Livraria Portuguesa | Livro sobre letras como expressão artística apresentado hoje

De uma conversa ocorrida em São Paulo, Brasil, 2018, nasceu a obra “A letra como elemento de expressão artística: Das artes plásticas à poesia visual”, de Cláudio Rocha e Flávio Tonetti, que será apresentado hoje na Livraria Portuguesa. A ideia é mostrar que o desenho de letras em livros, cartazes e outros formatos é, ao mesmo tempo, uma forma de expressão artística, transmitindo percepções e mensagens ao leitor

 

Sempre que lemos uma palavra ou uma frase não é apenas a mensagem que lá está numa determinada língua, mas também uma expressão artística espelhada na forma como as letras foram desenhadas. Um jornal com determinado design de letras transmite uma determinada ideia ou conceito, tal como cartões de contactos, convites ou currículos.

A fim de chamar a atenção para o lado artístico da letra desenhada, é lançado hoje, às 18h30, o livro “A letra como elemento de expressão artística: Das artes plásticas à poesia visual”, da autoria do académico Flávio Tonetti, actualmente a fazer uma investigação de pós-doutoramento na Universidade de Macau, e Cláudio Rocha, artista visual, tipógrafo e type designer.

Esta obra nasce de uma conversa entre os dois autores decorrida em 2018 na Casateliê em São Paulo, Brasil, reproduzida, com as devidas correcções e alterações, nas páginas do livro. “O nosso livro e a nossa conversa contribuem para que as pessoas possam apreciar essa experiência estética acessível a todo o mundo”, contou ao HM Flávio Tonnetti.

“Gravei, na altura, o encontro e decidimos transcrever a conversa visando estabelecer um texto que apresentasse novamente as imagens e as discussões sobre elas. Quisemos manter o sabor da oralidade, porque é um livro pensado para que outras pessoas se aproximem do campo da tipografia, do ‘type design’ e do uso das letras como matéria formal para as artes plásticas. Exploramos um pouco como é que esse conhecimento se espalha e revela em outras linguagens. Quisemos criar uma linha narrativa mostrando para um público em geral como é que podemos ver a letra como forma e não apenas como conteúdo”, acrescentou.

Ao longo da história têm sido vários os exemplos do desenho de letras, que foi evoluindo à medida que evoluíam as próprias expressões artísticas. Temos, por exemplo, um lado mais clássico e pesado da letra aquando do surgimento da impressão em papel, para mais tarde, no século XX, encontrarmos letras despojadas de floreados em áreas como a publicidade, por exemplo.

Comic e Times New Roman

Na era digital surgiu o desenho de letras para o uso em computadores. Flávio Tonnetti dá exemplos de letras que fazem parte do nosso dia-a-dia e da percepção que elas criam em nós, como é o caso do estilo “Times New Roman”, “uma letra desenvolvida para ser impressa num papel cinza de baixa qualidade, que não reflecte tanto a luz e que tem rugosidade”.

“Hoje em dia usamos essa letra para imprimir em papel liso, cem por cento branco, e a impressão que temos é que a letra não é bonita o bastante, e isso acontece porque ela não foi desenhada para esse suporte”, adiantou.

Há ainda o caso da “Comic Sans”, desenhada “por um artista e designer muito importante para banda desenhada”. “Um acaso da história fez com que ela tenha sido incorporada no pacote de fontes do Microsoft Word e se popularizou muitíssimo. Todos a usam, sobretudo quando fazem convites para festas de crianças, por exemplo.”

Tonnetti explica que, com este livro, a ideia é que “as pessoas passem a olhar o desenho das letras como uma obra de arte”, incluindo quando lêem mensagens urbanas ou cartazes nas ruas. No caso de Macau e Hong Kong, essa experiência ganha uma outra dimensão, graças à existência dos néons e caracteres chineses.

“Estar em Macau fez com que eu tenha passado a ter um campo de apreciação mais aberto [das mensagens e letras nas ruas]. A escrita chinesa sempre foi compreendida como um gesto artístico. A caligrafia sempre foi a arte dos bem-educados, os poetas caligrafam, os artistas, as autoridades. Então as letras sempre foram entendidas como um símbolo de beleza. [Ver caligrafia] sempre foi um acto contemplativo”, adiantou o académico.

O lugar da publicidade

Cláudio Rocha fala da evolução histórica no desenho da letra. A maior mudança surgiu com a Revolução Industrial, “porque antes disso a palavra impressa e a forma das letras eram orientadas para a produção do livro”. Depois surge a publicidade a muito produtos de consumo, o que criou “um novo aspecto a letras que precisavam de ser vistas, mais do que serem lidas”.

Surgiram, assim, “os cartazes, uma comunicação à distância, com apelo emocional e publicitário”. “Criou-se uma nova categoria de letras com mais personalidade, porque antes havia o pensamento de que as letras não deveriam chamar a atenção para si mesmas. Abriu-se aí uma nova perspectiva”, frisou o co-autor ao HM.

Mais tarde “as vanguardas europeias começaram a perceber na palavra um recurso expressivo, ao serviço da arte e da poesia, os primeiros elementos da poesia visual, com os ‘ready-mades’ do Marcel Duchamp”.

Em Itália, há o exemplo dos futuristas, que criaram um movimento filosófico em torno da palavra livre. Depois, “o resto é história”, assume Cláudio Rocha. “As editoras começaram a valorizar o livro como objecto, produzindo letras específicas para os próprios livros. Chegamos à era digital onde o recurso de criar letras permitiu que os designers criassem as suas próprias letras sem depender dos que vendiam para as indústrias gráficas. O próprio designer passou a ser o autor.”

Para Cláudio Rocha, apresentar este livro em Macau constitui “um desafio”, levando o co-autor a pensar nas “diferenças em termos da estrutura da escrita, porque na China a escrita é ideogramática, então a estrutura é completamente diferente”.

“Escrevemos, no Ocidente, com a escrita romana, temos o grafema que representa o fonema, o que não ocorre no idioma chinês. A beleza, a complexidade e a estrutura do idioma chinês, com signos, faz com que quem não entenda chinês seja obrigado a olhar para as palavras como imagens.”

À semelhança do que afirma Flávio Tonnetti, Cláudio Rocha entende que a caligrafia “é considerada, na China, como uma forma de arte, tão valorizada como a pintura ou gravura, o que não acontece no Ocidente, onde a escrita e a tipografia têm um carácter utilitário”. Desta forma, “apresentando o livro em Macau para um público que já sabe a diferença na forma de tratar a escrita, pode ser o início de uma boa reflexão”.

7 Jun 2023

Coleccionismo | Peças de três residentes expostas na Taipa

A Associação Cultural Vila da Taipa recebe hoje e até ao dia 28 de Julho a exposição “Show-off”, composta pelas colecções pessoais de três residentes, nomeadamente Francisco Ricarte, Frederico Rato e Konstantin Bessmertny. Pinturas de Marc Chagall, livros antigos sobre Napoleão Bonaparte ou fotografias de Fan Ho poderão ser vistas pelo público

 

Hoje é inaugurada uma exposição diferente das que habitualmente se organizam em Macau. Isto porque a Associação Cultural Vila da Taipa decidiu apresentar, até ao dia 28 de Julho, as colecções pessoais de três residentes com profissões distintas, mas que têm a mesma paixão de coleccionar diversos objectos artísticos, desde pinturas, livros ou fotografias.

A curadoria cabe a João Ó, arquitecto, que escolheu mostrar as peças da colecção pessoal de Francisco Ricarte, arquitecto e fotógrafo, Frederico Rato, advogado, e Konstantin Bessmertny, reconhecido pintor de origem russa radicado em Macau há décadas.

Assim, o público poderá ver livros antigos sobre Napoleão Bonaparte ou serigrafias de Marc Chagall. Ao HM, João Ó explicou que estas três pessoas têm em comum “o fio condutor que é viverem em Macau e coleccionarem a partir daqui para o mundo”, sendo interessante “ver a disparidade do coleccionismo de cada um”.

João Ó entende que “a colecção define o coleccionador”. Francisco Ricarte só colecciona fotografia e tem cerca de dois mil livros “bem organizados e catalogados”. Já Frederico Rato “interessa-se muito por tudo o que seja de Macau, pinturas ou cartografias antigas”, revelando-se também a enorme paixão pelo trabalho de Marc Chagall.

“Apesar de serem coisas quase impossíveis de adquirir, às vezes [Frederico Rato] lá consegue arranjar umas serigrafias em exposições internacionais para onde viaja de propósito.”

No caso de Konstantin Bessmertny, o interesse de João Ó residiu “em perceber o que um artista colecciona”. “Veio a verificar-se o que já pensava: ele colecciona coisas que o inspiram para os quadros. Vamos mostrar uma série de livros antigos sobre Napoleão e Josefina [de Beauharnais] e um catálogo da Harrod’s para mulheres de 1903, com chapéus com penugem e os vestuários. São registos visuais onde se inspirou para pintar os quadros.”

Bessmertny “vai expor parte da colecção dos livros, o que é óptimo para quem gosta das suas obras, pois pode folheá-los e perceber onde ele se inspira para fazer os quadros”, frisou o curador.

“Olhar ao contrário”

Com este projecto João Ó quis variar “um pouco do mote habitual do que é uma exposição, que expõe sempre obras inéditas de artistas”. Acima de tudo, o curador quis perceber a interacção entre a ideia da visão pessoal que tem um coleccionador e o desejo dos artistas de serem coleccionados por quem ama a sua arte.

“Tem uma certa piada ver o olhar ao contrário, e surgem várias questões: quem é que colecciona, porque é que o faz, como começou, quais os interesses habituais do coleccionador, além de motivos pessoais e profissionais. Uma grande pergunta existencial que também se pode colocar é o que se vai fazer na posteridade com essa colecção pessoal, pois os herdeiros podem não ter interesse em mantê-la, pois trata-se de um gosto pessoal.”

Em Macau não existe ainda uma grande tradição de coleccionismo, ao contrário da China, onde a arte é cada vez mais vista como um investimento, e em Hong Kong, que acolhe eventos internacionais como a Art Basel. Esta mostra quer também potenciar o interesse dos residentes para esta questão.

“Pode-se questionar porque é que existem tão poucos coleccionadores em Macau. Conheço alguns, todos portugueses, e sei que coleccionam porque têm interesse. Existe uma cultura ocidental e europeia de coleccionar, mas no fundo expor essa visão é importante para que a população local chinesa possa perceber e potenciar um pouco a vontade de coleccionar.”

João Ó assume que gostava que Macau seguisse o rumo das regiões vizinhas. “Mas antes de existir um grande investimento penso que os pequenos coleccionadores também têm de se abrir a essa visão, pois não falamos de investimentos corporativos, como os casinos, que o fazem porque têm um fundo de maneio maior.”

6 Jun 2023

Calçada portuguesa | Seminário no Albergue acontece este sábado

Decorre este sábado, no Albergue SCM, entre as 14h30 e as 16h30, o seminário “Calçada Artística Portuguesa – Expansão pelo Mundo” com o mestre português Fernando Simões. O evento insere-se nas comemorações oficiais do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, sendo promovido pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e destinado a arquitectos e engenheiros no âmbito do programa de desenvolvimento profissional contínuo.

Presente em Macau há várias décadas, a calçada portuguesa é hoje um dos ex-líbris do património local, atraindo a atenção dos turistas devido ao desenho e características próprias deste tipo de pavimento tão português. O mestre calceteiro Fernando Simões foi responsável por colocar a calçada portuguesa junto à Igreja de São Lázaro e em frente à estátua de Kun Iam. Neste seminário vai explicar as técnicas básicas deste tipo de trabalho, além de discutir com os formandos estudos de aplicação da calçada portuguesa em todo o mundo.

Nascido em Lisboa em 1969, Fernando Simões vive actualmente em Macau e é especialista em mosaicos bizantinos e pedras arredondadas, tendo já mostrado o seu trabalho em países como Espanha, Alemanha, Bélgica e França, entre outros. O mestre calceteiro já trabalhou como instrutor de pavimentos feitos com pedras arredondadas através da Associação Britânica de Mosaicos Modernos [BAMM, na sigla inglesa], tendo feito diversas formações em trabalho de escultura da pedra.

6 Jun 2023

10 de Junho | Joaquim Franco apresenta “Sem Título” na Casa Garden

“Sem Título” [Untitled] é o nome da nova exposição do artista Joaquim Franco patente na Casa Garden, da Fundação Oriente, até ao dia 2 de Julho. Inserida no programa comemorativo do 10 de Junho, esta é uma mostra que apresenta novas obras do artista português, onde o abstracionismo é um ponto de partida

 

Afastado das lides expositivas há alguns anos, Joaquim Franco embrenhou-se nas aulas de pintura, gravura e desenho que tem dado na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau (CPM). Até que surgiu agora um convite para expor na Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau, no âmbito do programa de comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.

“Sem Título” [Untitled] é o nome da mostra que pode ser visitada até ao dia 2 de Julho e que constitui a oportunidade de ver novos trabalhos do artista português, radicado em Macau há vários anos. Ao HM, Joaquim Franco explicou que título da exposição “não poderia ser outro”, por pretender potenciar a liberdade de compreensão e imaginação do observador sobre cada trabalho seu.

“Trata-se de uma mostra de arte abstracta. É interessante constatar que existe arte abstracta na história de arte há cerca de 100 anos e continuamos a assistir à incapacidade da leitura do abstracto. Não faz sentido hoje fazer o figurativo, pois vivemos na época das ‘selfies’. O título influencia a leitura, pelo que quis deixar o observador livre sem ser influenciado [externamente] ou influenciado por mim.”

Em “Sem Título” há, no entanto, “duas ou três obras mais antigas” escolhidas por Joaquim Franco para quem se deparar, pela primeira vez, com o seu trabalho. Isso obrigou também ao artista a olhar para dentro, a tentar compreender-se.

“Deste estudo começou o que chamaria de ‘nova fase’. Digamos que não existe uma temática, mas sim um redescobrir e uma evolução do que vinha fazendo. Esta exposição integra gravuras, homotipias, que são provas únicas, e pinturas em acrílico, óleo e colagem de papel de arroz.”

Experiências na tela

“Uma honra”. É desta forma que Joaquim Franco expressa o convite que lhe foi endereçado pela FO, primeiro na pessoa de Ana Paula Cleto, ex-dirigente, e depois no apoio dado por Catarina Cottinelli da Costa, actual delegada da FO no território.

O facto de ser professor na CPM influencia o seu trabalho, mas Joaquim Franco assume que tudo o que lhe é exterior acaba por reflectir-se na tela. “Não me considero um professor, serei mais um artista que partilha a sua experiência e conhecimentos com as pessoas que frequentam os ateliers. Se isso influencia o meu trabalho, diria que toda a minha vivência o influencia.”

“Color / Shape / Love” [Cor / Forma / Amor] foi uma das últimas mostras em nome individual que o artista apresentou em Macau, desta vez na AFA – Art for All Society, com curadoria de James Chu. Também aí a cor foi um ponto de partida, tal como o abstracionismo.

“Ele [James Chu] escolheu este nome porque, na realidade, o meu trabalho está muito ligado com a cor. Falo muito do amor e da paz, e é essa a primeira leitura dos meus trabalhos”, disse na altura.

6 Jun 2023

Instituto Camões | Ana Paula Fernandes nomeada presidente

O Governo português nomeou Ana Paula Fernandes, actual chefe de unidade de Prospectiva, Reforma de Políticas e Relações Globais e coordenadora da Direcção de Desenvolvimento da OCDE nestas áreas, para presidente do conselho directivo do instituto Camões.

De acordo com a edição de sexta-feira do Diário da República, a nomeação de Ana Paula Fernandes foi assinada pelo primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

O despacho refere que foram apresentadas três propostas para o cargo e que Ana Paula Fernandes “evidencia perfil adequado e demonstrativo da aptidão e experiência profissional necessárias ao desempenho do cargo”.

A comissão de serviço da futura presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua é de cinco anos, renovável por igual período.

Ana Paula Fernandes assumirá funções a partir de 17 de Julho deste ano, substituindo no cargo o embaixador João Ribeiro de Almeida.

Natural de Guimarães, Ana Paula Fernandes tem 50 anos e uma licenciatura em Relações Internacionais pela Universidade do Minho, uma pós-graduação em Assuntos Europeus pelo ISEG e um mestrado em Cooperação Internacional pelo ISCTE.

Entre as várias funções que desempenhou foi assessora do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (2005-2009) e conselheira técnica na Delegação Permanente de Portugal junto da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), assumindo a vice-presidência do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) durante quatro anos.

Desempenhava actualmente as funções de chefe de unidade de Prospectiva, Reforma de Políticas e Relações Globais e coordenadora do trabalho da Direcção de Desenvolvimento da OCDE nestas áreas.

4 Jun 2023

Clube Militar | Chefe Diogo Rocha lidera festival gastronómico

O Clube Militar de Macau volta a organizar, a partir de quinta-feira, mais uma edição do habitual festival gastronómico, desta vez com a presença do chefe português Diogo Rocha, fundador do restaurante “Mesa Lemos” com o qual ganhou a primeira estrela Michelin em 2019

 

Regressa, na próxima quinta-feira, pela mão do Clube Militar de Macau, e pela primeira vez desde o fim da pandemia, o Festival de Gastronomia e vinhos de Portugal, liderado pelo chefe Diogo Rocha.

O festival, entre os dias 8 e 18 deste mês, decorre no âmbito das comemorações dos 153 anos do Clube Militar e coincide ainda com as celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Macau, indicou, em comunicado, divulgado na quinta-feira.

Diogo Rocha conquistou a primeira estrela Michelin, em 2019, para o Mesa de Lemos, o primeiro espaço gastronómico do distrito de Viseu a obter esta distinção, que renovou em 2020, 2021 e 2022. No ano passado, o chefe recebeu a primeira estrela Verde, atribuída pelo Guia Michelin, uma distinção que premeia as melhores práticas de sustentabilidade na restauração.

O lado sustentável da cozinha de Diogo Rocha nasce das suas raízes familiares, pois o chefe nasceu na aldeia de Urgeiriça, concelho de Nelas, distrito de Viseu, onde desde cedo se embrenhou na horta com os avós a cultivar hortícolas.

Mais recentemente, o restaurante de Diogo Rocha ganhou o “Garfo de Ouro” atribuído, pelo oitavo ano consecutivo, pelo guia “Boa Cama, Boa Mesa” do semanário Expresso. Numa publicação na rede social Facebook, o chefe de cozinha escreveu que a distinção “deixa toda a nossa equipa cheia de orgulho e renova a responsabilidade de continuarmos a fazer mais e melhor”. “O nosso empenho na valorização dos produtos, produtores, região e país continua a ser o nosso foco e todos os reconhecimentos são a prova de que este é o caminho certo”, frisou.

Pausa forçada

O festival promovido pelo Clube Militar já se tornou uma tradição no território, permitindo, todos os anos, provar o que de melhor a gastronomia portuguesa de assinatura tem para oferecer. Em 2019 a iniciativa contou com a participação de uma equipa composta pelos irmãos Geadas, oriundos da região de Trás-os-Montes, a chefe Noélia Jerónimo, que possui um conhecido restaurante na zona de Tavira, Algarve, o “Noélia e Jerónimo” e ainda José Júlio Vintém, do Alentejo.

O regresso do evento marca também o fim de um período difícil para o Clube Militar de Macau que, tal como grande parte das entidades do território, teve de se adaptar à nova realidade e reinventar para manter a essência que mantém há 153 anos.

Em 2020, Manuel Geraldes, um dos membros da direcção do clube, disse à Lusa que este já passou por momentos “extremamente difíceis ao longo da sua História”, nomeadamente o edifício, “de grande e rara beleza”, que esteve prestes a fechar. O Clube Militar de Macau já “serviu de casa de refugiados” da guerra e de repartição de finanças, “mas sempre soube ressuscitar” e a assumir-se como ponto de encontro entre as comunidades locais e lusófonas, frisou o responsável.

O ex-presidente da instituição privada, desde a sua fundação, admitiu “momentos menos felizes”, mas destacou sobretudo as “fases de grande glória”, que contam histórias de encontros de culturas, chinesa e portuguesa, das forças armadas com a sociedade civil.

4 Jun 2023

10 de Junho | Cartaz de comemorações marca regresso à normalidade

As comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal voltam em todo o fulgor, com duas dezenas de actividades. Cinema, exposições, música, e a introdução de um roteiro gastronómico e de seminários dedicados à ciência e economia vão marcar a agenda do território. O concerto de André Sardet no dia 17 de Junho será um dos pontos altos

 

Virada a página no capítulo de paralisia a que a covid-19 votou Macau, as comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas regressam com um mês recheado de actividades culturais, alargadas aos domínios económicos e do saber científico.

Naquele que será o primeiro Junho, Mês de Portugal, de Alexandre Leitão enquanto Cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, as festividades recuperam a normalidade e voltam a rechear o mês com actividades até ao dia 26 de Junho, entre ciclos de cinema, seminários e conferências, exposições, música e um roteiro gastronómico.

O ponto mais alto do cartaz é o concerto do músico português André Sardet, marcado para o dia 17 de Junho, a partir das 20h, no pavilhão do Grand Lisboa Palace. O reportório do espectáculo celebra 25 anos de carreira do cantor.

Os eventos comemorativos já começaram, com alguns eventos organizados pela Casa de Portugal em Macau, e que se vão prolongar ao longo deste mês. Assim sendo, está patente até ao dia 18 de Junho na Casa de Vidro do Tap Seac a exposição de pintura “Fragmentos do Mar”, de Ana Pessanha. A mostra reúne um conjunto de obras inspiradas em momentos vividos no mar, em particular nas paisagens de praias de lugares como Porto Santo, Caparica, Troia, Comporta e os mares do Sul da China.

Ana Pessanha irá ainda conduzir um workshop hoje e nos dias 7 e 9 de Junho sobre “Técnicas de Arte e Pintura de Amadeo de Sousa Cardoso”, também na Casa de Vidro do Tap Seac. Aos participantes será proporcionada a aprendizagem de técnicas mistas de pitura, impressão, desenho e colagem.

Ainda no capítulo da pintura, destaque para a inauguração da exposição, “Sem Título”, de Joaquim Franco, amanhã às 18h30 na Casa Garden. A mostra, que estará patente até 2 de Julho, entre as 10h e as 19h, reúne uma série de pinturas, gravuras e monotipias que ilustram “as emoções do artista”, sugerindo ao visitante a interacção que germine “uma visão pessoal e independente”, é apontado no cartaz das festividades.

Outra mostra que remete para a reflexão, ou autocontemplação, é a “Exposição de Fotografias: Um Património Valorizado”, que estará patente na Escola Portuguesa de Macau, entre a próxima segunda-feira e o dia 30 de Junho.

A exposição, que pode ser visitada de segunda à sexta-feira, das 18h às 20h, organizada pelo Instituto Internacional de Macau e é composta por fotografias submetidas ao concurso “A Macau que eu mais amo”.

Nunca antes navegados

Uma das novidades do cartaz de comemorações deste ano é a ponte estabelecida entre os eventos de cariz cultural e seminários que aliam ciência, tecnologia, economia e comércio.

“Fico muito contente por este ano termos a novidade dos seminários nas áreas científica e económica. São iniciativas pertinentes. Não me parece que haja nada de errado em associar a cultura e o associativismo à economia, à ciência, à inovação”, referiu ontem Alexandre Leitão na conferência de imprensa que apresentou o “menu” das festividades. O diplomata acrescentou que este tipo de eventos encaixa na perfeição nas narrativas políticas de Macau enquanto plataforma de ligação aos países lusófonos e à Grande Baía. Porém, para tal é necessário “passar das palavras aos actos” e valorizar as dimensões culturais, identitárias, patrimoniais e económicas através da “intensificação das relações económicas e do trabalho e parcerias científicas entre a região e os países de língua portuguesa”.

Assim sendo, no sábado às 15, o Salão Lótus do 1.º andar do Restaurante Plaza irá ser palco do seminário “Oportunidades de Comércio, Turismo e Investimento em Portugal”, organizado pelo Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades Portuguesas.

Nos dias 8 e 9 de Junho, o Fórum Macau irá acolher o Simpósio sobre a Cooperação Científica entre Portugal e Macau, organizado pela Associação em Macau para a Cooperação Científica entre China e os Países de Língua Portuguesa (ASCMAC), que junta investigadores de todas as universidades e outras instituições de ensino e de investigação de Macau.

David Gonçalves destacou que a participação de representantes da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico de Macau, “mostra a ligação óbvia entre ciência, desenvolvimento científico e a economia”. O académico da Universidade de São José destacou a relevância da ciência e tecnologia como trunfos para alavancar o desenvolvimento de Macau e Portugal.

Clássicos lusos

Como não poderia deixar de ser, o dia 10 de Junho será marcado pelas tradicionais actividades, que começam com a cerimónia do hastear da bandeira, entre as 09h e as 09h30 na Chancelaria do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A cerimónia oficial contará, como também é tradição, com a participação do grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau e a Banda do Corpo da Polícia de Segurança Pública.

Depois da bandeira hasteada, segue-se a tradicional romagem à Gruta de Camões, no Jardim Camões.

Finalmente, a recepção à comunidade portuguesa terá lugar na Escola Portuguesa de Macau, devido às obras profundas a que está a ser submetida a residência consular.

Também no dia 10, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, é organizado no Albergue SCM do seminário “Calçada Artística Portuguesa: Expansão pelo Mundo”, que terá Fernando Simões como orador principal. O evento, que irá decorrer entre as 14h30 e as 16h30, organizado pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau (CAC), constitui um “reconhecimento da importância dos profissionais que constroem e mantém o chão que pisamos”, aponta a organização. Além de pavimento, a calçada portuguesa é um “factor de identidade, afectividade e de diferenciação histórica, artística e cultural nacional”.

Mosaico artístico

O Albergue SCM será ainda palco da exposição “Redesenhar em Azulejos”, da autoria de Adalberto Tenreiro, que estará patente ao público entre os 14 de Junho e 28 de Julho.

Já na Galeria Amagao, no Artyzen Grand Lapa Macau, está patente entre 17 de Junho e 6 de Agosto, a “Exposição de Arte Contemporânea Portuguesa”, que conta com obras de autores tão diversos como Abílio Febra (que virá a Macau para dirigir um workshop de escultura), Gil Maia, Isabel Laginhas, José Luís Tinoco, Maria Leal da Costa e Victor Hugo Marreiros.

No dia 21 de Junho, às 18h30, é inaugurada na Casa de Vidro do Tap Seac a mostra de cerâmica moderna “Extractos”, da autoria de Elisa Vilaça e os seus alunos das Oficinas da Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal de Macau. A mostra estará patente até ao dia 5 de Julho.

A Casa de Portugal de Macau organiza ainda a exposição de pintura em porcelana e caligrafia chinesa “Diálogos”, que conjuga, como o título do evento sugere, duas linguagens e expressões artísticas em confluência. A mostra estará patente no Centro de Cultura e Artes Performativas do Cardeal Newman até 27 de Junho.

Outro dos grandes destaques do cartaz deste ano, é o ciclo de cinema de curtas-metragens “NY Portuguese Short Film Festival e Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa, que terá lugar na Casa Garden nos dias 23 e 24 de Junho, a partir das 17h30.

Ainda no capítulo da sétima arte, nos dias 6, 13, 15, 19, 22, 27 e 30 de Junho é apresentado o ciclo de documentários “100 anos” dedicado às vidas de vários escritores portugueses. Além da exibição de documentários sobre as vidas de Eugénio de Andrade, Agustina Bessa-Luís, Eduardo Lourenço, Mário Cesariny, Natália Correia e Henrique de Senna Fernandes, o IPOR irá lançar sessões de discussão sobre cada um dos autores.

Finalmente, uma das actividades que se estreia este ano nas comemorações do 10 de Junho é um roteiro gastronómico, “Comer e Beber à Portuguesa”, que conta com a participação de 11 restaurantes.

“Penso que foi possível criar um programa que envolve todas as gerações, do pré-escolar aos mais idosos, e o maior número possível de sectores”, concluiu o cônsul-geral de Portugal.

Alexandre Leitão fez questão ainda de vincar a importância de Macau para Portugal e importância de assinalar o 10 de Junho no território. “Macau continua a estar no mapa do interesse português, de uma forma muito relevante”, evidência comprovada pela vinda a Macau no Dia de Portugal do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros André Moz Caldas. “O facto de vir a Macau e de não haver mais nenhum membro do Governo português na região diz muito da atenção que é prestada em Lisboa a esta região”, concluiu Alexandre Leitão.

1 Jun 2023

Livraria Portuguesa | O lugar das letras nas artes visuais em livro

A Livraria Portuguesa acolhe, no próximo dia 8 de Junho, a partir das 18h30, o lançamento do livro “A letra como elemento de expressão artística”, da autoria de Flávio Tonnetti e Cláudio Rocha. Esta obra “apresenta um olhar sensível para as letras no contexto das artes visuais”, propondo “uma abordagem estética da mensagem enquanto imagem: além de ser lida, a palavra foi feita para ser vista”.

Assim, na apresentação da obra, serão analisados diversos exemplos de obras artísticas, desde a pintura à poesia visual e à colagem, sem esquecer as vanguardas europeias do século XX.

Os conceitos e ideias abordados neste evento foram originalmente abordados pelos autores do livro num evento em São Paulo, Brasil, em 2018, tendo sido transformados numa obra em formato digital.

O evento será apresentado por Roberval Teixeira da Silva, docente da Universidade de Macau, e por Sara Augusto, docente do Instituto Português do Oriente. Sobre os autores, Cláudio Rocha nasceu em São Paulo em 1957, sendo artista visual e designer. Por sua vez, Flávio Tonnetti nasceu na mesma cidade brasileira, em 1982, estando actualmente no território a fazer um programa de pós-doutoramento na Universidade de Macau nas áreas da arte e cultura, além de colaborar com o HM.

Antes do lançamento do livro, os interessados poderão participar, às 17h30, numa oficina conduzida pelo tipógrafo e calígrafo macaense Aquino da Silva, membro da Sociedade de Design e Tipografia de Macau. Nesta oficina os participantes vão desenvolver letras a partir de placas e sinalizações dos prédios históricos de Macau.

31 Mai 2023

Patuá | Segunda edição de curso arranca amanhã no CCCM

Começa esta quinta-feira a segunda edição do curso de patuá promovido pelo Centro Científico e Cultural de Macau, e que conta com menos de uma dezena de alunos. Joaquim Ng Pereira, um dos formadores, acredita que a sobrevivência do dialecto se faz cada vez mais pela via da poesia e da literatura, ao invés do diálogo diário

 

Não são mais de dez os alunos que, este ano, participam na segunda edição do curso “Oficina de Patuá”, promovido pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e que começa esta quinta-feira, terminando a 4 de Novembro. Ainda assim, a data de arranque foi adiada devido à inicial falta de inscrições.

Ao HM, Joaquim Ng Pereira, um dos formadores, disse que os cinco ou seis alunos que, este ano, querem aprender um dialecto específico de Macau, que não terá mais do que algumas centenas de falantes em todo o mundo, são mais do que no ano passado.

“Em Portugal nunca houve este curso e vamos demorar algum tempo a conseguir angariar mais alunos. Temos esperança de que aos poucos isso venha a acontecer”, adiantou. O grande interesse dos que procuram aprender o dialecto é na vertente artística, com a poesia do macaense Adé [José dos Santos Ferreira].

“Isso é o que mais interessa às pessoas, que têm demonstrado muito interesse na parte de declamação de poesia. O diálogo no dia-a-dia [em patuá] já não existe, então é sempre na vertente artística que se desenvolve mais o interesse.”

Joaquim Ng Pereira acredita que a sobrevivência deste linguajar se faz precisamente pela parte artística, dando o exemplo de uma aluna que este ano vai repetir o curso porque gostou muito da parte da poesia.

De aluno a professor

Outra novidade do curso deste ano é a participação, como formador, de Raúl Gaião, linguista e aluno da primeira edição do curso. Formado em Filosofia, ciências literárias e estudos linguísticos, Raúl Gaião é autor do “Dicionário do Crioulo de Macau – Escrita de Adé em Patuá”, lançado em 2019, e da obra “Aspectos Lexicais na Obra de Autores Macaenses”, de 1999.

Raúl Gaião ficará encarregue de dar a parte linguista e gramatical do patuá, enquanto Joaquim Ng Pereira se dedica a ensinar as partes da declamação e fonética.

Entre quinta-feira e 29 de Junho será ensinado o enquadramento histórico, económico e social de Macau, bem como as origens do Patuá e o ensino e compreensão dos fonemas. De 4 de Julho a 27 de Julho, será realizada a introdução à fonética e dicção dos poemas e expressões do patuá, sendo ensinado ainda o módulo “Da palavra à frase – morfologia e sintaxe”.

De 5 a 28 de Setembro, serão ensinadas as “formas de falar” do patuá, sendo realizada a dicção de poemas de Adé e de outras expressões típicas do dialecto. Há ainda um período dedicado a aulas práticas e apresentações de trabalhos.

31 Mai 2023

Grande Prémio | Museu com entrada gratuita esta quinta-feira

O Museu do Grande Prémio de Macau terá entrada gratuita esta quinta-feira a propósito do Dia Mundial da Criança. Neste dia os mais novos e as suas famílias terão oportunidade para tirar fotografias com a mascote turística “Mak Mak”, que estará vestido com fato de piloto de corridas, entre as 10h e as 14h.

Às 15h30 haverá uma actividade de modelagem de balões no museu para distribuição gratuita aos visitantes. Além disso, entre quinta-feira e domingo o museu estará equipado com um vídeo booth 360, onde os visitantes poderão fazer vídeos com adereços interessantes e guardar os vídeos no formato de ficheiro electrónico.

Também na quinta-feira, será lançado um novo simulador de corridas de motas. Através de um sistema de movimento avançado e profissional, de uma nova tecnologia de rastreamento do corpo, com controlo real de motociclos e configuração de capacete de realidade virtual, o simulador visa proporciona aos visitantes uma experiência de como conduzir no Grande Prémio de Motos no Circuito da Guia de Macau.

O café do museu terá, também a partir de quinta-feira, dois novos menus temáticos, com o “hambúrguer vencedor” e um menu infantil com o tema “gato de corrida”. Continuam em exposições as estátuas de cera de alguns dos mais conhecidos pilotos de automobilismo que passaram pelo Grande Prémio, numa parceria com o museu Madame Tussaud de Hong Kong.

29 Mai 2023

Bienal de Veneza | Propostas apresentadas até 28 de Julho

O Museu de Arte de Macau, sob égide do Instituto Cultural (IC), aceita, até 28 de Julho, propostas de arte para a representação de Macau na “60ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza – Evento colateral de Macau, China”, que decorre em Abril do próximo ano na cidade italiana.

A ideia deste concurso é “promover a arte contemporânea de Macau junto do público internacional”. As propostas devem ser apresentadas por equipas compostas pelo mínimo de dois membros, incluindo um curador. Os membros da equipa devem ser todos residentes permanentes e ter mais de 18 anos, devendo ainda ter experiência em exposições abertas de arte contemporânea e licenciatura em artes.

O júri de selecção das propostas será composto por especialistas nas áreas relevantes e representantes mandatários do IC. Os resultados da selecção serão anunciados em Setembro deste ano.

O MAM participa neste evento em Itália desde 2007, com um total de 19 artistas. A edição deste ano da Bienal de Arte de Veneza tem como curador Adriano Pedrosa.

Criado em 1895, o evento é a bienal de arte mais antiga e considerada como uma das três maiores exposições de arte do mundo. É também tida como a maior plataforma internacional de intercâmbio artístico contemporâneo, tendo atraído, no ano passado, mais de 800 mil turistas e amantes de arte de todo o mundo.

29 Mai 2023

FRC | Exposição de pintura de Alley Leong abre hoje ao público

Alley Leong apresenta hoje, na Fundação Rui Cunha, a exposição de pintura “Chakra Illusion Utopia”. Trata-se de uma mostra de pintura que vai buscar influências ao mundo espiritual, sem esquecer a vasta experiência da artista como tatuadora

Pode ser vista hoje, a partir das 18h30, e até ao dia 10 de Junho, uma nova exposição de pintura na Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se da mostra “Chakra Illusion Utopia”, de Alley Leong, uma jovem artista de Macau que começou a trabalhar como tatuadora no território e em Hong Kong. Com a pandemia, Alley regressou a Macau e começou a pintar, descobrindo uma nova faceta da arte que já mostrava nos corpos humanos que tatuava.

A mostra reúne 24 pinturas a óleo sobre tela, mas também aguarelas e tinta acrílica, no traço detalhado das tatuagens e nas cores vivas dos chakras, que transmitem a sua paixão pelo desenho cromaticamente saturado, evocando imagens oníricas do mundo fantástico e espiritual.

A exposição conta com a curadoria de Heidi Ng, que explica que a primeira vez que conheceu a artista viu uma pele “coberta de várias tatuagens, como se fosse uma roupa a vestir o seu corpo”. “O corpo inato não afectou o seu potencial criativo e desempenho, mas preencheu cada um de seus gestos com energia vital e espiritualidade”, adiantou.

Citada por uma nota da FRC, a curadora recorda uma infância de introspecção da artista por causa da sua aparência e da rebeldia vivida na adolescência, que “só depois de aprender a tatuar comecei a ter contacto com a arte e a transformar aos poucos a mentalidade”. Assim, “a pintura tornou-se uma forma de ela se expressar e explorar a vida”, frisou Heidi Ng.

Através da tatuagem, a artista conseguiu perceber o seu dom para o desenho e pintura de cores vibrantes, “o que viria a ter um impacto profundo nas suas criações posteriores”. A pandemia foi, assim, fundamental para a artista perceber o seu potencial como pintora.

Chakras e consciências

Esta exposição marca a estreia da artista como pintora, tendo como tema as cores dos chakras humanos e da autoconsciência interior. Assim, são usadas sete cores para representar a energia das imagens ou objectos.

“No processo criativo ela foi buscar inspiração ao subconsciente e transformou-a em símbolos e imagens nas suas obras. Esse estado, semelhante à meditação, permitiu que ela se aprofundasse no subconsciente e comunicasse com o seu mundo interior. A criatividade foi maximizada e ela adquiriu uma compreensão mais profunda das suas crenças, aprimorando assim o nível artístico”, considera ainda a curadora.

29 Mai 2023

Cannes | “A Flor do Buriti” de Renée Nader Messora e João Salaviza premiado

O filme “A Flor do Buriti”, da realizadora brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza, foi sexta-feira distinguido na secção “Un Certain Regard” do Festival de Cinema de Cannes, anunciou a organização.

O júri atribuiu o prémio de Melhor Equipa ao filme “A Flor do Buriti”, distinguindo assim ambos os realizadores e também o povo Krahô, do Brasil, que protagoniza a obra.

Os dois realizadores são distinguidos na mesma secção onde, em 2018, receberam o prémio especial do júri com o filme “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”.

“A Flor do Buriti” foi rodado com o povo Krahô, do Brasil, na terra indígena Kraholândia, onde já tinham feito “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”.

Em nota de imprensa, os realizadores lembraram que, “em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre a sua ‘terra sangrada’, reinventando diariamente as infinitas formas de resistências”.

Para o Festival de Cannes, o filme presta um “extraordinário tributo à capacidade de resiliência daquele povo indígena e à luta pela liberdade”, enquanto o jornal Le Monde destacou a “grande magia poética”.

O nome do filme faz referência à flor do buriti, um tipo de palmeira selvagem que cresce no Brasil, e que se encontra no meio da comunidade Krahô.

Por ocasião da estreia mundial do filme em Cannes, indígenas brasileiros e membros da equipa do filme manifestaram-se, na passadeira vermelha, pelo direito à terra dos povos nativos do Brasil.

Outros prémios

Em 2018, aquando da estreia de “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, João Salaviza e Renée Nader Messora, com a sua equipa, também alertaram para “o genocídio dos povos indígenas” no Brasil.

Para o realizador português João Salaviza, esta é a terceira vez que é premiado em Cannes. Em 2009 recebeu a Palma de Ouro de melhor curta-metragem com o filme “Arena”. “A Flor do Buriti” terá estreia comercial em Portugal a 14 de março de 2024.

O Prémio “Un Certain Regard” foi para “How to Have Sex”, da realizadora baseada em Londres Molly Manning Walker.

O Prémio Especial do Júri, presidido pelo actor norte-americano John C. Reilly, foi para “Les Meutes”, do realizador marroquino Kamal Lazraq, e o de Melhor Realização, para a sua compatriota Asmae El Moudir, por “La Mère de tous les Mensonges”.

“Goodbye Julia”, do sudanês Mohamed Kordofani, recebeu o Prémio Liberdade. O Prémio Nova Voz, de revelação, foi para “Augure”, do artista de origem congolesa Baloji.

28 Mai 2023

Fotografia | Imagens de Macau no Grémio-Clube Sesimbrense

Inaugurou, no último sábado, uma nova exposição de imagens de Macau da autoria de Jorge Veiga Alves, antigo residente no território. Ao todo são 30 imagens que mostram a Macau do antigamente e que podem ser vistas no Grémio-Clube Sesimbrense

 

Chama-se “À Procura de Macau” e é o nome da nova exposição de fotografia da autoria de Jorge Veiga Alves, economista reformado e fotógrafo amador que viveu no território nos anos 80 e 90. Inaugurada no sábado, no Grémio-Clube Sesimbrense, entidade sócio-cultural em Sesimbra, onde vive actualmente Jorge Veiga Alves, a mostra apresenta um total de 30 imagens que, muitas das vezes, revelam elementos sociais e urbanos que já desapareceram do dia-a-dia da cidade. A exposição pode ser visitada até 22 de Junho.

“À Procura de Macau” já esteve patente no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) em Lisboa, sendo que grande parte das imagens estão incluídas em duas exposições digitais permanentes do CCCM e Fundação Macau, com o mesmo nome. De frisar, que a mostra digital do CCCM conta com fotografias mais actuais, capturadas por Jorge Veiga Alves em Macau nos anos de 2005 e 2016, quando o fotógrafo visitou o território.

O HM conversou, em Dezembro do ano passado, com Jorge Veiga Alves sobre as imagens que capturou ao longo dos anos, tendo este declarado que, acima de tudo, este espólio fotográfico constitui um exercício de memória da Macau antiga.

“Tenho fotografias do que todos os portugueses fotografavam, como as danças do leão e do dragão. Mas andava na rua com a minha máquina fotográfica, nas horas vagas, e também fotografei outros temas e situações da realidade de Macau. Comecei a perceber que, independentemente da qualidade fotográfica, algumas imagens remetem para locais que já não existem ou que mudaram muito.”

Captar vivências

Profissionalmente, Jorge Veiga Alves foi director de um departamento da Autoridade Monetária e Cambial de Macau entre 1986 e 1994, sendo que, nesse período, se dedicou a fotografar as ruas de Macau e as suas vivências nas horas vagas. A pandemia trouxe-lhe a oportunidade de trabalhar no restauro e digitalização das suas fotografias e filmes analógicos.

Um dos exemplos da Macau antiga que pode ser encontrada nas imagens de Jorge Veiga Alves é os estaleiros navais de Lai Chi Vun, em Coloane, espaço actualmente em fase de recuperação por parte das autoridades. “Tenho muitas imagens sobre a construção naval nos estaleiros, e essa é uma actividade que já não existe”, adiantou o fotógrafo.

Em relação ao espaço de exposição, o Grémio-Clube Sesimbrense existe em Portugal há 170 anos, tendo sido fundado em 1853 com o nome “Sociedade Philarmónica” e, depois, “Grémio Philarmónico Cesimbrense”. Neste espaço, a população podia assistir a concertos, peças de teatro, bailes, palestras e conferências. Actualmente o Grémio dedica-se a promover actividades de cariz sócio-cultural.

28 Mai 2023

Gastronomia | José Avillez quer mostrar cozinha contemporânea nacional

“Estou muito feliz com a abertura, foi um parto difícil por causa da covid-19”, comentou ontem José Avillez à Lusa, notando que o restaurante, localizado no hotel The Karl Lagerfeld Macau, no Grand Lisboa Palace, “está preparado há bastante tempo”.
Macau, à semelhança do Interior da China, adoptou a política ‘covid zero’, impondo, ao longo de três anos, rigorosas restrições fronteiriças.
Avillez, que esteve duas vezes no território para preparar o projecto, embarcou na aventura “um bocadinho à descoberta” e com a intenção de “tentar mostrar em mais um lugar a cozinha contemporânea portuguesa”, embora admita que, “aos poucos, poderá ter uma influência mais local”.
“Mas eu preciso de ir mais vezes [a Macau] para entender melhor a cozinha macaense que, de alguma maneira, está quase desaparecida ou vê-se em cada vez menos sítios, mas também algumas influências da cozinha cantonense”, apontou, revelando que vai regressar à região em Junho.
Avillez é “o parceiro perfeito para o Mesa, que se esforça por promover Macau como uma Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO”, escreveu ontem num comunicado à imprensa o Grand Lisboa Palace, propriedade da Sociedade de Jogos de Macau, notando ainda que o interior do restaurante, projectado pelo designer Karl Lagerfeld, apresenta “uma mistura arrojada de design contemporâneo e inspiração oriental”.

Gostos pelo mundo
Ontem, também o restaurante Tasca by José Avillez, no Dubai, renovou a estrela Michelin conquistada no ano passado.
A Michelin divulgou, numa cerimónia, os restaurantes distinguidos na edição de 2023 do Guia Dubai, entre os quais o Tasca by José Avillez, que manteve uma estrela Michelin (‘cozinha de grande nível, compensa parar’).
Inaugurado em 2019 no hotel Mandarin Oriental Jumeira, o Tasca é o primeiro restaurante fora de Portugal de José Avillez e foi, no ano passado, um dos nove distinguidos com uma estrela na primeira edição do Guia Michelin no Dubai.
Além da distinção no Dubai, José Avillez tem, na edição de 2023 do Guia Espanha e Portugal, duas estrelas no Belcanto (Lisboa) e uma no Encanto (Lisboa), que foi o primeiro restaurante vegetariano distinguido pela Michelin na Península Ibérica.

26 Mai 2023

Exposição em memória de Mio Pang Fei arranca hoje no Albergue SCM

A exposição “Remembering Master Mio Pang Fei – CAC Young Artists Exhibition” abre hoje ao público no Albergue SCM. Através de mais de uma dezena de obras multidisciplinares de jovens criadores locais, a memória e espírito artístico pioneiro de Mio Pang Fei mantém-se fresca no imaginário cultural da cidade

Hoje, pelas 18h30, na Galeria A2 do Albergue SCM, arranca a cerimónia de inauguração da exposição

“Remembering Master Mio Pang Fei”, uma mostra colectiva que celebra a memória da incontornável figura cultural que marcou indelevelmente a vida artística de Macau.

A exposição estará patente até 10 de Junho e pode ser visitada de todos os dias, das 12h às 20h, e à segunda-feira das 15h às 20h.

Organizada pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau (CAC), fundada em 1985 pelo próprio Mio Pang Fei, Carlos Marreiros, Kwok Woon, Un Chi Iam, Ung Vai Meng e Victor Marreiros, a exposição apresenta mais de uma dezena de obras, que vão da pintura, à instalação e fotografia. Os jovens artistas que contribuíram para a mostra são Alexandre Marreiros, Ho Weng Chi, Ka Ieng Lei (Kit Lei), Sisi Wong, Wang Tou Kun e Wu Xixia.

Em comunicado, o Albergue SCM refere que o evento tem como “objectivo dar a conhecer ao público o gigante artístico Mio Pang Fei e garantir a continuidade do seu espírito pioneiro”.

Quanto às obras que serão apresentadas ao público, é indicado que a criação de Ho Weng Chi procura dar voz a sussurros e raciocínios fugazes de um criador. O nó na garganta que é a obra “Monumento à Poesia dos Criadores” é libertado pelo imparável grito de ousadia, coragem e espírito aventureiro do imaginário de Mio Pang Fei.

Em relação à obra de Ka Ieng Lei (Kit), a organização indica que o trabalho procura integrar paisagem e formas do rosto humano como um retrato cénico, uma espécie de “neo-orientalismo proposto por Mio Pang Fei.

Por sua vez, Sisi Wong procurou estabelecer um diálogo entre o tradicionalismo e a exploração de novos meios de comunicação e expressão.

 

Interpretar o mestre

A mostra inaugurada hoje condensa a sistematização e revisão que os seis jovens artistas fizeram da carreira artística de Mio Pang Fei através da criação artística. O resultado exposto no Albergue SCM é a soma das várias reinterpretações das diversas fases da carreira do mestre ao longo de quatro décadas de trabalho.

A exposição comemorativa transformou-se assim “num novo texto para o estudo de Mio Pang Fei, indicando a exploração duradoura da quebra de fronteiras cognitivas através de uma série de criações experimentais e os desafios de não comprometer as diversas formas de arte existentes de uma forma multidimensional”.

“’Remembering Master Mio Pang Fei’ é apresentado como “uma carta enviada ao mestre e que, através da percepção artística, leva a sua família, amigos e alunos a partilhar histórias, recordar o seu passado e anedotas, evocando uma profunda nostalgia pública”.

Nascido em Xangai em 1936, Mio Pang Fei estudou na Universidade de Belas Artes de Fujian, tendo-se dedicado à caligrafia chinesa. Era a única forma de escapar e de se manter ligado ao mundo das artes, numa altura em que o artista já pensava de maneira diferente. Mio Pang Fei chegou a ser acusado de práticas contra-revolucionárias por demonstrar um grande interesse no modernismo que se fazia no Ocidente. Foi preso e sujeito a trabalhos forçados.

Em 1982, mudou-se para Macau e dedicou-se ao campo das artes visuais e educação. Posteriormente, co-fundou o CAC para apoiar o desenvolvimento da cultura e da indústria relacionada em Macau.

24 Mai 2023

Festival da Flor de Lótus | Evento desabrocha na segunda semana de Junho

“O Aroma do Lótus Perfuma a Cidade de Macau” dá o mote para a 23ª edição do Festival da Flor de Lótus de Macau, que irá transformar a cidade num imenso jardim entre 9 e 18 de Junho. Além dos arranjos florais que vão embelezar a cidade, serão exibidas exposições e organizados workshops e excursões

 

 

As sementes da 23.ª edição do Festival da Flor de Lótus de Macau já foram plantadas. O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou que o evento deste ano terá lugar entre 9 e 18 de Junho, terá como epicentro as Terras Húmidas da Avenida da Praia na Taipa, adjacente à zona das Casas-Museu da Taipa.

A par do local de exposição principal, e dos vasos com flores de lótus colocados em vários sítios de Macau, “a programação do evento conta também com uma variedade de exposições e actividades ricas em conteúdo e favoráveis ao estilo de vida aventureiro ou de relaxamento”, indicou o IAM.

A edição deste ano tem como tema “Ponte das nove curvas e flor de lótus ao nascer do Sol”, devido à geminação entre o Jardim de Lou Lim Ieoc e o Jardim Shizilin de Suzhou que têm o mesmo estilo dos jardins da região do sul do Rio Yangtzé, e as representações da icónica imagem em desenho.

 

Do clássico ao moderno

Em articulação com o tema que dá mote ao festival, o local de exposição na Avenida da Praia será dividido em três áreas de mostra com características específicas.

A primeira é a “Área de Arranjo Paisagístico Clássico”, é inspirada nas cenas mais peculiares do Jardim de Shizilin e do Jardim de Lou Lim Ieoc, como a ponte das nove curvas, espelho d’água a reflectir um quiosque, floresta de rochas, muro paisagístico e janela com buracos por onde penetra a luz.

A segunda é a “Área de Arranjo Paisagístico Moderno”, que demonstra de forma abstracta os elementos essenciais da floresta de rochas do Jardim de Shizilin e do Jardim de Lou Lim Ieoc, através de vários grupos de esculturas artísticas de forma simples, em contraste flagrante com a floresta de rochas da “Área de Arranjo Paisagístico Clássico”, aponta o IAM.

A terceira é a “Praça de Entrada”, localizada no ponto central da área de exposição, a qual não só dispõe de esplanadas, canteiros e cenários artificiais de plantas como também serve de transição apropriada entre as referidas áreas.

 

Aprender em família

Mais de 5.000 vasos com flores de lótus vão ser espalhados nas artérias principais da cidade, em zonas verdes, monumentos e pontos de interesse turístico, como o Largo do Senado, Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, Avenida Almeida Ribeiro, Ruínas de S. Paulo e Jardim de Lou Lim Ieoc.

Além disso, o IAM vai organizar várias actividades sob o tema do evento, como uma exposição alusiva ao Jardim de Shizilin de Suzhou e Jardim de Lou Lim Ieoc com flor de lótus de Jiangsu.

Serão também promovidos vários workshops, por exemplo para ensinar técnicas de filmagem de vídeos de curta-metragem com telemóvel, workshop de cozinha para pais e filhos usando lótus como ingrediente, workshop temático sobre flor de lótus.

Estão previstas ainda excursões em dois fins-de-semana seguidos ao Parque da Flor de Lótus de Hengqin e trilho da ciência no Parque de Terras Húmidas Erjingwan. As visitas estão marcadas para o fim-de-semana de 10 e 11 de Junho, com uma sessão por dia, entre as 09h e 17h, para residentes de Macau com idades entre os 3 e os 80 anos. As excursões a Hengqin repetem-se no fim-de-semana de 17 e 18 de Junho e custam 200 patacas por cada grupo de duas pessoas, e incluem o preço das deslocações com transporte assegurado.

Serão também organizadas visitas guiadas gratuitas às Terras Húmidas da Avenida da Praia na Taipa.

As inscrições para os diversos eventos do festival, entre workshops e visitas guiadas, estão abertas entre hoje e 29 de Maio, segunda-feira. Os interessados podem fazer inscrição através da “Conta Única de Macau” ou pessoalmente no Centro de Serviços do IAM ou nos Centros de Prestação de Serviços ao Público do IAM.

22 Mai 2023

FAM | Teatro, bailado, workshops e espectáculos ao ar-livre este fim-de-semana

O Festival de Artes de Macau continua a marcar a agenda cultural da cidade. As propostas para este fim-de-semana incluem alucinações teatrais, diálogos em bailado, espectáculos ao ar-livre no Mercado do Iao Hon e workshops de iniciação à música e ópera cantonense

 

No penúltimo fim-de-semana da 33.ª edição do Festival de Artes de Macau, o cartaz de espectáculos e eventos apresenta uma série eclética de propostas.

“Xiao Ke conta a sua história de dança” é um dos destaques dos próximos dias. O bailado autobiográfico e experimental tem como epicentro Xiao Ke, uma bailarina e coreógrafa de 44 anos, actualmente radicada em Xangai. A peça que sobe ao palco do Teatro Caixa Preta do Edifício do Antigo Tribunal amanhã e no domingo, às 20h, resulta da colaboração da artista chinesa com o coreógrafo francês Jérôme Bel.

Concebido durante os momentos de clausura que marcaram a pandemia da covid-19, o espectáculo propõe um diálogo intercultural.

“Sem possibilidade de viajar internacionalmente e experimentando novas práticas de produção e divulgação, a abordagem de Bel combina a preocupação com o meio ambiente com a questão da criação e transmissão. Apesar da ausência de Bel, na narrativa autobiográfica de Xiao Ke, os movimentos corporais e a música no palco sugerem um diálogo transcultural com ele, reflectindo a evolução da dança e da cultura na China nos últimos 40 anos”, aponta o Instituto Cultural (IC).

A obra que será apresentada este fim-de-semana em Macau foi comissionada pelo Centre Pompidou x West Bund Museum Project a Xiao Ke, estreada em 2020 com grande aclamação da crítica. Os bilhetes para o espectáculo ainda estão à venda e custam 220 patacas.

Fragmentos e psicadélicos

Uma das propostas mais originais do cartaz é a peça “O Vestido Fica-lhe Bem”, que será apresentada no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), no sábado e domingo às 19h45. Em chinês, a obra é denominada como “Neptuno”, devido à forte componente astrológica que está na génese da obra, através de representações simbólicas de alucinação, redenção, desordem e ansiedade num imaginário irreal e ambíguo.

A peça é composta por cerca de 60 segmentos ou fragmentos de histórias, dispersos por diferentes pontos no tempo e no espaço e entre diferentes personagens e géneros.

Com encenação da Dream Theater Association e de Cheong Kin I e dramaturgia de Chen Hung-Yang, “O Vestido Fica-lhe Bem” é inspirado em experiências pessoais, integrando entrevistas com indivíduos psicóticos. A psicose é o tema central da peça, destacando experiências sensoriais de uma encenadora de teatro que “descobre o mundo dos indivíduos psicóticos através de entrevistas com o seu parceiro e a sua mãe psicótica” e, a partir daí, “tenta criar uma produção teatral” onde as dúvidas em muito suplantam as certezas.

O espectáculo que subirá ao palco do pequeno auditório do CCM entrelaça realidade e ilusão num caleidoscópio teatral de estímulos auditivos, mentais e visuais. Os bilhetes para “O Vestido Fica-lhe Bem” custam 180 patacas.

Festa no Iao Hon

Numa perspectiva mais comunitária, o Jardim do Mercado do Iao Hon recebe hoje, sábado e domingo, a partir das 18h, aquilo que o IC designa como “Mostra de Espectáculos ao Ar Livre”.

Durante três noites consecutivas, o centro nevrálgico do Iao Hon irá vibrar com teatro de marionetas de luva, canções folclóricas, ópera de Hainão e espectáculos de grupos locais, inclusive de música portuguesa.

O IC especifica que “o teatro de marionetas de luva da cidade de Jinjiang, um item representativo inscrito na Lista Nacional de Itens Representativos do Património Cultural Intangível da China, é um género teatral raro que apresenta fantoches de luva realistas”. Enquanto que as “canções folclóricas do grupo étnico Li e ópera de Hainão constituem igualmente itens representativos” que vão dar a conhecer os costumes populares próprios da Província de Hainão.

Mas estas não são as únicas propostas para o Jardim do Mercado do Iao Hon, com o palco a ser partilhado por várias companhias artísticas locais, com música tradicional e pop portuguesa, “pequenos actores musicais cantarão sobre os seus sonhos e jovens actores de ópera cantonense interpretarão trechos clássicos”.

Os grupos participantes na festa são a Associação Juvenil de Cultura e Desenvolvimento Artístico da Ópera Cantonense, a Casa de Portugal em Macau, o Centro de Protecção e Transmissão da Arte das Marionetas de Jinjiang, Departamento de Turismo, Cultura, Rádio, Televisão e Desporto da Província de Hainan, o Espaço para Agir e o Grupo de Teatro Infantil Miúdos Ratões. Estes espectáculos têm entrada livre.

Loja de trabalho

No domingo, o cartaz do Festival de Artes de Macau oferece um vasto leque de workshops, todos em cantonense. O Centro de Actividades do Iao Hon acolhe no domingo, entre as 10h30 e 12h30, o Workshop Musical Familiar, uma actividade que convida pais e filhos “a embarcarem numa extraordinária viagem de dança e canto, através da experiência colectiva do teatro, da música e da dança, bem como da expressão de emoções através de jogos lúdicos, role-playing e canto”. O workshop será conduzido por Mabina Choi, instrutora de teatro e Ho Pak Wang, instrutor de música e as inscrições já fecharam, com a única hipótese de participação a depender de desistências.

Também na manhã de domingo, entre as 11h e as 13h, a sala de conferências do CCM irá receber o “Workshop de Criação de Chapéus de Ópera de Papel para Famílias”. “Delicadamente confeccionados, os chapéus de ópera apresentam uma grande variedade de estilos e indicam a identidade e o estatuto da personagem que os usa. Durante este workshop de duas horas, os participantes poderão criar modelos de chapéus em papel e, simultaneamente, adquirir alguns conhecimentos sobre a ópera tradicional”, indica a IC.

Finalmente, no domingo, entre 15h e 17h, a sala de ensaios polivalente do CCM acolhe o Workshop de Movimentos de Ópera Cantonense: Movimentos de Guerreiro.

19 Mai 2023

Salman Rushdie alerta que a liberdade de expressão está gravemente ameaçada

O escritor Salman Rushdie avisou que a liberdade de expressão no Ocidente está sob a maior ameaça que já assistiu em toda a sua vida, naquele que foi o seu primeiro discurso público após ter sido atacado.

O escritor britânico enviou uma mensagem em vídeo para o British Book Awards, que lhe atribuiu, na segunda-feira à noite, o prémio Freedom to Publish, que “reconhece a determinação de autores, editores e livreiros que se posicionam contra a intolerância, apesar das ameaças que enfrentam”, noticia a AP.

“Vivemos num momento em que a liberdade de expressão e a liberdade de publicação nunca estiveram, em todo o meu tempo de vida, tão ameaçadas nos países ocidentais”, disse.

“Agora que estou aqui sentado nos Estados Unidos, tenho de olhar para o extraordinário ataque às bibliotecas e aos livros para crianças nas escolas. O ataque à ideia das próprias bibliotecas. É extremamente alarmante e temos de estar muito atentos e lutar muito contra isso”, acrescentou.

Durante o seu discurso, Salman Rushdie criticou também os editores que alteram livros com décadas de existência para adaptá-los às sensibilidades modernas, como aconteceu com os cortes e as reedições em grande escala feitos nas obras do autor infantil Roald Dahl e do criador de James Bond, Ian Fleming.

Os editores devem permitir que os livros “cheguem até nós do seu tempo e sejam do seu tempo. E se isso for difícil de aceitar, não o leiam, leiam outro livro”, considerou o autor.

Prémios e ataques

Salman Rushdie, de 75 anos, apareceu no vídeo visivelmente mais magro do que antes do ataque e usava óculos com uma lente colorida.

O escritor ficou cego do olho direito e sofreu danos nos nervos da mão, na sequência de um esfaqueamento por um homem de 24 anos, quando iniciava uma palestra em Chautauqua, Nova Iorque, em agosto do ano passado.

O alegado agressor, Hadi Matar, declarou-se inocente das acusações de agressão e tentativa de homicídio.

Salman Rushdie passou anos escondido e com proteção policial, depois de o fundador da República Islâmica, ayatollah Rouhollah Khomeini, ter emitido uma ‘fatwa’ (decreto religioso) em 1989, apelando à sua morte devido ao que considerava blasfémia, do romance “Os Versículos Satânicos”.

O escritor regressou gradualmente à vida pública depois de, em 1998, o governo iraniano se ter distanciado da ordem, afirmando que não apoiaria alguma tentativa de o matar, embora a ‘fatwa’ nunca tenha sido oficialmente revogada.

Salman Rushdie ganhou o Prémio Booker em 1981 pelo seu romance “Os filhos da meia-noite” e, em 2008, foi eleito o melhor vencedor de sempre daquele prestigiado prémio literário.

O seu romance mais recente, “Victory City”, concluído um mês antes do atentado, foi lançado internacionalmente em Fevereiro deste ano, pela Penguin Random House, e chegará a Portugal no final do ano, editado pela Dom Quixote.

18 Mai 2023

Festival tem um filme de Pedro Costa na selecção oficial

O Festival de Cinema de Cannes, que começou esta terça-feira no sul de França, conta com um filme de Pedro Costa na selecção oficial e outros filmes portugueses em programações paralelas.

Numa edição em que vão estrear-se filmes de Martin Scorsese, Wes Anderson, Pedro Almodóvar, Ken Loach ou Nanni Moretti, Cannes contará com sete realizadoras em competição – um número recorde -, com Alice Rohrwacher, Jessica Hausner, Kaouther Ben Hania, Justine Triet, Catherine Breillat, Ramata-Toulaye Sy e Catherine Corsini.

Fora de competição, Pedro Costa fará a estreia do filme “As Filhas do Fogo”, sendo a quinta vez que o realizador português marca presença em Cannes.

Segundo a produtora Clarão Companhia, “As filhas do fogo” é uma curta-metragem interpretada pelas cantoras Elizabeth Pinard, Alice Costa e Karyna Gomes, com Os Músicos do Tejo, dirigidos pelo maestro e cravista Marcos Magalhães.

Também fora de competição, Cannes vai exibir “Eureka”, do argentino Lisandro Alonso, coproduzido pela Rosa Filmes.

A 76.ª edição do Festival de Cannes abre com “Jeanne du Barry”, da realizadora francesa Maiwenn, com o actor Johnny Depp no papel de Luís XV.

Na secção “Un Certain Regard” vai estar o filme “A Flor do Buriti”, da realizadora brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza, que voltaram a filmar com o povo indígena Krahô, do Brasil, depois de “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”.

Na Quinzena de Cineastas, Filipa Reis e João Miller Guerra vão estrear a segunda longa-metragem de ficção de ambos, “Légua”, e vai assinalar-se os trinta anos da estreia de “Vale Abraão”, de Manoel de Oliveira, com as presenças da actriz Leonor Silveira e do produtor Paulo Branco.

Curtas e carreiras

Também nesta programação, na iniciativa “La Factory des Cinéastes”, estarão em foco quatro curtas-metragens, coproduzidas pela Bando à Parte com jovens estruturas, técnicos e realizadores do norte de Portugal.

“Corpos Cintilantes”, uma primeira obra da realizadora Inês Teixeira, sobre a adolescência, está integrada na competição de curtas-metragens da Semana da Crítica. O júri da competição oficial é presidido pelo realizador sueco Ruben Ostlund.

O actor Michael Douglas receberá um prémio de carreira e o actor Harrison Ford será homenageado com a estreia de “Indiana Jones e o Marcador do Destino”, dirigido por James Mangold. O festival de Cannes termina no dia 27.

18 Mai 2023

Dia da Criança | Arraiais, prendas e visitas ao Museu do Exército animam mais novos

A partir de domingo, até ao final de Junho, Macau vai-se desdobrar em actividades para assinalar o Dia da Criança. Passeios em família, oferta de prendas a crianças hospitalizadas, jogos sobre direitos das crianças e visitas ao Museu do Exército do Quartel Militar da Taipa, para aprofundar o sentimento patriótico de alunos do ensino primário, são algumas das actividades programadas

 

Durante mais de um mês, o Governo, com a colaboração de algumas associações tradicionais, vai organizar uma panóplia de actividades para celebrar o Dia da Criança, que se assinala a 1 de Junho.

O cartaz de celebrações arranca já no próximo domingo, 21 de Maio, com o Concurso de Passeio na Comunidade, organizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau para animar a pequenada, incentivar a interacção entre pais e filhos e “construir em conjunto uma relação positiva e saudável entre familiares e um estado físico e mental saudável”, anunciou ontem o Instituto de Acção Social (IAS). O passeio tem início nas Ruínas de São Paulo, às 13h30 e termina às 18h no Centro de Actividades Juvenis da Federação das Associações dos Operários de Macau.

Como não poderia deixar de ser, uma das actividades em destaque que promete alimentar a imaginação das crianças é a visita ao Museu do Exército do Quartel Militar da Taipa da Guarnição do Exército de Libertação do Povo Chinês estacionado em Macau.

A visita, marcada para o dia 27 de Maio, irá levar cerca de 300 estudantes do ensino primário a assistir a uma apresentação feita por militares com o intuito de “aprofundar o conhecimento dos estudantes sobre o Exército de Libertação do Povo Chinês estacionado em Macau e o sentimento patriótico”.

Jogos e prendas

Grande parte das actividades programadas para celebrar o Dia da Criança são de cariz pedagógico. Uma das principais é a exposição itinerante de placards que explicam os direitos das crianças, nomeadamente os consagrados em convenções internacionais, e a evolução dos mesmos. A mostra irá percorrer várias escolas de Macau, assim como centros da FAOM.

No dia 1 de Junho serão distribuídas prendas a 199 crianças internadas no Centro Hospitalar Conde de São Januário e no Hospital Kiang Wu, “como forma de lhes transmitir as saudações festivas e votos de felicidades apresentados pelo Governo da RAEM e pelos diversos sectores da sociedade”. As prendas são patrocinadas pela Comissão Organizadora do Dia Mundial das Crianças (que reúne um leque variado de instituições públicas, órgãos do Governo e associações tradicionais) e pela Obra das Mães.

O Governo acrescenta ainda que a Federação das Associações dos Operários de Macau, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, a Cáritas de Macau e a Associação Geral das Mulheres de Macau, vão realizar vários arraiais, sem que sejam especificadas as actividades que vão acontecer.

Ao longo do mês de Junho será ainda organizado o sorteio de jogos online sobre a Convenção sobre os Direitos da Criança.

18 Mai 2023

Cinemateca Paixão | Ciclo de filmes leva arquitectura à Travessa da Paixão

Arranca este fim-de-semana na Cinemateca Paixão o ciclo de cinema “Arquitectura no Ecrã”, que ao longo de três semanas irá exibir seis filmes que servirão de mote para discussões. A sessão inaugural, no sábado, será ritmada pela performance de um DJ e contará com uma palestra, além da projecção de dois filmes

 

O centro de investigação Docomomo Macau vai organizar um ciclo de cinema na Cinemateca Paixão intitulado “Arquitectura no Ecrã”, com a exibição de meia dúzia de documentários, condimentados com palestras após as sessões, ao longo de três semanas, de 20 de Maio a 8 de Junho.

O evento arranca no sábado, às 15h15, com os ritmos iniciais a cargo do DJ Relaxmarco. Meia hora depois é exibida a primeira película, “The Real Thing”, realizado pelo franco-italiano Benoit Felici. O filme que inaugura a primeira edição do “Arquitectura no Ecrã” leva o espectador numa viagem pelo mundo das formas e da interacção entre espaços e pessoas.

Apesar do título, o documentário de Felici traça uma jornada por vários tipos de réplicas de incontornáveis marcos arquitectónicos mundiais, quase como que uma expiação iconográfica de Macau. Para lá da “pirataria arquitectónica”, “The Real Thing” mostra como as pessoas interagem com estas representações, seja uma Torre de Londres nos arredores de Xangai, uma Basílica de São Pedro na Costa do Marfim ou as várias Torres Eiffel espalhadas pela China. O filme será repetido na terça-feira, às 19h15.

Após a exibição do filme, haverá lugar a uma conversa aberta conduzida pelos realizadores locais Maxim Bessmertnyi e Tracy Choi, seguido por mais um interlúdio musical do DJ Relaxmarco.

Às 18h20 é exibido o documentário “Tudo é Projecto”: The Life Blueprint of a Brazilian Architectural Master. Num tom intimista, o filme é centrado em torno da vida e obra do arquitecto e urbanista brasileiro Paulo Mendes da Rocha, contadas na primeira pessoa em entrevistas à sua filha Joana Mendes da Rocha. “Tudo é Projecto” volta a ser exibido a 25 de Maio, às 19h15.

Encontro no meio

A Docomomo, na apresentação do festival de cinema, sublinha a natureza artística criativa da arquitectura, “que é mais que uma forma de arte e, também, uma poderosa via para criar e transformar os ambientes em que habitamos”.

A organização realça a capacidade da sétima arte para transmitir a essência, beleza e os desafios da arquitectura, assim como a sua influência na sociedade e cultura. “Para incidir uma luz sobre esta excitante forma de expressão, o centro de pesquisa da Docomomo Macau organizou este festival de cinema. Um evento único que irá mostrar filmes de vários países que propõem uma exploração de várias facetas da arquitectura, com o objectivo de inspirar e entreter tanto profissionais com entusiastas da arquitectura e cinema, encorajando ao diálogo”, refere a Docomomo.

No dia 27 de Maio, às 15h30, e 30 de Maio, às 19h15, é exibido “City Dreamers”, do realizador canadiano Joseph Hillel, que retrata as alterações constantes no ambiente urbano, através do olhar de quatro arquitectas pioneiras que partilham a sua visão e interpretação sobre as mutações urbanas em curso e as que vão acontecer.

Também no dia 27 de Maio, sábado, às 18h e no dia 1 de Junho às 19h15, é exibido “As Operações Saal”, do realizador português João Dias.

Nos dias 3 e 6 de Junho, às 15h30 e 19h15 respectivamente, a Cinemateca Paixão apresenta “Tokyo Ride”, que, como o nome indica, é um passeio conduzido por um dos mais famosos arquitectos japoneses pelas ruas de Tóquio. À medida que o seu Alfa Romeo percorre a cidade, Ryue Nishizawa discorre sobre as paisagens urbanas e edifícios que o inspiraram ao longo da vida e carreira.

Finalmente, a fecha o ciclo, “Microtopia” é exibido a 3 e 8 de Maio, às 17h30 e 19h15, respectivamente, do realizador sueco Jesper Wachtmeister. Os bilhetes para todas as sessões estão à venda e custam 60 patacas.

17 Mai 2023

Restauração | Portugália passa a servir na Rua dos Clérigos

A partir desta quarta-feira, o restaurante Portugália passa a ter uma nova localização, mantendo-se na vila da Taipa, mas, desta vez, na Rua dos Clérigos. “A opção por continuar na vila da Taipa pareceu-nos óbvia. Primeiro, pelo carácter histórico que se associa, na perfeição, à nossa centenária marca, e, segundo, porque pretendemos oferecer uma atmosfera com características portuguesas aos nossos clientes.”

Assim, a gerência aponta que os clientes vão continuar a encontrar “painéis de azulejos genuínos, imagens antigas da cervejaria, painéis com a história do restaurante e motivos portugueses” espalhados pelos três pisos do novo espaço. Mantém-se, na carta, os pratos mais conhecidos do grupo, como o Bife à Portugália, com o tradicional molho, entre outros.

A Portugália estabeleceu-se em Macau há oito anos e foi a primeira aposta do grupo no Extremo Oriente. A gerência aponta que estes têm sido anos “de aprendizagem, constante evolução e adaptação a uma cultura única, com o objectivo de dar a conhecer um pouco mais sobre a riqueza gastronómica portuguesa e a tradição do grupo”, que já conta com 98 anos de experiência.

15 Mai 2023

Fotografia | Exposição de Pamela Chan abre “Quinteto de Arte”

O programa anual da ARK – Associação de Arte de Macau inaugura com a exposição de fotografia de Pamela Chan, intitulada “Back to Basic”, onde se exploram os meandros das ruas mais tradicionais de Macau. Entre Maio e Setembro, a ARK proporciona a oportunidade de ver o trabalho de cinco artistas locais

 

Pamela Chan, embaixadora cultural e vice-presidente da Associação Cultural Vila da Taipa, inaugurou, no sábado, a sua nova exposição de fotografia, intitulada “Back to Basic”, e que pode ser vista até 18 de Junho no Café Voyage, situado na Rua do Padre António Roliz.

“Back to Basic”, com imagens do lado mais icónico e tradicional de Macau, com as suas ruelas e becos antigos, dá o pontapé de saída ao programa anual da ARK – Associação de Arte de Macau, que revela o trabalho de cinco artistas locais inspirado na filosofia dos cinco elementos – Metal, Madeira, Água, Fogo e Terra. O programa intitula-se “Quinteto de Arte”.

Assim, o trabalho de Pamela Chan traz-nos a sua visão de “Terra”, observando-se, nas imagens, os bonitos pavimentos que povoam as ruas de Macau ou as suas paredes cheias de cores, entre outros símbolos.

Com o elemento Terra temos as ideias de estabilidade, lentidão, permanência ou solidez, remetendo para um estilo de vida calmo e tranquilo, com bases sólidas. Pamela Chan pega nestas ideias para revelar fotografias que mostram as suas raízes, uma vez que nasceu e cresceu em Macau, lugar marcado pela interculturalidade e pela presença das culturas chinesa e portuguesa, que coexistem num pequeno território.

Daí que as imagens de Pamela Chan remetam para uma urbanidade onde o antigo e o novo se confundem, sempre com pedaços de história por detrás. “Através de diferentes cenários realistas, Pamela dá-nos uma sensação de vida no presente, seguindo o nosso coração e mantendo uma vivência plena, deixando que os pensamentos se transformem em atitudes e no ritmo das nossas vidas”, explica a ARK.

As fotografias de Pamela Chan retratam ainda um território que, apesar do enorme desenvolvimento urbano que sofreu nos últimos anos, soube manter “a harmonia entre a natureza e a cultura, algo que se reflecte na paisagem e arquitectura da cidade, bem como no estilo de vida das pessoas e na preservação cultural” em matéria de património.

Quinteto maravilha

Não são ainda conhecidos os restantes quatro artistas que farão parte do “Quinteto de Arte” proposto pela ARK. Mas a verdade é que este programa pretende “mostrar a diversidade criativa dos artistas em torno dos cinco elementos com uma multitude de interpretações e meios artísticos”, levando também à ocorrência de “um intercâmbio artístico entre os artistas e o público através das mensagens transmitidas pelas obras de arte.

Assim, embora a fotografia seja o meio escolhido para inaugurar este quinteto, poderão ser esperadas outro tipo de manifestações artísticas. A ARK, além de organizar exposições, propõe-se ainda criar seminários e workshops, a fim de estabelecer um canal de comunicação entre o mundo da arte e os residentes, revelando o melhor do talento local.

15 Mai 2023