João Santos Filipe SociedadeDesmantelamento de rede de agiotagem resulta na detenção de 60 pessoas A Polícia Judiciária (PJ) e as autoridades do Interior desmantelaram uma associação de agiotagem e prenderam mais de 60 membros do grupo criminoso. Segundo o jornal Ou Mun, os resultados de ontem foram obtidos com base na informação recolhida durante outra operação, feita no ano passado, e que na altura levou à detenção de 16 pessoas, cinco das quais condenadas com penas de prisão. No âmbito da primeira operação, a PJ detectou outros 14 crimes de agiotagem praticados em Macau. Através das práticas ilegais e empréstimos de valores até 4,2 milhões de dólares de Hong Kong, os alegados criminosos geraram ganhos ilegais de um milhão de dólares de Hong Kong. Esta informação levou a PJ a formar uma equipa de investigação, em coordenação com as autoridades do Interior, para aprofundar investigações. No dia 26 de Dezembro do ano passado foi desencadeada uma nova operação, tanto no Interior como em Macau. Na RAEM, a PJ deteve quatro suspeitos do Interior, que se encontravam em hotéis. Além destes, mais dois residentes de Macau foram detidos no posto fronteiriço das Portas do Cerco. Os seis indivíduos foram encaminhados para o Ministério Público e estão indiciados pelos crimes de usura, de branqueamento de capitais e de associação criminosa. No lado de lá Ao mesmo tempo, mas no outro lado da fronteira, as autoridades do Interior desencadearam buscas e detenções em onze províncias, entre as quais Guangdong, Guangxi, Fujian, Pequim, Sichuan e Hubei. No total, foram detidos 40 membros, incluindo o cabecilha. Segundo a PJ, a associação criminosa desmantelada ontem actuava desde Janeiro do ano passado nos casinos da RAEM, a fazer empréstimos a jogadores que variavam de 80 mil a 300 mil dólares de Hong Kong. Em troca cobravam juros entre cinco a dez por cento. No entanto, se o jogador ganhasse uma mão com dinheiro emprestado pelos agiotas recebiam outra comissão de 10 a 20 por cento. O dinheiro era movimentado através de dez contas em duas salas VIP em casinos locais. Quando os jogadores eram incapazes de pagar os empréstimos, o grupo raptava e colocava-os em um dos cinco apartamentos no centro da cidade que tinha para o efeito. Os membros da associação guardavam por turnos os espaços e bloqueavam as janelas e porta para impedir a fuga dos devedores. Além disso, faziam vídeos dos devedores a serem agredidos, fotografados nus e a serem torturados, ao beberem água suja, para enviarem aos familiares as imagens e conseguirem cobrar as dívidas.
Hoje Macau SociedadeTribunal | Segunda Instância agrava pena de agiota [dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) decidiu agravar a pena de um homem que tinha sido condenado a sete meses de prisão, suspensa durante dois anos, pela prática de um crime de usura, além da proibição de entrar nos casinos. Em causa está um caso ocorrido em Dezembro de 2017, quando o homem condenado e um parceiro fizeram um empréstimo a um jogador nos casinos de Macau. Como parte do “contrato” sobre o valor emprestado, a vítima entregou igualmente o documento de identificação ao parceiro do homem condenado, no que foi encarado como uma garantia de que o montante emprestado e perdido posteriormente seria devolvido. No entanto, o caso acabou por chegar à Justiça e o Tribunal Judicial de Base considerou que apesar de o homem estar acusado da prática do crime de usura para jogo e do crime de exigência ou aceitação de documentos, não tinha ficado provado que este sabia que o seu parceiro tinha efectivamente recolhido o documento de identificação da vítima. A decisão não agradou ao Ministério Público que recorreu com o argumento que neste tipo de crimes a “apreensão de documento de identificação dos devedores para servir de garantia era uma situação frequente e previsível”. O TSI acabou por aceitar o recurso e agravou a pena que passou de sete meses de pena de prisão suspensa para 2 anos e 6 meses de prisão efectiva. Um dos aspectos que também contribuiu para que a pena passasse a efectiva foi o facto de o crime ter tido impacto na “imagem de Macau”, que tem como principal indústria o turismo e o jogo.
João Santos Filipe SociedadePJ | Mega operação envolveu 210 investigadores da Polícia Judiciária [dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) interceptou uma rede de agiotagem que envolve 71 pessoas e gerou lucros de 32 milhões de dólares de Hong Kong, entre 2016 e 2018. Os resultados desta megaoperação, que contou com 210 investigadores e que começou em 2016, foram revelados ontem. “Entre Março de 2016 e Dezembro de 2018, os empréstimos ilegais disponibilizados pela rede criminosa totalizaram cerca de 108 milhões de dólares de Hong Kong, com os juros ilegais a ultrapassarem a quantia de 32 milhões de dólares de Hong Kong”, informou a PJ. “No dia 23 de Fevereiro de 2019, a PJ entrou em acção, quando o cabecilha e os principais membros do grupo estavam reunidos nos escritórios da rede, numa operação que resultou na detenção de 28 pessoas, incluindo o cabecilha”, foi explicado. Além da operação para capturar o cabecilha, a PJ desenvolveu outras acções no mesmo dia, no território, que resultaram na detenção de mais 43 membros, entre os quais 4 tailandeses. Estes homens tinham como tarefa sequestrar devedores para forçarem o pagamento das dívidas. Entre os 43 membros detidos nas acções secundárias estão também três funcionários de salas VIP de casinos locais. “A nossa investigação descobriu que a rede se dividia em diferentes grupos, com tarefas distintas, como a identificação de jogadores para empréstimos, contabilidade ou detenções ilegais”, foi revelado. “A rede criminosa utilizava as instalações nas salas VIP dos casinos como uma forma de esconder as notas de dívida dos jogadores e para efectuar as burocracias e os fundos monetários do crime. Foram também arrendados pela rede três escritórios por motivos administrativos e burocráticos”, foi explicado. Penas pesadas A investigação começou em Novembro de 2016, quando a PJ recebeu uma denúncia para a existência de uma rede de agiotagem a operar nos casinos, que tinha como cabecilha um residente do Interior da China. Os 71 envolvidos enfrentam acusações da prática dos crimes de associação ou sociedade secreta, usura para o jogo e branqueamento de capitais. No primeiro crime a moldura penal vai dos 5 aos 12 anos, para os membros, e entre 8 e 15 anos, para os chefes. No que diz respeito à usura para o jogo a pena varia entre os 2 e 10 anos de prisão, com pena acessória de 2 a 10 anos de proibição de entrada nos casinos. Já o crime de branqueamento de capitais tem como punição uma pena que pode chegar aos 8 anos de prisão. Após a divulgação do caso, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, admitiu que as redes de agiotagem têm um impacto social negativo para Macau, uma vez que além de trazer o crime de usura, envolvem outro tipo de práticas desviantes, como fraudes ou roubos.
Diana do Mar SociedadePJ | Demitido investigador suspeito de tentar fornecer informações a rede de agiotas [dropcap]U[/dropcap]m investigador criminal da Polícia Judiciária (PJ) suspeito de ter facultado informações a uma rede de agiotagem em troca de benefícios ilegais foi demitido. A pena, que resulta do processo disciplinar que lhe foi instaurado, foi aplicada no início do mês, por despacho do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. O caso remonta a Abril de 2018, altura em que o agente foi detido por suspeita de favorecimento pessoal por funcionário, acesso ilegítimo a sistema informático e obtenção ilegítima de dados informáticos. O agente foi posteriormente suspenso preventivamente de funções. Segundo informações divulgadas na altura pela PJ, o investigador criminal terá consultado informações e o andamento da investigação relativa a um caso de usura que a polícia resolveu no mês anterior, seguindo as instruções do grupo criminoso, e tentado entrar no sistema informático da polícia e aceder aos arquivos do processo sem autorização. Como contrapartida, terá recebido interesses ilegais. A PJ actuou na sequência de denúncias, depois de o comportamento do agente ter chamado a atenção de colegas de trabalho que transmitiram as suspeitas aos seus superiores. De acordo com a PJ, os meios de monitorização interna acabariam por confirmar a actuação indevida. O processo disciplinar, que resultou na pena de demissão, aplicada no dia 8 de Fevereiro, corre separadamente do processo-crime de que é alvo o investigador que, após ser detido, ficou sujeito a medidas de coacção, como proibição de ausência, obrigação de apresentação periódica mensal e termo de identidade e residência. Omissão de bens Dado por concluído foi também o processo disciplinar contra outro investigador criminal, que foi suspenso do exercício de funções, no passado dia 4, pela suspeita de inexactidão dos elementos prestados na Declaração de Bens Patrimoniais e Interesses, num caso que remonta a 2014. Segundo as informações constantes no portal do secretário para a Segurança, o agente terá ocultado um balanço superior a um milhão de patacas na sua conta bancária quando cumpriu o dever da prestação de Declaração de Bens Patrimoniais e Interesses.
Hoje Macau SociedadePolícia Judiciária desmantela rede de agiotagem [dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem ter desmantelado uma rede de agiotagem. Trinta e três residentes de Macau, Hong Kong e China (24 homens e nove mulheres) foram detidos. De acordo com informações complementares da PJ, reproduzidas pelo canal chinês da Rádio Macau, a alegada rede, que estaria no activo há sensivelmente dois anos, terá feito empréstimos ilegais de mais de 60 milhões de dólares de Hong Kong. A maioria das vítimas – o número não foi especificado – é do interior da China. Em Março último, a PJ tinha detido parte dos membros do mesmo grupo criminoso, cujo total estima em 50. As detenções foram efectuadas na sequência de rusgas a nove apartamentos em Macau e na Taipa, onde foram encontrados mais de 1,7 milhões de dólares de Hong Kong em dinheiro, bem como recibos dos empréstimos ilegais concedidos a apostadores junto aos casinos, de acordo com a emissora pública.