Violinista Carlos Damas destaca “grande interesse” da China pela música clássica

[dropcap]O[/dropcap]violinista português Carlos Damas destacou o “grande interesse” do público chinês pela música clássica ocidental, após uma digressão com o pianista Artur Pizarro e o violoncelista Bruno Borralhinho, que incluiu Pequim e Xangai.

“É uma área que está em perfeita evolução na China”, descreveu o violinista à agência Lusa.
Nascido em 1973, em Coimbra, Carlos Damas já tocou “várias vezes” no país asiático, mas esta semana foi acompanhado por Pizarro e Borralhinho, em dois espectáculos organizados pela embaixada portuguesa em Pequim, e inseridos no ano de Portugal na China.

O trio tocou um reportório composto por obras dos compositores Franz Schubert, Felix Mendelsshon e Pyotr Tchaikovsky.

“Há um grande interesse na China pela música clássica e o mercado está a crescer imenso: há orquestras a surgir como cogumelos e conservatórios e escolas por todo o lado, com excelentes condições”, notou Damas.

O violinista português, que já viveu em Macau, lembrou ainda que é comum as famílias chinesas porem os filhos a aprender um instrumento ocidental. “É uma questão social”, disse.

Questionado sobre a alegada falta de criatividade dos músicos chineses, Carlos Damas concordou que, “no geral, são bastante mais técnicos do que musicais”, mas “é óbvio que há também alguns músicos com enorme criatividade e musicalidade”. “Há de tudo na China: é um país enorme”, realçou.

Outros eventos culturais vão realizar-se ao longo deste ano, incluindo festivais de cinema, literatura, teatro ou música, em paralelo com o ano da China em Portugal, num programa pensado pelos dois governos.

“A cultura é um instrumento fundamental para aproximar os povos, dialogar e criar emoções conjuntas”, sublinhou o embaixador português em Pequim, José Augusto Duarte.

“Este será um ano que reforçará em muito a visibilidade do grande talento dos portugueses junto da opinião publica chinesa”, afirmou.

25 Mar 2019

Concertos | Trio do violinista Carlos Damas actua na China

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]violinista Carlos Damas apresenta-se em trio, com o violoncelista Bruno Borralhinho e o pianista Artur Pizarro, em Março do próximo ano, na China, disse o músico à agência Lusa.
O convite partiu do actual embaixador de Portugal em Pequim, José Augusto Duarte, durante a digressão que Carlos Damas realizou, em Abril passado, por sete salas chinesas, disse o violinista. “O programa dos concertos incluirá o Nocturno, de Schubert para trio com piano, o trio opus 49, de Mendelssohn, e de Tchaikovsky o trio opus 50, que são as obras mais exigentes para a formação de trio”, afirmou à Lusa Carlos Damas.
O primeiro concerto, no dia 21 de Março, é em Pequim, no auditório Taihu, do Teatro Nacional, e no dia 24 o trio actua em Xangai, no Centro de Arte Oriental.
Carlos Damas, de 11 a 21 de Abril último, com o pianista espanhol Rubén Lorenzo, realizou uma digressão por sete palcos chineses. O violinista português estreou-se como solista na China em 1997, onde voltou com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, da qual faz parte, de 29 de Dezembro de 2009 e 6 de Janeiro do ano seguinte.
Nascido em 1973, em Coimbra, onde iniciou os estudos musicais, Carlos Damas faz parte da Orquestra Metropolitana de Lisboa e, paralelamente, prossegue uma carreira como solista, com dez álbuns já editados, o mais recente, em 2016, com obras para violino de Jean Sibelius.
Os concertos do trio, constituído por Carlos Damas, Bruno Borralhinho e Artur Pizarro, fazem parte das celebrações do 40.º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre Lisboa e Pequim.

27 Ago 2018

Carlos Damas faz digressão na China com um pé em Macau

[dropcap style =’circle’] É [/dropcap] uma digressão feita de estreias: não só será a primeira vez do violinista português Carlos Damas na China, como será também a primeira vez que os chineses poderão conhecer melhor o trabalho do compositor António Fragoso, falecido há 100 anos. A digressão de Damas na China decorre entre os dias 13 e 23 de Abril, estando previstos concertos nas cidades de Dalian, Jilin, Dongguan e Pequim, entre outras.

 

Em declarações ao HM, o músico, que viveu em Macau entre 1995 e 2000, falou do que o público chinês poderá esperar dos concertos desta tournée.

 

“Toquei pela primeira vez na China no ano de 1997, tive o privilégio de ser o único ocidental a actuar como solista no Festival de Artes da República Popular da China. Lembro-me que na altura o público parecia não saber como reagir ou agir perante uma performance musical, passaram-se bastantes anos e espero vir a ter nesta tournée um público mais participativo e vibrante.”

 

Sem concertos agendados, para já, em Macau, o violinista espera vir ao território no próximo ano. “Curiosamente recebi há cerca de um mês um contacto do Instituto Cultural de Macau, que me pediu para enviar uma proposta para o Festival internacional de Música de Macau de 2019, espero realmente poder voltar a tocar em Macau em 2019”, adiantou ao HM.

 

A homenagem a Fragoso

 

António Fragoso entrou na vida de Carlos Damas apenas em 2010. “Os descendentes do compositor ofereceram-me as partituras das obras para violino. Adorei a música e um ano depois estava a gravar essas obras para uma editora Holandesa. Essa gravação foi muito apreciada pela crítica internacional.”

 

A homenagem que será feita na China aconteceu um pouco por acaso. “Os concertos que vou realizar não foram programados para serem dedicados a António Fragoso. Como vem sendo meu hábito, faço questão de incluir uma obra portuguesa em todos os concertos que realizo, como este ano se comemoram 100 sobre a morte de António Fragoso, em tom de homenagem, decidi incluir no programa a sua sonata para violino que por sinal foi a última obra que escreveu.”

 

Para Carlos Damas, o compositor “foi um prodígio”, apesar de ter morrido com apenas 21 anos. “Segundo fontes que consultei, Fragoso nunca foi tocado na China continental (toquei em Macau obras suas em 2012). Estou curioso por sentir a reacção do público nos vários concertos que irei dar, na realidade a linguagem de Fragoso é distinta do habitual. O restante programa dos concertos é preenchido com obras de L. V. Beethoven e J. Turina”, contou.

 

A digressão de Carlos Damas no continente acontece numa altura em que o país começa a despertar para a música clássica. “Nos últimos anos a China assistiu a um boom na música clássica. Foram criadas muitas instituições de ensino, abriram muitas novas orquestras, e têm hoje em dia muitas excelentes salas de concerto, salas de primeira linha. Na minha tournée a sala mais pequena onde tocarei tem 1500 lugares, a maior 3000”, rematou o músico.

20 Mar 2018