João Santos Filipe Desporto Grande Prémio de Macau MancheteRoadsport | Badaraco e Valente partem com expectativas de um bom resultado Apesar da qualificação difícil e com um andamento longe da frente, os macaenses voltaram a conseguir a presença no Circuito da Guia e ambicionam andar entre os pilotos mais rápidos na corrida de amanhã Um fim-de-semana especial em que Jerónimo Badaraco (Toyota GR86) e Rui Valente (Subaru BRZ) arrancam com expectativas de conseguirem um bom resultado e a sonharem com o pódio. Os macaenses são dois dos nove pilotos de Macau que conseguiram o apuramento para participar na corrida do Roadsport Challenge. Ao HM, Rui Valente mostrou-se feliz e entusiasmado por regressar ao Circuito da Guia, mantendo a meta principal de sempre: “acabar a corrida”. No entanto, admitiu que pode conseguir algo mais: “Claro que o objectivo é sempre acabar, e quanto mais à frente melhor”, explicou. “Mas, como sempre, gostava de ir ao pódio e acho que estou com carro para isso. O carro evoluiu bastante, e está muito melhor em comparação com o ano passado, não só a nível da afinação, mas em todas as áreas”, acrescentou. No ano passado Rui Valente terminou a corrida com um sétimo lugar. Porém, acredita que este ano todo o plantel vai estar mais rápido: “Acho que com as evoluções que os carros tiveram que vamos ter uma corrida mais rápida do que no ano passado”, deixou como antevisão. Por sua vez, Jerónimo Badaraco começou por indicar que o primeiro objectivo passa por garantir que tudo “corre bem”. Conseguindo esse objectivo, vai pensar em subir ao pódio. No entanto, mesmo que os resultados fiquem aquém do esperado, o macaense não se deixa abalar: “Se não conseguir também não faz mal. O mais importante acaba por ser disfrutar de competir no Circuito de Guia”, vincou. Badaraco chega a Macau depois de competir na Hyundai Cup, em Xangai, e de participar nas qualificações para a corrida da Guia. “Fiz uma sessão de treinos e fiz quatro corridas. São só quatro corridas, mas como no ano passado também conduzi o carro acho que estou habituado”, afirmou. Apesar do optimismo inicial, os dois pilotos locais tiveram um arranque difícil. Na sessão de qualificação que definiu a ordem de partida para a corrida de amanhã, tanto Badaraco (17.º) como Valente ficaram na segunda metade da grelha de partida (25.º). Na pole-position ficou Damon Chan (Toyota GR86), piloto de Hong Kong. Modelo difícil Os 32 pilotos que vão disputar a corrida do Roadsport Challenge foram escolhidos depois de participarem numa ronda de qualificação no Interior, que contou com mais de 60 pilotos. No final, apenas nove pilotos de Macau conseguiram a qualificação para correr na Guia. Rui Valente considerou que é necessário mudar o modelo de qualificação para o Grande Prémio, também a pensar nos pilotos mais jovens. “Este modelo actual é ingrato porque muitos pilotos nem sequer conseguem pontuar. E os mais novos acabam por ser mais prejudicados. Como são muitos carros em pista ao mesmo tempo, há muita gente desesperada para conseguir pontuar e acabam por surgir muitos acidentes. O apuramento acaba assim por ser mais uma lotaria, do que verdadeiramente com base no mérito”, explicou. “Mesmo para os pilotos mais experientes é muito difícil a qualificação. Por isso, se pensarmos nos mais jovens, eles são os mais prejudicados com este modelo”, concluiu. Badaraco também lamentou o menor contingente local, e destacou a importância para os pilotos de Macau de estarem presentes no circuito da Guia: “O Grande Prémio de Macau é muito especial para nós. Temos sempre muitos amigos e a família presentes, temos o apoio das pessoas e depois as corridas são transmitidas na televisão. Por isso, é um circuito muito especial. É um palco muito importante para nós!”, contou. Todavia, a competição é cada vez mais desigual: “Acho que os pilotos de fora conseguem estar em melhores condições, porque quando sabem qual é o circuito onde vamos fazer as qualificações, eles conseguem fazer testes nesse circuito mais cedo”, apontou. “Para os locais, principalmente os mais velhos, está cada vez mais difícil. E o resultado está à vista. Temos menos pilotos locais a competir”, lamentou. Pela igualdade de apoios Rui Valente e Jerónimo Badaraco são dos pilotos locais com mais experiência no Circuito da Guia. No entanto, na hora de serem atribuídos apoios públicos, esse facto acaba por ser prejudicial. Actualmente, os pilotos locais com menos de 35 anos que conseguem a qualificação para correr em Macau podem receber cerca de 300 mil patacas em apoios públicos. Se os pilotos com menos de 35 anos falharem a qualificação, o montante fica abaixo desse valor, mas perto das 200 mil patacas. No entanto, os pilotos com mais de 35 anos só recebem cerca de 80 mil patacas, contou Rui Valente ao HM. Na perspectiva dos dois macaenses não faz sentido esta diferenciação apenas com base na idade. Valente e Badaraco consideram assim que este modelo deve ser alterado.
Hoje Macau Manchete SociedadeCasino-satélite | Casa Real vai encerrar a 21 de Novembro A concessionária de jogo SJM Resorts anunciou ontem que vai encerrar, em 21 de Novembro, o Casa Real, o quarto ‘casino-satélite’ da empresa a fechar portas. Das quase três centenas de trabalhadores do casino, a operadora sublinhou que os funcionários contratados directamente pela SJM, e que têm estatuto de residente terão emprego garantido A SJM Resorts emitiu ontem um comunicado a anunciar o encerramento de mais um casino-satélite, desta feita o Casa Real, que fica na esquina na Rua de Malaca e a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues. O encerramento do casino-satélite Casa Real foi anunciado um dia depois do fecho do Legend Palace, com a cessação oficial das operações marcada para as 23h59 de sexta-feira, 21 de Novembro. Como tem sido hábito nos fechos anteriores, a SJM sublinhou que todos os funcionários locais directamente contratados pela empresa têm emprego garantido. A operadora explicou que o pessoal com estatuto de residente em Macau será “transferido para outros casinos da empresa para desempenhar funções relacionadas com o jogo, de acordo com as necessidades operacionais”. Já os funcionários locais que não foram contratados directamente pela SJM Resorts, “são convidados a candidatarem-se a vagas relacionadas” dentro do grupo, “com prioridade para contratação” e com condições iguais às que tinham. Com toda a atenção Pouco depois do anúncio da SJM, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) assegurou que vai “supervisionar rigorosamente, in loco, os procedimentos de encerramento” do Casa Real. No que diz respeito aos 285 funcionários do casino, a DICJ garantiu, numa nota à imprensa, que vai manter a comunicação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, para assegurar o cumprimento das garantias dadas pela SJM, nomeadamente “a recolocação de todos os referidos trabalhadores”. A SJM sublinhou que “todas as mesas e máquinas de jogo actualmente em funcionamento no local vão ser transferidas para outros casinos da empresa”. Recorde-se que no dia 9 de Junho, o Governo anunciou que as concessionárias de jogo tinham comunicado o fim da exploração dos 11 ‘casinos-satélite’, onde trabalhavam cerca de 5.600 residentes. No entanto, apenas nove ‘casinos-satélite’ devem fechar portas, uma vez que a SJM quer adquirir os hotéis onde se situam dois – Ponte 16 e Casino Royal Arc – e pedir às autoridades para assumir a gestão directa dos espaços. Os ‘casinos-satélite’, sob a alçada das concessionárias, são geridos por outras empresas, sendo uma herança da administração portuguesa e que já existia antes da liberalização do jogo no território, em 2002. Quando a legislação que regula os casinos foi alterada, em 2022, estabeleceu-se o final de 2025 como data limite para terminar a actividade destes espaços de jogo. O primeiro casino a encerrar foi o Grandview, no final de Julho, que estava sob a alçada da SJM. O Emperor Palace fechou portas no final de Outubro, enquanto o Legend Palace encerrou na quarta-feira. Legend Palace | DICJ afirma que encerramento correu bem O encerramento do Casino Legend Palace, afecto à SJM Resorts, “decorreu de acordo com os procedimentos previstos, na manhã de hoje, dia 13 de Novembro”, indicou ontem a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), entidade que coordenou o fim das operações do casino-satélite. Após o encerramento do Casino Legend Palace, às 23h59 de quarta-feira, “a DICJ procedeu, de imediato, à suspensão do funcionamento das mesas de jogo, tendo assegurado a coordenação, de forma activa, com diversos serviços, o acompanhamento do processo de retirada do respectivo recinto, entre outros. O encerramento do casino decorreu de forma ordenada”, indicaram as autoridades, que enviaram para o local pessoal para prestar esclarecimentos aos trabalhadores. Para garantir a preservação da ordem pública, foi destacado para o local pessoal do Corpo da Polícia de Segurança Pública e da Polícia Judiciária.
Hoje Macau Manchete PolíticaPublicidade ilegal | Lei eleva multa máxima para 100 mil patacas O Governo apresentou uma nova lei que, além de regulamentar pela primeira vez a actividade dos influenciadores, duplica a multa máxima por publicidade ilegal para 100 mil patacas. O novo diploma vem actualizar um regime legal com mais de três décadas A multa mais avultada para quem fizer publicidade ilegal aumentou para 100 mil patacas com a nova lei que irá regular o sector e, pela primeira, a actividade dos chamados influenciadores digitais. O porta-voz do Conselho Executivo, Wong Sio Chak, sublinhou, numa conferência de imprensa, que a actual lei da actividade publicitária, do tempo da administração portuguesa, “tem já mais de 30 anos, é necessário alterar as sanções ou multas”. A chefe do Departamento de Licenciamento e de Inspecção da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) revelou que a multa máxima, por “violar o princípio da licitude”, será de 100 mil patacas. Choi Sao Leng referiu que passará a ser ilegal fazer publicidade usando o nome da República Popular da China (RPC) ou da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), assim como “imagens de funcionários ou dirigentes públicos”. Recorde-se que em Abril, a polícia denunciou a existência de vídeos falsos feitos com tecnologia de inteligência artificial para colocar Ho Iat Seng, líder do Governo entre 2019 e 2024, a promover um suposto investimento. Choi Sao Leng sublinhou que será também proibida a publicidade que possa “prejudicar a imagem da RPC ou da RAEM, prejudicar a imagem de outros países ou prejudicar o interesse público”. A lei, que segue agora para a Assembleia Legislativa, irá, pela primeira vez, regulamentar a actividade dos influenciadores, incluindo o ‘live marketing’, que envolve a interacção em tempo real com o público. Choi garantiu que, “quando um embaixador publicitário ou influenciador usar a sua imagem para divulgar um produto”, também vai “assumir uma determinada responsabilidade”. A dirigente acrescentou que os influenciadores terão de esclarecer “qual a relação de contrato com o produto” e se “assinaram um contrato para vender” um produto ou serviço. Verdadeiras intenções Em Julho, aquando do arranque de uma consulta pública sobre a proposta de lei, o director da DSEDT, Yau Yun Wah, disse que os influenciadores terão de usar primeiro os produtos que apoiam, para garantir o cumprimento do requisito de veracidade. Para “optimizar ainda mais o ambiente de negócios”, a lei elimina a necessidade de obter uma avaliação e parecer vinculativo do Instituto Cultural (IC) para colocar publicidade em edifícios protegidos, disse Wong Sio Chak. Mas, horas antes, a presidente do IC, Deland Leong Wai Man, prometeu que a proposta não irá afectar a salvaguarda do património cultural do território. “Não reduzimos a protecção do património e vamos continuar a proteger as ruas pitorescas”, garantiu a também líder do Conselho do Património Cultural de Macau, numa conferência de imprensa. “Há aspectos que já não precisam do parecer do IC”, explicou Leong.
Hoje Macau Manchete PolíticaBairro Internacional Turístico | Três grandes espaços com detalhes O planeamento do Bairro Internacional Turístico e Cultural Integrado ganhou ontem alguns contornos mais concretos, principalmente dos três grandes projectos: Museu Nacional de Cultura de Macau, o Centro Internacional de Artes Performativas de Macau e o Museu Internacional de Arte Contemporânea. O plano divulgado ontem, segundo o plano da Academia de Turismo da China, esclarece que o Museu Nacional de Cultura de Macau ficará localizado num terreno a leste da Torre de Macau, com uma área entre 80 mil e 100 mil metros quadrados. O novo museu terá espaços para armazenamento, conservação, investigação do acervo museológico e exposições flexíveis, assim como locais complementares para intercâmbio, ensino, incubação, instalações comerciais e lazer público. Já o Centro Internacional de Artes Performativas de Macau, terá uma área entre 55 mil e 65 mil metros quadrados na Zona C dos Novos Aterros, e será uma instalação capacitada para acolher vários tipos de artes performativas. Quanto ao Museu Internacional de Arte Contemporânea, contará com uma área entre 35 e 45 metros quadrados e ficará situado no lado leste da Zona C dos Novos Aterros.
João Luz Manchete PolíticaRestauração | Descontos de 30% celebram o aniversário da RAEM O Governo vai lançar uma campanha de descontos, entre os dias 20 e 22 de Dezembro, para celebrar o 26.º aniversário da RAEM. Durante a campanha, os utentes das aplicações de pagamento Mpay, Banco da China, ICBC e Banco Tai Fung vão receber diariamente três cupões de desconto de 30 por cento para pagar refeições Para celebrar o 26.º aniversário da RAEM, a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) coorganizou a campanha “descontos para comer nos estabelecimentos de restauração em celebração do regresso de Macau à pátria”, proporcionando descontos de 30 por cento em restaurantes ao longo de três dias, entre 20 e 22 de Dezembro. Em cada dia da campanha, serão emitidos três cupões, ficando afastada a possibilidade de juntar descontos numa só transacção, ao contrário do que acontece no Grande Prémio do Consumo. O valor dos descontos será dividido entre o Governo e os restaurantes em partes iguais. A iniciativa será organizada em parceria com a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau e a Associação Industrial e Comercial de Macau. Os cupões de desconto serão atribuídos nas aplicações de pagamentos electrónicos Mpay, Banco da China, Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) e Banco Tai Fung. Porém, o desconto máximo será de 60 patacas e os cupões só podem ser utilizados no dia em que foram emitidos para refeições nos restaurantes, ou seja, não inclui takeaway. Outra limitação, que irá depender de cada restaurante, diz respeito à possibilidade de bebidas alcoólicas não serem abrangidas pelo desconto. Para não diluir a eficácia dos descontos, o Governo estabeleceu que os restaurantes não podem aumentar preços no dia 20 de Dezembro. A restrição tem em conta a prática comum em Macau de subida dos preços das refeições tomadas fora de casa devido à obrigatoriedade de compensar funcionários que trabalham num feriado público. Por favor, fiquem Na conferência de imprensa que apresentou a campanha de descontos comemorativos, o chefe do Departamento de Desenvolvimento das Actividades Económicas da DSEDT, Lau Kit Lon, mostrou-se esperançado de que os residentes aproveitem os dias de descanso para explorar as ofertas gastronómicas espalhadas pelos bairros residenciais da cidade. Além do objectivo de potenciar os negócios do sector e a vitalidade económica comunitária, Lau Kit Lon espera que a iniciativa intensifique o ambiente festivo nos bairros residenciais. Por seu turno, o presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, Chan Chak Mo, revelou em comunicado que os associados receberam positivamente notícias do lançamento da campanha. O ex-deputado está confiante na adesão da população à iniciativa, que espera reforçar a confiança das pequenas e médias empresas e revitalizar o desenvolvimento económico das comunidades.
Hoje Macau Manchete SociedadePatrimónio Cultural Intangível | Macau quer proteger Chu Pa Pau O Conselho do Património Cultural de Macau apoiou ontem a protecção da versão local da bifana, o Chu Pa Pau, como Património Cultural Intangível, juntamente com a procissão de Nossa Senhora dos Remédios e o Dia dos Finados católico. Um representante do Conselho, Wu Chou Kit, disse que os membros “concordaram com o conteúdo da lista” de manifestações propostas para o Inventário do Património Cultural Intangível da região semiautónoma chinesa. Numa conferência de imprensa, a presidente do órgão e líder do Instituto Cultural de Macau, Leong Wai Man, disse que a lista discutida na reunião de ontem inclui 28 manifestações. Leong deu como exemplo a “bifana de Macau”, uma costeleta de porco frita servida num pão de estilo português, um item popular nos restaurantes e cafés do território. A lista inclui a procissão de Nossa Senhora dos Remédios, e os rituais do Dia dos Finados católico, também celebrado em 01 de Novembro, mas que em Portugal é conhecido como Dia de Todos os Santos. O Inventário do Património Cultural Intangível já inclui o Dia dos Finados chinês, conhecido como ‘Cheng Ming’, no 15.º dia após o solstício de Primavera, no início de Abril, e o ‘Chong Yeong’, o dia de Culto dos Antepassados, a 09 de Setembro. Na lista de novas manifestações culturais a serem protegidas, constam ainda três propostas por macaenses, uma comunidade euro-asiática composta sobretudo por lusodescendentes com raízes no território. São elas o chá gordo, um lanche festivo com dezenas de iguarias, a Tuna Macaense, que toca músicas no dialeto crioulo macaense, o patuá, e o batê saia, uma arte decorativa de recorte de papel de seda ou papel rendado. “Há muitas manifestações porque Macau é ponto de encontro das culturas chinesa e ocidental. Temos várias comunidades étnicas e recursos [culturais] ricos”, defendeu Leong Wai Man. Inscrições várias Além de um inventário, Macau tem ainda uma Lista do Património Cultural Intangível, que inclui “as manifestações de maior valor, incluindo aquelas que sejam representativas de tradições sociais relevantes, (…) e passam a usufruir de um maior grau de proteção”. Em 13 de Outubro, a região inscreveu na lista 12 novas manifestações, incluindo a dança folclórica portuguesa e os pastéis de nata locais, inspirados pelo pastel português. Em 2019, Macau já tinha inscrito como património cultural intangível as procissões católicas do Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos e de Nossa Senhora de Fátima, a gastronomia macaense e o teatro em patuá. Em 2021, a gastronomia macaense e o teatro em patuá foram também incluídos pela China na Lista de Património Cultural Imaterial Nacional.
João Luz Eventos MancheteStudio City | MIRROR e companhia animam fim de ano Os MIRROR estão de volta a Macau para dois espectáculos na noite de 31 de Dezembro e 1 de Janeiro no Centro de Eventos do Studio City. O local de espectáculos da Melco Resorts & Entertainment será um dos pontos fulcrais das festividades de passagem de ano, com um evento especial na noite de fim de ano. No meio de champanhe e antecipação pelas doze baladas que irão relegar 2025 para o passado, os MIRROR serão o grande destaque do espectáculo que irá levar sete bandas ao palco do Studio City, todas saídas do mesmo programa de talentos que revelou a mais famosa boys band de Hong Kong. A festa da contagem decrescente, como é referida na região, será abrilhantada com as performances de COLLAR, ERROR, LYMAN, P1X3L, ROVER e 5G, com o início dos concertos está marcado para as 22h. No dia seguinte, às 19h, será a vez dos fãs dos MIRROR se regalarem com um concerto da banda de Keung To, Anson Lo e Edan Lui. Os bilhetes para os espectáculos serão colocados à venda hoje, a partir do meio-dia. Os ingressos para os concertos da noite de fim de ano custam entre 988 patacas e 1.888 patacas. Para o concerto a solo dos MIRROR, os bilhetes custam entre 1.088 patacas e 2.388 patacas. Família em palco Com sete anos de carreira na bagagem, os MIRROR e os ERROR foram apresentados ao mundo cantonês através da primeira série do programa de talentos da ViuTV “King Maker”. As restantes bandas que vão subir ao palco do Studio City na noite de passagem de ano fizeram o mesmo percurso televisivo. A organização salienta que esta será a primeira vez que toda a “família” King Maker irá actuar em Macau. Além de MIRROR e ERROR, a noite de réveillon será abrilhantada pela performance da girls band COLLAR, mais um membro da família, saídas da série de 2021 do mesmo programa de talentos. Ainda sem um álbum na bagagem, as sete artistas que formam a banda contam com 11 singles na discografia. Porém, a noite de passagem de ano irá muito além de performances individuais de cada banda, com a organização a prometer vários momentos de partilha de palco e combinações de vários membros das sete bandas. Para já, e tendo em conta a oportunidade rara de “reunião familiar”, as colaborações em palco estão guardadas no segredo dos deuses. Os doze apóstolos Já há algum tempo que os MIRROR não se juntam todos em palco, circunstância que a organização sublinha nos materiais promocionais. “Os doze membros proporcionarão uma experiência de palco totalmente nova, interpretando com energia uma série dos seus sucessos clássicos mais apreciados, criando um Dia de Ano Novo único e inesquecível para os seus fãs”, indica a organização. Sete anos depois do lançamento do primeiro single “In a second”, os MIRROR tornaram-se num fenómeno de popularidade sem precedentes. Os membros da boys band multiplicaram-se em participações em programas de televisão, filmes e série de ficção, assim como pontuais momentos musicais a solo. O membro mais popular da banda é Keung To. Todos os anos, no dia do seu aniversário, milhares fãs enchem a zona de Causeway Bay, que passa a ser Keung To Bay, e os eléctricos que circulam na ilha de Hong Kong são grátis (pagos pelo clube de fãs) e enfeitados com fotos do jovem ídolo. Aliás, por toda a cidade, e também em Macau, apesar da escala menor, os fãs pagam a empresas de transportes públicos publicidade para homenagear Keung To no seu aniversário, assim como em painéis publicitários.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEducação | Escola Luís Gonzaga Gomes geminada com Escola de Cacilhas-Tejo Com vista a reforçar a formação de quadros qualificados bilingues, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou um acordo de geminação entre a Escola Secundária Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes, a Escola Secundária n.º 6 de Guangzhou e a Escola Secundária de Cacilhas-Tejo, em Portugal. A informação foi divulgada ontem através de um comunicado da entidade que regula o ensino. “Esta iniciativa dá um novo impulso ao ensino da língua portuguesa e à formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português ao nível do ensino não superior”, considerou a DESDJ. “A iniciativa integra um ensino da língua portuguesa com imersão cultural e aplicação na vida quotidiana, a fim de aumentar o interesse dos alunos pela aprendizagem e as suas competências práticas”, foi acrescentado. O acordo foi igualmente explicado com o facto de a DSEDJ pretender “articular-se activamente com a construção da iniciativa Uma Faixa, Uma Rota do País e reforçar ainda mais o papel de Macau na ligação entre o interior e o exterior”. Mais intercâmbios De acordo com as autoridades locais, o acordo vai “alargar ainda mais os canais de intercâmbio da língua portuguesa ao nível do ensino não superior”, com intercâmbios entre docentes e alunos “na aplicação da língua portuguesa e na compreensão cultural” para “melhorar a proficiência na língua portuguesa entre os alunos do ensino primário e secundário de Macau”. Os intercâmbios vão concretizar-se através de sessões de “estudo online e in loco da língua portuguesa” e ainda de “sessões de partilha de experiências pedagógicas para docentes, bem como actividades temáticas culturais sino-portuguesas”. Ao mesmo tempo, espera-se que as novas parecerias levem a uma “integração mútua de recursos didácticos da língua portuguesa entre Macau, o Interior da China e os Países de Língua Portuguesa no âmbito do ensino não superior”, com vista a elevar a qualidade dos qualificados bilingues em chinês e português em Macau. Este poderá não ser o único acordo, dado que a DSEDJ promete continuar a aproveitar o papel de Macau. “A DSEDJ continua a aproveitar as vantagens de Macau na sua conectividade com o exterior, promovendo activamente a geminação de escolas de Macau com as do Interior da China e do exterior, para ampliar os intercâmbios externos”, foi prometido.
Nunu Wu Manchete PolíticaSalário mínimo | Empresas de condomínio pedem divulgação ao Governo O salário mínimo será actualizado a partir de 1 de Janeiro em uma pataca por hora, passando de 34 para 35 patacas por uma hora de trabalho, ou 7.072 para 7.280 patacas mensais. Depois das reacções de patronato e empresários, que resistiram à actualização no Conselho Permanente de Concertação Social, o sector da administração de condomínios pediu ao Governo que esclareça a população sobre os aumentos dos salários de trabalhadores de limpezas e segurança em edifícios de habitação. A posição foi tomada pela presidente da Associação de Administração de Propriedades de Macau, Sit Un Na, que entende que o Executivo tem mais credibilidade para explicar aos proprietários as consequências do ajuste ao salário mínimo nas despesas de condomínio. Em declarações ao jornal do Cidadão, a responsável admitiu que actualização do salário mínimo irá resultar em aumentos dos custos de condomínio, que não devem ultrapassar 2,9 por cento dos orçamentos actuais. Recorde-se que a subida do salário mínimo irá abranger cerca de 18.000 pessoas, o que representa 4,4 por cento da força de trabalho total de Macau. A dirigente associativa estima que a alteração incida sobre mais de 10.000 trabalhadores do sector da administração de propriedades, 90 por cento dos quais são trabalhadores não-residentes. Em relação ao valor mensal dos rendimentos, Sit Un Na prevê que cada trabalhador leve para casa mais 200 patacas por mês. As duas vias Contudo, a representante associativa realça que nem todas as empresas de gestão de condomínios podem ser afectadas da mesma forma, porque algumas fixaram com os proprietários contratos com preços fixos, o que lhes confere a flexibilidade para cortar noutros custos para compensar o aumento das despesas com salários. Um dos casos “bicudos” em termos contratuais diz respeito à administração nos edifícios de habitação pública, onde as despesas de condomínio não podem aumentar. Além da divulgação dos efeitos do aumento salarial, para ajudar os proprietários a compreender a subida das despesas de condomínio, Sit Un Na sugeriu que o Governo reveja a lei da actividade comercial de administração de condomínios e o regime jurídico da administração das partes comuns do condomínio, que entraram em vigor em 2018. A responsável lembra que os diplomas deveriam ter sido revistos a cada três anos, mas desde que entraram em vigor nunca foram actualizados. Em termos de medidas de apoio, Sit Un Na defende que o Governo deve subsidiar as empresas de administração que gerem edifícios de habitação pública, ou que sejam canceladas as restrições que impedem alterações ao orçamento da administração do condomínio para suportar o aumento do salário do mínimo. Outra possibilidade, seria incluir o sector de administração no âmbito dos serviços de apoio à digitalização, para que as empresas tenham apoios e fundo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCooperação | Pedido calendário para circulação no Interior Leong Sun Iok pretende que o Governo anuncie o calendário para implementar a medida a permitir que os veículos de Macau autorizados a circular na Ilha da Montanha possam igualmente ser conduzidos em toda a província de Cantão. O assunto faz parte de uma interpelação escrita divulgada ontem pelo gabinete do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). O legislador recorda que o assunto não é novo e que no passado as autoridades locais prometeram que os veículos de Macau autorizados a circular na Zona de Cooperação de Hengqin iriam poder, num futuro próximo, entrar em toda a província de Guangdong. No entanto, a medida depende das autoridades do Interior e nunca mais se registou qualquer informação sobre este aspecto. “Com o fim do ano a aproximar-se, recomenda-se que seja estabelecido um calendário claro e com medidas específicas de implementação para que os veículos de Hengqin possam circular para Guangdong”, defende Leong. O legislador avisa também que com a circulação em toda a província de Cantão, os carros que já estão autorizados a circular em Hengqin vão precisar de actualizar o seguro, para garantir a cobertura a toda à província. Em relação a este aspecto, Leong sugere a adopção de uma política do “reconhecimento de equivalência” para que os seguros passem automaticamente a abranger não só Hengqin, mas toda a província. Muito trânsito Em relação à situação do trânsito entre Macau e a Ilha da Montanha, Leong Sun Iok pediu mais atenção ao Governo sobre as horas de ponta em que “ainda ocorrem congestionamentos”. Estes congestionamentos, explica o deputado, devem-se ao facto de o software das autoridades do Interior ser classificado como lento, mas também pelo facto de serem poucas as vias de circulação abertas, face à procura pelos veículos locais. Leong pede assim que o Governo de Macau pressione o Interior para alterar esta situação. “Embora tenham sido adicionadas faixas adicionais no Porto de Entrada de Hengqin, ainda ocorrem congestionamentos durante as horas de pico devido ao aumento do volume de veículos que circulam entre Hengqin e Macau. Além disso, o actual sistema de inspecção de passagem da fronteira continua a ser relativamente lento, afectando a eficiência”, apontou. “Dada esta situação, o Governo pode negociar com as autoridades do continente para adicionar mais faixas e actualizar o sistema?”, questiona. Sobre as mudanças, Leong indica que são necessárias por haver cada vez mais residentes interessados em viver e trabalhar na Zona de Cooperação. “De acordo com os dados mais recentes, em Setembro deste ano, o número de residentes de Macau empregados, residentes e a viver na Zona de Cooperação atingiu 29.714, o que representa um aumento de 18,4 por cento em relação ao ano anterior”, aponta. Além disso, houve 1,6321 milhões de travessias da fronteira nos primeiros nove meses do ano de veículos de Macau autorizados a circular em Hengqin, um aumento de 45,2 por cento em relação ao ano anterior.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFunção Pública | Governo nega intenção de alargar horários O Governo negou ontem o que afirmou serem “falsos rumores” divulgados nas redes sociais sobre a possibilidade de alargar o horário de trabalho da Função Pública e de alterar as regras de aposentação. A mensagem foi deixada através de um comunicado divulgado na manhã de ontem. “Actualmente, o Governo da RAEM não tenciona alterar o horário normal de trabalho da Administração Pública, nem pretende introduzir alterações ao regime de aposentação e sobrevivência e ao regime de previdência dos trabalhadores dos serviços públicos, sendo também infundados os demais rumores”, foi garantido. Além disso, a nota de imprensa da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (DSAFP) assegura que nenhuma alteração do género vai ser promovida sem que haja uma “auscultação dos diversos sectores da sociedade”. “O Governo da RAEM salienta que, como a prática seguida, qualquer alteração ao regime jurídico que rege os trabalhadores dos serviços públicos é precedida da devida auscultação dos diversos sectores da sociedade, incluindo as opiniões dos trabalhadores dos serviços públicos”, foi comunicado. A nota de imprensa apela “ao público” e aos trabalhadores da função pública que “não acreditem em rumores nem transmitam notícias ainda não confirmadas”. Sem investigação criminal Horas depois do desmentido, Wong Sio Chak, secretário para a Administração e Justiça e porta-voz do Conselho Executivo, também abordou a polémica. Quando questionado sobre o assunto, o governante considerou que o assunto tinha sido clarificado pela nota de imprensa e afirmou que o Governo não tem qualquer intenção de investigar criminalmente a origem dos rumores. Wong Sio Chak, segundo o jornal Ou Mun, deixou também a garantia de que caso haja no futuro planos para alterar os horários da função pública ou outros assuntos relacionados com as pensões dos trabalhadores públicos, será levada a cabo uma auscultação “abrangente” da população e em especial dos funcionários públicos. Tempo de mudanças Os rumores nasceram a poucos dias da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG), com Sam Hou Fai a deslocar-se à Assembleia Legislativa na próxima terça-feira, para apresentar as políticas para o próximo ano. Nos últimos anos, os diferentes Governos têm insistido na necessidade de reformar a Administração Pública, para aumentar a eficiência e modernizar os serviços. No âmbito destes objectivos, uma das primeiras medidas de Sam como Chefe do Executivo foi a criação do chamado Grupo de Liderança da Reforma da Administração Pública, o que foi igualmente justificado com a necessidade de implementar “os espíritos consagrados no importante discurso do Presidente Xi Jinping proferido na celebração do 25.º aniversário do retorno de Macau”. Também a 30 de Setembro, o Conselho Consultivo para a Reforma da Administração Pública realizou uma reunião que visou a revisão do Decreto-Lei com as Bases gerais da estrutura orgânica da Administração Pública. No entanto, estes grupos nunca tinham adiantado a possibilidade de os horários serem alterados a curto prazo, assim como não foi abordada a possibilidade do regime de aposentação ser alterado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Compra e venda de habitação cresce 43% Apesar da maior actividade do mercado em termos anuais, os preços continuam em queda em termos mensais, com os números a revelarem tambémuma diminuição das transacções Na primeira metade de Outubro, o volume de compra e venda de habitação aumentou 43 por cento em termos anuais, de acordo com os dados mais recentes da Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Na primeira quinzena de Outubro, foram registadas 114 transacções, quando há um ano o número tinha sido de 80. O mercado mais activo foi o da Península de Macau, com 82 transacções, o que representou mais 20 compras e vendas em termos anuais. Como tradicionalmente acontece, seguiu-se o mercado da Taipa, que registou 21 negócios concluídos, um acréscimo anual de sete transacções, e Coloane, com 11 transacções, uma expansão de sete compras e vendas. No entanto, os números mais recentes revelam que o preço do metro quadrado está em quebra, com uma redução de 16,0 por cento. No início de Outubro, o preço do metro quadrado foi negociado a uma média de 73.632 patacas, enquanto há um ano era negociado a 87.668 patacas. Segundo os últimos dados, na Península de Macau o preço médio do metro de quadrado foi de 76.726, uma redução de 7 por cento por cento face ao período homólogo. Na Taipa, o preço foi de 61.116 patacas por metro quadrado, uma redução de 25,9 por cento, e em Coloane caiu para 76.632 patacas, uma diminuição de 28,5 por cento. Momento de contrastes Em termos mensais, a situação é diferente, porque foram registadas quebras a nível do número de transacções e do preço. No início de Setembro, tinham sido registadas 127 transacções, o que significa que mensalmente houve uma redução de 13 transacções, ou 10,3 por cento. No princípio de Setembro, foram registadas 102 compras e vendas na Península, 21 na Taipa e quatro em Coloane. Em termos do preço médio por metro quadrado, no espaço de um mês verificou-se uma redução de 6 por cento, de 78.418 patacas para 73.632 patacas. No entanto, a queda não foi comum a todos os mercados locais. A excepção foi a área de Coloane, onde se registaram mais transacções e com um preço médio mais caro. Nesta zona, houve um aumento de 13,8 por cento, de 75.292 patacas por metro quadrado para 85.643 patacas por metro quadrado. Na Taipa, o preço caiu de 92.638 patacas por metro quadrado para 61.116 patacas, uma redução de 34,0 por cento, apesar de o número de transacções se manter estável. Finalmente, no principal mercado local, a Península assistiu a uma quebra do preço de 2,8 por cento.
João Luz Manchete PolíticaComerciantes afectados não vão receber subsídio directo À semelhança da resposta aos prejuízos causados pelo tufão Hato, Nick Lei perguntou ao Governo se iria também atribuir subsídios directos aos comerciantes afectados pelas cheias do tufão Ragasa. A resposta do Executivo foi negativa, restando aos empresários recorrerem ao seguro contra grandes desastres Em Macau, existe um período antes do tufão Hato e outro depois do tufão Hato. Esta realidade ficou bem patente na resposta do Governo a uma interpelação de Nick Lei, em que o deputado perguntava se seriam atribuídos a comerciantes afectados pelas cheias do tufão Ragasa subsídios de montante, à semelhança do que aconteceu depois do tufão Hato. Na resposta, o director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Chan Un Tong, indicou que os comerciantes e as pequenas e médias empresas (PME) podem recorrer ao seguro contra grandes desastres. O responsável lembrou a Nick Lei que em 2019 a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico lançou o “Plano de Apoio Financeiro à Subscrição de Seguro de Bens Patrimoniais contra Grandes Desastres para as Pequenas e Médias Empresas”. O plano, implementado em cooperação com a Autoridade Monetária de Macau tem como objectivo encorajar as PME que enfrentam necessidades a subscrever seguros contra desastres e aliviar o encargo económico na subscrição de seguros. Outra lacuna que a medida tem em vista colmatar, é oferecer uma solução para o problema de falta de cobertura de seguros para danos em bens comerciais durante condições meteorológicas extremas. O deputado ligado à comunidade de Fujian reconhece que o plano de apoio à subscrição de seguros aliviou parte da pressão económica dos empresários afectados, “mas o valor do seguro contra grandes desastres é elevado, ou seja, 100 mil, 200 mil, 300 mil e 500 mil patacas, logo, os prémios também são elevados”. Importa referir que o apoio do Executivo oferece 50 por cento do prémio standard global ou um montante máximo de 30 mil patacas (consoante o valor mais baixo). Retoques e melhorias Em relação às críticas feitas à medida de apoio, o Governo sublinhou que “o esquema do seguro contra grandes desastres tem sido continuamente aprimorado, incluindo a eliminação do limite de indemnização para mercadorias e da franquia, a introdução de descontos na renovação sem sinistros, bem como a ampliação da cobertura para incluir perdas de bens comerciais ocorridas durante o sinal de chuva intensa preta.” Além disso, em 2023, o plano foi optimizado com a redução das taxas de prémio em 40 por cento, para 15 por cento, foi adicionada uma opção de cobertura com um valor segurado de meio milhão de patacas e concedidos descontos na renovação do seguro para comerciantes que tenham apresentado pedidos de indemnização anteriormente. Também o número de seguradoras locais participantes no esquema foi ampliado este ano para seis. Recorde-se que o tufão Ragasa passou por Macau a 24 de Setembro, batendo uma série de recordes. Pela primeira vez, desde 1968, as autoridades emitiram duas vezes o sinal número 10 de tufão no mesmo ano. A tempestade, que provocou inundações consideráveis, oito feridos e momentos virais de pessoas a apanhar peixes à mão em plena via pública, representou também o sinal 10 de tufão mais longo (10 horas e 30 minutos).
João Santos Filipe Manchete SociedadeTáxis | Governo pressionado a resolver “deficiências significativas” O deputado ligado à comunidade de Jiangmen alerta para a falta de táxis, principalmente de veículos com condições de acessibilidade para pessoas com dificuldades motoras. E com o envelhecimento populacional, Lee Koi Ian avisa que a situação ainda vai piorar O deputado Lee Koi Ian defendeu a necessidade de o Executivo resolver as “deficiências significativas” na disponibilização do serviço de táxis na cidade. O pedido consta de uma interpelação escrita, divulgada no portal da Assembleia Legislativa (AL). Na perspectiva do deputado ligado à comunidade de Jiangmen, o actual sistema de operação de táxis tem por base a atribuição de licenças pelo Governo, mas continua a apresentar “deficiências significativas”. Lee aponta que estas são verificadas em várias áreas como o “volume de oferta, cobertura de serviço, eficiência de chamada de táxis e disponibilidade real”. Por isso, o legislador considera que o serviço disponibilizado em Macau não “responde plenamente às necessidades práticas da sociedade”. O deputado relata também que o cenário não é melhor para as pessoas com necessidades especiais de mobilidade: “Os utilizadores de cadeiras de rodas e as pessoas com mobilidade reduzida enfrentam frequentemente dificuldades em garantir veículos adequados durante as horas de ponta ou em percursos específicos”, relata Lee. “Há também problemas persistentes que incluem os tempos de espera imprevisíveis e padrões de serviço inconsistentes”, acrescentou. Os relatos são feitos com base em queixas recentemente recebidas pelo legislador. Pode piorar O deputado explica também que o cenário é preocupante, porque se espera um aumento da procura pelos carros com serviço de mobilidade especial devido à “tendência de envelhecimento demográfico”, “às crescentes necessidades de reabilitação médica” as “deslocações entre bairros” e “as viagens turísticas que continuam a aumentar” O membro da Assembleia Legislativa define assim a acessibilidade aos táxis como “uma das questões críticas que afecta a qualidade dos serviços públicos de Macau”, e indica que actualmente entre os táxis em circulação apenas 12 são acessíveis a pessoas com dificuldades motoras, o que representa menos de um por cento dos veículos em circulação. Nestas condições, Lee Koi Ian questiona se as autoridades realizaram algum estudo para se aperceberem da “real taxa de funcionamento” dos táxis acessíveis. O legislador pergunta também se o Executivo utilizou “métodos científicos para determinar a proporção de casos de reservas não atendidas de táxis acessíveis entre grupos-chave, como idosos e pessoas com deficiência”. Ainda no documento, o deputado pergunta ao Executivo se vai apresentar políticas para resolver os problemas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCaso Kong Chi | Jornalista proibida de acompanhar julgamento Apesar do Código Processo Penal prever o acesso dos órgãos de comunicação social e do público em geral às audiências dos julgamentos realizados em Macau, o Tribunal de Segunda Instância impediu uma jornalista de entrar na sala Uma repórter foi impedida de entrar no Tribunal de Segunda Instância (TSI) para fazer a cobertura do segundo dia do julgamento de Kong Chi. A informação foi divulgada ontem pelos canais portugueses da TDM, com a jornalista do jornal All About Macau a ser impedida de aceder à sala de audiência logo na parte da manhã. A decisão dos funcionários dos tribunais da RAEM segue outras decisões do tipo anteriormente adoptadas pelo Executivo e pela Assembleia Legislativa, sem qualquer tipo de base legal. À TDM, os funcionários do TSI justificaram a proibição de entrada da jornalista com o facto de esta ter escrito sobre o julgamento para o jornal All About Macau. No entanto, os mesmos funcionários reconheceram à emissora que qualquer cidadão pode ir à audiência e escrever posteriormente sobre o conteúdo, mesmo que seja na simples condição de cidadão. À repórter também lhe foi negada a entrada como simples cidadã. De acordo com as leis em vigor, a frequência de espaços como as audiências de julgamento ou os Plenários da Assembleia Legislativa são obrigatoriamente abertos à população. E no caso dos tribunais da RAEM, a abertura das audiências à população faz parte do princípio da publicidade do processo penal. De acordo com o artigo 76.º do Código Processo Penal, a publicidade implica os direitos de “assistência, pelo público em geral, à realização dos actos processuais” assim como de “narração dos actos processuais, ou reprodução dos seus termos, pelos meios de comunicação social”. O jornal All About Macau anunciou a decisão de ser completamente desactivado até ao final deste mês, pelo facto de sofrer cada vez mais “pressões”. A última edição escrita foi publicada no início deste mês. Mensagens apagadas Na sessão de ontem do julgamento, Kong Chi continuou a manter a sua inocência sobre os factos que lhe são imputados pelo Ministério Público (MP). Durante a audiência ficou igualmente a saber-se que os magistrados do MP estão a utilizar como prova mensagens de Wechat trocadas entre Kong Chi e Ho Kam Meng e que posteriormente foram apagadas. Os investigadores terão conseguido recuperar o conteúdo das mensagens. Na sessão de ontem, a manhã foi dedicada a ouvir o depoimento de Kong Chi sobre a acusação. O ex-Procurador-Adjunto da RAEM é acusado de 79 crimes, entre os quais 56 crimes de prevaricação, todos em co-autoria com Ho Kam Meng, e outros 23 crimes de corrupção passiva para acto ilícito. Ho Kam Meng é o segundo arguido do processo e o único acusado de criar/fazer parte de uma associação secreta. Esta associação envolve Kong Chi e Choi Sai Ieng, que foram condenados por este crime no primeiro julgamento. O advogado está ainda acusado de outros 68 crimes, entre os quais 12 crimes de corrupção passiva para acto ilícito e 56 crimes de prevaricação em co-autoria com Kong Chi.
João Luz Manchete SociedadeSMG | Previsões deixam Macau fora da trajectória do Fung-wong O tufão Fung-wong levou ontem à emissão do sinal 1 de tempestade tropical, mas com a possibilidade “relativamente baixa a moderada” de elevar o sinal de alerta. A tempestade deverá passar a cerca de 500 quilómetros de Macau entre a próxima madrugada e a manhã de quarta-feira Tudo indica que Macau ficará de fora do percurso do tufão Fung-wong, segundo as previsões avançadas pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) que emitiram ontem às 14h o sinal 1 de tempestade tropical. A decisão de emitir o sinal de alerta significa que uma tempestade está localizada a menos de 800 quilómetros de Macau. No entanto, os SMG indicaram ontem que a possibilidade de elevar o alerta para o sinal 3, durante a manhã de hoje, era “relativamente baixa a moderada”. “O tufão Fung-wong vai tomar um rumo para o quadrante norte, hoje e amanhã, atravessando a parte norte do Mar do Sul da China. Prevê-se que, “Fung-wong” passe o ponto mais próximo do território na terça-feira à noite (11), a cerca de 500 km a sudeste de Macau”, avançaram ontem os SMG. Apesar da distância do território, as autoridades estimaram a possibilidade de intensificação dos ventos, “podendo atingir níveis de 5 a 6, com rajadas significativas”. As autoridades ressalvaram que, “a menos que o Fung-wong adopte uma trajectória mais para oeste e se aproxime das regiões costeiras de Guangdong, o Sinal de Ventos Fortes de Monção (bola preta) será emitido em substituição do Sinal de Tempestade Tropical, de acordo com as condições de vento em Macau”. Em relação ao estado do tempo, os SMG apontaram ontem para a probabilidade “relativamente baixa nos próximos dias” de chuva, e para uma ligeira descida da temperatura mínima, para cerca de 18 graus, na quinta-feira. Como é normal nestas circunstâncias, várias entidades públicas emitiram alertas e aconselharam medidas de segurança. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais apelou a “cidadãos e empreiteiros” para adoptarem “medidas de prevenção, principalmente em relação aos andaimes, aparelhos elevatórios (por exemplo, gruas), janelas de construções e materiais pendurados nas fachadas”. Também o Instituto Cultural aconselhou os responsáveis de edifícios patrimoniais, “especialmente dos sítios sitos nas zonas baixas, para desencadearem as medidas de protecção necessárias e oportunas em relação ao património e tomarem as medidas de prevenção de vento e inundações”. Aqui ao lado Na região vizinha, o Observatório de Hong Kong também emitiu o sinal 1 de tempestade e manteve algumas reservas quanto à possibilidade de elevar o sinal de alerta. “Dependendo da mudança de intensidade do Fung-wong, da sua distância de Hong Kong, do impacto da monção nordeste no Fung-wong e das condições locais do vento, o Observatório avaliará a necessidade de emitir o Sinal de Vento Forte, n.º 3, ou o Sinal de Monção Forte”, indicou ontem à tarde a entidade meteorológica da região vizinha. As autoridades de Hong Kong indicam ainda que a interacção entre o Fung-wong, à medida que avança em direcção a Taiwan, e a monção nordeste, irá enfraquecer gradualmente o tufão. Porém, o Observatório de Hong Kong previu a subida de meio metro do nível das águas no pico da maré alta da noite de ontem, com a possibilidade de inundações das zonas baixas e agitação marítima.
João Santos Filipe Manchete PolíticaVacinação | Wong Kit Cheng quer administração nas clínicas privadas A deputada ligada à Associação das Mulheres defende uma mudança na política de inoculação para desenvolver um novo mercado de turismo e oferecer melhores horários de vacinação à população A deputada Wong Kit Cheng defende a liberalização do mercado da vacinação no território, para que as instituições privadas possam começar a vacinar a população e os turistas. O assunto é abordado numa interpelação escrita da legisladora ligada à Associação das Mulheres, que é igualmente enfermeira de formação. No documento, Wong destaca que o “actual sistema de gestão de vacinas é liderado pelo Governo”, o que levou à implementação de “uma supervisão de alto padrão em estrita conformidade com as directrizes da Organização Mundial da Saúde”. Como parte deste padrão, a legisladora explica que “as instalações de armazenamento de vacinas devem possuir energia de reserva adequada, equipamento de cadeia de frio capaz de manter uma temperatura estável de 2 a 8 °C, dispositivos de monitorização de alta/baixa temperatura, manutenção regular e pessoal de gestão de vacinas com formação profissional”. Estas são medidas consideradas positivas pela deputada. Todavia, o facto de apenas se permitir que as instituições públicas, ou hospitais, possam vacinar os residentes leva Wong Kit Cheng a considerar que se está a restringir “o potencial das instituições de saúde privadas de oferecer serviços de vacinação diversificados”. Por isso, a legisladora quer saber se o Governo vai definir “normas claras e um quadro regulamentar por níveis para permitir que as instituições de saúde privadas que cumpram requisitos rigorosos” possam “candidatar-se a licenças para armazenar e administrar vacinas”. Apostas nas PPP No âmbito da política de vacinação por instituições privadas, Wong Kit Cheng admite ainda que seja implementado um sistema de parcerias público-privadas para “oferecer aos residentes e visitantes opções de vacinação mais diversificadas, convenientes e com garantia de qualidade”. Na interpelação escrita, Wong defende a vacinação nas instituições privadas com base em três argumentos. Em primeiro lugar, considera que haveria um “horário de atendimento profissional alargado para satisfazer as necessidades dos residentes em diferentes períodos de tempo”. Em segundo lugar, aponta para o desenvolvimento de um mercado de saúde com a “oferta de opções de vacinas autofinanciadas que vão além do programa de prevenção de epidemias”. Como terceiro argumento, a deputada aponta que a vacinação pelas clínicas privadas vai permitir o “desenvolvimento de programas de turismo médico de alta qualidade”.
Hoje Macau Manchete SociedadePsiquiatria | Associação Fu Hong denuncia falta de consultas A Associação de Reabilitação Fu Hong de Macau entende que os serviços de consulta de psiquiatria disponíveis no território não respondem à procura, apesar do aumento da sensibilização da sociedade para questões relacionadas com a saúde mental. Segundo o jornal Ou Mun, a secretária-geral da associação, Chau Wai I, apontou que os serviços actuais estão mais focados no tratamento individual, mas negligenciam os apoios à família e aos cuidadores. Para além disso, a responsável considera também que os cuidados de saúde mental não são eficazes na identificação e tratamento de casos ocultos em doentes que não procuram ajuda. Como tal, Chau Wai I defende a implementação de um sistema de apoio entre pares, à semelhança do que acontece em várias cidades chinesas, em que pessoas com experiência assumem papéis de auxílio, partilham experiências e acompanham os pacientes. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, no ano passado, recorreram ao serviço de consultas de psiquiatria cerca de 50 mil pessoas.
Hoje Macau Manchete Sociedade929 Challenge | Empresas lusófonas dominam concurso Já se conhecem as oito startups finalistas da quinta edição da competição sino-lusófona 929 Challenge, marcada pela supremacia das empresas lusófonas. A final do concurso está marcada para o fim deste mês ‘Startups’ dos países de língua portuguesa dominaram por completo os oito finalistas da categoria de empresas da quinta edição da competição sino-lusófona 929 Challenge em Macau, disse um dos organizadores à Lusa. “Claro que nos surpreende, não é? Porque estamos a falar da China e pela quantidade de ‘startups’ e projectos. Mas, de facto, a qualidade aqui das lusófonas, eram muito boas, muito superiores”, disse Marco Duarte Rizzolio. Ainda assim, o co-fundador da 929 Challenge lembrou que, nas edições anteriores da competição, “também a representação dos lusófonos foi sempre maior do que as chinesas” entre os finalistas. As oito ‘startups’ seleccionadas incluem cinco de Portugal, duas do Brasil e uma de Moçambique, revelou nas redes sociais a organização do concurso, cuja final vai decorrer a 30 de Novembro. As finalistas portuguesas incluem a Azores Life Science, que produz cosméticos com recursos naturais do arquipélago dos Açores, e a ByonLink, que cria processadores avançados para próteses robóticas. Outras candidatas, são a Complear, que ajuda empresas de saúde digital a cumprir as exigências dos reguladores, e a Scubic, que procura melhorar a eficiência energética em edifícios públicos. A Dermamatica, que usa inteligência artificial (IA) para o rastreio a três dimensões do cancro da pele, volta a Macau, onde em Junho já tinha sido distinguida num outro concurso de empreendedorismo, para empresas de Brasil e de Portugal. Do Brasil, vêm a Manycontent, que usa IA para marketing e vendas nas redes sociais, e a Phycolabs, que transforma algas em produtos têxteis, enquanto a moçambicana Xa Nene usa larvas de moscas para tornar lixo orgânico em comida para animais. Criar para o futuro Rizzolio destacou a presença forte de projectos de biotecnologia, uma área onde Portugal e Brasil se destacam, algo que “é muito bom porque [para] a China é um dos sectores estratégicos”. Já entre as oito equipas de estudantes, uma é da Universidade do Porto, outra do Centro Universitário do Estado de Pará (Brasil), três de Macau, duas da China continental e uma de Hong Kong. Os 16 finalistas terão 10 minutos para convencer o júri da 929 Challenge e potenciais investidores na final, em 30 de Novembro. Os países lusófonos estiveram pela primeira vez em maioria, representando cerca de 65 por cento das mais de 400 candidaturas. A competição atraiu 170 ‘startups’ dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste, mais 73 por cento do que em 2024. A quinta edição do 929 Challenge inclui pela primeira vez o prémio ‘Future Builders’ (Criadores do Futuro), para a melhor ‘startup’ dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste. O concurso é coorganizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) e por várias instituições da região administrativa especial chinesa, incluindo todas as universidades.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Wynn e Melco com aumento dos lucros As duas operadoras de casinos apresentaram aumentos dos lucros no terceiro trimestre acima dos 20 por cento. No caso da Melco, o a subida atingiu mesmo 33 por cento A operadora de jogo Wynn Macau anunciou na sexta-feira lucros operacionais de 177,9 milhões de dólares americanos (1,42 mil milhões de patacas) entre Julho e Setembro de 2025, um aumento de 24 por cento em termos homólogos. No mesmo trimestre de 2024, a Wynn Macau, com dois casinos no território, tinha alcançado lucros operacionais de 143,5 milhões de dólares, indicou a operadora, em comunicado. Já nos primeiros nove meses do ano, a Wynn Macau alcançou lucros operacionais de 433,4 milhões de dólares, uma quebra de cerca de 15 por cento em termos anuais. No mesmo período de 2024, o valor alcançou 511,5 milhões de dólares. Os dois casinos da empresa no território, o Wynn Macau e o Wynn Palace, arrecadaram, no trimestre em análise, 856,9 milhões de dólares em receitas, quase mais 20 por cento do que no ano anterior. Na apresentação dos resultados, Craig Billings, director executivo da Wynn Resorts, empresa mãe da Wynn Macau, destacou o desempenho em Macau: “Os nossos resultados do terceiro trimestre foram marcados por um crescimento impressionante do EBITDA [lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] em Macau e um desempenho superior contínuo em Las Vegas”, afirmou Craig Billings, director executivo do grupo, em declarações aos investidores. “Em Macau, alcançámos uma quota de mercado saudável e assistimos a um aumento significativo nas apostas nas mesas de jogo em massa em relação ao ano anterior”, acrescentou. Todos a crescer Também a operadora de jogo Melco Resorts and Entertainment anunciou lucros operacionais de 184,5 milhões de dólares (1,48 mil milhões de patacas) no terceiro trimestre do ano, um aumento de 33 por cento em termos anuais. Em igual período de 2024, a Melco, com três casinos no território, registou lucros de 138,6 milhões de dólares, indicou a companhia, em comunicado. As receitas operacionais do grupo, entre Julho e Setembro, foram de 1,31 mil milhões de dólares, subindo cerca de 11 por cento comparativamente ao terceiro trimestre do ano passado, em que registou 1,18 mil milhões de dólares, indicou a empresa de Lawrence Ho, filho do magnata do jogo Stanley Ho. “O aumento nas receitas operacionais totais deveu-se principalmente ao melhor desempenho tanto nas operações gerais de jogo como nas operações não relacionadas com o jogo”, foi analisado pela empresa em comunicado. Nos primeiros 10 meses do ano, o sector do jogo de Macau teve receitas totais de 205,4 mil milhões de patacas, mais 8 por cento do que no mesmo período do ano passado, foi anunciado no sábado. Operam no território seis concessionárias, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, que renovaram, em Dezembro de 2023, o contrato de concessão para os dez anos seguintes e que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2024.
João Santos Filipe Manchete PolíticaNatalidade | Redução de 25% até Setembro Apesar da política de atribuição de 1.500 patacas por mês às crianças com menos de três anos, a taxa de natalidade continua a bater recordes negativos. Actualmente, nascem em Macau menos de metade dos bebés que nasciam em 2019, antes da pandemia Apesar das políticas de promoção da natalidade promovidas pelo Governo de Sam Hou Fai, entre Janeiro e Setembro o número de nascimentos no território registou uma redução anual de 25 por cento. A informação é possível apurar através do comunicado mais recente da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Ao contrário do que aconteceu com as estatísticas do terceiro trimestre do ano passado, a DSEC deixou de disponibilizar a comparação anual entre Janeiro e Setembro. No entanto, a compilação dos diferentes comunicados trimestrais permite apurar que nos primeiros nove meses deste ano houve um total de 1.972 nados-vivos. Em comparação, o comunicado sobre o terceiro trimestre de 2024 indicava que entre Janeiro e Setembro desse ano se registaram 2.619 nados-vivos, o que representa uma redução anual de 25 por cento ou de 647 nados-vivos. A diminuição do número de nados vivos nos primeiros nove meses do ano ocorre de forma consecutiva pelo menos desde 2019. Nesse ano, o primeiro antes da pandemia, entre Janeiro e Setembro foram contabilizados 4.395 nados-vivos, o que significa uma redução de 55 por cento, ou 2.423 nados-vivos, em comparação com os dados mais recentes. A tendência negativa prolonga-se assim, apesar de nas Linhas de Acção Governativa deste ano Sam Hou Fai ter apresentado a nova política de incentivo à natalidade, com a atribuição de um subsídio mensal de 1.500 patacas para todas as crianças com menos de três anos, o que significa que os pais podem receber até 54 mil patacas nos primeiros anos do bebé. População estável Em relação aos restantes dados divulgados pela DSEC, no fim do terceiro trimestre a população total no território manteve-se estável em 686.600 pessoas. O número foi considerado pelas autoridades como “semelhante ao do fim do idêntico trimestre de 2024”. A população feminina era de 369.900 pessoas, logo superior às masculina que se fixou em 316.700. A população feminina representava assim 53,9 por cento da população total, enquanto a masculina representa 46,1 por cento. Nos três primeiros trimestres do corrente ano, o número de óbitos foi de 1.829, uma redução de 37 mortes, em termos anuais. Os tumores (708 óbitos, 38,7 por cento do total), as doenças do aparelho circulatório (496 óbitos, 27,1 por cento) e as doenças do aparelho respiratório (172 óbitos, 9,4 por cento) foram as principais causas de morte. Em relação ao terceiro trimestre foi também revelado que o número de casamentos registados (2.052) diminuiu 262 em termos anuais.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDSEDJ | Anunciado inquérito após queixa contra professora A Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude garante que está a investigar o caso da docente acusada de humilhar um aluno com autismo A Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou a abertura de um inquérito para averiguar as queixas contra uma docente acusada de humilhar um aluno com autismo, no Colégio Diocesano de São José 5ª. O caso foi divulgado através das redes sociais por um utilizador anónimo, que justificou este meio de divulgação com o facto de as primeiras queixas, apresentadas a 14 de Outubro, terem sido ignoradas pela DSEDJ e pelo colégio. “Após ter recebido uma denúncia anónima sobre a situação em causa, a DSEDJ procedeu de imediato ao acompanhamento junto da referida escola, tendo já iniciado o respectivo procedimento de inquérito, mantendo simultaneamente uma comunicação estreita com a escola, com vista a esclarecer o incidente e a garantir a manutenção da qualidade pedagógica da escola”, respondeu a DSEDJ, ao HM. “A DSEDJ sempre atribuiu grande importância ao desenvolvimento físico e mental saudável dos alunos, salientando que o pessoal docente deve observar rigorosamente a ética profissional”, foi acrescentado. O departamento da Administração Pública destacou também a existência de orientações para as escolas, de forma a ser criado um ambiente saudável de ensino. “Através do Guia de Funcionamento das Escolas, a DSEDJ estabelece normas claras dirigidas às escolas sobre a conduta profissional e os critérios de trabalho no âmbito do ensino e aprendizagem, procedendo ainda à realização de diversos tipos de formação profissional para docentes, de modo a melhor colaborar com as escolas e apoiar o crescimento dos alunos, criando em conjunto um ambiente de aprendizagem seguro e saudável”, foi explicado. Na resposta, a DSEDJ garantiu ainda que “tem prestado grande atenção aos comentários recentemente publicados nas redes sociais”. Desencontros e gritaria De acordo com a mensagem divulgada através da rede social Facebook, o episódio da controvérsia aconteceu a 10 de Outubro. Nesse dia, o estudante com autismo, que frequenta o ensino secundário, tinha um encontro marcado com a professora. No entanto, a docente apesar de ter chegado 80 minutos atrasada e terá dado uma reprimenda ao aluno: “Mas nunca consegues fazer nada bem, a não ser estar aqui à espera? Porque é que não pediste a outro professor que me fosse chamar?”, terá perguntado a docente. “Ensinei-te tantas vezes, mas tu nunca ouves! Ages sempre como se eu nunca te tivesse ensinado nada”, acrescentou. As palavras terão perturbado o aluno que levantou a voz contra a professora. Contudo, esta voltou a admoestar o estudante: “Não tens autorização para falares nesse tom de voz! Nunca fales com um professor dessa maneira”, terá advertido a professora. Após a reprimenda, a docente terá justificado, diante dos outros professores presentes, os argumentos utilizados com a condição do aluno.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Semana de corridas aproxima-se Já cheira a Grande Prémio na cidade. Na sexta-feira, os contentores com os dezasseis carros da Taça do Mundo de GT da FIA descarregam no paddock e, depois de colocados os autocolantes oficiais, serão transportados para a Praça do Tap Seac, onde estarão expostos, a par com as motas do 57.º Grande Prémio de Motos de Macau, até domingo A edição deste ano conta com nada menos do que trinta e duas bandeiras nacionais, que serão hasteadas pelos concorrentes das três Taças do Mundo FIA e do Kumho FIA TCR World Tour durante o recheado programa do 72.º Grande Prémio de Macau. Poderiam ter sido trinta e três se o sérvio Dušan Borković, vencedor da Corrida da Guia de 2024, não tivesse sido substituído esta semana pelo espanhol Pepe Oriola num dos três Honda da GOAT Racing. A Taça do Mundo de Fórmula Regional (FR) da FIA, que se realiza pela segunda vez após a edição de estreia em 2024, conta com quinze países ou regiões administrativas especiais representados, incluindo Macau. Na sua primeira edição, a Taça do Mundo de Fórmula 4 da FIA apresenta treze nacionalidades na lista de inscritos, enquanto a oitava Taça do Mundo GT da FIA será disputada por pilotos provenientes de dez países ou regiões administrativas especiais. Sendo assim, serão vistas as bandeiras da África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, China, Coreia do Sul, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos da América, Filipinas, França, Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Macau, México, Polónia, Reino Unido, Suécia, Suíça, Tailândia, Taipé Chinês, Turquia, Uruguai e Vietname. Destaque para a ausência da bandeira de Portugal entre os pilotos. É preciso recuar ao início da década de 1970 para encontrar uma presença de pilotos de matriz portuguesa tão reduzida no evento. Para além do jovem Tiago Rodrigues, estarão presentes os veteranos do território Rui Valente e Jerónimo Badaraco, ambos na corrida Macau Roadsport Challenge. O universo da lusofonia completa-se com o brasileiro Ethan Nobels, que se estreará no Circuito da Guia na prova de F4. Couceiro e Lamy presentes Depois de ter sido o Director de Corrida da primeira edição da Taça do Mundo FR da FIA, Rui Marques está a cem por cento focado no Mundial de Fórmula 1, onde exerce essas funções desde o Grande Prémio de Macau do ano passado. No seu lugar virá Simon Gnana-Pragasam, que desempenha esta função nos Campeonatos de Fórmula 2 e de Fórmula 3 da FIA. O britânico irá também dirigir a primeira Taça do Mundo de Fórmula 4 da história. Dino Lodola será o Director de Corrida da Corrida da Guia, ao passo que o checo Miroslav Bartos terá essa função na prova de GT e na única prova de motociclismo, enquanto o experiente chinês Zhang Tao ficará ao leme da Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) e da Macau Roadsport Challenge. Também estarão novamente presentes em Macau duas caras conhecidas do automobilismo nacional, agora retiradas das pistas, mas com outras funções no panorama internacional: Pedro Lamy e Pedro Couceiro. O segundo classificado do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 1992, e primeiro piloto a marcar pontos no mundial de Fórmula 1, Lamy voltará a estar presente na qualidade de Stewards’ Driver Advisor nas provas da FR e na Corrida da Guia, papel que já exerceu no Circuito da Guia e na Fórmula 1, partilhando essa função com o ex-piloto de F1 Vitantonio Liuzzi, que desempenhará esse cargo nas corridas de GT e de F4. Já Pedro Couceiro, que, tal como Pedro Lamy, competiu nas ruas de Macau na Fórmula 3 na década de 1990, será nas três Taças do Mundo da FIA e na Corrida da Guia, o condutor do Safety Car, que este ano será patrocinado pela BMW Concessionaires (Macau). O ex-piloto português assume esta posição no Campeonato do Mundo de Endurance da FIA (WEC) e já esteve anteriormente na RAEM nestas funções.
João Santos Filipe Manchete SociedadeColégio S. José 5ª | Professora acusada de humilhar aluno Em resposta à queixa, a escola admite uma investigação interna ao caso, mas avisou o queixoso para se preparar para as consequências, porque “a Internet não é um espaço sem lei”. O Governo terá recebido uma queixa sobre o caso no dia 14 de Outubro, mas até agora mantém-se em silêncio Uma professora do Colégio Diocesano de São José 5ª está a ser acusada de ter humilhado um aluno com autismo, alegadamente com palavras insultuosas, após ter deixado o aluno à espera mais de 80 minutos para uma reunião. A queixa foi divulgada nas redes sociais, na segunda-feira, por um utilizador anónimo, que justifica o recurso a este meio com o facto de as queixas junto da Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e da escola terem sido ignoradas. De acordo com o relato apresentado online, o episódio aconteceu a 10 de Outubro na sala dos professores do colégio. O estudante com autismo, que frequenta o ensino secundário, tinha um encontro marcado com a professora. No entanto, a docente terá chegado 80 minutos atrasada e terá dado uma reprimenda ao aluno: “Mas nunca consegues fazer nada bem, a não ser estar aqui à espera? Porque é que não pediste a outro professor que me fosse chamar?”, terá perguntado a docente. “Ensinei-te tantas vezes, mas tu nunca ouves! Ages sempre como se eu nunca te tivesse ensinado nada”, acrescentou. As palavras terão perturbado o aluno que levantou a voz contra a professora. Contudo, esta voltou a admoestar o estudante: “Não tens autorização para falares nesse tom de voz! Nunca fales com um professor dessa maneira”, terá advertido a professora. Após a reprimenda, a docente terá justificado, diante dos outros professores presentes, os argumentos utilizados com o facto do aluno sofrer de autismo. Rol de queixas Face ao caso, o autor do comentário online admite ter apresentado uma queixa sobre a conduta da docente junto da DSEDJ, direcção do colégio, Instituto de Acção Social, e vários deputados, entre os quais José Pereira Coutinho, por ter sido o mais votado nas últimas eleições, e Ho Ion Sang, eleito indirectamente pelo sector da educação. Nas queixas apresentadas, era pedida uma investigação independente ao caso, que a professora fosse punida devido à sua conduta e que fosse levada a cabo uma revisão aos mecanismos para os alunos se defenderem dos docentes quando são alvos de abusos. Apesar de a queixa ter sido feita a 14 de Outubro, até 3 de Novembro o queixoso não terá recebido qualquer reposta, pelo decidiu tornar a queixa pública, através das redes sociais. Escola investiga Com o caso a tornar-se viral, o Colégio Diocesano de São José 5ª emitiu na terça-feira um comunicado a prometer um inquérito interno, mas a avisar que vai agir contra tentativas de difamação. “Recentemente, a nossa instituição tomou conhecimento de queixas anónimas online sobre membros do nosso corpo docente. Estas alegações dizem respeito a questões de conduta profissional […] A escola leva estes assuntos muito a sério e iniciou imediatamente uma investigação interna rigorosa”, comunicou a instituição. Além disso, o colégio revelou que a DSEDJ terá começado a investigar o caso: “A escola defende sempre os direitos e interesses legítimos dos funcionários e alunos e cooperará activamente com o trabalho de supervisão e investigação que já foi iniciado pela Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude”, foi revelado. Apesar disso, o colégio mostrou-se preparado para visar o queixoso: “De acordo com o princípio de gestão com base ‘na verdade dos factos’, a escola […] reserva-se no direito de exigir a responsabilidade legal contra quaisquer fabricações de factos, ameaças maliciosas ou danos à reputação da escola e dos funcionários — ‘a internet não é um espaço sem lei’!”, foi destacado. DSEDJ e Coutinho em silêncio Face às acusações e inacção, o HM contactou a DSEDJ para confirmar a existência de uma queixa com a data de 14 de Outubro e obter uma reacção ao facto de a queixa ter ficado sem qualquer resposta até ao início de Novembro. No entanto, à hora de fecho da edição do HM não tinha sido recebida qualquer resposta. Como a publicação online visava especificamente o deputado José Pereira Coutinho, o HM tentou obter uma reacção do legislador. “Não sei de onde veio essa invenção”, respondeu o deputado. “Não faço comentários nenhuns”, apontou. “Estou muito ocupado a atender diariamente dezenas de cidadãos no nosso Gabinete de Atendimento aos Cidadãos”, acrescentou.