Acções da chinesa Wuxi Biologics afundam após inclusão na lista negra dos EUA

A empresa chinesa Wuxi Biologics suspendeu na segunda-feira a negociação das suas acções na Bolsa de Valores de Hong Kong, após ter sido incluída pelas autoridades dos Estados Unidos na lista negra do Departamento de Comércio.

As acções da empresa, que fornece soluções tecnológicas para farmacêuticas, caíram 22,77%, até as negociações terem sido temporariamente suspensas. Em comunicado, a Wuxi Biologics indicou que vai fazer um anúncio, previsivelmente relacionado com a sua inclusão na referida lista negra.

O Departamento de Comércio inclui nesta lista empresas estrangeiras para as quais não pode verificar a “legitimidade e confiabilidade” do uso que fazem de produtos importados a partir dos Estados Unidos.

A medida não significa que os exportadores não possam fazer negócios com a Wuxi Biologics, mas significa que devem passar por processos adicionais antes de fazê-lo.

O Governo de Joe Biden manteve a postura da administração anterior, liderada por Donald Trump, no sentido de tornar mais difícil para a China garantir tecnologias de ponta, ao restringir o comércio e o investimento.

Washington acrescentou esta semana outras 32 organizações chinesas, com o objetivo de “ajudar os exportadores norte-americanos a realizar os processos relevantes e avaliar o risco das transações”, segundo a Casa Branca.

A inclusão na lista que restringe o acesso a produtos norte-americanos visa também “enviar uma mensagem ao governo da República Popular da China sobre a importância da sua cooperação na clarificação sobre o uso final” de produtos importados dos Estados Unidos.

A Wuxi disse em comunicado que a sua inclusão na lista não afeta significativamente os seus negócios.

“A WuXi Biologics está a importar alguns componentes para biorreatores e filtros de fibra oca que estão sujeitos a restrições na exportação dos EUA, mas receberam aprovação [dos EUA] nos últimos 10 anos”, disse a empresa, em comunicado, na segunda-feira.

Analistas consideram que o impacto das proibições pode ser minimizado pela substituição de componentes norte-americanos.

John Yung, analista do Citigroup em Hong Kong, disse que a Wuxi é “mais propensa a procurar alternativas na União Europeia ou na China”, em vez de lidar com atrasos no fornecimento de componentes oriundas dos EUA.

9 Fev 2022

China | Dívida de empresas estatais trocada por acções

São a estrutura central da economia chinesa. E estão cheias de dívidas. O governo quer agora ver acções a privados para solucionar o problema

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho de Estado chinês divulgou na quarta-feira uma série de medidas para reduzir ainda mais as dívidas das empresas estatais no seu mais recente esforço para controlar os riscos financeiros.

A China fornecerá um apoio mais forte para a troca de dívidas por acções, vai promover a reforma de propriedade mista e melhorar as políticas sobre reorganizações e falência de empresas, disse uma nota divulgada depois de uma reunião executiva presidida pelo primeiro-ministro Li Keqiang.

As empresas estatais continuarão a ser prioridade na campanha de recuperação e o trabalho deve ser executado com meios orientados pelo mercado e baseados na lei, segundo a nota.

A proporção dívidas/activos das empresas industriais com um facturamento anual de mais de 20 milhões de yuans caiu para 55,5% no fim de 2017, face aos 56,1% de há um ano atrás. A proporção para as empresas controladas pelo Estado ficou em 60,4%.

Os programas de troca de dívidas por acções receberam destaque durante a reunião. O governo alargará o canal ao capital privado para a troca de dívidas por acções das empresas estatais. As instituições de investimento em acções serão incentivadas a participar do processo, com medidas para permitir o estabelecimento de fundos de private equity concentrados na troca de dívidas por acções.

As instituições financeiras como bancos, companhias estatais de investimento de capital e seguradoras, serão apoiadas para conduzir trocas de dívidas por acções usando unidades existentes ou criando novos departamentos. Haverá directrizes específicas do governo para melhorar a qualidade das trocas e executar os acordos relacionados o mais breve possível. Medidas serão adoptadas para melhorar a governança corporativa. Um mecanismo de controlo de dívidas será estabelecido e capitais corporativos podem ser reabastecidos por ofertas adicionais de acções ou entrada de investidores estratégicos. A reforma de propriedade mista será promovida.

As políticas sobre a reestruturação de dívidas e falência também serão melhoradas. Governo, empresas e bancos assumirão juntos as perdas de acções resultantes da falência das “empresas zombie”, que têm altas dívidas e prejuízos.

9 Fev 2018

Jogo | Está melhor do que acções demonstram, garante Grant Bowie

O director-executivo da MGM desvaloriza a flutuação de acções na Bolsa de Valores e diz que, não só a operadora que dirige, mas todas são fortes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da MGM China assegurou há dois dias que os casinos locais estão em melhor forma do que aparentam as acções. Os valores da empresa na Bolsa têm descido significativamente desde há 18 meses e a flutuação dos valores nas passadas semanas tem provocado uma onda de preocupação na classe dos analistas e correctores, que prevêem já um futuro menos risonho para a indústria do território, mas Bowie mostra-se tranquilo.
“Se todos os nossos negócios [da MGM] valem mais do que actualmente as nossas acções? Sem dúvida”, disse, numa entrevista exclusiva à revista asiática World Gaming Group (WGG).
O presidente do grupo acrescentou ainda que todas as empresas pertencentes à MGM “são extremamente fortes” e mostrou-se confiante na prosperidade da operadora.
“As nossas acções cresceram de forma acelerada devido ao elevado nível de liquidez de especulação, mas o pêndulo anda de um lado para o outro e estamos também a sofrer com a outra face da moeda”, continuou.
Esta descida generalizada na bolsa fez com que alguns accionistas vissem uma queda até 75% quando comparando com os recordes alcançados há dois anos.
Na mesma entrevista, Bowie mostra-se confiante de que as acções voltem a ver valores elevados uma vez que o mercado do Jogo estabilize.
“É óbvio que gostávamos de ver as nossas acções atingir os níveis de outros tempos, mas a dificuldade está no facto do valor do negócio não representar necessariamente o valor das acções. O último representa a percepção global de confiança e, para nós, o desafio tem sido ultrapassar o embate que a confiança levou. Isto porque não parece existir uma estrutura clara que dite se somos parte do futuro de Macau ou do seu passado”, concluiu Grant Bowie na conversa com a revista. O CEO deixa, contudo, uma mensagem clara: “A minha opinião é que somos parte do futuro, sem qualquer sombra de dúvida”.

Uma piscina atulhada

De acordo com a WGG, Bowie acredita que as acções vão voltar ao normal depois dos mercados voltarem a confiar na indústria do Jogo e de quando “tiverem a noção daquilo que o futuro traz”.
Houve ainda espaço para Bowie lançar algumas críticas à mentalidade local, afirmando que há demasiadas caras e ouvidos virados para uma percentagem diminuta de mercados.
“Penso que recentemente foram 32 os analistas que se focaram apenas em seis bolsas de valores, o que mostra uma concentração brutal de analistas num mercado relativamente pequeno”, disse.
O presidente da MGM defende que os comentários dos analistas não deviam focar-se apenas em Macau e diz acreditar que, embora a MGM seja ainda “uma história de sucesso”, o número de analistas tem aumentado devido à sede de diferentes perspectivas.
“Somos a história de sucesso e vamos ser sempre, mas há agora uma sobre-análise porque toda a gente está a tentar criar a sua própria perspectiva”, criticou. Alguns, acrescenta, são mais “precisos” do que outros e os “mais temperamentais” são, diz, mais ponderados. Já os mais jovens são mais impulsivos e “dizem o que querem”.
“Penso que chegará a vez de cada um de nós para ajudarmos a repor a confiança no mercado. Uma vez feito, as acções voltarão ao normal porque as operadoras em Macau são todas fundamentalmente fortes”, colmatou Bowie.

24 Nov 2015

Investidos 35 mil milhões em acções na China e em Hong Kong

Lionel Leong garante que o Governo está atento ao que está a acontecer no mercado financeiro da China. Com 35 mil milhões de patacas a estarem investidos em bolsas da China ou na de Hong Kong, o Executivo garante diversificação de investimento

[dropcap style =’circle’]O[/dropcap]Secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, garantiu que o Governo está “muito atento ao impacto” das recentes oscilações nos mercados accionistas da China e a acompanhar de perto a sua evolução.
Segundo dados facultados pelo titular da pasta da Economia, 7,59 mil milhões de patacas, ou mais de um quinto (21,7%) do total do capital aplicado por Macau nos mercados de acções, foram investidos nas bolsas da China e na de Hong Kong.
Em termos globais, foram aplicados 35 mil milhões de patacas em acções, valor que representa cerca de 10% do montante total da carteira de investimentos da reserva financeira de Macau, que integra outros planos.
O Secretário, citado num comunicado oficial, reconheceu, porém, que as oscilações nas bolsas da China – Xangai e Shenzhen – têm efectivamente gerado influência nos lucros obtidos anteriormente do investimento da reserva financeira em mercados accionistas, mas ressalvou, contudo, que não se registaram perdas. bolsa acções reserva
O mercado accionista chinês vive o pior momento desde a crise financeira de 2008, com o principal índice bolsista, o Xangai Composite, a registar uma desvalorização de 30% nas últimas três semanas, correspondentes a perdas superiores a dois biliões de euros.
Prevendo-se que as oscilações continuem no segundo semestre, Lionel Leong reiterou o objectivo do Governo de apostar em “projectos seguros” que passam nomeadamente pelo investimento de uma parte da reserva financeira com a ajuda da província vizinha de Guangdong.
À margem de uma reunião da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas da Assembleia Legislativa, Lionel Leong comentou que a proposta de Lei do Enquadramento Orçamental, actualmente em auscultação pública, vai contribuir para melhorar a fiscalização por parte do hemiciclo, ao prever nomeadamente a entrega de relatórios sobre a execução.
A consulta pública sobre a nova proposta de lei de enquadramento orçamental, com a duração de 45 dias, termina em 20 de Agosto.

13 Jul 2015