Filipinas | Cidadãos relatam dificuldades impostas com a proibição de voos para Macau e HK

A decisão do Governo das Filipinas de suspender voos para Macau e Hong Kong, devido à epidemia do Covid-19, causou enormes constrangimentos aos cidadãos do país, que se viram impossibilitados de viajar, sem ordenado e em risco de perder o emprego. O HM falou com três deles, um a trabalhar em Hong Kong, que assumem ser complicado regressar, mesmo que a suspensão de voar tenha sido cancelada, uma vez que é difícil comprar voos directos

 

[dropcap]R[/dropcap]oss Belle Santos constatou que nenhuma individualidade ou entidade estava a ajudar os seus co-cidadãos que trabalham em Macau, por oposição às acções de apoio a quem trabalha em Hong Kong, e decidiu agir. Com a ajuda de Jassy Santos, presidente da União Progressiva do Trabalho dos Trabalhadores Domésticos, Ross escreveu uma carta endereçada a Rodrigo Duterte, Presidente das Filipinas, enviada através do consulado-geral das Filipinas em Macau. A mesma carta foi endereçada também a Silvestre H.Bello, Secretário do Departamento do Trabalho e Emprego de Intramuros, em Manila.

Na missiva, pedia-se o cancelamento da suspensão repentina de voos para as duas regiões administrativas especiais da China, algo que foi efectivado no passado dia 19 de Fevereiro.

“Todos nós temos estado presos no nosso país depois de uma suspensão dos voos para Macau imposta a 2 de Fevereiro. Infelizmente, alguns de nós deixaram as suas famílias e patrões em Macau. Tendo em conta esta decisão, gostaríamos de requerer assistência junto do seu gabinete”, começa assim a carta a que o HM teve acesso. “Esperamos que, no nosso caso, a suspensão de voos seja encurtada e levantada o mais depressa possível”, lê-se ainda.

Para Ross Belle Santos, cujo marido ainda se encontra nas Filipinas sem conseguir viajar, esta carta foi o motor de arranque para alterar uma situação que deixou muitos co-cidadãos seus numa situação aflitiva.

“Fui para casa [nas Filipinas] no dia 31 de Janeiro e era suposto regressar [a Macau] a 2 de Fevereiro. De repente disseram-me, quando estava a fazer o check-in, que não podia embarcar. Não havia quaisquer directivas mas havia uma decisão do Governo de suspender os voos”, contou Ross Belle Santos ao HM.

Ross Belle, que trabalha na área dos cuidados de saúde, conseguiu entretanto voltar, mas espera ainda pelo marido e pelos filhos. “Tivemos de cancelar todos os nossos planos. Esta separação está a ser muito difícil e causa-me uma grande ansiedade. Além disso há a questão financeira, porque não temos dinheiro suficiente para nos sustentar. Tem sido difícil arranjar dinheiro para toda a família porque sabem que eu não tenho trabalho. Sentimos muitos constrangimentos.”

Ross Belle Santos diz ser uma “sortuda” por manter o seu emprego. Deveria ter regressado ontem ao trabalho, mas começou com sintomas de constipação e teve de adiar esse regresso. Para ela, a carta enviada às autoridades filipinas foi decisiva para alterar a situação de milhares de trabalhadores migrantes que se viram impedidos de voar para Macau, Hong Kong e Taiwan.

“Nos dias em que os voos estavam suspensos, todos os filipinos ficaram presos no país e havia uma petição para os trabalhadores em Hong Kong, mas ninguém deu apoio aos trabalhadores de Macau. Criámos um grupo [de apoio] mas foi difícil para mim, pois em Macau alguns líderes da comunidade filipina conhecem-me e podem compreender mal as minhas acções. Podem achar que estou contra eles, porque não estão a fazer a sua parte e eu estou a tentar fazer alguma coisa.”

Pesos insuficientes

Apesar de já conseguirem voar para os territórios onde trabalham, os filipinos que ainda se encontram no país continuam a não conseguir marcar voos e a passar por dificuldades económicas. “A suspensão de voos foi levantada, mas continuam a não estar disponíveis voos directos para Macau”, disse a mulher que recebeu 10 mil pesos [cerca de 1.600 patacas] como apoio cedido pelo Governo de Duterte para todos aqueles que não conseguiram viajar para Macau, Hong Kong e Taiwan.

A ajuda financeira está a ser operacionalizada pelo fundo da agência Overseas Workers Welfare Administration (OWWA), ligada ao Departamento do Trabalho e Emprego do Governo e que funciona não apenas como um sistema de segurança social, mas também como seguradora.

Contudo, esse dinheiro não chega para tudo, tendo em conta a ausência de salário, isto porque Ross Belle Santos está em regime de licença sem vencimento. “O dinheiro não é suficiente, porque gastámos quase esse montante [em transportes]. Essa assistência foi mesmo apenas para os transportes.”

Joe [nome fictício] estava ainda em Manila quando começou a conversar com o HM, mas, à hora do fecho desta edição, já se encontrava a viajar para a RAEM via Tailândia, uma vez que não conseguiu apanhar um voo directo.

Joe relata os constrangimentos no acesso a serviços públicos pelos quais passou ao ser cidadão do país e, ao mesmo tempo, um trabalhador estrangeiro. “Eles dão-nos 10 mil pesos como apoio financeiro, mas não é suficiente para suportar as necessidades da minha família. Para um mês obtive 3.000 pesos de uma outra seguradora e 10.000 da OWWA, no total foram 13.000 pesos de duas agências governamentais diferentes.

No entanto, a minha experiência [com os serviços públicos] foi má, porque paguei cerca de 200 pesos pelos documentos oficiais. Todas as minhas despesas relacionadas com este assunto chegaram aos 1000 pesos”, relata.

Medida não estudada

O que mais desagrada à comunidade filipina nesta situação é o facto de as autoridades do seu país terem tomado uma decisão sem avaliar as consequências. “O efeito da suspensão dos voos junto dos trabalhadores migrantes filipinos não foi estudado e há muitos trabalhadores e respectivas famílias que dependem do trabalho no estrangeiro”, disse ao HM Sheilla Grace Estrada, representante do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Hong Kong.

Johan, natural da região de Visayas e trabalhadora em Hong Kong, ainda se encontra nas Filipinas num impasse. “A suspensão de voos foi cancelada, mas o nosso grande problema é que não podemos regressar para os nossos postos de trabalho, uma vez que as companhias aéreas onde adquirimos os bilhetes de avião não estão a operar os voos”, contou ao HM.

“Para nós é difícil continuarmos aqui sem um salário, precisamos de um ordenado mensal para alimentar as bocas de quem depende de nós, os nossos familiares. Todos os dias rezo e espero que os serviços das nossas companhias aéreas locais, como a Cebu Pacific Air ou Phillippines Airlines, possam voltar a operar os voos para que possamos voltar”, acrescentou Johan.

Johan diz que, para já, espera manter o seu trabalho, uma vez que a família para a qual trabalha estendeu o seu período de férias no Japão. “Deveríamos estar felizes por estar mais tempo com as nossas famílias, mas em vez disso estamos extremamente preocupados com a possibilidade de perdermos o nosso emprego. Há muitos patrões que não percebem a nossa situação e porque é que ainda não voltámos”, frisou.

Johan também refere que os 10 mil pesos atribuídos por Duterte não chegam para as despesas. “Não temos dinheiro para comprar outro bilhete de avião numa companhia aérea diferente, uma vez que a companhia área que escolhemos não voa para Macau e Hong Kong. O Governo deveria ter uma opção alternativa, uma opção para os trabalhadores que estão parados e que não ganham dinheiro por estarem presos [no país].”

Johan não tem dúvidas de que o Governo de Rodrigo Duterte “tomou uma decisão abrupta de impor a suspensão dos voos com efeito imediato sem pensar ou estudar sequer os efeitos nos trabalhadores migrantes”. Esta trabalhadora conta que os patrões decidiram ajudá-la e comprar-lhe o bilhete de avião, algo que lhe poderia custar mais 3 mil pesos, só ida, mais do dobro do que lhe custou um bilhete normal directo.

Estima-se que cerca de 300 trabalhadores filipinos de Macau estejam a tentar voltar ao território. A 19 de Fevereiro foi anunciado, pelo subsecretário do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas, Brigido Dulay, nas redes sociais, que os trabalhadores não residentes em Macau e Hong Kong teriam direito a regressar aos seus postos de trabalho.

“Hoje [ontem], a vontade do secretário dos Negócios Estrangeiros Sec Locsin tornou-se realidade. Os trabalhadores filipinos no estrangeiro que precisam de regressar ao trabalho em Hong Kong e Macau foram isentos da proibição de viajar pela IATF-EID [Inter-Agency Task Force on Emerging Infectious Diseases], e sujeitos a certas formalidades processuais”, escreveu Brigido Dulay no Twitter, citado pelo jornal Ponto Final.

6 Mar 2020

Filipinas | Cidadãos relatam dificuldades impostas com a proibição de voos para Macau e HK

A decisão do Governo das Filipinas de suspender voos para Macau e Hong Kong, devido à epidemia do Covid-19, causou enormes constrangimentos aos cidadãos do país, que se viram impossibilitados de viajar, sem ordenado e em risco de perder o emprego. O HM falou com três deles, um a trabalhar em Hong Kong, que assumem ser complicado regressar, mesmo que a suspensão de voar tenha sido cancelada, uma vez que é difícil comprar voos directos

 
[dropcap]R[/dropcap]oss Belle Santos constatou que nenhuma individualidade ou entidade estava a ajudar os seus co-cidadãos que trabalham em Macau, por oposição às acções de apoio a quem trabalha em Hong Kong, e decidiu agir. Com a ajuda de Jassy Santos, presidente da União Progressiva do Trabalho dos Trabalhadores Domésticos, Ross escreveu uma carta endereçada a Rodrigo Duterte, Presidente das Filipinas, enviada através do consulado-geral das Filipinas em Macau. A mesma carta foi endereçada também a Silvestre H.Bello, Secretário do Departamento do Trabalho e Emprego de Intramuros, em Manila.
Na missiva, pedia-se o cancelamento da suspensão repentina de voos para as duas regiões administrativas especiais da China, algo que foi efectivado no passado dia 19 de Fevereiro.
“Todos nós temos estado presos no nosso país depois de uma suspensão dos voos para Macau imposta a 2 de Fevereiro. Infelizmente, alguns de nós deixaram as suas famílias e patrões em Macau. Tendo em conta esta decisão, gostaríamos de requerer assistência junto do seu gabinete”, começa assim a carta a que o HM teve acesso. “Esperamos que, no nosso caso, a suspensão de voos seja encurtada e levantada o mais depressa possível”, lê-se ainda.
Para Ross Belle Santos, cujo marido ainda se encontra nas Filipinas sem conseguir viajar, esta carta foi o motor de arranque para alterar uma situação que deixou muitos co-cidadãos seus numa situação aflitiva.
“Fui para casa [nas Filipinas] no dia 31 de Janeiro e era suposto regressar [a Macau] a 2 de Fevereiro. De repente disseram-me, quando estava a fazer o check-in, que não podia embarcar. Não havia quaisquer directivas mas havia uma decisão do Governo de suspender os voos”, contou Ross Belle Santos ao HM.
Ross Belle, que trabalha na área dos cuidados de saúde, conseguiu entretanto voltar, mas espera ainda pelo marido e pelos filhos. “Tivemos de cancelar todos os nossos planos. Esta separação está a ser muito difícil e causa-me uma grande ansiedade. Além disso há a questão financeira, porque não temos dinheiro suficiente para nos sustentar. Tem sido difícil arranjar dinheiro para toda a família porque sabem que eu não tenho trabalho. Sentimos muitos constrangimentos.”
Ross Belle Santos diz ser uma “sortuda” por manter o seu emprego. Deveria ter regressado ontem ao trabalho, mas começou com sintomas de constipação e teve de adiar esse regresso. Para ela, a carta enviada às autoridades filipinas foi decisiva para alterar a situação de milhares de trabalhadores migrantes que se viram impedidos de voar para Macau, Hong Kong e Taiwan.
“Nos dias em que os voos estavam suspensos, todos os filipinos ficaram presos no país e havia uma petição para os trabalhadores em Hong Kong, mas ninguém deu apoio aos trabalhadores de Macau. Criámos um grupo [de apoio] mas foi difícil para mim, pois em Macau alguns líderes da comunidade filipina conhecem-me e podem compreender mal as minhas acções. Podem achar que estou contra eles, porque não estão a fazer a sua parte e eu estou a tentar fazer alguma coisa.”

Pesos insuficientes

Apesar de já conseguirem voar para os territórios onde trabalham, os filipinos que ainda se encontram no país continuam a não conseguir marcar voos e a passar por dificuldades económicas. “A suspensão de voos foi levantada, mas continuam a não estar disponíveis voos directos para Macau”, disse a mulher que recebeu 10 mil pesos [cerca de 1.600 patacas] como apoio cedido pelo Governo de Duterte para todos aqueles que não conseguiram viajar para Macau, Hong Kong e Taiwan.
A ajuda financeira está a ser operacionalizada pelo fundo da agência Overseas Workers Welfare Administration (OWWA), ligada ao Departamento do Trabalho e Emprego do Governo e que funciona não apenas como um sistema de segurança social, mas também como seguradora.
Contudo, esse dinheiro não chega para tudo, tendo em conta a ausência de salário, isto porque Ross Belle Santos está em regime de licença sem vencimento. “O dinheiro não é suficiente, porque gastámos quase esse montante [em transportes]. Essa assistência foi mesmo apenas para os transportes.”
Joe [nome fictício] estava ainda em Manila quando começou a conversar com o HM, mas, à hora do fecho desta edição, já se encontrava a viajar para a RAEM via Tailândia, uma vez que não conseguiu apanhar um voo directo.
Joe relata os constrangimentos no acesso a serviços públicos pelos quais passou ao ser cidadão do país e, ao mesmo tempo, um trabalhador estrangeiro. “Eles dão-nos 10 mil pesos como apoio financeiro, mas não é suficiente para suportar as necessidades da minha família. Para um mês obtive 3.000 pesos de uma outra seguradora e 10.000 da OWWA, no total foram 13.000 pesos de duas agências governamentais diferentes.
No entanto, a minha experiência [com os serviços públicos] foi má, porque paguei cerca de 200 pesos pelos documentos oficiais. Todas as minhas despesas relacionadas com este assunto chegaram aos 1000 pesos”, relata.

Medida não estudada

O que mais desagrada à comunidade filipina nesta situação é o facto de as autoridades do seu país terem tomado uma decisão sem avaliar as consequências. “O efeito da suspensão dos voos junto dos trabalhadores migrantes filipinos não foi estudado e há muitos trabalhadores e respectivas famílias que dependem do trabalho no estrangeiro”, disse ao HM Sheilla Grace Estrada, representante do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Hong Kong.
Johan, natural da região de Visayas e trabalhadora em Hong Kong, ainda se encontra nas Filipinas num impasse. “A suspensão de voos foi cancelada, mas o nosso grande problema é que não podemos regressar para os nossos postos de trabalho, uma vez que as companhias aéreas onde adquirimos os bilhetes de avião não estão a operar os voos”, contou ao HM.
“Para nós é difícil continuarmos aqui sem um salário, precisamos de um ordenado mensal para alimentar as bocas de quem depende de nós, os nossos familiares. Todos os dias rezo e espero que os serviços das nossas companhias aéreas locais, como a Cebu Pacific Air ou Phillippines Airlines, possam voltar a operar os voos para que possamos voltar”, acrescentou Johan.
Johan diz que, para já, espera manter o seu trabalho, uma vez que a família para a qual trabalha estendeu o seu período de férias no Japão. “Deveríamos estar felizes por estar mais tempo com as nossas famílias, mas em vez disso estamos extremamente preocupados com a possibilidade de perdermos o nosso emprego. Há muitos patrões que não percebem a nossa situação e porque é que ainda não voltámos”, frisou.
Johan também refere que os 10 mil pesos atribuídos por Duterte não chegam para as despesas. “Não temos dinheiro para comprar outro bilhete de avião numa companhia aérea diferente, uma vez que a companhia área que escolhemos não voa para Macau e Hong Kong. O Governo deveria ter uma opção alternativa, uma opção para os trabalhadores que estão parados e que não ganham dinheiro por estarem presos [no país].”
Johan não tem dúvidas de que o Governo de Rodrigo Duterte “tomou uma decisão abrupta de impor a suspensão dos voos com efeito imediato sem pensar ou estudar sequer os efeitos nos trabalhadores migrantes”. Esta trabalhadora conta que os patrões decidiram ajudá-la e comprar-lhe o bilhete de avião, algo que lhe poderia custar mais 3 mil pesos, só ida, mais do dobro do que lhe custou um bilhete normal directo.
Estima-se que cerca de 300 trabalhadores filipinos de Macau estejam a tentar voltar ao território. A 19 de Fevereiro foi anunciado, pelo subsecretário do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas, Brigido Dulay, nas redes sociais, que os trabalhadores não residentes em Macau e Hong Kong teriam direito a regressar aos seus postos de trabalho.
“Hoje [ontem], a vontade do secretário dos Negócios Estrangeiros Sec Locsin tornou-se realidade. Os trabalhadores filipinos no estrangeiro que precisam de regressar ao trabalho em Hong Kong e Macau foram isentos da proibição de viajar pela IATF-EID [Inter-Agency Task Force on Emerging Infectious Diseases], e sujeitos a certas formalidades processuais”, escreveu Brigido Dulay no Twitter, citado pelo jornal Ponto Final.

6 Mar 2020

Viagens | Residentes com restrições de entrada em 25 países e regiões

Angola, Taiwan, Rússia são alguns dos países e regiões em que os residentes de Macau se deparam com restrições à entrada. A partir de ontem, as autoridades da Tailândia também obrigam os residentes a um período de quarentena, mas o Governo da RAEM ainda não foi notificado sobre esta medida

 

[dropcap]N[/dropcap]uma altura em que a epidemia do Covid-19 se expande cada vez mais, os residentes e passageiros em trânsito por Macau encontram restrições à entrada em 25 países e regiões. A lista apresentada foi compilada com dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, no acrónimo em inglês) e ainda com base nas informações dos diferentes consulados em Macau e Hong Kong.

Em 17 dos países e regiões, os residentes ou pessoas que passem pela RAEM não entram. Entre estes estão Angola, Taiwan, Rússia, ou Mongólia. Mas, a lista é mais extensa e inclui ainda Vanuatu, Tonga, São Vicente e Granadinas, Seychelles, Arábia Saudita, Filipinas, Palau, Maurícia, Ilhas Marshall, Coreia do Norte, Iraque ou Ilhas Cook. Em alguns destes casos, as restrições à entrada não se limitam apenas aos residentes de Macau, por exemplo, a Coreia do Norte simplesmente não aceita turistas, independentemente das proveniências.

Em relação a Israel, a entrada de pessoas que tenham estado em Macau também está proibida. No entanto, caso seja provado que apenas estiveram em trânsito na RAEM conseguem entrar.

Além da proibição da entrada, há ainda outras jurisdições que aceitam a entrada, mas que obrigam a um período de quarentena de 14 dias. No fundo, é uma medida semelhante à que Macau adopta para os trabalhadores não-residentes, permite a entrada, mas antes têm de passar por uma quarentena.

A situação regista-se na Samoa, Micronésia e Quiribati. Em alguns destes países é exigido que a quarentena seja feita em regiões sem qualquer caso e ainda antes de viajar.

Declarações de saúde

Além das restrições, há outras regiões que passaram a exigir que quem seja residente de Macau ou passe pela RAEM fique submetido a medidas especiais.

Por exemplo, na Polónia as pessoas vindas da RAEM ou residentes têm de preencher uma declaração de saúde. Já no caso do Nepal, o visto de entrada que poderia ser feito à chegada foi cancelado. Os residentes de Macau passam agora a precisar de tratar das formalidades com antecedência, para poderem viajar. Esta medida repete-se no Irão, onde anteriormente também era possível obter um visto à entrada.

Ainda em relação à suspensão dos vistos de entrada à chegada para residentes de Macau, esta política foi igualmente seguida pelo Bangladesh. Mas, neste caso mesmo com visto, as pessoas que entrarem precisam de preencher uma declaração de saúde.

Já a Polinésia Francesa exige um atestado médico com cinco dias de antecedência que mostrem resultados negativos de infecção do coronavírus. Finalmente, o Egipto aceita entradas, mas as pessoas ficam num período de “observação”, onde precisam de declarar os locais que pretendem frequentar nos próximos 14 dias.

Cuidados antes de viajar

Em reposta às restrições impostas aos cidadãos de Macau, o Gabinete de Gestão de Crises de Turismo (GGCT), aconselha a que as pessoas consultem as informações dos consulados e de agências de viagens para não serem surpreendidos com restrições. “Devido ao constante desenvolvimento relativo aos procedimentos de imigração adoptados por diferentes países, o GGCT recomenda aos residentes de Macau que consultem os seus agentes de viagens e as Missões Consulares mais próximas do país para o qual planeiam viajar, a fim de obter as informações mais recentes”, foi respondido ao HM.

Além dessas vias, é ainda recomendado que as pessoas que tenham estado no Interior visitem o portal da “National Immigration Administration” da República Popular da China, que contém as informações mais actualizadas sobre restrições para quem esteve no outro lado da fronteira.

Por último, o GGCT informou o HM que ontem, ao final da tarde, ainda não tinha sido informado pelas autoridades tailandesas sobre as novas medidas restritivas que obrigam os residentes a um período de quarentena de 14 dias.

 

Correcção: A Tailândia foi inicialmente incluída na lista de países com restrições para residentes de Macau, devido a um declaração do Ministro da Saúde da Tailândia, Anutin Charnvirakul. Após o desmentido oficial do Governo da Tailândia, a informação foi corrigida e o país excluído do artigo.

 

 

 

5 Mar 2020

Viagens | Residentes com restrições de entrada em 25 países e regiões

Angola, Taiwan, Rússia são alguns dos países e regiões em que os residentes de Macau se deparam com restrições à entrada. A partir de ontem, as autoridades da Tailândia também obrigam os residentes a um período de quarentena, mas o Governo da RAEM ainda não foi notificado sobre esta medida

 
[dropcap]N[/dropcap]uma altura em que a epidemia do Covid-19 se expande cada vez mais, os residentes e passageiros em trânsito por Macau encontram restrições à entrada em 25 países e regiões. A lista apresentada foi compilada com dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, no acrónimo em inglês) e ainda com base nas informações dos diferentes consulados em Macau e Hong Kong.
Em 17 dos países e regiões, os residentes ou pessoas que passem pela RAEM não entram. Entre estes estão Angola, Taiwan, Rússia, ou Mongólia. Mas, a lista é mais extensa e inclui ainda Vanuatu, Tonga, São Vicente e Granadinas, Seychelles, Arábia Saudita, Filipinas, Palau, Maurícia, Ilhas Marshall, Coreia do Norte, Iraque ou Ilhas Cook. Em alguns destes casos, as restrições à entrada não se limitam apenas aos residentes de Macau, por exemplo, a Coreia do Norte simplesmente não aceita turistas, independentemente das proveniências.
Em relação a Israel, a entrada de pessoas que tenham estado em Macau também está proibida. No entanto, caso seja provado que apenas estiveram em trânsito na RAEM conseguem entrar.
Além da proibição da entrada, há ainda outras jurisdições que aceitam a entrada, mas que obrigam a um período de quarentena de 14 dias. No fundo, é uma medida semelhante à que Macau adopta para os trabalhadores não-residentes, permite a entrada, mas antes têm de passar por uma quarentena.
A situação regista-se na Samoa, Micronésia e Quiribati. Em alguns destes países é exigido que a quarentena seja feita em regiões sem qualquer caso e ainda antes de viajar.

Declarações de saúde

Além das restrições, há outras regiões que passaram a exigir que quem seja residente de Macau ou passe pela RAEM fique submetido a medidas especiais.
Por exemplo, na Polónia as pessoas vindas da RAEM ou residentes têm de preencher uma declaração de saúde. Já no caso do Nepal, o visto de entrada que poderia ser feito à chegada foi cancelado. Os residentes de Macau passam agora a precisar de tratar das formalidades com antecedência, para poderem viajar. Esta medida repete-se no Irão, onde anteriormente também era possível obter um visto à entrada.
Ainda em relação à suspensão dos vistos de entrada à chegada para residentes de Macau, esta política foi igualmente seguida pelo Bangladesh. Mas, neste caso mesmo com visto, as pessoas que entrarem precisam de preencher uma declaração de saúde.
Já a Polinésia Francesa exige um atestado médico com cinco dias de antecedência que mostrem resultados negativos de infecção do coronavírus. Finalmente, o Egipto aceita entradas, mas as pessoas ficam num período de “observação”, onde precisam de declarar os locais que pretendem frequentar nos próximos 14 dias.

Cuidados antes de viajar

Em reposta às restrições impostas aos cidadãos de Macau, o Gabinete de Gestão de Crises de Turismo (GGCT), aconselha a que as pessoas consultem as informações dos consulados e de agências de viagens para não serem surpreendidos com restrições. “Devido ao constante desenvolvimento relativo aos procedimentos de imigração adoptados por diferentes países, o GGCT recomenda aos residentes de Macau que consultem os seus agentes de viagens e as Missões Consulares mais próximas do país para o qual planeiam viajar, a fim de obter as informações mais recentes”, foi respondido ao HM.
Além dessas vias, é ainda recomendado que as pessoas que tenham estado no Interior visitem o portal da “National Immigration Administration” da República Popular da China, que contém as informações mais actualizadas sobre restrições para quem esteve no outro lado da fronteira.
Por último, o GGCT informou o HM que ontem, ao final da tarde, ainda não tinha sido informado pelas autoridades tailandesas sobre as novas medidas restritivas que obrigam os residentes a um período de quarentena de 14 dias.
 
Correcção: A Tailândia foi inicialmente incluída na lista de países com restrições para residentes de Macau, devido a um declaração do Ministro da Saúde da Tailândia, Anutin Charnvirakul. Após o desmentido oficial do Governo da Tailândia, a informação foi corrigida e o país excluído do artigo.
 
 
 

5 Mar 2020

AL | Coutinho considera “lamentável” recusa de audição sobre autocarros

Confrontado com a recusa do pedido de audição do presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, o deputado José Pereira Coutinho não aceita a argumentação apresentada e afirma que a decisão só vai contribuir para o despesismo e para a pouca transparência que existe em torno dos contratos e concessões dos transportes públicos. Já Sulu Sou considera a recusa aceitável

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho condenou ontem a decisão do presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In, de recusar o pedido de audição enviado no final de Novembro pelo próprio e por Sulu Sou, onde pediam que o Governo prestasse esclarecimentos sobre a renovação dos contratos com as concessionárias dos autocarros públicos, que foi estendida por 14 meses.

“Só tenho que lamentar e dizer que a assembleia dá sinais muito claros de andar a reboque do Governo. É um sinal preocupante porque está a ser feito tudo de maneira a não complicar a vida ao Executivo”, disse ao HM Pereira Coutinho. Por seu turno, o deputado Sulu Sou considera a recusa aceitável, pelo facto de a comissão de acompanhamento dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas, designada para apreciar uma petição apresentada pela Associação Novo Macau, já ter completado o trabalho mais relevante sobre a matéria.

A notícia da recusa do pedido de audição foi avançada ontem pela TDM-Rádio Macau que cita um ofício com a data de terça-feira, onde Kou Hoi In alega já não se verificar “o pressuposto legal para a realização de uma audição pelas comissões da AL”, uma vez que a comissão já analisou a petição e que o respectivo relatório foi concluído em Janeiro.

Pereira Coutinho considera inválida a argumentação apresentada por Kou Hoi In e diz que o pedido foi feito ainda antes dos trabalhos da comissão.

“Não posso de maneira nenhuma aceitar a argumentação, quer legal, quer lógica, para rejeitar o pedido de audição. Relembro que o nosso pedido foi muito anterior à reunião realizada pela comissão e por isso não acho razoável que o presidente tenha decidido dessa forma. São processos distintos “, referiu o deputado.

Já Sulu Sou aceita a explicação dada por Kou Hoi In. “Dado que a razão do nosso pedido (…) se baseava na apreciação da petição da Novo Macau que, devido ao calendário e ao facto de a comissão já ter completado o trabalho relevante, já não existe. Acho que a decisão do presidente desta vez está correcta”, disse ao HM Sulu Sou.

Pensamento curto

A proposta conjunta de audição apresentada pelos deputados visava esclarecer o teor das negociações dos contratos com as concessionárias, prorrogados por um curto espaço de tempo. Na altura, Pereira Coutinho e Sulu Sou afirmaram que, com os contratos de 14 meses “as vítimas são os passageiros”, e que tanto cidadãos como deputados pediram a realização de um concurso público para a concessão do serviço de autocarros.

Garantindo que havia “muitas perguntas a fazer” sobre o exercício de uma actividade “que é tão importante para Macau”, Pereira Coutinho referiu ao HM que, subjacente à questão, estão os gastos públicos.

“O que está em questão é o valor elevado do erário público que está a ser pago às companhias. Não se sabe bem de que forma são fiscalizados os gastos deste dinheiro entregue de bandeja como forma de prestação de serviços e (…), tratando-se de actividades concessionadas, nunca deveria haver lugar à atribuição de subsídios adicionais”, vincou o deputado.

Devido às dúvidas existentes, de acordo com a TDM-Rádio Macau, a comissão, decidiu pedir mais explicações ao Governo para afastar “dúvidas” sobre o financiamento à Transmac e à TCM.

5 Mar 2020

AL | Coutinho considera “lamentável” recusa de audição sobre autocarros

Confrontado com a recusa do pedido de audição do presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, o deputado José Pereira Coutinho não aceita a argumentação apresentada e afirma que a decisão só vai contribuir para o despesismo e para a pouca transparência que existe em torno dos contratos e concessões dos transportes públicos. Já Sulu Sou considera a recusa aceitável

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho condenou ontem a decisão do presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In, de recusar o pedido de audição enviado no final de Novembro pelo próprio e por Sulu Sou, onde pediam que o Governo prestasse esclarecimentos sobre a renovação dos contratos com as concessionárias dos autocarros públicos, que foi estendida por 14 meses.
“Só tenho que lamentar e dizer que a assembleia dá sinais muito claros de andar a reboque do Governo. É um sinal preocupante porque está a ser feito tudo de maneira a não complicar a vida ao Executivo”, disse ao HM Pereira Coutinho. Por seu turno, o deputado Sulu Sou considera a recusa aceitável, pelo facto de a comissão de acompanhamento dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas, designada para apreciar uma petição apresentada pela Associação Novo Macau, já ter completado o trabalho mais relevante sobre a matéria.
A notícia da recusa do pedido de audição foi avançada ontem pela TDM-Rádio Macau que cita um ofício com a data de terça-feira, onde Kou Hoi In alega já não se verificar “o pressuposto legal para a realização de uma audição pelas comissões da AL”, uma vez que a comissão já analisou a petição e que o respectivo relatório foi concluído em Janeiro.
Pereira Coutinho considera inválida a argumentação apresentada por Kou Hoi In e diz que o pedido foi feito ainda antes dos trabalhos da comissão.
“Não posso de maneira nenhuma aceitar a argumentação, quer legal, quer lógica, para rejeitar o pedido de audição. Relembro que o nosso pedido foi muito anterior à reunião realizada pela comissão e por isso não acho razoável que o presidente tenha decidido dessa forma. São processos distintos “, referiu o deputado.
Já Sulu Sou aceita a explicação dada por Kou Hoi In. “Dado que a razão do nosso pedido (…) se baseava na apreciação da petição da Novo Macau que, devido ao calendário e ao facto de a comissão já ter completado o trabalho relevante, já não existe. Acho que a decisão do presidente desta vez está correcta”, disse ao HM Sulu Sou.

Pensamento curto

A proposta conjunta de audição apresentada pelos deputados visava esclarecer o teor das negociações dos contratos com as concessionárias, prorrogados por um curto espaço de tempo. Na altura, Pereira Coutinho e Sulu Sou afirmaram que, com os contratos de 14 meses “as vítimas são os passageiros”, e que tanto cidadãos como deputados pediram a realização de um concurso público para a concessão do serviço de autocarros.
Garantindo que havia “muitas perguntas a fazer” sobre o exercício de uma actividade “que é tão importante para Macau”, Pereira Coutinho referiu ao HM que, subjacente à questão, estão os gastos públicos.
“O que está em questão é o valor elevado do erário público que está a ser pago às companhias. Não se sabe bem de que forma são fiscalizados os gastos deste dinheiro entregue de bandeja como forma de prestação de serviços e (…), tratando-se de actividades concessionadas, nunca deveria haver lugar à atribuição de subsídios adicionais”, vincou o deputado.
Devido às dúvidas existentes, de acordo com a TDM-Rádio Macau, a comissão, decidiu pedir mais explicações ao Governo para afastar “dúvidas” sobre o financiamento à Transmac e à TCM.

5 Mar 2020

Filipinas | Dinheiro para trabalhadores impedidos de viajar, mas ONG pedem mais 

O Governo das Filipinas dá cerca de 1600 patacas [10 mil pesos] a cada cidadão que queira regressar aos seus postos de trabalho em Macau, Hong Kong e Taiwan, depois da proibição de viajar imposta pelo surto do Covid-19. Duas ONG dizem que o montante não é suficiente para cobrir despesas e temem que nem todos os TNR em Macau tenham direito ao apoio

 

[dropcap]C[/dropcap]omeçou a ser distribuída, no início de Fevereiro, a ajuda financeira por parte do Governo das Filipinas a cerca de 8.400 cidadãos filipinos que trabalham em Macau, Hong Kong e China e que estiveram impossibilitados de viajar para estes territórios devido à suspensão temporária de voos devido ao surto do Covid-19. No que diz respeito a Macau, há 300 trabalhadores que estão a tentar voltar ao território, uma vez que a proibição de voar foi suspensa no passado dia 19.

A notícia, avançada pela agência Philippine News Agency, diz ainda que esta medida acarreta uma despesa pública de 84 milhões de pesos [moeda local], sendo que cada cidadão nesta situação vai receber 10 mil pesos [cerca de 1.600 patacas].

A ajuda financeira está a ser operacionalizada pelo fundo da agência Overseas Workers Welfare Administration (OWWA), ligada ao Departamento do Trabalho e Emprego do Governo e que funciona não apenas como um sistema de segurança social, mas também como seguradora.

A ideia é que este apoio “ajude os trabalhadores a suportar as suas despesas e dar-lhes assistência no seu regresso às zonas de origem”, aponta a OWWA em comunicado.

Os trabalhadores que são membros da OWWA deixaram de poder candidatar-se a este apoio no passado dia 20, dado o fim da suspensão de voos das Filipinas para Macau e Hong Kong. O fim da suspensão de voos para Taiwan aconteceu dia 15 de Fevereiro. Além do apoio financeiro, a OWWA também providenciou meios de transporte.

Ajuda não chega

Contactada pelo HM, Jassy Santos, presidente da União Progressiva do Trabalho dos Trabalhadores Domésticos, a residir em Macau, disse que o montante concedido está longe de ser suficiente e que há o risco de alguns trabalhadores não receberem qualquer ajuda.

“[O montante de] 10 mil pesos é apenas para os que são membros da OWWA. Então e os trabalhadores que não são membros da OWWA? Não podem beneficiar de nenhum do apoio financeiro anunciado pelo Governo”, disse.

A decisão de suspensão dos voos é compreensível tendo em conta a gravidade da epidemia, mas Jassy Santos lamenta que não tenha existido da parte do Governo de Duterte um plano B.

“Concordamos com a medida, mas deveriam ter ouvido os alertas desde o início da epidemia e não avançar para uma decisão momentânea sem ter um plano B para os trabalhadores. Há diferentes reacções na comunidade filipina. Alguns estão zangados porque continuam a não existir voos disponíveis apesar do fim da suspensão dos voos.”

Jassy Santos não sabe especificar se os 300 trabalhadores filipinos em Macau são membros da OWWA, mas espera que sejam. “A maior parte dos trabalhadores filipinos são membros da OWWA porque no nosso país é obrigatório. Mas penso que nem metade [dos 300] sejammembros ainda. De acordo com os dados que nos foram fornecidos na nossa última visita de cortesia ao departamento laboral do Consulado-geral das Filipinas em Macau, há trabalhadores que começaram a adquirir o seguro da OWWA desde que começou esta epidemia”, rematou.

Sheila Estrada, representante do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Hong Kong, também referiu ao HM que 10 mil pesos não é um valor suficiente, “sobretudo para aqueles que estão nas zonas de Visayas e Mindanao, bem como nas zonas norte e sul de Luzon, uma vez que não cobre os custos das viagens”.
“Não nos podemos esquecer do período em que estiveram em casa sem salário à espera de poder viajar para o país onde trabalham. Como se pode sobreviver com 10 mil pesos dado o elevado custo de vida no país?”, questiona a responsável.

A 19 de Fevereiro foi anunciado, por parte do subsecretário do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas, Brigido Dulay, nas redes sociais, que os trabalhadores não residentes em Macau e Hong Kong teriam direito a regressar aos seus postos de trabalho.

“Hoje [ontem], a vontade do secretário dos Negócios Estrangeiros Sec Locsin tornou-se realidade. Os trabalhadores filipinos no estrangeiro que precisam de regressar ao trabalho em Hong Kong e Macau foram isentos da proibição de viajar pela IATF-EID [Inter-Agency Task Force on Emerging Infectious Diseases], e sujeitos a certas formalidades processuais”, escreveu Brigido Dulay no Twitter, citado pelo jornal Ponto Final.

4 Mar 2020

Filipinas | Dinheiro para trabalhadores impedidos de viajar, mas ONG pedem mais 

O Governo das Filipinas dá cerca de 1600 patacas [10 mil pesos] a cada cidadão que queira regressar aos seus postos de trabalho em Macau, Hong Kong e Taiwan, depois da proibição de viajar imposta pelo surto do Covid-19. Duas ONG dizem que o montante não é suficiente para cobrir despesas e temem que nem todos os TNR em Macau tenham direito ao apoio

 
[dropcap]C[/dropcap]omeçou a ser distribuída, no início de Fevereiro, a ajuda financeira por parte do Governo das Filipinas a cerca de 8.400 cidadãos filipinos que trabalham em Macau, Hong Kong e China e que estiveram impossibilitados de viajar para estes territórios devido à suspensão temporária de voos devido ao surto do Covid-19. No que diz respeito a Macau, há 300 trabalhadores que estão a tentar voltar ao território, uma vez que a proibição de voar foi suspensa no passado dia 19.
A notícia, avançada pela agência Philippine News Agency, diz ainda que esta medida acarreta uma despesa pública de 84 milhões de pesos [moeda local], sendo que cada cidadão nesta situação vai receber 10 mil pesos [cerca de 1.600 patacas].
A ajuda financeira está a ser operacionalizada pelo fundo da agência Overseas Workers Welfare Administration (OWWA), ligada ao Departamento do Trabalho e Emprego do Governo e que funciona não apenas como um sistema de segurança social, mas também como seguradora.
A ideia é que este apoio “ajude os trabalhadores a suportar as suas despesas e dar-lhes assistência no seu regresso às zonas de origem”, aponta a OWWA em comunicado.
Os trabalhadores que são membros da OWWA deixaram de poder candidatar-se a este apoio no passado dia 20, dado o fim da suspensão de voos das Filipinas para Macau e Hong Kong. O fim da suspensão de voos para Taiwan aconteceu dia 15 de Fevereiro. Além do apoio financeiro, a OWWA também providenciou meios de transporte.

Ajuda não chega

Contactada pelo HM, Jassy Santos, presidente da União Progressiva do Trabalho dos Trabalhadores Domésticos, a residir em Macau, disse que o montante concedido está longe de ser suficiente e que há o risco de alguns trabalhadores não receberem qualquer ajuda.
“[O montante de] 10 mil pesos é apenas para os que são membros da OWWA. Então e os trabalhadores que não são membros da OWWA? Não podem beneficiar de nenhum do apoio financeiro anunciado pelo Governo”, disse.
A decisão de suspensão dos voos é compreensível tendo em conta a gravidade da epidemia, mas Jassy Santos lamenta que não tenha existido da parte do Governo de Duterte um plano B.
“Concordamos com a medida, mas deveriam ter ouvido os alertas desde o início da epidemia e não avançar para uma decisão momentânea sem ter um plano B para os trabalhadores. Há diferentes reacções na comunidade filipina. Alguns estão zangados porque continuam a não existir voos disponíveis apesar do fim da suspensão dos voos.”
Jassy Santos não sabe especificar se os 300 trabalhadores filipinos em Macau são membros da OWWA, mas espera que sejam. “A maior parte dos trabalhadores filipinos são membros da OWWA porque no nosso país é obrigatório. Mas penso que nem metade [dos 300] sejammembros ainda. De acordo com os dados que nos foram fornecidos na nossa última visita de cortesia ao departamento laboral do Consulado-geral das Filipinas em Macau, há trabalhadores que começaram a adquirir o seguro da OWWA desde que começou esta epidemia”, rematou.
Sheila Estrada, representante do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Hong Kong, também referiu ao HM que 10 mil pesos não é um valor suficiente, “sobretudo para aqueles que estão nas zonas de Visayas e Mindanao, bem como nas zonas norte e sul de Luzon, uma vez que não cobre os custos das viagens”.
“Não nos podemos esquecer do período em que estiveram em casa sem salário à espera de poder viajar para o país onde trabalham. Como se pode sobreviver com 10 mil pesos dado o elevado custo de vida no país?”, questiona a responsável.
A 19 de Fevereiro foi anunciado, por parte do subsecretário do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas, Brigido Dulay, nas redes sociais, que os trabalhadores não residentes em Macau e Hong Kong teriam direito a regressar aos seus postos de trabalho.
“Hoje [ontem], a vontade do secretário dos Negócios Estrangeiros Sec Locsin tornou-se realidade. Os trabalhadores filipinos no estrangeiro que precisam de regressar ao trabalho em Hong Kong e Macau foram isentos da proibição de viajar pela IATF-EID [Inter-Agency Task Force on Emerging Infectious Diseases], e sujeitos a certas formalidades processuais”, escreveu Brigido Dulay no Twitter, citado pelo jornal Ponto Final.

4 Mar 2020

Covid-19 | Voo prevê trazer 60 residentes retidos em Wuhan

Uma equipa composta por sete funcionários do Governo vai juntar-se a sete tripulantes da Air Macau na operação de resgate dos residentes de Macau que estão em Wuhan. No voo, que deve chegar ao território por volta das 16h do próximo sábado, irão embarcar 19 menores de idade

 

[dropcap]C[/dropcap]hegam a Macau no dia 7 de Março, 60 residentes provenientes da província de Hubei, no voo fretado da Air Macau. O anúncio foi feito ontem pelo director dos Serviços de Saúde (SS) Lei Chin Ion, que revelou ainda detalhes sobre a operação de retirada dos residentes de Macau e a composição da equipa que irá viajar para Wuhan. O voo parte de Macau às 9h30 de sábado e deverá regressar por volta das 16h ao território.

Contas feitas, vão regressar cerca de um terço dos 180 residentes de Macau espalhados pela província de Hubei que solicitaram ajuda, já que só serão resgatados aqueles que não apresentem sintomas e que se encontrem na cidade de Wuhan ou arredores.

“Registaram-se até agora, no total, 60 pessoas que vão apanhar o voo. Nenhum manifestou sintomas como febre ou sintomas no trato respiratório e que nos últimos 14 dias não foram ao hospital, nem tiveram contacto com pacientes de casos confirmados”, explicou Lei Chin Ion, por ocasião da conferência diária do novo tipo de coronavírus, o Covid- 19.

Quanto à equipa incumbida de executar a operação, o director dos serviços de saúde revelou que, além da tripulação da Air Macau composta por sete pessoas, irão integrar a equipa de resgate outras sete, divididas entre cinco membros dos serviços de saúde e dois dos serviços de turismo.

Quanto a passageiros, dos 60 residentes, 19 são menores, existindo seis crianças com idade inferior a cinco anos. “Temos seis crianças com idade inferior a dois anos, destas, duas têm idade inferior a um ano, duas têm três anos e uma criança tem um ano e, de acordo com os regulamentos das autoridades de aviação, as crianças com idade inferior a cinco anos (…) têm de ser acompanhadas por encarregados de educação”, apontou, Inês Chan, dos Serviços de Turismo.

À chegada a Macau no próximo sábado, os residentes serão enviados para o Centro Clínico do Alto de Coloane, onde vão ser isolados durante 14 dias. A alta médica só será concedida após testarem negativo por três vezes.

“Se não manifestarem nenhum sintoma vão ser enviados para o alto de Coloane, (…) para cumprir uma quarentena de 14 dias. No dia seguinte vamos realizar testes de ácido nucleico a todos os residentes e vamos avaliando a situação e, caso o primeiro teste seja negativo, alguns dias depois realizamos o segundo teste (…) até assegurar que os três testes de ácido nucleico apresentam resultados negativos”, explicou o director dos SS.

Questionada sobre como seria feito o transporte dos residentes de Macau até ao aeroporto de Wuhan, Inês Chan anunciou que estes terão de fazer a viagem pelos seus próprios meios.

“Antes de apanhar o avião, todos têm de assegurar o seu meio de transporte. Como sabem os nossos profissionais vão também acompanhar o voo para Wuhan e vão enfrentar certos riscos (…) e evitar sair do aeroporto, de modo a diminuir o risco de contágio”, esclareceu inês Chan.

Mais uma alta

Os serviços de saúde anunciaram ainda, a alta hospitalar de mais uma paciente que estava infectada com o novo tipo de coronavírus. É o nono paciente a receber alta hospitalar em Macau.

Trata-se de uma residente de Macau de 29 anos, que esteve em contacto com o oitavo caso da doença e recebeu tratamento durante quase um mês.

“Foi internada durante 29 dias e depois de receber tratamento antiviral, tem agora um quadro clínico estável, sem febre nem sintomas do trato respiratório. Fez dois testes de ácido nucleico nos dias 1 e 3 de Março e deram negativo, satisfazendo os critérios para a alta hospitalar, detalhou Lo Iek Long, médico adjunto do Centro Hospitalar Conde de São Januário

À semelhança do oitavo paciente a receber alta, esta paciente vai continuar em isolamento durante mais duas semanas no centro clínico do Alto de Coloane. Dos 10 casos registados em Macau, existe agora apenas um que continua internado.

4 Mar 2020

Covid-19 | Voo prevê trazer 60 residentes retidos em Wuhan

Uma equipa composta por sete funcionários do Governo vai juntar-se a sete tripulantes da Air Macau na operação de resgate dos residentes de Macau que estão em Wuhan. No voo, que deve chegar ao território por volta das 16h do próximo sábado, irão embarcar 19 menores de idade

 
[dropcap]C[/dropcap]hegam a Macau no dia 7 de Março, 60 residentes provenientes da província de Hubei, no voo fretado da Air Macau. O anúncio foi feito ontem pelo director dos Serviços de Saúde (SS) Lei Chin Ion, que revelou ainda detalhes sobre a operação de retirada dos residentes de Macau e a composição da equipa que irá viajar para Wuhan. O voo parte de Macau às 9h30 de sábado e deverá regressar por volta das 16h ao território.
Contas feitas, vão regressar cerca de um terço dos 180 residentes de Macau espalhados pela província de Hubei que solicitaram ajuda, já que só serão resgatados aqueles que não apresentem sintomas e que se encontrem na cidade de Wuhan ou arredores.
“Registaram-se até agora, no total, 60 pessoas que vão apanhar o voo. Nenhum manifestou sintomas como febre ou sintomas no trato respiratório e que nos últimos 14 dias não foram ao hospital, nem tiveram contacto com pacientes de casos confirmados”, explicou Lei Chin Ion, por ocasião da conferência diária do novo tipo de coronavírus, o Covid- 19.
Quanto à equipa incumbida de executar a operação, o director dos serviços de saúde revelou que, além da tripulação da Air Macau composta por sete pessoas, irão integrar a equipa de resgate outras sete, divididas entre cinco membros dos serviços de saúde e dois dos serviços de turismo.
Quanto a passageiros, dos 60 residentes, 19 são menores, existindo seis crianças com idade inferior a cinco anos. “Temos seis crianças com idade inferior a dois anos, destas, duas têm idade inferior a um ano, duas têm três anos e uma criança tem um ano e, de acordo com os regulamentos das autoridades de aviação, as crianças com idade inferior a cinco anos (…) têm de ser acompanhadas por encarregados de educação”, apontou, Inês Chan, dos Serviços de Turismo.
À chegada a Macau no próximo sábado, os residentes serão enviados para o Centro Clínico do Alto de Coloane, onde vão ser isolados durante 14 dias. A alta médica só será concedida após testarem negativo por três vezes.
“Se não manifestarem nenhum sintoma vão ser enviados para o alto de Coloane, (…) para cumprir uma quarentena de 14 dias. No dia seguinte vamos realizar testes de ácido nucleico a todos os residentes e vamos avaliando a situação e, caso o primeiro teste seja negativo, alguns dias depois realizamos o segundo teste (…) até assegurar que os três testes de ácido nucleico apresentam resultados negativos”, explicou o director dos SS.
Questionada sobre como seria feito o transporte dos residentes de Macau até ao aeroporto de Wuhan, Inês Chan anunciou que estes terão de fazer a viagem pelos seus próprios meios.
“Antes de apanhar o avião, todos têm de assegurar o seu meio de transporte. Como sabem os nossos profissionais vão também acompanhar o voo para Wuhan e vão enfrentar certos riscos (…) e evitar sair do aeroporto, de modo a diminuir o risco de contágio”, esclareceu inês Chan.

Mais uma alta

Os serviços de saúde anunciaram ainda, a alta hospitalar de mais uma paciente que estava infectada com o novo tipo de coronavírus. É o nono paciente a receber alta hospitalar em Macau.
Trata-se de uma residente de Macau de 29 anos, que esteve em contacto com o oitavo caso da doença e recebeu tratamento durante quase um mês.
“Foi internada durante 29 dias e depois de receber tratamento antiviral, tem agora um quadro clínico estável, sem febre nem sintomas do trato respiratório. Fez dois testes de ácido nucleico nos dias 1 e 3 de Março e deram negativo, satisfazendo os critérios para a alta hospitalar, detalhou Lo Iek Long, médico adjunto do Centro Hospitalar Conde de São Januário
À semelhança do oitavo paciente a receber alta, esta paciente vai continuar em isolamento durante mais duas semanas no centro clínico do Alto de Coloane. Dos 10 casos registados em Macau, existe agora apenas um que continua internado.

4 Mar 2020

Covid-19 | Número de infectados em Portugal sobe para quatro

[dropcap]A[/dropcap] Direcção-Geral da Saúde (DGS) elevou ontem para quatro o número de casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal. Em comunicado, a DGS indica que foram confirmados dois casos positivos, um deles um homem de 60 anos no Hospital de S. João, no Porto, com “ligação a caso confirmado” para o novo coronavírus que causa a doença Covid-19.

O segundo caso de infecção em Portugal hoje reportado é o de um homem de 37 anos no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, igualmente com “ligação a caso confirmado” para o novo coronavírus. Na segunda-feira, a DGS confirmou os dois primeiros casos de infecção em Portugal, um homem de 60 anos e outro de 33, internados em hospitais do Porto.

Os hospitais Curry Cabral, em Lisboa, e de S. João e Santo António, no Porto, onde estão internados os quatro homens, são unidades de referência indicadas pela DGS para a fase de contenção da propagação do novo coronavírus. Há um tripulante português de um navio de cruzeiros que está hospitalizado no Japão com confirmação de infecção.

O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infectou mais de 90.300 pessoas em cerca de 70 países e territórios, incluindo Portugal. Das pessoas infectadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo as autoridades de saúde de vários países.

Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde declarou a epidemia de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e o risco de contágio “muito elevado”.

4 Mar 2020

Covid-19 | Número de infectados em Portugal sobe para quatro

[dropcap]A[/dropcap] Direcção-Geral da Saúde (DGS) elevou ontem para quatro o número de casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal. Em comunicado, a DGS indica que foram confirmados dois casos positivos, um deles um homem de 60 anos no Hospital de S. João, no Porto, com “ligação a caso confirmado” para o novo coronavírus que causa a doença Covid-19.
O segundo caso de infecção em Portugal hoje reportado é o de um homem de 37 anos no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, igualmente com “ligação a caso confirmado” para o novo coronavírus. Na segunda-feira, a DGS confirmou os dois primeiros casos de infecção em Portugal, um homem de 60 anos e outro de 33, internados em hospitais do Porto.
Os hospitais Curry Cabral, em Lisboa, e de S. João e Santo António, no Porto, onde estão internados os quatro homens, são unidades de referência indicadas pela DGS para a fase de contenção da propagação do novo coronavírus. Há um tripulante português de um navio de cruzeiros que está hospitalizado no Japão com confirmação de infecção.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infectou mais de 90.300 pessoas em cerca de 70 países e territórios, incluindo Portugal. Das pessoas infectadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo as autoridades de saúde de vários países.
Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.
A Organização Mundial de Saúde declarou a epidemia de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e o risco de contágio “muito elevado”.

4 Mar 2020

Jogo | Quebra de receitas ameaça PME e trabalhadores não-residentes

Albano Martins antevê que a diminuição das receitas gerada pelos impostos do jogo só no primeiro trimestre é suficiente para pagar as obras do Metro Ligeiro

 

[dropcap]A[/dropcap]pós ter sido revelado que as receitas brutas do jogo caíram para o nível mais baixo desde Fevereiro de 2005, o economista Albano Martins acredita que uma eventual onda de desemprego vai afectar principalmente os trabalhadores não-residentes das concessionárias e as Pequenas e Médias Empresas.

De acordo com as declarações prestadas ao HM, o economista antevê que as concessionárias vão proceder a cortes na aquisição de serviços o que se vai fazer sentir nas PME. “Os casinos são grandes consumidores das Pequenas e Médias Empresas. Mas como vão estar em modo de contenção, isso pode significar que vão deixar de fazer tanta despesa no mercado local. Como consequência, muitas empresas vão ficar com a corda na garganta”, apontou.

Ainda segundo os cálculos avançados por Albano Martins, com base nos dados mais recentes disponibilizados pelo Executivo, em 2017 os casinos tinham “injectado” na economia local cerca de 4 mil milhões de patacas em consumos intermédios, ou seja, a comprar produtos e serviços locais.

Se os empregos locais nas concessionárias devem ficar resguardados por motivos políticos – em 2022 deverá haver um novo concurso para a atribuição das licenças do jogo – o mesmo não deverá acontecer com os vínculos dos trabalhadores não-residentes. “Os casinos não vão correr o risco de desempregar qualquer tipo de trabalhador local nesta fase. Os trabalhadores não-residentes poderão ser despedidos, mas o despedimento de locais vai ser tido em conta pelo Governo quando for a altura de atribuir as novas concessões”, indicou.

Menos um Metro Ligeiro

Em relação às considerações políticas no despedimento, Albano Martins considerou ainda que a empresa junket que na semana passada despediu 200 trabalhadores, residentes e não-residentes, fica numa situação complicada. “Correm o risco de ficar isolados politicamente”, alertou.

No domingo ficou-se a saber que nos primeiros dois meses do ano as receitas brutas dos casinos foram de 25,2 mil milhões de patacas, o que representa uma quebra de 49,9 por cento face ao período homólogo. Só em Fevereiro, a quebra foi de 87,8 por cento de 25,4 mil milhões para 3,1 mil milhões de patacas.

Já em relação ao próximo mês, o economista adianta que as receitas deverão rondar o valor de 15,5 mil milhões de patacas: “Isto significa que relativamente ao primeiro trimestre, as receitas do jogo vão ser de cerca de 40,7 mil milhões de patacas. Representa um decréscimo de quase 47 por cento”, explicou. “A perda de receitas comparada com o ano passado para o Governo é de 13,8 mil milhões de patacas”, calculou. “Não é que o Governo fique mais pobre, como poderão dizer alguns deputados, mas viu entrar menos dinheiro. É o preço de um metro ligeiro”, clarificou. A primeira fase do metro ligeiro em Macau teve o valor de 11 mil milhões de patacas.

Recuperação VIP

Após o surto da SARS de 2003, a recuperação da economia de Macau foi impulsionada pela criação dos vistos individuais de viagens para residentes do Interior da China. A medida criou uma onda de turismo na RAEM que resultou numa rápida recuperação económica.

Este ano o caminho deverá ser diferente. Caso não haja grandes alterações económicas no Interior relacionadas com o coronavírus, a recuperação pode ter por base os grandes apostadores, conhecidos como jogadores VIP. “A China em relação aos VIP é mais selectiva, porque é um segmento onde há mais tentativas descaradas de lavagem de dinheiro. Para relançar a economia de Macau, a China pode optar por não criar tantos entraves”, opinou.

Esta abordagem é igualmente tida como uma hipótese que permite evitar a grande concentração de pessoas. “Falamos de um grupo mais restrito de jogadores com capacidade para apostar grandes quantias. E tem a vantagem de não criar o problema da grande concentração de pessoas, como acontece com o jogo de massas”, sustentou.

3 Mar 2020

Jogo | Quebra de receitas ameaça PME e trabalhadores não-residentes

Albano Martins antevê que a diminuição das receitas gerada pelos impostos do jogo só no primeiro trimestre é suficiente para pagar as obras do Metro Ligeiro

 
[dropcap]A[/dropcap]pós ter sido revelado que as receitas brutas do jogo caíram para o nível mais baixo desde Fevereiro de 2005, o economista Albano Martins acredita que uma eventual onda de desemprego vai afectar principalmente os trabalhadores não-residentes das concessionárias e as Pequenas e Médias Empresas.
De acordo com as declarações prestadas ao HM, o economista antevê que as concessionárias vão proceder a cortes na aquisição de serviços o que se vai fazer sentir nas PME. “Os casinos são grandes consumidores das Pequenas e Médias Empresas. Mas como vão estar em modo de contenção, isso pode significar que vão deixar de fazer tanta despesa no mercado local. Como consequência, muitas empresas vão ficar com a corda na garganta”, apontou.
Ainda segundo os cálculos avançados por Albano Martins, com base nos dados mais recentes disponibilizados pelo Executivo, em 2017 os casinos tinham “injectado” na economia local cerca de 4 mil milhões de patacas em consumos intermédios, ou seja, a comprar produtos e serviços locais.
Se os empregos locais nas concessionárias devem ficar resguardados por motivos políticos – em 2022 deverá haver um novo concurso para a atribuição das licenças do jogo – o mesmo não deverá acontecer com os vínculos dos trabalhadores não-residentes. “Os casinos não vão correr o risco de desempregar qualquer tipo de trabalhador local nesta fase. Os trabalhadores não-residentes poderão ser despedidos, mas o despedimento de locais vai ser tido em conta pelo Governo quando for a altura de atribuir as novas concessões”, indicou.

Menos um Metro Ligeiro

Em relação às considerações políticas no despedimento, Albano Martins considerou ainda que a empresa junket que na semana passada despediu 200 trabalhadores, residentes e não-residentes, fica numa situação complicada. “Correm o risco de ficar isolados politicamente”, alertou.
No domingo ficou-se a saber que nos primeiros dois meses do ano as receitas brutas dos casinos foram de 25,2 mil milhões de patacas, o que representa uma quebra de 49,9 por cento face ao período homólogo. Só em Fevereiro, a quebra foi de 87,8 por cento de 25,4 mil milhões para 3,1 mil milhões de patacas.
Já em relação ao próximo mês, o economista adianta que as receitas deverão rondar o valor de 15,5 mil milhões de patacas: “Isto significa que relativamente ao primeiro trimestre, as receitas do jogo vão ser de cerca de 40,7 mil milhões de patacas. Representa um decréscimo de quase 47 por cento”, explicou. “A perda de receitas comparada com o ano passado para o Governo é de 13,8 mil milhões de patacas”, calculou. “Não é que o Governo fique mais pobre, como poderão dizer alguns deputados, mas viu entrar menos dinheiro. É o preço de um metro ligeiro”, clarificou. A primeira fase do metro ligeiro em Macau teve o valor de 11 mil milhões de patacas.

Recuperação VIP

Após o surto da SARS de 2003, a recuperação da economia de Macau foi impulsionada pela criação dos vistos individuais de viagens para residentes do Interior da China. A medida criou uma onda de turismo na RAEM que resultou numa rápida recuperação económica.
Este ano o caminho deverá ser diferente. Caso não haja grandes alterações económicas no Interior relacionadas com o coronavírus, a recuperação pode ter por base os grandes apostadores, conhecidos como jogadores VIP. “A China em relação aos VIP é mais selectiva, porque é um segmento onde há mais tentativas descaradas de lavagem de dinheiro. Para relançar a economia de Macau, a China pode optar por não criar tantos entraves”, opinou.
Esta abordagem é igualmente tida como uma hipótese que permite evitar a grande concentração de pessoas. “Falamos de um grupo mais restrito de jogadores com capacidade para apostar grandes quantias. E tem a vantagem de não criar o problema da grande concentração de pessoas, como acontece com o jogo de massas”, sustentou.

3 Mar 2020

Covid- 19 | Zhuhai envia 376 contentores para isolar não-residentes

As autoridades de Zhuhai estão a proceder ao envio de 376 unidades móveis de habitação, instaladas em contentores, para albergar trabalhadores não-residentes de Macau sujeitos a quarentena. A primeira remessa, de 10 contentores, deverá custar aos cofres públicos 2,34 milhões de dólares de Hong Kong

 

[dropcap]O[/dropcap]s trabalhadores não-residentes que queiram entrar em Macau oriundos de países com alta incidência de infecção de coronavírus vão passar a ter uma alternativa para fazer a quarentena obrigatória. As autoridades de Zhuhai anunciaram ontem que está em curso o envio de 376 contentores, ou unidades pré-fabricadas de alojamento, que vão chegar a Macau oriundos da zona de Foshan, na cidade vizinha. A medida tem como objectivo responder à propagação do Covid- 19.

As unidades pré-fabricadas têm uma área de 18 metros quadrados e estão equipadas com detectores de temperatura, ar-condicionado, máquinas de lavar e camas de ferro.

A notícia publicada no portal do Governo de Zhuhai é ilustrada por uma fotografia que mostra camiões carregados com as unidades pré-fabricadas. De acordo com o canal chinês da TDM – Rádio Macau, a primeira remessa destinada a Macau chega em cinco camiões, com dois contentores cada, com um custo total de 2,34 milhões de dólares de Hong Kong.

Sempre a abrir

O carregamento está pronto desde 26 de Fevereiro e o seu envio aguardou o complicado processo de autorização, que de acordo com o Governo Municipal de Zhuhai, foi favorecido por medidas extraordinárias de despacho aduaneiro implementadas pelos serviços fronteiriços de Hengqin.

Face à quantidade das unidades pré-fabricadas e aos calendários apertados decorrentes da emergência provocada pelo coronavírus, as autoridades fronteiriças de Hengqin tiveram luz verde para autorizar a passagem dos camiões ainda durante a fase de preparação dos documentos.

Foram dadas instruções para preenchimento das declarações online, outro factor que ajudou a resolver as questões logísticas e a acelerar o processo de inspecção. Além disso, o Governo de Zhuhai destaca que vários departamentos da Administração estiveram em alerta, dia e noite, para assegurar que os carregamentos saem da cidade vizinha o mais rapidamente possível.

3 Mar 2020

Covid- 19 | Zhuhai envia 376 contentores para isolar não-residentes

As autoridades de Zhuhai estão a proceder ao envio de 376 unidades móveis de habitação, instaladas em contentores, para albergar trabalhadores não-residentes de Macau sujeitos a quarentena. A primeira remessa, de 10 contentores, deverá custar aos cofres públicos 2,34 milhões de dólares de Hong Kong

 
[dropcap]O[/dropcap]s trabalhadores não-residentes que queiram entrar em Macau oriundos de países com alta incidência de infecção de coronavírus vão passar a ter uma alternativa para fazer a quarentena obrigatória. As autoridades de Zhuhai anunciaram ontem que está em curso o envio de 376 contentores, ou unidades pré-fabricadas de alojamento, que vão chegar a Macau oriundos da zona de Foshan, na cidade vizinha. A medida tem como objectivo responder à propagação do Covid- 19.
As unidades pré-fabricadas têm uma área de 18 metros quadrados e estão equipadas com detectores de temperatura, ar-condicionado, máquinas de lavar e camas de ferro.
A notícia publicada no portal do Governo de Zhuhai é ilustrada por uma fotografia que mostra camiões carregados com as unidades pré-fabricadas. De acordo com o canal chinês da TDM – Rádio Macau, a primeira remessa destinada a Macau chega em cinco camiões, com dois contentores cada, com um custo total de 2,34 milhões de dólares de Hong Kong.

Sempre a abrir

O carregamento está pronto desde 26 de Fevereiro e o seu envio aguardou o complicado processo de autorização, que de acordo com o Governo Municipal de Zhuhai, foi favorecido por medidas extraordinárias de despacho aduaneiro implementadas pelos serviços fronteiriços de Hengqin.
Face à quantidade das unidades pré-fabricadas e aos calendários apertados decorrentes da emergência provocada pelo coronavírus, as autoridades fronteiriças de Hengqin tiveram luz verde para autorizar a passagem dos camiões ainda durante a fase de preparação dos documentos.
Foram dadas instruções para preenchimento das declarações online, outro factor que ajudou a resolver as questões logísticas e a acelerar o processo de inspecção. Além disso, o Governo de Zhuhai destaca que vários departamentos da Administração estiveram em alerta, dia e noite, para assegurar que os carregamentos saem da cidade vizinha o mais rapidamente possível.

3 Mar 2020

SSM | Governo diz que tem obrigação de proteger cidadãos

O director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apontou a existência de “pressão” para resgatar os cidadãos de Macau em Hubei e a declaração foi interpretada como uma responsabilização da imprensa. Ontem, Lei esclareceu que o resgate faz parte das obrigações do Executivo

 

[dropcap]N[/dropcap]o domingo, Lei Chin Ion afirmou que o Governo estava sob forte pressão para resgatar os residentes de Macau em Wuhan. A declaração foi alvo de diversas interpretações, mas nas redes sociais foram vários os ataques aos meios de comunicação social em língua portuguesa, devido à insistência no tema.

No entanto, ontem, o director dos Serviços de Saúde veio a público esclarecer as declarações e apontar que a “pressão” se deve às funções do Executivo para com a sua população.

“Eu disse que havia uma grande pressão. Na internet houve quem fizesse diferentes interpretações destas declarações. Mas a pressão deve-se à responsabilidade que o Governo tem de tomar conta dos cidadãos”, afirmou Lei Chin Ion. “É uma tarefa muito difícil e é dessa responsabilidade que vem a pressão”, acrescentou.

Nas mesmas declarações, Lei apontou dois motivos para que o “resgate” possa agora ser realizado. “Primeiro, em Macau a epidemia está controlada e não há casos novos há 27 dias. Em segundo lugar, a situação de Wuhan é mais estável e há cada vez menos casos […] os riscos envolvidos são mais reduzidos”, afirmou.

De seguida, Lei Chin Ion saiu em defesa da classe dos jornalistas. “Acho que todos vão concordar que a responsabilidade dos jornalistas passa por fiscalizar o Governo e fazer eco das diferentes vozes da sociedade. Os jornalistas só estão a fazer o seu trabalho e não estão a fazer qualquer tipo de pressão”, concluiu.

Segundo os números apresentados ontem, neste momento há 46 residentes em Hubei, que se dividem em 27 famílias, com condições para serem trazidos para Macau. No entanto, antes de poderem embarcar, vão ter de ser alvo de exames no aeroporto. O Governo garante que tem as condições para liderar este processo e assegurar a segurança de todos.

Entre estes residentes constam dois menores, um com 17 anos, que pode ser transportado sozinho e uma menina com 10 anos, que precisa de viajar com um encarregado de educação. Esta pessoa terá de ficar de quarentena assim que o voo chegar a Macau.

Explicações de regresso

A principal novidade anunciada na conferência de imprensa de ontem é o regresso à actividade dos centros de explicações e dos centros de formação ligados ao programa de aperfeiçoamento contínuo.

“Há muitos encarregados de educação que precisam de trabalhar e não têm com quem deixar as crianças. Também há muita gente que quer frequentar os espaços de formação continua. Por isso, a partir de hoje os centros vão reabrir”, anunciou Wong Chi Iong, Chefe da Divisão de Extensão Educativa da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

No entanto, Wong realçou que a segurança continua a ser a prioridade e que esta reabertura já estava a ser preparada desde sexta-feira. “A segurança é o mais importante e nesse sentido houve uma reunião com as diferentes associações no dia 28 de Fevereiro, em que foram transmitidas as obrigações e as diversas medidas de segurança”, revelou.

Segundo as normas transmitidas, estes centros têm de exigir a utilização de máscaras, disponibilizar gel desinfectante para as mãos e que a declaração de saúde seja preenchida. Com vista ao funcionamento pleno, o Executivo disponibilizou 37.500 máscaras aos centros e 7.000 embalagens de gel.

Ajuntamentos | Confirmadas operações de dispersão

As autoridades de Macau estão a realizar operações para dispersar os cidadãos quando se registam grandes ajuntamentos. Uma dessas operações terá acontecido ontem, na Praça do Tap Seac, e foi confirmada por Lei Tak Fai, chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública. “Enviamos agentes para os sítios com grande concentração. Seguimos as orientações do Governo e vamos continuar a articular-nos com elas. Por isso, já apelámos várias vezes às pessoas para que não saiam de casa”, apelou Lei Tak Fai.

Máscaras | Menos funcionários a vender

A quinta fase do programa do Governo de venda de máscaras tem hoje início. Ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apelou ao cidadãos para que evitem uma corrida aos centros públicos de venda. Segundo a explicação de Lei, uma vez que a Função Pública regressou ao trabalho, há menos pessoas disponíveis para estarem nos postos de venda. Por outro lado, o director dos SSM, recordou que apesar de haver uma grande corrida nos primeiros dias à venda de máscaras, que nos últimos dias das diferentes fases há sempre menos filas, o que pode ser melhor para os cidadãos, que assim evitam concentrações. Lei Chin Ion recusou ainda a hipótese de haver problemas com as máscaras que em vez de plástico utilizam fitas para se presas: “Não temos tido queixas, todas as máscaras foram bem aceites pela população”, atirou.

3 Mar 2020

SSM | Governo diz que tem obrigação de proteger cidadãos

O director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apontou a existência de “pressão” para resgatar os cidadãos de Macau em Hubei e a declaração foi interpretada como uma responsabilização da imprensa. Ontem, Lei esclareceu que o resgate faz parte das obrigações do Executivo

 
[dropcap]N[/dropcap]o domingo, Lei Chin Ion afirmou que o Governo estava sob forte pressão para resgatar os residentes de Macau em Wuhan. A declaração foi alvo de diversas interpretações, mas nas redes sociais foram vários os ataques aos meios de comunicação social em língua portuguesa, devido à insistência no tema.
No entanto, ontem, o director dos Serviços de Saúde veio a público esclarecer as declarações e apontar que a “pressão” se deve às funções do Executivo para com a sua população.
“Eu disse que havia uma grande pressão. Na internet houve quem fizesse diferentes interpretações destas declarações. Mas a pressão deve-se à responsabilidade que o Governo tem de tomar conta dos cidadãos”, afirmou Lei Chin Ion. “É uma tarefa muito difícil e é dessa responsabilidade que vem a pressão”, acrescentou.
Nas mesmas declarações, Lei apontou dois motivos para que o “resgate” possa agora ser realizado. “Primeiro, em Macau a epidemia está controlada e não há casos novos há 27 dias. Em segundo lugar, a situação de Wuhan é mais estável e há cada vez menos casos […] os riscos envolvidos são mais reduzidos”, afirmou.
De seguida, Lei Chin Ion saiu em defesa da classe dos jornalistas. “Acho que todos vão concordar que a responsabilidade dos jornalistas passa por fiscalizar o Governo e fazer eco das diferentes vozes da sociedade. Os jornalistas só estão a fazer o seu trabalho e não estão a fazer qualquer tipo de pressão”, concluiu.
Segundo os números apresentados ontem, neste momento há 46 residentes em Hubei, que se dividem em 27 famílias, com condições para serem trazidos para Macau. No entanto, antes de poderem embarcar, vão ter de ser alvo de exames no aeroporto. O Governo garante que tem as condições para liderar este processo e assegurar a segurança de todos.
Entre estes residentes constam dois menores, um com 17 anos, que pode ser transportado sozinho e uma menina com 10 anos, que precisa de viajar com um encarregado de educação. Esta pessoa terá de ficar de quarentena assim que o voo chegar a Macau.

Explicações de regresso

A principal novidade anunciada na conferência de imprensa de ontem é o regresso à actividade dos centros de explicações e dos centros de formação ligados ao programa de aperfeiçoamento contínuo.
“Há muitos encarregados de educação que precisam de trabalhar e não têm com quem deixar as crianças. Também há muita gente que quer frequentar os espaços de formação continua. Por isso, a partir de hoje os centros vão reabrir”, anunciou Wong Chi Iong, Chefe da Divisão de Extensão Educativa da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).
No entanto, Wong realçou que a segurança continua a ser a prioridade e que esta reabertura já estava a ser preparada desde sexta-feira. “A segurança é o mais importante e nesse sentido houve uma reunião com as diferentes associações no dia 28 de Fevereiro, em que foram transmitidas as obrigações e as diversas medidas de segurança”, revelou.
Segundo as normas transmitidas, estes centros têm de exigir a utilização de máscaras, disponibilizar gel desinfectante para as mãos e que a declaração de saúde seja preenchida. Com vista ao funcionamento pleno, o Executivo disponibilizou 37.500 máscaras aos centros e 7.000 embalagens de gel.

Ajuntamentos | Confirmadas operações de dispersão

As autoridades de Macau estão a realizar operações para dispersar os cidadãos quando se registam grandes ajuntamentos. Uma dessas operações terá acontecido ontem, na Praça do Tap Seac, e foi confirmada por Lei Tak Fai, chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública. “Enviamos agentes para os sítios com grande concentração. Seguimos as orientações do Governo e vamos continuar a articular-nos com elas. Por isso, já apelámos várias vezes às pessoas para que não saiam de casa”, apelou Lei Tak Fai.

Máscaras | Menos funcionários a vender

A quinta fase do programa do Governo de venda de máscaras tem hoje início. Ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apelou ao cidadãos para que evitem uma corrida aos centros públicos de venda. Segundo a explicação de Lei, uma vez que a Função Pública regressou ao trabalho, há menos pessoas disponíveis para estarem nos postos de venda. Por outro lado, o director dos SSM, recordou que apesar de haver uma grande corrida nos primeiros dias à venda de máscaras, que nos últimos dias das diferentes fases há sempre menos filas, o que pode ser melhor para os cidadãos, que assim evitam concentrações. Lei Chin Ion recusou ainda a hipótese de haver problemas com as máscaras que em vez de plástico utilizam fitas para se presas: “Não temos tido queixas, todas as máscaras foram bem aceites pela população”, atirou.

3 Mar 2020

Covid-19 | Portugal com dois casos. Portugueses criticam ausência de prevenção no aeroporto 

Portugal já tem dois casos de infecção com o Covid-19, tendo decretado o maior controlo de voos vindos de Itália. A medida chega com dois dias de atraso, uma vez que dois portugueses, regressados do norte do país de férias, disseram ao HM que no aeroporto de Lisboa não foram sujeitos a nenhuma medida preventiva. De regresso à rotina diária, assumem não tomar nenhuma medida adicional por não terem sintomas de infecção, mas dizem estar preocupados

 

[dropcap]D[/dropcap]epois dos dois casos de infecção com o novo surto do Covid-19 fora do país, Portugal confirmou ontem os primeiros dois casos em território nacional. Um deles diz respeito a um médico de 60 anos que regressou há pouco tempo do norte de Itália onde esteve de férias. O clínico está internado no Hospital Tâmega e Sousa. O outro doente, de 33 anos, começou a sentir sintomas no passado dia 26 de Fevereiro, mas a ligação com a epidemia terá tido origem em Valência, Espanha.

Marta Temido, ministra da Saúde em Portugal, disse ontem em conferência de imprensa que ambos os doentes estão num estado de saúde considerado “estável”. No que diz respeito ao segundo caso de infecção, à hora do fecho desta edição aguardava-se ainda o cruzamento de resultados pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.

“Neste momento aquilo que é a recomendação geral para as pessoas que venham de uma área afectada, e onde possam ter tido contacto com os doentes, é o de fazerem vigilância activa e de contactarem a linha SNS 24 [associada ao Serviço Nacional de Saúde no país] no sentido de obterem aconselhamento. Será caso a caso e em função desse contacto que poderão ser definidas outras medidas”, apontou a ministra.

À semelhança do que aconteceu com voos vindos da China, o Governo português decidiu ontem aplicar o rastreio a todos os voos de Itália para Portugal. “Foi tomada a decisão de aplicar aos voos que são provenientes de áreas afectadas um rastreio dos contactos e um reforço da informação dada aos provenientes de regiões afectadas, e é algo que já tínhamos feito com os voos provenientes da China”, explicou a ministra.

Marta Temido disse também que as autoridades vão insistir para que “as pessoas estejam atentas ao seu estado de saúde e em caso de qualquer sintoma que contactem primeiro a linha SNS 24 no lugar de se dirigirem directamente ao SNS. A mensagem é de tranquilidade e de contacto com a linha de saúde 24”.

Graça Freitas, da Direcção-geral de Saúde (DGS), assegurou que Portugal está, neste momento, “em fase de contenção”. “Teremos em Portugal quase de certeza dois casos confirmados e isso não aumenta o nosso nível de prevenção e preparação, mas gera uma segunda linha muito importante que é a detecção de contactos directos nestes casos”, disse na conferência de imprensa de ontem.

Sem acompanhamento

O HM conversou com dois portugueses, residentes no distrito de Évora, que estiveram precisamente na zona norte de Itália a passar férias com os respectivos cônjuges. Regressados na última sexta-feira, dois dias antes das medidas ontem anunciadas por Marta Temido, estes portugueses queixam-se da falta de acompanhamento das autoridades no aeroporto de Lisboa. A estadia fez-se na zona de Riva Del Guarda, a alguns quilómetros de Milão.

Quando chegaram a Itália, foi-lhes medida a temperatura, mas o mesmo não aconteceu no regresso. “Ficámos surpreendidos como é possível, perante estas notícias bombásticas [não se fazer nada]. O que vivemos depois no terreno não corresponde à realidade, e por isso ficamos um bocado baralhados”, disse Fátima Nunes, residente na cidade de Montemor-o-Novo.

Em Itália, apesar da normalidade da situação, Fátima Nunes diz ter comprado máscaras “caríssimas”, a dez euros por unidade [cerca de 89 patacas]. De regresso à rotina, Fátima Nunes, que trabalha numa instituição que cuida de portadores de deficiência, diz estar com dúvidas sobre o regresso ao trabalho, por temer a reacção negativa dos colegas.

“Depois destas férias estou aqui completamente indecisa sem saber o que fazer. Segundo as indicações do SNS 24 [linha de atendimento telefónico do Serviço Nacional de Saúde, em Portugal] não há problema nenhum. Estou mais expectante em relação aos pais dos jovens [que estão na instituição] e às pessoas, porque sinto um ambiente de medo. Hoje [domingo] já fui às compras, tentei não estar muito perto de pessoas. Estou muito relutante em relação às minhas colegas, fartaram-se de me ligar.”

Vítor Vinagre, natural de Mora e também regressado da mesma viagem de férias, também acusa as autoridades portuguesas de não fazerem o devido acompanhamento aos portugueses que chegam de Itália.

“À chegada a Itália foi-nos medida a temperatura, à saída do aeroporto. Quando cheguei ao aeroporto [de Lisboa] ainda mais indignado fiquei porque vinha com uma máscara, no avião cerca de 10 por cento das pessoas vinham de máscara, chegámos e cada um foi à sua vida. Não nos mediram a temperatura. Cá foi tudo à vontade.”

Esta foi a segunda vez que Vítor viajou para Itália e, na primeira vez, viajou na altura em que a epidemia do Ébola assustava o mundo. O cidadão português, a residir em Mora, pertencente ao distrito de Évora, recorda que a postura das autoridades foi completamente diferente.

“Ninguém saiu do avião sem o avião ser pulverizado com um desinfectante. Agora, quando chegámos a Itália, todos os que passavam tinham de verificar a temperatura. Aqui [em Lisboa] deixaram-nos sair e ninguém apareceu. Pode ser um alarme, uma coisa grave, e ninguém nos informa.”

Por precaução, antes de regressar a Portugal, Vítor Vinagre falou com o seu patrão. “Antes de embarcar para Portugal falei com o meu chefe, expus a situação, mas eu estou bem, nada de anormal aconteceu e se ele quiser que eu não vá trabalhar, eu não vou.”

A entrevista com o HM aconteceu antes de serem confirmados os dois novos casos em Portugal. Confrontado posteriormente com as notícias, Vítor Vinagre assegurou não tomar nenhuma medida adicional, apesar de ter regressado da mesma zona que o médico infectado. “Estou preocupado, mas sinto-me bem, não vou tomar nenhuma medida adicional. Se calhar esse médico até vinha num avião para o Porto, não sei. Vou continuar a fazer a minha vida normal. Se entro em histerismo fico louco”, assegurou. Não foi possível chegar à fala com Fátima Nunes.

“Uma vida normal”

A ideia dos quatro portugueses era visitarem também Veneza por causa do carnaval, que, entretanto, foi cancelado devido ao surto do Covid-19. Mas, na zona que visitaram, o dia-a-dia aconteceu de forma normal e não houve quaisquer sinais de pânico.

“Foi tudo tranquilo, não sentimos nada daquilo que vimos nas notícias quando chegámos a Portugal. Tivemos umas férias espectaculares, nunca vi ninguém de máscaras nem de luvas. As pessoas com quem estávamos, que viviam no norte de Itália, estavam todas tranquilos. Apercebíamo-nos da situação quando chegávamos a casa e víamos as notícias”, relatou Fátima Nunes.

Em Portugal, os familiares mostravam-se muito preocupados. “Os telefonemas eram mais que muitos”, adiantou Fátima, o que os obrigou a comprar máscaras na farmácia. Além das medidas preventivas adoptadas pela alentejana, também o marido, Manuel Nunes, disse ligar para a médica de família para se informar das medidas a tomar, apesar de não sentir quaisquer sintomas e de não terem estado em contacto com potenciais infectados.

Fátima Nunes relata, no entanto, que até ao fecho desta edição ainda não conseguiu chegar à fala com o seu médico. “Nesse dia a minha médica de família não estava de serviço e liguei para o serviço de urgência. O médico disse-me para voltar a ligar para um médico de substituição do médico de família, tentei três ou quatro vezes, mas as chamadas caíam e não fui capaz. Vou tentar ligar novamente à médica de família e a pensar se me apresento esta segunda-feira [ontem] no trabalho. Não sei o que fazer, mas a minha ideia é apresentar-me ao serviço.”

A conversa com Fátima e Vítor aconteceu no domingo, mas ontem, segunda-feira, ambos resolveram apresentar-se ao serviço por se sentirem bem e não apresentar quaisquer sintomas.

Itália com medidas de apoio

A situação em Itália está tão complicada que o Governo anunciou, no último sábado, a preparação de um pacote de medidas para reduzir o impacto económico do surto de Covid-19 nas empresas, da ordem dos 3,6 mil milhões de euros, revelou o ministro da Economia italiano.

Em entrevista ao jornal “La Repubblica”, o ministro Roberto Gualtieri, citado pela agência espanhola Efe, adiantou que o pacote de medidas está a ser desenhado pelo Executivo e será aprovado nos próximos dias “contendo intervenções a todos os níveis”, que estão a ser negociados com organizações de ação social e autoridades locais.

Segundo o jornal, numa primeira fase, terá sido assinado na sexta-feira um decreto-lei em Itália que, entre outras coisas, suspende o pagamento de contas de energia e gás nos onze municípios do norte, isolados por causa da epidemia de Covid-19 provocada por um novo coronavírus, considerados “zona vermelha”.

“Temos várias hipóteses em mente [para esta segunda fase]. Desde o crédito tributário para empresas que sofreram uma queda no volume de negócios de mais de 25 por cento, até uma baixa de impostos”, precisou Roberto Gualtieri.

Segundo o governo italiano, este pacote de ajudas vai implicar um desvio do défice planeado para este ano, estimado em setembro em 2,2 por cento do PIB, para o qual Roma vai solicitar flexibilidade junto de Bruxelas.

“Trata-se de um aumento de gastos adicionais (…) compatível com a flexibilidade previstas pelas normas do Pacto de Estabilidade, uma vez que estamos na presença de circunstâncias excepcionais objectivas”, sustentou o governante italiano.

“É um número consistente e sustentável, calculado com critérios objectivos e de acordo com as necessidades reais. Não há razão para temer que Bruxelas o rejeite”, acrescentou.

3 Mar 2020

Covid-19 | Portugal com dois casos. Portugueses criticam ausência de prevenção no aeroporto 

Portugal já tem dois casos de infecção com o Covid-19, tendo decretado o maior controlo de voos vindos de Itália. A medida chega com dois dias de atraso, uma vez que dois portugueses, regressados do norte do país de férias, disseram ao HM que no aeroporto de Lisboa não foram sujeitos a nenhuma medida preventiva. De regresso à rotina diária, assumem não tomar nenhuma medida adicional por não terem sintomas de infecção, mas dizem estar preocupados

 
[dropcap]D[/dropcap]epois dos dois casos de infecção com o novo surto do Covid-19 fora do país, Portugal confirmou ontem os primeiros dois casos em território nacional. Um deles diz respeito a um médico de 60 anos que regressou há pouco tempo do norte de Itália onde esteve de férias. O clínico está internado no Hospital Tâmega e Sousa. O outro doente, de 33 anos, começou a sentir sintomas no passado dia 26 de Fevereiro, mas a ligação com a epidemia terá tido origem em Valência, Espanha.
Marta Temido, ministra da Saúde em Portugal, disse ontem em conferência de imprensa que ambos os doentes estão num estado de saúde considerado “estável”. No que diz respeito ao segundo caso de infecção, à hora do fecho desta edição aguardava-se ainda o cruzamento de resultados pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.
“Neste momento aquilo que é a recomendação geral para as pessoas que venham de uma área afectada, e onde possam ter tido contacto com os doentes, é o de fazerem vigilância activa e de contactarem a linha SNS 24 [associada ao Serviço Nacional de Saúde no país] no sentido de obterem aconselhamento. Será caso a caso e em função desse contacto que poderão ser definidas outras medidas”, apontou a ministra.
À semelhança do que aconteceu com voos vindos da China, o Governo português decidiu ontem aplicar o rastreio a todos os voos de Itália para Portugal. “Foi tomada a decisão de aplicar aos voos que são provenientes de áreas afectadas um rastreio dos contactos e um reforço da informação dada aos provenientes de regiões afectadas, e é algo que já tínhamos feito com os voos provenientes da China”, explicou a ministra.
Marta Temido disse também que as autoridades vão insistir para que “as pessoas estejam atentas ao seu estado de saúde e em caso de qualquer sintoma que contactem primeiro a linha SNS 24 no lugar de se dirigirem directamente ao SNS. A mensagem é de tranquilidade e de contacto com a linha de saúde 24”.
Graça Freitas, da Direcção-geral de Saúde (DGS), assegurou que Portugal está, neste momento, “em fase de contenção”. “Teremos em Portugal quase de certeza dois casos confirmados e isso não aumenta o nosso nível de prevenção e preparação, mas gera uma segunda linha muito importante que é a detecção de contactos directos nestes casos”, disse na conferência de imprensa de ontem.

Sem acompanhamento

O HM conversou com dois portugueses, residentes no distrito de Évora, que estiveram precisamente na zona norte de Itália a passar férias com os respectivos cônjuges. Regressados na última sexta-feira, dois dias antes das medidas ontem anunciadas por Marta Temido, estes portugueses queixam-se da falta de acompanhamento das autoridades no aeroporto de Lisboa. A estadia fez-se na zona de Riva Del Guarda, a alguns quilómetros de Milão.
Quando chegaram a Itália, foi-lhes medida a temperatura, mas o mesmo não aconteceu no regresso. “Ficámos surpreendidos como é possível, perante estas notícias bombásticas [não se fazer nada]. O que vivemos depois no terreno não corresponde à realidade, e por isso ficamos um bocado baralhados”, disse Fátima Nunes, residente na cidade de Montemor-o-Novo.
Em Itália, apesar da normalidade da situação, Fátima Nunes diz ter comprado máscaras “caríssimas”, a dez euros por unidade [cerca de 89 patacas]. De regresso à rotina, Fátima Nunes, que trabalha numa instituição que cuida de portadores de deficiência, diz estar com dúvidas sobre o regresso ao trabalho, por temer a reacção negativa dos colegas.
“Depois destas férias estou aqui completamente indecisa sem saber o que fazer. Segundo as indicações do SNS 24 [linha de atendimento telefónico do Serviço Nacional de Saúde, em Portugal] não há problema nenhum. Estou mais expectante em relação aos pais dos jovens [que estão na instituição] e às pessoas, porque sinto um ambiente de medo. Hoje [domingo] já fui às compras, tentei não estar muito perto de pessoas. Estou muito relutante em relação às minhas colegas, fartaram-se de me ligar.”
Vítor Vinagre, natural de Mora e também regressado da mesma viagem de férias, também acusa as autoridades portuguesas de não fazerem o devido acompanhamento aos portugueses que chegam de Itália.
“À chegada a Itália foi-nos medida a temperatura, à saída do aeroporto. Quando cheguei ao aeroporto [de Lisboa] ainda mais indignado fiquei porque vinha com uma máscara, no avião cerca de 10 por cento das pessoas vinham de máscara, chegámos e cada um foi à sua vida. Não nos mediram a temperatura. Cá foi tudo à vontade.”
Esta foi a segunda vez que Vítor viajou para Itália e, na primeira vez, viajou na altura em que a epidemia do Ébola assustava o mundo. O cidadão português, a residir em Mora, pertencente ao distrito de Évora, recorda que a postura das autoridades foi completamente diferente.
“Ninguém saiu do avião sem o avião ser pulverizado com um desinfectante. Agora, quando chegámos a Itália, todos os que passavam tinham de verificar a temperatura. Aqui [em Lisboa] deixaram-nos sair e ninguém apareceu. Pode ser um alarme, uma coisa grave, e ninguém nos informa.”
Por precaução, antes de regressar a Portugal, Vítor Vinagre falou com o seu patrão. “Antes de embarcar para Portugal falei com o meu chefe, expus a situação, mas eu estou bem, nada de anormal aconteceu e se ele quiser que eu não vá trabalhar, eu não vou.”
A entrevista com o HM aconteceu antes de serem confirmados os dois novos casos em Portugal. Confrontado posteriormente com as notícias, Vítor Vinagre assegurou não tomar nenhuma medida adicional, apesar de ter regressado da mesma zona que o médico infectado. “Estou preocupado, mas sinto-me bem, não vou tomar nenhuma medida adicional. Se calhar esse médico até vinha num avião para o Porto, não sei. Vou continuar a fazer a minha vida normal. Se entro em histerismo fico louco”, assegurou. Não foi possível chegar à fala com Fátima Nunes.

“Uma vida normal”

A ideia dos quatro portugueses era visitarem também Veneza por causa do carnaval, que, entretanto, foi cancelado devido ao surto do Covid-19. Mas, na zona que visitaram, o dia-a-dia aconteceu de forma normal e não houve quaisquer sinais de pânico.
“Foi tudo tranquilo, não sentimos nada daquilo que vimos nas notícias quando chegámos a Portugal. Tivemos umas férias espectaculares, nunca vi ninguém de máscaras nem de luvas. As pessoas com quem estávamos, que viviam no norte de Itália, estavam todas tranquilos. Apercebíamo-nos da situação quando chegávamos a casa e víamos as notícias”, relatou Fátima Nunes.
Em Portugal, os familiares mostravam-se muito preocupados. “Os telefonemas eram mais que muitos”, adiantou Fátima, o que os obrigou a comprar máscaras na farmácia. Além das medidas preventivas adoptadas pela alentejana, também o marido, Manuel Nunes, disse ligar para a médica de família para se informar das medidas a tomar, apesar de não sentir quaisquer sintomas e de não terem estado em contacto com potenciais infectados.
Fátima Nunes relata, no entanto, que até ao fecho desta edição ainda não conseguiu chegar à fala com o seu médico. “Nesse dia a minha médica de família não estava de serviço e liguei para o serviço de urgência. O médico disse-me para voltar a ligar para um médico de substituição do médico de família, tentei três ou quatro vezes, mas as chamadas caíam e não fui capaz. Vou tentar ligar novamente à médica de família e a pensar se me apresento esta segunda-feira [ontem] no trabalho. Não sei o que fazer, mas a minha ideia é apresentar-me ao serviço.”
A conversa com Fátima e Vítor aconteceu no domingo, mas ontem, segunda-feira, ambos resolveram apresentar-se ao serviço por se sentirem bem e não apresentar quaisquer sintomas.

Itália com medidas de apoio

A situação em Itália está tão complicada que o Governo anunciou, no último sábado, a preparação de um pacote de medidas para reduzir o impacto económico do surto de Covid-19 nas empresas, da ordem dos 3,6 mil milhões de euros, revelou o ministro da Economia italiano.
Em entrevista ao jornal “La Repubblica”, o ministro Roberto Gualtieri, citado pela agência espanhola Efe, adiantou que o pacote de medidas está a ser desenhado pelo Executivo e será aprovado nos próximos dias “contendo intervenções a todos os níveis”, que estão a ser negociados com organizações de ação social e autoridades locais.
Segundo o jornal, numa primeira fase, terá sido assinado na sexta-feira um decreto-lei em Itália que, entre outras coisas, suspende o pagamento de contas de energia e gás nos onze municípios do norte, isolados por causa da epidemia de Covid-19 provocada por um novo coronavírus, considerados “zona vermelha”.
“Temos várias hipóteses em mente [para esta segunda fase]. Desde o crédito tributário para empresas que sofreram uma queda no volume de negócios de mais de 25 por cento, até uma baixa de impostos”, precisou Roberto Gualtieri.
Segundo o governo italiano, este pacote de ajudas vai implicar um desvio do défice planeado para este ano, estimado em setembro em 2,2 por cento do PIB, para o qual Roma vai solicitar flexibilidade junto de Bruxelas.
“Trata-se de um aumento de gastos adicionais (…) compatível com a flexibilidade previstas pelas normas do Pacto de Estabilidade, uma vez que estamos na presença de circunstâncias excepcionais objectivas”, sustentou o governante italiano.
“É um número consistente e sustentável, calculado com critérios objectivos e de acordo com as necessidades reais. Não há razão para temer que Bruxelas o rejeite”, acrescentou.

3 Mar 2020

Covid-19 | Portugal com dois casos de infecção confirmados

[dropcap]D[/dropcap]ois portugueses estão infectados com o novo coronavírus, os dois primeiros casos confirmados em Portugal, anunciou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido.

Há um caso confirmado e o outro caso aguarda uma contraprova através de análise do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), adiantou a ministra Marta Temido numa sessão de esclarecimentos para atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19).

O caso confirmado é o de um homem de 60 anos, que está internado no Centro Hospitalar de São João que reportou os primeiros sintomas no dia 26 de Fevereiro.

O outro homem, 33 anos, que aguarda a contra-análise reportou os primeiros sintomas no dia 29 de Fevereiro, disse a ministra, adiantando que os dois homens, que estão internados no Porto, estão em boa condição de saúde e estiveram em Itália e em Espanha.

Marta Temido, ministra da Saúde em Portugal, disse ontem que ambos os doentes estão com um estado de saúde considerado “estável”. No que diz respeito ao segundo caso de infecção, à hora do fecho desta edição aguardava-se ainda a validação de resultados pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.

“Neste momento aquilo que é a recomendação geral para as pessoas que venham de uma área afectada, e onde possam ter tido contacto com os doentes, é o de fazerem vigilância activa e de contactarem a linha SNS 24 [associada ao Serviço Nacional de Saúde no país] no sentido de obterem aconselhamento. Será caso a caso e em função desse contacto que poderão ser definidas outras medidas”, apontou a ministra.

À semelhança do que aconteceu com voos vindos da China, o Governo português decidiu ontem aplicar o rastreio a todos os voos de Itália para Portugal. “Foi tomada a decisão de aplicar aos voos que são provenientes de áreas afectadas um rastreio dos contactos e um reforço da informação dada aos provenientes de regiões afectadas, e é algo que já tínhamos feito com os voos provenientes da China”, explicou a ministra.

Marta Temido disse também que as autoridades vão insistir para que “as pessoas estejam atentas ao seu estado de saúde e em caso de qualquer sintoma que contactem primeiro a linha SNS 24 no lugar de se dirigirem directamente ao SNS. A mensagem é de tranquilidade e de contacto com a linha de saúde 24”.

Graça Freitas, da Direcção-geral de Saúde (DGS), assegurou que Portugal está, neste momento, “em fase de contenção”. “Teremos em Portugal quase de certeza dois casos confirmados e isso não aumenta o nosso nível de prevenção e preparação, mas gera uma segunda linha muito importante que é a detecção de contactos directos nestes casos”, disse na conferência de imprensa.

2 Mar 2020

Covid-19 | Portugal com dois casos de infecção confirmados

[dropcap]D[/dropcap]ois portugueses estão infectados com o novo coronavírus, os dois primeiros casos confirmados em Portugal, anunciou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido.
Há um caso confirmado e o outro caso aguarda uma contraprova através de análise do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), adiantou a ministra Marta Temido numa sessão de esclarecimentos para atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19).
O caso confirmado é o de um homem de 60 anos, que está internado no Centro Hospitalar de São João que reportou os primeiros sintomas no dia 26 de Fevereiro.
O outro homem, 33 anos, que aguarda a contra-análise reportou os primeiros sintomas no dia 29 de Fevereiro, disse a ministra, adiantando que os dois homens, que estão internados no Porto, estão em boa condição de saúde e estiveram em Itália e em Espanha.
Marta Temido, ministra da Saúde em Portugal, disse ontem que ambos os doentes estão com um estado de saúde considerado “estável”. No que diz respeito ao segundo caso de infecção, à hora do fecho desta edição aguardava-se ainda a validação de resultados pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.
“Neste momento aquilo que é a recomendação geral para as pessoas que venham de uma área afectada, e onde possam ter tido contacto com os doentes, é o de fazerem vigilância activa e de contactarem a linha SNS 24 [associada ao Serviço Nacional de Saúde no país] no sentido de obterem aconselhamento. Será caso a caso e em função desse contacto que poderão ser definidas outras medidas”, apontou a ministra.
À semelhança do que aconteceu com voos vindos da China, o Governo português decidiu ontem aplicar o rastreio a todos os voos de Itália para Portugal. “Foi tomada a decisão de aplicar aos voos que são provenientes de áreas afectadas um rastreio dos contactos e um reforço da informação dada aos provenientes de regiões afectadas, e é algo que já tínhamos feito com os voos provenientes da China”, explicou a ministra.
Marta Temido disse também que as autoridades vão insistir para que “as pessoas estejam atentas ao seu estado de saúde e em caso de qualquer sintoma que contactem primeiro a linha SNS 24 no lugar de se dirigirem directamente ao SNS. A mensagem é de tranquilidade e de contacto com a linha de saúde 24”.
Graça Freitas, da Direcção-geral de Saúde (DGS), assegurou que Portugal está, neste momento, “em fase de contenção”. “Teremos em Portugal quase de certeza dois casos confirmados e isso não aumenta o nosso nível de prevenção e preparação, mas gera uma segunda linha muito importante que é a detecção de contactos directos nestes casos”, disse na conferência de imprensa.

2 Mar 2020

Jogo | Casinos registam quebra de 87,7% em Fevereiro

Num mês marcado pelo encerramento dos casinos durante duas semanas, as receitas brutas de jogo de Fevereiro registaram uma queda anual que vai ficar para a história, totalizando apenas 3,104 mil milhões de patacas. O valor mais baixo desde Fevereiro de 2005

 

[dropcap]P[/dropcap]elos piores motivos, mas para a história. Além de ter sido o mês em que Macau praticamente paralisou devido à crise e às medidas de prevenção tomadas para combater o coronavírus, Covid- 19, Fevereiro de 2020 será também lembrado pela maior queda anual de receitas brutas dos casinos, desde Fevereiro de 2005.

Em Fevereiro de 2020, as receitas brutas dos casinos de Macau registaram uma queda de 87,7 por cento em termos anuais, totalizando cerca de 3,104 mil milhões de patacas. Em igual período de 2019, as receitas foram de 25,307 mil milhões de patacas.

Segundo os dados divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), registou-se também uma descida de quase 50 por cento (49.9 por cento) em relação à receita bruta acumulada de 2020, depois de em Janeiro já ter sido registada uma queda de 11,3 por cento em relação a igual período do ano passado na capital mundial do jogo.

A queda abrupta, contudo, já vinha sendo profetizada, pelo menos, desde que o Governo decretou o encerramento dos casinos durante 15 dias, numa medida sem precedentes, de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, que forçou os 41 estabelecimentos de jogo de Macau (dos quais, há 39 activos) a fechar portas entre 5 e 19 de Fevereiro.

O resultado está assim em linha com as previsões dos analistas, embora seja até ligeiramente melhor. Na semana passada, analistas da consultora Sanford Bernstein traçaram um cenário negro para concessionárias de jogo em Macau, apontando para quebras de 90 por cento no final de Fevereiro e de 80 por cento para Março, segundo o portal Asia Gaming.

De acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), é necessário recuar até Fevereiro de 2005 para encontrar registo semelhante, quando as receitas brutas totalizaram 3.211 mil milhões de patacas. Pior, só mesmo em 2004 quando em Abril as receitas brutas foram de 2.984 mil milhões.

Segundo a DSEC, em 2005, existiam no território apenas 17 casinos, 1338 mesas e 3.421 máquinas de jogo. Já o pior registo de sempre foi em Maio de 2003, quando as receitas brutas dos casinos se fixaram em 1.760 mil milhões de patacas.

Recuperação lenta

Se por um lado, já praticamente todos os casinos do território reabriram portas (37) desde que foi levantado o decreto do Governo, por outro, o cenário está longe da normalidade, sobretudo ao nível de receitas.

A consultora JP Morgan avançou mesmo na semana passada, via comunicado, que a recuperação do mercado de jogo não deverá acontecer antes do quarto trimestre deste ano.

2 Mar 2020

Jogo | Casinos registam quebra de 87,7% em Fevereiro

Num mês marcado pelo encerramento dos casinos durante duas semanas, as receitas brutas de jogo de Fevereiro registaram uma queda anual que vai ficar para a história, totalizando apenas 3,104 mil milhões de patacas. O valor mais baixo desde Fevereiro de 2005

 
[dropcap]P[/dropcap]elos piores motivos, mas para a história. Além de ter sido o mês em que Macau praticamente paralisou devido à crise e às medidas de prevenção tomadas para combater o coronavírus, Covid- 19, Fevereiro de 2020 será também lembrado pela maior queda anual de receitas brutas dos casinos, desde Fevereiro de 2005.
Em Fevereiro de 2020, as receitas brutas dos casinos de Macau registaram uma queda de 87,7 por cento em termos anuais, totalizando cerca de 3,104 mil milhões de patacas. Em igual período de 2019, as receitas foram de 25,307 mil milhões de patacas.
Segundo os dados divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), registou-se também uma descida de quase 50 por cento (49.9 por cento) em relação à receita bruta acumulada de 2020, depois de em Janeiro já ter sido registada uma queda de 11,3 por cento em relação a igual período do ano passado na capital mundial do jogo.
A queda abrupta, contudo, já vinha sendo profetizada, pelo menos, desde que o Governo decretou o encerramento dos casinos durante 15 dias, numa medida sem precedentes, de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, que forçou os 41 estabelecimentos de jogo de Macau (dos quais, há 39 activos) a fechar portas entre 5 e 19 de Fevereiro.
O resultado está assim em linha com as previsões dos analistas, embora seja até ligeiramente melhor. Na semana passada, analistas da consultora Sanford Bernstein traçaram um cenário negro para concessionárias de jogo em Macau, apontando para quebras de 90 por cento no final de Fevereiro e de 80 por cento para Março, segundo o portal Asia Gaming.
De acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), é necessário recuar até Fevereiro de 2005 para encontrar registo semelhante, quando as receitas brutas totalizaram 3.211 mil milhões de patacas. Pior, só mesmo em 2004 quando em Abril as receitas brutas foram de 2.984 mil milhões.
Segundo a DSEC, em 2005, existiam no território apenas 17 casinos, 1338 mesas e 3.421 máquinas de jogo. Já o pior registo de sempre foi em Maio de 2003, quando as receitas brutas dos casinos se fixaram em 1.760 mil milhões de patacas.

Recuperação lenta

Se por um lado, já praticamente todos os casinos do território reabriram portas (37) desde que foi levantado o decreto do Governo, por outro, o cenário está longe da normalidade, sobretudo ao nível de receitas.
A consultora JP Morgan avançou mesmo na semana passada, via comunicado, que a recuperação do mercado de jogo não deverá acontecer antes do quarto trimestre deste ano.

2 Mar 2020