Escritório Rato, Ling, Lei & Cortés assina protocolo com Universidade Católica

[dropcap]O[/dropcap] Escritório Rato, Ling, Lei & Cortés – Advogados (Lektou) assinou ontem um protocolo de cooperação com a Universidade Católica Portuguesa que inclui, entre outras áreas, colaboração na leccionação de cadeiras e seminários da licenciatura, programas de estágio, bolsas sociais, prémios de excelência, divulgação de programas académicos, cursos especializados de formação profissional em áreas jurídicas e promoção de colóquios e conferências sobre temas de natureza jurídica.

Segundo um comunicado, enviado às redacções, através do protocolo foi incluída no plano de estudos, em Setembro, uma nova cadeira do curso daquela instituição subordinada ao Direito da RAEM que tem como regente Jorge Pereira da Silva, director da Escola de Lisboa. Conta também com a colaboração dos advogados da Lektou Frederico Rato, Pedro Cortés, Óscar Alberto Madureira, bem como com Beatriz Madureira.

Já no segundo semestre, os alunos podem ainda frequentar a cadeira de Direito do Jogo, um sector fulcral na economia de Macau e de relevada importância para aqueles que pretendam desenvolver a sua carreira em Macau.

De acordo com a mesma nota, o escritório compromete-se com a divulgação na RAEM e nas suas áreas de influência (China e Hong Kong) dos programas académicos da instituição de ensino superior, em especial os programas de Mestrado (LLM) da Católica Global School of Law.

30 Out 2018

Música | Orquestra de Macau apresenta “Artes Florescentes” esta sexta-feira

[dropcap]“A[/dropcap]rtes Florescentes” titula o concerto que a Orquestra de Macau (OM) apresenta na próxima sexta-feira, pelas 20h, na Igreja de S. Domingos. A entrada é livre e os bilhetes vão ser distribuídos no local uma hora antes da actuação.

Em comunicado, o Instituto Cultural indica que vão subir ao palco juntamente com a OM, sob a batuta do maestro assistente, Francis Kan, Law Tak Yin e Kelly Chan Wing Ka, premiados no 36.º Concurso para Jovens Músicos de Macau, e Shihan Wang, vencedor do 1.º prémio na Categoria de Violino no 2.º Concurso Internacional para Jovens Músicos Mozart de Zhuhai.

Na primeira parte vão ser interpretados o Concerto para Violino e Orquestra em Ré Maior (1.º andamento) de P. I. Tchaikovsky e o Concerto para Flauta n.º 7 em Mi menor (1.º andamento) de Devienne, enquanto na segunda o Concerto para Violino n.º 3 em Sol Maior de W. A. Mozart.

30 Out 2018

Cinema | Extensão a Macau do DocLisboa entre 5 e 10 de Novembro

A extensão a Macau do DocLisboa está à porta. Entre os dias 5 e 10 de Novembro, vão ser exibidos 14 filmes, com destaque para a estreia no Oriente de “Pé San Ié – O poeta de Macau”, um ensaio visual sobre o exílio de Pessanha. A edição deste ano apresenta ainda os filmes vencedores do Sound & Image Challenge 2017 e EU Short-film Challenge 2017

 

[dropcap]E[/dropcap]stá aí a grande festa do cinema documental. Pela sexta vez, chega a Macau a extensão do festival DocLisboa, que já vai na 16ª edição. Entre os dias 5 e 10 de Novembro, vão ser exibidos 14 filmes, com início na Cinemateca Paixão e continuação na Sala Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau.

A cerimónia de abertura do evento, organizado pelo IPOR, tem como destaque a estreia em “casa” de “Pé San Ié – O poeta de Macau”. A sessão inaugural marca a primeira vez que o ensaio cinematográfico sobre o “exílio do maior poeta simbologista português: Camilo Pessanha” é exibido em Macau, lê-se no comunicado que anuncia a extensão do DocLisboa. Da autoria de Rosa Coutinho Cabral, produzido por Maria Paula Monteiro, o filme conta com a participação de Carlos Morais José, que “interpreta vários personagens e ajuda a realizadora a encontrar a singularidade deste poeta “fin de siécle”, na longínqua cidade de Macau onde viveu, escreveu e morreu”. O filme será exibido às 18h de 5 de Novembro na Cinemateca Paixão.

Em comunicado, a organização destaca o sucesso com que o género documental tem contribuído para a internacionalização do cinema português, “como atestam os mais de vinte prémios nacionais e internacionais que vários títulos portugueses inseridos neste género fílmico receberam, só durante a primeira metade de 2018”. A extensão do DocLisboa tem como objectivo celebrar esse sucesso e reforçar “o desenvolvimento das trocas culturais entre Portugal e a RAEM”, “naquilo que é hoje um eixo fundamental da estratégia nacional para a promoção da cultura e das artes”.

Som e imagem

Outro dos pilares do cartaz deste ano da passagem do DocLisboa por Macau é a exibição dos filmes vencedores dos concursos Sound & Image Challenge 2017 e EU Short-film Challenge 2017.

Assim sendo, a partir das 18h do dia 6 de Novembro, terça-feira, são exibidos no Auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau, uma série de películas premiadas nos concursos mencionados. Este dia arranca com a exibição de “Cheirar o cheiro”, de autoria de Chu Hio Tong, que venceu o Prémio Identidade Cultural de Macau do Sound and Image Challenge. O filme gira em torno do início da relação amorosa entre John e Faye, um fascínio totalmente dominado pelo olfacto e que leva a uma frustrante troca de identidade desvendada, precisamente, pelo cheiro.

O dia prossegue com a exibição de “Overlunch”, que ganhou o prémio EU short film challenge / EU short film challenge award. A película, de autoria de Helen Chai Sam I, foca-se na forma como quatro funcionários de escritório decidem o sítio onde vão almoçar. Diariamente, os diversos cenários por onde passam os colegas de trabalho reflectem ângulos e visões sobre “propaganda eleitoral, política e as implicações morais da persuasão”. Ainda no dia 6 de Novembro é exibido “Vira Chudnenko”, de Inês Oliveira. O filme foca-se num episódio trágico que chocou Portugal, quando quatro cães esfacelaram uma mulher até à morte.

Documentos lusófonos

Na quarta-feira, dia 7 de Novembro, é exibido “Spell Reel”, de Filipa César. O filme resulta do arquivo de material audiovisual de Bissau e explora a forma apaixonada como nasce o cinema guineense, “enquanto parte da visão descolonizadora de Amílcar Cabral, o líder da libertação assassinado em 1973”. A película de Filipa César é exibida às 18h30, no Auditório Dr. Stanley Ho.

No dia seguinte, o destaque vai para “O Canto do Ossobó”, de autoria de Silas Tiny, um filme que retrata as maiores roças de produção de cacau em São Tomé e Príncipe durante o período colonial português. A película fez-se com o regresso do cineasta ao seu país onde encontrou vestígios de um passado marcado pelo trabalho forçado frequentemente equiparado à escravatura.

“Ramiro”, de Manuel Mozos, é exibido no dia 9 de Novembro, também às 18h30 no Auditório Dr. Stanley Ho nas instalações do consulado. O filme retrata a vida de Ramiro, um “alfarrabista em Lisboa e poeta em perpétuo bloqueio criativo. Vive, algo frustrado, algo conformado, entre a sua loja e a tasca, acompanhado pelo cão, pelos fiéis companheiros de copos e pelas vizinhas: uma adolescente grávida e a avó a recuperar de um AVC”.

A sexta sessão da extensão de Macau do DocLisboa é marcada por “Altas cidades de ossadas”, de João Salaviza, um filme que explora as questões filosóficas sobre o que é o ser humano num contexto despido de tecnologia.

Finalmente, a fechar a extensão de Macau do DocLisboa, é exibido no dia 10 de Novembro, às 17h30, no Auditório Dr. Stanley Ho, o documentário “Camilo Pessanha – 150 anos depois”, de autoria de Rosa Coutinho Cabral. A película centra-se na vida e obra do autor de Clepsydra e encerra, em beleza, a festa do cinema documental.

30 Out 2018

Conferência assinala 40 anos de Portugal-China e 20 anos de RAEM

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos portugueses (CCISP) vão organizar, na primeira metade do próximo ano, uma conferência comemorativa dos 40 anos do restabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a China e os 20 anos da RAEM. A informação consta de um comunicado divulgado ontem pelo IPM que não faculta, porém, mais detalhes.

Segundo a mesma nota, o presidente do IPM, Im Sio Kei, esteve reunido na sexta-feira com o presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos, um encontro que teve como objectivo reforçar a cooperação estratégica entre o sistema de ensino superior de Macau e de Portugal, iniciada em 2004. Uma colaboração em múltiplas áreas que, de acordo com o IPM, traduziu-se já em inúmeras iniciativas, desde palestras à publicação conjunta de materiais didácticos, bem como na participação de mil estudantes portugueses e chineses em programas de intercâmbio entre o IPM e membros do CCISP.

O intercâmbio de estudantes e a mobilidade de professores no âmbito de futuros programas de mestrado e doutoramento e o desenvolvimento de projectos de investigação conjuntos em áreas como a inteligência artificial, tradução e ensino de línguas figuram entre as linhas de intervenção prioritárias identificadas para o futuro.

30 Out 2018

Colecção de biografias de personalidades da cultura portuguesa vai ser lançada em 2019

[dropcap]A[/dropcap] editora Contraponto projecta iniciar, no próximo ano, uma coleção de biografias de “Grandes Figuras da Cultura Portuguesa” “nossas contemporâneas”, que não “sejam meros repositórios de factos por ordem cronológica”, disse o seu editor.

Agustina Bessa-Luís, Herberto Helder, José Cardoso Pires, Natália Correia, Manoel de Oliveira e Amália são as seis primeiras “grandes figuras” da coleção, que se expandirá a outras personalidades, ao longo dos próximos anos, com o objetivo de “dar mais força ao género biográfico”.

Em declarações à agência Lusa, Rui Couceiro, editor responsável da Contraponto, editora do grupo Bertrand/Círculo, afirmou que o projeto visa “figuras ligadas ao século XX”. Para escrever as suas biografias, convidou, maioritariamente, escritores, pois não quer que estas obras “sejam meros repositórios de factos por ordem cronológica”.

“Queria sobretudo que os leitores destas biografias conhecessem bem as extraordinárias personalidades dos biografados, mas, sobretudo, que tivessem prazer ao lê-las e daí a escolha dos cinco ficcionistas, sendo João Pedro George uma exceção, mas com méritos comprovados”, disse Rui Couceiro, aludindo à biografia do escritor Luiz Pacheco (1925-2008), “Puta Que os Pariu!” (2011), escrita pelo sociólogo, que agora assinará o volume dedicado ao poeta Herberto Helder (1930-2015).

A primeira das seis biografias previstas para a primeira fase será dedicada a Agustina Bessa-Luís, é de autoria de Isabel Rio Novo, e vai sair nos começos do próximo ano. Na primeira semana de janeiro, aliás, a editora vai fazer uma apresentação oficial deste projeto, na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, antecipou Rui Couceiro à Lusa.

Bruno Vieira Amaral vai escrever a biografia do escritor José Cardoso Pires (1925-1998), Filipa Martins, a da escritora Natália Correia (1923-1993), Filipa Melo, a da fadista Amália Rodrigues (1920-1999), e Paulo José Miranda faz a do cineasta Manoel Oliveira (1908-2015).

Rui Couceiro afirmou que, “ainda no primeiro semestre de 2019, será editada uma outra biografia”, sem revelar qual, referindo que não está previsto uma regularidade definida para novas obras da coleção, mas este é um projeto para continuar “para lá de 2020″, havendo já outras em perspetiva.

O editor lembrou que, em Portugal, “não há uma tradição, nem de aposta nem de leitura de biografias, e, “com esta coleção, a Contraponto pretende esbater esta tendência”.

“Acreditamos que é possível dar mais força ao género biográfico. E acredito muito no género, acho que há espaço de mercado no sentido de as pessoas começarem a ler mais biografias. É, aliás, uma tendência internacional, até porque há personalidades extraordinárias para biografar, de que as seis já escolhidas são um exemplo”, disse Rui Couceiro.

Quanto às biografias, o editor afirmou: “O nosso objetivo não é o de criar polémica. Nesse sentido, tenho mantido contactos com os familiares/herdeiros e amigos dos biografados, pois sei que são sensíveis ao revelar determinadas informações, daí que tenhamos tido este cuidado”.

“Limitámo-nos a perguntar-lhes se queriam ou não colaborar, e a maioria tem sido muito recetiva e colaborante”, acrescentou, referindo que “há outras pessoas que não se sentem confortáveis para falar, mas nem sempre isso é o fundamental”.

“Procuramos retratos completos, rigorosos, e muito bem escritos destas personalidades”, sentenciou Rui Couceiro.

O editor enfatizou que “a dialética entre o biografado e o biógrafo é especial e distingue estes livros, porque os biógrafos já têm os seus leitores e são, de alguma maneira, consagrados, e vão biografar pessoas de referências na nossa cultura”.

29 Out 2018

Arte de rua | Festival Out Loud a 3 e 4 de Novembro

O festival local dedicado à arte de rua – Out Loud- tem lugar nos próximos dias 3 e 4 de Novembro no Armazém Tai Fung. É também aqui que Thomas Lo vai mostrar a sua primeira obra de grande dimensão através de uma instalação que pretende tirar o público do frenesim quotidiano

 

[dropcap]“H[/dropcap]ealing” é a primeira obra de grande dimensão do artista local Thomas Lo e que vai estar patente ao público na próxima edição do Out Loud, festival de arte de rua. O evento decorre nos próximos dias 3 e 4 de Novembro no Armazém Tai Fung, na ponte do cais nº8.

Para o artista que tem estado ligado à Gantz, a trupe local conhecida pelos murais que desenha com grafite, o festival é um marco importante na divulgação do que se faz em Macau na área da arte de rua.
Com esta instalação, Thomas Lo pretende convidar o público a um momento de isolamento. O trabalho que inclui elementos em betão, iluminação e projecção de vídeos vai representar um espaço para “as pessoas estarem com elas próprias”, afirmou ao HM. “Espero que as pessoas consigam, ao verem a exposição, desligar-se da sociedade. Espero que consigam sair da sua vida quotidiana”, disse.

A razão é simples. Para Lo, as pessoas estão demasiado absorvidas pelas rotinas do dia a dia e “vivem como se fossem robots”. Por isso, considera importante ter um trabalho que possibilite sair desse estado, acrescentou.

Thomas Lo admite porém que “Healing” não é um trabalho que possa ser num primeiro momento classificado como arte de rua, mas “tem elementos que a integra,” apontou. Por outro lado, é através deste tipo de diversidade de trabalhos que se pode atrair mais interessados na intervenção de rua, considera.

Território fraco

O artista lamenta os fracos progressos que esta área artística tem tido no território. Sem menosprezar o que considera ser “grandes esforços daqueles que estão ligados a esta expressão”, Lo sublinha que não há um interesse visível por parte dos jovens locais quando se fala de street art, sendo que “os jovens de Macau são preguiçosos e não se focam em objectivos claros”.

Como solução, Thomas Lo sugere que festivais como este em que a gama de actividades vai além do tradicional grafitti, possam vir a despertar a atenção dos mais novos. “É necessário realizar actividades diferentes para poder atrair mais gente e ter uma perspectiva diferente tanto acerca da arte de rua como de projectos apresentados sob outras formas”, apontou.

Por outro lado, seria fundamental trazer artistas estrangeiros ao território para poderem trocar conhecimentos com os locais e mudar a dinâmica do que tem acontecido neste sentido, até porque, “têm estado em Macau alguns artistas importantes mas apenas para apresentarem o que fazem e sem trocarem informações com quem cá está”, disse.

Enquanto expressão artística, a arte de rua podia trazer ainda algumas mais valias ao território: “Podia ajudar a mostrar às pessoas que Macau é mais do que casinos, restaurantes e lojas onde se compram produtos de luxo”, rematou.

29 Out 2018

FIMM | Festival encerra com obras de Schumann

[dropcap]O[/dropcap] XXXII Festival Internacional de Música de Macau (FIMM), apresenta nos dias 27 e 28 de Outubro, pelas 20h00, o concerto “Christian Thielemann e a Staatskapelle Dresden”. Os concertos têm lugar no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau e marcam o final de mais uma edição do FIMM.

“A Staatskapelle Dresden é uma das orquestras mais antigas e tradicionais do mundo e uma das principais na interpretação da música alemã”, refere o Instituto Cultural em comunicado. Dirigida por Christian Thielemann, a orquestra apresentará, em dois concertos, as sinfonias completas de Schumann.

A organização promove uma conversa pré-espectáculo no dia do concerto, entre as 19h00 e as 19h45, na Sala de Conferências do Centro Cultural de Macau em que o director musical e maestro do Coro da Universidade Chinesa de Hong Kong, Leon Chu vai explicar os conteúdos do espectáculo. Nos dias 26 e 27, o quarteto de guitarras Los Romero, conhecido como “A Família Real da Guitarra”, apresenta-se no Teatro Dom Pedro V, pelas 20h00.

26 Out 2018

Salão de Outono | Mais de 80 obras locais para ver a partir de 3 de Novembro

A nona edição do Salão de Outono tem início no próximo dia 3 de Novembro na Casa Garden. O evento mostra as obras de artistas locais seleccionadas pela Fundação Oriente e a Art For All Society e conta com mais uma edição do Festival Internacional de Vídeo com a chancela da VAFA

 

[dropcap]A[/dropcap] edição deste ano do Salão de Outono é inaugurada no próximo dia 3 de Novembro com a apresentação das obras seleccionadas pela Fundação Oriente e a Art for All Society (AFA).
O evento mantém a tradição e pelo nono ano consecutivo mostra o que de melhor fazem os artistas de Macau.

A cerimónia de abertura terá lugar às 17h30, na Casa Garden e a exposição conta com 84 trabalhos seleccionados de 43 artistas entre os cerca de 100 que a organização recebeu.
As obras seleccionadas incluem trabalhos em pintura a óleo, aguarela, desenho, escultura, fotografia, porcelana, gravura, e instalação. De acordo com a organização, “todos os participantes, embora de diferentes origens, trabalham e vivem em Macau e tal como nos anos anteriores, há a representação de artistas jovens mas também de artistas reconhecidos no panorama da arte contemporânea”.

Entre os artistas seleccionados encontram-se Lam Ka Man, Ho Si Man, Yolanda Kog, Zheng Yu, Wong Hio Chit, Fan Sai Hong, Vai Im Fong, Tong Chong, Leong Cheng I, Ricardo Meireles, Duarte Esmeriz, Francisco Ricarte, Leong Lampo, José das Neves, Shih Ting Yu, Chau da Luz, Celeste, Sanchia Lau, Kawo Cheang, Lou Ka I, Ieong Mei Cheng, Lei Chekon, Ieong Man Hin, Edmundo R. Lameiras, Gonçalo Cardoso de Menezes, Tiffany Ian Tong Ho, Sou Chon Kit, Chan Ka Lok, Jose Drummond, Cheok Hio Peng, Ho Ka Io, Leong Chi Mou, Che Chi Un, Meng Hei, Fannie Leong, Tang Kuok Hou, Van Pou Lon, Yang Sio Maan, Ng Man Wai, Noah Ng Fong Chao, Heidi Ng, Siokit Lai, Alice Kok, Cai Guo Jie e James Chu Cheok Son.

No mesmo dia será ainda anunciado o vencedor do 7º Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas, O vencedor terá a oportunidade de visitar Portugal para um programa de residência artística durante um mês.
A exposição estará aberta ao público de 3 a 30 de Novembro. E conta com entrada livre.

Vídeos do mundo

Paralelamente, vai decorrer mais uma edição do Festival Internacional de Video de Macau, um evento organizado pela VAFA. De acordo com o responsável, o artista e curador José Drummond, o número de trabalhos que respondeu à abertura das candidaturas superou todas as expectativas.

No total, a organização recebeu 375 vídeos de artistas de 53 países. O país que mais aderiu à iniciativa foi os Estados Unidos da América com 43 obras, seguido do Reino Unido com 45. A China e Portugal também representam uma larga parcela de candidaturas com 23 e 21 vídeos enviados respectivamente. De Macau concorreu Kit Lee.

Para a selecção dos melhores vídeos foi destacado um júri composto pela vencedora da edição do ano passado, Song Zihui, a presidente da AFA, Alice Kok, o curador de Hong Kong Andrew Lam, o artista de Xangai Hu Renyi, e o director do festival José Drummond.

A apresentação dos vencedores tem início marcado também para dia 3 de Novembro às 18h30 , no anfiteatro da Casa Garden, momento em que é anunciada a vencedora deste ano, Maria Molina Peiró.
No dia seguinte tem lugar a projecção das restantes obras selecionadas.

Segundo José Drummond a edição deste ano segue “a lógica do trauma”, até porque quase todos os vídeos recebidos abordam este assunto de alguma maneira. “Mesmo que de uma forma mais poética, todos falam sobre as questões do presente: da guerra, da luta LGTB, dos refugiados ou da censura”, disse ao HM.
Outro destaque do responsável vai para os quatro vídeos chineses seleccionados “É a primeira vez que tal acontece”, disse.

 

 

Programa do Festival Internacional de Vídeo de Macau

3 de Novembro – 18h30

Maria Molina Peiró (Espanha/Holanda) – Digital Trauma (And the Crystal Image) – 8’07’’
Naween Noppakun (Tailândia) – We Love Me – 13’18’’
Hiroya Sakurai (Japão) – The Stream VIII – 6’54’’
Pedro Matias (Portugal/Holanda) – To My Plastic Brothers – 9’49’’
Lin Li (HK) – Four Minutes and Beyond – 4’30’’
Kit Lee (Macau) – Flower in the Water (Red, Yellow, Blue) – 2’00’’
Fair Brane (EUA) – Centered – 1’00’’
Mo Jia Qing (China) – Subliminal Mirage – 9’16’’
Wang Yanxin (China) – Snowy – 8’44’’
Luciano Scherer (Brasil/Portugal) – Untitled (5) – 5’05’’

4 de Novembro – 16h30

Noémi Varga (Hungria) – The Happiest Barrack – 15’51’’
Pablo Romo Alvarez (México) – Suspect – 1’48’’
Jim Rolland (França) – Musical Landscape – 7’42’’
Alexandra Buhl (Dinamarca) – Blue Furacana – 11’00’’
Michael Lyons (Canadá/Japão) – Film Loop 34: Ryoanji – 1’30’’
Corrine Charton (Reino Unido) – (Paroxysms erupting because) MR ROCHESTER DOES NOT QUITE GET IT – 2’ 36’’
Veronica Burger (Áustria) – fade IN fade OUT – 6’28’’
Leonid Kharmalov (Rússia/Alemanha) – The Wall – 1’24’’
Tullio Manca (Itália) – The Wait – 3’15’’
Marisa Benito (Espanha) – Ductile – 2’43’’

Asian Showcase – 17h30
Ieong Kun Ieng (Macau) – The Golden Birdcage – 0’48’’
Kiwi Chan (Macau) – Hato’s Journey – 9’51’’
Carlos Caires (Macau) – This is Not a Story This is Not a City– 14’23’’
Bo Choy (HK) – Un/folding In – 13’56’’
Zhang Yongji (China) – The Generation is Screaming – 4’31’’
Zhang Yunfeng & Li Haiguang (China) – Playground – 13’42’’
Di Hu (China) – Urban Sculptures – 6’16’’
Shon Kim (Coreia do Sul) – Bookanima: Dance – 7’31’’
Rita Mahfouz (Líbano) – On Familiar Waters – 7’44’’
Axl Hazarika (índia) – Goru Bihu Song – 4’00’’
Rita Mahfouz (Líbano) – “On Familiar Waters”,7’44’’
Axl Hazarika (Índia) – “Goru Bihu Song”, 4’00’’

26 Out 2018

Filme de João Botelho candidato a mais uma nomeação para os Goya

[dropcap]O[/dropcap] filme “Peregrinação”, de João Botelho, é candidato a uma nomeação para os prémios espanhóis de cinema, os Goya, na categoria de melhor filme iberoamericano, anunciou a organização.

A Academia de Cinema de Espanha revelou hoje os 16 filmes pré-selecionados para o Goya de melhor produção ibero-americana e, entre eles, está “Peregrinação”, obra de João Botelho inspirada no relato de viagens, homónimo, de Fernão Mendes Pinto.

Entre os pré-selecionados estão, por exemplo, “Benzinho”, de Gustavo Pizzi (Brasil), “Los perros”, de Marcela Said (Chile), e “Roma”, de Alfonso Cuarón (México).

O filme de João Botelho é ainda candidato a uma nomeação para o Goya de melhor filme estrangeiro – e a outra para os Óscares, na mesma categoria -, como foi proposto em setembro pela Academia Portuguesa de Cinema.

A longa-metragem transpõe para cinema episódios do livro “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto, impresso pela primeira vez em 1614, que relata a presença dos portugueses no Oriente e se apresenta como uma crónica de viagens de duas décadas de vivência do autor.

O filme é protagonizado por Cláudio da Silva, à frente de um elenco que inclui ainda, entre outros, Catarina Wallenstein, Pedro Inês, Maya Booth, Cassiano Carneiro, Rui Morisson, Jani Zhao e Zia Soares.

Do filme faz também parte “Por este rio acima”, do músico Fausto Bordalo Dias, interpretado por um coro masculino. A 33.ª cerimónia dos Goya decorrerá a 2 de Fevereiro em Sevilha.

25 Out 2018

Salão de Outono | “Navio dos Loucos” chega à Casa Garden a 3 de Novembro

[dropcap]I[/dropcap]ntegrado no programa do Salão Outono e no Festival Internacional de Video de Macau VAFA, o espectáculo “Navio dos Loucos”, que junta música e poesia, vai ter lugar na Casa Garden no próximo dia 3 de Novembro, pelas 19:30. Em palco estará a poesia de José Anjos juntamente com as palavras de outros poetas portugueses e chineses, e a viola campaniça de João Morais (O Gajo).

José Anjos é um escritor e músico português que escreve e diz poemas. Publicou dois livros pela editora Abysmo (Manual de Instruções para Desaparecer, 2015, e Somos Contemporâneos do Impossível, 2017) e tem participado em vários projectos de poesia musicada e spokenword, indica o comunicado de imprensa da organização.

Já João Morais, descobre a viola campaniça ao fim de 30 anos a tocar guitarras vindas de fora. Cria O Gajo em 2016 “com o intuito de ligar a sua música à terra que o viu nascer, Portugal.”
Juntos, José Anjos e João Morais (O Gajo), criaram um espectáculo de música e poesia que explora a fusão entre a palavra e a sonoridade singular e secular da Viola Campaniça, com poemas de José Anjos e Cláudia R. Sampaio (que também integra o projecto) e composições originais de João Morais, acrescenta o comunicado.

O espectáculo, que conta ainda com a presença da convidada especial Lang Sida, integra-se na inauguração do Salão de Outono 2018, que ocorre no mesmo dia às 17:30, onde será ainda revelado o vencedor do Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas.

25 Out 2018

Arte urbana | Rodrigo de Matos desenha sonhos na Rua dos Ervanários

Ex-jornalista e cartoonista, Rodrigo de Matos abraçou a iniciativa “Finding Dreams in the Fall of Rua dos Ervanários” proposta pela galeria de arte Iao Hin. A ideia é pintar as históricas paredes com desenhos do artista que, pela primeira vez, se estreia na arte urbana

 

[dropcap]O[/dropcap] seu trabalho tem uma elevada dose de ironia, sarcasmo e bom humor, e não tem passado despercebido quer aos leitores dos jornais onde publica os seus cartoons (Expresso, Macau Daily Times, Ponto Final) ou a quem vê as suas exposições. Rodrigo de Matos é o artista convidado da galeria Iao Hin para a iniciativa “Finding Dreams in the Fall of Rua dos Ervanários”, que pretende revitalizar as velhas paredes no centro histórico de Macau e criar uma interactividade com quem passa.

Ao HM, Rodrigo de Matos explicou que, quando decidiu aceitar o convite, não tinha nenhuma ideia em mente daquilo que queria desenhar. “No início era uma coisa muito em aberto, não estava definido um tema que servisse de ligação entre trabalhos. Eles [galeria Iao Hin] interessaram-se por mim, mesmo sem eu ter uma experiência muito vasta em arte urbana.”

O artista português, residente em Macau há vários anos, nunca fez grafittis. “Para mim está a ser um desafio interessante, que me tem permitido explorar novos materiais. Tenho usado tintas acrílicas para paredes, que são diferentes das que se usam nas telas”, exemplificou.

O que chamou a atenção da galeria Iao Hon, que se localiza perto da Rua dos Ervanários, foi a última exposição de pintura e ilustração protagonizada por Rodrigo de Matos, intitulada “Punacotheca”. “Viram a forma como eu brincava com os jogos entre as imagens e a linguagem”, frisou.

O projecto “Finding Dreams in the Fall of Rua dos Ervanários” acontece durante três meses e teve inicio no passado dia 17. “É aqui que vou passar os meus próximos fins-de-semana, a pintar maluquices nas paredes. É gira esta interacção, que não estou habituado a ter no meu trabalho como cartoonista, que é muito mais solitário.”

O facto de Rodrigo de Matos pintar paredes à vista de todos não passa despercebido a miúdos e graúdos que por ali passeiam. “Tem sido divertido, estou na rua e oiço os turistas e os moradores a comentar, olho para eles e sorriem para mim, cumprimentam-me.”

“Liberdade infinita”

Rodrigo de Matos gostou quando os sonhos foram a temática escolhida para este trabalho, pois “serviu para toda a arte surrealista, que dá uma liberdade infinita”.

“Estou a jogar com conceitos e frases feitas, em inglês (decidiu-se que seria mais interessante usar a língua mais universal possível, que é aliás aquela que mais tem servido para a comunicação entre as comunidades portuguesa e chinesa). Não quer dizer que o resto será dentro desta linha, pois é possível que se derive um pouco para outras coisas. Tudo depende das ideias que forem surgindo.”

O primeiro desenho de Rodrigo de Matos contém a frase “Follow your Dreams” (segue os teus sonhos). “O que faço é esquartejar os conceitos, atribuir-lhes literalidade ou duplos sentidos. Neste caso, o “follow” (seguir), suscitou-me a ideia de um detective a seguir os sonhos de forma literal.”

O outro desenho tem a frase “Dream High” (sonhar alto), tendo Rodrigo de Matos ido buscar inspiração ao “pé de feijão do célebre conto do João (“Jack and the Beanstalk”, no conto de fadas original inglês)”. “Ocorreu-me a ideia de fazer o pé de feijão a brotar como se fosse o próprio sonho a sair da cabeça do sonhador e a levá-lo para as nuvens e tal”, adiantou.

Quebrar preconceitos

A arte urbana ainda está longe de ser bem aceite por muitos em Macau e, com esta iniciativa da galeria Iao Hin, Rodrigo de Matos acredita que se podem quebrar ideias pré-feitas.

“O graffiti e a arte mural são formas de expressão que têm tradicionalmente uma carga de marginalidade, muito ligada ao protesto e à luta política. Este projecto inverte um pouco isto. A mensagem dos desenhos procura ser algo positivo e construtivo. Se há algum tipo de protesto é contra a fealdade de alguns recantos da cidade (como essa última parede que pintei, que parecia de um qualquer subúrbio do terceiro mundo)”, defendeu o cartoonista.

Só a esse nível o graffitti poderia “ser bem aplicado de uma forma mais contundente, atacando os responsáveis por deixarem a cidade nesse estado, com uma mensagem como ‘vejam só, que parede tão feia’. A nossa ideia aqui é combater o problema de uma forma mais construtiva, usando a arte para transformar o feio em belo”.

Apesar deste impacto positivo, Rodrigo de Matos não pretende mudar a mentalidade existente relativamente à arte urbana. “Não é o objectivo aqui. Seria um pouco pedante da minha parte achar que é esse o nosso propósito. Mas vejo isto de um outro prisma: Macau já me deu tanto que isto não deixa de ser a minha forma de retribuir e de dar algo novo que possa ajudar a embelezar a cidade.”
“Se servir para despertar a consciência das pessoas para a importância de cuidarmos do que é nosso, óptimo”, rematou.

25 Out 2018

Instituto de Estudos Europeus organiza novo curso

[dropcap]O[/dropcap] Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM) vai organizar, entre os dias 29 de Outubro e 2 de Novembro, o 15º curso de Direito da Propriedade Intelectual, em colaboração com a Universidade de Maastricht. O programa divide-se em três componentes.

De acordo com um comunicado do IEEM, o curso “continua a atrair estudantes de todo o mundo, é leccionado em regime intensivo, em língua inglesa, e visa proporcionar aos alunos uma introdução ao Direito da Propriedade Intelectual numa perspectiva prática e internacional, com especial ênfase na discussão de casos práticos”.

As aulas são orientadas pelo Professor Anselm Kamperman Sanders, da Universidade de Maastricht, com a colaboração de outros especialistas.

A inscrição está limitada a um número máximo de participantes, de forma a assegurar a qualidade pedagógica. Para a presente edição estão inscritos alunos oriundos da China, Coreia do Sul , Macau, Hong Kong e Europa, aponta o IEEM.

Além do curso, o IEEM organiza também, nos dias 4 e 5 de Novembro, a 18ª edição do Seminário sobre Propriedade Intelectual, intitulado “A Propriedade Intelectual e a Quarta Revolução Industrial: A Economia da Informação”, que vai decorrer no Hotel Grand Lapa. Está agendada uma discussão sobre “os problemas jurídicos levantados pela inteligência artificial, pela realidade virtual e pela tecnologia blockchain”.

“O IEEM convidou os seguintes oradores para fazerem apresentações no seminário: Manuel Desantes Real (Universidade de Alicante), Michael Mattioli (Faculdade de Direito da Universidade de Indiana), Michael Landau (Universidade da Georgia, EUA), Gonçalo Cabral (Administração de Macau), Anke Moerland (Universidade de Maastricht), Anselm Kamperman Sanders (Universidade de Maastricht), Andres Guadamuz (Universidade do Sussex), Marieangela Parra-Lancourt (Unidade de Análise Política e Estratégia do Desenvolvimento, ONU)”, aponta o mesmo comunicado, sendo que está prevista a publicação dos artigos científicos pela Kluwer Law International.

No dia 7 de Novembro decorre ainda uma sessão de actualização profissional em Hong Kong, que terá lugar no Departamento de Propriedade Intelectual de Hong Kong (Wung Chu House, 25º andar, Queen’s Road East, nº 213, Wanchai). As inscrições podem ser feitas online no sítio do IEEM ou através do email e telefone.

25 Out 2018

Cartaz do festival Clockenflap fecha com Jarvis Cocker e Irvine Welsh

O cartaz da edição deste ano do Clockenflap está fechado, quando falta pouco mais de duas semanas para soar o primeiro acorde no Central Harbourfront, em Hong Kong. Ao alinhamento já conhecido juntam-se Jarvis Cocker, eterno vocalista dos extintos Pulp, os norte-americanos Cigarettes After Sex e o romancista escocês Irvine Welsh em formato DJ

 

[dropcap]J[/dropcap]á faltou mais. Melómanos que se prezem estão em contagem decrescente para a 11ª edição do maior festival de música da região, o Clockenflap. O evento, que decorre entre 9 e 11 de Novembro, tem lugar marcado para o Central Harbourfront, em Hong Kong. O cartaz está fechado. Aos nomes que já se conheciam juntam-se agora reforços de luxo. Neste aspecto, é incontornável o destaque para Jarv Is, o projecto a solo de Jarvis Cocker, o vocalista e força motriz dos extintos Pulp (que marcaram uma geração com discos como “Different Class” e “This is Hardcore”). O britânico sobe ao palco do Central Harbourfront no sábado, 10 de Novembro, para abrir para o cabeça de cartaz do dia, David Byrne.

Jarvis Cocker, um autêntico animal de palco nos dias de glória dos Pulp, costuma pautar as suas actuações com cáustico humor britânico, sarcasmo na comunicação com o público e uma movimentação em concerto que, a espaços, faz lembrar Nick Cave. Perspectiva-se um embate interessante com os, normalmente, apáticos festivaleiros do Clockenflap.

Apesar do novo projecto a solo, Jarv Is, os fãs de Pulp podem esperar algumas músicas de uma das bandas mais interessantes do panorama Britpop.

Justin Sweeting, director musical do Clockenflap, considera o músico como “um dos mais amados heróis britânicos da música moderna”. Em declarações ao South China Morning Post, o director musical mostrou-se feliz pela oportunidade de estrear este projecto musical na Ásia . “O que sempre gostei no Jarvis Cocker é que ele nunca teve medo de tomar decisões arriscadas ao longo da carreira. Quando isso acontece, surge excelente arte. Quem viu concertos desta tour diz que ele está em grande forma”, refere Justin Sweeting.

Altos e baixos

Numa toa mais introspectiva, outra das novidades de destaque que fecha o cartaz deste ano do Clockenflap são os norte-americanos Cigarettes After Sex, um fenómeno de popularidade para um estilo musical que costuma ficar reservado aos amantes de sonoridades alternativas dados à melancolia. O dream pop etéreo, electrizado por correntes shoegaze, da banda norte-americana ganhou imensos fãs na região, principalmente depois de ter esgotado no ano passado a sala Kitec, em Kowloon. Apesar de já ter uma década de carreira, a banda liderada por Greg Gonzalez só tem um disco na bagagem, editado em Junho do ano passado.

Sexta-feira, dia de arranque do festival, terá assim uma toada algo negra, com os Cigarretes After Sex a juntarem-se aos também nova-iorquinos Interpol. Outro dos destaques nas novidades do cartaz do Clockenflap é o DJ set do escritor Irvine Welsh, que se estreou no formato romance com “Trainspotting”, adaptado para cinema por Danny Boyle. O autor, que vai participar no Festival Literário Internacional de Hong Kong, irá brindar o público do Clockenflap com as electrizantes batidas do seu acid house na noite de sábado, 10 de Novembro.

Outro dos novos e mais interessantes elementos do cartaz deste ano é Cornelius, frequentemente descrito como o Beck japonês. O Clockenflap 2018 terá como cabeças de cartaz Interpol, David Byrne e Khalid. Para os interessados, o passe de três dias custa 1620 HKD, enquanto os bilhetes para um dia têm um preço a partir de 920 HKD.

24 Out 2018

Universidade de Macau recebe conferência sobre Direito do Jogo

[dropcap]E[/dropcap]ntre quinta e sexta-feira a Universidade de Macau (UM) acolhe a 11ª edição da conferência internacional sobre “As Reformas Jurídicas de Macau no Contexto Global – Concessões e outras experiências de licenciamento de jogos”, que conta com a presença de alguns membros da comunidade jurídica do território, como é o caso de Luís Pessanha, jurista da Assembleia Legislativa, e Nuno Sardinha da Mata, advogado, entre outros.

A conferência, que irá decorrer em português, inglês, mandarim e cantonês, recebe também “estudiosos e especialistas de Moçambique, Filipinas, Estados Unidos e países da União Europeia, como Portugal e França”. Os temas a debater serão variados mas versam sobretudo sobre “promotores de jogo, responsabilidade e o futuro das concessionárias e subconcessionárias e dos promotores de jogo”.

No primeiro dia a conferência decorrerá entre as 9h00 e as 19h30, e no segundo, entre as 9h30 e as 19h00, no Auditório da Biblioteca Wu Yee Sun da UM.

24 Out 2018

Fadista Cuca Roseta grava álbum dedicado ao Natal numa “sonoridade jazz”

[dropcap]O[/dropcap] novo disco de Cuca Roseta, “Luz de Natal”, é inteiramente constituído por temas natalícios ou de inspiração mariana, como “Ave Maria”, de Schubert, foi gravado numa “sonoridade jazz”, e será editado em inícios de Novembro.

Cuca Roseta, em declarações à agência Lusa, disse que a concretização deste CD é uma vontade sua “desde há muito tempo”, pois em casa dos pais sempre se ouviram canções natalícias de Nat King Cole, Elvis Presley ou Frank Sinatra, “e a ideia foi cantá-las em português”, acrescentando um inédito, “Vou Tentar”, do qual a cantora assina letra e música.

“Tentei juntar toda uma vida, e mostrar um outro lado meu, cantar estas canções de Natal em português”, disse Cuca Roseta, que antes de se revelar como fadista cantou em coros, cujos repertórios incluíam cantos sobre esta temática.

Cuca Roseta é a responsável das versões em português de temas como “Hark the Harold”, que intitulou “Estamos Quase no Natal”, “Jingle Bell Rocks”, intitulado “Sai Lá Fora”, “Winter Wonderland”, a que deu o título “Toca o Sino”, ou “The First Noel”, cantado sob o título “Nasceu o Amor”

À Lusa a cantora explicou a opção pela tradução para português: “Pensei: Por que não ouvir estas canções, como algo que seja nosso? Toda a gente as conhece. Mas trazê-las para mais perto de nós, com as nossas histórias, e as nossas tradições…”

Neste CD, Cuca Roseta conta com a participação do Coro de Santo Amaro de Oeiras e do Coro Misto da Universidade de Coimbra. Entre os instrumentistas, conta com os membros do quarteto de cordas Trindade e ainda com Ruben Alves (piano), Miguel Amado (baixo e contrabaixo) e Carlos Miguel Antunes (bateria e percussão).

A criadora de “Balelas” afirmou ter optado por uma “sonoridade jazz” da qual se sente mais próxima, “até porque as canções escolhidas não se iriam encaixar no fado”.

“Este é um disco de Natal que é para todos”, disse a intérprete de “Amor Ladrão”, citando “Vou Tentar”, o tema que assina, no qual afirma: “Vou tentar animar o pensamento”.

Com este disco, “Luz de Natal”, “quero trazer esta alegria e nostalgia que o Natal tem a todas as pessoas, mesmo aquelas que podem estar tristes”.

A maior parte das canções são em português, mas Cuca Roseta canta algumas em inglês, designadamente “I’ll Be Home for Christmas”, “Silver Bells”, “The Christmas Song”, além de “White Christmas”, inicialmente gravado por Bing Crosby, e “Have Yourself a Merry Little Christmas”, que Judy Garland criou para o filme “Não Há Como a Nossa Casa”, de Vincente Minnelli, a que se seguiram intérpretes tão distintos entre si como Frank Sinatra, Tori Amos, Doris Day, Sam Smith, James Taylor ou Bob Dylan.

Cuca Roseta incluiu no alinhamento a “Ave Maria”, de Franz Schubert (1797-1828), e a de Charles Gounot (1818-1893), o “Adeste Fideles”, hino atribuído ao rei D. João IV, e o canto litúrgico “Gloria in Excelsis”.

A intérprete iniciou a gravação deste álbum em maio último, e espera que “possa vir a ser uma inspiração para outros artistas” gravarem, no futuro, um CD dedicado ao Natal.

Do alinhamento fazem ainda parte, cantados em português, os temas “Oh Holy Night” (“Oh Noite Santa”), “Jingle Bell” (É Natal”) “Deck the Hall” (“Vai Chegar o Grande Dia”), “Silent Night” (“Noite Sagrada”), “Oh Christmas Tree” (“Pinheiro Verde de Natal”) e “The Little Town” (“Pinheiro da Vida”).

24 Out 2018

Mayra Andrade lança “Manga”, “uma fruta que faz bem ao coração”

[dropcap]A[/dropcap] cantora Mayra Andrade vai subir ao palco do Théâtre des Bouffes du Nord, em Paris, hoje, para apresentar o novo disco, “Manga”, a ser lançado em Janeiro.

O quinto álbum da artista cabo-verdiana, que trocou Paris por Lisboa há três anos, chama-se “Manga”, “uma fruta interessante que faz bem ao coração” e que deve ser consumida “sem muitos limites”, havendo um tema, em crioulo, que também adota o nome daquela que é “considerada a rainha das frutas tropicais”.

“É uma fruta muito sensual, é uma fruta em que a cor evolui, o sabor evolui. Por exemplo, eu vivi no Senegal quando tinha seis anos e lembro-me de ver as pessoas a comer manga verde com malagueta e sal. Essa mesma manga, depois de madura, é degustada como um fruto muito doce. Então é uma fruta interessante que ainda por cima faz bem ao coração”, contou à Lusa.

O novo álbum da intérprete de “Lua”, “Dimokránsa” e “Ténpu ki Bai” é descrito como “um disco intimista” e uma espécie de “auto-retrato”.

“É um disco para o qual eu compus e escrevi mais do que nunca e, de certa forma, onde eu trato temas ou assuntos que me tocam com o objetivo de ultrapassá-los e de resolvê-los sem rancores e sem dores. É um disco interessante porque, ao mesmo tempo, é uma celebração de eu estar a viver um momento em que estou cada vez mais alinhada com o que eu sou, com a época que eu estou a viver”, disse a artista de 33 anos.

Cinco anos após “Lovely Difficult”, o novo disco de Mayra Andrade tem “uma espécie de frescura”, entre afrobeat, música urbana e sons tradicionais de Cabo Verde, tendo sido gravado entre a Costa do Marfim e Paris, com a colaboração do multi-instrumentista cabo-verdiano Kim Alves, do produtor Romain Bilharz, que trabalhou com Stromae, Ayo e Feist, e dos produtores marfinense 2B e senegalês Akatché.

“Há uma espécie de frescura. Talvez por não ter lançado um disco há muito tempo, eu tive tempo de encontrar o caminho que realmente se aproximava mais daquilo que eu queria. Foi um caminho longo… Lancei um disco há cinco anos, comecei a trabalhar neste disco há cerca de três. Portanto, foi um disco que foi amadurecido e que culminou num retrato muito fiel do que eu sou hoje”, afirmou, de sorriso nos lábios.

As sonoridades afro-contemporâneas aliam-se às letras maioritariamente em crioulo cabo-verdiano e quatro em português porque Mayra Andrade está “num momento muito lusófono”, em Lisboa, nunca gravou “tanto em português como agora” e nem sente saudades de Paris, onde chegou com 17 anos.

“Mudei-me para Lisboa há três anos. Eu sinto-me totalmente em casa em Lisboa, devo dizer. Está-me a fazer muito bem, depois de ter vivido 14 anos em Paris, de finalmente pousar-me numa cidade, onde me sinta tão acolhida e com um clima tão bom, as pessoas muito queridas e come-se tão bem. Realmente Lisboa tornou-se casa para mim”, revelou.

Em “Manga”, a maior parte das letras e composições são de Mayra Andrade, mas também há músicas de Sara Tavares, Luísa Sobral e outros compositores.

O primeiro ‘single’, “Afecto”, que foi lançado este mês, é assinado por Mayra Andrade e fala sobre “a ausência de demonstração dos afectos” e a corrida à conquista desses mesmos afectos.

“Às vezes, achamos que demonstrar os nossos sentimentos é um sinal de fraqueza e não é. A ausência destas demonstrações, acaba por esculpir muito a nossa personalidade e a nossa forma de estar na vida. Há carências muito profundas que se criam e há sempre forma de pensar que há gente que tem problemas maiores que a ausência de afeto, mas seja como for, a demonstração do afeto é uma coisa que nós devemos perseguir sempre”, acrescentou.

Hoje, em Paris, acompanhada de uma “banda totalmente nova”, Mayra Andrade vai revelar em palco o disco que chega em janeiro e cantar, ainda, outras músicas “que as pessoas já conhecem”.

Mayra Andrade começou, a 13 de Outubro, a digressão europeia que a vai levar, também, a Estocolmo, Roterdão, Paris, Lisboa (3 de Novembro), Toulouse, Luxemburgo, Almada (17 de novembro), Londres, Berlim, Marselha, entre muitas outras cidades europeias.

23 Out 2018

Redes sociais | Nua na rua contra a pressão académica

[dropcap]T[/dropcap]urista de 20 anos, natural de Taiwan e a frequentar um mestrado numa instituição do ensino superior no Interior da China. É este o perfil da mulher que se expôs da cintura para baixo nas ruas de Macau, através de fotografias que circularam pelas redes sociais. Numa das fotos, a mulher, que esconde sempre a cara, aparece a exibir-se completamente nua da cintura para baixo, no Pátio da Hera, precisamente na Rua ao lado do Comissariado Número 1 do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).

A revelação sobre o perfil da turista foi feita, ontem, pela versão de Taiwan do jornal Apple Daily, onde se explica que a mulher coloca online fotos deste género na rede social Tumblr porque adora expor a nudez humana e sente que é uma forma de aliviar o stress da vida académica. Apesar de não revelar a sua identidade, a estudante de Taiwan admitiu que costuma acompanhar-se de uma amiga para tirar este tipo de fotografias e que já o fez em locais como o Interior da China, Taiwan ou Macau, mesmo em situações em que apenas está a sair de um bar ou de uma sala de karaoke. Contudo, para evitar incomodar as outras pessoas, as fotos são tiradas à noite e quando não há outras pessoas nas proximidades. Os locais escolhidos são muitas vezes becos.

Porém, esta foi a primeira vez que a estudante teve problemas uma vez que acabou por ser identificada pela PSP, devido às câmaras de segurança, e pode mesmo a vir ser acusada pela prática do crime de actos de exibicionismo, caso volte a entrar no território. A pena para estas situações vai até 1 ano de prisão ou multa de 120 dias.

Ao jornal de Taiwan a estudante confessou que não tinha consciência que se tinha exposto ao lado de uma esquadra de polícia e revelou sentir-se stressada com a situação, por nunca ter tido a intenção de arranjar problemas com a justiça.

23 Out 2018

Literatura | Universidade de Milão inaugura cátedra António Lobo Antunes

A Universidade de Milão, em Itália, decidiu homenagear um dos grandes escritores portugueses contemporâneos com a criação da cátedra António Lobo Antunes. A cerimónia de lançamento aconteceu ontem com a presença do escritor

[dropcap]A[/dropcap] cátedra António Lobo Antunes, que visa “promover e potenciar o ensino e a difusão da língua e cultura portuguesas”, foi ontem inaugurada, na Universidade de Milão, com a participação do escritor.

António Lobo Antunes, de 76 anos, encontra-se em Itália, onde recebeu no passado sábado, o Prémio Bottari Lattes Grinzane, no castelo Grinzane Cavour, na região de Piemonte.

“Sob a direcção de Vincenzo Russo, professor de Língua e Literaturas Portuguesa e Brasileira, esta Cátedra tem como finalidade e propósito, promover e potenciar o ensino e a difusão da língua e cultura portuguesa”, afirma em comunicado o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

A cerimónia de inauguração da cátedra realizou-se ontem na Sala Crociera Alta di Giurisprudenza, em Milão, durante a qual foi assinado o protocolo entre o Instituto Camões, representado pelo embaixador de Portugal em Roma, Francisco Ribeiro Telles, e o reitor da Università degli Studi di Milano, Elio Franzini.

A inauguração da cátedra “será celebrada com uma ‘lectio magistralis’ proferida pelo escritor mais importante da contemporaneidade portuguesa: António Lobo Antunes, autor desde 1979 de uma rica e vastíssima obra que conta com mais de 30 romances e cinco volumes de crónicas, traduzida, lida e admirada em todo o mundo”, segundo o mesmo comunicado.

António Lobo Antunes publicou recentemente um novo romance, “A última porta antes da noite”, que dedica ao seu amigo George Steiner, crítico literário e professor nas universidades de Cambridge e Genebra, que lhe falou nesta frase, da personagem Judite, da ópera “O castelo do Barba Azul”, de Béla Bartók.

No final da ópera, a personagem “pede que lhe abram ‘a última porta antes da noite’”, explicou Lobo Antunes, numa entrevista à agência Lusa. “Uma frase que não foi criada para este livro, já existe há muito tempo, e foi uma frase que sempre me tocou, e em certo sentido é uma homenagem a um amigo [George Steiner]”.

23 Out 2018

Movimento Democracia 21 apresenta-se à comunidade esta quarta-feira

[dropcap]S[/dropcap]ofia Afonso Ferreira, fundadora do movimento político Democracia 21, está em Macau para falar do projecto que pretende ser a base de um novo partido político em Portugal. Como tal, está programada para esta quarta-feira uma palestra na Livraria Portuguesa.

“Depois de vários eventos de norte a sul em Portugal, no Porto, Braga, Guimarães, Leiria, Coimbra, Lisboa e Tavira, o Democracia 21 avança para eventos com as várias comunidades portuguesas no mundo”, lê-se num comunicado.

A escolha da Livraria Portuguesa prende-se com o facto de ser “um local emblemático da comunidade lusa” no território. A palestra visa “abordar a situação actual e expectativas da comunidade portuguesa residente em Macau e promover um debate de ideias e networking em prol da ponte entre Portugal e as suas comunidades”.

22 Out 2018

FRC | Áreas marítimas e futuro do Brasil depois das eleições em debate

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Rui Cunha (FRC) promove, na próxima semana, dois debates em língua portuguesa. Um deles acontece na segunda-feira e tem como tema “A Gestão das Áreas Marítimas da RAEM – Desafios e Oportunidades”, que será protagonizada por Vasco Becker-Weinberg, professor doutor da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, Portugal e Ao Peng Kong, engenheiro e presidente da Macau Society for Ocean and Hydraulics.

De acordo com um comunicado, a conferência “tem como tema a gestão das áreas marítimas da RAEM e visa identificar os principais desafios e oportunidades apresentados pela recém aprovada Lei n.º 7/2018, que estabelece as bases do regime jurídico relativo à gestão das áreas marítimas”. Nas duas apresentações, será “dada especial atenção à articulação com a Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da seda para o Século XXI e ao desenvolvimento da economia marítima da RAEM”.

No dia seguinte, terça-feira, dia 30, será debatido o futuro do Brasil depois da segunda volta das eleições presidenciais, agendada para o próximo domingo, na palestra “O Brasil depois da eleição: é ainda possível a governabilidade democrática?”.

O orador convidado é Andrés Malamud, professor e investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. “A sociedade brasileira é geralmente considerada pacífica e conciliadora. Porém, o Brasil regista o maior número de homicídios do mundo e a sua política tem azedado recentemente até níveis nunca antes vistos. O que aconteceu? É possível sarar as feridas ou o país está condenado à violência social e ao permanente conflito político?”, pode ler-se no comunicado.

A FRC pretende, com esta iniciativa, “identificar as origens da ruptura e perspectivar os cenários possíveis para o País no futuro”. As duas palestras têm entrada livre.

22 Out 2018

Víctor Marreiros, designer gráfico e ilustrador: “Não trabalho para exposições”

Desde miúdo que está sempre a rabiscar desenhos e, no fundo, nunca trabalhou porque sempre amou o que fez. Víctor Marreiros, designer gráfico e ilustrador macaense, tem nova exposição em nome individual na residência consular até 8 de Novembro, intitulada “China Norte-Sul”, com trabalhos que nasceram de uma encomenda de um casino. Não busca uma partilha incessante do seu trabalho, mas, ainda assim, poderá protagonizar uma nova mostra em 2020

[dropcap]H[/dropcap]á cerca de dois anos falámos das obras que agora expõe na residência consular. Esperava que uma encomenda se transformasse numa exposição?
Não foi programado como tal. Foi um caso raro esta encomenda do casino.Não foi a primeira vez, já tinha trabalhado para o restaurante do arquitecto Carlos Couto em Taiwan, mas o tema era completamente diferente. Neste caso o tema é a gastronomia chinesa das zonas norte e sul. Foi um projecto muito giro, e como artista fui completamente respeitado. Surgiu o convite, mas eu não trabalho para exposições. Vou trabalhando diariamente, vou fazendo uns desenhos nos intervalos das encomendas de artes gráficas. Quando não tenho encomendas, desenho. Nos intervalos do futebol ou de um filme vou desenhando. É o terceiro convite que me tem aparecido para exposições e já neguei dois. Não vale a pena fazerem-se muitas exposições, mas tem de se ter um número de quadros. O meu trabalho pode surgir de uma anedota, de uma conversa que tive, e vou fazendo aqui e ali. Quando não tenho projectos faço eu projectos temáticos, encomendo a mim próprio. Não quis negar este convite tendo em conta que tinha material suficiente e muitas pessoas disseram-me que o trabalho estava bom mas que tinham dificuldade em ver os quadros no meio de tantas pessoas no restaurante.

Tinham vontade de ver mais.
Juntei o útil ao agradável e como tinha obras em número suficiente, juntando alguns trabalhos que tinha mais antigos, e ainda outro que completava o tema. É por isso que a exposição tem o nome “China Norte-Sul”, porque aparecem referências a Xangai, Pequim, Macau.

As mulheres têm um destaque neste seu trabalho, tendo retratado as vestes e características da cultura tradicional do norte e do sul da China. Concorda?
Há quadros baseados em temas históricos e sociais, e naturalmente que uma mulher ocupa uma grande parte da vida de uma pessoa e de um homem como eu. Retrato épocas e costumes através de adereços ou formas. A mulher aparece de várias maneiras e já houve um apontamento… disseram-me que muitas das mulheres aparecem com um ar triste, mas foi um mero acaso. Não quis ter mulheres alegres ou tristes. Talvez tenha sido uma mera coincidência o facto das mulheres aparecerem com um ar triste, como a noiva na noite de núpcias. Não sei se no futuro irão aparecer com um ar mais alegre ou mais feliz.

Se tivesse de fazer novas obras ou um trabalho sobre a actualidade de Macau, a nível político ou social, o que gostaria de retratar?
Como trabalhei e trabalho a tempo inteiro como gráfico, e quando vem uma encomenda tenho de respeitar os objectivos e as directrizes de quem encomenda. Não é por essa razão que deixo de ser menos artista. Respeito o trabalho que faço, não sou eu que defino ou decido tudo o que faço. Se tivesse de fazer algo de Macau não pensei nem sei, porque ou a encomenda vem com objectivos ou então depende da emoção ou de algo que acontecesse no momento e que me fizesse desenhar. Sou um bocadinho nostálgico, ainda gosto do Macau antigo, mas não tenho nada contra o novo. A melhor coisa que eu posso dizer sobre Macau é elogiar a segurança em todos os campos, economia, política.

BASTIDORES, Ópera de Cantão (vhm)

Esta exposição acontece no âmbito da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa. Para si, o que é isto da cultura lusófona? É ainda um aglomerado de coisas à espera de melhor definição, ou está bem assim?
Qualquer projecto deve ter o seu objectivo e deve-se definir para quem é o projecto e para quê. Não sou a pessoa indicada para opinar sobre o projecto que o Governo de Macau tem para a lusofonia, ou qualquer outro. Muitas das vezes as coisas começam com um certo ruído, no bom sentido, e vai-se crescendo. Em Macau, em relação às festividades da lusofonia é sempre bom que aconteçam, é bom para os portugueses e chineses também. Não encontro noutros países com comunidades portuguesas festivais com esta dimensão. Em relação ao 10 de Junho, em Macau volta a ser uma data com vários eventos. Pelo menos estamos a falar e a dar a conhecer o português como língua e cultura.

No meio de tudo isso, a cultura macaense perde-se um pouco?
Perde-se uma visão, mas ganha-se outra. É natural que a cultura macaense varie consoante o tempo, e o próprio macaense em si pode ser mais ‘achinesado’ ou ‘portuguesado’. Os casamentos vão variando, com mais ou menos sangue chinês, e há macaenses no estrangeiro que quase não conhecem Macau. É natural que esta miscelânia cultural vá variando com o tempo e as influências. Diria que a cultura macaense se vai renovando.

No contexto específico da semana cultural, a cultura macaense está bem representada?
Será que tem de ser representada? Não é uma semana macaense, mas portuguesa, porque os macaenses são também portugueses. As associações que participam é que se devem pronunciar sobre isso, se está melhor ou pior representada.

A sua exposição acontece na residência consular. O novo cônsul, Paulo Cunha Alves, já disse que quer apostar na cultura portuguesa. O espaço da residência consular poderia ser mais bem aproveitado para manifestações culturais?
Não conheço a agenda do novo cônsul. Tive a oportunidade de lhe dar os parabéns. Se o consulado deve organizar mais actividades culturais, tudo depende da sua agenda e em ligação com as associações que promovem esse tipo de eventos.

Mr. HENRY, vida (vhm)

Já tem ideias para o próximo cartaz do 10 de Junho, que costuma ser feito por si?
Ainda não, é cedo. Até Maio tenho projectos para acabar porque estou a pensar realizar uma outra exposição e no meio disso não sei se farei mais uma coisa. É a minha forma de estar, tenho projectos encomendados para acabar até Maio e tenho projectos encomendados por mim, que não sei se estarão prontos em 2020. Até lá podem entrar coisas pelo meio. Não trabalho para exposições, como já disse, e não tenho nada contra quem trabalha para exposições. Não gosto de datas, adoro o que faço, mas cansou-me imenso estar 30 anos com deadlines, isso dá-me um stressezinho. Com encomendas ou não estou sempre a criar e a trabalhar. Tenho dois convites para exposições programados para 2020, disse que sim sem saber o que vou expôr, sem dar certezas.

22 Out 2018

Grupo Estoril-Sol | 60 anos celebrados com música e desfiles de moda

[dropcap]O[/dropcap]Grupo Estoril Sol, ligado ao empresário Stanley Ho, celebra o 60.º aniversário, no próximo dia 31, com um concerto por Chris De Burgh e um desfile da ‘designer’ Agatha Ruiz de la Prada, no Casino Estoril, nos arredores de Lisboa.

“Em noite de gala, o salão Preto e Prata acolhe um desfile de Agatha Ruiz de la Prada, seguindo-se, pelas 21:30, um jantar dançante com a Orquestra Jorge Costa Pinto, prosseguindo a noite, a partir das 23:00, com um concerto exclusivo de Chris de Burgh e, até de madrugada, com a actuação do DJ Rodrigo d’Orey”, afirma a Estoril-Sol em comunicado.

A Estoril-Sol, liderada pelo empresário José Teodoro dos Santos (1906-1971), constituiu-se em Portugal em 1958, quando o Governo português colocou a concurso a concessão da exploração de jogos de fortuna e azar da zona exclusiva do Estoril, que ganhou e passou a gerir o Casino Estoril. Actualmente, entre outras áreas de negócio, o grupo detém os casinos Lisboa e o da Póvoa, na Póvoa de Varzim, no Minho.

Sob a liderança de Teodoro dos Santos foi inaugurado, em 1968, um novo Casino Estoril, três anos depois de ter sido construído o Hotel Estoril-Sol, no Monte Estoril, no concelho de Cascais, um edifício de 21 andares e 404 quartos, que foi considerado a maior unidade hoteleira do país, na época.

Em 1984, a Estoril-Sol venceu o concurso público para explorar a zona de jogo do Estoril e, em 1987, renovou a concessão por mais 19 anos, que voltou a renovar até 2020.

A estrutura accionista maioritária da Sociedade Estoril-Sol passou a ser representada pelo empresário macaense Stanley Ho, em 1984. Sob a nova liderança, o Casino Estoril foi renovado, com um projecto do arquitecto Fernando Jorge Correia, que teve como tema “o Preto e Prata”, e “houve uma clara aposta em áreas como a Cultura e a Arte”.

Em 1997, o Casino Estoril adquiriu “o estatuto de maior Casino da Europa, que mantém, sendo visitado anualmente por mais de dois milhões de pessoas”. Na área de negócio, ao jogo bancado e de máquinas, desde 2016 o grupo iniciou a exploração do jogo ‘on-line’.

O grupo criou os prémios literários Fernando Namora, em 1988, e Revelação Agustina Bessa-Luís, em 2008, e, mais recentemente, em 2016, o Prémio Vasco Graça Moura, reservado a uma personalidade portuguesa, que se tenha notabilizado na área da Cidadania Cultural do País.

Desde 2000, sob a direcção de Mário Assis Ferreira, o grupo edita a revista Egoísta, que já conquistou mais de 84 prémios nacionais e internacionais, nas áreas do jornalismo, ‘design’, edição, criatividade e publicidade, sendo “a publicação mais premiada da Europa”, “patente no Museu do Louvre, em Paris, como ícone do grafismo no século XXI”.

21 Out 2018

Blogue Macau Antigo faz dez anos e oferece aos leitores 100 livros sobre o território

[dropcap]C[/dropcap]riado em 2008 pelo jornalista João Botas, o blogue Macau Antigo comemora este ano dez anos de existência. Para celebrar a efeméride, o também autor de vários livros sobre a história de Macau vai oferecer uma centena de livros sobre o território, em parceria com a Fundação Casa de Macau.

Para que os leitores possam participar nesta iniciativa, basta enviarem uma frase sobre o blogue, juntamente com o nome e morada, entre os dias 1 e 30 de Novembro, para o email do autor do blogue:macauantigo@gmail.com. Os primeiros 100 leitores a enviar uma frase vão receber um livro.

“Dez anos são iguais a 120 meses, qualquer coisa como 520 semanas ou 3650 dias… praticamente o mesmo número de posts publicados até agora (quase 4 mil), incluindo diverso material inédito, consolidando cada vez mais este projecto como o maior acervo documental online sobre a história de Macau, disponível 24 por dia em várias línguas e em todo o mundo”, defendeu João Botas.

Neste período de tempo o Macau Antigo teve cerca de milhão e meio de visitantes, “a maioria oriundos de Portugal, Macau, Estados Unidos, Brasil, Hong Kong, Canadá e Austrália”. Nas redes sociais, o blogue é seguido por mais de três mil pessoas.

19 Out 2018

MIF | Produtos com burel em destaque no espaço MunHub

A plataforma MunHub, dos designers Clara Brito e Manuel Correia da Silva, trouxe à Feira Internacional de Macau dez marcas de países lusófonos, incluindo produtos feitos com Burel, um tecido que nasce da lã da Serra da Estrela. A Tufa, marca de calçado de casa, é uma delas

[dropcap]D[/dropcap]esde o século XIX que se produz em Manteigas, na zona da Serra da Estrela, em Portugal, um tecido chamado burel feito à base da lã que vem das montanhas. Há muito esquecido, foi agora reinventado pela Burel Mountain Originals, uma marca cem por cento portuguesa que criou peças de vestuário, calçado, artigos de decoração e têxteis com base no burel, transpondo-o para a contemporaneidade.

Este material é uma das apostas da plataforma MunHub, de Macau, criada em 2014 pelos designers Manuel Correia da Silva e Clara Brito. Este ano a MunHub está presente na Feira Internacional de Macau (MIF) com um total de dez marcas oriundas de países de língua portuguesa.

A Tufa, projecto de design de calçado de casa da autoria de Clara Brito e Margarida Jardim, é um dos produtos em exposição na MunHub. São chinelos feitos com burel, disponíveis nas cores cinzento escuro e azul.
Clara Brito, também fundadora da marca LinesLab, explicou ao HM como nasceu esta parceria. “A Burel Mountain Originals é uma marca que conhecemos há algum tempo e é uma empresa que tem recuperado algo tradicional, como é a lã burel, e que tem uma fábrica com muitos anos de história. A Tufa é uma marca de calçado de casa e estava a ser desenvolvida de uma maneira muito despretensiosa pela Margarida Jardim em Portugal.”

A designer adiantou que “a ideia é fazer uma pantufa com sobras de tecidos e esponjas para criar um calçado confortável e quentinho para usar em casa”. “Quando encontrei estes produtos achei que eles casavam perfeitamente com um material como o burel, e daí surgiu esta união”, frisou Clara Brito.
Com uma presença sólida em Macau, a MunHub sempre procurou criar laços com marcas portuguesas que falem a mesma linguagem.

“Para nós também faz sentido criar uma ligação mais forte com o desenho, que tanto pode acontecer na Europa como na Ásia, mas transferir depois esse potencial desenho para uma pequena indústria tradicional e ter um produto de alta qualidade, de alto valor acrescentado, e fazer esses casamentos. Foi daí que surgiu a Tufa.”
Outra das marcas presentes no espaço MunHub que tem uma parceria com a Burel Mountain Originals é a Pecegueiro & F.os, marca que também nasceu de um negócio familiar e é detida por Pedro Noronha Feio e Sara Lamúrias.

Ao HM, Pedro Noronha Feio falou do projecto nascido da ligação com a burel, a produção de mochilas.
“Somos um gabinete de design que, além de fazer roupa infantil, tem uma parceria com a Burel Mountain Originals, entre outras. Temos uma linha de mochilas com a burel, mas a marca tem uma vida própria e a sua autonomia não passa por aí. Essa é uma colaboração que vem de há muito tempo. Também temos outra marca que colabora desde 2010 com a burel, e que cria produtos em parceria, para a casa e peças de moda.”

Sendo esta a primeira vez da Pecegueiro & F.os em Macau e na MIF, Pedro Noronha Feio tem algumas esperanças de poder entrar no mercado chinês. “A nossa expectativa com esta presença é a divulgação do nosso trabalho, chegar a novos mercados e a este lado do mundo.”

Participação “mais extensa”

O stand da MunHub pode ser visitado até domingo no espaço PLPEX (Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa), inserido na MIF. Clara Brito fala de uma presença que, este ano, é “mais extensa”.

“Temos dez marcas e a maioria delas são de Portugal, temos uma do Brasil, e de Macau. Quisemos fazer um aglomerado de marcas e isso tem a ver com o trabalho que temos vindo a desenvolver com os países de língua portuguesa. Estamos relacionados com várias marcas. Quando criamos a MunHub, em 2014, quisemos aproveitar o histórico que já tínhamos com a nossa própria marca, os conhecimentos e experiência, e estender tudo isso para outras marcas que se queiram expandir.”

Além disso, a MunHub também está ligada à organização de desfiles de moda de seis marcas lusófonas, não só de Portugal mas também de Moçambique e São Tomé e Príncipe.

19 Out 2018