Hoje Macau China / ÁsiaExportações de carros aumentam e compensam queda no mercado interno As vendas de automóveis na China caíram em Junho, mas o dinamismo das exportações compensou o declínio a nível interno, informou ontem uma associação do sector. As vendas na China caíram 7,4 por cento, em comparação com o mesmo período do ano anterior, para 1,8 milhão de carros, enquanto as exportações subiram 29 por cento, para 400.000 unidades, disse a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis num relatório mensal. Nos primeiros seis meses do ano, as exportações aumentaram 31,5 por cento, enquanto as vendas internas subiram 1,6 por cento. O aumento das exportações surge numa altura em que a Europa e os Estados Unidos estão cada vez mais preocupados com o facto de os automóveis baratos fabricados na China poderem ultrapassar os fabricantes de automóveis ocidentais. Embora grande parte da preocupação se tenha centrado nos carros eléctricos chineses, o crescimento das exportações tem-se concentrado principalmente nos veículos a gasolina. Estes aumentaram 36 por cento no primeiro semestre do ano e representaram 78 por cento das exportações de veículos. As exportações chinesas de veículos eléctricos diminuíram 2,3 por cento, enquanto as de veículos híbridos aumentaram 180 por cento, partindo de uma base mais pequena. As exportações ajudaram a compensar as vendas mais fracas de veículos a gasolina na China, uma vez que os compradores chineses passaram a preferir os veículos eléctricos e híbridos. Linha da frente A Rússia é, de longe, o maior mercado de exportação e continua a crescer rapidamente, com os fabricantes chineses a preencheram o vazio deixado pela saída de outros fabricantes de automóveis após a invasão russa da Ucrânia. Outros mercados importantes incluem o Brasil e o México na América Latina, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita no Médio Oriente e a Bélgica e o Reino Unido na Europa. A Comissão Europeia impôs taxas provisórias sobre as importações de veículos eléctricos chineses na semana passada, alegando que os subsídios governamentais dão aos fabricantes de automóveis da China uma vantagem injusta. Os fabricantes chineses estão a transferir a sua produção para o estrangeiro. A BYD, o maior fabricante de veículos eléctricos do país, abriu uma fábrica na Tailândia na semana passada e planeia construir fábricas no Brasil, Hungria e Turquia. A queda das vendas na China foi a segunda queda mensal consecutiva. Números separados tabulados pela Associação de Automóveis de Passageiros da China mostram três meses consecutivos de queda nas vendas.
Hoje Macau SociedadeDSEC | Venda de automóveis com quebra de 14,4% Em Fevereiro, o volume de negócios de automóveis teve uma quebra de 14,4 por cento, em comparação com Fevereiro do ano passado, de acordo com os resultados apurados no “inquérito de conjuntura à restauração e ao comércio a retalho referente a Fevereiro de 2024”, elaborado pelo Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Também o volume de negócios dos produtos cosméticos e de higiene teve uma tendência negativa, com uma redução de 19,6 por cento em comparação com o período homólogo. No pólo oposto, o sector da restauração recuperou, retoma motivada pelo facto do Ano Novo Lunar ter ocorrido em Fevereiro, ao contrário do que tinha acontecido no ano passado, quando coincidiu com Janeiro. Este ano, em Fevereiro, o volume de negócios teve um aumento de 19,6 por cento. O volume de negócios dos restaurantes chineses e o dos estabelecimentos de comidas e lojas de sopas de fitas e canja aumentaram 31,5 por cento e 12,7 por cento. No entanto, nos restaurantes japoneses e coreanos houve uma quebra de 19,2 por cento no volume de negócios. Em relação ao volume de negócios nos supermercados, o comunicado da DSEC indica que houve um crescimento de 21,9 por cento em comparação com o período homólogo.
Hoje Macau China / ÁsiaVendas de automóveis chineses à Rússia quase triplicaram em 2023 As vendas de automóveis chineses para a Rússia aumentaram 2,8 vezes, em 2023, em termos homólogos, informou o portal de notícias chinês Yicai, que cita dados da câmara de comércio da Associação Europeia de Negócios. Os números da agência mostram três marcas chinesas (Haval, Chery e Geely) entre os cinco principais vendedores de veículos na Rússia, todas registando aumentos de vendas superiores a 200 por cento em 2023, embora o líder da tabela seja o fabricante local Lada, que aumentou as vendas em 87 por cento em termos anuais. No total, as empresas chinesas venderam mais de 458.000 veículos no país vizinho no ano que acaba de terminar, representando quase metade da quota de mercado (49 por cento). De acordo com o relatório recentemente publicado pela associação, sete modelos chineses (Haval Jolion, Chery Tiggo 7 Pro, Omoda C5, Geely Coolray, Chery Tiggo 4 Pro, Chery Tiggo 8 Pro e Geely Atlas Pro) encontram-se entre os dez mais vendidos. Prevê-se que as vendas de veículos chineses na Rússia continuem a aumentar este ano, com a Changan, Haval e Chery a quererem atingir um total de quase 600.000 unidades, de acordo com analistas da divisão automóvel do banco russo Okritie Bank, citados pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Licença para entrar Em Julho de 2023, a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM) já tinha assinalado que a Rússia se tornou o maior importador mundial de veículos fabricados no gigante asiático. “A saída das marcas de automóveis ocidentais do mercado russo deixou um nicho que as empresas chinesas foram capazes de preencher. Este facto, combinado com a crescente competitividade dos veículos chineses, fez com que a Rússia registasse um aumento das importações de veículos chineses”, explicou o secretário-geral da CAAM. No total, cerca de 30 marcas chinesas foram oficialmente exportadas para a Rússia, enquanto entre 15 e 17 entraram no mercado russo através das chamadas “importações paralelas”, uma prática reconhecida pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e permitida em alguns países que envolve a importação de produtos legalmente fabricados no estrangeiro, mas sem a autorização do detentor de uma marca registada ou patente. A China terminou 2023 como o mais provável líder mundial de exportação de veículos, vendendo cerca de 5,26 milhões de unidades no valor de 102 mil milhões de dólares, ultrapassando o Japão.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Exportações crescem 64% em 2023 com impulso dos eléctricos O aumento súbito das vendas pode colocar a China à frente do Japão como o maior exportador mundial de automóveis. O mercado interno dos veículos eléctricos subiu para 24 por cento em 2023 As exportações de automóveis da China aumentaram 63,7 por cento, em 2023, enquanto as vendas internas, impulsionadas por incentivos, aumentaram 4,2 por cento, informou ontem uma associação do sector. Os fabricantes de automóveis chineses expandiram agressivamente as exportações em busca de crescimento em falta no país, à medida que a economia chinesa abranda. As vendas de automóveis na China totalizaram 21,9 milhões de carros no ano passado, enquanto as exportações aumentaram para 4,1 milhões de unidades, informou a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. As vendas internas caíram em relação a um pico de cerca de 24 milhões em 2017. O aumento das exportações pode fazer com que a China ultrapasse o Japão como o maior exportador mundial de automóveis. O Japão exportou 3,6 milhões de carros nos primeiros 11 meses do ano, com uma contagem final prevista para 31 de Janeiro. Um forte aumento das vendas para a Rússia ajudou a aumentar as exportações da China em 2023. A China exportou 840.000 veículos para a Rússia nos primeiros 11 meses do ano passado, incluindo camiões e autocarros, bem como automóveis. A Associação de Automóveis de Passageiros da China disse no início desta semana que a procura na Rússia e nos países vizinhos está a abrandar e que o crescimento futuro das exportações dependerá de uma expansão das vendas de veículos eléctricos no estrangeiro. Os fabricantes chineses de veículos eléctricos têm como alvo os mercados do Sudeste Asiático, Europa e Austrália, entre outros. A associação de fabricantes não fornece uma repartição para veículos eléctricos, mas os dados divulgados pela Associação de Automóveis de Passageiros mostraram que os veículos eléctricos representaram 24 por cento das vendas de carros novos na China em 2023, face a 12 por cento, em 2021. Se forem incluídos os híbridos, a quota de veículos alimentados por novas energias nas vendas totais atingiu 36 por cento, no ano passado. O preço certo O modelo Tesla Model Y foi o carro eléctrico mais vendido na China no ano passado, com 646.800 unidades vendidas, seguido do sedan BYD Song com 428.600 unidades, de acordo com o grupo de automóveis de passageiros. O Modelo Y custa entre 266.400 e 363.900 yuan, de acordo com o portal oficial Tesla, e o BYD Song custa entre 129.800 a 159.800 yuan. Bill Russo, fundador da empresa de consultoria Automobility em Xangai, disse que as empresas chinesas democratizaram o veículo eléctrico, baixando o seu preço. O próximo desafio será convencer os compradores de que um carro eléctrico pode satisfazer as suas necessidades de condução. Mas o primeiro passo é disponibilizá-lo a um preço razoável, disse Russo. “É esse o paradigma que os chineses quebraram, o de que é possível tornar um eléctrico acessível”, afirmou. “O que a China está a fazer com os veículos eléctricos é utilizar o seu mercado interno para gerar economias de escala que pode depois utilizar a nível internacional”. A Fitch Ratings afirmou num relatório do mês passado que espera que a quota de veículos de energia nova, incluindo os híbridos, nas vendas totais da China aumente para 42 a 45 por cento em 2024. A União Europeia, preocupada com o aumento das importações da China, abriu um inquérito comercial no ano passado sobre os subsídios atribuídos pelo Estado chinês aos fabricantes de veículos eléctricos. A investigação está em curso. A associação de fabricantes chineses disse que as vendas totais de todos os veículos, no país e no estrangeiro e incluindo camiões e autocarros, atingiram o marco de 30 milhões de unidades em 2023, um aumento de 12 por cento em relação ao ano anterior. Prevê-se que o crescimento abrande para cerca de 3 por cento este ano.
Hoje Macau China / ÁsiaVendas de automóveis na China recuperam em junho após período de crescimento anémico As vendas de automóveis na China registaram uma subida homóloga de 3,4% no primeiro semestre de 2022, impulsionadas por um forte aumento no mês de junho, após as autoridades terem aliviado as medidas de prevenção epidémica. As vendas de automóveis no período entre janeiro e junho subiram para 10,4 milhões de unidades, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. Só no mês de junho aumentaram 41,2%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 2,2 milhões unidades. Por seu lado, as vendas totais de veículos, incluindo camiões e autocarros, caíram 6,6%, em relação ao ano anterior no primeiro semestre, para 12,1 milhões de unidades, informou a mesma fonte. Mas em junho as vendas totais subiram 23,8%, para 2,5 milhões. O declínio nas vendas totais foi menos severo do que a estimativa de contração de 7,1%, divulgada na sexta-feira pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, com base nos dados fornecidos pelas principais marcas. O crescimento nas vendas em junho foi mais forte do que a estimativa anterior de 20,9%. As vendas de automóveis na China foram abaladas pela quebra de confiança dos consumidores, face à desaceleração económica, causada pelas medidas de confinamento restritivas, impostas em regiões importantes para a economia do país. A produção de veículos foi também prejudicada pela escassez de semicondutores e pela interrupção nas cadeias de fornecimento. O abrandamento nas vendas é um golpe para as fabricantes globais, cujo aumento das receitas depende do mercado chinês, face a crescimentos anémicos nos Estados Unidos e na Europa. As vendas de veículos utilitários desportivos e sedans híbridos no maior mercado automóvel do mundo aumentaram 130%, em junho, para 596.000 unidades, segundo a CAAM.
Hoje Macau China / ÁsiaVendas de automóveis na China recuam em 2018 pela primeira vez desde 1990 [dropcap]A[/dropcap]s vendas de automóveis na China caíram 5,8%, em 2018, para 22,35 milhões de veículos, no primeiro declínio anual desde 1990, segundo dados difundidos ontem pela imprensa estatal, coincidindo com outros indicadores negativos da economia chinesa. Em Dezembro passado, as vendas registaram uma queda homóloga de 19,3%, para 2,22 milhões de unidades, no sétimo mês consecutivo de queda homóloga, segundo o jornal oficial em língua inglesa China Daily. “A situação é mais grave do que imaginávamos”, afirmou o presidente da Associação da China para Automóveis de Passageiros, Cui Dongshu, citado pelo jornal. Cui considerou que a desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa, o aumento dos preços da habitação e as perdas nas praças financeiras do país “minaram a confiança dos clientes”. Entre as marcas mais afectadas constam a General Motors (queda homóloga de 9,9%) ou do maior fabricante de automóveis da China, o SAIC Motor (um aumento homólogo de 1,75%, depois de ter crescido 6,8%, em 2017). A construtora chinesa Geely aumentou as suas vendas em 20%, face a 2017, ficando 5% aquém da sua meta oficial. Mas Cui Dongshu acredita que o mercado, depois de “bater no fundo”, vai voltar a crescer, este ano, graças à redução das taxas alfandegárias sobre veículos importados dos Estados Unidos e os esforços dos fabricantes chineses para reduzir inventário, a partir do segundo semestre do ano passado. “Haverá um crescimento positivo, de pelo menos 1%, em 2019”, considerou o responsável, afirmando que “o Governo está a estudar oferecer novos incentivos à compra de veículos”. No terceiro trimestre de 2018, a economia chinesa, a segunda maior do mundo, cresceu 6,5%, o ritmo mais baixo dos últimos dez anos. E, no mês passado, a actividade da indústria manufactureira da China contraiu-se pela primeira vez em 19 meses, enquanto em Novembro, os lucros da indústria na China registaram a primeira queda homóloga, de 1,8%, desde dezembro de 2015, e as vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, recuaram para 8,1%, o ritmo mais lento desde maio de 2003.
Hoje Macau China / ÁsiaBMW inspecciona mais de 65.000 veículos após incêndios na Coreia do Sul [dropcap]A[/dropcap]s autoridades da Coreia do Sul anunciaram que o grupo BMW vai fazer a revisão a cerca 65.000 veículos, na sequência de um incêndio em mais de trinta carros da multinacional alemã, vendidos no país asiático. O plano de inspecção vai ter início dia 26 de Novembro e afetará 65.763 veículos de 52 modelos a diesel das marcas BMW e Mini, informou hoje o Ministério do Território, Infraestrutura e Transportes sul-coreano. De acordo com a BMW foi detetado em 52 modelos de viaturas, um defeito de fabrico no sistema de recirculação de gás (ERG), causador de dezenas de incêndios registados na Coreia do Sul este ano. O fabricante de automóveis alemão já tinha feito em agosto uma inspeção na Coreia do Sul a cerca de 106.000 veículos de 42 modelos, e na Europa a 324.000 carros, devido ao perigo de incêndio.
António de Castro Caeiro h | Artes, Letras e IdeiasBuzinadela [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á pouco tempo, um amigo juiz disse-me para não apitar, no trânsito a ninguém, nem a alguém que conduza, nem a qualquer transeunte. Acho que lhe devo ter dito que era mais pessoa para fazer sinais de luzes do que propriamente para apitar, que achava bárbaro. A praxis do meu amigo juiz era a base para o seu pedido. Vários casos de homicídio tinham-lhe chegado à barra. Os casos desgraçavam quase sempre duas pessoas: quem morre e quem mata. Nunca se sabe bem quem tem um destino pior, se quem morre ou quem mata. Ponto é que, embora consiga compreender como há muitos casos de homicídio provocados no trânsito, não tinha a percepção de que uma buzinadela pudesse provocar a ira do buzinado a ponto de desferir um tiro sobre o buzinado. Talvez manobras perigosas, ultrapassagens, transgressões várias levassem a uma resposta agressiva por parte de quem se julga exposto. Sobretudo, quando há crianças a serem transportadas, crianças que puderam ter sido postas em perigo. É natural que um pai ou uma mãe, instintivamente reagissem de um modo violento. Mas buzinadelas? Não! Ainda assim, dei por mim a pensar, o melhor é mesmo não buzinar em circunstância alguma. As pessoas andam com stress nas suas vidas. A condução de manhã à noite pode deixar alguém com a cabeça em água. E eu, que sou eu, nunca buzino. Eis que se não quando dou por mim num dia particularmente infeliz, pensei. E buzinei muito. Há um carro que está parado à minha frente sem razão aparente. Buzino. Nada. Não reage. Apito de novo e nada. Depois, percebo que há alguém que procura arrumar o carro e que o carro está parado por esse motivo óbvio. Penso cá para mim que a coisa foi descabida. Mas também não penso que fosse necessário que o condutor gesticulasse ou me dissesse alguma coisa. Era um indivíduo urbano. Lá no fundo, o seu silêncio estaria a enviar-me para qualquer uma parte da sua preferência para que para lá me mandasse. Uns Km à frente num daqueles cruzamentos de Lisboa em que abre o sinal para seguir em frente, mas não para a esquerda, não percebo também por que razão o cidadão continua sem iniciar a marcha e apito. Com suavidade, mas confiança, braço fora do vidro, aponta o indicador para o semáforo, para que eu perceba, finalmente, que o sinal está fechado para nós, que queremos cortar à esquerda. Um urbano e outro delicado. Mas a coisa não fica por aqui. Numa bifurcação em que há espaço para três fachas, pode cortar-se à esquerda ou à direita. Um tipo que podia perfeitamente aproveitar ainda o “verde” permitido pelo laranja, para-me exactamente no meio sem me deixar perceber se quer virar à direita ou à esquerda. Dou-lhe uma buzinadela tremenda. Olha para mim com cara de espanto. Faço os gestos que lhe pretendem explicar que nem andou para a direita nem para a esquerda. Olha para a mulher que lhe diz que tenho razão ou lá o que é que ela lhe disse- podia simplesmente ter sido: deixa-o que é um atrasado mental. E depois aguarda e faz-me aguardar pela abertura do sinal. O pior foi quando uma criatura estava a tentar arrumar o carro, criando a forçosa fila de carros. Nem para cima nem para baixo. Um cidadão vai mesmo para o meio da estrada dar indicações. O veículo da frente não consegue ultrapassar, por que tem a passagem vedada pela pessoa. Eu apito. O condutor do veículo da frente acha que estou a apitar para ele. Gesticula. Aponta para o carro da frente. Eu grito a dizer-lhe que era para a criatura que estava no meio da estrada. Entretanto, atrás de mim um veículo apita. Olho pelo retrovisor. Um indivíduo sai do carro. Dirige-se a mim. Baixo o vidro. Dou-lhe um tiro.
Victor Ng Manchete SociedadeTrânsito | Ponte faz disparar especulação com matrículas duplas em Hong Kong Em Macau ainda não há casos registados, mas na região vizinha começou a corrida às matrículas duplas com acesso à ponte. Se o preço original era de 960 dólares de Hong Kong, agora há quem as revenda por 600 mil dólares [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s matrículas para a circulação de veículos na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau estão a ser especuladas no território vizinho e, em alguns casos, chegam a valer 600 mil dólares de Hong Kong. Um valor exorbitante face ao preço original de venda que é 960 dólares de Hong Kong. A informação foi avançada, ontem, numa reportagem da Central News Agency (CNA), agência ligada ao Governo de Taiwan. Segundo os regulamentos da ponte, as matrículas duplas emitidas para a circulação Hong Kong e a Província de Cantão vão ter acesso à infra-estrutura, durante um período experimental de dois anos. São estas matrículas que estão agora a ser especuladas. Casos semelhantes foram noticiados pelo jornal TaKungPao, de Hong Kong, que contou que, apesar da ponte ainda não estar a funcionar, já foram detectados casos de especulação na compra deste tipo de matrículas. Os Serviços de Viagem da China em Hong Kong (China Travel Service) é a entidade responsável pelos pedidos de matrículas duplas para as duas regiões. Contudo, a oferta deste tipo de matrículas é limitada e a emissão de novos pedidos está suspensa, depois de ter sido alcançada a quota máxima. É por esta razão que os preços das matrículas dispararam até 600 mil dólares de Hong Kong na região vizinha, porque além do acesso à Província de Guangdong permitem igualmente o acesso à ponte. Por 410 mil dólares São também várias as agências que anunciam online e nas ruas os serviços para ajudar os residentes de Hong Kong a comprar as placas metálicas “mágicas”. Por exemplo, um homem entrevistado pela CNA, que trabalha no sector de restauração e dos táxis, revelou que comprou três matrículas, cada uma com por 410 mil dólares. Agora o seu objectivo passa por vender as matrículas quando os preços voltarem a subir novamente. Enquanto aguarda pela valorização, aproveita para poder conduzir em Guangdong e mesmo na ponte, assim que esta abrir. Outro indivíduo explicou à CNA que na origem da especulação galopante está o facto das autoridades terem limitado a emissão de matrículas nesta fase inicial. Segundo a entrevista existe um desfasamento demasiado grande entre a procura e oferta das matrículas duplas. Esta não é a primeira vez que a situação se regista em Hong Kong. Em Agosto do ano passado, quando ainda havia a expectativa de que a ponte pudesse começar a funcionar no final de 2017, os Serviços de Viagem da China em Hong Kong tiveram mesmo de emitir um aviso contra fraudes a explicar que não existiam agências subcontratadas para autorizar os pedidos de circulação. Ao contrário da RAEHK, em Macau as matrículas duplas com o Continente não tem quotas para circular na ponte.
Sofia Margarida Mota PolíticaPoluição | Ho Ion Sang quer medidas detalhadas para regular oficinas As oficinas de reparação de automóveis continuam sem um regulamento que defina o seu funcionamento em conformidade com as normas ambientais. A acusação é feita por Ho Ion Sang que quer saber o que é feito do diploma que estava a ser elaborado em 1998 para o efeito. O deputado que ainda mais acção no que respeita a reciclagem de veículos abandonados [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, em 1998, iniciou a elaboração do projecto de Regulamento sobre o funcionamento e licenciamento das oficinas de manutenção e reparação de veículos automóveis. No entanto, e volvidos quase 20 anos, o diploma ainda não é conhecido. Mais, perante a questão levantada pelo deputado Ho Ion Sang no debate das Linhas de Acção Governativa (LAG) na área da administração e justiça, o Governo terá afirmado que, agora, é necessário criar um regime próprio para estes estabelecimentos, não tendo dado seguimento a qualquer resposta referente ao atraso do documento em causa. Em causa, para o deputado Ho Ion Sang, está a necessidade de uma acção efectiva capaz de regulamentar o sector em causa, de forma a proteger o ambiente. Em interpelação escrita, Ho Ion Sang alerta para os estragos causados pela sobrelotação de serviços das oficinas de reparação de automóveis e motociclos e, por outro lado, para a falta de detalhes no documento de consulta pública referente regime de condicionamento administrativo que diz respeito às oficinas. “O respectivo documento demonstra a vontade de resolver a poluição e a ocupação de espaços públicos pelas oficinas de automóveis através de medidas como proibir actividades de reparação fora das oficinas bem como prever que as oficinas necessitam de cumprir a lei de prevenção e controlo de ruído ambiental e as orientações e indicações emitidas pelo Corpo de Bombeiros em relação à conservação dos materiais inflamáveis, e que devem apetrechar-se com sistemas de ventilação para manter a circulação do ar”, lê-se na missiva. No entanto, de acordo com o deputado, estas medidas são correctas mas não apresentam detalhes suficientes. Carros esquecidos A acrescentar à situação das reparações está a incapacidade do território em tratar dos carros inutilizados. “Em 2016 foram canceladas as matriculas de 13 000 veículos (…) mais 30 por cento do que em 2015”, aponta Ho Ion Sang. Nos primeiros três trimestres de 2017 os veículos com matrículas canceladas eram mais de 20 000 e “as sucatas do território estão cheias, e muitas delas já acomodam os veículos na via pública”, lamenta. A carta dirigida ao Governo pede assim um regulamento detalhado e justificações para o atraso do diploma que começou a ser elaborado em 1998, bem como medidas efectivas que garantam a reciclagem dos veículos abandonados de modo a que não contribuam para o aumento da poluição no território.
Miguel Martins h | Artes, Letras e IdeiasDivagar [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vagar é o meu maior sonho, o mais difícil. Quanto a estes últimos, tal gosto deve-se também à variedade das formas, entretanto tão uniformizadas. Alguns dos meus preferidos: o Citroën Boca-de-Sapo e a carrinha Citroën HY, que, em Lisboa, deu peixarias e bibliotecas, a carrinha Volkswagen Pão-de-Forma, o Morris Mini e o Fiat 600 originais, o BMW Isetta, com uma só porta, na dianteira, onde se situava o volante, o “espacial” AMC Pacer X, o Simca 1100 (que era o do meu pai, na minha infância) e tantos, tantos outros, mais antigos, que, em Portugal, podem ser vistos, por exemplo, no Museu do Automóvel Antigo, em Caxias, ou no Museu do Caramulo. Esse vagar, que me é tão invulgar e tão necessário, é parte da razão porque gosto tanto de museus, de bibliotecas, de algumas livrarias. Aí, encontro-me com a lentidão e o silêncio (o silêncio!, o adorado silêncio). Algumas livrarias (poderia citar muitas outras): a Strand, em Nova Iorque, mastodôntica e completíssima; a Anticyclone des Açores, em Bruxelas, dedicada às viagens; a Librairie Ancienne, do simpático Patrick Laurencier, na bonita cidade de Bordéus; e acima de todas, exclusivamente dedicada aos versos, a saudosa Poesia Incompleta, livraria que de Lisboa se transferiu para o Rio de Janeiro e aí morreu, às mãos de duas sociedades que, claramente, preferem telenovelas. Ocorre-me agora um outro estabelecimento, de que fui visitante habitual na adolescência e que permanece activo, no qual esses predicados do sossego e do silêncio se aliam a uma grande beleza, por via das peças expostas. Refiro-me à loja filatélica A. Molder, fundada por um emigrante húngaro, em 1940, e situada num 3º andar da Baixa lisboeta. Mesmo para quem não colecciona selos, é bem merecedora de uma demorada visita. Estas contam-se entre as poucas lojas que não me incomodam – não gosto de fazer compras, em geral, e detesto comprar roupas e sapatos, em particular, tanto mais que o meu tamanho faz com que os esforços de prova resultem, o mais das vezes, infrutíferos. Assim, ao longo dos anos, venho, sempre que possível, deixando tais encargos em mãos alheias, felizmente sem que com isso me ache contrariado com o que visto. Outra excepção a essa aversão às compras é, porém, a comida, pelo muito que gosto de cozinhar e, sobretudo, de comer. Gosto de bons supermercados, desde que não estejam muito cheios de lojas gourmet, desde que não sejam pretensiosas e sobreavaliadas, e, sobretudo, de mercados, com destaque para aqueles em que o peixe fresco, em diversidade e qualidade, prevalece, a par de frutas, legumes, flores, etc. Já referi aqui o excelso Mercado dos Lavradores, no Funchal. Soberbos são, claro está, o Mercat de La Boqueria, nas Ramblas, em Barcelona, e o Mercado de San Miguel, em Madrid, onde também se compra e come. Mas a minha preferência talvez vá para mercados mais pequenos, como o de Ayamonte ou o de Olhão, terras piscatórias em que se sabe do valor de tantos peixes desconhecidos ou desprezados nas grandes cidades, e que se vão mantendo mais ou menos incólumes à avidez predadora de hotéis e restaurantes. Aí se compra uma série de peixes saborosos (folhas ou cartas, agulha, ruivo, aranha, polvos pequenos, etc) a preços entre 1 e 2€/quilo. Ou seja, é possível até a um pedinte fazer as refeições que mais me agradam. De todos os peixes, os que mais me seduzem são, no entanto, os de rio: fataça, truta, sável, a dispendiosa e trabalhosa lampreia, enguias (ou irós ou eirós). Nas margens do Tejo, em várias localidades, é imperioso comê-los: em Vila Franca de Xira, na Lançada, em Tancos (bem perto do belo Castelo de Almourol, fortificação medieva implantada numa ilhota no meio do rio) ou em Vila Nova da Barquinha, por exemplo. Mas não se pense que sou completamente imune aos encantos da carne (aliás diria que, felizmente, não sou completamente coisa alguma). Acontece, apenas, que as peças de carne mais correntes – bifes, febras, costeletas, etc – me são mais ou menos indiferentes. O mesmo não se poderá, porém, dizer de fígados, pernis, cabidelas, ossobucos (ou jarretes), mãos de vaca e outras coisas que tais. A propósito: Até há meia dúzia de anos, achava a mão de vaca repugnante, meramente por questões visuais, sem que – cretino! – a tivesse, sequer, provado. Acontece que, estava eu em Cabo Verde, fui convidado para jantar em casa de D., o porteiro do prédio em que vivia. D., muito pobre, habitava num cubículo, tendo por únicos “equipamentos” um colchão, o tapete sobre o qual, sendo muçulmano, fazia as suas orações e um “campingaz”. Sobre este, cozinhara, com dedicação e habilidade, uma tachada de mão de vaca com grão, que, pelos vistos, é prato que também se come na África ocidental, de onde provinha (do Gana?, da Gâmbia?, não me recordo). Pensei com os meus botões: “Tens de te sacrificar, não te podes negar a comer o que, talvez com sacrifício, te preparou”. E assim fiz. Só que a repulsa limitou-se à primeira garfada. Imediatamente me apercebi de que o prato era delicioso e amaldiçoei-me por nunca antes o ter provado. Desde então, e até porque Lisboa é pródiga em tascas e restaurantes que o confeccionam eximiamente e existem, também, muito aceitáveis versões enlatadas, não se passa um mês em que não coma este prato. Mas como gosto mesmo de comer é em formato de tapas, com grande variedade de sabores, em pequenas quantidades, sobre a mesa. Hoje, eu, que outrora comia como um leão, só desse modo consigo ultrapassar uma medida mais ou menos frugal. Para isto, a cidade mais propícia que conheço é Bilbau, onde terei chegado a provar 15 iguarias numa só refeição.
Hoje Macau Sociedade“Governo deve promover veículos eléctricos” [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m estudo levado a cabo por académicos de Macau, Hong Kong e da China recomenda que o “Governo de Macau deve fazer mais para promover os veículos eléctricos”. Segundo a rádio Macau, que cita os resultados de um estudo intitulado “Factores que Influenciam as Intenções Comportamentais face a Veículos Eléctricos: Um Estudo Empírico em Macau”, a introdução de veículos eléctricos requer políticas ambientais determinadas e a aceitação do público face aos veículos eléctricos tem base em “preocupações ambientais”, mas também em “benefícios económicos de longo prazo”, devido à “poupança nos gastos com combustível”. A rádio cita o documento dizendo que há razões que “encorajam” os residentes de Macau a pensarem em adquirir veículos eléctricos, mas que as intenções do público esbarram na falta de medidas governamentais. Os académicos responsáveis pelo estudo, entre os quais se conta Yide Liu, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, notam que, apesar de o Executivo oferecer incentivos fiscais na compra de veículos amigos do ambiente as isenções abrangem também os veículos híbridos. “Tal como acontece com muitos outros países Ocidentais”, referem os investigadores, “os apoios do Governo de Macau não estão alinhados com o objectivo de fazer descer o consumo de gasolina de forma consistente e eficiente”. Neste sentido, defende-se que “o Governo de Macau deve fazer mais para promover os veículos eléctricos”, ou então “a falta de infra-estruturas de apoio pode dificultar a aceitação” deste tipo de veículos por parte dos consumidores.