Hoje Macau SociedadeAterro-lixeira | Associação defende separação de resíduos A Sociedade para a Protecção dos Golfinhos de Hong Kong defende que Macau pode apostar num posto de separação de resíduos como alternativa ao aterro-lixeira, que o Governo insiste em construir junto às praias do território. De acordo com a informação publicada pela associação na rede social Facebook, a ideia de um posto de separação de resíduos foi apontada como viável por uma empresa do Interior, que construiu postos semelhantes em locais como Jilin, Pequim e Liaoning. A identidade da companhia não foi revelada. A associação defende que a alternativa tem várias vantagens para o território, a nível do impacto ambiental, protecção dos golfinhos brancos e de uma melhor utilização dos recursos públicos. Segundo as contas apresentadas, a construção de quatro estações de separação de resíduos vai ocupar cerca de 1,6 hectares, que contrastam com os 200 hectares do futuro aterro à frente das praias. Para se ter uma ideia da dimensão do futuro aterro, a área da chamada “ilha ecológica” é equivalente a dois campus da Universidade de Macau em Hengqin. Além disso, a associação aponta que o aterro-lixeira vai custar 15,6 mil milhões de patacas, enquanto as quatro estações de separação de resíduos, em conjunto, teriam um custo de 13,2 milhões de patacas.
João Santos Filipe PolíticaAmbiente | Joe Chan critica declarações de Ho Iat Seng sobre aterro-lixeira O presidente da Macau Green Students Union, Joe Chan, criticou as declarações do Chefe do Executivo sobre a falta de soluções e a proposta para construir um aterro junto à praia para funcionar como lixeira. A crítica foi deixada através de uma publicação no Facebook, em que é questionada a coerência da mais recente consulta pública sobre o projecto de um aterro-lixeira a que o Governo chama “ilha ecológica”. Ho Iat Seng apontou que apesar de existir uma consulta pública, pode não haver alternativa ao projecto apresentado. Estas declarações foram alvo de crítica: “Nestas condições qual é o significado de fazer uma consulta pública ou uma avaliação sobre o impacto ambiental?”, questionou Joe Chan. Joe Chan criticou também a política do Executivo, porque ao contrário do que diz acontecer nos países desenvolvidos, em que há um ataque à produção do lixo por via regulamentar e com a adopção de novas tecnologias, em Macau a prioridade passa por “sacrificar a natureza”. O ecologista destacou também que os golfinhos brancos chineses existem há cerca de mil anos no mundo e que é necessário protegê-los, dado que os seus habitats estão a ser reduzidos a um ritmo acelerado. “É pena que tenhamos este homem denominado de ‘líder’ que fala como um homem-de-negócios sobre a biodiversidade, convenções e obrigações internacionais marinhas. Falar com alguém assim [sobre medidas ambientais] é o mesmo que falar com as paredes”, lê-se igualmente na publicação.
João Santos Filipe PolíticaColoane | Pequim sugeriu localização de aterro-lixeira A sugestão de colocar um aterro para a lixeira perto da praia de Hac Sa e junto ao pavilhão do silêncio do trilho de Long Chao Kok, partiu de uma proposta do Governo Central. A revelação foi feita por Ho Iat Seng, na sexta-feira, durante uma visita ao mercado de venda de flores do Tap Seac. “A ilha ecológica é o resultado da investigação dos departamentos centrais relevantes”, afirmou Ho, de acordo com a TDM, quando confrontado com as críticas de deputados e de grupos ambientalistas locais. O responsável pelo Governo destacou também que o projecto “está em fase de consulta”, o que deixa a entender que as pessoas vão poder continuar a pronunciar-se pelo mesmo. O plano para aterrar um terreno para servir como lixeira tem sido denominado pelo Governo como “Ilha Ecológica”, mesmo que ameace a sobrevivência dos golfinhos brancos, que habitam naquela área. Esta ameaça foi desvalorizada por Ho Iat Seng. “Existem golfinhos brancos chineses em muitos locais”, respondeu. No entender do Chefe do Executivo, mais grave do que a sobrevivência dos golfinhos brancos é mesmo o lixo em Macau. “Onde devemos colocar os resíduos e o lixo de Macau? É o problema que temos comunicado com o Governo Central”, apontou. Ho deu também a entender que no contexto actual poderá não haver alternativa a este aterro, uma vez que a escolha do Governo Central parece estar feita e até foi defendida por Ho. “Se tivermos outras soluções, definitivamente, não queremos aterrar aquele local. O local escolhido pelo Governo Central é adequado”, concluiu.