João Santos Filipe Manchete PolíticaRemodelação | Wong Sio Chak substitui André Cheong que foi nomeado deputado Numa escolha inesperada, Sam Hou Fai nomeou André Cheong como deputado da Assembleia Legislativa. Os fundamentos da escolha não foram anunciados pelo Chefe do Executivo, mas se o secretário não for escolhido como presidente do hemiciclo enfrenta uma despromoção André Cheong vai ser exonerado de secretário para a Administração e Justiça e assumir um dos lugares dos sete deputados nomeados pelo Chefe do Executivo na Assembleia Legislativa (AL), a partir de 16 de Outubro. A informação foi revelada ontem, através do Boletim Oficial, num dia que ficou marcado pela primeira remodelação de sempre na RAEM por motivos políticos logo no início de um mandato. O lugar deixado vago por André Cheong vai ser ocupado por Wong Sio Chak, que actualmente desempenha as funções de secretário para a Segurança. Por sua vez, a tutela da segurança vai passar a ser liderada por Chan Tsz King, Procurador da RAEM, cargo que ocupa desde Dezembro de 2024. Em relação às mexidas nos lugares ocupados pelos titulares dos altos cargos políticos, destaca-se ainda a nomeação de Tong Hio Fong como Procurador da RAEM, que vai deixar a presidência do Tribunal de Segunda Instância. As movimentações foram aprovados por Pequim, que, de acordo com a Lei Básica, tem as competência para nomear e exonerar os titulares dos altos cargos na RAEM: “O Conselho de Estado decide […] sob a indigitação e proposta do Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Sam Hou Fai: a nomeação de Wong Sio Chak, como Secretário para a Administração e Justiça, Chan Tsz King, como Secretário para a Segurança, e Tong Hio Fong, como Procurador do Ministério Público, sendo exonerados [André] Cheong Weng Chon, do cargo do Secretário para a Administração e Justiça, Wong Sio Chak, do cargo do Secretário para a Segurança, e Chan Tsz King, do cargo do Procurador do Ministério Público”, pode ler-se no documento oficial das autoridades centrais, que foi ontem traduzido e publicado no Boletim Oficial. Total surpresa Ao HM, Miguel de Senna Fernandes, advogado e ex-deputado, considerou que a remodelação anunciada ontem, e principalmente no que diz respeito à nomeação de André Cheong, foi inesperada. “Surpresa, total surpresa”, afirmou poucas horas depois do anúncio. “Não contava com a saída dele da equipa governamental, porque a sua presença no Governo parecia estável. Estamos a falar de uma pessoa de quem não se podia dizer que tivesse a posição tremida no Governo”, justificou. Miguel de Senna Fernandes acredita que a mudança faz assim parte de uma nova “visão” de Sam Hou Fai para a governação, e não afasta que André Cheong possa ser um forte candidato a assumir a presidência da AL. “Ele pode estar em vias de assumir o cargo [de presidente da AL]. Todavia, há outros nomes pesados na Assembleia Legislativa, como o deputado Ho Ion Sang, afecto aos Moradores de Macau. É um forte nome”, apontou. “Outro nome muito forte é o de Chui Sai Peng. São dois grandes nomes”, destacou. Ainda assim, Miguel de Senna Fernandes acredita que há obstáculos num eventual caminho de André Cheong para a presidência do hemiciclo. “Ele é um novato na Assembleia Legislativa porque nunca foi deputado. Nunca se viu nele um perfil de deputado. Mas também ainda não é claro o que esta mudança significa. Se for para ele assumir a presidência, é preciso contar com os outros dois nomes”, considerou. Um nome forte na AL Por sua vez, Jorge Fão, ex-deputado e presidente da Assembleia-Geral da APOMAC – Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau, considera que a mudança é benéfica para o hemiciclo, e que André Cheong tem uma experiência governativa que pode ser importante para a condução dos trabalhos. “Ele é um entendido em matérias legislativas, tem experiência na área da justiça, como secretário, foi director dos Serviços dos Assuntos de Justiça, tendo ocupado outros cargos, por isso eu acho que nas funções na Assembleia Legislativa pode conduzir melhor os processos legislativos”, defendeu Jorge Fão, ao HM. “Agora há muitas pessoas jovens na Assembleia Legislativa que não sabem bem como o Governo funciona. E o funcionamento da Assembleia Legislativa é muito mais simples do que o funcionamento do Governo. Tendo lá um ex-secretário, ele pode sempre ajudar a Assembleia Legislativa. Acho que a nomeação foi pensada nessa lógica”, destacou. Fão considera André Cheong como um forte candidato à presidência da AL, opinando que caso este cenário não se confirme, o ainda secretário vai enfrentar uma despromoção na carreira. “Ele tem hipóteses de ser o próximo presidente da Assembleia Legislativa. Talvez haja duas ou três pessoas com essa hipótese, mas estando na Assembleia Legislativa eu acho que o André Cheong é uma das pessoas com melhores hipóteses [de ser presidente]”, afirmou. “Se ele não for presidente da Assembleia Legislativa, esta nomeação é uma despromoção”, indicou. Segundo Fão outra das possibilidades para a presidência, embora de forma mais remota, é Ip Sio Kai, deputado eleito pela via indirecta. “Claro que há outras hipóteses, como o homem forte do Banco da China, o deputado Ip Sio Kai. Mas não costuma ser um homem da economia naquele lugar [de presidente da AL]”, apontou. “Nada impede que possa ser um homem da economia, mas não vejo outros nomes muito bem preparados”, descreveu. Os deputados votam entre si o presidente do hemiciclo, o que deverá acontecer a 16 de Outubro, quando se iniciar a nova legislatura. Caminho aberto para Wong? Em relação ao novo lugar de Wong Sio Chak no Governo com a pasta da Administração e Justiça, e face à saída do Executivo de André Cheong, Senna Fernandes acredita que pode abrir o caminho a uma futura liderança da RAEM. “Quanto ao secretário Wong Sio Chak está aberta uma bem possível sucessão, mais tarde, no cargo de Chefe do Executivo”, afirmou. “Pelo menos é o que instintivamente me vem à cabeça. Numa lógica meramente especulativa, havia dois nomes na equipa governativa com potencialidades de serem chefes do Executivo. […] Mas, com a saída de André Cheong ficamos com Wong Sio Chak no Governo com o perfil mais próprio, e não sei se este é o melhor termo, de poder um dia vir a suceder ao Dr. Sam Hou Fai”, frisou. Mudanças pouco usuais As alterações anunciadas ontem pelo Governo não foram justificadas nem houve uma posição oficial sobre as mesmas. No entanto, esta foi a primeira vez que um Governo em funções, neste caso há menos de um ano, sofre alterações tão profundas, devido ao facto de um secretário deixar o Executivo por opção política. Até agora, todas as alterações por motivos político tinham acontecido no final e início de novos mandatos dos diferentes Chefes do Executivo. A única excepção a esta tendência verificou-se em 2006, quando Ao Man Long, então secretário para os Transportes e Obras Públicas, foi exonerado do cargo, depois de ter sido detido face a acusações de corrupção. Os deputados nomeados por Sam Hou Fai Os Novos Deputados André Cheong Weng Chon (59 anos) Licenciado em Direito Secretário para a Administração e Justiça Lei Wun Kong (51 anos) Licenciado em Direito Advogado Chao Ka Chong (49 anos) Mestrado em Tecnologias da Informação Presidente da empresa Boardware Intelligence Technology Ltd Lam Fat Iam (50 anos) Doutorado em História Director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Politécnica de Macau Wong Ka Lon (46 anos) Licenciado em Gestão de Empresas Presidente da Associação de Transmissão ao Vivo de Macau Kou Ngon Seng (42 anos) Doutorado em Gestão de Empresas Director do Departamento de Desenvolvimento de Infra-estruturas da Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau Transitam da Legislatura Anterior Kou Kam Fai (61 anos) Doutorado em Gestão Director da Escola Secundária Pui Ching De saída Cheung Kin Chung Pang Chuan Wu Chou Kit Chan Hou Seng Quem é quem na remodelação? Cargo: Secretário para a Administração e Justiça Wong Sio Chak (57 anos) Percurso Académico Licenciado e Doutorado em Direito pela Universidade de Pequim Curso de Direito, Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Coimbra Curso de Introdução ao Direito de Macau na Universidade de Macau Curso de Formação de Magistrados Percurso Profissional Técnico-superior na Directoria da Polícia Judiciária Auditor Judicial dos Tribunais e dos Serviços do Ministério Público Delegado do Procurador do Ministério Público Subdirector da Polícia Judiciária Director da Polícia Judiciária Procurador-Adjunto do Ministério Público Secretário para a Segurança Cargo: Secretário para a Segurança Chan Tsz King (55 anos) Percurso Académico Curso de Língua e Cultura Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Licenciado em Direito na Universidade Autónoma de Lisboa de Portugal Curso de Formação de Magistrados Judiciais e do Ministério Público Percurso Profissional Delegado do Procurador do Ministério Público Comissário contra a Corrupção Procurador do Ministério Público Cargo: Procurador do MP Tong Hio Fong (52 anos) Percurso Académico Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Macau Curso de Formação de Magistrados do Centro de Formação de Magistrados de Macau. Percurso Profissional Adjunto-técnico de informática da Direcção dos Serviços de Finanças Formando do Curso de Formação de Intérpretes-Tradutores da Direcção dos Serviços de Assuntos Chineses de Macau Adjunto-técnico especialista do Alto Comissariado Contra a Corrupção e a Ilegalidade Administrativa Juiz do Tribunal de Competência Genérica de Macau Juiz presidente do Tribunal Colectivo dos Tribunais de Primeira Instância Presidente dos Tribunais de Primeira Instância Juiz do Tribunal de Segunda Instância Presidente do Tribunal de Segunda Instância Nota: a informação oficial apenas indica o ano de nascimento dos nomeados. A idade apresentada assume que todos já celebraram o aniversário em 2025
João Luz Manchete PolíticaGoverno em “firme oposição” a Washington sobre ambiente de investimento O Governo da RAEM manifestou ontem “forte desagrado e firme oposição” ao “Relatório Anual sobre o ambiente de investimento por País relativo ao ano de 2025” publicado na sexta-feira pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América. O Executivo liderado Sam Hou Fai afirma que o documento “contém comentários não sustentadas por factos sobre o desenvolvimento económico e político” de Macau, “incluindo alegações infundadas sobre as melhorias introduzidas pela RAEM no seu regime eleitoral e na Lei relativa à defesa da segurança do Estado”. O departamento da Administração Trump liderado por Marco Rubio começa por indicar que, no que diz respeito ao ambiente para investimentos, o “Governo de Macau mantém uma economia transparente, não discriminatória e de mercado livre”, e que o Executivo local “está empenhado em manter um ambiente favorável aos investidores”. No entanto, acrescenta que “as empresas estrangeiras citam a constante escassez de trabalhadores qualificados, resultado da dependência da cidade do turismo e dos jogos de azar, como uma das principais restrições às suas operações e expansão futura”. Neste capítulo, o Departamento de Estado destaca a prioridade dada a trabalhadores locais, porém critica algumas políticas basilares da RAEM. No documento é também realçado que “o sistema jurídico de Macau baseia-se no Estado de Direito e na independência do poder judicial” e que “as empresas estrangeiras e nacionais registam-se ao abrigo das mesmas regras e estão sujeitas ao mesmo conjunto de leis comerciais e de falência”. Porém, o Departamento de Estado refere que o esforço do Governo para alcançar o objectivo de diversificar a economia, dependente do jogo, obtiveram resultados mínimos. Também a aposta no papel de Macau enquanto plataforma de comércio e serviços entre a China e os países de língua portuguesa é referida. “A China também orientou Macau a tornar-se uma ‘plataforma de serviços de cooperação comercial e empresarial’ entre a China continental e os países de língua portuguesa (PLP). O comércio directo entre Macau e os PLP continua a ser marginal, representando apenas 0,9 por cento do volume total de comércio de Macau, que foi de 17,6 mil milhões de dólares em 2024”, foi referido. O Executivo liderado por Sam Hoi Fai respondeu afirmando que o papel de Macau “como plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa é cada vez mais reconhecida por todas as partes”. As jóias da coroa Apesar dos reconhecimentos do organismo norte-americano em relação ao desenvolvimento económico, ambiente de negócios, regime fiscal e medidas de incentivo ao investimento, o Governo considera que “as conquistas e progresso” conseguidos pela RAEM “não podem ser apagados por tal relatório dos Estados Unidos da América”. Na análise do Departamento de Estado, saltaram à vista críticas às alterações às leis que regulam as eleições do Chefe do Executivo e dos deputados da Assembleia Legislativa, assim como a legislação de salvaguarda da defesa do Estado. No primeiro conjunto de leis, o Governo da RAEM respondeu aludindo às eleições de 14 de Setembro. O eleitorado exerceu plenamente os seus direitos democráticos e participou entusiasticamente na votação. “A afluência às urnas atingiu um recorde com mais de 175.000 votantes, o que representa uma taxa de participação de 53,35 por cento. Isto demonstra plenamente que o regime eleitoral da Assembleia Legislativa revisto ganhou o apoio e o reconhecimento dos residentes em geral”, foi indicado em relação à reforma legal que estabeleceu o recente princípio “Macau governado por patriotas”. Em relação à legislação para salvaguardar a segurança do Estado, o Executivo de Sam Hou Fai contra-ataca e refere que, “na realidade, “os Estados Unidos já promulgaram, há muito tempo, uma série de leis rigorosas em matéria de segurança nacional e abusam frequentemente da sua jurisdição extraterritorial”. “Em vez de fazerem uma auto-reflexão, os EUA criticam unilateralmente os outros, demonstrando um clássico duplo padrão e hipocrisia. Os Estados Unidos são um importante parceiro económico da RAEM. Esperamos que a parte americana se abstenha de politizar as questões económicas, cesse as manobras políticas e se concentre em acções que conduzam ao desenvolvimento estável das relações económicas e comerciais bilaterais”, concluiu o Executivo da RAEM.
Hoje Macau Manchete SociedadeTufões | Especialistas avisam para necessidade de reforçar preparação Vários académicos destacam que o facto de não ter havido mortos durante a passagem do super tufão Ragasa se deveu aos mecanismos de protecção civil, implementados depois dos grandes tufões de 2017 e 2018 Após o super tufão Ragasa, a mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025, especialistas disseram à Lusa que Macau e Hong Kong têm de aprender a viver num mundo de constantes inundações e clima extremo. O Ragasa obrigou as duas regiões administrativas especiais chinesas a manterem o alerta máximo de tufão – nível 10 – durante mais de dez horas, um novo recorde histórico. As autoridades tinham alertado que este super tufão poderia trazer condições comparáveis ao Mangkhut, que em Setembro de 2018 provocou danos estimados em 4,6 mil milhões de dólares de Hong na antiga colónia britânica, e ao Hato, considerado o pior tufão em mais de 50 anos a atingir Macau, que em 2017 causou dez mortos e 240 feridos no território. O impacto do Ragasa foi muito menor. Em Hong Kong, houve cerca de 100 pessoas feridas, 1.220 árvores caídas e mais de mil voos cancelados. Em Macau, as inundações atingiram 1,51 metros, mas apenas foram registados sete feridos. Yau Yung, professor da Universidade Lingnan, em Hong Kong, defende que não foi sorte, mas sim “adaptação estrutural”. Faith Chan Ka Shun, professor na Universidade de Nottingham Ningbo, diz que a ausência de mortes foi “uma vitória”, que se deve a melhorias no sistema de alertas e na preparação da protecção civil. “Desta vez prepararam-se muito cedo, mais de 12 horas [antes da passagem do Ragasa]. As pessoas podiam decidir perder dinheiro porque pararam o trabalho, as escolas e tudo o mais”, sublinhou o académico nascido em Hong Kong. Perdas nos casinos Em Macau as autoridades encerraram os casinos durante 33 horas. As operadoras terão perdido 880 milhões de patacas em receitas, quase 5 por cento do previsto para Setembro, estimou Jeffrey Kiang, analista da consultora CLSA, citado pelo portal de notícias GGRAsia. Ainda antes da passagem do Ragasa, o líder do Governo de Macau já mostrava optimismo, apontando para a implementação de planos de evacuação para as zonas baixas e a realização anual de exercícios. Sam Hou Fai sublinhou ainda a entrada em funcionamento de estações elevatórias de águas pluviais e projectos de esgotos, que “melhoraram significativamente” a capacidade de drenagem e prevenção de cheias. Yau Yung admitiu que seria possível “realmente projectar uma cidade para a tornar à prova de inundações”, construindo “infra-estruturas em grande escala”, como os quebra-mares que protegem a cidade italiana de Veneza. Mas, com grande parte de Macau praticamente ao nível do mar, um sistema em larga escala “pode não ser eficaz nem economicamente viável”, avisou o especialista em planeamento urbano. Aproveitar o mar Por outro lado, sublinhou Faith Chan, tornaria mais difícil à população usufruir do mar, parte da história e cultura de ambas as cidades. O professor de ciências ambientais recordou que há zonas de Macau e Hong Kong onde as inundações são crónicas durante a estação chuvosa, entre Maio e Setembro, mesmo sem tufões. Por isso, Chan defendeu que faz mais sentido construir infra-estruturas para mitigar o impacto das cheias, nomeadamente tanques subterrâneos para armazenar águas da chuva. O especialista em gestão sustentável de inundações deu o exemplo dos Países Baixos, onde parques de estacionamento são desenhados com espaço para desviar a água pluvial. Yau Yung defendeu que incluir tanques para a água da chuva deveria ser “um requisito obrigatório” para qualquer edifício a ser construído em Macau e Hong Kong. “Claro que iria custar algum dinheiro, mas, na verdade, os benefícios podem compensar o investimento a médio prazo. Eu diria que é um bom negócio”, acrescentou o especialista em cidades inclusivas.
Hoje Macau Manchete SociedadeTrânsito | Acidente provoca seis feridos na Ponte da Amizade Um acidente ocorrido no sábado, envolvendo quatro viaturas na Ponte da Amizade, que circulavam no sentido Taipa-Macau, resultou em seis feridos ligeiros. De acordo com o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), citado pelo canal de rádio da TDM em língua chinesa, as investigações preliminares indicam que o condutor de 21 anos da última viatura não controlou a velocidade e embateu na viatura da frente, provocando uma colisão em cadeia. O residente de Macau foi alvo de uma acção judicial. O CPSP, que registou a acidente por volta das 19h30 de sábado, confirmou que os seis feridos, condutores e passageiros dos outros veículos, sofreram ferimentos ligeiros. Os serviços de socorro confirmaram que as vítimas, todas residentes de Macau, apresentavam escoriações, contusões e lacerações. Foram transportadas para o hospital conscientes e em estado estável. Os condutores envolvidos realizaram o teste de álcool, com resultado negativo.
Hoje Macau Manchete SociedadeEconomia | Inflação atinge valor mais elevado desde Janeiro Em Agosto, os preços da comida e das bebidas não alcoólicas foram os principais responsáveis pela inflação. No entanto, o preço das rendas e das hipotecas também estão a subir A inflação acelerou em Agosto para o nível mais elevado desde Janeiro, foi sexta-feira anunciado, num mês em que o índice de preços no consumidor voltou a cair no Interior da China. O índice subiu 0,27 por cento em Agosto, em termos homólogos, mais do dobro do valor registado em Julho (0,11 por cento), e o valor mais elevado desde Janeiro (0,57 por cento), segundo dados oficiais. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a aceleração da inflação deveu-se sobretudo aos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (mais 0,44 por cento). O custo das refeições adquiridas fora de casa subiu 1,54 por cento. Os gastos com rendas ou hipotecas de apartamentos subiram 0,84 por cento e 0,56 por cento, respectivamente, ainda antes de a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) ter aprovado, em 18 de Setembro, a primeira descida da taxa de juro desde o final de 2024. A Assembleia Legislativa do território aprovou, em Abril de 2024, o fim de vários impostos sobre a aquisição de habitações, para “aumentar a liquidez” no mercado imobiliário, defendeu na altura o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. Em recuperação Com a recuperação do número de visitantes, a região registou uma subida de 19,1 por cento no preço da joalharia, ourivesaria e relógios, produtos populares entre os turistas do Interior da China. Na direcção oposta, o custo das excursões e hotéis para viagens ao exterior de residentes de Macau aumentou 8,29 por cento, enquanto os gastos com educação e seguros subiram 1,27 por cento e 1,34 por cento, respectivamente. No Interior da China, de longe o maior parceiro comercial de Macau, o IPC voltou cair 0,4 por cento em Agosto, em termos homólogos, o quinto mês de deflação no último meio ano. A deflação reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. O dado surpreendeu os analistas, que previam uma contracção dos preços de 0,2 por cento, depois do índice ter ficado inalterado em Julho, pondo fim a quatro meses consecutivos de queda. O índice de preços no produtor, que mede os preços à saída da fábrica, caiu 2,9 por cento em Agosto, assinalando o 35.º mês consecutivo de contracção, apesar de representar uma melhoria face à descida de 3,6 por cento registada em Julho. Na vizinha região de Hong Kong, a inflação subiu ligeiramente, de 1 por cento, em Julho para 1,1 por cento, em Agosto.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaTelevisão | Documentários sobre pensamento de Xi exibidos em Macau A partir de 13 de Outubro será transmitida a série documental “Paixão de Xi Jinping pela Cultura” na TDM e TV Cabo Macau, bem como nas plataformas digitais de vários jornais chineses. Será também exibida a série “Apresentação e Interpretação do Pensamento Económico de Xi Jinping”, ambas produzidas pelo China Media Group O público de Macau vai poder ver, a partir do dia 13 de Outubro, dois documentários sobre o pensamento do Presidente Xi Jinping na TDM e demais meios de comunicação social chineses. Ad duas produções do China Media Group, intituladas “Paixão de Xi Jinping pela Cultura” e “Apresentação e Interpretação do Pensamento Económico de Xi Jinping”, foram ontem apresentadas em Macau, com a presença de diversos dirigentes políticos, incluindo Sam Hou Fai, Chefe do Executivo. A série “Paixão de Xi Jinping pela Cultura”, com dez episódios, cada um com 28 minutos, será transmitida na TDM e TV Cabo Macau SA, com transmissões posteriores nas plataformas multimédia dos jornais chineses Ou Mun (Macau Daily), Tai Chung Pou, Jornal do Cidadão, Hou Kong Daily e no Lotus Times. Por sua vez, a “Apresentação e Interpretação do Pensamento Económico de Xi Jinping”, com 14 episódios, já teve a sua primeira exibição ontem, podendo ser vista na TDM até ao dia 9 de Novembro, tanto na televisão como no website e app de telemóvel. O evento de estreia destas produções aconteceu ontem no Complexo do Fórum Macau e contou com um discurso do Chefe do Executivo. Sam Hou Fai disse que estes documentários servem “para incentivar o envolvimento, compreensão e implementação do pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas para uma Nova Era entre os compatriotas em Macau e os povos de todo o mundo”. Novo acordo assinado Na mesma sessão, foram assinados “cinco acordos-quadro” entre o Governo e o China Media Group, nomeadamente o “Acordo-quadro para aprofundar a cooperação estratégica entre o China Media Group e o Governo da RAEM”, o “Acordo-quadro sobre a cooperação na indústria cinematográfica entre a Administração Estatal de Cinema da China e a Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura”. Foram também firmados os acordos “Carta de intenções para a cooperação entre a Comissão Organizadora da Zona de Competição de Macau da 15ª edição dos Jogos Nacionais e da 12ª edição dos Jogos Nacionais para Pessoas Portadoras de Deficiência, e ainda a 9ª edição dos Jogos Olímpicos Especiais Nacionais e o China Media Group”. Inclui-se ainda “o acordo sobre a transmissão integral do Canal de desporto CCTV-5 entre o China Media Group e a TDM e o acordo-quadro de parceria estratégica entre a estação Ásia-Pacífico do China Media Group e Universidade de Macau”. Sam Hou Fai explicou que o documentário “Paixão de Xi Jinping pela Cultura” tem conteúdos sobre “a essência do Pensamento de Xi Jinping sobre a cultura”, relatando “histórias autênticas da valorização e do compromisso do Senhor presidente Xi para com a transmissão do património cultural e o seu desenvolvimento”. Os dois documentários compilam, segundo o discurso de Sam Hou Fai, “o estudo teórico” em torno do pensamento do Presidente, “ajudando o público a compreender” os seus ensinamentos. Sam Hou Fai disse ainda que estes “são os primeiros documentários televisivos a expor o pensamento económico de Xi Jinping, nos quais se analisam meticulosamente os principais discursos do Senhor Presidente e as transformações e conquistas históricas alcançadas sob a sua orientação no desenvolvimento económico da China durante a nova era”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Banda desenhada da RAEM com estreia especial no Japão A banda desenhada de Macau, “Heróis do Circuito” (街道), teve a sua primeira internacionalização de forma muito especial há duas semanas, nos 1000 km de Suzuka, no Japão Desde 2019 que não se disputava a clássica prova de resistência, e, para assinalar o regresso desta prova icónica no País do Sol Nascente, a Porsche Motorsport Asia Pacific decidiu decorar os três carros que apoiou com cores históricas da marca de Estugarda. De entre eles, um dos Porsche 911 GT3 R da Absolute Racing foi pintado de amarelo e preto, em homenagem à vitória da Joest Racing nas 24 Horas de Le Mans de 1985, quando o português Domingos Piedade era Director Desportivo da equipa alemã. Com os patrocinadores actuais, e não com a marca de vestuário francesa NewMan, responsável pela decoração de há 40 anos, sobressaía na asa traseira do Porsche 911 GT3 R nº 7 a inscrição em língua portuguesa: “Heróis do Circuito”. Para quem acompanha de perto o desporto automóvel local, a banda desenhada “Heróis do Circuito” faz já parte da cultura automobilística do território. Apaixonado pela nona arte e confesso devoto dos desportos motorizados, MP Man é o “Jean Graton de Macau”. O seu título, frequentemente visto em carros nas provas locais do Grande Prémio, alcançou desta vez um palco de dimensão internacional. Sobre a participação na mais prestigiada prova de resistência para carros GT3 no continente asiático, MP Man declarou ao HM: “Ao receber esta notícia emocionante, senti surpresa e admiração. Este reconhecimento não só valoriza o esforço e a dedicação de anos, como também abre uma porta para a presença de uma marca original de Macau nos palcos internacionais do automobilismo, permitindo mostrar ao mundo o carácter cultural único e a criatividade de Macau, uma honra que me enche de orgulho e entusiasmo.” A estreia internacional não poderia ter corrido melhor em termos desportivos, já que o Porsche 911 GT3 R nº 7 da Absolute Racing, conduzido por Kévin Estre, Laurens Vanthoor e Patrick Pilet, cortou a meta na segunda posição da geral, numa corrida que também pontuou para o Intercontinental GT Challenge. Juntar sinergias Curiosamente, o trampolim para colocar a banda desenhada da RAEM num carro de topo da Absolute Racing, equipa asiática apoiada pela Porsche Motorsport Asia Pacific e com vários triunfos na Taça GT Macau, esteve num patrocinador comum: uma marca de miniaturas de automóveis do sul da China. “Mantemos uma relação próxima e amigável com a reconhecida marca nacional de modelos de coleccionador Almost Real. O fundador, Liu Xueshen, o senhor Sum, sempre apoiou entusiasticamente a minha banda desenhada, tornando-se agora um dos principais patrocinadores. Com uma visão ambiciosa, pretendem levar a obra para além-fronteiras, explorando novos horizontes”, explicou o autor, responsável por algumas das ilustrações patentes no Museu do Grande Prémio de Macau. “Ao tornarem-se patrocinadores da Absolute Racing, integraram elementos da marca Heróis do Circuito na pintura do carro de corrida, permitindo que, ao rodar em pista, o veículo anunciasse ao mundo o encanto único da banda desenhada.” Para MP Man, que lançou em 2018 o primeiro número de “Heróis do Circuito”, o objectivo é claro: “Que os fãs de corridas e de banda desenhada prestem mais atenção à criação original feita em Macau e reconheçam o esforço dedicado a este projecto.” Olhar para o futuro A presença no evento de Suzuka, que reuniu mais de 65 mil espectadores, constituiu um passo decisivo na internacionalização da marca. “Agora, “Heróis do Circuito” alcançou um momento de grande significado. Tal como uma águia que alça voo, integrou com sucesso uma equipa apoiada pela Porsche, participando numa prova de resistência que reúne as melhores equipas e pilotos de toda a Ásia”, refere MP Man, que não esconde a ambição de ir mais longe. “Se algum dia a minha marca conseguir chegar a provas como Le Mans, ou até a um Grande Prémio de Fórmula 1, será um sonho tornado realidade! (risos) Este é, sem dúvida, o meu desejo mais profundo. Mas sei também que os sonhos não se concretizam de imediato; a minha obra tem ainda muito a evoluir e a aperfeiçoar. Continuarei a criar com humildade, perseverando no aprimoramento da obra, procurando oferecer aos leitores experiências cada vez mais emocionantes”. Entretanto, o quarto volume da série “Heróis do Circuito” está prestes a ser publicado, abrindo um novo capítulo, sempre com o seu charme singular e narrativas cativantes que conquistaram a atenção e o carinho do público local, afirmando-se cada vez mais no universo global da banda desenhada e junto dos fãs dos desportos motorizados.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeRagasa | Maioria dos comerciantes diz que não sofreu grande impacto No rescaldo do super tufão Ragasa, a Federação da Indústria e Comércio de Macau, Centro, Sul e Distritos diz que a maior parte dos comerciantes não sofreu grande impacto com a tempestade. Ainda assim, ontem foi dia de limpezas e balanço de prejuízos As chuvas fortes e inundações provocadas pelo Ragasa, que obrigou ao içar do sinal 10 de tempestade tropical, não causaram, afinal, grandes estragos no pequeno comércio. Em declarações ao jornal Ou Mun, o presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau, Centro, Sul e Distritos, Lei Cheok Kuan, revelou que a maioria dos comerciantes nestas zonas não sofreram grandes perdas materiais durante a passagem do super tufão, uma vez que se prepararam com antecedência. O presidente da associação revelou que antes da chegada do tufão, os comerciantes com lojas na Rua dos Ervanários, Rua das Estalagens ou Avenida de Almeida Ribeiro receberam apoio na prevenção por parte de associações locais, mudando muitas das estruturas de negócio para zonas mais altas, a fim de evitar os estragos causados por inundações. Houve ainda quem tenha emprestado espaços para os comerciantes guardarem frigoríficos de grande dimensão, por exemplo. Lei Cheok Kuan explicou ainda que as instalações não ficaram danificadas, o que leva a que os comerciantes não tenham custos acrescidos com funcionários ou rendas causados pelo fecho temporário, que não chegou a acontecer. Resposta aos apelos Lei Cheok Kuan recordou que a maioria dos comerciantes nas zonas baixas do Porto Interior respondeu ao apelo do Governo para a evacuação antes da chegada da tempestade, e que apenas um número reduzido de lojistas insistiu em continuar de portas abertas durante a passagem do Ragasa. O dirigente associativo destacou que a grande maioria das lojas estava preparada para o regresso à normalidade já na quarta-feira, devido ao facto de os estragos e perdas não terem sido elevados. Esta quarta-feira o sinal 10 só reduziu para 8 às 16h, sendo que o sinal 3 de tempestade só foi içado à noite. Ouvido pelo jornal Ou Mun, um comerciante com lojas na Rua das Estalagens e Rua da Tercena, de apelido Kuok, disse esperar que o Governo continue a melhorar as infra-estruturas contra inundações nas zonas baixas do território, devendo fornecer resoluções concretas aos comerciantes para que possam lidar com a subida do nível das águas quando ocorrem tempestades. O mesmo comerciante chegou a mudar as instalações e máquinas de valor elevado, a fim de reduzir potenciais perdas o mais possível, mas a água acabou mesmo por entrar nalgumas lojas, causando estragos em espaços mais pequenos que não conseguiram deslocar maquinaria e outros materiais para locais mais seguros. De frisar que, em alguns locais, a subida do nível das águas levou a inundações com um máximo de cinco metros de altura. Entretanto, equipas do Instituto para os Assuntos Municipais continuaram ontem a limpeza de ruas, parques e trilhos, incluindo nas praias de Hac-Sá e Cheoc Van, em Coloane, “que sofreram danos”, pois “foi arrastada para as praias uma grande quantidade de lixo e galhos de árvores”. A bandeira vermelha esteve içada ontem, proibindo banhos em ambas as praias. No total, participaram nas acções de limpeza, na manhã de ontem, 1.100 funcionários públicos distribuídos em 116 equipas de apoio, sendo que 40 departamentos públicos estiveram envolvidos. DSEDJ | Escola de Ensino Especial adiou o regresso às aulas Uma escola do ensino especial não conseguiu garantir ontem o regresso às aulas, após a passagem do super tufão Ragasa. A informação foi divulgada pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), que revelou que outras escolas só conseguiram organizar o regresso às aulas na parte da tarde de ontem. “Actualmente, com excepção de uma escola do ensino especial que necessita de adiamento na retomada de aulas e de algumas escolas que ajustaram as aulas para a tarde, os alunos de todas as outras escolas retomaram as aulas com normalidade”, foi comunicado. “A DSEDJ irá acompanhar estreitamente a situação e prestar diversos apoios e assistência na recuperação das escolas após o tufão”, foi prometido.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | DICJ acompanhou encerramento de Mocha Kung Fat Um encerramento que decorreu “de acordo com os procedimentos previstos”. Foi desta forma que a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) abordou, através de um comunicado, o encerramento da sala de jogos Mocha Kung Fat, na Península de Macau, ligado à concessionária Melco Resorts. O encerramento aconteceu no final do dia de quarta-feira, como tinha sido anunciado na semana passada. Ontem, a DICJ esteve no local para assegurar que os serviços estavam efectivamente suspensos. “Após o encerramento do Mocha Kuong Fat, às 23h59 do dia 24 de Setembro, a DICJ procedeu ao respectivo processo de suspensão do funcionamento, tendo assegurado a coordenação, de forma activa, com diversos serviços, o acompanhamento da retirada do respectivo recinto”, foi comunicado. “O encerramento do casino decorreu de forma ordenada”, foi acrescentado. O comunicado não fez qualquer referência aos postos de trabalho que podem ter ficado em causa com este encerramento. No entanto, a DICJ prometeu promover “o desenvolvimento saudável e ordenado do sector do jogo”. “A DICJ continuará a optimizar o mecanismo de inspecção, promovendo a regularização e o desenvolvimento saudável e ordenado do sector do jogo, bem como criando condições mais favoráveis para a diversificação adequada da economia de Macau”, consta na mensagem.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFAOM | Deputados prometem lutar por mais direitos laborais Ella Lei Cheng I e Leong Sun Iok pretendem contribuir para criar melhores condições de emprego para jovens e garantir mais direitos para funcionários públicos envolvidos no mecanismo de protecção civil Após a reeleição, os deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ella Lei Cheng I e Leong Sun Iok, prometem focar o novo mandato nas questões laborais e no desenvolvimento dos direitos dos trabalhadores. As declarações foram prestadas pelos membros da lista União para o Desenvolvimento durante a participação no Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. Ella Lei destacou que o emprego é sempre a maior preocupação dos residentes e que essa vai ser a sua prioridade nos próximos quatro anos, enquanto membro da Assembleia Legislativa. “Apesar de o número mostrar que a taxa de desemprego não é alta, o facto de os residentes terem de aceitar empregos com menores perspectivas de carreira e maiores dificuldades não deve ser escondido”, reconheceu a deputada. “Por exemplo, temos muitas queixas de que os jovens, particularmente os recém-licenciados, têm dificuldades em ser contratados.. Além disso, as pessoas de meia idade ou idosos também enfrentam o mesmo problema”, acrescentou. A deputada confessou também estar ciente que é cada vez mais difícil para os residentes mudarem de carreira. Por seu turno, Leong Sun Iok defendeu que é necessário melhorar os direitos laborais, e deu como exemplo os funcionários públicos envolvidos nas operações da protecção civil. “Durante a passagem do tufão Ragasa, o Governo fez, em geral, um bom trabalho para diminuir ao máximo o impacto do tufão”, começou por destacar. “No entanto, recebemos queixas de trabalhadores da protecção civil, porque ao trabalharem durante essas horas apenas recebem a remuneração suplementar, mas praticamente perderam todos os outros direitos laborais, porque trabalham horas extra e não têm direito ao descanso compensatório”, explicou. Casinos preocupam Além dos trabalhadores da protecção civil e das forças de segurança, Leong Sun Iok argumentou que a segurança dos empregados no sector hoteleiro e do jogo também precisa de ser repensada e aumentada. Em causa está o facto de estes empregados precisarem de trabalhar durante condições meteorológicas extremas, independentemente de muitas vezes nem haver transportes públicos disponíveis. Por isso, Leong Sun Iok sugeriu ao Governo que siga as práticas das cidades do Interior da China para estabelecer um novo mecanismo de suspensão dos trabalhos e aulas e também para o cálculo da remuneração compensatório. Além do foco nos direitos laborais, Ella Lei e Leong Sun Iok defenderam uma nova ronda do cartão de consumo, para relançar a economia dos bairros residenciais e responder à dificuldade dos idosos na utilização de novas tecnologias, o que faz com que acabem excluídos do grande prémio para o consumo. Ella Lei também prometeu prestar atenção à indexação de pensão para idosos ao índice mínimo de subsistência, bem como ao sistema médico, para reforçar os serviços de cuidados a doenças crónicas de idosos.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAdministração | Raymond Tam abdica de reforma como Raimundo Rosário Após atingir os 65 anos de idade, Raymond Tam foi obrigado a reformar-se. No entanto, nos próximos três anos, o secretário vai abdicar da pensão mensal de 83.190 patacas. A decisão vai custar ao bolso do secretário pelo menos 2,91 milhões de patacas O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, está reformado desde 21 de Agosto, mas abdicou de receber a pensão mensal de 83.190 patacas. O anúncio da decisão foi publicado no Boletim Oficial, na quarta-feira, e Tam segue o exemplo de Raimundo Rosário, o seu antecessor como secretário. De acordo com o regime actual, Raymond Tam poderia acumular o salário de secretário com a pensão de reformado, o que daria um rendimento mensal a rondar as 270.499 patacas. Actualmente, como secretário, Tam pode auferir por mês de 187.309 patacas, pelo desempenho das funções no Governo, dos quais 149.847 patacas dizem respeito ao vencimento base e 37.462 patacas a despesas de representação. A este salário, e após uma carreira de 30 anos no Instituto para os Assuntos Municipais, Raymond Tam tem direito a auferir uma pensão de 83.190 patacas, que resulta de uma pensão base mensal de 77.550 patacas, acrescida de seis prémios de antiguidade, o que se traduz em 5.640 patacas por mês. No entanto, o secretário abdica da pensão durante quase três anos: “Tam Vai Man apresentou uma declaração escrita, em 14 de Agosto de 2025, de que prescinde da percepção da pensão de aposentação que lhe é devida e demais subsídios com ela conexos enquanto se mantiver no desempenho do cargo de Secretário para os Transportes e Obras Públicas”, foi comunicado. Limite de três anos No despacho é também esclarecido que a desistência tem como condições “a manutenção do direito à percepção da pensão de aposentação e demais subsídios com ela conexos a partir da data em que deixar de desempenhar o seu actual cargo” e que a desistência deixa de estar em vigor “no dia anterior àquele em que se verifica a prescrição a que se refere o n.º 2 do artigo 272.º do ETAPM”. Segundo este artigo, os funcionários públicos que abdicam da pensão durante três anos consecutivos perdem o direito a recebê-la. Calculando o número de pensões a partir de Setembro e nos próximos dois anos e 11 meses, Tam Vai Man abdica de receber cerca de 2,91 milhões de patacas. Contudo, se optar por receber a pensão durante um mês e depois voltar a abdicar da pensão no restante mandato, o valor das pensões por receber sobe para cerca de 3,25 milhões de patacas. Como até 2029 poderá haver aumentos para a função pública, o valor que o governante deixa de receber até pode ser maior. Com esta decisão, Raymond Tam segue o exemplo de Raimundo do Rosário que em Agosto de 2021 foi obrigado a reformar-se, por atingir a idade limite na função pública. No entanto, como desempenhava o cargo de secretário, o macaense abdicou de receber a pensão, numa decisão que implicou a perda de rendimentos de aproximadamente 3 milhões de patacas.
Hoje Macau China / Ásia MancheteProcurados 124 desaparecidos em Taiwan após super tufão Ragasa Equipas de socorro estavam ontem a tentar estabelecer contacto com 124 pessoas desaparecidas em Taiwan após o transbordamento de um lago, devido à passagem do super tufão Ragasa, a mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025. O Centro de Resposta a Desastres taiwanês, citado pela agência de notícias oficial CNA, indicou que todos os desaparecidos têm moradas registadas na região de Hualien, no leste da ilha. As equipas de busca, incluindo bombeiros, militares e socorristas especializados, estão a realizar verificações porta-a-porta com o objectivo de estabelecer contacto com todos os residentes ao longo do dia. Pelo menos 14 pessoas morreram no leste de Taiwan, na sequência do transbordamento de um lago natural que inundou a cidade de Guangfu, consequência das intensas chuvas provocadas pelo super tufão Ragasa. O comandante adjunto do Centro, Hsiao Huan-chang, explicou que a torrente de água está tão saturada de lama que “os veículos mal conseguem chegar”, o que exigiu “a mobilização de um grande número de militares, polícias e bombeiros”. O corpo de bombeiros local explicou que, das 14 vítimas mortais, a maioria eram idosos que viviam no rés-do-chão dos edifícios de Guangfu, o município mais afectado pelas inundações. De acordo com as autoridades locais, o transbordamento do lago ocorreu na tarde de terça-feira, quando a barragem natural do afluente do riacho Matai’an cedeu e libertou um grande fluxo de água carregada de lama e detritos. A enchente destruiu uma ponte sobre um riacho e inundou rapidamente o centro urbano de Guangfu, onde várias ruas ficaram submersas até o nível dos telhados em algumas áreas. Imagens divulgadas pela comunicação social local mostram moradores a subir aos telhados e veículos à espera de auxílio enquanto a água cobre grandes áreas do município. Ordens de evacuação Horas antes, as autoridades tinham alertado que o lago natural, localizado na localidade vizinha de Wanrong, poderia transbordar, o que levou a ordens de evacuação, limpeza do leito e reforço da vigilância. O condado de Hualien está entre os mais afectados pelas chuvas associadas à passagem do super tufão Ragasa, que manteve em alerta grande parte do sudeste da China e de Taiwan.
Hoje Macau China / Ásia MancheteFilipinas | Novo ciclone tropical a caminho após passagem do Ragasa O ciclone tropical Bualoi ganhou ontem força ao deslocar-se em direcção às Filipinas, onde deverá chegar amanhã, três dias depois do super tufão Ragasa ter causado, pelo menos, 10 vítimas mortais no arquipélago O Bualoi estava ontem a 815 quilómetros a nordeste da ilha de Mindanau, no sul do mar das Filipinas, com rajadas de vento até 105 quilómetros por hora, informou a agência meteorológica do arquipélago, PAGASA. A PAGASA disse que o ciclone continuará a intensificar-se” e “poderá atingir o estatuto de tufão antes de atingir a região de Bicol”, no centro das Filipinas, na tarde de sexta-feira. Depois de atravessar o arquipélago, o ciclone Opong, como é conhecido nas Filipinas, deverá seguir em direcção à capital, Manila, acrescentou a agência, no mais recente boletim. Para já as autoridades das Filipinas emitiram apenas o aviso mínimo para ventos fortes na região central de Visayas. No entanto, as aulas presenciais continuaram ontem suspensas em várias províncias do norte do país, ainda devido ao impacto da passagem do super tufão Ragasa, na terça-feira. A passagem pelas Filipinas do Ragasa, a mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025, causou pelo menos dez mortos, de acordo com o último balanço divulgado ontem pelas autoridades do arquipélago. O anterior balanço do Conselho Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres das Filipinas apontava para quatro vítimas mortais e 11 feridos devido a inundações e deslizamentos de terra no norte do país. Sete pescadores afogaram-se depois de um barco ter virado, devido a ondas altas e ventos fortes, ao largo da cidade de Santa Ana, no norte da província de Cagayan (nordeste). As autoridades provinciais reportaram a existência de outros cinco pescadores desaparecidos na sequência do incidente, ocorrido na segunda-feira. Quase 700 mil pessoas foram afectadas pela passagem do super tufão Ragasa pela ilha de Luzon, incluindo 25 mil residentes que se protegeram em abrigos de emergência do governo. Chegada a terra Quase 1,9 milhões de pessoas foram realojadas na província de Guangdong, no sul da China, que faz fronteira com Hong Kong e Macau, informou a televisão estatal chinesa CCTV. Tanto a China continental como as duas regiões administrativas especiais chinesas elevaram esta madrugada o nível de alerta para o mais elevado. Hong Kong registou 56 feridos enquanto em Macau foram apenas seis feridos. A agência meteorológica chinesa previu que o super tufão atingirá a costa entre as cidades de Taishan e Zhanjiang entre a tarde e a noite de ontem. Escolas, fábricas e serviços de transportes públicos foram suspensos em cerca de uma dezena de cidades no sul da China. Os tufões são fenómenos meteorológicos recorrentes no sudeste da China, em Taiwan e nas Filipinas durante o Verão e o Outono, quando as águas quentes do Oceano Pacífico levam à formação de ciclones.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDST | Promoção em Lisboa vista por quase 44 mil pessoas O evento Sentir Macau Roadshow em Lisboa, realizado entre 17 e 21 de Setembro, foi visitado por mais de 40 mil moradores e turistas, de acordo com os Serviços de Turismo. O programa incluiu espectáculos de drones e noites de fado Cerca de 44 mil pessoas visitaram o evento Sentir Macau Roadshow, organizado pela Direcção de Serviços de Turismo (DST), na Praça do Comércio, em Lisboa, entre 17 e 21 de Setembro. O número foi revelado pelas autoridades, citado pelo jornal Plataforma, com o evento da DST a integrar o programa Festas na Rua, uma iniciativa na capital portuguesa que disponibiliza várias actividades ao ar livre para os moradores e turistas. O evento Sentir Macau Roadshow visou uma aposta das autoridades de Macau na promoção do turismo em Portugal e no mercado europeu. Como parte desta iniciativa foram disponibilizados stands temáticos, espectáculos ao vivo e ainda demonstrações de tradições e elementos culturais. Entre as atracções, houve concertos de fado, o espectáculo com o nome “Macau Brilhante”, uma actuação no âmbito das “Festas na Rua” e um espetáculo de drones. Na perspectiva dos Serviços de Turismo, citados pelo jornal Plataforma, “a forte adesão de residentes e turistas de Lisboa traduziu-se num interesse renovado em visitar Macau”. A iniciativa contou com a participação do Instituto para a Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM), Instituto Cultural (IC), Instituto do Desporto (ID), as seis concessionárias do jogo e um espaço dedicado à Zona de Cooperação Aprofundada entre Cantão e Macau na Ilha da Montanha. O facto da Zona de Cooperação ter estado presente foi encarado pelas as autoridades de Macau como um reforço na “aposta na integração cultural e turística”. Aposta nas parcerias Aproveitando o evento em Lisboa, a DST anunciou ainda uma parceria com a agência portuguesa de viagens Abreu para lançar pacotes turísticos que incluem Macau e outras paragens asiáticas como destinos. As ofertas são válidas até Fevereiro do próximo ano. As autoridades de Macau esperam que a iniciativa capte mais visitantes portugueses e europeus através de campanhas nas redes sociais e outros canais de venda. A promoção em Lisboa insere-se numa estratégia de internacionalização da imagem turística de Macau. Durante a estadia, a DST reuniu-se com a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), no âmbito da preparação do congresso anual da associação, que decorrerá em Macau, em Dezembro deste ano. Foram também exploradas novas áreas de cooperação entre os Serviços de Turismo de Macau e a EGEAC/Lisboa Cultura, como a participação em eventos como as marchas populares de Lisboa e a Parada do Ano Novo Chinês em Macau. Participaram também na deslocação a Portugal operadores turísticos de Macau que participaram em visitas a a locais como Fátima, Óbidos, Nazaré e Cascais. As viagens tiveram como objectivo dar a conhecer o desenvolvimento do sector turístico português, de forma a abrir o caminho para a criação de produtos turísticos conjuntos, no futuro, que promovam o intercâmbio entre a China e Portugal.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTufões | Ella Lei alerta para “condições caóticas” e direitos comprometidos A deputada da Federação das Associações dos Operários de Macau alerta para horas extra excessivas em períodos de tufão e redução dos dias de férias, devido a atrasos e dificuldades de deslocação quando os transportes estão limitados Ella Lei pretende saber que medidas o Governo vai tomar para evitar abusos das entidades patronais face aos direitos dos trabalhadores, durante os trabalho em dias de tufão. O assunto foi abordado numa interpelação escrita, em que a deputada ligada à Federação das Associaçẽos dos Operários de Macau (FAOM) denuncia “direitos comprometidos” e “condições caóticas”. Segundo o cenário traçado pela deputada, sempre que o território é afectado por um tufão com maior intensidade, que leva a que seja içado, pelo menos, o sinal número oito, recebe “inúmeras reclamações de funcionários” que se prendem com redução dos “períodos de descanso” e com falta do pagamento de horas extra. Ao mesmo tempo, a deputada indica que há empresas que aproveitam os atrasos, devido a dificuldades de deslocação, para implementar cortes salariais ou reduzir os dias de férias dos trabalhadores. No documento, Ella Lei reconhece que a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) emitiu recomendações a sugerir condições de trabalho em dias de de tufão ou quando há “incidentes súbitos de natureza pública”. Entre estas sugestões, a DSAL recomenda aos patrões que aceitem como justificadas as faltas ao trabalho motivadas pelas dificuldades de deslocação em dias em que o sinal número oito está içado, e também que as entidades patronais negoceiem evetuais compensações de “boa fé”. Todavia, as recomendações são voluntárias, e a legisladora revela que continuam a surgir muitos problemas: “Sempre que ocorrem tufões, alguns funcionários continuam a enfrentar problemas como condições de trabalho caóticas, descanso insuficiente e direitos comprometidos”, revelou. “Embora o Governo tenha apelado consistentemente à compreensão mútua e à flexibilidade entre empregadores e funcionários, na prática, como as directrizes são meramente recomendações e não vinculativas, pelo que algumas empresas não as têm cumprido rigorosamente”, acrescentou. E o quê? A membro da Assembleia Legislativa questiona o Executivo como “tenciona reforçar a monitorização e a aplicação da lei” de forma a “garantir que as empresas (…) implementem rigorosamente as disposições relativas às faltas, descanso adequado e proteção da remuneração dos trabalhadores durante os tufões”. Em particular, a deputada aponta às concessionárias de jogo, que acusa de serem parte do problema, e pede ao Governo que “especifique as medidas de acompanhamento” que vão ser tomadas “contra as empresas que não cumprirem as directrizes ou deduzirem as férias anuais ou a remuneração dos trabalhadores, em caso de falta”. Além disso, face aos relatos de horas de trabalho excessivamente longas e períodos de descanso inadequados, a legisladora pergunta se o Executivo vai avançar com a revisão às leis laborais, para assegurar que os direitos ao descanso e à compensão são respeitados.
Hoje Macau Manchete Sociedade“Ragasa” | Tempestade agitou ontem Macau, sinal 3 surgiu à noite O super tufão Ragasa, o mais forte do ano, até agora, provocou alguns estragos, causou oito feridos e motivou cenários insólitos como a apanha de peixes nas zonas baixas da península. Após uma manhã e início de tarde com ventos fortes e inundações, o sinal 3 de tempestade só foi içado à noite e às 02h da manhã os casinos voltaram a abrir Foram várias as horas em que o “Ragasa” não deixou Macau sossegado. Só ontem às 16h o sinal 10 de tempestade tropical baixou para 8, altura em que a cidade continuava paralisada e começavam a intensificar-se os trabalhos de limpeza. O sinal 3 acabaria por ser emitido pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) às 23h e três horas depois os casinos do território voltaram a operar. Classificado como “tufão severo” a partir das 15h, descendo de super tufão, o Ragasa só se afastou gradualmente do território ontem à tarde, sendo que às 19h enfraqueceu para o nível de tufão, quando se encontrava a 210 quilómetros de Macau. Nessa altura o sistema movia-se a uma velocidade de 20 quilómetros por hora para a costa oeste da província de Guangdong. Porém, manteve-se durante algum tempo o nível elevado de “Storm Surge”, tendo em conta o aumento do nível das águas, ainda que a altura das inundações tivesse baixado a partir de meio da tarde. Passado o Ragasa, a noite de ontem foi marcada pela ocorrência de “aguaceiros frequentes acompanhados de trovoadas”. Para hoje, os SMG apontam para a ocorrência de aguaceiros, “às vezes muito fortes” e trovoadas. Porém, as chuvas “vão diminuir mais tarde”, com o vento a ter uma força de nível 6 a 7 de leste a sueste com rajadas. O céu estará muito nublado. As consequências Relativamente aos dados da protecção civil, até às 20h, estavam nos centros de emergência geridos pelo Instituto de Acção Social, 152 pessoas, sendo que o número de pessoas que esteve nos centros durante a tempestade foi de 705. O edifício de inspecção e passagem dos veículos de passageiros e os seus ocupantes, no posto fronteiriço de Hengqin, retomou o normal funcionamento às 17h30, com o sinal 8 içado. Nessa altura, já podiam circular veículos pela via que liga a Universidade de Macau ao Posto Fronteiriço, mas não havia ainda autocarros a circular. No que diz respeito aos estragos causados pela passagem do Ragasa, o Centro de Operações da Protecção Civil dava conta, até às 21h, de 252 ocorrências: 69 casos de desabamentos de árvores ou postes de iluminação; 142 casos de remoção de objectos em risco de queda ou seis casos de manuseio de instalações em estaleiros de construção. Até às 21h, as autoridades contabilizaram oito feridos, 11 pessoas presas em elevadores e 23 incêndios. Dia seguinte Devido às inundações, o Museu Marítimo, situado na zona do Porto Interior, fica encerrado hoje e amanhã para trabalhos de “limpeza e manutenção interna e externa” do edifício. Entretanto, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) levou a cabo trabalhos de limpeza das redes de drenagem e esgotos, tendo sido dada prioridade à remoção “dos ramos quebrados e resíduos que obstruíam as principais vias de tráfego, a fim de garantir a passagem de veículos de emergência e a segurança pública”. Em relação ao fornecimento de energia, uma nota emitida às 18h22 e ontem informou que a Companhia de Electricidade de Macau (CEM) estava “a restabelecer gradualmente o fornecimento de electricidade aos utilizadores a residir nas zonas baixas”. Quanto às ligações, as quatro pontes de ligação da península de Macau à Taipa, bem como a Ponte Lótus, permaneceram encerradas ao trânsito enquanto esteve içado o sinal 8. Destaque para o facto de parte do tabuleiro da ponte Governador Nobre de Carvalho ter estado submersa durante o período crítico da tempestade. Sinal 8 mais cedo em HK Ontem à tarde, por volta das 15h e ainda com o sinal 10 içado, o Ragasa estava a cerca de 110 quilómetros a sudoeste de Macau, ainda com ventos máximos de 190 quilómetros por hora no centro do tufão. Em Hong Kong, o sinal 10 foi substituído pelo 8 mais cedo, às 13h20. Devido a inundações na península de Macau e na vila de Coloane, a CEM cortou a energia nas zonas do Porto Interior, Praça de Ponte e Horta, Barra e Patane. A concessionária justificou a decisão com a necessidade de “garantir a segurança pública e proteger as instalações de fornecimento de energia”. O receio de inundações levou o Governo a apelar à evacuação das áreas baixas da península. O Centro Meteorológico Nacional da China já tinha classificado o Ragasa como a pior tempestade registada no mundo em 2025, comparável ao Mangkhut (2018) e ao Hato (2017). Em Setembro de 2018, o tufão Mangkhut provocou 40 feridos e inundações graves em Macau. Um ano antes, o Hato, considerado o pior tufão em mais de 50 anos a atingir o território, causou dez mortos e 240 feridos. Segurança | Pedida atenção devido a longas horas de trabalho Os longos horários de trabalho das forças de segurança durante a passagem de tufões gerou ontem polémica, no programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. Numa altura em que se discutia a passagem do tufão houve uma residente de apelido Kong que se queixou das longas horas de trabalho das forças de segurança. A residente apresentou-se familiar de um agente de polícia e revelou que até à manhã de ontem o agente somava 17 horas de trabalho. Nessa altura, as autoridades ainda estavam longe de içar o sinal número três de tufão. O sinal número 10 só foi reduzido para sinal número 8 às 16h de ontem. A mulher afirmou compreender que as situações de emergência pública exigem que as forças de segurança tenham de estar de serviço durante muitas horas, e até considerou esse aspecto aceitável. Contudo, queixou-se do facto dos agentes não saberem os seus horários nem terem estimativas das horas a que podem regressar para junto das famílias. A ouvinte deixou assim o desejo que o Governo esteja atento ao período de horas extras de trabalho dos agentes, e pediu compreensão porque os agentes policiais também precisam de acompanhar as suas famílias durante situações meteorológicas extremas. Pesca | Homens filmados a apanhar peixes na rua Numa altura em que estava içado o sinal 10 de tufão, dezenas de pessoas foram filmadas na Avenida do Almirante Lacerda e na Zona do Porto Interior, áreas inundadas, a tentar apanhar peixes com as próprias mãos. Os momentos foram captados por pessoas que estavam nos edifícios daquela zona, circularam pelas redes sociais e levaram as autoridades a apelarem à população que ficasse abrigada. “O Centro de Operações de Protecção Civil alerta veementemente que existem muitos factores de risco e as condições das estradas são incertas, havendo ainda o risco de queda de objectos e choque eléctrico a qualquer momento”, foi explicado. “Apela-se aos cidadãos e turistas para terem em conta a própria segurança, permanecer em recintos fechados e seguros e não sair de casa ou atravessar as ruas inundadas”, foi pedido. Seac Pai Van | Caixa de electricidade origina incêndio Uma caixa de electricidade terá estado na origem de um incêndio perto da entrada do Parque de Seac Pai Van, por volta das 13h20 de ontem. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra num primeiro momento várias explosões consecutivas a afectar a caixa de electricidade, até que as chamas acabam por deflagrar e envolver um edifício nas proximidades. O incêndio foi registado numa altura em que não aparentava haver cheias no local, embora as ruas estivessem molhadas devido à chuva. A intervenção do Corpo de Bombeiros permitiu extinguir rapidamente as chamas, mas não impediu que o edifício ficasse marcado pelo fumo. Até ao fecho desta edição, a dimensão dos danos ainda não tinha sido tornada pública. Supermercados | Queixas sobre aumentos dos preços No programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, um ouvinte de apelido Lam queixou-se que os supermercados aumentaram os preços dos produtos para valores “não razoáveis”, entre segunda e terça-feira. Estes aumentos aconteceram numa altura em que estava a decorrer uma corrida aos mantimentos devido à passagem do super tufão Ragasa. De acordo com o exemplo dado, o residente indicou que nos outros dias costumava comprar um tipo de peixe por 20 patacas, mas que na terça-feira o preço tinha subido para 60 patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTufão Ragasa: CEM alerta para risco de suspensão do fornecimento de electricidade Dado que foi emitido o “Aviso de Storm Surge Vermelho”, devido à passagem do Tufão Ragasa, a Companhia de Electricidade de Macau alerta a população que se prepare para a eventualidade do fornecimento de energia em Macau ser suspenso em algumas zonas. Em causa está o facto de o tufão poder causar inundações severas nas zonas baixas. As zonas que poderão ser afectadas pelos cortes de energia são: Ilha Verde, Canal das Hortas, Túnel das Portas do Cerco, Tói Sán, Iao Hon, Areia Preta, Fai Chi Kei, Mercado Vermelho, Lam Mau, Patane, San Kio, Rua da Restauração, Rotunda dos Três Candeeiros, Avenida de Horta e Costa, Mercado Vermelho, Porto Interior, Templo do Bazar, Avenida de Almeida Ribeiro, Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Interior, Praça de Ponte e Horta, Praia do Manduco, Barra, Torre de Macau, Tribunal de Última Instância, Sede do Governo, Avenida do Infante D. Henrique, Praça de Ferreira do Amaral, Avenida da Amizade, Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior, e algumas zonas costeiras As ruas potencialmente afectadas são: Travessa do Laboratório, Rua Norte, Avenida do General Castelo Branco, Rua da Prainha, Rua da Praia do Manduco, Avenida de Almeida Ribeiro, Beco de Almeida Ribeiro, Rua de Francisco Xavier Pereira, Rua do Comandante João Belo, Pátio da Estátua, Rua da Restauração, Rua Sul do Mercado de S. Domingos, Rua Oeste do Mercado de S. Domingos, Travessa Terceira do Pátio do Jardim, Rua Central de Toi San (em frente à Igreja de Nossa Senhora de Fátima), Centro Comercial Jardim da Cidade, Cidade Nova de Tói Sán, Cidade Nova de Tói Sán Edf. Weng Seng Kok, Rua Três da Cidade Nova de Tói Sán, Rua Onze da Cidade Nova de Tói Sán (Cidade Nova Bloco 17), Rua da Concórdia, Rua de Corte Real, Largo do Pagode do Patane, Travessa de Martinho Montenegro, Travessa do Gamboa, Travessa dos Pocos, Travessa da Corda, Rua de João de Araújo, Rua dos Mercadores, Travessa da Prosperidade, Rua da Madre Terezina, Rua de S. Tiago da Barra, Travessa de Francisco António, Avenida Industrial, Rua Norte do Parque Industrial, Rua Sul do Parque Industrial, Avenida do Parque Industrial, Rua Nova do Parque Industrial, Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, Rua do Visconde Paço de Arcos, Pátio do Piloto, Travessa dos Faitiões, Rua da Alegria, Rua do Asilo, Pátio da Dissimulação, Rua de João Lecaros, Rua de Lei Pou Chon, Pátio do Tabuado, Avenida Marginal do Lam Mau, Rua da Doca do Lam Mau, Travessa Marginal do Lam Mau, Rua Marginal do Lam Mau, Pátio da Tercena, Praça de Ponte e Horta, Pátio de Horta e Costa, Rua da Barca da Lenha, Beco da Trave, Rua do Dr. Lourenço Pereira Marques, Travessa do Cais, Rua Sul do Patane, Rua Sul Nova do Patane, Rua Nova do Patane, Avenida Marginal do Patane, Rua da Ribeira do Patane, Rua do Patane, Rua do Almirante Sérgio, Rua da Bacia Sul, Rua do Guimarães, Pátio da Barca, Rua da Barca, Rua do Comandante João Belo, Pátio da Estátua, Rua Marginal do Canal das Hortas, Rua do General Ivens Ferraz, Rua das Lorchas, Rua da Madre Terezina, Avenida de Demétrio Cinatti, Travessa dos Currais, Rua dos Currais, Avenida do General Castelo Branco, Rua do General Castelo Branco, cruzamento entre a Avenida do General Castelo Branco e a Rua do General Castelo Branco, Rua da Harmonia, Fái Chi Kei, Baía Norte do Patane, Rua do Comandante João Belo, Rua do General Ivens Ferraz, Avenida da Concórdia, Rua de Fái Chi Kei, Pátio do Mungo, Travessa da Cordoaria, Avenida do Almirante Lacerda, Rua Norte do Mercado Almirante Lacerda, Travessa do Almirante Lacerda, Travessa do Enleio, Estrada de Adolfo Loureiro, Rua do Padre João Clímaco, Avenida do Coronel Mesquita, Rua do Rebanho, Pátio dos Velhos, Rua de S. João de Brito, Rua da Doca Seca, Travessa dos Estaleiros, Rua da Doca Seca, Rua da Missão de Fátima, Travessa do Botelho, Travessa do Crisântemo, Travessa do Canal das Hortas, Rua do Canal das Hortas, Rua Marginal do Canal das Hortas, Pátio do Bem-Estar, Rua do Bocage, Pátio da Pedra, Rua do Almirante Costa Cabral, perto da Rua Nova do Comércio, Rua Nova do Comércio, Travessa de Coelho do Amaral, Estrada de Coelho do Amaral, Travessa do Clube de Iates, Rua de Tomé Pires, Beco de Tomé Pires, Travessa das Virtudes, Estrada do Repouso, Istmo de Ferreira do Amaral, Avenida do Ouvidor Arriaga, Estrada Marginal da Ilha Verde, Rua da Ilha Verde, Bairro da Ilha Verde, Avenida do Conselheiro Borja, Rua Leste da Ilha Verde, Beco da Ilha Verde, Rua da Erva, Rua de Fernão Mendes Pinto, Rua de Pedro Coutinho, Travessa da Escama, Estrada do Canal dos Patos, Beco do Sal e Rua da Palmeira.
João Luz Manchete SociedadeCheias | Plano de evacuação retira quase 2.500 pessoas de zonas baixas O Governo accionou o “Plano de evacuação das zonas baixas em situações de Storm Surge durante a passagem de tufão”, devido à aproximação do super tufão “Ragasa”. As autoridades de Protecção Civil apontaram a conclusão do plano para retirar as pessoas das zonas baixas para as 17h, altura em que o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, indicou a retirada de 2.439 pessoas de suas casas, e que mais 503 pessoas seriam retiradas mais tarde. Das pessoas contactadas pelas autoridades, o governante revelou que 230 recusaram sair das suas residências. Prevendo ventos fortes e aumento significativo do nível das águas do mar, um comunicado do Centro de Operações da Protecção Civil dos Serviços de Polícia Unitários apelou a todos os cidadãos e turistas para colaborarem com o Governo da RAEM na execução das medidas de evacuação. As autoridades pediram ao público para seguirem o percurso planeado, darem prioridade ao apoio aos idosos, crianças e pessoas com dificuldades de locomoção na evacuação, seguindo as instruções dos agentes de evacuação ao longo do caminho. O centro de operações sublinha que “Macau está a enfrentar um sério desafio com a passagem do super tufão Ragasa, sendo a colaboração activa do público a chave para a prevenção e redução de desastres”.
Hoje Macau Manchete SociedadeMacau acciona alertas e corrige para mais perto passagem previsível do supertufão Ragasa Macau accionou os níveis de alerta para a passagem do supertufão Ragasa, assim como corrigiu a sua trajectória previsível para mais próximo da região, de acordo com as previsões mais recentes dos Serviços Meteorológicos. As autoridades elevaram o nível de alerta para o sinal 3 às 05:00 de hoje , e anunciaram que será feira a actualização para o sinal 8 às 17:00 locais. “A intensidade do super tufão Ragasa e a ameaça de ‘storm surge’ [aumento anormal do nível da água do mar durante uma tempestade, medido como a altura da água acima da maré astronómica normal prevista] poderão atingir níveis semelhantes ou até superiores aos do ‘Hato’ e do ‘Mangkhut’, respectivamente de 2017 e 2018, o que constitui uma grave ameaça para Macau”, anunciou o gabinete de comunicação do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau. “Prevê-se que o Ragasa se aproxime bastante da foz do Rio das Pérolas na quarta-feira, 24 de Setembro, com ventos de 9 a 11 graus, acompanhados de ‘storm surge’ muito grave e inundações de grande dimensão”, acrescentou o gabinete. “Às 11:00 locais, o ciclone tropical estava posicionado a cerca de 490 quilómetros a sudeste de Macau”, referia uma nota publicada no portal da Direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). A SMG prevê que se desloque para oeste-noroeste a cerca de 20 quilómetros por hora através da parte norte do Mar da China Meridional. As autoridades acrescentaram que o sinal 9 deverá ser emitido por volta da meia-noite de amanhã, com forte possibilidade de o sinal 10, o mais elevado, ser hasteado nas primeiras horas de quarta-feira. A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10, com a emissão a depender da proximidade da tempestade e da intensidade do vento. “Prevê-se que o tufão Ragasa se aproxime do estuário do rio das Pérolas entre a madrugada e o dia de quarta-feira, com a possibilidade de passar a menos de 100 quilómetros de Macau”, segundo a SMG. Os SMG previam anteriormente a passagem do olho do tufão a uma distância superior aos 100 quilómetros. “Prevê-se que os ventos com força de furacão – escala de Beaufort 12 ou superior – persistam, acompanhados de chuva forte, trovoadas e rajadas violentas”, acrescentaram os serviços de meteorologia. Os residentes de Macau em andares mais altos foram instados a tomar precauções contra os impactos potencialmente graves dos ventos extremos. Também se antecipa chuvas significativas, que, se coincidirem com a maré alta astronómica na quarta-feira, abrem a possibilidade de inundações de magnitude comparável às observadas durante os tufões Hato e Mangkhut. Em setembro de 2018, o tufão Mangkhut provocou 40 feridos e inundações graves no território. Um ano antes, o Hato, considerado o pior tufão em mais de 50 anos a atingir Macau, causou dez mortos e 240 feridos. Os SMG anunciaram a elevação do alerta laranja de tempestade às 13:00 locais de hoje. A probabilidade de elevação do alerta para vermelho entre o final da tarde e o início da noite é “relativamente alta”. Sam Hou Fai, que segunda-feira se deslocou aos bairros das zonas baixas, alertou para a previsão relativa à passagem do Ragasa, um supertufão de frente bastante larga. Devido à tempestade tropical, as aulas dos ensinos infantil, primário, secundário e especial ficam suspensas terça e quarta-feira. Os serviços públicos, com exceção das urgências e proteção civil, serão igualmente encerrados. As últimas travessias na ponte que liga Macau a Hong Kong, assim com as saídas de ferrys, foram fixadas para as 13.00. Outras ligações marítimas entre Macau e o Interior da China, bem como o Cruzeiro de Macau foram suspensos.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFamília | Ngan Iek Hang quer aumento da licença da paternidade O deputado pede ao Governo mais tempo para os pais ficarem em casa e assumirem uma maior papel na educação dos filhos em nome da “harmonia familiar” Ngan Iek Hang defende o aumento da licença de paternidade e quer saber se o Governo vai avançar com a medida. O assunto foi abordado numa interpelação escrita, divulgada ontem, em que o deputado defende a participação dos pais na vida familiar e na educação dos filhos. De acordo com o legislador ligado aos Moradores, a maior participação das mulheres no mundo do trabalho em Macau levou à sobrecarga de tarefas, dado que assumem a maioria das tarefas domésticas e de educação dos filhos. Para aliviar as consequências desta organização familiar que define como “tradicional” da sociedade de Macau, Ngan Iek Hang defende o alargamento da licença de paternidade. Actualmente, no sector privado, um pai tem direito a cinco dias de licença de paternidade. As mães têm direito a uma licença de maternidade de 70 dias. “As autoridades irão considerar a revisão e o aumento simultâneos do direito legal da licença de paternidade remunerada para os homens?”, questiona o deputado. As propostas não se ficam por aqui, e Ngan Iek Hang pretende saber se o Governo está aberto a outras formas de apoio às famílias em nome da “harmonia familiar e relações positivas entre pais e filhos” como a criação de uma dispensa de trabalho para os pais acompanharem filhos doentes ou para cuidarem dos filhos nos primeiros tempos, após o nascimento. Filhos muito caros Na interpelação escrita, Ngan Iek Hang recorda que o Governo tem como objectivo aumentar a taxa de natalidade. No entanto, aponta circunstâncias que dificultam a meta, como os custos para criar um filho cada vez mais elevados, o facto de os dois membros do casal trabalharem, muitas vezes por turnos, e a necessidade de contratar empregadas domésticas. O deputado argumenta que este tipo de dificuldades levam os casais a desistirem de ser pais. Neste sentido, o deputado pretende saber se as autoridades têm planos para alargar o âmbito dos subsídios para as famílias: “As autoridades consideram aumentar o actual subsídio de assistência na infância e alargar a sua cobertura para incluir crianças de uma faixa etária mais alta?”, pergunta. Actualmente o valor deste apoio é de 18 mil patacas por ano, até as crianças cumprirem três anos, o que corresponde a cerca de 1.500 patacas por mês. Todavia, o deputado quer saber se vão ser implementadas mais medidas: “O Governo vai ponderar a introdução de medidas de apoio mais substanciais a longo prazo para aliviar os encargos dos residentes com a educação dos filhos e aumentar a sua vontade de ter filhos?”, questiona.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTáxis | Derrotas judiciais levam Governo a atribuir duas licenças A DSAT excluiu duas propostas do concurso público de atribuição de licenças de táxis, devido à numeração errada de páginas. Após as decisões do Tribunal Administrativo e do Tribunal de Segunda Instância, as empresas Táxi Jin Tou Sociedade Unipessoal e a On Seng Serviço conseguiram as desejadas licenças Na sequência de uma derrota nos tribunais, o Chefe do Executivo atribuiu mais duas licenças que vão permitir aumentar em 100 o número de táxis em circulação. A atribuição das novas licenças foi publicada ontem no Boletim Oficial, embora a identidade das empresas contempladas não tenha sido oficialmente revelada. A emissão das licenças estão relacionadas com o polémico concurso público de emissão licenças de táxis, que durava desde 2023, quando três das 19 candidatas excluídas avançaram com queixas para os tribunais. No despacho de ontem, Sam Hou Fai reconhece que as propostas das sociedades “não foram admitidas no procedimento de concurso público” de 2023, mas que depois venceram “os recursos judiciais interpostos”, o que justifica as novas licenças. A opção foi também explicada com o facto de o Chefe do Executivo entender que se verifica “uma grande escassez” de táxis que falha em “atender à premente procura existente”. Sam Hou Fai indicou igualmente que a atribuição das licenças sem concurso público é “a solução mais favorável para salvaguardar o interesse público […] em conformidade com as necessidades reais da população”. Ainda na perspectiva do Chefe do Executivo, a opção anunciada permite evitar “quaisquer transtornos resultantes da repetição de um moroso procedimento concursal”. Também a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) emitiu um comunicado sobre o tema, mas deixou de fora a derrota nos tribunais. Segundo a DSAT, a emissão das novas licenças serve para “responder à premente procura pública pelos serviços de táxi e aumentar rapidamente o número destas viaturas”. A DSAT acredita que as novas viaturas deverão entrar em circulação o mais tardar até ao fim de Junho do próximo ano. Páginas mal numeradas Apesar do comunicado não revelar a identidade das empresas, os acórdãos mais recentes do Tribunal de Segunda Instância (TSI) sobre o assunto, emitidos entre Maio e Junho, conciliados com a informação anteriormente divulgada pela DSAT, permitem perceber que as empresas que vão receber as licenças são a Táxi Jin Tou Sociedade Unipessoal e a On Seng Serviço. Estas empresas tinham sido excluídas “por não satisfazerem os requisitos do programa do concurso, relativos à numeração de todas as páginas da proposta e dos documentos” e devido “à menção na primeira página do número total de páginas do documento”. Contudo, os portais da RAEM mostram que as duas empresas envolvidas nestas disputas conseguiram duas vitórias, uma primeira no Tribunal Administrativo, em 2024, e as mais recentes em Maio deste ano. A Companhia de Gestão de Táxis Zhong Ji tinha sido outra das excluídas do concurso público, porque foi considerado que a utilização das palavras “compra e venda” no objecto social da empresa não respeitavam as exigências do concurso. Uma decisão do TSI, em que a inclusão destas palavras no objecto social da empresa foi discutido, mostra que os tribunais acompanharam o entendimento da Administração, confirmando a exclusão da Companhia de Gestão de Táxis Zhong Ji. No entanto, esta decisão foi contrária à interpretação inicial do Tribunal Administrativo.
Hoje Macau Manchete SociedadeTufão | Segunda-feira marcada por corrida a mercados e supermercados Ao mesmo tempo que os governantes realizavam conferências de imprensa a alertar para o impacto esperado do super tufão Ragasa, verificava-se uma corrida aos mercados municipais e supermercados. No mercado Municipal do Iao Hon acumulavam-se longas filas para pagar produtos. O cenário era semelhante nos supermercados na imediação do mercado na Zona Norte da cidade. Ao jornal Ou Mun, um residente de apelido Cheong afirmou que comprou principalmente água e vegetais, tal como muitas das outras pessoas nos mercados e supermercados. Cheong indicou ainda que a população está mais alertada para os perigoso dos tufões, após a passagem do tufão Hato, e que se nota que as pessoas começam a fazer as compras com maior antecedência. Por sua vez, uma residente de apelido Si afirmou que a sua preparação para o tufão passou pela compra de água, comida e de uma lanterna a pilhas para emergências. A residente mostrou-se incomodada com a consequência da grande procura nos mercados, apontando que muitos dos produtos estavam esgotados, sem que a substituição estivesse a ser feita atempadamente. Por este motivo, Si pediu rapidez dos supermercados, dado que os produtos disponíveis eram limitados. Comida suficiente A necessidade de acumular comida em causa foi também um dos aspectos realçados pelo residente de apelido Chan. Além de ter guardado “comida seca”, o residente afirmou ter água, mas que queria comprar mais vegetais e massas. Às semelhança de Si, Chan também considerou que nesta fase da preparação é fundamental que os supermercado tenham produtos suficientes e que reponham os produtos mais procurados, para que todos se possam preparar. Por sua vez, uma residente de apelido Lao, que também fazia compras perto do mercado Iao Hon, afirmou, ao jornal Ou Mun, estar mais preocupada com possíveis falhas no abastecimento de electricidade e de água durante a passagem do tufão.
Hoje Macau Grande Plano MancheteRagasa | Sam Hou Fai apela à prevenção para que Macau não fique entregue à sorte O Governo reuniu ontem para discutir as operações de protecção civil devido ao super tufão Ragasa. Sam Hou Fai apelou à prevenção e Tai Kin Ip indicou que os casinos vão fechar hoje à tarde, quando for emitido o sinal 8. A CNN avançava ontem que, até agora, o Ragasa é a tempestade mais forte deste ano a nível mundial Depois de ter tocado em terra ontem na ilha de Calyan nas Filipinas, o super tufão Ragasa avançou pelo Mar do Sul da China, seguindo uma trajectória que as autoridades de Macau estimam poder passar a penos de 100 quilómetros do território. A CNN indicava ontem que, até agora, esta era a pior tempestade este ano a nível global. Por cá, a chegada do super tufão levou as autoridades a reunir ontem no Centro de Operações de Protecção Civil com o Chefe do Executivo. Sam Hoi Fai destacou a importância do trabalho preventivo, referindo que, com base nas análises das autoridades do Interior da China, Hong Kong, Taiwan, o Ragasa pode ser a tempestade mais forte a atingir a RAEM desde o Mangkhut, uma possibilidade que classificou como “muito alta”. Segundo as previsões dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, o Ragasa poderá passar a menos de 100 quilómetros de Macau entre a madrugada e a manhã de quarta-feira. Sam Hou Fai entende que a sociedade e todos os serviços governamentais têm de estar alerta, não devendo apenas “ter uma mentalidade contar com boa sorte”. “Diz-se muito que ‘Macau é uma terra abençoada’, mas isso pode resultar na negligência”, acrescentou. O Chefe do Executivo explicou que o Ragasa pode provocar fenómenos de “storm surge” sobrepostos tal como ocorreu com o Mangkhut, originando inundações com um máximo de cinco metros de altura, ao nível do primeiro piso do Mercado Vermelho, por exemplo. “O impacto poderá ser significativo. A preparação foi realizada com antecedência e comunicação interdepartamental, esperando que os prejuízos possam reduzir-se ao mínimo possível, a fim de garantir a segurança e estabilidade de toda a população. Apelo, de forma séria, a que todos os comerciantes, instituições públicas e privadas, e ainda associações, façam bem o trabalho de preparação contra a catástrofe com antecedência”, alertou. Casinos podem fechar À margem da mesma reunião, o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, disse que os casinos vão fechar portas caso seja içado o sinal 8 de tempestade, e que as autoridades irão transmitir esse cenário de forma antecipada, a fim de garantir a segurança pessoal de turistas e funcionários do sector do turismo. Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, disse que a sua tutela reuniu com empresas e associações para coordenar os esforços de limpeza nas ruas, após a passagem do tufão. O secretário também apelou à evacuação, em primeiro lugar, dos residentes com idade mais avançada. Por sua vez, a chefe do Departamento de Serviços Familiares e Comunitários do Instituto de Acção Social, Lei Lai Peng, apontou que o organismo preparou o lançamento do nível 2 do Mecanismo de Evacuação e Acolhimento de Emergência, sendo que os 17 centros de acolhimento de emergência disponíveis poderão estar abertos, com capacidade para receber 24 mil pessoas. No que diz respeito à Ponte Macau, Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas, garantiu que a infra-estrutura vai estar encerrada ao trânsito durante a passagem do tufão, ainda que os anteriores resultados dos testes à circulação viária em altura de tempestade tenham sido positivos. O secretário justificou o encerramento da ponte dizendo que o Ragasa é um “super tufão” e que teve em conta o mau estado dos acessos à infra-estrutura. Raymond Tam referiu também que caso as inundações sejam acima de um metro, vai considerar a possibilidade de suspender o fornecimento de electricidade nas zonas mais baixas do território, a fim de acelerar todo o processo de recuperação depois do tufão. A partir das 15h desta tarde e até amanhã, entre 250 e 280 voos com destino ou partida do Aeroporto Internacional de Macau serão cancelados. Quanto ao regresso às aulas, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, garantiu que o Governo vai analisar a situação com base nos dados oficiais sobre inundações e chuvas intensas ocorridos após o tufão, fornecidos pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos. Será também analisado o estado das escolas e das estradas para decidir que existem condições de reabertura. Porém, O Lam indicou que as escolas têm flexibilidade para tratar de questões como a presença de alunos e o agendamento de testes.
Hoje Macau Manchete PolíticaEleições | Coutinho diz que é como Cristiano Ronaldo ou André Ventura José Pereira Coutinho, que há uma semana mais votos directos recebeu nas legislativas de Macau, define-se como “o Ronaldo” e “o Ventura” da região, “amado” pela comunidade chinesa. “Eu sou o Ronaldo cá em Macau. E como deputado… a gente tem que furar e meter golos. E furamos e metemos golos. Isso é que é”, acrescentou. “Eu, como português, estar numa equipa… É como o Ronaldo estar na Arábia Saudita e ser tão bem recebido pelos sauditas”, ilustrou. Pereira Coutinho teve há uma semana 43 mil votos: “Olha, sabe que eu ainda não digeri bem esse resultado. Não consegui dormir bem. Só de contente que a pessoa está. Saltar de 18 mil para 43 mil [votos]. Eu devo dizer, esta semana não vou conseguir dormir”. Porém, o líder da Nova Esperança, que foi eleito juntamente com mais dois deputados, diz-se desprezado pelos media locais de língua portuguesa. “Sinto-me triste, [pela forma] como sou tratado pelos meios de comunicação social portugueses de Macau. Com uma ou outra pequena excepção, o resto só me critica. No meio de tudo isto, a maior satisfação é ter a comunidade chinesa ao meu lado”, afirmou o deputado em entrevista à Lusa no rescaldo das eleições para a Assembleia Legislativa da RAEM. Se os chineses residentes de Macau o “amam”, em contrapartida, José Pereira Coutinho reclama ser ostracizado pela comunicação social de língua portuguesa em Macau, que acusa de discriminação. “Os jornais de Macau são todos pró… Eu não queria entrar com o termo racista, mas roça aquilo”, afirmou. A título de exemplo, refere a forma como foi ignorado quando tentou recentemente, com o apoio de uma concessionária de jogo, que Cristiano Ronaldo escolhesse Macau como sede de um museu temporário, o CR7 Life Museum, que o número 7 da selecção nacional de futebol decidiu inaugurar em Hong Kong. Outra ilustração da acusação, acrescentou, prende-se com o facto de falar “sempre em português na Assembleia Legislativa no período antes da ordem do dia” e “nenhum” meio de comunicação social publicar estas intervenções. “Porque é que a TDM não põe na íntegra a minha intervenção de 3 minutos? Eu sou português e sinto-me triste pelos próprios conterrâneos me tratarem desta forma”, acrescentou. Esta decisão editorial, segundo o deputado, está relacionada com questões partidárias portuguesas. “Eles pensam que eu sou partidário. Eu não tenho partido político. […] Dou-me bem com todos os partidos portugueses”, defendeu-se. “Mas esses que estão cá e que têm um certo partidarismo, acham que eu sou de outro partido. Está errado. Portanto, há um problema político, partidarismo de Portugal, transportado para Macau”, acusou. Grandes ligações O Partido Socialista (PS) apresentou uma queixa junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) portuguesa, acusando a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), liderada por Coutinho, de interferir na votação por correio para as legislativas em 18 de Maio último. Coutinho manteve relações políticas com Portugal durante quase duas décadas, tendo sido conselheiro das Comunidades Portuguesas pelo círculo eleitoral China/Japão/Tailândia entre 2003 e 2021, ano em que renunciou ao cargo. Mas, em 2015, foi mais longe, tendo sido candidato à Assembleia da República em Portugal, pelo partido Nós Cidadãos. A iniciativa levantou questões constitucionais, não apenas em Portugal, e deu origem a uma determinação legal em Macau que passou a excluir expressamente a possibilidade de o deputado ao Parlamento da região exercer função similar noutro país. Confrontado agora com esta questão, Pereira Coutinho disse que “é o passado, não vale a pena comentar. Foi uma aventura, mas é já do passado”, acrescentou, rejeitando que essa “aventura” lhe tivesse retirado popularidade em Macau. “De maneira nenhuma, eu sou popular em Macau pelo trabalho que desempenho”, disse. José Pereira Coutinho diz ainda que admira André Ventura, considerando que o líder do Chega “é formidável”. “Sabe que já recebi muitas mensagens de portugueses a dizer ‘você parece o André Ventura de Macau’. E depois comecei a reparar. Eu gosto de manifestar o meu interesse. Sou uma pessoa muito directa. Não conheço o homem. Mas pelos vídeos que ele fala… Devo dizer que é exactamente a mesma maneira como eu falo em chinês para a comunidade chinesa”. “Se você me perguntar qual é o político de Portugal que se comporta mais ou menos como você em Macau: André Ventura”, diz. Em silêncio Se para certas respostas José Pereira Coutinho não precisou de perguntas, já em relação a várias questões escolheu não se pronunciar. Uma delas foi a da exclusão, em Julho da candidatura da lista do deputado Ron Lam U Tou à AL. Colega de Coutinho durante quatro anos, o deputado português diz que Ron Lam é seu “amigo”. “Continuo a falar com ele. Não faço comentários sobre essa situação. Olho para mim próprio […] porque não tenho tempo para isso. O meu tempo é todo, 100 por cento, dedicado à população de Macau. Trabalho o tempo inteiro. Eu dou o exemplo. Por isso é que os meus colegas deputados que foram concorrentes não apanham a minha pedalada”, afirma. Coutinho disse ainda que o Governo local “gostou” da vitória destacada obtida sobre as restantes listas candidatas. “Está muito confortável e até gosta, gostou”, afirmou, dizendo que a Nova Esperança “está a coordenar” um encontro com elementos do Governo de Macau “para poder dialogar e aprofundar mais as relações profissionais com essas entidades”.