mil, no final do mês passado. O CDC assegurou ainda que “não foram detectadas novas variantes do vírus”.

Especialistas chineses e internacionais alertaram que as férias do Ano Novo Lunar, este ano entre 21 e 27 de Janeiro, podiam causar uma nova onda de infeções e pressão hospitalar nas zonas rurais, com recursos de saúde escassos, devido ao elevado número de deslocamentos.

3 Fev 2023

Covid-19 | Mais três mortes associadas à doença

O número de casos de covid-19 não pára de aumentar em Macau. Esta segunda-feira, foram detectadas mais 90 infecções e três novas mortes, número apenas ligeiramente abaixo das cinco mortes registadas em toda a China. Os óbitos em Macau dizem respeito a três idosos com um historial de doenças crónicas, um deles sem estar vacinado

 

Com o relaxamento das medidas de combate à covid-19, o número de casos tem aumentado nos últimos dias. Esta segunda-feira, o Centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus deu conta de mais 90 casos, tendo os doentes sido encaminhados para isolamento e tratamento médico.

Destaque para o registo de três novas mortes de idosos associadas à covid-19, com as vitimas, um homem e duas mulheres, a registarem idades compreendidas entre os 60 e 94 anos. Este número é pouco inferior às cinco mortes já contabilizadas em toda a China. As primeiras duas mortes desde o começo da pandemia foram registadas na segunda-feira, enquanto ontem se somaram mais três óbitos, todos em Pequim.

No caso de Macau, os idosos tinham já um historial de doenças crónicas, sendo que dois deles estavam vacinados, com duas e três doses da vacina, enquanto um outro não possuía qualquer dose da vacina.

Entretanto, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) decidiram suspender, a partir de hoje, todas as visitas aos doentes no serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário até uma nova notificação.

Segundo uma nota de imprensa, “qualquer caso especial será tratado de acordo com as necessidades reais”, sendo que as visitas só serão autorizadas mediante “nova notificação”.

Com marcação

Uma outra nota informativa do Centro dá conta da emissão de novas recomendações, da parte dos SSM, para as instituições médicas, as quais “devem prestar atendimento aos indivíduos infectados ou suspeitos de terem contraído covid-19 e que tenham necessidades médicas urgentes ou de assistência médica”.

Assim, “as instituições médicas devem tomar as providências para encurtar o tempo de permanência dos doentes nas instituições”, devendo os doentes fazerem uma marcação, o mais previamente possível, da consulta.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, as autoridades de saúde chinesas explicaram que há limitações na metodologia dos testes rápidos, o que faz com que apareçam, nos primeiros dias de infecção, resultados como “falso negativo” ou “falso positivo”, sem que haja sintomas. No entanto, uma vez que, nos primeiros dias, é difícil detectar a presença do vírus SARS-Cov-2, as autoridades apontam que os primeiros sintomas podem começar a aparecer cerca de cinco dias após a infecção, sendo recomendada a testagem com testes rápidos.

A Comissão Nacional de Saúde da China defende que a prioridade máxima, neste momento, é que cada pessoa tenha acesso a tratamento, sendo necessária a expansão de serviços médicos e equipamentos em diversas plataformas junto da comunidade.

21 Dez 2022