Residente de Hong Kong condenado por tráfico de droga

[dropcap]U[/dropcap]m jovem de Hong Kong foi condenado a sete anos de pena de prisão pelo crime de tráfico de estupefacientes.

De acordo com o Jornal Ou Mun, o jovem com 27 anos, em colaboração com outros dois homens, transportava cocaína para Macau recebendo 2000 dólares de Hong Kong pelo serviço.

O detido foi apanhado no posto fronteiriço do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior por agentes dos Serviços de Alfândega na posse de uma grande quantidade de cocaína.

30 Nov 2018

Cabo Verde | Sustentabilidade do banco de David Chow continua por provar

[dropcap]O[/dropcap] empresário David Chow não conseguiu ainda a autorização para estabelecer o Banco Sino-Atlântico em Cabo Verde por ter apresentado um pedido com dados incompletos, o que não permite às autoridades cabo-verdianas comprovarem a sustentabilidade do futuro banco. A notícia foi avançada ontem pelo Jornal Económico, que cita um comunicado do Banco de Cabo Verde.

O pedido da Macau Legend Development não continha “todos os elementos legalmente exigidos supratranscritos, razão pela qual, até hoje, não foi permitida a devida análise e correspondente decisão por parte do Banco de Cabo Verde”, pode ler-se no comunicado.

A empresa fez o pedido inicial em Fevereiro do ano passado, mas este continha várias lacunas “de ordem formal e material”, tendo David Chow sido informado, em Março, da necessidade de apresentação de mais dados. Cinco meses depois o empresário terá enviado mais documentos, mas não enviou todos os que eram pedidos pelo Banco de Cabo Verde para finalizar o processo.

“Foram apontadas as insuficiências de ordem estratégica, económica, operacional e prudencial que não permitem aferir a sustentabilidade do projecto do Banco Sino-Atlântico”, acrescentou o mesmo comunicado.
O banco central reagiu a uma notícia do jornal cabo-verdiano A Nação, que escreveu que “o Banco de Cabo Verde se apresenta neste momento como um obstáculo intransponível para o banco Sino-Atlântico”.

Apesar das autoridades de Cabo Verde terem assinado um memorando de entendimento com a Macau Legend Development relativamente a projectos de investimento de vária ordem, que, além do banco, incluem a construção de um resort no Ilhéu de Santa Maria, há ainda várias arestas por limar.

“Tendo em conta que tal estabilidade depende, também, da influência que os principais acionistas possam exercer na atividade das instituições financeiras, o rigor na avaliação e na monitorização dos acionistas qualificados promotores de projetos no sistema financeiro nacional consubstancia-se numa regra prudencial fundamental”, explica o banco central.

Na edição do passado dia 23, o jornal A Nação escreveu ainda na primeira página que os investimentos de David Chow estão “em risco de serem desviados para Moçambique”, dada a existência de “novos obstáculos nos projectos de David Chow”. O HM tentou esclarecer estas informações junto do empresário, mas não foi possível estabelecer contacto.

29 Nov 2018

Guangdong trava excursões de apenas um dia ao fim de semana para Hong Kong e a Macau

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades da província chinesa de Guangdong pediram às agências de viagens daquela região para porem fim às excursões de um dia, durante o fim de semana, para Hong Kong e a Macau, foi hoje noticiado.

De acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP), a decisão da Secretaria de Turismo da província pretende reduzir a presença de turistas e o tráfego oriundo da mega ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

De 17 de outubro a 1 de Novembro, foram emitidos por Guangdong mais de 1,78 milhões de vistos para Hong Kong e Macau, na maioria pedidos por aposentados, um aumento de 26,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com departamento de segurança da província.

O Departamento de Cultura e Turismo da Província de Guangdong, citado pelo SCMP, disse ter tomado medidas para “reduzir ainda mais a pressão sobre os portos e áreas adjacentes”.

A medida procura encorajar a organização de “viagens de qualidade que durem dois dias ou mais”, argumentaram as autoridades da província, que apelaram às autoridades de turismo municipais para monitorizarem de perto as agências de viagens.

Desde que a travessia foi aberta ao tráfego, no dia 24 de Outubro, um grande número de visitantes ‘invadiu’ o bairro normalmente calmo de Tung Chung, na ilha de Lantau, Hong Kong, lotando os autocarros e esvaziando as prateleiras das lojas.

Os meios de comunicação social de Hong Kong têm denunciado a existência de operadores turísticos ilegais da China continental.

A maior travessia marítima do mundo que liga Macau, Hong Kong e a cidade chinesa de Zhuhai, inaugurada pelo Presidente chinês, é considerada uma infraestrutura fundamental para o projeto da Grande Baía que visa criar uma metrópole mundial a partir das regiões administrativas especiais e nove localidades da província de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com cerca de 68 milhões de habitantes.

29 Nov 2018

Macau regista crescimento de 23,9% nas importações de países lusófonos

[dropcap]M[/dropcap]acau importou até Outubro mercadorias dos países lusófonos no valor de 646 milhões de patacas, um crescimento de 23,9% em comparação a igual período de 2017, informaram hoje as autoridades.

Já as exportações de Macau para os países de língua portuguesa cresceram significativamente nos primeiros dez meses do ano, mas o défice da balança comercial com os países lusófonos continua a aumentar.

Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), Macau exportou para os países lusófonos mercadorias no valor de 24 milhões de patacas, um aumento de 3.499%, face a igual período do ano passado, mas muito inferior aos 646 milhões de patacas em produtos importados.

No total, as exportações do território subiram 8% até ao final de outubro, para 10,13 mil milhões de patacas, mas o défice da balança comercial continua a aumentar fruto do crescimento das importações em 23,1%, para 64,19 mil milhões de patacas.

As exportações para a China continental atingiram, no período em análise, 1,71 mil milhões de patacas, uma quebra de 4,2% face a idêntico período do ano passado.

Por outro lado, o valor das exportações para as nove províncias do Delta do Rio das Pérolas, vizinhas de Macau, no sul do país, cresceu 5,3% para 1,66 mil milhões de patacas.

As exportações para Hong Kong e União Europeia registaram uma subida de 15,5% e 2,2%, respectivamente.

Já as vendas para os Estados Unidos caíram 31,3%. O valor total do comércio externo de mercadorias em Macau, entre Janeiro e Outubro, correspondeu a 84,44 mil milhões de patacas, mais 19,6% face ao período idêntico de 2017.

29 Nov 2018

Autoridade Monetária de Macau e Banco de Portugal assinam acordo de cooperação

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e o Banco de Portugal assinaram um acordo de cooperação para facilitar o intercâmbio de quadros e informações na área financeira, anunciou hoje a AMCM.

O acordo foi assinado pelo presidente do conselho de administração da AMCM, Chan Sau San, e pelo governador do Banco de Portugal, Carlos da Silva Costa, pode ler-se no comunicado divulgado pela AMCM.

O acordo, para além de facilitar o intercâmbio de quadros e informações na área financeira, inclui também a realização de conferências ou reuniões e formação profissional. Ambas as partes assumiram ainda o compromisso de encetarem encontros periódicos de alto nível.

“O âmbito de cooperação abrange as diversas atribuições do Banco de Portugal e da AMCM, na qualidade do banco central de Portugal e de autoridade de supervisão nas áreas monetária e financeira de Macau, respectivamente”, apontou o AMCM.

29 Nov 2018

PSP detém 33 pessoas nas zonas do Cotai e NAPE

[dropcap]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve um total de 33 pessoas nas zonas do Cotai e NAPE esta semana, entre domingo e segunda-feira, em acções de combate ao crime.

Segundo um comunicado oficial da PSP, houve dois indivíduos detidos por alegadamente estarem envolvidos em actividades ilegais de troca de dinheiro, 12 pessoas pela prática de prostituição e 19 que terão participado em actividades ilegais ligadas ao jogo. As autoridades afirmaram ainda que os casos vão continuar a ser investigados.

29 Nov 2018

CEM lança expansão da Central Térmica de Coloane

Raimundo do Rosário esteve presente na cerimónia e deixou em aberto a hipótese de subida do preço da electricidade em 2019. “Logo veremos”, respondeu quando questionado sobre o assunto

 

[dropcap]O[/dropcap] reforço da aposta na energia verde e na produção local de electricidade. É desta forma que os responsáveis da Companhia de Electricidade de Macau (CEM) definiram o novo projecto de expansão da Central Térmica de Coloane, cuja cerimónia de lançamento se realizou ontem.

O custo da obra está estimado entre 2,7 mil milhões patacas e 3 mil milhões patacas e os trabalhos deverão estar finalizados em 2022.

“Depois da nova unidade de geração a gás natural estar em funcionamento, a capacidade de produção de energia local aumentará significativamente. Contribuirá para 30 por cento do consumo total de energia, enquanto a proporção pode ser aumentada para 50 por cento em caso de emergência, podendo fazer face a situação de condições meteorológicas extremas de forma mais eficaz no futuro”, disse o presidente do Conselho de Administração da CEM, Fu Jianguo, no discurso da cerimónia. “Juntamente com a terceira interligação [ao Interior da China para a importação de energia] de 220kV com a China Southern Grid, a estabilidade geral do fornecimento de energia pode ser significativamente melhorada”, acrescentou.

Mais tarde, em declarações aos jornalistas, o vice-presidente do Conselho de Administração, João Marques da Cruz, aprofundou os aspectos ecológicos. “Uma parte da actual capacidade de energia produzida utiliza tecnologias que não são as mais modernas e que têm níveis de poluição razoavelmente acentuados. Por isso, o que vamos fazer é substituir essa capacidade mais poluente, por um ciclo combinado, usando gás natural, que tem uma redução em alguns poluentes de 90 por cento, mas que na média tem uma redução de 50 por cento”, explicou.

“A ideia é antiga e corresponde a uma necessidade. Estamos perto do Cotai, com todos aqueles hotéis fantásticos e não é correcto num lugar turístico ter uma fonte poluidora”, frisou.

Preços podem aumentar

Também Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, esteve presente na cerimónia. No final, garantiu que a extensão não vai resultar em preços mais altos, mas que poderá haver outros motivos para que isso aconteça.

“Ainda não sabemos se vai haver aumentos [devido a extensão da central térmica]. Mas penso que a electricidade não vai ficar mais cara, o que não quer dizer que a energia não possa aumentar. Há muitos anos que não é aumentada”, apontou. Questionado sobre se ia haver uma aumento em 2019, deixou a dúvida no ar: “logo veremos”, respondeu.

No entanto, o Governo não está a contar com um aumento motivado pelo preço das matérias primas ou aumentos no Interior da China, causados pela guerra comercial com os EUA. “Neste momento, não vejo nuvens negras no horizonte. Mas estas coisas, como sabem, evoluem. Não é um assunto concluído. Mas neste momento não prevejo um aumento”, afirmou Raimundo do Rosário.

A cerimónia de início da extensão da nova fase da central térmica foi realizada no mesmo dia em que também se celebrou o início das operações da obra original, há 40 anos.

 

Confiança em renovação da concessão

A actual concessão da CEM termina em 2025. No entanto, a empresa está confiante que o contrato possa ser renovado por mais 15 anos. “A partir de 2025 podem acontecer duas coisas, uma é que a CEM continuar a ter a concessão, uma coisa que desejamos e que tudo faremos para que aconteça”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Administração, João Marques da Cruz. “Se a concessão acabar, todos os activos vão ser transferidos para o novo concessionário. Mas estamos muito confiantes que a CEM vai continuar a servir Macau nos 15 anos seguintes após 2025”, acrescentou.

 

Cão não preocupa

“As pessoas podem estar descansadas. O que aconteceu foi um acidente e os acidentes, infelizmente, ocorrem. Penso que a CEM já está a tratar do assunto, já fez inclusive um comunicado e vai continuar a investigar o caso”, disse o secretário para os Transportes e Obras Públicas, sobre o cão chamado Beethoven que morreu, depois de ter entrado em contacto com um poste de um candeeiro público. “Lamento o sucedido”, frisou. Do lado da CEM, João Marques da Cruz também abordou o assunto: “O nível de incidentes na nossa rede é baixíssimo, comparado com os indicadores internacionais e compara muito bem com Hong Kong. Os acidentes podem acontecer. É lamentável, mas não devemos concluir que a nossa rede não é segura”, disse o responsável da CEM.

29 Nov 2018

‘Croupier’ condenada a um ano e meio de prisão por furto de fichas

[dropcap]U[/dropcap]ma ‘croupier’, de 44 anos, foi condenada recentemente a uma pena de prisão efectiva de um ano e seis meses por peculato, após ter furtado fichas de jogo no valor de 450 mil dólares de Hong Kong, bem como a compensar o casino onde trabalhava.

Segundo noticiou ontem o jornal Ou Mun, em 2014, a ‘croupier’, terá subtraído fichas de jogo avaliadas em 100 mil dólares e, posteriormente, desviado outras no valor de 350 mil dólares de Hong Kong. O crime foi descoberto por um funcionário através do sistema de videovigilância.

29 Nov 2018

Governo recupera terreno em Hac-Sá ocupado de forma ilegal

[dropcap]O[/dropcap] Governo recuperou um terreno localizado na povoação de Hac-Sá, em Coloane, e que faz parte de um conjunto de terrenos cuja recuperação foi reivindicada pelos deputados Ella Lei e Leong Sun Iok, ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau.

De acordo com um comunicado da Direcção de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), foram instaurados vários processos na recuperação do terreno, uma vez que “vários espaços verdes tinham sido destruídos”. O espaço estava ilegalmente ocupado, sendo que no início do ano “estavam a ser realizadas no terreno obras de nivelamento sem a devida licença de obra, tendo-se verificado que a área do terreno ilegalmente ocupado tinha sido aumentada”.

Apesar da DSSOPT ter decretado uma suspensão das obras, a verdade é que “os infractores não só menosprezaram essas ordens como aceleraram o ritmo de execução das obras, tendo aterrado uma parte do terreno onde antes se encontrava um tanque”.

Multas aplicadas

Depois dos ocupantes ilegais terem continuado as obras, a DSSOPT resolveu fazer uma visita ao local, tendo descoberto que o terreno “estava dividido em diversas zonas, as quais dispunham de entradas e saídas, que serviam sobretudo para depósito de materiais, máquinas e materiais diversos”.

“Além disso, constatou-se também que no terreno foram construídas barracas metálicas e uma edificação clandestina e que uma das zonas estava a ser utilizada para depósito e outra para a exploração de uma churrasqueira”, aponta ainda o comunicado.

Os ocupantes do terreno ficam sujeitos ao pagamento de uma multa que corresponde não apenas à área ocupada mas também relativa às obras de demolição. Concluído o processo, “o terreno será entregue aos serviços competentes para efeitos de gestão”.

29 Nov 2018

Vacinação | Serviços de Saúde garantem qualidade de produtos importados

Os lotes de vacinas com problemas que chegaram a Taiwan e Hong Kong não foram importados por Macau. Os Serviços de Saúde admitem comprar produtos aos laboratórios Sanofi, mas ao contrário das vacinas que entraram em Taiwan e Hong Kong, as da RAEM foram produzidas nos EUA

 

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde garantem a segurança de todas as vacinas contra a gripe importadas para o território. A posição foi tomada, na terça-feira à noite, depois de ter sido revelado que tanto Taiwan como Hong Kong tinham importado vacinas com partículas brancas, impurezas, do laboratório francês Sanofi.

Segundo a informação do Governo de Macau, as vacinas que foram compradas são na sua maioria provenientes da Alemanha, do laboratório GSK. Também houve vacinas importadas de laboratórios da Sanofi, mas neste caso tiveram origem norte-americana, pelo que não há razões para qualquer preocupação ou pânico.

“Os Serviços de Saúde da Região Administrativa Especial de Macau reiteram que nunca foram importadas vacinas suspeitas de terem problemas e as vacinas usadas no território são provenientes de diferentes origens e marcas”, pode ler-se no comunicado. Foi ainda deixado o apelo para que o público “não entre em pânico nem esteja preocupado”.

De acordo com a explicação oficial, houve vacinas da marca Sanofi importadas. Contudo, o laboratório onde foram produzidas fica nos EUA, enquanto a proveniência dos lotes com problemas foi a França. A marca também é diferente: “Algumas vacinas, destinadas aos bebés e a crianças pequenas, são quadrivalentes, da marca FluQuadri, produzida nos laboratórios dos Estados Unidos da América (EUA) da empresa Sanofi com o número de lote U6256FF”, foi admitido. Porém é explicado que as vacinas com problemas têm a marca Vaxigrip e envolvem, os lotes R3J721V ou R3J72.

“Os Serviços de Saúde questionaram os fornecedores e obtiveram garantias que as vacinas disponibilizadas não foram afectadas por este incidente”, foi igualmente revelado.

Sem reacções adversas

Segundo o Governo a questão é tratada com o máximo de zelo e “além de serem escolhidas vacinas produzidas por fabricantes de renome internacional, existe um rigoroso controlo das condições de transporte e de armazenamento”.

O caso surgiu depois das autoridades de Taiwan terem detectado anomalias em vacinas, devido à existência de partículas brancas, nomeadamente impurezas. Os mesmos lotes com problemas também forma importados para Hong Kong, afectando cerca de 175 mil vacinas, cuja utilização foi suspensa. No entanto, as autoridades de Hong Kong garantem que até ao momento não foram detectadas “reacções adversas” nas pessoas vacinadas com os produtos em causa.

De acordo com os Serviços de Saúde de Macau, no âmbito do Programa de Vacinação Gratuita contra a Gripe Sazonal 2018-2019, que começou a 24 de Setembro, já foram vacinas 86.674 pessoas, o que representa um aumento de 29 por cento face ao ano passado, quando tinham sido vacinadas 67.232 pessoas. O território tem ainda em stock 63.000 doses da vacina.

29 Nov 2018

BoBo | Associação promove reunião contra embalsamamento

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau vai realizar uma reunião, no próximo sábado na zona zoológica do Jardim da Flora, entre as 16h e as 17h para expressar a sua oposição ao embalsamamento do urso BoBo.

Segundo o comunicado enviado pela Associação Novo Macau, a associação organizadora vai ainda recolher assinaturas, no mesmo dia das14h às 20h, para impedir o avanço do processo de embalsamamento que já está em curso.

28 Nov 2018

Médico detido por fraude sexual

[dropcap]O[/dropcap] médico de medicina tradicional chinesa suspeito de abuso sexual de uma doente, foi detido pela Polícia de Segurança Pública (PSP) na passada segunda-feira no seu apartamento e levado ao Ministério Público (MP) pelo crime de fraude sexual.

De acordo com o Jornal Exmoo News, uma mulher pediu ajuda às autoridades por suspeitar que o médico que a consultou a tinha assediado sexualmente durante um tratamento.

Segundo a imprensa chinesa, até à data, a PSP recebeu apenas um pedido de ajuda neste sentido e a Polícia Judiciária não recebeu nenhuma denúncia. O suspeito recusou-se a responder a questões, afirma a mesma fonte.

28 Nov 2018

Crime | Estudante detida por transporte de droga

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve uma estudante de Hong Kong com 15 anos de idade, por suspeita de transportar droga para Macau a mando de uma organização criminosa. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a PJ recebeu uma denúncia que indicava que um grupo de tráfico de droga de Hong Kong recrutava menores para transportar droga para Macau.

Na passada segunda-feira, as autoridades testemunharam a recepção de estupefacientes entre uma estudante e um homem com 23 anos de idade na zona do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. A PJ deteve as duas pessoas e apreendeu 36 gramas de cocaína, no valor 120 mil dólares de Hong Kong, que estavam na posse da estudante.

A detida admitiu que foi recrutada por um grupo de traficantes para fazer o transporte de droga entre Hong Kong e Macau e que recebia uma compensação 2 mil dólares de Hong Kong. A PJ vai continuar a investigar o caso para apurar se a detida está envolvida em mais casos do género. O homem envolvido vai ser acusado de tráfico de droga.

28 Nov 2018

Mais de 30 por cento dos residentes tem um diploma do ensino superior

O Conselho do Ensino Superior revelou ontem que um em cada três residentes é portador de um grau emitido por uma universidade. De acordo com um estudo prévio, apresentado na primeira reunião plenária da entidade, é necessário promover a cooperação entre os estabelecimentos de ensino locais e os de língua portuguesa, bem como com as regiões vizinhas

 

[dropcap]N[/dropcap]o ano passado, um em cada três residentes era portador de um grau de ensino superior de acordo com os dados divulgados ontem em comunicado pelo Conselho do Ensino Superior, após a primeira reunião plenária da entidade consultiva. “Em 2017, a taxa de residentes com um grau de ensino superior chegou aos 36,51 por cento”, aponta a mesma fonte.

O Conselho revelou ainda que no ano lectivo de 2017/2018 existiam 33,098 estudantes nas universidades do território. Destes, 5,803 alunos estão a frequentar graus de doutoramento, 259 são mestrandos, e 24,575 são alunos de licenciatura. Há ainda uma faixa de estudantes que se encontra a frequentar outras formações leccionadas pelas universidades locais.

Por outro lado, e no que respeita ao corpo docente e às suas qualificações, no passado ano lectivo, dos 1,513 professores universitários que dão aulas em Macau, 72,1 por cento é detentor de doutoramento.

Ensino dirigido

Já no que respeita a políticas dedicadas à promoção do ensino universitário, o Conselho sublinha o papel da lei do ensino superior, do fundo de apoio ao ensino superior e do sistema de creditação como elementos fundamentais para o desenvolvimento deste sector educativo. Tudo isto contribui, considera “para que Macau tenha entrado num novo patamar”, aponta o comunicado.

O Chefe do Grupo de estudos e planeamento do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), Teng Sio Hong, aproveitou a realização desta primeira reunião plenária para apresentar o estudo preliminar que tem sido feito pelas instituições de ensino e que dará origem ao planeamento de estratégias de desenvolvimento a médio e longo prazo. De acordo com o responsável o objectivo “é assegurar um desenvolvimento constante do sector e garantir o fornecimento de bases científicas que sustentem políticas futuras”, lê-se.

O resultado deste trabalho preliminar foca-se na necessidade de uma melhoria contínua do sistema de ensino superior através da optimização das instituições, do desenvolvimento de programas de intercâmbio de alunos, e da “definição de disciplinas fundamentais em que as instituições de ensino se possam destacar para promover a integração entre produção de conhecimento, ensino e investigação”.

De acordo com o mesmo estudo preliminar, é ainda necessário o reforço da cooperação com os países de língua portuguesa e com os estabelecimentos das regiões vizinhas, nomeadamente com os que integram o projecto da Grande Baía.

28 Nov 2018

Aeroporto Internacional de Macau abre rota para Xian que poderá ter voo para Lisboa

[dropcap]O[/dropcap] Aeroporto Internacional de Macau (MIA) anunciou ter inaugurado uma rota para Xian, cidade no noroeste da China que poderá ter ainda este Dezembro um voo directo para Lisboa. “Actualmente, existem 47 destinos operados através do MIA, dos quais 23 estão nas rotas da China Continental”, sublinhou o aeroporto em comunicado.

Em Outubro, a companhia aérea chinesa Capital Airlines pediu autorização às autoridades chinesas para iniciar um voo direto entre Xian e Lisboa, depois de ter suspendido, naquele mês, a ligação a partir de Pequim.

Segundo um comunicado da Administração da Aviação Civil da China, a que a agência Lusa teve acesso, a empresa quer arrancar com o novo voo em Dezembro deste ano. A informação detalha que o voo terá duas frequências por semana e ficará a cargo dos aviões Airbus A330, com capacidade máxima para 440 passageiros.

Com cerca de 12 milhões de habitantes, Xian é a capital da província de Shaanxi, a cerca de mil quilómetros de Pequim. O pedido da Capital Airlines surge no mesmo mês em que suspendeu o voo direto, entre Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, lançado a 26 de julho de 2017, com três frequências por semana.

Contactada pela Lusa na altura em que anunciou a suspensão do voo, a empresa recusou detalhar os motivos, referindo apenas “razões operacionais”.

A empresa é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, que enfrenta uma grave crise de liquidez, depois de ter fechado o ano passado com uma dívida de 598 mil milhões de yuan.

27 Nov 2018

Abuso sexual | Governo frisa necessidade de terceiros verem exames

[dropcap]O[/dropcap]s exames médicos que envolvam contacto físico com as partes íntimas dos pacientes têm de ser assistidos por uma terceira pessoa, além do médico e do paciente.

As normas estão definidas e foram recordadas pelo Governo ontem, depois do caso em que um médico, de Medicina Tradicional Chinesa, estar a ser investigado por ter alegadamente ter abusado de uma paciente.

“Estes exames devem ser efectuados na presença de uma terceira pessoa (por exemplo, enfermeiro, assistente ou membro familiar da paciente), nomeadamente no caso das duas partes envolvidas serem de sexos diferentes ou o paciente possua menos de 18 anos de idade. A presença de uma terceira pessoa é obrigatória”, pode ler-se no comunicado dos Serviços de Saúde.

27 Nov 2018

Turistas de Zhuhai usam Ponte HKZM para apanhar barco

[dropcap]H[/dropcap]á turistas de Zhuhai que utilizam a ponte HKZM para entrar em Macau e apanharem o barco para Hong Kong. A denúncia é feita pelo representante de Macau na Assembleia Popular Nacional, Lao Ngai Leong.

A razão, apontou ao Jornal Ou Mun, deve-se ao facto destes turistas serem portadores de salvo conduto para Macau, e aproveitarem a facilidade de entrada no território para se dirigirem a Hong Kong. Por outro lado, há também turistas de Hong Kong que se dirigem a Macau pela ponte, para depois seguirem para as Portas do Cerco e entrarem em Zhuhai. A situação acontece, afirma Lao, para evitar as esperas pelos autocarros que fazem a ligação entre os dois territórios vizinhos.

Em declarações ao Jornal Ou Mun, o representante de Macau na APN apelou à atenção do Governo para estes movimentos de turistas até porque podem levar a más interpretações acerca do número real de visitantes que entram no território. Lao Ngai Leong sugeriu ainda que as autoridades das três regiões ajustem os autocarros nas fronteiras.

27 Nov 2018

Mais 10 mil trabalhadores não residentes num ano

[dropcap]M[/dropcap]acau contava com 187.238 trabalhadores não residentes no final de Outubro, mais 10.569 do que em igual período do ano passado, indicam dados da Polícia de Segurança Pública (PSP) publicados no portal da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Em termos mensais, ou seja, face a Setembro, o universo de mão-de-obra importada também aumentou (906 pessoas).

A maioria dos trabalhadores não residentes é proveniente da China (117.420 ou quase dois terços do total), seguindo-se, a larga distância, as Filipinas (31.130), com o pódio a completar-se com o Vietname (15.066). O ramo dos hotéis, restaurantes e similares (com 52.536 trabalhadores não residentes) absorve grande parte da mão-de-obra contratada ao exterior, seguido da construção (30.672) e dos empregados domésticos (28.672).

O universo de mão-de-obra importada subiu praticamente em toda a linha, com os maiores aumentos a serem registados então no sector da hotelaria e restauração (mais 2.372), no número de empregados domésticos (mais 2.246) e dos trabalhadores ao serviço de actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas (mais 1.922 para 21.357) e de actividades culturais e recreativas, lotarias e outros serviços (mais 1.215 para 14.583).

27 Nov 2018

Táxis | Mais dois locais com taxa adicional de 5 patacas

[dropcap]U[/dropcap]ma Ordem Executiva, publicada ontem em Boletim Oficial, autoriza a cobrança de uma taxa adicional de cinco patacas para a prestação de serviço de táxis no Posto Fronteiriço do COTAI e na Ilha Artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a partir de 8 de Dezembro.

Actualmente é cobrada uma taxa adicional de cinco patacas, sempre que a entrada no táxi aconteça na praça de táxis do Aeroporto Internacional de Macau, do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, no novo ‘campus’ da Universidade de Macau na Ilha da Montanha.

Assim, com a entrada em funcionamento da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e a procura do serviço de táxis no Posto Fronteiriço de COTAI, o Chefe do Executivo autoriza a cobrança da mesma taxa adicional pela prestação do serviço nesses dois locais.

27 Nov 2018

Risco social | Valor aumenta 180 patacas a partir de 1 de Janeiro

[dropcap]O[/dropcap] Governo vai elevar, a partir de 1 de Janeiro, o valor do risco social, fixando o montante mínimo de sobrevivência em 4.230 patacas, mais 180 patacas do que actualmente. À luz da nova tabela, publicada ontem em Boletim Oficial, o valor mínimo correspondente a uma pessoa que viva sozinha passa então de 4.050 para 4.230 patacas, enquanto o máximo, para famílias com número igual ou superior a oito membros, sobe de 18.870 para 19.710 patacas.

O valor do risco social, cuja actualização foi anunciada no dia 15 pelo Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On na apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2019, figura como o montante mínimo de sobrevivência estipulado pelo Executivo, pelo que são considerados como estando numa situação de carência económica pessoas ou famílias cujos rendimentos sejam inferiores a esse patamar. O valor do risco social não era actualizado desde 1 de Janeiro de 2016.

Segundo dados dos primeiros nove meses do ano, facultados ao HM, o Instituto de Acção Social (IAS) atribuiu subsídios a cerca de 3.737 agregados familiares, correspondendo a uma despesa na ordem dos 159,4 milhões de patacas, ou seja, uma média mensal de 17,7 milhões.

Além do subsídio regular, que resulta da diferença entre o valor dos rendimentos mensais e o valor do risco social, o IAS dispõe de outras modalidades de apoio financeiro como subsídios especiais para quem possui necessidades específicas.

27 Nov 2018

IAS realiza novo estudo sobre vício do jogo em 2019

[dropcap]N[/dropcap]o próximo ano o Instituto de Acção Social (IAS) vai levar a cabo uma nova investigação acerca dos problemas associados ao jogo. A ideia foi deixada ontem pela chefe da divisão de prevenção e tratamento do jogo problemático do IAS, Wu I Mui.

O objectivo é conhecer a situação actual acerca da participação dos residentes de Macau em actividades de jogo e a taxa de pessoas que apresentam comportamentos problemáticos nesta matéria para elaboração de futuras medidas de combate e de prevenção. De acordo com o Jornal do Cidadão, a responsável sublinhou que existem muitos casos de dependência de jogo “escondidos”.

Segundo as autoridades, a taxa de dependência de jogo desceu para 2,5 por cento em 2017 face aos 6 por cento em 2006. Para Wu I Mui, os números reflectem o resultado dos trabalhos de prevenção que têm sido levados a cabo pelo Governo.

27 Nov 2018

Cão morre electrocutado junto a candeeiro público

Apesar do incidente e das razões ainda estarem a ser investigadas, o Governo garante que a rede de candeeiros pública foi analisada, após o incidente, e que não há perigos para a população

 

[dropcap]U[/dropcap]m candeeiro público, junto ao Teatro D. Pedro V, causou a morte de um cão devido um uma descarga eléctrica, no domingo à noite, quando chovia. O incidente foi relatado, ao HM, por Herculano Dillon Jesus, um dos membros da família proprietária do animal.

“A empregada levou o cão da minha mãe a passear. O cão passou ao lado do candeeiro público, junto à Igreja de Santo Agostinho, e sem razão aparente começou a rosnar a e tentar mordê-la [empregada]. Felizmente ela largou-o e o cão ficou pegado ao poste”, contou Herculano Dillon Jesus. “Momentos depois a empregada telefonou-me e fui ao local. Quando cheguei, já lá estava a polícia. Ainda se falou em mexer-se no cão, mas eu avisei logo que era perigoso e que era necessário chamar a CEM”, acrescentou.

Segundo Dillon Jesus, a Companhia de Electricidade de Macau (CEM) deslocou-se rapidamente ao local e cortou a electricidade no candeeiro em causa. Só nessa altura foi possível tocar no canino, de nome Beethoven.

“Foi uma situação muito perigosa. O Beethoven foi o sacrificado e as autoridades competentes têm de dar justificações sobre o que aconteceu. Isto não devia acontecer”, considerou. “Tivemos sorte porque além do Beethoven não houve mais vítimas. Mas a empregada ou a minha irmã, que também esteve no lugar, poderiam ter sido igualmente electrocutadas. Este é um sítio muito turístico e é frequente ver os visitantes a tirar fotos agarrados aos candeeiros, poderia ter acontecido com eles. Neste caso só morreu o Beethoven, mas poderíamos estar a falar de um tragédia com uma dimensão muito maior”, frisou.

O caso foi igualmente confirmado ao HM pela Polícia de Segurança Pública, que revelou ter recebido o alerta para a situação às 21h22. A área à volta do candeeiro foi depois isolada, com um perímetro de segurança, e o corpo do cão entregue ao Instituto de Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), para que a autópsia fosse realizada.

Governo confirma caso

Ao HM, o Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético (GDSE), garantiu que a situação está a ser resolvida e que os candeeiros públicos são seguros: “O GDSE pediu à CEM que fizesse uma investigação ao caso e que reparasse o poste tão depressa quanto possível. Foram detectadas descargas ligeiras de energia no poste do candeeiro público, de estilo clássico, e a CEM procedeu às reparações de forma imediata”, respondeu a direcção de serviços do Executivo. “Também todos os candeeiros do mesmo género foram inspeccionadores e não há outros casos de descargas”, foi acrescentado.

A mesma posição foi assumida pela CEM, que garantiu que a situação é segura: “As luzes em Macau são seguras e vamos continuar a analisar este caso”, foi dito, ao HM. Contudo, ainda não há uma justificação oficial para a descarga. “Estamos a averiguar a situação e ainda não temos uma confirmação sobre as razões que levaram à descarga no poste. Os técnicos têm estado a averiguar o que se passou”, foi explicado, ontem.

Neste momento, ainda não é certo que a família de Herculano Dillon Jesus leve o caso para o tribunal. Contudo, o macaense deixa uma certeza: “É um cão, mas era parte da nossa família. Merece que haja justiça e a verdade é que salvou vidas”, desabafou.

27 Nov 2018

Ma Man Kei e Henry Fok distinguidos pelo Partido Comunista Chinês

[dropcap]O[/dropcap] canal chinês da Rádio Macau noticiou ontem que o comité central do Partido Comunista Chinês (PCC) distinguiu personalidades de Macau que contribuíram para o processo de reforma económica no país durante o Governo de Deng Xiaoping.

Um dos nomes da lista é o de Ma Man Kei, empresário chinês falecido e um dos rostos que serviu de ponte entre as comunidades chinesa e portuguesa em Macau. Num anúncio publicado no jornal Diário do Povo, o PCC defende que Ma Man Kei aproveitou o seu prestígio no seio dos empresários chineses no exterior para promover políticas nacionais na área da economia, tendo organizado também visitas de delegações de empresários de Macau e de Hong Kong ao interior da China.

A lista de personalidades estará agora sujeita a opiniões recolhidas até final deste mês, sendo que Henry Fok, também empresário local, consta igualmente da lista. Outra das personagens em destaque na lista é Jack Ma, fundador do grupo Alibaba.

27 Nov 2018

Lei sindical | Estudo encomendado em curso, apesar de estar fora da agenda do Governo

Tem de ser concluído até ao final do ano o estudo para medir o pulso à sociedade sobre a lei sindical, adjudicado por mais de 800 mil patacas à associação do empresário Kevin Ho. Isto apesar de o Chefe do Executivo, Chui Sai On, ter sido peremptório ao afirmar que o Governo não vai avançar com uma proposta, falhando em cumprir uma responsabilidade prevista na Lei Básica e em pactos internacionais

 

[dropcap]“O[/dropcap] Governo não tem intenção de tomar a iniciativa para apresentar uma proposta de lei sindical” – foi o que afirmou o Chefe do Executivo, Chui Sai On, no dia em que apresentou as Linhas de Acção Governativa para 2019, o seu último ano de mandato. Regulamentar o artigo 27.º da Lei Básica nunca foi uma prioridade – como prova a ausência de qualquer menção nas LAG dos últimos nove anos –, mas até ao final do ano tem de ser concluído o estudo para medir o pulso à sociedade a este respeito, adjudicado pelo valor de 837 mil patacas, à associação do empresário Kevin Ho.

“Isto prova que, de facto, o Governo encomendou o estudo para sacudir a água do capote, para atrasar e passar as mãos pelo pelo dos trabalhadores de que a lei sindical estava a ser estudada. Para que serve fazer esse estudo se o Governo nem espera pelo resultado [para tomar uma posição]?”, questionou Pereira Coutinho, em declarações ao HM. O deputado criticou ainda o Executivo “por fazer troça dos trabalhadores” ao encomendar um estudo sobre a lei sindical e a negociação colectiva a uma entidade ligada ao patronato.

“O principal objectivo de se ter encomendado o estudo de lei sindical ao empresário Kevin Ho tem a ver com o facto de quererem adiar a regulamentação da lei sindical e da negociação colectiva”, apontou o deputado, prometendo voltar a apresentar um projecto de lei em 2019, caso os seus pares da Federação das Associações dos Operários de Macau não o façam no início do próximo ano.

O “estudo das condições sociais necessárias para se iniciar a discussão da lei sindical” anda a ser debatido no Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) pelo menos desde finais de 2016. Em Maio do ano seguinte, o CPCS convidou instituições a apresentarem propostas para o projecto de investigação. Em Janeiro último, a notícia da vitória da Associação de Estudo de Economia Política de Macau, do empresário Kevin Ho, foi dada por um despacho do secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, a delegar poderes no coordenador da Comissão Executiva do CPCS para a celebração do contrato.

Deputados, sobretudo ligados aos Operários, têm interpelado o Governo a propósito do atraso na adjudicação que, como adiantou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) em resposta escrita ao HM, apenas foi efectivada em Abril.

Ao abrigo das exigências do concurso, a Associação de Estudo de Economia Política de Macau deve concluir o estudo no prazo de 240 dias (oito meses), contados a partir da data da assinatura. Portanto, a organização dirigida por Kevin Ho tem até ao final do ano para o fazer. Nos 30 dias seguintes ao prazo de conclusão tem de entregar a versão final do relatório do estudo e, após confirmação da versão final, submeter as versões em chinês e em português, dispondo de mais um mês para o efeito. Ou seja, na prática, será preciso esperar até Fevereiro para serem conhecidos os resultados da investigação em causa. A pesquisa tem de contemplar duas vertentes: deve incluir pelo menos um método comparativo e um inquérito social, bem como apresentar uma comparação entre países ou regiões vizinhos.

Escasseiam informações públicas sobre a Associação de Estudo de Economia Política de Macau, designadamente do ponto de vista da investigação académica. Pelo Boletim Oficial sabe-se que foi criada em 2015 e que recebeu um total de 300 mil patacas de apoio financeiro da Fundação Macau para custear parcialmente as despesas com o plano anual de actividades de 2017. Em Maio, Kevin Ho era o presidente da assembleia-geral, enquanto Samuel Tong Kai Chung o presidente da direcção.

O artigo 27.º da Lei Básica determina que “os residentes de Macau gozam da liberdade de expressão, de imprensa, de edição, de associação, de reunião, de desfile e de manifestação, bem como do direito e liberdade de organizar e participar em associações sindicais e em greves”, mas nunca foi regulamentado, ao contrário de outros como o 23.º, relativo à defesa da segurança do Estado.

“Está na ponta da língua dos secretários que a Lei Básica deve ser cumprida rigorosamente, pelo que é uma pena que, nos últimos anos, o Governo tenha escolhido cirurgicamente os artigos a cumprir”, lamentou Pereira Coutinho, recordando que também estão a ser ignorados pactos e convenções internacionais. “O não cumprimento da regulamentação do artigo 27.º traz diariamente problemas e conflitos laborais, que têm sido resolvidos com anestésicos para aliviar as dores e para desviar as atenções”, sustentou.

O caso dos nadadores

Não é todos os dias que em Macau trabalhadores reivindicam o direito à greve, muito menos não residentes, como sucedeu recentemente com nadadores-salvadores que foram despedidos, por justa causa, devido a faltas injustificadas. No entanto, também são cobertos pela Lei Básica, mais não seja por força do artigo 43.º que estipula claramente que “as pessoas que não sejam residentes de Macau, mas se encontrem na Região Administrativa Especial de Macau, gozam, em conformidade com a lei, dos direitos e liberdades dos residentes de Macau”.

Em termos práticos, dado que o artigo 27.º da Lei Básica nunca foi regulamentado, como pode o direito à greve ser invocado? António Katchi, professor de Direito no Instituto Politécnico de Macau (IPM), não tem dúvidas. “O artigo 27.º da Lei Básica é juridicamente suficiente para se considerar justificada uma falta por motivo de greve”, dado que “esse artigo contém uma norma auto-exequível, produzindo, portanto, efeitos directamente na esfera jurídica dos destinatários, sendo, por isso, directamente invocável por qualquer interessado”.

Embora reconheça que a falta de regulamentação do direito à greve “pode criar dificuldades práticas” à realização das mesmas, o constitucionalista entende, porém, que “não bloqueia o efeito jurídico de reconhecimento desse direito e legitimação do seu exercício que decorre do artigo 27.º da Lei Básica”.
Sérgio de Almeida Correia subscreve a interpretação. “A falta de regulamentação do exercício do direito à greve não tem a virtualidade de transformar em ilegal o que é admitido como legal ao ser acolhido por uma norma de natureza para-constitucional [artigo 27.º da Lei Básica], que está numa posição superior no ordenamento legislativo à ocupada pela Lei das Relações de Trabalho”. “A invocação e o exercício do direito à greve terá natureza excepcional e como tal deve ser tratado”, complementou o advogado, também em declarações ao HM.

Em paralelo, ambos recordam que se encontra em vigor em Macau o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, ao abrigo do qual os Estados se comprometem a assegurar o direito à greve, o direito de todas as pessoas de formarem sindicatos e de se filiarem, bem como o direito dos sindicatos a exercerem livremente a sua actividade.

Relação de forças

Olhando para a lei laboral, Sérgio de Almeida Correia recorda que o diploma não inclui o reconhecimento ou respeito pelo exercício do direito à greve nos deveres do empregador. Isto apesar de estipular, no âmbito das garantias do trabalhador, a impossibilidade do empregador se poder opor, “por qualquer forma”, a que o trabalhador exerça os seus direitos, bem como prejudicá-lo pelo exercício desses. Por outro lado, explica o advogado, o diploma define quais os tipos de faltas que podem ser dadas e como devem ser tratadas no âmbito da relação laboral, sem incluir então as motivadas pelo exercício do direito à greve que uma vez “não estando reconhecidas como justificadas se terão, para o patrão, como injustificadas”.

Ora, no caso dos nadadores-salvadores, como sublinha o causídico, “convém não esquecer que os trabalhadores saíram em defesa dos seus direitos [e] que não podem ser prejudicados por isso”, pelo que “alguém devia ser responsabilizado pelo sucedido, tanto mais que a Administração reconheceu, em sede laboral e ao que parece por via da aplicação de coimas, a justeza das reivindicações dos trabalhadores”.

De recordar que, no início do mês, a DSAL anunciou a conclusão de uma parte da investigação relativa ao conflito laboral e penalizou a empresa em 230 mil patacas por ter falhado em proporcionar aos trabalhadores tempo de descanso suficiente. A DSAL reitera que não recebeu qualquer queixa nem pedido de assistência por parte dos nadadores-salvadores despedidos após terem feito greve e, apesar de garantir que tem mantido contacto com ambas as partes e ter tentado inteirar-se da situação junto do empregador “para que os direitos e interesses dos trabalhadores sejam protegidos nos termos da lei”, não foram divulgadas mais informações desde então.

“Este é o exemplo de uma situação em que a ausência de regulamentação acaba, pelo menos por agora, por beneficiar o prevaricador, entidade patronal, deixando mal a parte mais fraca e a própria RAEM, que tinha a obrigação de protegê-los e de lhes dar os meios necessários à defesa dos seus direitos”, apontou Sérgio de Almeida Correia. A falta de regulamentação “pode ilibar o empregador, mas todavia não desresponsabiliza a RAEM quanto à sua obrigação, interna e internacional, de regulamentar o exercício do direito à greve, isto sob pena de “se estar a esvaziar de sentido e conteúdo útil da norma da Lei Básica, o que não me parece aceitável. O direito de greve podia ter ficado fora da Lei Básica se lá está por alguma razão foi”, observou, admitindo que, em último caso, “a questão deverá ser dirimida pelos tribunais”.

Desde a transferência do exercício de soberania, em 1999, foram apresentados nove projectos de lei sindical, mas todos foram chumbados pela Assembleia Legislativa.

27 Nov 2018