João Santos Filipe SociedadeFerries | Cinco pessoas detidas por suspeita de especulação de bilhetes Entre quarta e sexta-feira, a PSP e os Serviços de Alfândega foram aos locais de venda de bilhetes de ferry e detiveram cinco pessoas, que tinham 42 bilhetes para venda especulativa. Todos os ingressos tinham sido oferecidos gratuitamente pelos casinos [dropcap]A[/dropcap] Polícia de Segurança Públicas (PSP) e os Serviços de Alfândega (SA) detiveram cinco pessoas por alegada especulação com os bilhetes de viagens de ferry. A informação foi avançada através de um comunicado da PSP, apenas disponibilizado em língua chinesa, e diz respeito a uma operação conjunta que decorreu entre quarta-feira e sexta-feira da semana passada. Em relação ao primeiro dia das operações, o balanço feito pela PSP revela que foram detidos dois residentes. Os dois indivíduos tinham na sua posse 19 bilhetes de barco, que as autoridades acreditam terem como destino à venda fora das bilheteiras. Segundo a investigação das autoridades, os bilhetes tinham sido oferecidos pelos casinos e os preços originais variavam entre os 100 e 160 dólares de Hong Kong. Se não quinta-feira as operações não tiveram resultados práticos, na sexta-feira registaram-se mais três detenções. O primeiro caso foi detectado pelos agentes dos Serviços de Alfândega, que encontraram um homem com seis bilhetes no Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa. O objectivo do indivíduo era vender os bilhetes que tinha obtido junto dos casinos locais, de forma gratuita. Esses bilhetes acabaram mesmo vendidos por 140 dólares de Hong Kong, o que indica que a obtenção de um lucro de 840 dólares de Hong Kong. Ainda no mesmo dia, mas no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior, também a PSP procedeu a detenções. Neste caso, duas mulheres, uma local e outra do Interior da China. As duas tinham 17 bilhetes na sua posse e também neste caso o preço de venda era de 140 dólares de Hong Kong. À semelhança de todos os casos identificados, os bilhetes tinham sido oferecidos de forma gratuita pelos casinos locais. Os cinco indivíduos foram levados ao Ministério Público (MP) e vão responder pela prática do crime de especulação sobre títulos de transporte. De acordo com a Lei n.º 7/96/M, este crime é punido com pena de prisão “até três anos insubstituível por multa”. A tentativa também é punível. Apelo às denúncias A situação da especulação de bilhetes de barco não é nova e é frequente a presença de especuladores junto aos locais de venda nos terminais marítimos de Macau e Hong Kong. Em Novembro do ano passado, a directora da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong, havia comentado este tipo de situações. Na altura, apelou a que as pessoas denunciem as situações, quando se deparam com a venda ilegal. “Considero que essa é uma prática ilegal. As pessoas devem queixar-se à polícia quando virem essas situações. Não me parece que a companhia tenha vontade que essa venda aconteça. É um acto ilegal. Tem de haver queixa às autoridades, quando as pessoas virem essas actividades”, afirmou a directora da DSAMA, na altura.
Victor Ng SociedadePearl Horizon | Propriedades da Polytex arrestadas a pedido dos lesados [dropcap]U[/dropcap]m total de 70 lesados do projecto habitacional Pearl Horizon reuniram com os deputados Si Ka Lon, Chan Hong, Ella Lei, Wong Kit Cheng, Ho Ion Sang e Song Pek Kei na passada sexta-feira. Do encontro saiu a informação de que quatro lojas e mais de 200 lugares de estacionamento localizados no edifício La Baie du Noble, na Areia Preta, e propriedade da Polytex, vão ficar arrestados a pedido dos próprios lesados. Segundo um comunicado, o advogado dos lesados apresentou, na reunião, a situação do processo, tendo divulgado que, sob autorização dos lesados , foram levantados procedimentos cautelares no início de Outubro. Na sequência deste pedido aprovado pelo Tribunal Judicial de Base (TJB), serão arrestados estes bens da antiga concessionária do terreno onde iria nascer o projecto habitacional Pearl Horizon, sendo que na próxima fase dar-se-á início à acção principal do processo. Os lesados ter-se-ão mostrado satisfeitos com a aprovação do requerimento de arresto dos bens e manifestaram-se contra a Polytex pelo facto de não assumir as suas responsabilidades e ter respondido de forma negativa. Os seis deputados apelam à Polytex para que assuma as suas responsabilidades e resolva a questão do Pearl Horizon com sinceridade. O comunicado menciona ainda que os lesados que levantaram o processo terão de pagar apenas 100 patacas e que o resto das despesas será paga pelos “indivíduos com coração”, que, de forma voluntária, vão apoiar os lesados. O HM tentou chegar à fala com Leonel Alves, advogado da Polytex, mas até ao fecho da edição não foi possível.
Andreia Sofia Silva SociedadeDinheiro de familiares de político português passou pelo BCP Macau São cerca de 18 milhões de patacas que chegaram a ser depositadas numa conta na sucursal do Banco Comercial Português em 2008, quando ainda operava no ramo offshore. O Ministério Público suspeitou de “vantagens indevidas” aproveitadas por Luís Filipe Menezes, pois o seu pai e filho, titulares da conta, não tinham rendimentos que justificassem tal montante [dropcap]O[/dropcap] jornal Público noticiou ontem que familiares de Luís Filipe Menezes, político português e ex-líder do Partido Social-Democrata, terão recebido quase dois milhões de euros (cerca de 18 milhões de patacas) num circuito offshore que passou por Macau. Os dois milhões de euros tiveram origem numa sociedade offshore com o nome Longe Company LLC, com sede nos Estados Unidos, mas o jornal não conseguiu apurar a quem pertence essa empresa. Em Novembro de 2008, o dinheiro foi transferido para uma conta no Banco Comercial Português (BCP) em Macau, aberta dias antes dessa transacção, e que tinha como titular o pai de Luís Filipe Menezes e um dos seus filhos, de nome Pedro. Este montante passou depois para uma outra conta, também no BCP Macau, cujo titular era o advogado Amorim Pereira, que aparece associado a várias transacções. Apesar do pai e do filho de Luís Filipe Menezes serem os titulares da conta, a verdade é que o Ministério Público (MP) não acreditou que o dinheiro fosse deles, após uma análise aos seus rendimentos obtidos ao longo dos anos. O MP sempre questionou a origem do dinheiro, pois tanto o pai como o filho de Luís Filipe Menezes “não apresentavam proveitos que, minimamente, sustentem [o valor de dois milhões de euros]”, escreveu a procuradora do MP numa carta rogatória enviada aos Estados Unidos. Depois de duas transacções feitas para o banco suíço UBS e banco Ing Luxembourg, o dinheiro foi para Portugal, tendo sido depositado numa conta aberta, dias antes, no antigo Banco Espírito Santo (hoje Novo Banco), e terá servido para comprar, em 2012, um apartamento de luxo na zona da Foz, no Porto, onde ainda vive Menezes, e que custou cerca de um milhão de euros. Parte do dinheiro transferido, quase 1.500 mil euros, foi sujeito ao pagamento de impostos. Em Fevereiro de 2016, a Polícia Judiciária afirmou que era “convicção da investigação” que tanto as contas no BES e Luxemburgo eram controladas por Luís Filipe Menezes, que era “o detentor do respectivo controlo por intermédio de Amorim Pereira, procurador da conta com plenos poderes no que respeita a operações bancárias”. O MP considerou ainda que “do confronto de todos os elementos resultam indícios de que Luís Filipe Menezes, em razão do cargo desempenhado [à época era presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia] ou por causa dele, terá auferido vantagens indevidas que escamoteou, canalizando-as, através de seu pai e filho, pelo menos em parte, para conta bancária no exterior”, lê-se na notícia. O caso acabou por ser arquivado por falta de provas porque o MP não conseguiu “obter indícios suficientes da verificação de crime ou de quem foram os agentes”. “Dinheiro é do meu pai” Luís Filipe Menezes, que desde 2013 está afastado da política activa, disse que “nunca teve um tostão no estrangeiro”, tendo referido que o montante de dois milhões de euros não tem nenhuma ligação consigo. “O dinheiro é do meu pai. Se tinham alguma dúvida deviam ter chamado o meu pai e a mim e nunca o fizeram”, afirma o antigo presidente do PSD. De facto, nem Menezes, nem qualquer familiar seu foram inquiridos no processo, que nunca teve arguidos. O político explicou que a sua mãe vendeu, em 1971, um colégio por oito mil escudos, o que hoje “seria equivalente a dois ou três milhões de euros”. Mas não explicou porque é que esse valor circulou em várias contas no estrangeiro. O MP nunca encontrou os documentos comprovativos dessa venda inicial, mas apenas de uma outra, posterior, realizada entre a Câmara Municipal de Ovar e o Ministério da Educação.
Hoje Macau SociedadeGlobal Media | Paulo Rego deixa de ser vice-presidente da comissão executiva [dropcap]A[/dropcap] publicação Meios e Publicidade noticiou que Paulo Rego, ex-director do semanário Plataforma, vai deixar de ser vice-presidente da comissão executiva da Global Media, empresa que detém títulos como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias (JN) e O Jogo, entre outros. Contudo, Paulo Rego deverá manter-se ligado à empresa mas na qualidade de administrador não executivo. A Meios e Publicidade não conseguiu uma reacção da Global Media, que é detida em 30 por cento pelo empresário de Macau Kevin Ho, CEO da KNJ Investment. Contudo, uma fonte disse que a decisão “foi tomada por consenso entre todos os accionistas”, lê-se na notícia. A comissão executiva da Global Media será composta por Vítor Ribeiro, que se mantém como CEO, e por Guilherme Pinheiro. A Meios e Publicidade escreveu ainda que não deverá ser nomeado mais ninguém para este órgão, sendo que o jornalista Afonso Camões, e ex-director do JN, fica responsável pelas questões editoriais e “operacionais” do grupo. Paulo Rego era responsável pela área dos novos negócios e internacionalização, tendo lançado, no espaço de um ano, o projecto V Digital e o Plataforma Media, website que disponibiliza notícias sobre a China, Macau e a lusofonia em português e inglês. O HM tentou contactar Paulo Rego, mas tal não foi possível.
Hoje Macau SociedadeLucros da Melco Resorts em queda [dropcap]A[/dropcap]operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment apresentou ontem lucros de 9,6 milhões de dólares no terceiro trimestre do ano, menos de um décimo do resultado alcançado no período homólogo do ano passado. Entre Julho e Setembro de 2017, o grupo liderado por Lawrence Ho, filho de Stanley Ho tinha alcançado lucros de 115,9 milhões de dólares. As receitas do grupo, com casinos e hotéis em Macau e nas Filipinas, foram de 1,2 mil milhões de dólares, uma diminuição de 11por cento em comparação com o terceiro trimestre do ano passado. De acordo com o comunicado do grupo, no terceiro trimestre, a Melco apresentou 295,4 milhões de dólares de EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), uma queda de mais de cem milhões de dólares em relação ao período homólogo de 2017. A grande fatia das receitas do grupo veio através do jogo (mil milhões de dólares), que também diminuíram face aos meses de Julho a Setembro de 2017. No ano passado, a operadora de jogo tinha registado receitas de jogo na ordem dos 1,3 mil milhões de dólares. Lawrence Ho tem manifestado por diversas ocasiões a intenção do grupo garantir uma licença no Japão, depois de o parlamento nipónico ter aprovado a abertura de três casinos a partir de meados de 2020, uma ambição uma vez mais patente no comunicado divulgado ontem: “o Japão continua a ser um foco central para nós”, disse.
João Santos Filipe SociedadeWynn admite contracção no mercado VIP e acções afundam O director-executivo da Wynn, Matthew Maddox, diz que o jogo VIP está a contrair e a quebra nas acções não se fez esperar. Só na bolsa de Hong Kong, os títulos da concessionária registaram uma quebra de quase 10 por cento [dropcap]A[/dropcap]operadora Wynn está a sentir uma “contracção” nas receitas do jogo em Macau nos segmentos VIP e premium de massas, ou seja entre as camadas do mercados que apostam valores mais elevados. A tendência começou após a Semana Dourada, que decorreu entre 1 e 8 de Outubro, e o facto foi revelado, ontem, durante a apresentação dos resultados da empresa. “Assistimos a um abrandamento após a Semana Dourada, principalmente nos segmentos de topo do mercado, nomeadamente no segmento premium de massas, premium de slot machines e VIP, que são as fontes da maioria das nossas receitas”, afirmou Matthew Maddox, director executivo da empresa. “Não estamos a antecipar uma perda de quota do mercado ao longo do quarto trimestre, mas achamos que as receitas nos segmentos mais altos do sector estão mais fracas e por isso estamos a esperar um abrandamento”, acrescentou. Contudo, Matthew Maddox afastou qualquer comparação com o período de 2014, quando começou a recessão no sector do jogo devido à campanha anti-corrupção de Xi Jinping. “O sentimento é muito diferente de 2014”, frisou. As causas do abrandamento do jogo não foram abordadas, nem Maddox referiu em algum momento a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que se espera que afecte as duas economias. Por outro lado, o director-executivo da operadora de jogo defendeu que Macau vai continuar a ser o melhor mercado para estar e que a “contracção”, segundo as palavras do mesmo, será passageira. “Este abrandamento é definitivamente temporário. O crescimento de Macau está vivo e vai continuar na direcção certa. E nós estamos bem posicionados para aproveitar esse crescimento nos próximos cinco anos”, apontou. Ao HM, Albano Martins reconheceu que poderá haver uma redução conjuntural, mas que a nível estrutural, de acordo com as informação disponibilizadas pelo Governo, apenas se vê uma desaceleração do crescimento. Porém, sublinhou que as receitas absolutas estão em níveis muito mais elevados do que durante o período de contracção. Impacto na bolsa Durante a apresentação dos resultados, Matthew Maddox sublinhou por várias vezes as perspectivas positivas para o mercado de Macau. Contudo, a bolsa de Hong Kong teve uma reacção negativa às declarações. Ontem, os títulos da Wynn Macau registaram uma quebra de 9,74 por cento para os 17,060 dólares de Hong Kong. Esta tendência alastrou-se às outras operadoras presentes na bolsa do território vizinho, que registaram quebras entre 3,15 por cento e 4,71 por cento. Em relação aos resultados para o terceiro trimestre, a subsidiária de Macau da Wynn Resorts teve lucros de 223,5 milhões de dólares norte-americanos, uma subida de 148 por cento, face ao valor de 89,99 milhões registado no mesmo período do ano passado. Mais 1.300 quartos em 2020 Até 2020, a Wynn espera começar as obras de construção de mais duas torres no Cotai, naquela que será a segunda fase do hotel e casino Wynn Palace. O objectivo é aumentar o número de quartos de 1.700 para 3.000. Expansão que a empresa espera permitir passar a barreira dos mil milhões de dólares norte-americanos em termos de receitas antes de impostos.
Diana do Mar SociedadeExército chinês em Macau participou pela primeira vez em exercício Um atentado terrorista num concerto com 5.000 espectadores foi simulado ontem na Nave Desportiva dos Jogos de Ásia Oriental. O exercício, que durou aproximadamente duas horas e juntou quase mil operacionais, teve duas estreias: foi o primeiro a envolver armas químicas e o primeiro a contar com a Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês [dropcap]T[/dropcap]udo começou à entrada, quando seis terroristas tentam aceder ao espaço do concerto, mas acabam descobertos durante o controlo de segurança. A confusão instala-se depois de uma lata com explosivos cair no chão, libertando gases tóxicos. Quatro terroristas sequestram seguranças e fazem reféns os espectadores que já tinham entrado, num processo em que duas pessoas acabam baleadas, enquanto os restantes dois malfeitores fogem do local de carro. A acção principal desenrola-se no interior da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental. Os reféns encontram-se sentados nas bancadas, com as mãos agarradas à cabeça, com armas apontadas, ameaçados verbalmente de morte, enquanto os três seguranças sequestrados estão aninhados no chão do recinto. Os terroristas recolhem os telemóveis dos reféns, advertindo-os, com tiros para o ar, que não saem dali com vida se não colaborarem. Seguem-se as exigências: um carro, um barco e 50 milhões. A Polícia de Segurança Pública (PSP), Corpo de Bombeiros (CB) e Polícia Judiciária (PJ) enviam meios para desencadear as operações de salvamento e resgate, bloqueando as entradas e saídas do local, a evacuação, bem como o tratamento dos feridos, que ainda não tinham entrado para o espectáculo, afectados nomeadamente por inalação de gases tóxicos. Envergando fatos anti-radiação, os bombeiros vão buscar os feridos, encaminhados um a um para uma espécie de triagem e, mais à frente, encontram-se a postos equipas dos Serviços de Saúde. Chega a vez da Unidade Táctica de Intervenção da Polícia (UTIP) entrar no complexo, onde os movimentos dos quatro terroristas são acompanhados pelas autoridades por câmaras de vigilância. No exterior está estacionado um veículo de comando móvel, onde os líderes das diferentes forças de segurança se reúnem para discutir o plano para fazer face aos terroristas. É chamado a intervir o grupo de negociações para situações de crise da PJ, criado em 2001. Iniciam-se as conversações, as autoridades convencem os terroristas a libertar um ferido, que foi alvejado, e uma vez verificada a presença de armas químicas, na sequência da deflagração na arena de uma bomba de dispersão radiológica, as autoridades decidem pedir o auxílio da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês. Quarenta e nove militares, apoiados por um total de sete veículos, chegam ao local. Lá dentro, desliga-se o ar condicionado, de modo a não propagar os químicos. Eis que se ouve um tiro, disparado por um ‘sniper’, que atinge num braço um dos terroristas, abrindo caminho à entrada do Grupo de Operações Especiais (GOE) que domina os restantes terroristas e dá como controlada a situação. Os reféns são chamados a abandonar o espaço ordeiramente, com prioridade para os feridos, sendo os terroristas detidos os últimos a sair. Bombeiros entram no recinto, munidos de medidores de radiação e confirmada a sua presença tal é comunicado ao centro de comando que, por sua vez, convoca os militares para procederem à descontaminação do pavilhão. O cenário de crise estava, contudo, longe de terminar. Após a retirada, os reféns voltam a ser alvo de revista, sendo instados a deixar os objectos pessoais dentro de sacos de plástico face à possibilidade de contaminação química. Esta etapa revelaria nova surpresa, com as autoridades a descobrirem um detonador na posse de um dos indivíduos que tenta fugir, mas em vão. A PJ inicia os trabalhos de investigação, recolhe impressões digitais e amostras de ADN, e, durante o interrogatório ao homem apanhado na revista fica-se a saber que a intenção dos terroristas era explodir outra bomba no parque de estacionamento ao ar livre de modo a causar um maior número de vítimas. A PJ comunica a revelação à UTIP que destacou o pelotão cinotécnico e a equipa de inactivação de explosivos. Encontrado o engenho e, uma vez atestado tratar-se de uma bomba, foi enviado um robô para proceder à explosão em segurança. A PJ avança, de seguida, com a recolha de provas, como o invólucro e fios eléctricos, e, de seguida, bombeiros e militares levam a cabo operações de inspecção no local, de tratamento de resíduos radioactivos e de limpeza do espaço. A faltar estavam os dois terroristas que se colocaram em fuga no início do ataque, localizados com recurso a informações recolhidas através de ‘drones’ lançados pelos Serviços de Alfândega e do sistema de videovigilância em espaços públicos fornecidas pela PSP. Um terrorista foi interceptado na zona costeira, enquanto outro capturado numa embarcação em alto mar. Nenhum dos dois tinha armas ou documentos de identificação na sua posse. Após uma investigação preliminar, foi detido ainda um outro homem suspeito de prestar apoio aos dois terroristas no âmbito da entrada e saída ilegais do território. O exercício, denominado de “cão espirituoso”, que durou cerca de duas horas e juntou aproximadamente mil operacionais, simulou a existência de 211 feridos, dos quais sete sofreram ferimentos de bala. Sem ameaça de atentados “Até ao momento, não há qualquer informação” que aponte para a possibilidade de Macau ser alvo de um ataque, afirmou ontem o director dos Serviços de Polícia Unitários, Ma Io Kun. Em breves declarações aos jornalistas antes do início da manobra de grande dimensão, o comandante dos SPU apontou que o principal objectivo do exercício passa por elevar a capacidade de resposta das autoridades e testar a coordenação entre os diferentes departamentos, enfatizando também o facto de se ter realizado pela primeira vez um exercício envolvendo armas químicas. Foi, aliás, por esta razão que a Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês foi chamada a intervir. “Mobilizámos 49 agentes e sete veículos equipados diferentes, para desenvolver principalmente tarefas como inspecção e detecção de materiais perigosos (substâncias/gases químicos e/ou radioactivos), busca de amostra, análise, inspecção do estado de contaminação e processo de descontaminação das pessoas e do pavilhão”, explicou, por seu turno, o Chefe do Estado-Maior da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês, Zhu Anping. Esta foi a primeira vez que os militares realizaram, em conjunto com os serviços de segurança, um exercício real. Tal teve lugar na sequência do pedido do Chefe do Executivo da RAEM e após obtida a autorização da Comissão Militar Central da República Popular da China e do Comando do Teatro do Sul do Exército de Libertação do Povo Chinês. Em comunicado, enviado ao final do dia de ontem, os SPU consideraram que o exercício, que decorreu sem sobressaltos, alcançou os resultados previstos.
Hoje Macau SociedadeQualidade do ar | DSPA vai realizar estudo de poluentes ambientais [dropcap]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) contratou uma empresa para realizar um estudo que avalie a distribuição de poluentes ambientais atmosféricos no território. De acordo com um comunicado da DSPA, serão realizados “trabalhos de monitorização em determinadas áreas de Macau, utilizando um veículo de monitorização móvel do ambiente atmosférico”. O plano da investigação deverá ser realizado em quatro fases, “numa área específica de Macau”. A primeira fase será realizada de 13 a 19 de Novembro. A Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos emitiram um comunicado a constatar a má qualidade do ar que se registou ontem. A concentração de partículas inaláveis (PM) revelaram níveis de má qualidade do ar três vezes superiores ao que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Tal contribuiu para uma baixa visibilidade no exterior, e foi aconselhado que se evitassem actividades ao ar livre e o fecho de janelas.
Victor Ng SociedadeSurf Hong | Ella Lei recusa envolver-se em caso de nadadores-salvadores A deputada dos Operários defende que compete à DSAL verificar se houve alguma infracção no despedimento de 20 nadadores-salvadores que fizeram greve, mas admite que a legislação permite perseguir os trabalhadores que reivindicam direitos protegidos pela lei laboral [dropcap]A[/dropcap]deputada da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ella Lei, acredita que a legislação laboral permite perseguir os trabalhadores que se atrevem a defender os seus direitos, mas recusa envolver-se no caso dos 20 salvadores-nadadores não-residentes despedidos pela Surf Hong. Para a deputada, mesmo que os nadadores-salvadores tenham sido despedidos por defenderem os seus interesses legítimos, terá de ser a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) a apurar o que aconteceu. “É à DSAL que compete investigar este caso. Apesar dos trabalhadores poderem dizer que foram despedidos por protegerem os seus interesses, será a investigação da DSAL que vai apurar os factos e explicar o que realmente se passou”, disse Ella Lei, ontem, ao HM. Cerca de 20 nadadores-salvadores foram despedidos pela Surf Hong, após terem feito greve, o que forçou a empresa a não conseguir assegurar o serviço de salvamento nas piscinas do território. Em causa estavam queixas como a ausência da entrega de cópias do contrato de trabalho assinado, recusa do acesso ao certificado de nadador-salvador ou ausência de tempo de descanso adequado entre turnos. O caso ainda está a ser investigado, mas a DSAL já concluiu que não houve tempo de descanso suficiente e, por isso, multou a empresa em 230 mil patacas a empresa. Princípios básicos De acordo com o artigo 27.º da Lei Básica, as pessoas de Macau têm “o direito e liberdade de organizar e participar em associações sindicais e em greves”. No entanto, o artigo não está legislado e o trabalhadores, que tiveram razão numa parte das queixas, foram despedidos por “faltas injustificadas”. À base deste caso, Ella Lei reconhece que os trabalhadores não têm meio, à excepção das queixas apresentadas junto da DSAL, para defenderem os interesses consagrados na Lei Básica. “Os trabalhadores foram despedidos devido ao seu comportamento e por não haver uma de lei sindical. Também não temos direito à negociação colectiva, o que pode fazer com que quem apresente queixas possa ser perseguido pela entidade patronal”, justificou. Actualmente, além de Ella Lei, o campo dos Operários está representado na Assembleia Legislativa com mais três deputados, Leong Sun Iok, eleito pela via directa, Lei Chan U e Lam Lon Wai, eleitos pela via indirecta. Porém, a legisladora não quis tomar uma posição sobre se há planos para apresentar uma nova Lei Sindical. No passado, houve várias propostas no hemiciclo, na maior parte das vezes com origem no deputado José Pereira Coutinho, mas os documentos nunca foram aprovados. “Na legislação actual não há protecção para as pessoas que defendem os direitos laborais nem que apresentam reivindicações. Já propus que fossem feitas alterações, mesmo com a lei sindical. Mas há sempre uma forte oposição porque há pessoas que acham que os operários já têm muito poder”, realçou.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeOrganização do Festival Internacional de Cinema discrimina imprensa de Macau O actor e cantor Aaron Kwok esteve em Macau para dar uma entrevista antes de participar na conferência de imprensa de apresentação do programa da terceira edição do Festival Internacional de Cinema. A organização separou a imprensa de Hong Kong e do continente da local, e deixou os jornalistas de Macau para segundo plano. Mais grave para os de língua inglesa e portuguesa que não tiveram acesso a tradução [dropcap]A[/dropcap]imprensa de Macau foi deixada para segundo plano na entrevista à estrela de cinema e Cantopop de Hong Kong Aaron Kwok, que antecedeu a conferência de imprensa de apresentação da 3º edição do Festival Internacional de Cinema. O encontro com o artista estava marcado para as 13h30 mas Aaron Kwok atrasou-se. À espera da estrela de Hong Kong estavam dezenas de jornalistas da região vizinha, do continente e, claro, de Macau. Como acontece em circunstâncias idênticas, este tipo de entrevistas são conjuntas e acompanhadas de tradução para que o seu conteúdo esteja acessível a todos os interessados, nomeadamente em eventos cunhados de “internacional”. Não foi o caso. Para a sala onde ia decorrer a conversa, e já por volta das 13h50, foram admitidos em primeiro lugar os jornalistas de Hong Kong e do continente. Cerca de 15 minutos depois, foi a vez de dar lugar à imprensa local. Depressa que se faz tarde Com tempo contado dado ao adiantado da hora, a entrevista foi conduzida em cantonês. A organização foi questionada sobre a possibilidade de existir um tradutor, mas a pessoa responsável pela gestão da comunicação limitou-se a referir que não iria existir tradução alguma. Foi ainda sublinhado à mesma responsável que a separação dos jornalistas e a falta de tradução limitavam o acesso aos conteúdos. Numa primeira reacção não foi dada qualquer justificação para a situação, tendo sido apenas referido que os órgãos de comunicação social em línguas estrangeiras estariam à vontade para fazer perguntas em inglês. No final do encontro com a imprensa local, houve realmente uma questão em inglês e que teve que ser única. A resposta veio da boa vontade do próprio artista na medida em que o assistente que o acompanhava, quando percebeu que o conteúdo seria noutra língua, tentou finalizar a entrevista de imediato argumentando o atraso da conferência de imprensa. Mas Kwok adiantou-se e respondeu à jornalista. A organização voltou a ser alertada para este incidente, que mais uma vez punha em causa a consideração pela imprensa local, desta feita em língua estrangeira, sendo que, numa segunda justificação a mesma responsável referiu que não tinha pensado que os jornalistas estrangeiros pudessem estar interessados em falar com o artista de Hong Kong. Foi ainda adiantado que, em eventos futuros, estaria garantida a tradução.
Hoje Macau SociedadeIPOR e IPM querem projectos de investigação científicos conjuntos [dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) e o Instituto Politécnico de Macau (IPM) querem desenvolver uma parceria conjunta em projectos de investigação científicos e criar um programa de estágios, disse à Lusa o director do IPOR. Joaquim Coelho Ramos, que iniciou o mandato como director do IPOR no dia 1 de Setembro, falava à Lusa a propósito do encontro que manteve com o presidente do IPM, Im Sio Kei. Num comunicado sobre o encontro, o IPM referiu que está ainda em estudo a possibilidade da “criação de um programa de intercâmbio entre professores”. Em relação ao programa de estágios, o IPM sublinhou a importância da “participação de alunos e graduados do IPM em eventos culturais realizados pelo IPOR e outras experiências envolvendo as diferentes culturas dos países de língua portuguesa”.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeMotoristas de táxi querem prémios para quando não violam a lei Um fundo criado com dinheiros públicos e privados para ajudar na resolução de conflitos que envolvem taxistas, formação para os agentes da autoridade e prémios para os condutores que cumprem a lei. Estas foram algumas das sugestões deixadas ontem pelas associações de motoristas de táxis aos deputados da 3ª Comissão Permanente [dropcap]O[/dropcap]s taxistas querem a criação de um fundo com a participação de entidades públicas e privadas destinado à resolução de conflitos que venham a surgir com a entrada em vigor do novo regime legal. A ideia foi deixada ontem pelo presidente da 3ª Comissão Permanente, Vong Hin Fai, depois da reunião entre os deputados que analisam na especialidade a proposta de lei que vai regular o sector e nove associações de taxistas. Outra sugestão deixada pelos representantes do sector foi a criação de uma comissão de arbitragem com a finalidade de resolver “conflitos entre taxistas e passageiros”, um organismo que seria “constituído por membros experientes do sector”, referiu Vong. A arbitragem serviria de recurso nas situações em que um taxista não concorda com um passageiro quando este último se queixa às autoridades. No entanto, o Governo já adiantou que “no caso dos infractores não estarem de acordo com as sanções podem sempre recorrer aos tribunais”, disse Vong Hin Fai. Formar a autoridade Para os taxistas seria ainda importante fomentar acções de formação para “os aplicadores da lei”, ou seja para as equipas de fiscalização da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e para os agentes policiais. Apesar das centenas de infracções registadas todos os meses pelas forças policiais, os motoristas acham que nem sempre as autoridades procedem à investigação com diligência, deixando-os desprotegidos, sem forma de recorrerem à lei. Por outro lado, os representantes do sector acham que deveria existir um mecanismo de recompensa para os condutores que cumprem a lei. “Só há sanções para quem não cumpre a lei e não há mecanismos que premeiem quem a cumpre”, queixaram-se, de acordo com Vong Hin Fai. A nova proposta prevê ainda que o modelo de exploração de táxis passe a ser exclusivamente empresarial. Para os condutores, esta medida não é justa uma vez que existem muitos taxistas que trabalham por conta própria. Por outro lado, consideram que o modelo exclusivamente empresarial vai contribui para a criação de monopólios, que em nada irá beneficiar o bom funcionamento do sector. Para evitar esta situação, os representantes associativos apelaram para que a exploração de táxis seja dividida em partes iguais, ou seja, 50 por cento explorada por empresas, 50 por cento por particulares. Agente secreto Os motoristas de táxi querem que seja retirada da proposta de lei que irá regular o sector a possibilidade de serem usados agentes à paisana que, para a detecção de infracções, sugeriam actos ilegais aos taxistas. “Não queremos que a proposta considere a existência de agentes provocadores” afirmou um dos representantes das associações de motoristas. Para substituir esta medida os motoristas sugerem que seja instalada a gravação de som, tal como a proposta prevê, e também de imagem.
Hoje Macau SociedadeCena de pancadaria no Cotai foi vingança de vítima de sequestro [dropcap]A[/dropcap] polícia prendeu ontem quatro indivíduos do Interior da China, após uma cena de pancadaria num casino no Cotai. De acordo com as informações do jornal Exmoo, na origem da luta esteve a vingança de um jogador contra dois agiotas, que o tinham raptado no final de Outubro, por dívidas de jogo. Dias depois, o jogador acabou por se libertar e, ontem, deu de caras com os seus raptadores na zona de jogo do casino. Nesse momento, o jogador não hesitou em confrontar os antagonistas, o que terá dado origem à luta, que ficou captada em imagens. A polícia está agora a investigar o caso e os agiotas já foram detidos.
João Santos Filipe SociedadeTerreno do Canídromo vai ter escola de ensino especial Melhores condições do que em Singapura. É desta forma que o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura vê os apoios em Macau para os alunos com condições especiais e promete uma escola no Canídromo [dropcap]P[/dropcap]ara Alexis Tam os recursos disponibilizados para as crianças com necessidades especiais estão no topo, em comparação com o estrangeiro, e as filas de espera são reduzidas. A declaração foi feita, ontem, pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura em resposta à petição assinada por cerca de sete mil pessoas, que exige um aumento no subsídio de invalidez. “O nosso objectivo é prestar os serviços adequados às crianças com necessidades especiais, para que elas não tenham de se preocupar com os recursos financeiros. Vamos continuar a prestar todos os apoios necessários e mesmo no Canídromo vamos construir uma escola para o ensino especial”, disse Alexis Tam, à margem da cerimónia de bênção do Grande Prémio de Macau. “É uma nova instalação que vai permitir aumentar os nossos recursos para este tipo de ensino. É também uma forma de dar ainda mais apoio a estas crianças”, considerou. Sobre a possibilidade de haver um aumento no subsídio de invalidez, que as famílias das crianças com deficiência se queixam de não ser suficiente para fazer face às despesas, Alexis Tam elogiou a qualidade das condições existentes. “Em 2016 foram criados os mecanismos necessários para apoiar estas pessoas. Na altura não tínhamos instalações suficientes e a estrutura ainda não estava madura, mas estamos a optimizar os serviços de auxílio, através da contratação de terapeutas e também de formação interna, e entretanto criámos as infra-estruturas necessárias”, explicou. “Actualmente temos especialistas suficientes para os serviços necessários. Temos também pessoas com capacidades para darem formação aos novos profissionais, e ainda podemos contratar mais especialistas em Hong Kong ou Taiwan. Mas temos uma resposta adequada”, acrescentou. Resposta acelerada No que toca ao ensino especial, o secretário disse que Macau fornece melhores condições do que Singapura, e que na RAEM os serviços são gratuitos. “O Governo de Singapura não tem serviços gratuitos para as crianças com dificuldades. Em países como esse, as pessoas precisam de usar os seus recursos financeiros, mas em Macau isso não acontece”, declarou. Alexis Tam apontou ainda que o Governo fornece de forma gratuita transporte, refeições e outras condições para as crianças com necessidades. “Dar mais subsídios as estas pessoas é algo que vai ser considerado, mas também temos que ter em conta que o Governo já disponibiliza vários serviços para as pessoas nestas situações”, acrescentou. Por outro lado, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura disse que a nível da saúde e apoios para as crianças os tempos de espera são reduzidos. “Lá fora para ter acesso a estes serviços é necessário ficar na lista de espera, que demora muito. Mas isso não acontece em Macau, já estamos preparados para as pessoas com necessidades especiais”, frisou. Questionado sobre o tempo de espera, Alexis Tam disse que a informação seria disponibilizada posteriormente. Despedimento “lamentável” Alexis Tam considerou que o despedimento dos nadadores-salvadores por parte da Surf Hong, empresa que fornece o serviço às piscinas do Instituto do Desporto, é “lamentável”. “É lamentável o que se passou com os nadadores-salvadores que foram despedidos […] Lamento o que se passou e a companhia não devia ter agido desta maneira”, opinou. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura fez questão de destacar que o caso está sob a alçada da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que fica sob a tutela do secretário para a Economia e Finanças, mas que toda a situação vai ser levada em conta em futuros concurso públicos.
Hoje Macau SociedadeIC atribui bolsas a cinco projectos de investigação [dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) anunciou ontem a atribuição de bolsas de investigação académica a cinco projectos de um universo de 41 candidatos de Macau e do estrangeiro. Geoffrey Charles Gunn, doutorado em Ciências Humanas/Políticas pela Universidade de Monash (Austrália) e investigador da história de Macau, foi um dos contemplados. Segundo um comunicado do IC, o professor propõe-se a estudar o processo de evolução de Macau na era da guerra e revolução do século XX, tendo como foco a vida dos povos de Macau durante a guerra, a sociedade no início da época do pós-guerra e as mudanças políticas e económicas de Macau até 1999. Já Wu Yuxian, doutorada do Departamento de História da Universidade de Macau, actualmente investigadora associada da Universidade da Cidade de Macau, vai debruçar-se sobre a gestão urbana e desenvolvimento de medicina e saúde de Macau na idade moderna. Tang Chon Chit, doutorado em Estudos de Literatura, História e Filosofia pela Universidade de Shandong, actualmente professor do Departamento da Língua e Literatura Chinesa da Universidade de Macau, focar-se-á, por seu turno, no estudo da sociedade literária “Xueshe” de Macau, que foi a primeira associação na história da literatura de Macau. Lu Chi Seng, doutorado em Filosofia pela Universidade de Macau e especialista na tradução jurídica chinês/português e vice-versa, actualmente assessor de tradução, intérprete-tradutor jurídico e assessor jurídico do Governo, apresentou um projecto sobre as componentes culturais relevantes dos princípios orientadores para a tradução jurídica bilingue de Macau. Por fim, Zhou Long, doutorado em Filosofia no Estudo de Planeamento, Design e Construção pela Universidade de Oklahoma (EUA), actualmente professor associado da Universidade da Cidade de Macau vai abordar a protecção, prevenção de desastres e gestão dos bairros culturais e históricos de Macau.
Andreia Sofia Silva SociedadeFunção pública | Novo centro de serviços da Taipa abre em 2019 [dropcap]O[/dropcap] novo centro de serviços da RAEM vai entrar em funcionamento no primeiro trimestre de 2019, estando localizado no empreendimento Nova Park, da empresa Shun Tak de Pansy Ho. A Direcção dos Serviços de Finanças adiantou ao HM que a área onde ficará localizado o novo centro de serviços é propriedade do Governo, pelo que não haverá pagamento de qualquer renda. A informação foi ontem avançada pelos membros do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas após uma reunião que contou com a presença de membros do Governo. De acordo com o Jornal do Cidadão, foi referido que o novo centro de serviços irá disponibilizar aos cidadãos um total de 300 serviços administrados prestados por 26 serviços públicos, onde se incluem os serviços de migração, identificação e assistência social. Serão também instalados 33 balcões de atendimento, sendo que alguns serviços vão funcionar 24 horas por dia.
Hoje Macau SociedadePJ investiga possível burla de 3 milhões de dólares de Hong Kong [dropcap]U[/dropcap]ma mulher do continente terá sido burlada num valor de 3 milhões de dólares de Hong Kong na área do ZAPE. A polícia identificou quatro suspeitos em fuga através de câmaras de videovigilância e iniciou acções de busca no território. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a Polícia de Segurança Pública (PSP) explicou que a alegada vítima entrou em Macau com quatro homens da China no passado dia 6, tendo entrado em duas joalharias. Numa delas trocaram três milhões de dólares de Hong Kong por renminbis, mas os dois homens alegaram que podiam ajudar a mulher a trocar o dinheiro e fugiram com o montante. Quando a mulher percebeu que tinha sido enganada, descobriu também que os dois homens tinham fugido. O passo seguinte foi a apresentação de queixa junto da PSP. A Polícia Judiciária está a investigar o caso.
Hoje Macau SociedadeAir Macau volta a aumentar preços do combustível [dropcap]A[/dropcap] Air Macau vai aumentar os preços do combustível por voo, que a partir do dia 1 de Dezembro deixam de ter o valor de 28 dólares que passa a ser de 32 dólares, aponta um comunicado ontem emitido. Na prática, tal vai significar um aumento dos preços dos voos da companhia. “Todos os bilhetes emitidos no dia 1 de Dezembro ou depois para viagens de Macau para a China, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Vietname serão sujeitos a novas taxas de combustível. Algumas sobretaxas podem ser aplicadas a bilhetes de adultos, jovens e crianças”, lê-se.
Hoje Macau SociedadeAMCM | Crédito usado no terceiro trimestre sobe 13,7 por cento [dropcap]O[/dropcap] crédito usado no terceiro trimestre atingiu 5,6 mil milhões de patacas, traduzindo um aumento anual de 13,7 por cento, indicam dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). O adiantamento de numerário correspondeu a 227,5 milhões, correspondendo a 4,1 por cento do total do crédito usado entre Julho e Setembro. O número de cartões de crédito pessoal emitidos pelos bancos em Macau alcançou 1,2 milhões no final de Setembro, registando um crescimento de 10,3 por cento. O total dos cartões de crédito denominados em patacas (903.711 cartões) subiu 9,7 por cento; enquanto os denominados em dólares de Hong Kong (93.294) cresceu 6,4 por cento. Já os denominados (285.727 cartões) aumentaram, por seu turno, 13,7 por cento. Até ao final de Setembro, o limite de crédito dos cartões de créditos emitidos pelos bancos em Macau foi de 32,5 mil milhões – mais 17 por cento face ao período homólogo do ano passado.
Diana do Mar Manchete SociedadeTaxista condenado a pagar 4,8 milhões por atropelamento na passadeira O Tribunal de Última Instância (TUI) condenou um taxista, que atropelou uma mulher na passadeira, a pagar uma indemnização total na ordem de 4,8 milhões de patacas, reduzindo o montante aplicado pelo TSI [dropcap]O[/dropcap] caso remonta a Novembro de 2013, quando um taxista atropelou uma mulher numa passadeira na Taipa. A vítima sofreu uma série de lesões, das quais levou dois anos a recuperar, ficando com uma incapacidade permanente de 70 por cento. O Tribunal de Última Instância (TUI) condenou o condutor a pagar uma indemnização total de 4,8 milhões de patacas (em danos patrimoniais e não patrimoniais). Segundo o acórdão, datado de 31 de Outubro, apenas tornado público ontem, foi concedido provimento parcial ao recurso, o que, na prática, resultou numa redução do valor a ressarcir à vítima. O TUI fixou a indemnização por perda da capacidade de ganho em 4,1 milhões de patacas e em 700 mil patacas a relativa aos danos não patrimoniais, mantendo em tudo o resto o que foi decidido pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI). O condutor foi primeiramente condenado pelo Tribunal Judicial de Base (TJB), em Junho do ano passado, pela prática de um crime de ofensa grave à integridade física por negligência, na pena de um ano e meio de prisão, bem como no pagamento do valor total de 7,04 milhões de patacas. Inconformado, recorreu para o TSI que, em Maio último, reduziu a indemnização por perda da capacidade de ganho para 4,3 milhões e a indemnização por danos não patrimoniais para um milhão, ou seja, para um total de 5,3 milhões de patacas. O condutor alegou nomeadamente que os danos da incapacidade para o trabalho eram elevados, até porque o salário da vítima manteve-se, argumento que não colheu, com o TUI a apontar que a perda da capacidade de ganho por incapacidade permanente (parcial ou total) é indemnizável, ainda que o lesado mantenha o mesmo salário que auferia antes da lesão. Já relativamente aos danos patrimoniais, o TUI entendeu ser ajustada a indemnização de 700 mil patacas. Apesar de constatar que o acidente de viação teve consequências negativas para a vida da vítima, o TUI nota, porém, que os factos descritos são relativamente escassos. “No fundo, não conhecemos com exactidão a situação física actual da ofendida. Não sabemos se se desloca bem ou mal, com menos ou mais dificuldades. Se consegue correr ou não. Se pode estar de pé longo tempo ou não. E não sabemos porque a quem competia alegar e provar os factos, não o fez”, diz o acórdão.
Hoje Macau SociedadeLucros do BNU caíram 15,7 por cento nos primeiros nove meses [dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 475,91 milhões de patacas, contra 564,08 milhões apurados em igual período do ano passado, o que representa uma diminuição de 15,7 por cento. Segundo o balancete, de 30 de Setembro, publicado ontem em Boletim Oficial, o BNU registou proveitos de 1,29 mil milhões de patacas e custos de 814,12 milhões. Em 2017, o BNU registou lucros de 706 milhões, impulsionados pela mais-valia da venda de um imóvel pelo que o presidente executivo do BNU, Carlos Cid Álvares, afirmou esperar terminar 2018 com sensivelmente 600 milhões, ou seja, menos 100 milhões. O BNU, do grupo Caixa Geral de Depósitos, é, a par com o Banco da China, banco emissor de moeda em Macau, contando actualmente com duas dezenas de agências, incluindo uma na Ilha da Montanha, em Zhuhai. A mais recente foi inaugurada a 30 de Outubro, na Universidade de Macau.
João Santos Filipe SociedadePonte HKZM | Cano rebentado fez com que fronteira de Macau metesse água O rebentamento de um cano na fronteira de Macau da nova ponte fez com que água caísse do tecto da nova estrutura. A situação foi relatada, ontem, pelo jornal Oriental Daily. As autoridades confirmaram a situação e referiram que o problema foi resolvido [dropcap]O[/dropcap] rebentamento de um tubo fez com que o tecto da Zona Fronteiriça de Macau da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau começasse a deitar água. A situação foi relatada ontem pelo jornal Oriental Daily, que informa que os funcionários do Governo local apenas estavam preparados com baldes e esfregonas para lidar com a situação. “Um leitor denunciou-nos que, apesar do edifício fronteiriço de Macau só ter entrado em funcionamento há pouco mais de dez dias, houve um rebentamento suspeito de um tubo e a zona de partidas ficou com o tecto a deitar água”, pode ler-se no portal do jornal de Hong Kong. “Para lidar com a situação, os trabalhadores só estavam equipados com baldes, esfregonas e sacos de plástico”, foi acrescentado. A situação do rebentamento foi, horas mais tarde, confirmada pela Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (FSM), que negou que a ocorrência se tenha ficado a dever à fraca qualidade dos materiais utilizadas ou eventuais defeitos. “Acredita-se que o acidente [rebentamento do cano de água] foi causado por uma empresa de manutenção durante uma operação de rotina, no dia 5 de Novembro (segunda-feira)”, pode ler-se no comunicado da FSM. “Após o caso, a empresa precedeu imediatamente aos trabalhos de reparação, que duraram cinco horas”, foi revelado. De acordo com o relato ao jornal, o rebentamento fez com que algumas escadas rolantes tivessem de ser vedadas e que durante algumas horas fossem utilizados baldes e sacos de plástico para conter a água que caía do tecto. Trabalhos por fazer As críticas à nova estrutura de Macau não se ficaram pelo rebentamento do tubo. Segundo outras questões relatadas pelo Oriental Daily, os separadores das diferentes vias das estradas ainda estão por concluir, assim como a instalação de telefones. A própria sinalética também mereceu reparos na publicação de Hong Kong, que refere que o sinal que indica a paragem de autocarros ainda está envolto em papel plastificados. Em relação aos telefones públicos, as FSM negaram as críticas e explicaram a situação. “Antes da abertura da ponte foram instalados e testados 22 telefones, que estão em funcionamento e podem ser utilizados pelos passageiros. Os outros seis telefones tiveram problemas, foram resolvidos a 26 de Outubro. Estão todos em funcionamento”, foi escrito no comunicado. Sobre a sinalética, as FSM não negam que estão em papel, mas que há instruções para que com o tempo o sistema seja melhorado com sinais permanentes.
Hoje Macau SociedadeSegurança | Exercício antiterrorismo marcado para amanhã [dropcap]A[/dropcap] Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau vai ser palco amanhã à tarde de uma simulação de um ataque terrorista, um exercício pensado para elevar a capacidade de resposta a ocorrências súbitas e reforçar o mecanismo de acção conjunta. Denominado “Cão Espirituoso”, o simulacro vai ser realizado pelos Serviços de Polícia Unitários (SPU) e pela Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês, em coordenação com as polícias e os bombeiros, bem como com outros serviços como os da Alfândega e de Saúde. O exercício vai ter como cenário um ataque terrorista com recurso a armas químicas e radioactivas e tomada de reféns durante um concerto. Em comunicado, divulgado ontem, os SPU especificam que serão simuladas situações com feridos, tomada de reféns, contaminação com gás químico, uso de explosivos radioactivos e ainda captura de suspeito no mar. Com o exercício pretende-se “testar a capacidade de reacção da polícia e da sua colaboração com a Guarnição e os restantes serviços públicos no âmbito do comando e coordenação de operações, bem como a comunicação de informações, de forma a poder avaliar e rever o plano operacional antiterrorista, elevando o nível de profissionalismo e a capacidade de coordenação face a ataques terroristas”, refere a mesma nota. Devido à operação, a circulação do trânsito vai estar condicionada, entre as 14h e as 19h, nas vias circundantes da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau.
Hoje Macau SociedadeDore e Wynn perdem no TSI em caso de depósito de fichas em sala VIP [dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão a um homem da China, que não conseguiu reaver as fichas vivas, no valor de seis milhões, que tinha depositado na Dore, promotora de jogo que operava no Wynn. Segundo a edição de ontem do Ou Mun, o TSI decidiu que a Dore e a Wynn são solidariamente responsáveis pela perda do indivíduo, determinando que têm de o indemnizar com juros. O jornal, que não refere a data do veredicto, indica que o caso remonta a Junho de 2015 quando o homem fez o referido depósito através de um ex-chefe da tesouraria contratado pela Dore e se viu, meses depois, impossibilitado de o levantar. O homem avançou com uma acção para o Tribunal Judicial de Base (TJB) que lhe deu parcialmente razão, tendo depois recorrido para o TSI.