João Luz Manchete SociedadeConcerto da japonesa Ayumi Hamasaki no Venetian Arena cancelado O Venetian Macau anunciou na tarde de terça-feira que o concerto da rainha da pop japonesa Ayumi Hamasaki foi cancelado, sem apresentar explicações para a não realização do espectáculo. Apesar de não ter sido dada justificação, o cancelamento não apanhou de surpresa os fãs, que já antecipavam a tomada de posição depois de o mesmo ter acontecido em Xangai no passado dia 29 de Novembro. A Venetian, que iria acolher o concerto “ayumi hamasaki ASIA TOUR 2025 A I am ayu -ep.Ⅱ- Macao” na Arena, pediu “sinceras desculpas por qualquer inconveniente causado” e referiu que os ingressos comprados através do Cotai Ticketing seriam reembolsados automaticamente. Para quem comprou bilhetes noutras plataformas, a organização pediu aos espectadores para consultarem o “ponto de venda original para obter informações sobre o reembolso”. A publicação de Facebook da Venetian mereceu reacções de quase duas centenas de internautas, e dezenas de comentários a escarnecer a decisão e a comentar as razões e o precedente de Xangai. Numa mensagem no Instagram, a artista japonesa, que iria terminar a tournée em Macau, pediu desculpas aos fãs e afirmou estar de coração partido. “O facto de esta digressão ter de terminar sem o grande final é algo que toda a equipa lamenta profundamente”, escreveu. No final do mês passado, o concerto da artista foi cancelado abruptamente, com a organização a apontar “circunstâncias imprevistas” como justificação, acabando a japonesa a actuar perante uma arena vazia e partilhando o concerto online. Todos em linha Este caso não foi único, tornando-se viral na internet o momento em que a japonesa Maki Otsuki foi interrompida enquanto actuava também em Xangai a meio de uma música. A Reuters avançou que no mês passado, as autoridades chinesas alertaram para a possibilidade de cancelamentos de espectáculos de artistas japoneses. Recorde-se que China e Japão encontram-se num período de aceso confronto diplomático depois de declarações da primeira-ministra Sanae Takaichi sobre Taiwan. Porém, no passado fim-de-semana em Hong Kong, o festival Clockenflap contou no cartaz com vários artistas japoneses. Após o anúncio do cancelamento, o HM enviou questões sobre o cancelamento ao Instituto Cultural e à Direcção dos Serviços de Turismo (DST) sobre seria potencialmente afectada a ideia de transformar Macau numa cidade internacional de espectáculos, como tem sido apontado entre os objectivos das respectivas tutelas. Foi também perguntado se seriam de esperar mais cancelamentos e se os esforços para atrair turistas japoneses para a RAEM, com as sucessivas campanhas levadas a cabo pela DST, poderiam ficar em risco. Até ao fecho desta edição não recebemos qualquer resposta.
João Luz Manchete SociedadeCasinos-satélite | Landmark fecha a 30 de Dezembro A SJM Resorts anunciou ontem que o Landmark, o último dos 11 ‘casinos-satélite’ de Macau, vai encerrar em 30 de Dezembro, um dia antes do limite fixado. O Governo prometeu acompanhar o destino dos 1.169 funcionários do Landmark e garantir que a SJM cumpre os compromissos assumidos Num comunicado, a SJM disse que o casino Landmark “vai cessar oficialmente operações às 23h59 de terça-feira, 30 de Dezembro de 2025”. Três das seis concessionárias de jogo a operar em Macau – SJM, Galaxy e Melco – comunicaram às autoridades que, até 31 de Dezembro, terminariam a exploração de 11 ‘casinos-satélite’, onde trabalhavam cerca de 5.600 residentes, anunciou em Junho o Governo. A SJM sublinhou que todos os funcionários locais do Landmark directamente contratados pela empresa têm emprego garantido. A SJM explicou que o pessoal com estatuto de residente em Macau será “transferido para outros casinos da empresa para desempenhar funções relacionadas com o jogo, de acordo com as necessidades operacionais”. Já os funcionários locais que não foram contratados directamente pela SJM Resorts, “são convidados a candidatarem-se a vagas relacionadas” dentro do grupo, “com prioridade para contratação” e com condições iguais às que tinham. Copia e cola Também ontem, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) assegurou que vai “supervisionar rigorosamente, ‘in loco’, os procedimentos de encerramento” do Landmark. No que diz respeito aos 1.169 funcionários do casino, a DICJ garantiu, numa nota à imprensa, que vai manter a comunicação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, para assegurar o cumprimento das garantias dadas pela SJM, nomeadamente “a recolocação de todos os referidos trabalhadores”. O único dos 11 ‘casinos-satélite’ que deverá permanecer aberto é o Royal Arc, uma vez que a SJM pretende pedir às autoridades para assumir a gestão directa do espaço de jogo. Em 20 de Novembro, a SJM confirmou a aquisição da empresa que detém o Royal Arc por 1,75 mil milhões de dólares de Hong Kong. Nove dos 11 ‘casinos-satélite’ de Macau já encerraram. O último a fechar portas foi o Casino Fortuna, com mais de 550 funcionários, encerrou as operações às 23h59 da noite de terça-feira. Ultrapassada a hora marcada para o fim das operações, “a DICJ procedeu, de imediato, à suspensão do funcionamento das mesas de jogo, tendo assegurado (…) o acompanhamento do processo de retirada do respectivo recinto”. As autoridades concluem que o encerramento do Casino Fortuna “decorreu de forma ordenada”. Com Lusa
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCCAC | Chefe de cozinha solicitou subornos em acções de recrutamento O Comissariado contra a Corrupção descobriu um caso de solicitação de subornos por parte de um cozinheiro chefe em acções de recrutamento. O funcionário em questão trabalhava para uma operadora de jogo e é agora suspeito do crime de corrupção passiva no sector privado, enquanto quatro trabalhadores são suspeitos de corrupção activa Um homem, na função de cozinheiro chefe numa operadora de jogo, é suspeito da prática do crime de corrupção passiva no sector privado por ter pedido subornos em acções de recrutamento de trabalhadores. É o que diz uma nota do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), que investigou o caso, e concluiu existir a suspeita da prática deste crime, previsto na Lei de Prevenção e Repressão da Corrupção no Sector Privado, sem esquecer o crime de corrupção activa alegadamente praticado por mais quatro trabalhadores da mesma empresa. O caso já foi encaminhado para o Ministério Público para mais investigação. A matéria em questão começou a ser analisada pelo CCAC depois da apresentação de uma denúncia. O cozinheiro chefe visado estava ligado ao departamento de restauração de uma operadora de jogo. É suspeito de “ter solicitado suborno para autorizar a contratação, aprovação no período experimental ou a renovação de contratos de trabalho”, tendo o CCAC concluído que, nos anos de 2023 e 2024, o homem, “abusando dos poderes inerentes às suas funções, aproveitou várias vezes as oportunidades de recrutamento, de períodos experimentais, de avaliações de desempenho e de renovação de contratos dos trabalhadores para solicitar, de forma expressa ou implícita, junto dos conterrâneos e seus subordinados, benefícios em numerário ou outras ofertas”. Essas exigências eram feitas para dar “autorizações de contratação ou renovações de contratos de trabalho, violando assim os deveres funcionais”. Casos desleais Na mesma nota, o CCAC dá conta de que, nos últimos anos, “têm sido resolvidos casos semelhantes envolvendo práticas desleais no sector, situação esta que merece a atenção da sociedade”. “Estes casos envolvem direitos e interesses relacionados com o emprego e afectam um ambiente de comércio e trabalho justo e íntegro em Macau, pelo que se apela uma vez mais à sociedade para agir com integridade e no cumprimento da lei, não desafiando a lei para obter benefícios”, aponta ainda o organismo. O CCAC acrescenta, na mesma nota, que “se os trabalhadores do sector privado se depararem com actos ilícitos, tais como a solicitação de subornos, não devem ceder, devendo antes apresentar de imediato denúncia”.
João Luz Manchete PolíticaTransportes | Pedidos detalhes sobre túnel entre Taipa e península O deputado Leong Pou U perguntou ao Governo se as razões pelas quais o Executivo de Ho Iat Seng desistiu da ideia de avançar com uma quinta ligação entre a península e a Taipa, por túnel, foram ultrapassadas. A nova ligação ressuscitou depois de Raymond Tam ter revelado que a construção está a ser estudada A ideia de fazer um túnel subaquático entre a península e a Taipa voltou à ordem do dia, depois de o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam Vai Man ter revelado durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa que a quinta ligação estaria a ser estudada. O novo deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Leong Pou U, divulgou ontem uma interpelação escrita a pedir informações adicionais. O legislador, que entrou no elenco da Assembleia Legislativa recentemente, perguntou ao Executivo porque razões a ligação voltou aos planos, depois de ter passado ao esquecimento durante o mandato de Ho Iat Seng à frente do Governo. Aliás, o Leong Pou U recordou que a quinta ligação, fosse por ponte ou túnel, não foi incluída no Planeamento Geral do Trânsito e Transportes Terrestres de Macau (2021-2030). Na altura, as justificações para não avançar com o plano prenderam-se com a complexidade de construir uma ponte entre as zonas A e B dos Novos Aterros Urbanos, assim como a proximidade de menos de um quilómetro da Ponte de Sai Van, concentrando o trânsito no centro da península, lembrou o deputado “O actual Governo reinicia a construção da quinta ligação. Isso significa que os problemas mencionados já foram resolvidos?”, questiona na interpelação escrita. Construtoras agradecem Segundo a apresentação de Raymond Tam, a quinta ligação será um túnel submarino entre a Zona Nova de Aterros do Porto Exterior (NAPE) e Zona D dos Novos Aterros Urbanos, com um tabuleiro superior para o trânsito rodoviário e um inferior para o Metro Ligeiro. A estrutura foi avançada como uma solução para o problema de trânsito, sobretudo os engarrafamentos na NAPE. Leong Pou U perguntou também se o Governo já sabe quando vão começar as obras de construção e se será lançado um estudo sobre o impacto no trânsito na zona central da península. Esta ligação tem estado na agenda governamental desde os tempos de Chui Sai On enquanto Chefe do Executivo. Porém, quando o Governo apresentou aos deputados o Planeamento Geral do Trânsito e Transportes Terrestres de Macau (2021-2030), em Maio de 2022, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, indicou que a quinta ligação poderia não se concretizar. “Falando das passagens de ligação entre as Zonas A e B, seja por túnel ou ponte, a construção será muito complicada, mesmo para a equipa de Chongqing. Até agora, não há soluções”, disse Raimundo do Rosário. Na altura, o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Lam Hin San, indicou também que a quarta ligação, a Ponte Macau, seria a resposta para desviar o trânsito da zona centro.
João Luz Manchete PolíticaCirculação | Matrículas de Hengqin vão poder entrar em Guangdong Vai terminar a circulação exclusiva na Ilha da Montanha para veículos de matrícula única de Macau em Hengqin. As autoridades nacionais estão a ultimar detalhes para permitir a entrada em Guangdong. Na primeira fase, a medida será aplicada apenas a quem reside, trabalha ou tem negócios em Hengqin Vai terminar em breve o cerco rodoviário a que estavam votados os condutores de Macau que tinham matrículas nos veículos para circulação exclusiva em Hengqin. “Relativamente à questão da circulação de veículos de matrícula única de Macau em Hengqin fora da ilha, os departamentos relevantes das autoridades centrais já deram o seu aval e procederam à revisão dos correspondentes regulamentos administrativos do Conselho de Estado.” Foi desta forma que o chefe do gabinete de secretário para a Segurança, Lam In Sang, revelou a medida, numa resposta à interpelação de Leong Sun Iok, divulgada ontem. Para já, as autoridades do Interior da China estão a preparar a implementação da medida, “incluindo a construção do sistema de informação alfandegária, a revisão dos métodos de gestão relacionados e a elaboração das regras de requerimento”. Lam Hin Sang acrescentou que no período inicial, o alargamento da permissão para conduzir na China será restrito a pessoas “que realmente vivem, residem, trabalham ou empreendem negócios na Zona de Cooperação”. Porém, o chefe de gabinete acrescentou que, no futuro, se as condições permitirem, a política será gradualmente ampliada. Contra todos os riscos Actualmente, os veículos de Macau com matrículas que permitam circulação em Hengqin não podem passar para Zhuhai, e vice-versa. Para já, será apenas alargada a circulação para quem tem matrículas para conduzir na Ilha da Montanha, que permanece encerrada à circulação de veículos de Macau habilitados a usar as estradas de Guangdong. O Governo indicou também que as autoridades do Interior da China estão a “estudar as disposições de seguro para os veículos automóveis de Macau que entram e saem do Interior da China pelo Posto Fronteiriço Hengqin”, no sentido de atingir o reconhecimento recíproco dos seguros contraídos dos dois lados da fronteira. Assim sendo, a cobertura de responsabilidade dos seguros contratados junto de seguradoras de Hong Kong e de Macau será equivalente ao seguro obrigatório de responsabilidade civil por acidentes de viação de veículos automóveis no Interior da China. O chefe do gabinete de Chan Tsz King acrescentou que a Autoridade Monetária de Macau coordenou com “o sector segurador de Macau a previsão, nas cláusulas dos seguros de veículos transfronteiriços GuangdongMacau, de espaço que possibilite a articulação” com a entrada e saída de veículos automóveis de Macau no Interior da China através do referido Posto Fronteiriço Hengqin.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Alargada remoção de redes em andaimes devido a fraude As autoridades da antiga colónia britânica desencadearam uma ampla operação de remoção de redes de protecção de andaimes, após a descoberta de falsos certificados de segurança anti-fogo O Governo de Hong Kong ordenou a remoção imediata das redes de protecção instaladas em andaimes de mais de 200 edifícios privados após a descoberta de certificados de segurança falsificados. A decisão foi motivada pelo incêndio que devastou, em 26 de Novembro, o complexo de habitação pública Wang Fuk Court, fazendo pelo menos 159 mortos, sendo que 31 pessoas continuam desaparecidas. O incêndio expôs deficiências na protecção dos projectos de renovação, particularmente na utilização de redes de protecção nas fachadas para evitar a queda de detritos. Como estas redes não são à prova de fogo, actuaram como aceleradoras, impulsionando a propagação das chamas em Tai Po, nos Novos Territórios, no norte de Hong Kong. As investigações oficiais confirmaram que os edifícios incendiados não utilizavam redes resistentes ao calor, o que permitiu que as chamas se propagassem rapidamente e consumissem várias torres do complexo residencial. Após inspecções a outros edifícios, as autoridades detectaram materiais adulterados noutros dois complexos, ligados a um fabricante na China continental. A descoberta levou o Departamento de Edifícios de Hong Kong a ordenar, com urgência, a remoção de todos os materiais semelhantes das fachadas de propriedades privadas, considerando-os um risco inaceitável. Comissões e investigações A polícia alargou as investigações a quatro complexos espalhados por diferentes distritos urbanos devido à possibilidade de utilização mais generalizada de certificados fraudulentos. Em paralelo, o Departamento do Trabalho abriu uma investigação sobre um caso suspeito de certificados de inspecção de andaimes com datas alteradas, aparentemente assinados antecipadamente. A Comissão Independente Contra a Corrupção deteve pelo menos 11 pessoas ligadas ao contrato de reabilitação de Wang Fuk Court, incluindo funcionários da empresa de consultoria responsável pela supervisão técnica, directores e gestores de projecto, subempreiteiros especializados em andaimes e intermediários. O líder do Governo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, prometeu uma estreita cooperação com o novo parlamento para promover reformas estruturais que reforcem a segurança nos projectos de construção e reabilitação. O incêndio, o mais mortal em Hong Kong desde 1948, acelerou as medidas administrativas e criminais destinadas a colmatar as lacunas na cadeia de responsabilidade do sector da construção civil, desde a certificação dos produtos à inspecção no local.
João Luz Manchete SociedadeSands e Galaxy | Centros comerciais recuperam terreno Os resultados dos centros comerciais da Sands e Galaxy Macau no terceiro trimestre mostram sinais de optimismo. Enquanto a Galaxy registou um aumento trimestral de 3,7 por cento e quebra anual de 2 por cento, a Sands China teve uma subida de 6,5 por cento das receitas líquidas nos primeiros nove meses do ano No terceiro trimestre deste ano, as receitas dos centros comerciais instalados em resorts da Sands China e Galaxy Entertainment Group melhoraram em relação ao trimestre anterior, confirmando a tendência do aumento da procura por bens de luxo no comércio de Macau, assim como no Interior da China, de acordo com um artigo publicado no portal GGR Asia. De acordo com a empresa-mãe da Sands China, a Las Vegas Sands Corp, as receitas líquidas agregadas nos primeiros nove meses de 2025 ascenderam a 379 milhões de dólares, mais 6,5 por cento face ao mesmo período do ano passado. Tendo em conta apenas o terceiro trimestre, os centros comerciais da Sands China facturaram 130 milhões de dólares, mais 4 por cento em termos trimestrais e anuais. Os ganhos de 22 milhões de dólares foram em larga parte justificados com os rendas extra pagas no período em análise, de 15 milhões de dólares. Estas rendas extra dizem respeito a um valor relativo aos resultados de vendas acima de determinada fasquia da loja arrendatária, aos quais de somaram 4 milhões de dólares das rendas base e 3 milhões de dólares em despesas de manutenção. Todos em linha Em relação aos centros comerciais da Galaxy, foram apurados 340 milhões de dólares de Hong Kong no terceiro trimestre do ano, mais 3,7 por cento face ao trimestre anterior, mas uma queda de 2 por cento face ao mesmo período de 2024. Graças à performance dos espaços comerciais nos resorts da Galaxy no terceiro trimestre, o grupo conseguiu atingir receitas líquidas de mil milhões de dólares de Hong Kong nos primeiros nove meses do ano. Apesar do resultado significar um declínio de 3,9 por cento em termos anuais, as quebras foram acentuadas face à descida de 12,7 por cento registada no mesmo período de 2024. A performance dos centros comerciais dos dois grupos empresariais no terceiro trimestre alinham-se com os resultados dos negócios do comércio a retalho divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. Entre Janeiro e Setembro, o volume de negócios do comércio a retalho apresentou uma redução anual de 5,4 por cento para 50,56 mil milhões de patacas. Porém, tendo em conta apenas o terceiro trimestre deste ano, o volume de negócios do comércio a retalho cresceu 2,2 por cento, para 16,96 mil milhões de patacas, face ao mesmo período de 2024. Os dados oficiais indicaram que os resultados foram impulsionados pela venda de cosméticos, joalharia e produtos farmacêuticos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTurismo | Previstas mais viagens de residentes para o exterior Andy Wu, presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, acredita que os residentes possam viajar mais nesta época natalícia que se aproxima, falando em aumentos das viagens na ordem dos 20 por cento. O interior da China deverá estar no topo das preferências O presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, Andy Wu, garantiu, segundo o jornal Ou Mun, que as viagens de residentes ao exterior possam aumentar cerca de 20 por cento nesta época natalícia. O responsável explicou que, segundo o calendário deste ano, as férias combinam com a data do estabelecimento da RAEM, 20 de Dezembro, sendo que os períodos do solstício de Inverno, a véspera de Natal e o Natal são de seis dias, entre as datas de 20 e 25 de Dezembro. Caso uma pessoa peça o dia de férias para sexta-feira, 26 de Dezembro, o período de férias pode estender-se a nove dias, entre as datas de 20 a 28 de Dezembro, por incluir o fim-de-semana. Andy Wu acredita que, com este calendário, as pessoas terão mais vontade de viajar, nomeadamente para fazer percursos mais longos. Quanto ao destino da viagem, o dirigente associativo acredita que a zona do interior da China deverá ocupar o topo das preferências, mais de 60 por cento, para os residentes de Macau, tendo em conta que a popularidade das viagens ao Japão sofreu uma redução. Pelo contrário, Andy Wu destaca que as viagens à China e Sudeste Asiático se tornaram as alternativas preferenciais. Japão com menos procura Face aos preços das viagens, Andy Wu disse que a época do Natal não faz parte das fases dos grandes períodos de férias para o interior da China, pelo que os valores tendem a estabilizar. Enquanto isso, face à menor procura pelas viagens ao Japão, um cenário diferente em relação ao ano passado, quando os preços subiram muito, este ano verifica-se o oposto: uma estabilidade de valores. Andy Wu afirma que as escolhas de destinos na China mais populares são locais com neve e gelo, nomeadamente cidades em Chongqing ou na província de Jiangxi, que recentemente passou a ter uma rota aérea directa com Macau. O responsável adiantou que o facto de existirem, no país, recursos turísticos abundantes e a conveniência dos meios de transporte faz com que o interior da China se torne muito atractivo, como destino, para os residentes de Macau. Além disso, Andy Wu observou que há uma nova tendência no mercado de viagens de longa distância, já que há muitos residentes a preferir viajar sozinhos para destinos na Europa ou Dubai. No cenário oposto, ou seja, quanto ao número de visitantes de Macau na semana do Natal, Andy Wu acredita que o número possa registar um aumento em termos anuais. O presidente da associação descreve que, apesar de o Natal não ser celebrado no interior da China, o ambiente festivo é bastante popular e atractivo, nomeadamente para visitantes mais jovens. Por esta razão, Andy Wu explicou que os turistas mais jovens do interior da China, e também os que vêm de Hong Kong, são dois grupos essenciais para trazerem dinâmica ao turismo nesta época natalícia.
João Luz Manchete PolíticaDSOP | Metade das obras mais caras atrasadas e com derrapagens Dos 46 projectos com custo superior a 100 milhões de patacas, em execução este ano, 22 estão atrasados em relação ao prazo estabelecido na adjudicação e 23 têm derrapagens orçamentais, que podem chegar a 348 milhões de patacas. As maiores discrepâncias verificam-se na Zona A dos Novos Aterros Ao longo deste ano, e até à passada sexta-feira, estavam em curso 46 obras públicas em Macau, que representam custos públicos a rondar os 43,53 mil milhões de patacas. Os dados mais recentes sobre a situação das obras com valor superior a 100 milhões de patacas da tutela de Transportes e Obras Públicas revela que, até à passada sexta-feira, se verificavam derrapagens no valor das obras na ordem de 0,8 por cento, o que equivale a cerca de 348 milhões de patacas. Importa salientar que entre as 46 obras públicas, quatro estão em fase de obtenção de propostas, adjudicação ou contrato, e outras duas foram concluídas. As obras de fundações e caves do Edifício de Apoio ao Centro de Formação e Estágio de Atletas foram concluídas a 5 de Dezembro, enquanto a segunda fase da Empreitada de Construção de Viaduto na Rotunda da Amizade terminou no dia 25 de Novembro. De acordo com os dados publicados pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), as obras com maiores derrapagens de custos e de prazo de execução situam-se na Zona A dos Novos Aterros. A maior discrepância ao nível do valor, 18,1 por cento, verifica-se na segunda fase da obra de assentamento de condutas de abastecimento de água nas vias públicas na Zona A, adjudicada à Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau por quase 172 milhões de patacas. O desvio no valor da obra ultrapassa os 31,1 milhões de patacas. Outro exemplo de variações no valor e prazo das obras, é o projecto da galeria técnica e arruamentos no sul da Zona A, que foi adjudicado ao Consórcio de Tong Lei / Lei Seng, por quase 752 milhões de patacas, com prazo de execução de 541 dias úteis de trabalho. Segundo os dados da DSOP, o valor da obra sofreu uma derrapagem de 4,6 por cento, ou perto de 34,6 milhões de patacas. Também a execução da obra apresenta um atraso de 42 dias. Tubarões e sardinhas Entre as obras mais dispendiosas para o erário público, destaque para os segmentos norte e sul da Linha Leste do Metro Ligeiro. A obra do segmento norte, adjudicada ao Consórcio de CCECC (Macau)/Nam Kwong/China Railway por 4,47 mil milhões de patacas, apresenta uma derrapagem de 125,16 milhões de patacas. A boa notícia é que o prazo para concluir a obra, 1.350 dias úteis, está a ser cumprido. No segmento sul da mesma linha, adjudicado ao consórcio formado pela China State, a Construção da China e Túneis Shanghai por 4,8 mil milhões de patacas, a derrapagem foi 4,8 milhões de patacas, enquanto a execução da obra regista um atraso de nove dias em relação aos 1.350 estabelecidos como prazo. Em relação às 13 empreitadas de construção de edifícios de habitação económica na Zona A dos Novos Aterros, as obras que apresentam maiores discrepâncias no valor são as localizadas nos lotes A1 e A2. O primeiro projecto, adjudicado à CCECC (Macau) por quase 1,48 mil milhões de patacas está a decorrer sem atrasos, mas os custos derraparam 29,5 milhões de patacas. No lote A2, obra adjudicada à Construção da China (Macau) por 1,57 mil milhões de patacas, a derrapagem orçamental vai quase em 25,1 milhões de patacas, com os trabalhos a decorrerem sem atrasos. A Construção da China tem actualmente seis obras adjudicadas pelo Governo de Macau, relativas a três empreitadas para habitação económica na Zona A, uma em consórcio com a China State para o Novo hospital – Hospital de Reabilitação e outra com o Porto da China para o Aterro da Zona D. Também a empresa Soi Kun, do ex-deputado Mak Soi Kun, soma três adjudicações em consórcio para a construção de blocos de habitação económica na Zona A, à qual se junta a empreitada relativa ao Tribunal de Segunda Instância nos lotes C12 e C14 do Lago Nam Van.
João Luz Manchete PolíticaConselho de Estado | Pedida maior participação da RAEM na abertura do país Uma comitiva do Governo reuniu com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma para afinar as metas de Macau na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e na abertura do país ao mundo. Tai Kin Ip prometeu implementar “seriamente” os espíritos da 4.ª sessão plenária do 20.º Comité Central do PCC e dos “importantes discursos” de Xi Jinping Representantes do Governo de Macau estiveram em Pequim na sexta-feira para uma reunião com dirigentes da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, um departamento executivo do Conselho de Estado, segundo um comunicado divulgado ontem pelo gabinete do Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, Anton Tai Kin Ip. Na agenda de trabalho, esteve a colaboração de Macau na construção da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. O director-adjunto da comissão nacional, Zhou Haibing, começou por elogiar a RAEM, referindo que “Macau tem utilizado os seus pontos fortes para atender às necessidades nacionais, demonstrando um papel de participante proactivo” na iniciativa nacional. Zhou Haibing indicou também que o caminho de Macau passa por criar “uma imagem cultural mais atractiva no contexto da construção conjunta de ‘Uma Faixa, Uma Rota’, permitindo que Macau “desempenhe um papel mais significativo na abertura do país ao exterior”. Estrela polar Começando por destacar a importância de participar na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, Tai Kin Ip garantiu que “o Governo da RAEM implementará seriamente o espírito da 4.ª Sessão Plenária do 20.º Comité Central do PCC e o espírito dos importantes discursos do Presidente Xi Jinping”. Em termos práticos, o governante local afirmou que o Executivo irá reforçar as funções de plataforma, assim como “o papel de ‘interlocutor de precisão’, ajudando melhor as empresas do Interior da China a expandirem-se ao exterior”. Os vários departamentos do Executivo de Sam Hou Fai que participaram na reunião apresentaram à Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma os “progressos alcançados na participação e apoio de Macau à construção de ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, que não foram especificados pelo Governo.
João Luz Manchete SociedadeCasinos-satélite | DSAL sem queixas sobre direitos laborais A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais afirmou não ter recebido, até domingo, queixas relativas a violações de direitos laborais por parte de funcionários de casinos-satélite. A entidade salienta também a exigência feita a concessionárias e empresas que geriam casinos-satélite para salvaguardarem os postos de trabalho dos residentes Até agora, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) não recebeu queixas de trabalhadores de casinos-satélite por violações de direitos laborais resultantes dos encerramentos destes espaços. Com o fim anunciado da era dos casinos-satélite a levar ao fecho de 10 destes 11 locais de jogo, o secretário para a Economia e Finanças, Anton Tai Kin Ip, prometeu que o Governo irá tentar garantir o emprego dos milhares de funcionários afectados. Durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa, o secretário salientou o trabalho do Executivo na defesa dos postos de trabalho de residentes Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, a DSAL reafirmou que a “transição” de funcionários para as concessionárias “está a decorrer sem sobressaltos”, e que têm requerido constantemente às concessionárias de jogo, assim como às empresas que operavam os espaços, que sejam assegurados os empregos dos trabalhadores locais. Além disso, a DSAL refere que foi lançada em Junho uma linha telefónica para aconselhamento na procura de emprego, e outras informações relacionadas, e foram abertos balcões de atendimento para ajudar os trabalhadores de casinos-satélite. Por outro lado O Governo destacou também a organização de múltiplas feiras de emprego e sessões de emparelhamento. Até ao fim de Novembro, a DSAL organizou 15 feiras de emprego em colaboração com três concessionárias de jogo, oferecendo vagas em áreas como marketing, atendimento ao cliente, restauração, limpezas, entre outras. No total, 708 pessoas participaram nas feiras de emprego. A DSAL garantiu que irá “continuar a monitorizar o recrutamento dos trabalhadores”, incluindo os contratos firmados, como as mais de 100 sessões de esclarecimentos sobre direitos laborais organizadas pelas concessionárias. O primeiro casino-satélite a fechar foi o Grandview, no final de Julho, seguido do Grand Dragon, em 22 de Setembro. O Emperor Palace e o Waldo fecharam no final de Outubro, enquanto o Legend Palace encerrou em 12 de Novembro e o Casal Real seis dias depois. No início de Dezembro encerraram os casinos da Ponte 16, o Kam Pek Paradise e o Fortuna, e o Landmark será o próximo a fechar portas, sobrevivendo apenas o Casino Le Royal Arc.
João Luz Manchete SociedadeObras | Exigido cumprimento de normas de segurança O secretário para os Transportes e Obras Públicas pediu a representantes de associações do sector da construção civil o cumprimento de medidas rigorosas de supervisão para minimizar riscos. Raymond Tam revelou que o Executivo irá acelerar a elaboração de instruções para obras em paredes exteriores de edifícios O trágico incêndio que vitimizou mais de uma centena e meia de pessoas em Tai Po continua a ter reverberações em Macau. Na passada sexta-feira, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam Vai Man reuniu com representantes de seis associações do sector da construção civil. O governante “sublinhou que o sector deve implementar rigorosamente medidas de monitorização e controlo em todas as fases da construção, envidando todos os esforços para minimizar os riscos potenciais”. Na agenda do Governo, a curto prazo, está a “elaboração de instruções para a realização de obras em paredes exteriores de edifícios”, um processo que Raymond Tam garante que será acelerado. Estabelecidas as directrizes, as autoridades vão exigir “cumprimento rigoroso” aos empreiteiros. Segundo um comunicado emitido pelo gabinete do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam “salientou que o Governo da RAEM atribui elevada importância à gestão dos estaleiros e à segurança da construção, especialmente no que respeita à reparação de edifícios e às obras de renovação de paredes exteriores, exercendo um controlo rigoroso na fase de apreciação e aprovação”. Boas práticas O governante exigiu aos representantes do sector a utilização de materiais que cumpram as normas de segurança contra incêndios e a garantia de uma gestão adequada em todas as fases da obra. Outro ponto discutido, foi a promessa de intensificação do combate às construções ilegais, em particular as que possam obstruir vias de evacuação De acordo com o Executivo, os representantes das seis associações comprometeram-se em “articular com os trabalhos do Governo da RAEM, cumprindo rigorosamente as diversas instruções e requisitos relevantes”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaVisita | Secretários de Estado de Portugal ficaram por receber De acordo com a CNN Portugal, o Governo liderado por Luís Montenegro acredita que a recusa de Sam Hou Fai se deve ao facto de a China estar desagradada com a transferência do ex-embaixador de Pequim, Paulo Jorge Nascimento, para a Etiópia Um facto “estranho”. Foi desta forma que o Governo de Portugal encarou o facto de Pedro Machado e Hugo dos Santos, secretários de Estado portugueses, não terem sido recebidos oficialmente por Sam Hou Fai, na semana passada. A posição foi relatada pela televisiva portuguesa CNN, que acompanhou ao mais alto nível o encontro anual da Associação Portuguesa de Viagens e Turismo (APVT), realizado na RAEM, com a presença de Nuno Santos. Segundo a versão do canal televisivo, os secretários de Estado tinham a expectativa de ser recebidos pelo Chefe do Executivo durante um “encontro formal”. Porém, as autoridades de Portugal foram informadas que Sam Hou Fai “não teve agenda” para o encontro com os secretários de Estado do Turismo e das Infra-estruturas. E a ausência de encontro causou estranheza em Portugal, de acordo com a CNN, porque, na visão do Governo de Luís Montenegro, as relações com a China “são consideradas boas ou até muito boas” e terão saído reforçadas após a visita do primeiro-ministro à China, em Setembro. Em Portugalm, acredita-se que a falta de agenda de Sam Hou Fai para receber os membros do Governo português se deve à insatisfação da República Popular da China com a forma como Portugal distribui o seu corpo diplomático. Assuntos internos De acordo com a informação da estação televisiva, a China ficou desagradada com o facto do ex-embaixador de Portugal em Pequim, Paulo Jorge Nascimento, ter sido mudado para a Etiópia, pelo Governo. Nascimento foi substituído recentemente por Manuel Cansado Carvalho, ex-cônsul de Portugal e Macau. Esta alteração por si não terá sido encarada como problemática pela China. No entanto, a CNN Portugal aponta que a insatisfação se deve ao facto do Governo da República Popular da China encarar a transferência de embaixador em Pequim para a Etiópia como “uma falta de consideração”, porque aos olhos das autoridades chinesas um embaixador que saia de Pequim tem de ser colocado numa “chancelaria de primeira linha”. O desagrado não se prende com o facto de o país em causa ser a Etiópia, mas antes por não ser colocado num posto que não está na primeira linha à luz dos interesses de Portugal. À CNN Portugal, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal não se pronunciou sobre o movimento diplomático. No entanto, a estação aponta que a nomeação foi considerada “normal” dentro do ministério, mesmo que se reconheçam que as relações com a China são “especialmente delicadas” devido a questões como a guerra comercial e a invasão da Rússia pela Ucrânia. Apesar da recusa em receber os secretários de Estado, Sam Hou Fai esteve reunido com uma comitiva de deputados portuguesas, liderada por José Cesário, ex-secretário de Estado das Comunidades e agora deputado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAPOMAC | Associação recebeu comitiva de deputados de Portugal Os dirigentes da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) pediram aos deputados portugueses uma política de amizade com a China e que as posições tomadas tenham em conta os interesses da população portuguesa em Macau A Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) recebeu quatro deputados e membros da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e defendeu uma política de amizade com a China, a pensar nos portugueses que vivem em Macau. O relato do encontro, que ocorreu na manhã de sábado, foi feito ao HM, por Jorge Fão, presidente da Assembleia-Geral da APOMAC. “Eles [deputados] perguntaram-nos se a APOMAC tem algumas preocupações, até porque neste momento se fala muito das questões de segurança nacional. E eu disse-lhes que eles têm de compreender a situação da comunidade portuguesa em Macau, dos residentes, que não são poucos, salvo erro são cerca de 140 mil”, começou por contar Jorge Fão. “Tudo o que Portugal pensar em fazer, tratar ou em comunicar com a República Popular a China tem de ter sempre em mente os interesses desta comunidade. Por isso, pedi-lhes para não hostilizarem a China, e procurarem resolver qualquer assunto pelo diálogo e não pelo confronto. Com uma postura de diálogo há benefícios para ambas as partes”, explicou. “Tenho receio que quando o Governo português não sabe lidar com a China cria situações preocupantes. Não estou a imaginar nada, por agora, mas pode acontecer. Quando maior a amizade e solidariedade, melhor ficará a população de Macau, falante, ou não, de língua portuguesa”, acrescentou. O dirigente associativo apontou ainda que a “China tem tido muita abertura para os países de língua portuguesa e que tem sido mais assertiva” no reforço das ligações comerciais. Por isso, considerou que “Portugal deve aproveitar esta política” e que a população do país “só tem a ganhar” com essa postura. Jorge Fão reconheceu a importância das relações de Portugal com os países ocidentais, mas indicou que “Portugal também precisa de parcerias económicas” e que a “China é um país muito forte” a nível económico. “Portugal tem aliados, mas o povo não vive das alianças, vive de comer, dos salários. Podem estar sempre a falar dos direitos e garantias, mas se estiverem a pregar no deserto, apesar de terem todos os direitos, morrem de fome”, vincou. “O bom relacionamento com a China significa mais postos de emprego para Portugal. Quanto maior for o investimento chinês, maiores serão os benefícios para a população em Portugal”, destacou Posição apoiada Em reacção à posição de Jorge Fão, os deputados terão afirmado compreensão e apoio, principalmente através de José Cesário, deputado do Partido Social-Democrata (PSD) que preside à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas do Parlamento de Portugal. “Todos os deputados afirmaram que concordaram comigo. O José Cesário reafirmou essa posição, porque Portugal precisa de um parceiro económico forte, e a China é um país económico forte”, relatou. Integraram igualmente a comissão Paulo Neves, deputado do PSD, Manuel Magno, deputado do Chega, e Catarina Louro, deputada do Partido Socialista. O dirigente associativo destacou também o facto de esta ser a primeira vez que uma comissão do parlamento virada para as comunidades portuguesas visita Macau, o que considerou ter um “significado especial”. Durante o encontro, Jorge Fão admitiu não ter abordado os interesses mais específicos dos aposentados em Macau, relacionados com a Caixa Geral de Aposentações, por considerar que “não há grandes preocupações”, porque não implicam as competências dos deputados, e porque os problemas pontuais que surgem têm sido resolvidos sem sobressaltos. “Não temos tido qualquer preocupação que mereça intervenções dos deputados do Parlamento. As nossas questões têm a ver mais com a Caixa Geral de Aposentações, ou com a Direcção de Serviços de Finanças de Macau. Mas conseguimos ultrapassar os problemas directamente com essas instituições”, indicou. “Têm havido contacto regulares com essas duas entidades, que têm corrido da melhor forma”, justificou. Espaço VIP A recepção aos deputados pela APOMAC terminou com um almoço, no Salão Catarina, um novo espaço onde costumava estar a clínica e que foi renovado para receber palestras, seminários, festas, almoços e jantares privados e que inclui bar e karaoke. “A Catarina é minha prima, e está, assim como toda a família, há muitos anos no Canadá. Essa família tem o apelido Hui, e sempre, desde a primeira hora, apoiou a APOMAC materialmente. Foi a família que mais apoio deu à associação”, explicou Jorge Fão sobre o nome. As obras que tiveram um preço superior a 800 mil patacas foram pagas com donativos de empresários locais. Ao HM, Jorge Fão lamentou que a Fundação Macau não tivesse dado qualquer apoio ao projecto.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteTimor-Leste | Recordações da vida de um homem reflectem a resistência de um povo O livro “Regresso a Uaidora, a infância e juventude de Domingos Gusmão” relata os testemunhos do timorense sobre os anos da resistência de Timor-Leste à ocupação indonésia. O testemunho foi escrito em Macau pelo ex-residente e professor universitário Duarte Trigueiros. 50 anos depois da ocupação, o autor recordou ao HM a obra lançada em 2022 Este ano tem sido marcado pelas celebrações de aniversários dos 50 anos de independências de muitas antigas colónias portuguesas. Timor-Leste foi a um desses territórios. Porém, logo a seguir à proclamação unilateral da independência, em 28 de Novembro de 1975, seguiu-se um período de confronto que culminou com a ocupação indonésia, a 7 de Dezembro do mesmo ano. Este domingo passaram 50 anos da invasão que marcou o destino do jovem país. A propósito dessa data, saiu, em 2022, o livro “Regresso a Uaidora, a infância e juventude de Domingos Gusmão”, que revela a história do timorense, que foi estudante em Macau e aluno do autor Duarte Trigueiros, ex-economista e professor na Universidade de São José. O HM falou com o autor sobre o reflexo da dor e luta pela autodeterminação de um povo que se vislumbra na vida de um homem e da sua família. “Quando ensinava em Macau recolhi o testemunho desse timorense de Baucau. Domingos Gusmão, sabendo que tinha ensinado na Universidade Nacional de Timor-Leste durante vários anos, contou-me como ele e a sua família viveram todos esses terríveis acontecimentos”. Nasceu assim o livro, sendo que Trigueiros foi meramente relator do testemunho, depois corrigido em parceria com Domingos Gusmão. A obra tem apenas versão online, mas na altura do lançamento contou com o apoio da Fundação Oriente na impressão de alguns exemplares. Matebian, Timor-Leste O contacto de Duarte Trigueiros, que viveu vários anos em Macau, com Domingos Gusmão deu-se na Festa da Lusofonia, em 2015. “Fui à barraca de Timor-Leste e ele disse-me que tinha coisas interessantes para me contar, mas que não conseguia falar bem português, e que gostava de deixar o seu testemunho escrito. A dada altura propus fazer-lhe perguntas a partir da sua infância, como era a vida na aldeia, e assim nasceu o livro, com nove capítulos.” O início da obra descreve, “pelos olhos de uma criança, o dia-a-dia dos agricultores das montanhas de Baucau em Timor-Leste, a determinação como reagiram à invasão do seu país em 1975 e a brutal repressão que se seguiu”. “O livro acompanha não apenas a vida dele, mas também da família e dos poucos que restaram. Acabou por não restar praticamente ninguém”, descreve Duarte Trigueiros. Segundo a obra, Domingos Gusmão terá nascido a 1 de Novembro de 1969 na aldeia de Uaidora, pertencente ao município de Baucau, filho de Julião, agricultor, e Juliana, doméstica. “Mas só o local onde nasci está correcto. A data de nascimento não passa de uma conjectura e os nomes que aparecem na certidão como sendo os meus pais, Julião e Juliana, também não são os de meu verdadeiro pai e mãe, mas de parentes que me adoptaram quando fiquei órfão. Na verdade, sou filho de Martinho Gusmão, cujo nome de código foi ‘Maunoco’ e era o chefe da aldeia Uaidora até à sua morte em 1983; e a minha mãe foi Ricardina, a segunda mulher de Martinho Gusmão, aquela que lhe deu descendência.” Assim começa a história de Domingos. A ida para Baucau A obra relata anos muito difíceis, de fugas de milhares de timorenses para o mato para escapar aos indonésios, organizando a luta armada. Um dos capítulos, destaca Duarte Trigueiros, relata como Domingos e familiares “foram deportados e ficaram sem qualquer tipo de apoio, sem médico ou comida. “Morreu uma quantidade enorme de gente nessa altura, até inícios dos anos 80, e eles [a família de Domingos Gusmão], já no sítio onde estavam a cultivar a terra, começaram a ter frutos da terra, e a enviar crianças para a escola. Este rapaz [Domingos Gusmão], durante esse tempo, começou a preparar-se para ir para Baucau estudar, algo que não era fácil, pois era preciso arranjar um lugar, e havia muitas crianças.” Domingos e Xanana Gusmão É aí que a família decide sair da aldeia e ir para Baucau, encontrando empregos “ao serviço da tropa, dos juízes, enfermeiros e médicos”, que lhes valeram os primeiros contactos com a resistência timorense. “Ele [Domingos Gusmão] começou a organizar aquilo a que chamam uma frente clandestina com os colegas. O livro relata todas essas peripécias que revelam, claramente, como funcionava a resistência. Este rapaz sentiu depois vontade de continuar os estudos e fez uma candidatura a um seminário católico”, lembrou Duarte Trigueiros. A ligação à religião católica não era um acaso. “O propósito era ir para fora, porque a única coisa que os indonésios respeitavam realmente era a Igreja Católica, não respeitavam mais nada. E ele foi-se embora, esteve uma quantidade de anos a formar-se. Esteve nas Filipinas, onde também participou em actividades da resistência, e voltou já feito padre, em 2012.” Escrever este livro importava para Domingos Gusmão pois ele “queria referir os nomes dos comandantes [timorenses] da primeira fase, quando a tropa indonésia entrou por Baucau, para o interior, e houve uma quantidade grande de comandantes da resistência que se opuseram, quase sem armas, e foram mortos”. “Quando me falou desse assunto, insistiu muito, disse-me ‘Escreve aí o nome do comandante tal’. Tudo para os nomes não caírem no esquecimento”, recordou. “O que ele me disse é que hoje em dia, em Timor-Leste, as pessoas estão a compensar os membros da resistência que estão vivos, mas há muitos mortos que deram a vida por isso e estão a ser esquecidos. Mas este livro fala também de tudo a nível pessoal, do que aconteceu ao tio, de como o pai morreu nessa fase, atirado ao chão, com uma coronhada, com pontapés, porque se recusou a aceitar uma ordem e atiraram-no ao chão. Ele era chefe da aldeia e tinha de aceitar a ordem [dos indonésios], mas recusou”, frisou Duarte Trigueiros. Para o autor, a obra conta “uma versão mais verdadeira” daquilo que foi a ocupação indonésia, e muito concretamente sobre as experiências da povoação de Uaidora e do interior do país. No livro, lê-se o testemunho de Domingos sobre esta fase de resistência em Baucau, a partir de 1986. “Eu devo o meu alistamento na resistência às frentes clandestinas e também ao meu colega Domingos de Oliveira. (…) Poucas semanas depois, a 16 ou 17 de Setembro de 1991, celebrava-se o centenário da catedral de Díli e os jovens foram convidados a participar. De Baucau partiram 14 camionetas cheias de adolescentes e eu era um deles. No dia seguinte, durante o regresso, apareceram bandeiras da FRETILIN e todos nós cantámos hinos à independência. Ao passarmos em Manatuto a tropa mandou-nos parar, mas depois disseram-nos para seguirmos; e já à entrada de Baucau, antes do aeroporto, a estrada encontrava-se bloqueada e fomos cercados por um forte dispositivo militar. Só carros de assalto eram três!” Gusmão prossegue o relato deste momento tenso. “Depois de nos terem assim encurralado, a tropa, com os carros de assalto do lado direito, ocupou o lado esquerdo. As 14 camionetas ficaram alinhadas com o dispositivo militar, o qual tinha as armas em posição, prontas a disparar. Eram como um pelotão de fuzilamento muito comprido. Ali ficámos, com todas aquelas armas apontadas para nós, em silêncio enquanto o tempo decorria e nada acontecia.” Apoio de portugueses Duarte Trigueiros e Domingos Gusmão foram mantendo contacto, mas um AVC tirou qualidade de vida ao timorense. “Quase não me responde aos emails. Talvez tenha outra visão da vida”, confessa o autor. Outra perspectiva que a obra dá, segundo Trigueiros, é o posicionamento das autoridades portuguesas nos anos da ocupação indonésia, afastando a ideia de que tenha havido abandono depois da independência. “Limito-me a mostrar aquilo que o Domingos me disse, e ele disse-me que muitos dos comandantes da resistência tinham sido militares portugueses e que, por isso, sabiam manejar armas. Disse-me, além disso, que eram extremamente patriotas. Há o relato de que nos anos 90 tentaram conseguir de Portugal um telefone satélite para entregar à resistência, e há referências ao apoio da Embaixada de Portugal em Manila. Acho que ficámos bem na fotografia”, conclui. Duarte Trigueiros deu aulas em Timor entre 2004 e 2009, onde encontrou um ensino superior muito fraco. “Os alunos praticamente não sabiam português e nós tínhamos de ensinar em português. Só isso já era um grande esforço. Em geral, os alunos eram fracos, estavam muito mal preparados. A preparação [educativa] dos indonésios tinha sido de baixo nível, pois havia discriminação dos alunos por serem timorenses. O livro descreve isso, como só os bons alunos tinham direito a subir, digamos assim, e isso nem sequer significava ir para a universidade.” Ainda assim, Duarte Trigueiros destaca a formação “de uma boa quantidade de pessoas, engenheiros, licenciados em Direito, economistas”. “Deu muito trabalho e esse foi o grande apoio que Portugal conseguiu dar”, acrescentou. Hoje, o ex-economista diz que os timorenses olham para os portugueses com imensa gratidão. “É espantoso, pois quando vamos numa rua com um australiano, eles desprezam o australiano e não falam com ele, mas com o português cobrem-no com todo o tipo de carinho. Isso acontece muitíssimo em Timor-Leste”, rematou.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP | Unanimidade quanto à “Super Pole” nos GT A Federação Internacional do Automóvel (FIA) deverá continuar a apostar no sistema de “Super Pole” para a nona Taça do Mundo FIA de GT, caso esta corrida volte a integrar o programa do 73.º Grande Prémio de Macau no próximo ano Pela primeira vez, na edição do passado mês de Novembro, os dez mais rápidos da Qualificação 1 dispuseram de 20 minutos para se prepararem para a primeira “Super Pole” da história da Taça do Mundo de GT da FIA, na qual, pela ordem inversa dos tempos, cada piloto entrou sozinho em pista para uma volta de saída, duas voltas cronometradas e uma de regresso, com intervalos de um minuto entre concorrentes e a possibilidade de utilizar um novo jogo de pneus. O melhor tempo obtido entre as duas voltas cronometradas determinou a Qualificação 2 “Super Pole”, que definiu a grelha de partida da Corrida Classificativa. Após o sucesso desta iniciativa, a federação internacional pretende continuar a aplicá-la na Taça GT Macau – Taça do Mundo FIA de GT, tendo inclusive produzido um vídeo promocional para o confirmar. Lutz Leif Linden, Presidente da Comissão de GT e da Comissão de Construtores da FIA, admite que se trata de algo “muito excitante para os espectadores, assim como para os pilotos”. Presente em Macau durante o Grande Prémio, o influente Stéphane Ratel, CEO da SRO Motorsports Group, entidade co-organizadora da Taça GT Macau – Taça do Mundo FIA de GT, concorda igualmente com a medida, sublinhando que representa “um desafio adicional e que resulta. Na SRO fazemos isso a nível global. Nos maiores eventos, como as 24 Horas de Spa, temos uma ‘Super Pole’, e é algo de que gostamos.” Pilotos e marcas concordam Pilotos e marcas ficaram igualmente impressionados com esta primeira experiência nas ruas do território. “Macau já é especial e acho que, com este formato, tivemos algo ainda mais especial”, recordou Antonio Fuoco, o piloto que deu à Ferrari o seu primeiro em Macau desde 1995. Ferdinando Cannizzo, responsável máximo da Competizioni GT da Ferrari, reforça a ideia, destacando a vantagem técnica quando o desafio se resume ao piloto e ao circuito, sem interferências externas. “Sem carros, sem trânsito, podes concentrar-te realmente nas tuas forças e tentar maximizar a performance do carro”, referiu o representante da marca do Cavallino Rampante. Este sistema de qualificação, um momento importante do fim-de-semana dada a dificuldade de ultrapassar no Circuito da Guia, acrescenta também um elemento de incerteza e eleva o espectáculo. Stefan Gugger, responsável pelo desenvolvimento dos carros de competição da Lamborghini, afirmou que, na sua opinião, “é uma melhoria para os nossos fãs. Podemos realmente ver a performance do piloto e do carro, o que representa igualmente um bom desafio para a equipa.” A Porsche, uma das marcas que mais defendeu a introdução obrigatória dos dispendiosos sensores de binário nesta corrida, foi também das principais impulsionadoras da “Super Pole”. “Acredito que o novo formato é realmente um passo em frente”, afirmou Thomas Laudenbach, Vice-Presidente da Porsche Motorsport. “Permite que os pilotos tenham voltas limpas. É um excelente avanço na direcção certa, talvez com alguma afinação, mas, no geral, para mim é positivo. Espero que mantenham este formato, porque é fantástico.” Entretanto, a data da edição de 2026 do Grande Prémio de Macau deverá ser confirmada na próxima semana, durante o Conselho Mundial da FIA, que terá lugar antes da cerimónia de entrega dos prémios da FIA referentes a 2025, na cidade de Tashkent, no Uzbequistão.
João Luz Manchete SociedadeIAM | Cães voltam a aparecer mortos em Coloane Um internauta partilhou no Facebook fotografias de três cães mortos e denunciou a presença de funcionários do IAM a espalhar veneno para ratos de forma displicente. O IAM diz que as autópsias revelaram lesões hemorrágicas sistémicas e que a morte por envenenamento é “extremamente baixa”. O caso foi encaminhado para a polícia Voltou a acontecer. Na quarta-feira, foram publicadas no Facebook fotografias de cães mortos. O autor, que suspeitou de morte por envenenamento, diz ter visto funcionários do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) e de uma empresa contratada pela entidade pública a espalhar veneno para ratos numa zona, em Coloane, onde foi encontrado um cão morto. Segundo a publicação, o internauta terá abordado os funcionários do IAM e da empresa de limpezas criticando o método de aplicação do veneno ao arrepio das orientações estabelecidas, que estaria a descoberto na beira da estrada, ao alcance de pessoas e animais domésticos. Em resposta, o queixoso refere que lhe foi dito que estava tudo bem, e continuaram a depositar o veneno apesar dos protestos do cidadão. Na noite de quarta-feira, o IAM emitiu um comunicado a endereçar a questão, afirmando ter recebido “sucessivamente relatos de cidadãos sobre a descoberta de três cadáveres de cães em três locais adjacentes entre si em Coloane”, a partir do sábado passado. Afirmando estar “altamente atento ao incidente”, o IAM indica ter destacado imediatamente pessoal para acompanhar os casos nos locais em questão. “Após a autópsia dos cadáveres e a respectiva análise, verificou-se que os três cães em causa apresentavam lesões hemorrágicas sistémicas. O Instituto já participou o caso à polícia, aguardando uma investigação mais aprofundada”. A papel químico Sobre a suspeita de ingestão de veneno pelos cães, o IAM sublinhou que o produto usado actualmente “contêm um agente amargo, especificamente concebido para os ratos pela sua falta de reflexo de vómito”. “Para animais com sistema de vomição, incluindo gatos e cães, a ingestão acidental provoca uma reacção de vómito, dificultando a deglutição. Assim, a probabilidade de envenenamento por ingestão acidental é extremamente baixa. Além disso, a dose de isca colocada pelos trabalhadores do IAM de cada vez é especificamente calculada para o pequeno porte dos ratos”, acrescentou a entidade pública. Na publicação no Facebook, o internauta divulgou uma fotografia onde se pode ver um amontoado de um granulado de cor avermelhada. O instituto liderado por Chao Wai Ieng indicou ainda que o veneno é colocado em caixas fixas e trancadas, ou em buracos de ratos, ficando oculto e sem contacto fácil por pessoas ou animais. Uma declaração totalmente contraditória com o relato do internauta que denunciou a situação. No início de Maio, aconteceu um caso semelhante na Taipa também com três cães mortos e suspeitas semelhantes. Na altura, o IAM emitiu um comunicado semelhante ao divulgado na quarta-feira à noite.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeVIH | Associação alerta para tendências de aumento Kelvin Lei, supervisor de projectos da Associação de Cuidados da Sida em Macau [Macao AIDS Care Association], alerta para a complexidade do maior número de casos de VIH na população não residente e lamenta que o estigma sobre o vírus e a doença seja ainda uma realidade no território A Associação de Cuidados da Sida em Macau (Macao AIDS Care Association] fala num cenário de complexidade face ao crescente número de novos casos de VIH junto de não residentes. Em entrevista ao HM, Kelvin Lei, supervisor de projectos da associação, descreve que “a tendência observada entre não residentes é complexa e reflecte factores estruturais, e não apenas o comportamento individual”. Esses factores são “o estatuto de Macau como centro internacional, o que significa um fluxo constante de pessoas, incluindo visitantes, trabalhadores imigrantes e estudantes de todo o mundo”, que “podem ter atitudes diferentes em relação a comportamentos sexuais de alto risco devido à sua diversidade cultural e formação académica”. Para Kelvin Lei, “uma maior atenção a testes e detecção de casos entre os não residentes pode levar a mais diagnósticos”, sendo que persistem “barreiras [no acesso] a serviços”, nomeadamente devido a “diferenças linguísticas, conhecimento limitado dos direitos locais de saúde, preocupações com a confidencialidade ou horários de trabalho que entram em conflito com o horário de atendimento”. Permanece ainda “o medo do estigma ou da perda de emprego”, cenários que podem ser “um impedimento significativo para a procura de testes ou cuidados de saúde”. Há ainda “factores socioeconómicos” que explicam o crescimento de casos. Dados dos Serviços de Saúde de Novembro falam de uma tendência de crescimento dos casos: entre Janeiro e Setembro deste ano, registaram-se 28 novos casos infecção pelo VIH, 14 dos quais em residentes e 14 em não residentes. No ano passado, não havia referência a não residentes infectados. Em comparação, entre Janeiro e Setembro do ano passado, tinham sido confirmados nove casos entre residentes, o que significa que ao longo deste ano houve um aumento de 55,6 por cento em novos casos detectados. Papel importante A conversa com Kelvin Lei surgiu a propósito da realização, este fim-de-semana, do 8.º Fórum sobre a Sida de Pequim, Hong Kong, Macau e Taiwan, a decorrer no Lisboeta Macau, no Cotai. Já em 2016, Macau tinha organizado outra edição deste evento. Para Kelvin Lei, a repetição de Macau como local de acolhimento “tem um significado profundo” para a associação, pois “reafirma o papel activo e empenhado” do território “como ponte vital na parceria regional entre Pequim, Hong Kong e Taiwan na luta contra o VIH/SIDA”. “Embora a prevalência de Macau [de novos casos] continue relativamente baixa, enfrentamos desafios distintos, incluindo uma população móvel e a necessidade de uma prevenção sustentada e direccionada”, disse. Persiste ainda, no território, “o equívoco de que o VIH afecta apenas principalmente grupos específicos, como homens que fazem sexo com homens, tal como acontece a nível global”. Trata-se de uma ideia “prejudicial, porque cria uma falsa sensação de segurança noutras populações e agrava o estigma”. Foco no indivíduo A propósito do estigma, Kelvin Lei chama a atenção para o facto de, “em comunidades compactas como Macau e Hong Kong”, existir “o medo de divulgação social dentro de redes muito unidas”. Cabe ao Executivo incorporar outro tipo de discurso nas suas políticas, sugeriu. “Reconhecemos e apreciamos o compromisso e a alocação de recursos do Governo da RAEM para a prevenção e tratamento, com a infraestrutura clínica a fornecer terapia antirretroviral essencial. A proporção médico-paciente nesta área específica é gerida. O discurso tem mudado progressivamente para um quadro científico e de saúde pública. No entanto, a próxima fronteira é integrar verdadeiramente a luta contra o estigma no discurso oficial e na prática sistémica.” O supervisor fala na necessidade de defesa pública do conceito “U=U”, ou seja, “indetectável – intransmissível”, além de se dever “promover cuidados centrados na pessoa que vejam o indivíduo, e não apenas o vírus”. Kelvin Lei aconselha ainda “promover a normalização dos testes para todos e garantir políticas não discriminatórias em todos os contextos”. Desta forma, a realização do Fórum, este fim-de-semana, traz um diálogo “com representantes de todas as regiões, incluindo o Governo, que é um passo positivo para alinhar as nossas capacidades científicas, com o apoio social necessário, para acabar com a epidemia”. Pretende-se também analisar “estratégias inovadoras, como a prevenção de longa duração e aplicações de inteligência artificial que estamos a discutir, e um espírito de solidariedade”. A Associação de Cuidados da Sida em Macau assume-se como “uma das principais associações na prevenção do VIH em Macau”, atravessando “desafios não médicos”, como o “estigma internalizado e social”, que “pode levar a uma profunda solidão e a problemas de saúde mental”. Deve-se ainda “garantir a continuidade dos cuidados”, existindo “necessidades holísticas” por parte dos doentes, como medicamentos, “aconselhamento psicológico, apoio para revelar a condição à família ou empregadores e, por vezes, assistência nutricional ou financeira”. Esta associação disponibiliza, assim, uma série de apoios neste sentido.
Hoje Macau Manchete PolíticaAPAVT | Macau é “Destino Preferido” internacional em 2026 A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo voltou a escolher Macau como Destino Preferido da associação em 2026, o que permitirá um reforço da cooperação. Helena de Senna Fernandes enalteceu a continuação do bom trabalho resultante da parceria com a associação lusa “Macau e a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) decidiram que não devem parar. É por isso que vos transmito com muita alegria que decidimos, Macau e a APAVT, que Macau seja o destino preferido internacional da APAVT ao longo de 2026”, afirmou o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira no território. O 50.º Congresso Nacional da APAVT, que decorre desde terça-feira em Macau, terminou ontem, e contou com mais de mil profissionais, um número recorde, para debater o futuro do sector do turismo. Macau acolheu pela sexta vez aquele que é considerado o maior congresso do sector do turismo português. “Não posso estar mais feliz. Sabem da minha condição de último mandato. Cumpro um sonho que é voltar a Macau e voltar a trabalhar com Macau. (…) O Congresso tem sido, no meu entender, memorável do ponto de vista dos temas, mas também tem sido memorável do ponto de vista do número, é o maior de sempre, e tem sido memorável do ponto de vista da capacidade de acolhimento”, reforçou Pedro Costa Ferreira. O Destino Preferido da APAVT é um programa “muito amplo”, que tem duas partes fundamentais, a comunicação e marketing, e que ajuda, desta forma, o destino eleito a promover-se. “Significa que em todas as nossas presenças, teremos Macau junto connosco e, portanto, temos essa comunicação”, acrescentou o presidente da associação, lembrando que desta forma é reforçada uma relação com muitos anos. Velhos amigos “O regresso do Congresso à nossa cidade este ano e a designação de Macau, a par da China, Destino preferido para 2026, abrem caminho para continuarmos a trabalhar bem”, disse a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes. A principal novidade em 2026 do Destino Preferido vai ser o lançamento de um programa de ‘e-learning’ (aprendizagem electrónica) sobre Macau para agentes de viagens da Alemanha, Finlândia e Países Baixos, tal como o programa que foi lançado em Portugal em 2024. O ‘e-learning’ será desenvolvido pela APAVT e pelo Turismo de Macau, em colaboração com a Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos (European Confederation of Travel Agents’ and Tour Operators’ Associations [ECTAA]). Pedro Costa Ferreira lembrou ainda que este congresso tem vários “significados especiais”, desde logo “por ser o sexto” em Macau e porque foi o escolhido “para acabar a comemoração do 75.º aniversário” da associação. A APAVT diz ter acreditado 1.039 congressistas de 172 voos diferentes, congressistas que “vão agora visitar várias províncias da China em colaboração com o Turismo de Macau”.
João Luz Manchete PolíticaTrabalho | Dois terços descansam apenas 1 ou 1,5 dias por semana Um inquérito da FAOM revelou que cerca de 60 por cento dos trabalhadores não tiveram actualização salarial este ano e dois terços não tem descanso semanal de dois dias. Leong Sun Iok quer que o Governo dê orientações claras às empresas para darem prioridade à contratação de residentes e fixe uma quota mínima de locais Salários congelados, sobrecarga de trabalho, insegurança financeira e concorrência desleal com salários muito baixos de não-residentes foram as principais preocupações reveladas por cerca de 2.000 trabalhadores que responderam a um inquérito sobre condições de trabalho em 2025. O tabalho, apresentado ontem, foi realizado pela Associações dos Operários de Macau (FAOM). Para 60 por cento dos entrevistados, não houve aumentos de ordenado este ano, enquanto 10 por cento tiveram mesmo cortes salariais. Além disso, perto de dois terços dos trabalhadores queixaram-se de uma excessiva carga laboral, com o descanso semanal reduzido a um dia ou um dia e meio. Outra situação que desalinha o equilíbrio entre vida e trabalho, é o acesso tecnológico que permite transportar para os tempos livres e para casa tarefas de trabalho. Esta situação voltou a ser alvo de queixas de trabalhadores, levando os responsáveis da FAOM a pedir ao Governo que defina claramente os parâmetros do “direito a estar offline”. Para tal, é necessário que os trabalhadores tenham direito a compensação de horas extra, ou salário de trabalho por turnos. A juntar a estes problemas, foram frequentes os relatos de falta de estabilidade e de “almofada” financeira, causando sentimentos de insegurança em relação ao futuro. O bicho papão Dando eco a uma das bandeiras políticas da FAOM, os entrevistados consideram que as políticas laborais não dão prioridade eficaz aos locais no acesso ao emprego. Como tal, 63 por cento dos inquiridos revelaram falta clareza às medidas de protecção a trabalhadores residentes. Neste ponto, o deputado Leong Sun Iok, afirmou que “apesar de as actuais leis já definirem a prioridade dos residentes locais, o Governo nunca traçou exigências claras para as empresas em relação às práticas de contratação recursos humanos”. O resultado é a falta de eficácia na concretização da prioridade. Uma solução, apontado pelo deputado, seria a aplicação firme de quotas ou proporção mínima de residentes nos recursos humanos de cada empresa, como acontece com os cargos de chefia nas concessionárias do jogo. Leong Sun Iok considera que desta forma, os empregadores seriam “incentivados” a formar funcionários locais. Os salários demasiado baixos de trabalhadores não-residentes, e a decorrente concorrência desleal provocada pelo desnível dos ordenados, foi destacada por 60 por cento dos inquiridos. Leong Sun Iok defende que o Governo deveria recusar pedidos para contratação de não-residentes quando os salários propostos pelos empregadores forem demasiado baixos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCasinos-satélite | Promovida iniciativa para mitigar impacto do fecho A Associação Industrial e Comercial da ZAPE de Macau e cerca de 250 negócios investiram 3 milhões de patacas em formação online para promover nas redes sociais esta zona da cidade Cerca de 250 negócios do NAPE e ZAPE juntaram-se numa iniciativa liderada pela Associação Industrial e Comercial da ZAPE de Macau para mitigar o impacto económico nas zonas do encerramento de vários casinos-satélite. De acordo com a revista Macau Business, a iniciativa implica um investimento de 3 milhões de patacas. O objectivo passa por transformar a área num local atraente para tirar fotografias e publicar nas redes sociais, para trazer para aquela zona um novo tipo de turistas e criar um modelo mais virado ao consumo. O plano é visto como um caminho alternativo para a economia daquela zona, depois do encerramento forçado de vários casino-satélites que durante anos prosperaram naqueles locais da cidade. Também para tornar o comércio da zona mais competitivo, foram distribuídos apoios para o desenvolvimento de actividades de publicidade dos espaços comerciais online e ainda in loco. Sobre a iniciativa, Wu Tat Chong, presidente da Associação Industrial e Comercial da ZAPE de Macau, explicou que é motivada “pelas mudanças no mercado e nos hábitos de consumo das pessoas que fizeram com que os negócios no ZAPE e NAPE enfrentem novos desafios, como um número de clientes flutuante”. O responsável indicou também que devido à nova realidade a “competição tornou-se mais intensa” o que tem feito com que muitos negócios naqueles locais “estejam a lutar pela sua sobrevivência”. Apoios de fora A campanha promovida pela Associação Industrial e Comercial da ZAPE de Macau procura também chamar a atenção para as zonas, com campanhas online, incentivando depois experiências físicas. Numa primeira fase, as lojas participantes recebem agora formação sobre como explorar as plataformas de promoção online. Além disso, a campanha permite promoções baseadas em subsídios e esquemas de marketing específicos para aumentar a visibilidade das empresas. Além dos participantes do território, a iniciativa conta igualmente com o envolvimento de plataformas de entrega de takeaway de Hong Kong. Face à esperada sangria nos negócios daquelas zonas, imposta pelos deputados após uma proposta do Governo, o Executivo tem tentado apresentar acções para levar as pessoas para aqueles locais. Um dos eventos que se antecipa é a organização de um Festival de Natal, organizado como um complemento do Festival Iluminar Macau, entre Dezembro e o início do próximo ano.
João Luz Manchete SociedadeObras | Governo diz que trabalhos conjuntos aumentaram 20% No balanço de 2025, o Governo indicou que a taxa de execução conjunta de obras nas vias da cidade, para evitar escavações repetidas, aumentou quase 20 por cento. Por outro lado, até ao fim de Novembro, tinham sido iniciadas em 2025 cerca de 360 obras viárias, menos 30 por cento em termos anuais O Grupo de Trabalho para a Optimização da Coordenação de Obras Viárias apresentou ontem o balanço de 2025, numa reunião presidida pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam. Na apresentação, foi indicado que a taxa de execução conjunta das obras aumentou quase 20 por cento, comparado com o mesmo período do ano passado, o que trocado por miúdos significa a não repetição de escavações no mesmo local com objectivos diferentes. O grupo de coordenação categorizou o aumento das obras combinadas como uma demonstração de “resultados significativos”. Entre o início do ano e o fim de Novembro, foram iniciadas cerca de 360 obras nas ruas e estradas de Macau, volume que ainda assim representou uma redução superior a 30 por cento, face ao período homólogo, segundo os dados apresentados a Raymond Tam. Destas, “cerca de 120 foram executadas de forma conjunta, representando aproximadamente um terço do total”, demonstrando “a crescente eficácia do trabalho de coordenação”. O secretário deu instruções ao grupo de trabalho para serem adoptadas medidas que permitam reduzir ao mínimo o número de tampas de esgotos na via pública, para “garantir a segurança dos condutores de motociclos e ciclomotores”. Seguir exemplos Em relação ao próximo ano, o grupo apresentou a Raymond Tam os planos de obras viárias, que foram integradas em 47 zonas de coordenação, definidas de acordo com as respectivas áreas e períodos de execução. A divisão territorial das intervenções foi avançada como factor que irá possibilitar “a execução simultânea de várias obras na mesma área”, reduzindo escavações repetidas. O projecto de reserva de condutas da Rua dos Mercadores, obra que já foi concluída, foi apontado por Raymond Tam como exemplo a seguir, tendo em contra a “coordenação célere em resposta a situações imprevistas” e a eficácia na aprovação de obras nas imediações das condutas de gás. Aliás, foi sublinhado que a obra de instalação de condutas e de drenagem actualmente em curso na Rua do Volong adoptou a mesma solução de reserva de condutas aplicada na Rua dos Mercadores.
João Santos Filipe Manchete PolíticaGP Macau | Che Sai Wang quer desmontagens mais rápidas O deputado está preocupado com as obras de remoção da pista e aponta que o atraso perturba o número de lugares de estacionamento, o transporte de crianças paras as escolas e dificulta a vida aos residentes Che Sai Wang defendeu a necessidade de o Governo acelerar os trabalhados de desmontagem das instalações do Grande Prémio de Macau. A posição do deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) foi tomada numa interpelação escrita. De acordo com a interpelação, Che mostra-se um apoiante do Grande Prémio que indicou ser “um marco da identidade de Macau, com impactos positivos no turismo, na economia e na visibilidade internacional”. “Continua a ser uma componente vital da estratégia do Governo para estabelecer Macau como uma ‘Cidade de Eventos’”, realçou. No entanto, ao contrário do que acontece com as montagens, Che espera que os trabalhos de remoção da pista e das instalações complementares sejam mais rápidos. “Embora o Governo demonstre uma elevada eficiência na construção pré-corrida, a remoção das barreiras e o restauro das estradas e das funções comunitárias após o evento decorrem frequentemente a um ritmo diferente – lento, demorado e sem uma comunicação clara”, relatou. O deputado indica também que esta posição tem como base a queixa da população: “Inúmeros residentes relatam que, dias após o fim do evento, troços das estradas permanecem parcialmente obstruídos por barreiras e as instalações temporárias não são removidas, com áreas ao redor do reservatório e perto da curva do Grande Lisboa a serem as mais afectadas”, contou. “As estradas não voltam totalmente ao normal e os lugares de estacionamento designados permanecem indisponíveis, perturbando gravemente as deslocações diárias, o transporte escolar, a recolha de crianças e as entregas comerciais. Isto agrava o congestionamento do trânsito e os desvios”, acrescentou. Mais informação Apresentado o problema, o deputado quer saber se o Governo vai começar a divulgar melhor a informação com o calendário dos trabalhos de desmontagem nas diferentes áreas do território. “Os serviços ponderam publicar um ‘Boletim de Progresso da Restauração Pós-Evento’ claro e acessível ao público no futuro?”, perguntou. “Este boletim deve detalhar o calendário dos trabalhos de desmontagem por secção rodoviária, sendo actualizado diariamente, mostrando claramente o progresso da desmontagem, os horários de reabertura, as disposições de estacionamento e explicações para quaisquer atrasos causados pelo encerramento de estradas”, indicou. O deputado questionou também o Executivo sobre a definição de prazos rígidos para os trabalhos de desmontagem, para combater o “fenómeno da ‘construção rápida, mas desmontagem lenta’”. Por último, Che Sai Wang questiona se a definição de prazos rígidos para a desmontagem pode ser aplicada nos contratos de adjudicação da montagem da pista a instalações complementares, para resolver o problema.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAndaimes | Governo admite substituir bambu por metal Sem uma posição de fundo sobre a questão, a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana admite avançar com alterações ao método actual se existir “um consenso social” entre a população e as construtoras A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) admite ponderar a substituição dos andaimes de bambu por metal. A posição foi divulgada por Mak Tat Io, subdirector da DSSCU, ontem no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. A discussão sobre a utilização dos andaimes de bambu foi lançada na sequência do incêndio em complexo residencial em Tai Po, em Hong Kong, que resultou em pelo menos 159 mortos. “Os andaimes de bambu e os de metal têm as suas vantagens e desvantagens. O Governo da RAEM vai ter uma atitude de abertura e fazer as alterações necessárias, quando houver um consenso entre o sector da construção e a sociedade”, afirmou Mak Tat Io. Mak Tat Io ainda apontou que após o incêndio grave de Hong Kong, a DSSCU cooperou com as autoridades no reforço das inspecções às medidas de segurança e que nestas tarefas tem assumido critérios cada vez mais rigoroso. Sobre as inspecções, o responsável indicou a necessidade de garantir a segurança contra incêndios ainda antes da licença de construção ser emitida e que um dos aspectos especificamente visado foi a instalação dos andaimes e o cumprimento dos padrões de segurança. Desde o início do incêndio em Hong Kong que o Governo da RAEHK ligou a propagação das chamas ao bambu, pelo que propôs uma substituição total por andaimes de metal. Decisão pouco científica Por seu turno, a Associação dos Barraqueiros de Macau defendeu que a proibição de andaimes de bambu não tem base científica e alertou que vai ter um impacto indesejado no sector de construção. Em declarações ao jornal Ou Mun, o presidente da associação, Chio Tak Sio, argumentou que é necessário investigar a fonte do incêndio em vez de proibir de forma irracional os andaimes de bambu. Chio Tak Sio também alertou que a montagem de andaimes de bambu faz parte do património cultural intangível e tem lugar importante na história arquitectónica de Macau, e sugeriu ao Governo que opte antes por elaborar critérios de segurança. Além disso, o dirigente associativo apontou que o preço de andaimes de metal é três vezes superior aos de bambu, pelo que se for seguido este caminho as obras de manutenção de paredes exteriores dos edifícios vão ser mais caras. O responsável também sublinhou que actualmente apenas 30 lojas fornecem serviços de instalação de andaimes de bambu e somente 50 pessoas conhecem as técnicas de instalação. Por isso, Chio Tak Sio apontou que este sector está a enfrentar um problema grave de envelhecimento da população. Para salvar o sector, Chio indicou que muitas empresas querem formar aprendizes pelos seus próprios meios. Contudo, como os apoios do Governo são limitados, é difícil atrair jovens para o sector.