Habitação | Pedido apoio para quem está em lista de espera

Em plena pré-campanha eleitoral, Nick Lei tem insistido no tema da habitação. O deputado divulgou ontem uma interpelação escrita onde pede o retorno do subsídio para quem espera por uma fracção de habitação social, e a redução do tempo de espera pela entrega de uma casa

 

A mais de três meses do início da campanha para as próximas eleições que vão seleccionar o elenco futuro da Assembleia Legislativa, Nick Lei parece ter escolhido uma das suas prioridades: a habitação pública.

Depois de na segunda-feira, o deputado ligado à comunidade de Fujian ter divulgado uma resposta do Instituto de Habitação a uma interpelação escrita sobre habitação económica, ontem foi a vez de endereçar a habitação social.

Nick Lei insiste no retorno do subsídio para ajudar a pagar a renda a candidatos que esperam por uma fracção. O chamado “abono de residência” foi criado no segundo mandato de Edmund Ho na liderança do Governo, para ajudar famílias que cumpriam os critérios de acesso a uma habitação social, mas que se encontravam em lista de espera, por não existir apartamentos disponíveis.

Na última ronda do apoio, em 2022, o valor do subsídio era de 1.650 patacas por mês, para agregados com um ou dois membros, e de 2.500 patacas por mês, para agregados familiares com mais de duas pessoas.

O deputado reconhece que num futuro próximo, a oferta de habitação social poderá satisfazer a procura. Mas, para já, há quem espere por uma fracção há mais de dois anos e meio.

“Importa realçar que as famílias que esperam por habitação social são todas compostas por residentes desfavorecidos economicamente. Apesar de o Governo ter garantido que a espera por uma fracção foi reduzida para um ano, depois da implementação do mecanismo de candidatura permanente, isso continua a não reflectir a espera real entre os vários tipos de tipologia de apartamentos”, afirmou o deputado.

Mais vale sós

Nick Lei dá o exemplo das candidaturas a apartamentos T1 de habitação social, que largamente excedem a oferta. Mas admite que os blocos deste tipo de habitação pública na Zona A dos Novos Aterros, que devem estar concluídos entre 2026 e 2027, podem ajudar a solucionar a situação, oferecendo cerca de 4.088 apartamentos, dos quais 3.276 são T1. Além disso, também o complexo de habitação social da Avenida Venceslau de Morais, o Edifício Mong Son irá ajudar a colmatar as lacunas do lado da oferta. Este prédio é composto por três blocos, com 24 a 35 pisos, três pisos em cave, disponibilizando 885 fracções de tipologia T1 e 705 fracções de tipologia T2, num total de 1.590 fracções de habitação social.

O deputado defende que a pressão financeira provocada pelo mercado de arrendamento afecta seriamente as famílias mais pobres, principalmente face à subida anual de 3,9 por cento das médias das rendas no ano passado.

Outra das exigências do deputado, prende-se com a garantia máxima que o Governo deu de quatro anos, entre o momento em que uma candidatura a habitação social é aceite e a entrega de uma casa. Nick Lei gostaria que este período de garantia fosse reduzido.

9 Abr 2025

LAG 2025 | Cheques, economia e Grande Baía devem ser apostas de Sam Hou Fai

As Linhas de Acção Governativa para este ano são apresentadas na segunda-feira, marcando a estreia de Sam Hou Fai num dos mais aguardados momentos do calendário político local. As receitas do jogo e previsões económicas devem estar em cima da mesa, segundo José Sales Marques e Lou Shenghua. O futuro dos cheques pecuniários poderá ser outro assunto a ter em atenção

 

Sam Hou Fai está há quase cinco meses no Governo e prepara-se para apresentar, na próxima segunda-feira, o seu primeiro relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. As grandes expectativas costumam residir nos montantes dos cheques pecuniários, os valores atribuídos em apoios sociais e demais previsões orçamentais, sobretudo depois de o território atravessou um duro período económico com a covid-19.

As LAG 2025 deverão centrar-se nesses temas, e na integração de Macau nos vários projectos de cooperação a nível regional, como a ilha de Hengqin ou a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Cumprindo a tradição anual da política local, Sam Hou Fai fez a habitual ronda de auscultações às associações locais, a fim de saber as suas opiniões sobre as principais medidas a tomar.

Ouvido pelo HM, o economista José Sales Marques espera clareza nas políticas anunciadas a nível económico. “Gostaria de ver estas LAG trazerem maior claridade quanto a políticas económicas e a visão para o futuro da RAEM. Falo de medidas de carácter estrutural, que estimulem a confiança do investidor privado, e que concretizem também as tais reformas da administração pública para aumentar a eficiência e eficácia”, destacou.

Sales Marques disse ainda que “gostaria de ver claramente formuladas as posições e prioridades de Macau no seu relacionamento com países e regiões do mundo, incluindo medidas que levem a aprofundar o papel de Plataforma Sino-Lusófona e de base de diálogo multicultural”.

Lou Shenghua, analista político e docente da Universidade Politécnica de Macau (UPM), disse que as principais ideias apresentadas estarão de acordo com aquilo que Sam Hou Fai apresentou no programa eleitoral. “A tónica poderá ser colocada na melhoria da eficácia da governação, na diversificação económica moderada, na construção da Zona de Cooperação de Hengqin e nas questões relacionadas com os meios de subsistência das pessoas”, disse o analista, frisando que “os cidadãos poderão estar mais preocupados com as questões relacionadas com os meios de subsistência”.

E que programa apresentou Sam Hou Fai em Setembro do ano passado, quando se vislumbrou que seria o único candidato ao cargo de Chefe do Executivo? Um programa que tem como “objectivo máximo satisfazer as expectativas dos cidadãos por uma vida melhor” e a “orientação fundamental de implementar o princípio ‘um país, dois sistemas’ de forma plena, correcta e firme”. Não foi esquecida a importância da segurança nacional, referindo-se a necessidade de defesa “da soberania, segurança e interesses do desenvolvimento do país”. Sobre a RAEM, Sam Hou Fai disse querer erguer um “Macau alicerçado no Estado de Direito, dinâmico, cultural e feliz”.

O então candidato único a chefiar o Governo prometeu melhorar a capacidade governativa da administração local. “Empenhar-nos-emos na elevação da capacidade e do nível de governação da RAEM, na mudança dos conceitos de governação, na optimização da forma de governação, na persistência de governação de Macau em conformidade com a lei, e no aprofundamento da reforma da Administração Pública e do sistema jurídico”.

Assim, disse “optimizar as formas de governação, dar maior importância ao papel dos órgãos consultivos, dos especialistas e académicos, e das associações de amor à pátria e a Macau, auscultar amplamente as opiniões e sugestões dos diversos sectores, dos diferentes ramos de indústria e das diversas camadas sociais”. Resta saber o se as LAG vão trazer estes aspectos latos para o campo das acções e medidas concretas.

Cheque mate

Na segunda-feira, a agenda prossegue como habitual na apresentação de um relatório das LAG. Primeiro Sam Hou Fai irá à Assembleia Legislativa, a partir das 15h, fazer uma apresentação geral aos deputados das questões políticas e orçamentais essenciais para este ano, seguindo-se uma conferência de imprensa.

No dia seguinte, é dia de debate no hemiciclo sobre o mesmo relatório, seguindo-se depois os debates sectoriais com todos os secretários até ao dia 30 deste mês.

Um dos temas políticos que têm estado na ordem dia é o valor dos cheques pecuniários e se estes deixam, ou não, de ser atribuídos a residentes que vivem fora de Macau. Há analistas a defender a reformulação do programa, mas Sales Marques recorda que “o valor previsto para os cheques pecuniários na discussão do orçamento para 2025 é de 10 mil patacas para residentes permanentes”.

“As receitas orçamentais previstas tiveram por base de cálculo uma previsão de receita bruta de jogo de 240 mil milhões de patacas à média de 20 mil milhões por mês. Acontece que as receitas efectivas obtidas até ao fim do primeiro trimestre do corrente ano ficaram aquém das previstas, com um desvio de menos cerca de quatro mil milhões de patacas. O Governo da RAEM já anunciou pela voz do secretário para a Economia que as receitas fiscais inscritas no orçamento em vigor podem não ser atingidas.”

Tendo em conta estas previsões menos optimistas, referidas, aliás, pelo próprio secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, na última semana, Sales Marques acredita que, a haver ajustamentos nos cheques, serão “pequenos”. “Quanto ao método de distribuição, prevejo que continue a ser o mesmo”, rematou.

Já Lou Shenghua acredita que “o plano de comparticipação pecuniária pode sofrer alterações”. “Em termos de montante, é provável que se mantenha o valor de dez mil patacas por residente, mas quanto à forma, poderá ser atribuído em vales de consumo”, referiu.

No passado dia 1, o secretário Tai Kin Ip afirmou que as contas orçamentais estão ainda aquém do esperado. “Reparámos que nos primeiros três meses de 2025 as receitas brutas dos jogos atingiram 57,66 mil milhões de patacas, permanecendo o valor praticamente inalterado em termos anuais, não alcançando ainda a esperada média mensal de 20 mil milhões de patacas”.

Assim, foi deixado o alerta de que “as receitas financeiras do corrente ano poderão não ser tão optimistas como o previsto”, sendo necessário “estudar seriamente a futura situação económica e persistir na gestão dos recursos financeiros com prudência”.

Jogo e outras histórias

Relativamente ao sector do jogo, que continua a ter um peso predominante na economia, Sam Hou Fai confirmou há sensivelmente um mês que as concessionárias e os casinos-satélite têm até ao final do ano que preparar a transição para um modelo de exploração sem subconcessões. Ficará nas “mãos” das concessionárias decidir se vão ou não explorar estes casinos directamente.

Para Sales Marques, esse dossier “preocupa diversos sectores da sociedade, não só pela questão do emprego dos seus trabalhadores, mas também pela repercussão que terá o seu encerramento nas zonas da cidade onde se encontram, sobretudo no comércio a retalho e na restauração, pequeno comércio em geral”.

Assim, “será prudente evitar grandes choques na conjuntura actual”. “Tudo se fará para regularizar essas unidades nos termos da lei em vigor, sem provocar o seu encerramento imediato”, acrescentou.

Já Lou Shenghua espera “haver espaço para negociação sobre a distribuição das receitas entre os casinos-satélite e as concessionárias”.

Apesar das preocupações que residem no desemprego destas pessoas, Sam Hou Fai adiantou em Março, à TDM, que podem ser afastados esses receios. “Sei que os trabalhadores dos casinos-satélite estão distribuídos pelas empresas de jogo, portanto as operadoras têm a responsabilidade de os absorver ou de ter planos para estes trabalhadores”, frisou.

Leis para que te quero

Tendo em conta o historial de Sam Hou Fai na justiça, pois presidiu ao Tribunal de Última Instância desde o estabelecimento da RAEM, podem esperar-se algumas medidas novas na área do Direito.

Sales Marques deposita a expectativas na criação de novos regulamentos “que sejam mais facilitadores ao funcionamento da economia”, bem “mais favoráveis ao ambiente competitivo de negócios desta região da Grande Baía, nomeadamente quanto à contratação de recursos humanos qualificados, condições oferecidas à sua estadia e o das suas famílias e regulamentos administrativos menos burocráticos”.

Lou Shenghua acredita que este poderá, de facto, “prestar mais atenção à reforma jurídica”, embora esta “deva estar em conformidade com as políticas governamentais e acompanhar o ritmo dos tempos, não devendo ser reformada só porque sim”, salientou.

9 Abr 2025

Jogo | Acções das concessionárias com quebras acentuadas

As acções da SJM registaram a maior desvalorização, com uma perda de valor de 17,62 por cento. Contabilizado o dia de ontem, desde o início do ano que as empresas cotadas na Bolsa de Hong Kong estão a perder valor

 

As acções das concessionárias do jogo na Bolsa de Hong Kong registaram fortes quebras, seguindo a tendência dos mercados mundiais, depois do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter decidido impor novas tarifas aos produtos importados pelo país americano.

No dia de ontem, o índice Hang Seng, o principal da Bolsa de Hong Kong, apresentou uma quebra de 13,62 por cento, e as concessionárias de Macau seguiram a tendência, com perdas semelhantes.

Em termos relativos, a SJM foi a empresa com a maior desvalorização, com o preço das acções a cair 17,62 por cento. Na altura da abertura do mercado, cada acção estava avaliada em 2,44 dólares de Hong Kong, mas à hora do fecho o valor tinha caído para 2,01 dólares de Hong Kong por acção.

A Melco International Development apresentou a segunda maior diminuição, com uma queda de 16,07 por cento para 3,29 dólares de Hong Kong por acção. Na abertura do mercado os títulos estavam avaliados em 3,65 dólares de Hong Kong por acção.

O pódio da desvalorização foi completado pela Sands China, que explora o casino The Venetian. As acções da empresa desvalorizaram 14,63 por cento de 14,5 dólares de Hong Kong para 13,4 dólares de Hong Kong.

Quanto à Galaxy, a redução de valor foi de 13,27 por cento, de 27,9 dólares de Hong Kong para 26,15 dólares de Hong Kong por acção. A concessionária Wynn Macau teve uma redução de valor de 13,02 por cento, de 5,13 dólares para 4,81 dólares. Por último, naquela que foi a desvalorização menos acentuada, as acções da MGM China caíram 12,18 por cento, de 9,5 dólares de Hong Kong para 4,81 dólares.

Tendência negativa

Apesar de em ritmo mais acelerado no dia de ontem, desde o início do ano que as acções das concessionárias estão em queda, no que tem sido uma tendência contrária à do índice Hang Seng, que apesar do descalabro de ontem está a valorizar 1,04 por cento desde o início do ano.

A concessionária mais afectada pela perda de valor é a Sands China, que desde o início do ano desvalorizou 28,5 por cento, de 18,6 dólares de Hong Kong por acção para 13,3 dólares. A nível das perdas segue-se a Melco com uma desvalorização de 23,3 por cento, de 4,3 dólares para 3,3 dólares de Hong Kong por acção. A Galaxy, com uma quebra de 18,6 por cento de 32,2 dólares para 26,2 dólares também está no pódio.

Por sua vez, a MGM China viu, desde o início do ano, o valor das acções cair 17,4 por cento, de 10,9 dólares para 9,0 dólares de Hong Kong, enquanto a SJM Holdings teve uma quebra de 16,7 por cento de 2,4 dólares por acção para 2,0 dólares de Hong Kong., A Wynn Macau teve uma redução de 15,8 por cento, de 5,7 dólares para 4,8 dólares de Hong Kong.

7 Abr 2025

Habitação | Centaline avisa que preços vão cair até 20 por cento

A agência imobiliária traça um cenário negativo do mercado imobiliário, que afecta o preço das habitações, mas também as rendas das lojas. Segundo a empresa, após anos em negação, os senhorios de lojas começam a perceber que vão perder dinheiro

 

A agência imobiliária Centaline prevê que os preços da habitação apresentem quebrad de 10 a 20 por cento ao longo do ano. A previsão consta do mais recente relatório da agência sobre o mercado do imobiliário local, publicado no final da semana passada, e que aponta que o sector atravessa uma “idade do gelo”.

“O mercado imobiliário de Macau está a atravessar uma fase de desenvolvimento em forma de ‘U’, pelo que se espera que a pressão para reduzir os preços da habitação se prolongue”, é referido. “Os preços da habitação vão atravessar uma nova vaga de quebras entre 10 e 20 por cento”, foi acrescentado.

Ao referir a forma de “U”, a Centaline prevê que a queda seja seguida de um período de crescimento, após uma fase de estagnação. No entanto, é necessário atingir o fundo. E esse momento é difícil de prever: “A dimensão da queda vai depender de vários factores, incluindo o ritmo da redução dos juros nos Estados Unidos, assim como das políticas de auxílio ao mercado”, foi explicado.

Com base nesta tendência, a agência admite que se vive uma “idade do gelo”: “O mercado imobiliário entrou na idade do gelo, com os preços da habitação e o volume de transacções a caírem”, foi escrito. “No segundo trimestre, as nossas estimativas apontam para que o volume das transacções seja de cerca de 200 transacções por mês”, foi previsto.

Acordar para a realidade

Em relação ao mercado de arrendamento de lojas, a situação não é muito diferente, e a Centaline indica que os proprietários das lojas vão ter de aceitar a nova realidade, e possivelmente desfazer-se das lojas. “No ano passado, muitos dos investidores ainda acreditavam que a queda do preço das rendas se devia à pandemia ou ao aumento das taxas de juro. Acreditavam que tudo ia voltar à ‘normalidade’, pelo que preferiam pagar os juros [das hipotecas] e manter a aposta nos seus investimentos”, foi explicado.
“Recentemente, começaram a aperceber-se que os dias dos bons de investimentos nas lojas chegaram ao fim, o sector da venda a retalho sofreu uma transformação e a dependência das lojas físicas diminuiu consideravelmente. Por isso, o valor das lojas está a diminuir gradualmente. No caso de segurarem os seus investimentos, muito dificilmente vão obter bons resultados”, foi acrescentado.

A Centaline traça assim um cenário a duas velocidades. Nas zonas mais centrais para o turismo, admite que houve perto de 20 arrendamentos em que o valor da renda ficou acima das 100 mil patacas. No entanto, nos bairros comunitários a situação é muito diferente, principalmente ao nível das lojas no NAPE ou Horta e Costa.

7 Abr 2025

Habitação económica | Candidatura permanente volta a ser afastada

Com a atenção focada nos concursos para habitação económica lançados e 2019, 2021 e 2023, o Instituto de Habitação afasta a hipótese permitir candidaturas permanentes. Em relação aos cinco projectos habitacionais suspensos na Zona A dos Novos Aterros, o Governo continua sem planos de construção

 

O Instituto de Habitação (IH) está concentrado “nos trabalhos de apreciação e atribuição das candidaturas à habitação económica de 2019, 2021 e 2023”. Como tal, não está a ser ponderada, a curto prazo, a candidatura permanente à habitação económica, uma vez que é necessário considerar, de forma abrangente, as mudanças sociais e outros factores”, indicou o presidente do IH, Iam Lei Leng, em resposta a uma interpelação escrita de Nick Lei.

O deputado ligado à comunidade de Fujian tem insistido na reforma das políticas de habitação, em particular na sua flexibilização. Nick Lei salientou que não existe na lei um mecanismo que permita a troca das fracções habitacionais, situação que penaliza os candidatos individuais que não podem mudar de casa mesmo se ao longo do concurso casarem ou tiverem filhos. Também sobre a possibilidade de mudar casa, Iam Lei Leng não avançou uma posição concreta, limitando-se a responder que o Governo irá optimizar as políticas de habitação e que para isso lançou um estudo sobre a viabilidade do regime de troca de habitação económica. O deputado perguntou quando estaria concluído o referido estudo e se os seus resultados vão ser divulgados, mas o presidente do IH não respondeu.

Boa zona

Há sensivelmente um ano, o então secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, revelou na Assembleia Legislativa que o Governo iria suspender a construção de seis complexos residenciais de habitação económica na Zona A dos Novos Aterros, que iriam acrescentar 5.700 apartamentos ao parque habitacional da cidade. Refira-se que Raimundo do Rosário revelou a suspensão em resposta a uma interpelação oral de Nick Lei.

Um ano depois, o deputado voltou a interrogar o Governo sobre projectos de construção e desenvolvimento. O presidente do IH respondeu que, “tendo em conta a situação das candidaturas à habitação económica verificada nos últimos dois concursos, o Governo da RAEM, após avaliação, decidiu suspender o desenvolvimento dos projectos de habitação económica nos Lotes A13, B13, B14, B15 e B16, não havendo, por enquanto, novos planos”.

7 Abr 2025

Segurança nacional | Governo quer rever leis sobre associações

O Executivo de Sam Hou Fai pretende apoiar o desenvolvimento de associações patrióticas e rever as leis que regulam a gestão associativa consoante as exigências inerentes à segurança nacional. As reformas irão seguir “o importante espírito condutor do Presidente Xi Jinping”

 

O Governo vai “rever e optimizar” as leis que regulam as associações, de forma a aperfeiçoar a gestão e “orientar a sua construção”, “consoante as exigências inerentes à perspectiva geral de segurança nacional e as necessidades reais para o desenvolvimento social de Macau”. O compromisso de actualizar a legislação relativa à vida associativa em Macau para acautelar a segurança nacional foi assumido pela directora do Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Ng Wai Han, em resposta a uma interpelação escrita de Lei Chan U.

A intenção do Executivo de Sam Hou Fai é a promoção do associativismo patriótico enquanto pilar essencial da governação de base. “O presente mandato do Governo irá apoiar o desenvolvimento crescente das associações que amam a pátria e Macau na governação de base, aperfeiçoar a rede de trabalhos comunitários, consolidar e expandir a adesão dos residentes”, e “expandir os serviços públicos prestados pelo Governo da RAEM para a camada social de base”. Ng Wai Han acrescenta ainda que o Executivo pretende “coordenar a participação das associações que amam a pátria e Macau na construção comunitária e prestar-lhes ajuda para potenciar as suas contribuições na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Espírito do amor

A directora dos SAFP garantiu também que o Governo pretende “discutir o estabelecimento dos critérios para a qualidade dos serviços sociais e a criação de um sistema de exame e avaliação”.

Na interpelação, o deputado ligado Federação das Associações dos Operários de Macau realçou a importância da governação de base a nível nacional. “Segundo as afirmações do Presidente Xi Jinping, um país é forte quando as suas bases são fortes e o mundo é seguro quando as suas bases são seguras”.

Face a esta linha de pensamento, a directora dos SAFP assegura que “o presente mandato do Governo irá assegurar de modo expedito o importante espírito condutor do Presidente Xi Jinping, atribuindo especial importância à comunicação e cooperação com as associações que amam a pátria e Macau”.

7 Abr 2025

Álvaro Barbosa, vice-reitor da Universidade de São José: “Visto de estudante é muito limitativo”

A Universidade de São José continua a saga de negociações com as autoridades chinesas para recrutar alunos do Interior da China. O vice-reitor Álvaro Barbosa espera, para breve, o aumento a quota de alunos de mestrado de 30 para 200. Quanto à internacionalização do ensino superior, o responsável defende mudanças nos vistos de estudante para facilitar o recrutamento

 

O recrutamento de alunos do Interior da China continua a ser uma questão pendente para a Universidade de São José?

É um processo que está em curso. Temos tido um apoio enorme do Governo de Macau nas negociações para a obtenção da quota para a nossa universidade, e eles têm sido incansáveis no esforço de tentar resolver as questões colocadas pelo Governo Central. Muitas das questões são legítimas e dizem respeito a preocupações que vão surgindo. Foi-nos concedido há cerca de quatro anos uma quota temporária de 30 alunos para mestrados durante um período probatório, que serviu para avaliar como nós, como universidade ocidental, iríamos acolher os alunos da China. Da parte da China, há essa preocupação com o acolhimento dos estudantes em Macau. Acho que temos feito um esforço enorme e os alunos que estão lá, incluídos nesse contingente, estão bastante satisfeitos.

Essa quota é apenas para mestrados?

Sim. Para licenciatura não temos ainda autorização. Desta forma, estamos, neste momento, na fase em que tentamos ultrapassar este período probatório a fim de obtermos uma quota de cerca de 200 alunos para mestrados. Estamos na fase final do processo de avaliação e tudo tem corrido bem. Vamos ter a possibilidade de, no próximo ano lectivo, expandir essa quota. Isso seria óptimo, porque para a nossa universidade, para termos um maior impacto da nossa missão em Macau, é fundamental termos acesso a alunos da China continental. Não podemos ser uma universidade de uma região integrada num país como a China, e não ter contacto com alunos da China.

É mais difícil, para a USJ, competir com outras universidades, como as de Hong Kong, pelos alunos estrangeiros, de fora da China?

A questão do recrutamento dos alunos internacionais tornou-se uma prioridade para as universidades de Macau. Nos últimos dois ou três anos, tem-se tornado evidente que é muito importante essa internacionalização. Qual a dificuldade que existe nisso? Há a questão relacionada com os vistos de estudante, pois actualmente esses vistos não permitem que os alunos façam qualquer tipo de trabalho, negando-lhes esse mecanismo de subsistência local, mínimo, para poderem fazer face a despesas. Também não se contempla a possibilidade de, quando o aluno conclui a sua formação, poder ficar no território e encontrar trabalho. O que todos os países e regiões que são competitivos na área do ensino superior fazem, como Singapura, Hong Kong ou Austrália, é ter políticas de incentivo. Permitem que os alunos trabalhem em tempo parcial, por exemplo. Em Hong Kong quando se termina uma licenciatura o aluno pode ficar no território até um máximo de dois anos para encontrar emprego. Esse tipo de medidas não existe ainda em Macau, mas penso que o Governo está a ponderar essa possibilidade. A partir do momento em que foi tomada a decisão de que é importante a internacionalização do ensino superior, tal tem de ser acompanhado com as medidas correspondentes. O visto de estudante actual é extremamente limitativo e não incentiva a vinda para Macau para estudar, apenas permite a vinda. Essa questão não estava tão presente como está agora, mas agora há uma política estratégica de internacionalização.

É também uma questão de sobrevivência para as universidades locais.

Sim. Talvez não haja maior exemplo de catalisador da diversificação da economia de Macau do que o ensino superior. Temos dez instituições, 60 mil alunos em cerca de 700 mil habitantes. É esse o potencial da internacionalização, o de fomentar a diversificação.

E também a investigação que sai do ensino superior.

A investigação, a dinâmica do trabalho que se faz. Há uma série de vectores que o ensino superior traz a uma região ou país, isso aconteceu com Portugal, por exemplo, com a política das bolsas de doutoramento para estudantes do exterior, que mudou completamente a dinâmica do ensino superior. Cabo Verde desenvolveu-se graças ao impacto do ensino superior.

Falta, então, flexibilizar mais o sistema em Macau.

Não sei se é mais uma questão de ter uma visão holística da estratégia. Pode haver uma ideia, mas depois não se intervém em todas as dimensões necessárias para atingir um certo objectivo. Mas estou muito optimista. Acredito que essa nova política para estudantes é um passo chave a ser tomado em Macau. A estratégia de internacionalização seguida por todos esses países e regiões de que falei, e que foram bem-sucedidos na captação de estudantes internacionais, foi sempre a mesma. Não é preciso inventar muito. Primeiro, deve-se aumentar a capacidade e notoriedade das universidades, e depois é preciso uma política de bolsas de estudo, que vão potenciar um fluxo de alunos, criando uma referência para o território, para que estudar lá se torne um hábito. Depois de haver esse fluxo de estudantes durante uns anos, já se cria uma imagem e pode-se retirar algumas bolsas de estudo, que os alunos vão continuar a escolher determinado território para estudar na mesma. Austrália tem uma enorme indústria do ensino superior, por exemplo, e penso que em Macau só temos de seguir as mesmas estratégias. Fazemos, na USJ, um pouco isso.

Como, em termos concretos?

Oferecemos muitas bolsas, e nesse sentido a Diocese de Macau tem-nos ajudado a construir esse fluxo de alunos internacionais que permita criar essa dinâmica que, esperamos, venha a ser sustentável, por si só, no futuro. Acho que o Governo está também a fazer isso. Sempre houve bolsas de estudo em Macau, atribuídas sobretudo pela Fundação Macau, mas essa medida será fortalecida. Resolvendo a questão dos vistos dos estudantes, criando um sistema de incentivos de bolsas durante cinco a dez anos, Macau terá um futuro brilhante como destino de ensino superior internacional. Mas é preciso investir, continuar, e isso leva alguns anos.

A USJ criou a plataforma “Macau Hub”, em parceria com o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em 2023. Em que fase está esse projecto?

Esse projecto tem a ver com o nosso interesse em desenvolver uma dinâmica de relação dos países lusófonos centrados em Lisboa na área do empreendedorismo, em primeiro lugar. Esse gabinete que temos no CCCM não tem por objectivo oferecer formação em Portugal, mas queremos fazer outra coisa. Como estamos posicionados na Grande Baía e junto a Hengqin, onde se pretende activar um ecossistema empresarial, queremos aproveitar o facto de termos relações com o mundo lusófono para activar o acesso das startups de Portugal, Brasil e Angola, sobretudo, à Grande Baía e Hengqin. Estamos a tentar criar uma espécie de incubadora de empresas transnacional, em que apoiamos o desenvolvimento de negócios lusófonos que queiram estabelecer-se na Grande Baía e também o sistema inverso. Estrategicamente, para uma universidade, é absolutamente fundamental ter uma dinâmica na área do empreendorismo. Actualmente, mais de metade dos nossos alunos não querem ir para o mundo corporativo, mas criar os seus próprios negócios. Da mesma forma que as universidades têm de ter soluções de empregabilidade, também têm de as ter para os empreendedores, que são cada vez mais. Então, uma universidade tem de ter uma incubadora de negócios. A minha visão de futuro para o ensino superior passa por aí: uma universidade, além de ter uma biblioteca e cantina, terá também a sua própria incubadora de negócios. Diria que grande parte dos alunos dos cursos de gestão ou economia sonham ter o seu próprio negócio, sobretudo na China. A China é, talvez, um dos países mais empreendedores do mundo. O CCCM acolhe essa iniciativa em Portugal, mas trabalhamos também com a Universidade Católica Portuguesa.

E resultados concretos, já têm?

Temos uma série de pequenos projectos iniciais que estão a começar agora, e trabalhamos também com muitas organizações empresariais. Negociamos agora uma série de projectos, e penso que tudo se vai desenvolver muito rapidamente, com base nas manifestações de interesse que temos. Estivemos em Angola em Dezembro e já alinhámos uma série de iniciativas, também temos projectos com o Brasil e Portugal.

7 Abr 2025

Grande Prémio Consumo | Mais de 130 residentes desqualificados

Até ao dia 30 de Março, o Grande Prémio do Consumo gerou cerca 115 milhões de patacas em negócios. Segundo dados do Governo, até sábado tinham sido detectados 131 residentes envolvidos em transacções anormais, que acabaram por ser desqualificados da iniciativa destinada a estimular o consumo

 

Durante a primeira semana do Grande Prémio do Consumo, ou seja, até 30 de Março, “foram utilizados benefícios electrónicos no valor de mais de 23,6 milhões de patacas e desconto imediato para idosos no valor de cerca de 6,15 milhões de patacas”. Segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), na primeira semana da iniciativa, que arrancou a 24 de Março, foi gerado consumo no valor de cerca de 115 milhões de patacas.

Apesar do crescimento do volume de negócios, uma das prováveis falhas no sistema previstas pelas autoridades veio a confirmar-se. Até ao passado sábado, foram identificados 131 utentes de instituições de pagamento e plataformas online de takeaway envolvidos em transacções anormais, que acabaram por ser “imediatamente desqualificados de participar nesta actividade”, não podendo participar nos sorteios de cupões de desconto ou de os usar, descreve a DSEDT.

As situações anómalas verificam-se quando os residentes obtêm oportunidades de sorteio com meios irregulares, depois de comprarem produtos num valor superior a 50 patacas na “plataforma de takeaway”.

As irregularidades foram descobertas através de um mecanismo de supervisão estabelecido em conjunto pela DSEDT e as instituições de pagamento e plataformas de takeaway, de forma a “garantir a justiça”.

Pontaria certeira

Mais de 20 mil estabelecimentos comerciais aderiram a esta edição do Grande Prémio do Consumo, aceitando os benefícios electrónicos e descontos imediatos para os idosos. A DSEDT acrescenta que mais de 120 destas lojas e restaurantes lançaram “em simultâneo, ofertas adicionais de consumo”.

Como a iniciativa tem o objectivo de estimular os negócios do pequeno comércio e restauração dos bairros comunitários, os descontos não podem ser utilizados para pagar contas de água, electricidade, gás natural, combustíveis, serviços de telecomunicações, transportes transfronteiriços, serviços médicos, serviços prestados por instituições públicas. Também não podem ser usados em casinos, bancos, seguradoras e outras instituições financeiras, casas de penhores, supermercados de grande escala, administração de propriedades, instituições de ensino, parques de estacionamento, táxis, parquímetros, e em produtos de máquinas de venda automática. A iniciativa irá decorrer até ao dia 1 de Junho.

7 Abr 2025

Aeroporto | Arrancou transporte de carga para Madrid

A primeira rota de carga de longo curso entre Macau e Madrid está a ser operada pela companhia Ethiopian Airlines, da Etiópia. O director para a China da empresa defende que Macau é “uma plataforma importante” para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa

 

A primeira rota de carga de longo curso entre Macau e Madrid arrancou na quinta-feira, com um Boeing 777F operado pela Ethiopian Airlines, que levantou voo do Aeroporto Internacional de Macau (MIA).

A companhia aérea etíope efectuará duas viagens de ida e volta por semana, e os Boeing 777F transportarão principalmente mercadorias de comércio electrónico transfronteiriço, de acordo com uma nota da empresa gestora do MIA, a que a Lusa teve acesso.

“A nova rota irá melhorar ainda mais a rede de carga aérea entre a Ásia e a Europa, fornecendo um apoio logístico mais eficiente às exportações da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau (GBA), e impulsionando a competitividade logística” desta região, acrescenta-se na nota.

Segundo a gestora do MIA, Madrid é um dos principais centros logísticos da Europa, pelo que “a abertura desta nova rota irá satisfazer a crescente procura de carga aérea, ao mesmo tempo que reforça a conectividade entre a GBA e os mercados europeus”, esperando-se que os volumes de carga sejam “cada vez maiores”.

O director nacional para a China da Ethiopian Airlines, Aman Wole Gurmu, citado na nota, afirmou que Macau é “uma plataforma importante” para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, pelo que o lançamento da nova rota irá reforçar esse papel, constituindo-se como um corredor logístico aéreo que ligará a Europa e a Ásia.

Preencher lacunas

“Esta nova rota não só preenche a lacuna no transporte de carga entre Macau e Espanha, mas também aproveita a rede local em Espanha para ligar Macau aos mercados em África e na América do Sul, formando uma rede logística triangular ‘Ásia-África-Europa’”, segundo Aman Wole Gurmu, ainda que a rede perseguida pareça ser “quadrangular”, atendendo à inclusão do continente americano na equação.

“Isto ajudará Macau a tornar-se um centro-chave para as exportações transfronteiriças de comércio electrónico e transporte de carga na área da Grande Baía”, acrescentou.

De acordo com a empresa gestora do MIA, assiste-se a um crescimento constante do negócio de carga nos últimos anos, com a procura de logística aérea a ser impulsionada pelo rápido aumento do comércio electrónico transfronteiriço, tendo o aeroporto de Macau estado envolvido num volume de transporte de carga na ordem das 108.000 toneladas em 2024.

7 Abr 2025

Emprego | Criticada aposta em licenciados de fora sem experiência

O deputado Ron Lam acusa o Governo de se ter desviado da intenção política de permitir às empresas locais a contratação de não-residentes com experiência e sucesso internacionais, e, em vez disso, estar a emitir autorizações de residência para jovens licenciados de fora sem currículo

 

O legislador Ron Lam atacou a política do Governo de permitir a importação como “talentos” de não residentes com formação académica, mas sem qualquer experiência profissional. A crítica surge numa interpelação escrita, em que o membro da Assembleia Legislativa indica que a política é incoerente, dado que se atravessa uma fase em que o desemprego de recém-licenciados está cada vez pior.

No documento divulgado ontem, Lam exige ao Governo que termine com o novo estatuto de autorizar a residência de recém-formados com notas elevadas, mas que sem qualquer experiência profissional.

Na perspectiva do deputado, estas autorizações de fixação de residência em Macau contrariam as políticas apresentadas pelo Governo, e que foram aprovadas na Assembleia Legislativa, que visavam a importação de mão-de-obra qualificada do exterior extremamente bem-sucedida profissionalmente nas suas áreas de actividade.

Ao mesmo tempo que se contrata no exterior, o deputado indica que os jovens licenciados atravessam uma fase muito complicada de entrada no mercado do trabalho, e que as pessoas de Macau que se licenciaram no exterior encontram igualmente um mercado de trabalho com muitos desafios, com dificuldades para encontrarem um emprego de longa duração.

Neste contexto, o deputado pergunta ao Executivo se vai eliminar o regime que permite a contratação de licenciados não-residentes sem experiência profissional.

A realidade dos números

Sobre o problema do desemprego entre os mais jovens, o deputado cita as estatísticas oficiais do ano passado para indicar que 47,1 por cento dos desempregados locais tinham como grau académico pelo menos uma licenciatura. E entre os desempregados com formação no ensino superior, 28,1 por cento tinha entre 25 e 34 anos.

“Os números mostram que em comparação com 2019, a situação do desemprego é mais grave. Muitos jovens e pessoas de meia-idade que têm formação académica ao nível do ensino superior disseram-nos que é cada vez mais difícil encontrar um emprego e que as empresas só querem trabalhadores não-residentes”, descreve Ron Lam.

O deputado escreve também que as várias feiras de emprego organizadas pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais oferecem empregos pouco atractivos, e que em muitos dos casos as vagas de emprego são “falsas”, não levando a contratações.

Lam critica ainda a forma como as estatísticas do desemprego são compiladas, indicando existirem discrepâncias entre os diferentes dados publicados, que em teoria deviam ser semelhantes. O deputado pede ao Governo que corrija este problema o mais rapidamente possível, para poder tomar medidas de emprego de acordo com a realidade do mercado local.

7 Abr 2025

Jiangxi | Sam Hou Fai quer estreitar laços nas áreas do turismo e economia

Equipa que ganha, não mexe. Sam Hou Fai reuniu com mais um dirigente do Interior da China e voltou a afirmar a vontade política de reforço da cooperação na área to turismo, economia e comércio

 

O Chefe do Executivo defendeu o reforço da cooperação com a província de Jiangxi, principalmente ao nível do comércio. A posição foi tomada na quinta-feira, durante um encontro com o vice-secretário do Comité Provincial de Jiangxi do Partido Comunista Chinês e governador da província de Jiangxi, Ye Jianchun.

Na reunião, Sam Hou Fai destacou a posição de Macau como “Centro Mundial de Turismo e Lazer” e defendeu o aumento da cooperação com Jiangxi, que afirmou ser “uma província rica em recursos turísticos”.

Na perspectiva do Chefe do Executivo, as duas partes encontram-se numa situação de complementaridade, podendo alcançar “uma situação com benefícios mútuos”. Sam Hou Fai também indicou que “os dois territórios podem ainda reforçar a colaboração nas áreas economico-comercial, medicina tradicional chinesa, culturas criativas, convenções e exposições e serviços topo de gama”.

Ao mesmo tempo, o líder do Governo de Macau convidou a província do Interior a “tirar melhor proveito do papel singular de Macau como plataforma entre a China e os países lusófonos”, indicando que a RAEM pode ser um ponto de partida para a província implementar políticas de “expansão para o exterior” e “atracção de capital estrangeiro”.

Trabalho de revitalização

No encontro, Sam Hou Fai fez igualmente um balanço do projecto de “revitalização rural do distrito de Xiushui da província de Jiangxi”, que indicou ser “uma iniciativa conjunta do Governo da RAEM e Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM”. De acordo com o Chefe do Executivo, o projecto está na “terceira fase” e “foram concluídas as modalidades previstas”.

A versão oficial da reunião, divulgada pelo Gabinete de Comunicação Social, não permite conhecer o que se entende por “terceira fase”, nem o investimento realizado pela RAEM no projecto. Porém, o Chefe do Executivo indicou que, “de seguida, Macau e Jiangxi irão continuar a aprofundar uma cooperação pragmática, no sentido de promoverem em conjunto o projecto de revitalização, alcançando, constantemente, novos progressos e novos resultados de eficácia”.

Além do Chefe do Executivo, participaram no encontro o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, e a presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man.

7 Abr 2025

Adelina Moura, docente e formadora: “O telemóvel é como um canivete suíço”

Formada na área das tecnologias educativas, Adelina Moura irá conduzir palestras para pais, alunos e professores sobre o uso de tecnologias digitais nas salas de aula, no âmbito do festival “Letras&Companhia” do Instituto Português do Oriente. A professora entende que proibir o telemóvel nas escolas não é solução

 

Quais os desafios sentidos por professores com a introdução das tecnologias na sala de aula? O telemóvel pode, de facto, ser um complemento à aprendizagem?

Sim. Venho dizendo isso desde 2005. O telemóvel pode ser uma excelente ferramenta de aprendizagem, um meio para motivar os alunos e para que enriqueçam a sua aprendizagem. Temos aqui uma espécie de canivete suíço, um equipamento poderosíssimo nas mãos dos alunos e há uma falha da escola, porque não se trabalha e ajuda os alunos a potenciar esse equipamento que têm. O que acontece é que os alunos aprendem da pior maneira, de uma forma desestruturada, por tentativa-erro. Há uma lacuna, pois os alunos não são alertados para o potencial positivo de utilização do telemóvel. Encaram o telemóvel como uso do tempo livre, gastando tempo nas redes sociais e a fazer “scrolling”, e o tempo consome-se. É essencial que os professores sejam utilizadores, nas suas práticas, do telemóvel, quer para a preparação de aulas e outros projectos, para saber preparar os alunos. Considero que a escola perdeu várias etapas de preparação e sensibilização dos alunos para a utilização destes equipamentos que levam para as aulas e com os quais as escolas não gastaram nenhum dinheiro. Com a proibição de levar o telemóvel para a sala de aula não avançamos nada nesse sentido.

No período da pandemia, por exemplo, o uso das tecnologias, com o ensino à distância, foi bastante potenciado.

Mas durante a pandemia também queimámos algumas etapas em relação ao uso do digital pelos professores, porque antes da pandemia muitos professores não acreditavam e nem usavam. Achavam que era uma moda e não viam grande utilidade no uso dos telemóveis e outras tecnologias. Com a pandemia a utilização desses equipamentos provou que, sem eles, a situação do ensino teria sido muito pior. Nestes anos de pandemia, os professores ficaram mais conscientes das tecnologias que já existem e que estão disponíveis para qualquer um. Com acesso à internet no telemóvel, algo que existe desde 2007 com o lançamento do primeiro Iphone, potencia-se o sistema E-learning e depois passamos para o “mobile learning”, em que é possível aprender em qualquer lugar e qualquer hora com os dispositivos móveis. É esta realidade que vemos um pouco afastada da escola.

E depois da pandemia, como tem sido?

Julgo que vamos dar mais alguns passos em relação à literacia digital. Com a inteligência artificial (IA), parece que estamos como na fase em que criei o meu primeiro website, em 1999, ou o email, em 1995. Estamos no início. Mas são já 30 anos de tecnologia em que houve muitas mudanças, e a tecnologia vai de facto avançando e se no imediato não percebermos o que temos disponível, nós e alunos, ajudamos a criar um fosso que já aconteceu no passado em relação ao digital. Face à IA, se não olharmos para trás e não percebermos o que não foi feito e devia ter sido ao nível da escola, estamos a perder tempo. Só daqui a uns anos as pessoas vão ficar alerta à IA, e a lacuna vai aumentando. Daí ser muito importante apostar agora, já nesta fase inicial, na formação de professores, alunos e famílias.

Há muita ignorância dos pais, afastamento dessa realidade?

Temos pais que são deste século. Ou seja, nasceram com a existência dos computadores, Internet, viram o aparecimento do smartphone. Mas quando estudaram, a escola não falava do potencial do digital. Então, esses antigos alunos, vieram para a sociedade e não trouxeram essa sensibilidade para o digital, para educar os filhos. Nós, professores, quando damos formação no digital, estamos a fazer um bem à sociedade porque também estamos a preparar estes jovens para o futuro, pois vão ser pais e devem ter essa consciência para educar os filhos. Na escola não preparamos apenas para o mercado de trabalho, mas para a vida pessoal e familiar. Daí a formação de professores ser essencial. O convite que recebi do IPOR parece-me uma excelente visão holística de tudo, porque a escola inclui diversos actores, de ligação com a sociedade.

Como a IA deve ser introduzida na sala de aula?

Assistimos actualmente a mudanças nos motores de busca, de facto. Temos motores de busca criados de raiz para a era da IA, por exemplo. A melhor maneira de introduzir a IA na sala de aula é perguntar aos alunos o fazem e como a utilizam, e já recorrem a essa ferramenta. No início do ano lectivo peço sempre aos alunos para responderem a um questionário sobre as suas rotinas digitais, e aí fico a saber mais ou menos as suas práticas. Em 2023, quando saiu o ChatGPT, introduzi a IA nas minhas aulas, e percebi que os alunos estavam a usar essa ferramenta para enganar os professores. Os alunos têm de perceber que, ao usar a IA, estão a cair numa certa armadilha, porque não estão a aprender. É a lei do menor esforço, igual à fase em que surgiu a Internet, em que os alunos seleccionavam, copiavam e enviavam para o professor. Temos agora o problema de as respostas estarem em português do Brasil, por exemplo, e vejo logo que foi usada a IA. Temos, portanto, de desmontar na cabeça dos alunos esta actuação e enfrentá-los. Digo-lhes que estão a ser desonestos intelectualmente e que não leram a resposta obtida pela IA, por exemplo. Sinto, desde 2023, que os alunos, nas respostas a esse questionário que faço, dizem ter receio de usar o ChatGPT porque têm medo de ser apanhados pelos professores. Ou seja, parece terem ganho alguma consciência.

Vai dar estas palestras num contexto educacional diferente, na Ásia, em que o uso do telemóvel pode ser mais precoce. Como vai lidar com essas diferenças, ou entende que os problemas do uso da tecnologia na sala de aula são transversais?

É uma questão transversal. Temos de nos questionar se o uso de determinado equipamento e ferramenta nos vai tornar mais sábios? A mim parece-me que não, pois podemos ter o equipamento, mas o uso que fazemos dele varia muito. Digo aos meus alunos que eles deveriam ter vergonha, porque têm um acesso muito mais fácil aos conteúdos do que no meu tempo, em que tínhamos verdadeiramente de fazer pesquisa e ler em formato físico. Digo-lhes que, com esta tecnologia, deviam todos ter nota 20, e que estão a desperdiçar recursos, sendo desonestos intelectualmente, porque assinam trabalhos que não são deles e não leem, sequer, o que entregam. Um dos trabalhos que temos com os alunos é ensiná-los a fazer referências bibliográficas, referir as fontes. Mas eu sou optimista por natureza, e espero que daqui a uma década os alunos do ensino secundário que sejam pais e mães consigam lidar com estes problemas das redes sociais e aumento de fraudes com os seus filhos. É essa “escola de pais” que a escola pode ajudar a criar. Estamos num momento sem retorno do digital, e proibir é a situação mais cómoda, mas não é a melhor para enfrentar a realidade. Temos de usar as palavras certas para alertar. Temos nesse tempo de alertas e de consciências, de incentivo ao espírito crítico dos nossos alunos, que é pouco actualmente.

 

Formar quem ensina

Adelina Moura irá ministrar um workshop para professores do território no sábado, com a sessão “Literacia Digital – Promoção de Interacções Positivas em Linha”, dirigida a professores e agentes do ensino infantil, primário e secundário. A sessão decorre na sede do IPOR, entre as 10h e as 13h.

No mesmo dia, mas à tarde, a sessão será dirigida para pais e filhos. Licenciada em Ensino do Português e Francês, mestre em Supervisão Pedagógica do Ensino do Português e doutorada em Ciências da Educação, na especialidade de Tecnologia Educativa, Adelina Moura tem vindo a desenvolver investigação na área do Mobile Learning, com várias publicações em Portugal e no estrangeiro.

É docente do ensino básico e secundário, tutora de cursos de formação à distância do Instituto de Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e formadora da formação contínua de professores, em didácticas específicas (Português e Francês) e tecnologia educativa. Na quarta-feira, a partir das 18h30, Adelina Moura, Nuno Gomes e Min Yang vão debater “A Inteligência Artificial na Educação”.

7 Abr 2025

Jogo / Receitas | JP Morgan e Seaport Partners com visões distintas

As receitas de 19,66 mil milhões de patacas em Março ficaram dentro das expectativas do mercado, mas a correctora Seaport Research Partners avisa que as recentes campanhas contra as trocas ilegais de dinheiro podem fazer cair o volume das apostas

 

“Não foram más de todo”, foi desta forma que o relatório mais recente do banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific) classificou as receitas brutas do jogo de Março, que atingiram os 19,66 mil milhões de patacas. A reacção do banco de investimento foi citada, na quarta-feira, pelo portal GGR Asia.

As receitas neste mês de Março representaram um aumento de 0,8 por cento face ao período homólogo, mas uma redução de 0,4 por cento em comparação com Fevereiro.

Todavia, o relatório assinado por DS Kim, Selina Li e Shi Mufan, aponta que o montante total ficou “um por cento acima das estimativas da JP Morgan [e do mercado] e do consenso [entre os analistas] que previam que não houvesse crescimento”.

O documento indica ainda que a média diária das receitas nos casinos foi de 634 milhões de patacas, o que foi apontado como um volume das receitas diárias semelhante aos dos meses de Janeiro e Fevereiro deste ano. Por isso, os analistas apontaram que as receitas em Março atingiram valores “muito respeitáveis”.

No mesmo sentido, a JP Morgan considerou que os sinais do mercado são animadores para a segunda metade do ano. “Isso é um bom presságio para o crescimento melhorar no segundo semestre de 2025”. “Mantemos a nossa previsão do crescimento das receitas do jogo em 2025 de 3 por cento, com o primeiro semestre a apresentar um crescimento de 0 a 1 por cento, e o segundo semestre com um crescimento entre 5 e 6 por cento”, foi acrescentado.

Abaixo das expectativas

Por sua vez, a correctora Seaport Research Partners teve uma reacção diferente face às receitas, citada pelo portal GGR Asia, dado que tinha previsto um crescimento maior do que o registado.

Segundo o relatório de ontem, assinado por Vitaly Umansky, as receitas “foram mais fracas do que as previsões feitas no início do mês, mas que mesmo assim não deixaram de ultrapassar ligeiramente as estimativas da Bloomberg, que indicava que não haveria qualquer crescimento”.

Por outro lado, a Seaport Research Partners indica que as receitas do final de Março ainda reflectem o possível impacto da campanha das autoridades contra dois grupos de troca ilegal de dinheiro, que actuavam nos casinos, e que envolviam pelo menos 43 pessoas.

Por isso, em Abril a Seaport Research Partners espera que as receitas apresentem uma redução de 0,1 por cento face ao período homólogo e de 5,8 por cento, em comparação com Maio. “A nossa estimativa para Abril é ligeiramente afectada pelos efeitos adversos potenciais de curto prazo ligados à repressão dos cambistas [ilegais]”, foi justificado.

2 Abr 2025

Matadouro | Prejuízos crescem 460 mil patacas num ano

O consumo de carne de vaca, a mais cara, está em contracção no território, com o número de abates de bovinos a cair para o valor mais baixo desde que há registos. A empresa Matadouro de Macau justifica a mudança com novos hábitos de consumo

 

A empresa Matadouro de Macau registou no ano passado um prejuízo de 4,17 milhões de patacas no ano passado, um crescimento de 12,38 por cento das perdas, ou de 460 mil patacas, em comparação com 2023, quando o resultado negativo foi de 3,71 milhões de patacas. A empresa alerta que o território está a registar novos hábitos de consumo, com o abate de gado bovino a atingir o valor mais baixo desde que há registos, excluindo o período da pandemia.

Em 2024, as receitas da empresa registaram um aumento inferior a 1 milhão de patacas, devido às receitas com o abate de animais, que subiram para 10,98 milhões de patacas, face aos 9,98 milhões de patacas de 2023.

Contudo, a subida foi contrariada por um aumento de despesas como os custos com a água e electricidade, que subiram para 1,19 milhões de patacas, face aos 1,07 milhões anteriores, ou gastos com serviços de limpeza e outros fornecimentos, que atingiram 1,97 milhões de patacas, quando no ano anterior não tinham ido além dos 1,37 milhões e patacas.

Também a nível dos salários dos 81 trabalhadores houve um aumento de despesa, de aproximadamente 278 mil patacas.

Diferentes hábitos

O relatório de 2024 do Matadouro mostra também uma empresa a funcionar a duas velocidades, com o abate de suínos a atingir o valor mais elevado desde 2019, enquanto o abate de bovinos caiu para o valor mais baixo desde que há registos.

A gestão da empresa explica o aumento no abate de porcos de 10,86 por cento, para um total de 108.660 animais, com o facto de no último trimestre de 2023 o preço do porco ter registado uma diminuição “de quase 20 por cento”, o que serviu para estimular o mercado em 2024. “A procura pela população da carne fresca de porco aumentou, levou a um aumento do volume do abate a crescer mais de 10 por cento”, foi indicado.

No entanto, o abate de bovinos teve uma quebra de 7,88 por cento, com um total de 1.333 abates, o valor mais baixo pelo menos desde 2015, excluindo 2022, quando o número de abates tinha sido de 1.301, porque o funcionamento do Matadouro foi suspenso. “O volume do abate de gado bovino em 2024 voltou a estabelecer um novo recorde negativo nos registos da empresa, e a principal razão é a alteração dos hábitos de consumo”, foi indicado. “A direcção da companhia espera que esta tendência se continue a verificar nos próximos anos, com a diminuição a ser relativamente gradual”, foi acrescentado.

Nos últimos anos, a economia tem enfrentado uma situação em que é cada vez mais frequente sair para o Interior da China para consumir, ao mesmo tempo que os turistas vindos do outro lado da fronteira têm menos poder de compra.

Novos investimentos

O ano de 2024 ficou ainda marcado pela renovação da concessão para o abate de animais que se vai prolongar até 2029. Além disso, o Governo da RAEM financiou as obras de renovação das cadeias de abate, que estavam em funcionamento, de acordo com o relatório da administração, desde 1987.

Com as obras, o matadouro ficou com uma cadeia de abates só para suínos e outra só para bovinos. No entanto, em caso de necessidade, estas podem ser alteradas para outros animais.

A empresa tem como accionistas o Instituto para os Assuntos Sociais, com uma participação social de 61 por cento, a Companhia de Engenharia e de Construção da China (Macau), com 27,5 por cento, a Teixeira Duarte-Engenharia e Construção (Maca), com 5,8 por cento, e ainda Ngan Yuen Ming, 3,125 por cento, e Ma Iau Lai, com 2,5 por cento.

2 Abr 2025

Saúde | Alerta para aumento da obesidade e hipertensão

Apesar do aumento da esperança de vida nas últimas duas décadas e meia, o Governo está preocupado com a subida gradual da obesidade, hipertensão, e elevados níveis de colesterol e açúcar no sangue. Em 2024, cerca de 80 por cento das mortes registadas em Macau estiveram relacionadas com doenças crónicas

 

Dados do Inquérito sobre a Saúde de Macau divulgado em 2016 já mostravam que mais de metade da população adulta tinha peso a mais. No entanto, a situação actual deve ser pior, indicou ontem a chefe da Divisão de Promoção da Saúde do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde (SS), Wong Weng Man, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau.

Tendo em conta que será lançado no próximo ano um novo inquérito à saúde da população, a responsável prevê que a proporção dos casos de obesidade irá aumentar e que a tendência crescente do excesso de peso é um dos desafios dos SS para os próximos anos.

“O risco de excesso de peso, obesidade, hipertensão arterial, colesterol e açúcar elevados no sangue aumenta gradualmente,” explicou Wong Weng Man, ressalvando que os indicadores de excesso de peso e obesidade em Macau são mais rigorosos do que noutras regiões. Uma das estratégias das autoridades passa por alertar os residentes para a importância de monitorizar o peso e mais cedo possível.

Seguindo tendências

Para inverter a tendência, o Governo pretende cooperar com grupos comunitários e informar a população sobre a gestão de peso e formas seguras de combater a obesidade. Além disso, os SS querem alargar a especialidade de medicina através da formação de médicos e criar uma plataforma online para os residentes acederem a médicos, enfermeiros, médicos de medicina tradicional chinesa, dentistas, nutricionistas, psicoterapeutas e fisioterapeutas. Serão também instalados vários postos de controlo de pressão arterial no território.

Wong Weng Man salientou o perigo da obesidade enquanto causa de doenças crónicas, que foram a principal causa de morte, em cerca de 80 por cento dos casos, durante o ano passado.

A representante dos SS destacou ainda o aumento da esperança de vida média em Macau, que subiu cinco anos desde 1999, e se fixou em 83,3 anos em 2024. Importa referir que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a esperança de vida média a nível global também subiu cinco anos entre os anos 2000 e 2015.

2 Abr 2025

IH / Incêndio | Alarmes que não soaram podem originar sanções

O Instituto de Habitação garante estar a acompanhar as fiscalizações na sequência do incêndio no complexo de habitação pública Edifício do Lago, em especial devido aos alarmes não terem tocado. A entidade promete comunicação estreita com a administração do edifício, mas não esclarece se foram encontradas irregularidades

 

O Instituto de Habitação (IH) recebeu relatórios elaborados pelo Corpo de Bombeiros e pela empresa de administração do Edifício do Lago sobre o que se passou no incêndio que deflagrou no complexo de habitação pública no dia 24 de Fevereiro. Duas mulheres foram hospitalizadas e 18 pessoas necessitaram de auxílio para serem retiradas do edifício, embora sem ferimentos.

No rescaldo do incêndio, os moradores queixaram-se de que não ouviram os alarmes soarem. Além disso, os bombeiros confrontaram-se com informações erradas sobre o piso onde começaram as chamas.

Em resposta a uma interpelação escrita da deputada Lo Choi In, o IH afirma que “está a acompanhar” os relatórios sobre o caso, “bem como a proceder a trabalhos de investigação” e que, caso sejam verificadas irregularidades, “instaurará o respectivo procedimento sancionatório”.

Porém, a resposta assinada pelo presidente do IH, Iam Lei Leng, não refere se foram apuradas deficiências de gestão responsáveis por problemas nos equipamentos contra incêndios, limitando-se a sugerir que “quanto à administração de propriedades do edifício, o CB continuará a manter uma comunicação estreita com o IH e a prestar o apoio necessário no que respeita à gestão da prevenção de incêndios”.

Trabalhar os trabalhos

Iam Lei Leng salienta que o IH faz inspecções e “fiscaliza a administração das partes comuns da habitação económica e o funcionamento das instalações”, sem referir se o fez recentemente no Edifício do Lago. Porém, afirma que sugere “às empresas de administração de propriedades que enviem os seus trabalhadores para participarem em palestras ou acções de sensibilização e de educação sobre a segurança contra incêndios”.

Apesar da ocorrência frequente de incêndios em prédios de habitação, as autoridades garantem que o CB divulga informações sobre segurança contra incêndios, através de palestras, acções de prevenção de incêndios e de desastres, exercícios de evacuação, visitas a associações de moradores e organizações, e distribuição de panfletos.

“Entre 2024 e Fevereiro de 2025, o CB desenvolveu mais de 520 acções de sensibilização de prevenção de incêndios em edifícios e distribuiu cerca de 8.000 panfletos e cartazes com informações de prevenção contra incêndios”.

2 Abr 2025

João Romão, académico: “Macau está numa posição altamente privilegiada”

Docente na Yasuda Women’s University, no Japão, João Romão prepara-se para lançar, em Junho, um livro intitulado “Economic Geography of Tourism”. Em declarações ao HM, o académico realça a interligação entre turismo, economia e geografia, e elenca as suas possibilidades, limitações e efeitos, inclusivamente em Macau

 

 

Neste livro fala do conceito de “economia espacial”, em conexão com o turismo e geografia. Como se dá essa ligação?

A geografia económica combina o contexto geográfico com os processos económicos, sendo estudada a distribuição espacial das actividades económicas. A economia do turismo é particularmente sensível a estas condicionantes geográficas, pois são as características de cada lugar que potenciam o desenvolvimento de determinados produtos ou serviços. Essas características ultrapassam largamente os aspectos físicos do território e incluem também a cultura, a história, os modos de vida ou até as instituições e os enquadramentos legais. O caso dos casino, algo particularmente importante em Macau, é um bom exemplo da importância de aspectos jurídicos para desenvolver certos tipos de turismo. A geografia económica tem um âmbito mais vasto que a economia espacial, mais focada em aspectos estritamente económicos. Sendo evidente no turismo essa relação entre a economia e a geografia, este livro estabelece uma dupla abordagem que sistematiza a interdependência destes três aspectos que refere. Primeiro explora a forma como os conceitos e teorias da geografia económica se podem aplicar ao turismo. Na segunda parte faz o percurso inverso, discutindo como a análise de problemas relevantes do turismo contemporâneo justifica o recurso à geografia económica. São exemplos a degradação de recursos locais, impactos ambientais, contributo para alterações climáticas, aceleração de processos de gentrificação ou perturbação de modos de vida comunitários.

Ter uma economia excessivamente dependente do turismo pode constituir um problema ou uma salvação?

As duas coisas, e são ambos casos que a geografia económica pode ajudar a compreender. A industrialização das economias está ligada a processos de aglomeração de actividades que se reforçam mutuamente quando atingem uma determinada escala. Isso permite a massificação da produção e do consumo, com custos razoáveis. As indústrias contemporâneas, mais associadas à integração de tecnologias digitais e processos criativos, estão menos aglomeradas em zonas especializadas de desenvolvimento industrial, mas tendem a concentrar-se nas grandes cidades e áreas metropolitanas. Daqui também resulta que zonas rurais, ilhas, ou sítios que não acompanharam os processos de industrialização, têm mais dificuldade em mobilizar investimentos, tecnologias ou pessoas qualificadas para inovar e desenvolver novas indústrias. Nesses casos, o turismo aparece frequentemente como a solução possível, uma vez que se pode desenvolver com incorporação de tecnologia e conhecimento relativamente baixos. Por outro lado, o consumo turístico, não sendo essencial à vida humana, é muito sensível a flutuações de rendimentos.

Pode dar exemplos?

Isso foi visível, por exemplo, com a crise internacional de 2007/2009. O turismo também é muito vulnerável a problemas de segurança ou de epidemias internacionais, como o caso do covid-19 demonstrou ao extremo. Economias demasiado especializadas no turismo são muito vulneráveis a choques externos e menos resilientes perante crises. É visível também que, sendo o desenvolvimento turístico frequentemente suportado por serviços de mão-de-obra intensiva e fraca incorporação tecnológica, a especialização em turismo pode provocar, no longo prazo, constrangimentos em termos das qualificações da população, da capacidade de inovar e integrar tecnologia ou de acrescentar valor à economia regional.

O livro fala também de “Turismo Inteligente” e da “co-criação de experiências”, com recurso a megadados e IA. O turismo está, definitivamente, a ficar mais digital?

As redes sociais são instrumentos fundamentais para as novas gerações. Começaram, entretanto, a generalizar-se as ferramentas para planeamento ou promoção de viagens suportadas por inteligência artificial. O chamado “turismo inteligente” designa de uma forma mais geral a utilização de tecnologias digitais para intensificar os fluxos de informação, consolidar a formação de redes e promover tomadas de decisão mais informadas e partilhadas, eventualmente contribuindo para a chamada “co-criação de experiências”. A digitalização do turismo tem as suas origens nos sistemas de distribuição de serviços originalmente desenvolvidos por companhias aéreas, desde os anos 1960, mas seria a Internet a acelerar e globalizar a digitalização.

E as redes sociais.

A emergência das redes sociais promoveu a criação de um universo mais interactivo, potencialmente em tempo real e envolvendo largos números de utilizadores e vários de tipos de suportes. A generalização da utilização de telefones móveis permanentemente conectados à internet, mesmo em viagens ao estrangeiro, aumentou ainda mais este potencial para a utilização intensiva e interactiva de dados e informação. Esta “co-criação”, no entanto, esconde evidentes desequilíbrios de poder.

Tais como?

No que diz respeito ao turista, ou consumidor em geral, cabe normalmente o papel de fornecer informação, por exemplo através das redes sociais. Essa informação é obtida, acumulada e comercializada, por vezes sem consentimento ou até sem conhecimento, para eventualmente se traduzir na criação, adaptação ou promoção de produtos e serviços. Este processo é particularmente importante no caso do turismo, por haver normalmente um período longo entre a decisão de viajar e a viagem propriamente dita. Esse período de exploração e planeamento de viagem é aproveitado pelas empresas de marketing turístico para tentar influenciar as escolhas. Este tipo de interacção também introduz uma diferença na “espacialidade” da provisão de serviços turísticos, que normalmente são produzidos e consumidos ao mesmo tempo e no mesmo lugar, numa relação directa entre produtor e consumidor. A digitalização do turismo antecipa grande parte destas interações e fluxos de informação e transfere-as para grandes empresas tecnológicas ou de marketing e distribuição.

Num mundo onde cada vez se viaja mais, os percursos são mais curtos e o acesso à informação é imenso, como podem os países e regiões ser competitivos na oferta turística?

O turismo contemporâneo vive num ambiente internacional altamente competitivo. Mas da mesma forma que há uma grande variedade de destinos e ofertas, também há uma grande diversidade de preferências e consumos, aquilo que se vai designando como “hiper-personalização”, resultado da tal abundância de informação e oportunidade de interação. O desafio que se coloca aos destinos é o de identificar os recursos, produtos e serviços que se possam ajustar a um determinado grupo de consumidores, para comunicar com eficácia. Esta competitividade ultrapassa em muito o âmbito estrito dos serviços turísticos porque também requer serviços de mobilidade e transporte, infra-estruturas variadas, segurança, apoio médico, ou fácil comunicação. Qualquer lugar que pretenda desenvolver a sua indústria turística tem que intervir sobre todos estes factores.

O livro aborda também como os “processos sociais” moldam o desenvolvimento do turismo. No caso da China, por exemplo, acredita que estamos a assistir a uma mudança, que terá consequências para Macau?

Parece-me que Macau está numa posição altamente privilegiada para desenvolver outras formas de turismo. A China é o maior mercado emissor do mundo, a subida generalizada de rendimentos das últimas décadas permite a muitos milhões de pessoas explorarem a oportunidade de viajar. Macau é um destino muito próximo e ao mesmo tempo distinto, com as suas particularidades históricas e culturais. Para a população chinesa não era fácil visitar Macau e há certamente um interesse muito grande.

Como entra o projecto da Grande Baía nisso tudo?

A estratégia que está a ser seguida com a integração da Grande Baía permite desenvolver uma oferta cosmopolita e diversificada que pode certamente atrair turistas chineses e de outras partes do mundo. De resto, estas três áreas têm excelentes escolas de hotelaria e turismo, que garantem pessoal qualificado para a gestão e planeamento do turismo. O elemento de diferenciação que a cultura portuguesa introduz neste contexto pode certamente contribuir para o sucesso da transição de um turismo focado nos casinos para outras formas que valorizem mais a cultura e o património.

É possível ter um turismo sustentável?

Os problemas e as dificuldades da sustentabilidade do turismo são mais visíveis do que noutros sectores. A tal “espacialidade” do turismo (em que o consumidor é obrigado a deslocar-se ao local de consumo), implica que as consequências desse consumo se tornem mais evidentes. Esses efeitos são menos óbvios quando se trata da insustentabilidade de unidades industriais ou de formas de agricultura intensiva em áreas relativamente isoladas. Como as estratégias de massificação para redução de custos e rentabilização de investimentos também se aplicam ao turismo, as consequências sobre o ambiente ou a qualidade de vida dos residentes nos destinos podem ser devastadoras. A sustentabilidade implica uma perspectiva de longo prazo baseada na ideia de que as decisões de hoje não implicam consequências negativas futuras. Práticas sustentáveis dependem do controlo dos impactos que se vão acumulando ao longo do tempo por agentes económicos individuais e independentes.

Como pode ser feito esse controlo?

Quando um hotel ou uma companhia aérea definem que capacidade vão instalar nos seus serviços podem eventualmente estimar o impacto que os consumidores vão provocar no ambiente ou economia locais. Já terão mais dificuldades em antecipar que impactos vão ser gerados nos 10, 15 ou 20 anos seguintes ao investimento. E, seguramente, será impossível aferir como esse impacto se acumula aos impactos provocados por outros prestadores de serviços, agora ou no futuro. Ou seja: ainda que a ideia de sustentabilidade seja generalizadamente aceite, os agentes económicos não têm, na prática, mecanismos ou instrumentos para a avaliar. A regulação da utilização de recursos e territórios por entidades públicas com uma perspectiva mais abrangente e de futuro, pode contribuir para a sustentabilidade de uma forma mais eficaz do que a regulação associada à dinâmica dos mercados, que em muitos casos se tem revelado altamente predatória. A economia chinesa é um desses exemplos e pode eventualmente beneficiar disso.

E no caso concreto de Macau?

Macau tem problemas historicamente conhecidos: áreas ultra-urbanizadas e poluídas, com grandes consumos energéticos e produção de resíduos; grande concentração de turistas numa área relativamente pequena de grande interesse histórico e cultural; grande dependência do jogo, com os decorrentes desequilíbrios na apropriação de benefícios do turismo. A transição em curso para novas formas de turismo deve resolver melhor estes problemas e a regulação pelo estado terá certamente melhores resultados do que a baseada nas dinâmicas de mercado.

2 Abr 2025

Jogo | Receitas de Março com subida de 0,8%

As receitas do primeiro trimestre do ano apresentam um aumento de 0,6 face ao período homólogo. No entanto, os valores que entram nos casinos continuam longe da realidade pré-pandemia

 

Em Março as receitas brutas do jogo atingiram 19,66 mil milhões de patacas, o que representou um ligeiro aumento de 0,8 por cento em comparação com Março de 2024. Os dados foram divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), através do portal oficial.

Em Março do ano passado, os casinos registaram receitas brutas de jogo de 19,50 mil milhões de patacas, o que indicou uma tendência de crescimento de 12,74 por cento face a Março de 2023. Recorde-se que Março de 2023 foi um dos primeiros meses em que os casinos voltaram a beneficiar da fronteira sem restrições, depois dos condicionamentos, e até encerramentos, que vigoraram entre o início de 2020 e Janeiro de 2023.

No entanto, os valores das receitas ainda estão longe do que acontecia em Março de 2019, antes do impacto da pandemia na economia de Macau. Nesse mês, as receitas dos casinos atingiram 25,84 mil milhões de patacas, 31,4 por cento, ou 6,18 mil milhões de patacas, acima dos valores mais recentes apresentados pela DICJ.

Quando a comparação é feita com Fevereiro deste ano, mês em que as receita foram de 19,74 mil milhões de patacas, Março apresentou uma tendência de quebra de 0,4 por cento das receitas. Contudo, parte do início de Fevereiro coincidiu com alguns dos dias dos feriados do Ano Novo Lunar no Interior, que tradicionalmente é uma das épocas mais altas para os casinos.

Ano mais gordo

Com os dados divulgados ontem pela DICJ foram também conhecidas as receitas brutas do jogo durante o primeiro trimestre do ano.

Os números mostram que nos primeiros três meses do ano houve um aumento das receitas de 0,6 por cento, em comparação com o período homólogo, para 57,66 mil milhões de patacas. No primeiro trimestre de 2024, as receitas dos casinos tinham sido de 57,33 mil milhões de patacas.

A análise trimestral mostra também que as receitas da indústria estão longe do que era habitual antes da pandemia, das campanhas contra os promotores do jogo e das alterações legislativas que tornaram o exercício da profissão muito mais difícil. Entre Janeiro de Março de 2019, os casinos apresentaram receitas de 76,15 mil milhões de patacas. A comparação com o cenário actual mostra uma diferença de 18,49 mil milhões de patacas, no que significa uma redução de 24,3 por cento.

As estimativas do Governo a nível das receitas do jogo para este ano apontam para cerca de 240 mil milhões de patacas, o que representa um aumento de 6 por cento face a 2024.

1 Abr 2025

Fronteira | Estimadas 700 mil travessias no feriado

A Administração Nacional para a Imigração prevê um aumento dos movimentos fronteiriços no feriado do Cheng Ming. As autoridades estimam que na sexta-feira, as fronteiras entre Zhuhai e Macau registem cerca de 700 mil travessias, mais de metade através de Gongbei. A nível nacional, a estimativa aponta para um aumento superior a 20 por cento

 

A Administração Nacional para a Imigração prevê que durante o Cheng Ming, o feriado que se assinala na sexta-feira o Dia dos Finados, as fronteiras entre Zhuhai e Macau registem cerca de 700 mil travessias. O Cheng Ming é um festival tradicional chinês de reverência aos antepassados, que se celebra no início de Abril, quando as famílias visitam cemitérios para limpar os túmulos. Como tal, gera um grande fluxo de viagens, impulsionado pelo facto de ser feriado nacional.

Segundo um comunicado emitido ontem pela Administração Nacional para a Imigração, é previsto que o posto fronteiriço de Gongbei registe cerca de 367 mil movimentos fronteiriços, o mais movimentado, seguido da Ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau com 123 mil travessias. Em terceiro lugar, as autoridades colocam a fronteira de Qingmao com uma estimativa de 114 mil travessias e, finalmente, Hengqin com 95 mil.

A Administração Nacional de Imigração tomou medidas especiais em relação às inspecções fronteiriças para este fim-de-semana prolongado, exigindo aos agentes o reforço da monitorização do tráfego e a divulgação atempada sobre o fluxo de passageiros de entrada e saída nos postos, de forma a permitir informação detalhada às pessoas para planearem os seus itinerários.

Alargando o escopo

A entidade nacional acrescentou que espera um aumento significativo de entradas no Interior da China, sobretudo de pessoas vindas de Hong Kong, Macau, Taiwan e de chineses ultramarinos.

Além disso, a Administração Nacional para a Imigração garante que vai abrir o maior número possível de corredores de inspecção nas fronteiras com Hong Kong e Macau e nos aeroportos com voos directos para Taiwan. No cômputo geral, a entidade prevê que 2,1 milhões de pessoas atravesse fronteiras para a China na sexta-feira, o que representa um aumento de 21,4 por cento face ao ano passado.

No que se refere a Macau, nos primeiros dois meses deste ano houve um aumento de 10 por cento da entrada de turistas. Após o feriado do Dia dos Finados, o fim-de-semana da Páscoa é um período quente do mercado turístico, apesar da Páscoa não ser um feriado nacional. Porém, Macau tem contado tradicionalmente com uma significativa proporção de turistas vindos de Hong Kong, algo que pode ser impulsionado este ano pelas campanhas de promoção e descontos do Governo na região vizinha.

Segundo o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, o número de turistas durante o fim-de-semana da Páscoa pode aumentar cerca de 10 por cento em termos anuais.

1 Abr 2025

DSEDJ | Jovens “patriotas” convidados para canal consultivo

Apesar de convidar os cidadãos a apresentarem as suas candidaturas, a DSEDJ tem um canal especial de recomendação de membros pelas associações locais e associações de estudantes

 

A Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) está a criar um grupo para ouvir os jovens com idades entre os 18 e 30 anos, mas só vai aceitar as inscrições dos jovens “patriotas” e que se identifiquem com o “valor nuclear” do Amor pelo País e por Macau. O anúncio da abertura das candidaturas foi feito através de um comunicado publicado na segunda-feira à tarde, apenas divulgado em chinês.

Segundo a informação oficial, o Grupo Consultivo Para Jovens tem como objectivo reforçar a capacidade de ouvir as vozes mais novas da população e aumentar o número de canais para a “interacção positiva” com o Governo. Além disso, indica a DSEDJ, este é um esforço que se enquadra no espírito do Executivo de “trabalhar arduamente” em prol dos jovens.

A criação do grupo é igualmente enquadrada na Política de Juventude de Macau (2021-2030) e no objectivo de aumentar a cooperação entre o Governo e os jovens para “melhorar a participação social e a integração no desenvolvimento nacional”.

O grupo organizado pela DSEDJ vai ainda servir para “proporcionar uma plataforma” e “oportunidades” para os jovens de Macau “apresentarem opiniões e sugestões sobre estudos, emprego, empreendedorismo, direito de propriedade e desenvolvimento pessoal” e participarem na construção da Grande Baía.

Prioridade às associações

O patriotismo é assim o principal critério de selecção, mas o Governo exige também “experiência em serviços sociais”, conhecimento sobre as políticas de juventude, boa capacidade de comunicação e capacidade de análise. O peso de cada critério na selecção não foi indicado no comunicado.

A DSEDJ indica que as candidaturas estão abertas aos jovens cidadãos individuais, mas o comunicado destaca, em primeiro lugar, a possibilidade de as propostas dos membros partirem das associações locais ou associações de estudantes das universidades locais. As associações têm de levantar um formulário que depois é enviado por correio electrónico.

Os cidadãos individuais podem apresentar as suas candidaturas através da Conta Única, sendo o prazo limite 11 de Abril, uma sexta-feira, que também é o limite para as “recomendações” das associações.

Os jovens inscritos com sucesso vão ser notificados, e depois haverá um concurso de reuniões de que vão ser realizadas, como fase de apuramento, no final de Abril. A lista de candidatos admitidos é revelada no portal da DSEDJ.

1 Abr 2025

Zhongshan | Sam Hou Fai aposta em cooperação económica

O Chefe do Executivo quer que empresas de Zhongshan aproveitem Macau para entrar nos mercados dos países de língua portuguesa. Sam Hou Fai destacou também que as melhorias nos transportes na Grande Baía estão a aproximar todas as cidades

 

O Chefe do Executivo defendeu o aprofundamento da cooperação entre Macau e Zhongshan, a sua terra natal, como forma de desenvolver a economia das duas cidades. A opinião foi expressa durante um encontro com o secretário do Comité Municipal de Zhongshan do Partido Comunista Chinês (PCC) e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Municipal de Zhongshan, Guo Wenhai.

A reunião aconteceu na sede do Governo e, de acordo com a versão oficial, Sam Hou Fai começou por considerar que “Macau e Zhongshan têm mantido uma relação estreita e boa” com um intercâmbio e uma cooperação “em várias áreas” e com “uma base sólida”.

O dirigente do Governo de Macau indicou ainda que no futuro espera que “ambas as partes” continuem a aplicar “o princípio de benefícios mútuos” para poderem “potenciar as suas próprias vantagens industriais, impulsionar de forma abrangente, o reforço da cooperação dos dois territórios na área da economia e comércio, biomedicina, cultura e turismo, tecnologia de ponta e ensino superior”.

O governante da RAEM destacou igualmente que na “área da cultura e turismo” com “a entrada em funcionamento da Ponte Shenzhen-Zhongshan” as cidades da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau ficaram mais próximas, pelo que espera um maior impulso no “fluxo de visitantes dentro da Grande Baía” e “novos resultados da cooperação regional”. Ainda assim, Sam Hou Fai realçou que é necessária uma maior “facilitação dos transportes”.

Aproveitar as vantagens

Por outro lado, o Chefe do Governo afirmou esperar que “as empresas do município de Zhongshan aproveitem melhor as vantagens de Macau como Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa” e que alarguem “a relação de cooperação com os Países de Língua Portuguesa na área de comércio e investimento”.

Além do Chefe do Executivo, estiveram no encontro pelo lado de Macau a chefe do gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, e o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, Yau Yun Wah.

No lado de Zhongshan estiverem presentes o vice-secretário do grupo de liderança do partido e vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular do Município de Zhongshan, Li Changchun, a membro do Comité Permanente do PCC do Comité Municipal de Zhongshan e directora do departamento de trabalho da frente unida de Zhongshan, Liu Meixin, o vice-presidente do Governo do município de Zhongshan, Ou Yang Jinquan, e a vice-presidente da CCPPC do município de Zhongshan, Feng Jinyi.

1 Abr 2025

Livro | Mark O’Neill conta a história dos europeus nos primórdios de Hong Kong

“Europeans in Hong Kong” é o 18º e novo livro do escritor e jornalista britânico Mark O’Neill, que vive na região vizinha. Ao HM, confessa que começou por escrever a história dos irlandeses, mas o projecto acabou por se expandir. Como tal, focou-se nas histórias de europeus que deixaram a sua marca em Hong Kong, incluindo portugueses

 

Hong Kong, a cidade da banca, das finanças e do comércio, um entreposto mundial durante séculos e uma porta de entrada para a China. Tem sido assim a região vizinha ao longo dos tempos, desde a sua instituição, em 1841. Desde sempre, Hong Kong foi um território internacional povoado por europeus de várias nacionalidades, muito mais do que os britânicos que administraram o território até 1997.

Faltava contar a sua história, e Mark O’Neill, autor e jornalista britânico, a residir em Hong Kong desde finais dos anos 70, fá-lo agora com “Europeans in Hong Kong” [Europeus em Hong Kong], que inclui inclusivamente um capítulo sobre os portugueses.

Em mais uma obra que acaba de sair para as bancas, o autor confessa ao HM que começou por escrever a história dos irlandeses em Hong Kong, cuja contribuição para o território “foi enorme”. Essa obra não chegou a ser publicada, nascendo depois a ideia de fazer algo maior.

“Escolhi as figuras que deram os maiores contributos, especialmente a nível religioso, ou professores, escritores, grandes figuras do mundo dos negócios e aqueles cujos legados ainda perduram”, confessou.

Mark O’Neill destaca que o grande contributo dos europeus na região vizinha deu-se na área educativa, mas não só. “O contributo mais duradouro foi dado pelas escolas, universidades, hospitais, lares de idosos, instituições de assistência social e algumas empresas. Embora se tratem de entidades que, actualmente, são geridas, em grande parte, por pessoas de Hong Kong, foram fundadas e alimentadas por europeus.”

O autor explica que a história mais impressionante associada ao legado dos franceses surge na capa do livro. “No século XIX, as freiras francesas adoptaram dezenas de milhares de raparigas chinesas que tinham sido abandonadas e deram-lhes uma boa vida. Sem elas, as raparigas teriam morrido ou trabalhado como mão-de-obra infantil, empregadas domésticas ou prostitutas”, disse.

Uma outra casa

Questionado sobre as novas percepções que o livro pode trazer para o público em geral, Mark O’Neill entende que este está hoje “familiarizado com a história dos britânicos em Hong Kong, mas não com a história da Europa continental”.

Assim, o autir diz esperar que “o livro os ajude a compreender a sua história, especialmente o seu contributo”.

Em termos gerais, “nas primeiras décadas [da fundação de Hong Kong], os europeus eram, sobretudo, homens de negócios e missionários, tanto católicos como protestantes”. Depois, a região cresceu “como grande cidade asiática e, a partir dos anos 50, a comunidade expandiu-se”. “Actualmente, temos arquitectos, engenheiros, músicos, professores, donos de restaurantes, médicos, advogados, especialistas em arte e pessoas em todos os domínios da vida”, disse o autor.

Outra figura de destaque em “Europeans in Hong Kong” é o padre jesuíta húngaro Laszlo Ladany, tido como o “maior observador da China em todo o mundo durante trinta anos”, e Anders Nelsson, “o cantor sueco e residente de longa data em Hong Kong, bem conhecido dos habitantes locais”, descreve-se na introdução da obra.

“A maioria das pessoas pensa que Hong Kong foi construída pelos chineses durante os 150 anos de domínio britânico, o que não é inteiramente exacto. Como o leitor descobrirá, muitas das escolas, hospitais, instituições de assistência social, edifícios e empresas da cidade foram fundados e geridos por pessoas da Europa (definida aqui como ‘a leste de Calais’). Muitos viveram aqui toda a sua vida adulta e só regressaram ‘a casa’ quando a guerra ou a doença o obrigaram”, é descrito na mesma introdução.

Mark O’Neill descreve também que os cemitérios de Hong Kong contêm vestígios dessa presença, pois “os europeus ficaram a gostar mais da cidade e das suas gentes do que da sua terra natal”. A presença europeia aumentou na região vizinha a partir de 1949, quando é fundada a República Popular da China, pois “o novo Governo chinês fechou as portas a estrangeiros, com a excepção de um pequeno número de pessoas provenientes de outros países socialistas”. Assim, “desejosos de permanecer na China e no mundo chinês, muitos europeus mudaram-se da China continental para Hong Kong”, é referido.

O legado macaense

O quarto capítulo é inteiramente dedicado à comunidade portuguesa e macaense de Hong Kong, tida como “pilar da sociedade” durante muitos anos. “Durante 150 anos, os portugueses foram, depois dos britânicos, a maior comunidade não chinesa em Hong Kong”, lê-se na obra, que traça o perfil de cinco personalidades e descreve dois clubes sociais, onde a comunidade se encontrava.

No tocante às personalidades, é referido o exemplo de José Pedro Braga, o primeiro português a fazer parte do Conselho Legislativo, entre os anos de 1927 e 1937; Sir Roger Lobo, membro do Conselho Executivo entre 1967 e 1985; e o Comendador Arnaldo de Oliveira Sales, primeiro presidente do Conselho Urbano entre 1973 e 1981.

“Os portugueses desempenharam um papel fundamental no Governo, nos bancos, nas profissões liberais e nas empresas comerciais. Viveram aqui durante muitas gerações. A maior parte dos expatriados ficava apenas o tempo da sua missão; quando se reformavam, partiam e regressavam à Grã-Bretanha ou a outro país da Europa. Os portugueses, por outro lado, tinham as suas próprias escolas, igrejas, clubes sociais e desportivos e a sua própria língua”, refere-se no livro.

Relativamente à origem desta comunidade, descreve-se como uma “raça mista”, ou macaenses, mas também portugueses com origens asiáticas. “A sua história remonta a centenas de anos, aos primeiros tempos do comércio e da exploração portugueses. No século XVI, Portugal estabeleceu entrepostos comerciais e missões religiosas em Goa, Malaca, Macau e Nagasaki. Os colonos portugueses casaram com mulheres locais, criando uma população mista com raízes na Índia, na Malásia, na China e no Japão. Em 1639, o Governo japonês expulsou todos os estrangeiros e isolou o país do resto do mundo.”

Macau surge intimamente ligado a esta comunidade, pois tornou-se, em meados do século XVI, “a base de Portugal na Ásia Oriental”, depois dos holandeses terem bloqueado Goa e conquistado Malaca.

“Os macaenses começaram a formar-se como uma comunidade coesa – partilhando laços com Portugal, a religião católica, uma língua e uma cozinha comuns e um sentimento de distinção em relação aos portugueses coloniais e aos seus vizinhos chineses. Eram as únicas pessoas em Macau que falavam português e cantonês, o que lhes conferia um papel de intermediários essenciais para o bom funcionamento do Governo e dos negócios”, é explicado.

O facto de “a fundação de Hong Kong ter devastado a economia de Macau” fez com que muitos macaenses tenham começado a mudar-se de armas e bagagens para uma zona com uma economia bem mais fulgurante. Afinal de contas, “a apenas 66 quilómetros de distância [Hong Kong] era o melhor porto de águas profundas a sul da China dentro das leis, administração e protecção militar no maior império do mundo”.

1 Abr 2025

Takeaway | Tarifas de até 50% ameaçam restauração

As aplicações de entrega de comida ao domicílio encostaram o sector da restauração à parede, com a imposição de elevadas taxas de entrega e a alteração de hábitos dos clientes. A Associação da Indústria do Catering de Macau diz que as apps ameaçam a sobrevivência dos negócios e pede intervenção do Governo

 

Quando a pandemia da covid-19 obrigou ao isolamento e distanciamento social, o simples acto de tomar uma refeição fora de casa tornou-se um pesadelo. A partir dessa altura, tornou-se comum ver as estradas de Macau cheias de scooters da mFood e Aomi, e mais tarde a Tikbee. Findas as restrições de combate à pandemia, permaneceu o hábito de pedir refeições, bebidas e sobremesas através destas plataformas, e começaram a surgir queixas do sector da restauração.

O presidente da Associação da Indústria do Catering de Macau, Aeson Lei, tem sido uma das vozes críticas da forma como as aplicações mudaram a indústria e obrigaram restaurantes a pagar elevadas taxas de entrega ou abdicar de uma forma popular de fazer negócio.

“Quando não havia plataformas de takeaway, se facturássemos 100 patacas, esse valor entrava na caixa. Hoje em dia chegamos a entregar 50 dessas 100 patacas às aplicações, além dos custos operativos de um restaurante. É difícil sobreviver neste cenário”, indicou o representante, citado pelo jornal do Cidadão.

O dirigente associativo recorda que as plataformas de entrega de refeições começaram por cobrar mais de 20 por cento do valor cobrado ao cliente como tarifa de distribuição, valor que considerava razoável. Porém, “as apps começaram também a cobrar tarifa de distribuição ou entrega aos clientes”, afirmou, elevando os preços. Como tal, acabaram por “pedir aos comerciantes o pagamento da fatia que deveria ser paga pelo consumidor”, indicou.

Fazer algo

Aeson Lei não percebe porque razão as aplicações passaram a cobrar duas vezes tarifas de distribuição. O facto é que os restaurantes ficam obrigados a pagar duas vezes, se quiserem ocupar um lugar cimeiro no ranking das aplicações.

Com a dupla cobrança, as aplicações ficam com cerca de 40 por cento da facturação das vendas online dos restaurantes, fatia que cresce para 50 por cento durante campanhas de descontos. Aeason Lei considera que a única forma de controlar as cobranças excessivas é através de intervenção do Governo, uma vez que os restaurantes não têm poder negocial para fazer face à prevalência das plataformas online.

Assim sendo, o representante do sector espera que o Executivo elabore uma lei que introduza um mecanismo de supervisão da actuação das plataformas online e de apresentação de reclamações.

1 Abr 2025

Hospital das Ilhas | Alargados serviços de estética e de vacinas

O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, afirma que ao longo deste ano vão ser expandidos os serviços de estética e as consultas externas de vacinação dos Hospital das Ilhas. O futuro passa também por uma cooperação com as concessionárias para apostar em mais serviços de turismo de saúde

 

A disponibilização de serviços de estética e de vacinas para o exterior no Hospital das Ilhas vai ser alargada ao longo deste ano. A confirmação dos novos serviços partiu de Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, e consta da resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U.

A disponibilização destes serviços enquadra-se na estratégia do Governo de apostar no turismo de saúde, apresentada como Big Health. No âmbito desta estratégia, Alvis Lo explica que o Hospital das Ilhas vai “tirar pleno proveito da notoriedade da marca do Peking Union Medical College Hospital”, que explora os serviços disponibilizados, não só a nível dos serviços prestados, mas também para colaborar em termos da investigação e de parcerias na área da saúde.

Em relação aos serviços prestados, Alvis Lo aponta que actualmente estão disponíveis serviços de estética e de vacinas externas. Sobre a área da estética, o médico aponta que “o foco inicial reside no rejuvenescimento facial” está a ser realizado com “recurso aos equipamentos médicos mais avançados de Hong Kong e Macau”. Neste serviço, é ainda indicado que estão a ser implementados “16 projectos terapêuticos”, inclusive com recurso às tecnologias de “laser de picossegundos” e ao “microagulhamento com radiofrequência”.

Quanto à vacinação, é indicado que o Hospital das Ilhas disponibiliza para o exterior cinco tipos de vacinas entre as quais a vacina nonavalente contra o papilomavírus humano (HPV), a vacina contra herpes zóster e a vacina pneumocócica.

Expansão dos serviços

Ao longo deste ano, Alvis Lo aponta ainda que o Hospital das Ilhas vai “expandir ainda mais o fornecimento de projectos de medicina estética e de vacinação” e criar “novos serviços específicos de consultas externas diferenciadas”, como consultas “para perda de peso e prevenção do cancro”.

No futuro, Alvis Lo indica que o caminho vai passar por implementar progressivamente os “serviços de enfermarias privadas” e “os projectos de gestão de saúde individual”, para alcançar “o progresso constante do turismo médico e da indústria de big health”.

Por outro lado, o médico indica que o Hospital das Ilhas está a “atrair cada vez mais turistas para visitar Macau” para receberem “assistência médica e cuidados de saúde”.

Além disso, na resposta a Lei Chan U é indicado que os Serviços de Turismo vão lançar outros “serviços de turismo médico, promovendo activamente a cooperação entre o sector turístico de Macau e as várias empresas integradas de turismo e lazer para o desenvolvimento de produtos turísticos focados em cuidados médicos, bem-estar e alimentação terapêutica”. Alvis Lo aponta também vão ser “lançadas diversas promoções de alojamento e será intensificada a promoção [dos serviços médicos] junto dos mercados-alvo”.

1 Abr 2025