Hoje Macau EventosFestival | “This is my City” chega a cinco cidades portuguesas O festival “This is my City” regressa a Portugal pela terceira vez, passando desta vez por Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria e Montemor-o-Novo. Para Manuel Correia da Silva, o projecto apresenta-se agora mais “maduro e com maior experiência.” As expectativas são de que, a exemplo do ano passado, o festival possa também regressar a Zhuhai, Shenzhen, e São Paulo [dropcap]M[/dropcap]acau vai exportar o festival “This is my City” para cinco cidades portuguesas com o objectivo de dar a conhecer a cultura da região do delta do rio das Pérolas, disse sexta-feira à Lusa um dos organizadores do evento. A banda da China continental Wu Tiao Ren e o projecto local NOYB, liderado pelo português Rui Farinha, foram os projectos artísticos escolhidos pelo festival “This is my City” para a sua “migração” a Portugal, iniciando os espectáculos no dia 30 Agosto no Jornal de Notícias, na cidade do Porto, e no dia seguinte na Casa da Música. O festival vai ainda a Leiria (2, 3, 4 e 7 de Setembro), ao Salão Brazil em Coimbra (5 de Setembro), ao Musicbox em Lisboa (6 de Setembro) e termina no dia 8 de Setembro nas Oficinas do Convento em Montemor-o-Novo. O objectivo passa por mostrar “a cultura contemporânea urbana” presente na região do delta do rio das Pérolas, explicou à Lusa o co-fundador do festival, Manuel Correia da Silva. A banda Wu Tiao Ren junta quatro habitantes de Haifeng, um bairro da cidade de Shantou, na província de Guangdong e as “suas composições versam sobre as vidas de marginais na China: um voyeur solteirão que passa horas a ver operárias a entrar e sair de fábricas, um ciclista que passeia um porco, um vendedor de divisas no mercado negro, um jovem revolucionário de Haifeng assassinado por Chiang Kai-shek em 1929”, lê-se no comunicado divulgado pelo “This is my City”. Do lado de cá Já o projecto NOYD, que antecede os Wu Tiao Ren, explicou Manuel Correia da Silva, é “um projecto experimentalista” que através de imagem, vídeo e som pretende “transmitir o que é esta zona” ao público português e “transportá-los para este lado”. Esta é a terceira vez que o festival vai a Portugal, mas desta vez, defendeu o co-fundador, o evento está com “mais maturidade, com bastantes datas e com mais experiência”. Em 2018, o festival esteve nas cidades chinesas de Zhuhai, Shenzhen, em Macau, e terminou em São Paulo, Brasil. A expectativa é que o evento possa também este ano estar nestes mesmos locais, apontou Manuel Correia da Silva.
Hoje Macau EventosArquitectura | Governo aceita propostas para bienal de urbanismo em Shenzen [dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC), em colaboração com a Associação dos Arquitectos de Macau e o Instituto de Planeamento Urbano de Macau, está a aceitar projectos a fim de serem seleccionados para a presença no Pavilhão de Macau na “8.ª Bienal Bi-citadina de Urbanismo/ Arquitectura de Shenzhen e Hong Kong (Shenzhen) 2019”. De acordo com um comunicado oficial, as propostas podem ser entregues até ao dia 6 de Setembro, podendo ser apresentadas de forma individual ou em grupo. O objectivo, de acordo com o IC, é “reforçar a cooperação entre Macau e Shenzhen, promover o intercâmbio cultural entre Macau e o mundo exterior e dar a conhecer melhor aos residentes de Macau as tendências culturais no âmbito do urbanismo e da arquitectura, a nível nacional e internacional”. Dedicada ao tema “Interacções Urbanas”, a bienal deste ano terá lugar em Dezembro de 2019 na Estação Ferroviária de Alta Velocidade de Futian (Shenzhen) e em demais locais de exposição nas proximidades. A ideia é partilhar com um público mais abrangente o crescente processo de interligação global e integração regional, incluindo os fenómenos de ligação e integração na Região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. A bienal é organizada em Shenzen, desde 2005, e é a única a nível mundial dedicada exclusivamente à temática da cidade, contando já com sete edições, no âmbito das quais foram expostas mais de 1.155 obras provenientes de todo o mundo e organizados mais de 900 eventos e fóruns, atraindo assim mais de 1,65 milhões de visitantes.
Hoje Macau EventosIsrael recupera documentos de Franz Kafka [dropcap]A[/dropcap] Biblioteca Nacional de Israel revelou esta quarta-feira documentos recuperados do escritor judeu checo Franz Kafka, terminando uma saga judicial sobre a sua propriedade com mais de dez anos. Quando lutava contra a tuberculose num sanatório austríaco, o autor de “O Processo”, sobre os labirintos e extravagâncias do sistema judicial, e “A Metamorfose” pediu ao seu amigo Max Brod para destruir todos as suas cartas e escritos. Após a morte do escritor em 1924, Brod, nascido em Praga e também judeu, sentiu não poder responder aquele pedido. Em 1939, quando trocou a antiga Checoslováquia ocupada pelos nazis por Telavive, levou os papéis de Kafka numa mala. Publicou depois numerosas obras e contribuiu para a celebridade póstuma de Kafka, considerado uma das principais figuras literárias do século XX. Mas a morte de Brod em 1968 deu início a uma “história kafkiana” sobre o destino daqueles arquivos, resumiu a porta-voz da Biblioteca Nacional de Israel, Vered Lion-Yerushalmi. O tesouro foi dividido e uma parte roubada antes de ser posta à venda na Alemanha. Desde Março de 2008, a Biblioteca Nacional lutava para juntar e guardar a colecção em Israel, disse o seu presidente, David Blumberg, numa conferência de imprensa. “A Biblioteca Nacional reivindicou a transferência dos arquivos pois era o que Brod dizia querer no seu testamento”, declarou, adiantando: “Iniciámos um processo que levou 11 anos e terminou há duas semanas”. Em Maio, após a decisão de um tribunal alemão, Berlim entregou milhares de artigos e manuscritos que terão sido roubados há dez anos em Telavive para serem depois vendidos aos Arquivos literários alemães de Marbach e a coleccionadores privados. Outros documentos encontravam-se no frigorífico de um apartamento em ruínas em Telavive, assim como em cofres bancários na mesma cidade. Um último lote encontrava-se num cofre-forte da sede do banco suíço UBS, em Zurique, e foi uma decisão recente da justiça suíça sobre este lote que permitiu à Biblioteca Nacional de Israel acabar com a saga.
Hoje Macau EventosCasa Garden | World Press Photo 2019 chega em Setembro As fotografias vencedoras da edição deste ano do World Press Photo regressam à Casa Garden, espaço da Fundação Oriente, no próximo mês de Setembro. O drama vivido na fronteira entre o México e os Estados Unidos e a miséria no rio Pasang, nas Filipinas, são alguns relatos fotográficos que podem ser visitados pelo público [dropcap]A[/dropcap]s fotografias premiadas no concurso World Press Photo 2019 vão estar patentes em Macau entre 29 de Setembro e 21 de Outubro, numa iniciativa que a organização disse à Lusa esperar atrair cerca de 2.500 pessoas. No total vão ser exibidas na Casa Garden 157 fotografias, entre as quais a fotografia vencedora do World Press Photo 2019, tirada em 12 de Junho de 2018 por John Moore, onde se vê uma criança hondurenha (à data com dois anos de idade) a chorar agarrada à mãe enquanto os oficiais da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos a revistam, depois de terem cruzado ilegalmente a fronteira EUA-México perto de McAllen, no estado do Texas. A imagem, que valeu ao fotógrafo norte-americano um prémio de 10 mil euros foi capa da revista Time e gerou a contestação ao programa do Presidente norte-americano, Donald Trump, que levou à separação das famílias de imigrantes. Mãozinha da CPM A 12.ª edição do evento em Macau espera atrair cerca de 2.500 pessoas, disse à Lusa a coordenadora da Casa de Portugal em Macau, Diana Soeiro, acrescentando que orçamento desta iniciativa se cifra nas 180 mil patacas. Tal como nos anos anteriores as legendas das fotografias vão estar traduzidas também em chinês “de forma a atrair um público mais variado”. Entre os premiados deste ano está a imagem do fotojornalista português Mário Cruz, premiado na categoria Ambiente, com o título “Living Among What’s Left Behind” (“Viver entre o que foi deixado para trás”), resultado de um projecto desenvolvido a título pessoal, sobre comunidades de Manila, nas Filipinas, que vivem sem saneamento e rodeadas de lixo. A imagem vencedora mostra uma criança que recolhe materiais recicláveis deitada num colchão rodeado por lixo que flutua no rio Pasig, declarado biologicamente morto na década de 1990. Para o fotojornalista, esta imagem “é um apelo que merece reacção rápida”. “Nós vemos imagens de praias com lixo no areal e ficamos incomodados, mas estas pessoas em Manila [capital das Filipinas] estão rodeadas de lixo diariamente, já há muitos anos, e isto merece a nossa reacção rápida”, afirmou Mário Cruz em declarações à Lusa, aquando do anúncio da nomeação para o World Press Photo. A fotografia vencedora foi captada nesse sentido: “No fundo é um apelo para que não se ignore o que não pode ser ignorado”, disse. Os habitantes daquelas comunidades tentaram, sem sucesso, ir viver para a capital das Filipinas e acabaram por criar construções ilegais junto ao rio, onde vivem, sem saneamento, e muitos deles da reciclagem do lixo que é atirado fora. “É um problema que se arrastou, e está a agravar-se tomando dimensões preocupantes”, alertou o fotojornalista, acrescentando que viu estuários, criados para impedir as cheias, cheios de lixo. “Neste momento só se vê lixo. É dramático olhar para um canal de água e não ver a água, só plástico, e isso merece sem dúvida uma reacção”, reiterou Mário Cruz, que é fotojornalista da agência Lusa, mas desenvolveu este projecto a título pessoal.
Hoje Macau EventosTaiwan | Pequim proíbe participação chinesa em festival de cinema [dropcap]A[/dropcap] China informou ontem que proibiu actores e filmes chineses de participarem no Prémio Golden Horse, de Taiwan, uma das mais prestigiadas distinções da indústria cinematográfica na Ásia, em mais uma medida para pressionar Taipé. O anúncio, difundido pelo China Film News, um jornal afiliado à agência que regula a indústria no continente chinês, não detalhou os motivos para a suspensão, mas a medida ocorre no momento em que Pequim exerce crescente pressão financeira e diplomática sobre Taiwan. Mesmo sem aquela proibição, seria difícil para os artistas chineses participarem na cerimónia, que decorre no final de Novembro. Pequim proibiu recentemente viagens individuais a Taiwan, alegando o deteriorar das relações com a ilha democraticamente governada. A participação chinesa já estava em dúvida, desde que a cerimónia do ano passado ficou marcada pelo descontentamento chinês com o discurso do produtor de documentários Fu Yue, que apelou ao mundo para reconhecer Taiwan como um país independente, algo que menos de vinte nações fazem actualmente. Os participantes chineses recusaram-se então a subir ao palco e fizeram observações pontuais sobre Taiwan e China serem membros da mesma família. No final, recusaram-se a comparecer no banquete de recepção. Citado pela agência noticiosa Associated Press, o comité organizador disse lamentar a notícia, mas confirmou que o evento continuará como planeado. Os participantes chineses são os grandes vencedores do evento, desde que foram convidados pela primeira vez a participar, em 1996.
Raquel Moz EventosExposição | Dez artistas locais inauguram Galeria Lisboa na Doca dos Pescadores Amanhã é dia de festa na Doca dos Pescadores, com a inauguração da nova Galeria Lisboa que abre ao público com a exposição colectiva “10 Macau Artists”. A cerimónia começa por volta das 17h [dropcap]A[/dropcap] Galeria Lisboa é o novo espaço para divulgação das artes locais, na praça central da Doca dos Pescadores, que inaugura amanhã com uma mostra de meia centena de obras, assinadas por dez autores do panorama artístico local. O projecto integra a iniciativa “Arte Macau” e tem já um programa de exposições agendado para os próximos seis meses. O cartaz de abertura apresenta os trabalhos de artistas já consagrados a nível local, como são os casos de James Chu, Nick Tai, Lan Chiang, Tang Kuok Hou, Season Lao, Ieong Man Pan, Alice Kok, Cai Guo Jie, Kay Zhang e Derrick Loi. São mais de 50 peças criadas em diversos suportes – pintura, gravura, fotografia, colagens, aguarelas e outras composições mistas – seleccionadas pela curadoria conjunta de Nuno Calçada Bastos e de James Chu, que estarão em exibição no novo espaço entre os dias 9 e 17 de Agosto, das 14h30 às 18h30. Foi Nuno Calçada Bastos, director de marketing e comunicação do Grupo Macau Legend, a que pertence o complexo de entretenimento e lazer Doca dos Pescadores, quem convidou James Chu para a actual parceria. O conhecido artista – que também participa nesta mostra colectiva – é fotógrafo, pintor e designer, tendo sido o autor dos projectos do Design Center e do Art Garden, que hoje são ateliers e espaços expositivos de referência para muitos artistas de Macau. Entre a dezena de artistas que vão estar expostos a partir de amanhã, Nuno Calçada Bastos destacou ao HM alguns que trazem algo de diferente para esta colectiva. “Por exemplo, o Nick Tai é um artista a que eu acho muita piada, porque tem peças em que utiliza frases portuguesas, mas no chamado “broken portuguese”. Ele faz uma paródia com as culturas portuguesa e macaense e utiliza uma gramática um pouco alterada, em que fala da Mona Lisa, dos Reis Portugueses, da mitologia grega, e é muito interessante”. Kay Zhang é outro artista destacado pelo organizador do evento, pela técnica mista que introduz nas suas peças de aguarela e colagens, onde utiliza recortes de antigas revistas dos anos 60 com corpos femininos. “Ele faz umas alegorias das pinturas clássicas, através de foto-montagem e incorporação de mixed-media”, acrescenta. Depois há o caso de Season Lao, “um designer gráfico local que foi para o Japão e ficou por lá, como director artístico de uma empresa de publicidade. Tem peças interessantes, com uma qualidade técnica muito boa e paisagens japonesas muito bonitas”, recomenda Calçada Bastos. Existe ainda um artista, Ieong Man Pan, que o responsável considera trazer uma proposta original para esta mostra. “Tem um trabalho em que utiliza foto-montagens de “chips” de casino para desenhar paisagens chinesas.” Com as fichas de jogo dos casinos cria montanhas, que ao longe não se conseguem distinguir, só vendo a obra de perto, sugere o director. A não perder são também as propostas dos restantes autores, em estilos e técnicas bastante diversos. Sei de um rio O espaço da Galeria Lisboa, na zona da Praça do Rossio, está dividido em duas secções: a principal dedicada às exposições temporárias e, ao fundo, a mais pequena onde vai funcionar uma art shop para “comercialização de peças dos artistas, que procurem um local para venda à consignação do seu trabalho”, explicou Nuno Calçada Bastos, que assim estará a apoiar os autores e a dinamizar o mercado artístico local. A Galeria Lisboa tem ambições de vir a ser um ponto de passagem no roteiro das artes e lazer para residentes e turistas. “A Doca dos Pescadores recebe entre 8 mil e 10 mil visitantes diários” e, este investimento numa programação cultural regular, pretende “tirar partido daquele espaço privilegiado junto ao rio”. Nesta fase inicial, o funcionamento da área expositiva será das 14h30 às 18h30. Mas a ideia é vir a prolongar o horário até cerca das 21h, podendo receber público em período pós-laboral que venha para usufruir de outras propostas de entretenimento, diversão e restauração.
Raquel Moz EventosExposição | Santiago Ribeiro leva pintura surrealista a Pequim [dropcap]O[/dropcap] pintor surrealista português Santiago Ribeiro mostra pela primeira vez a sua arte em Pequim, na Exposição Internacional de Arte Contemporânea “Arts Week in China”, que decorre de 23 a 28 de Agosto. Artistas de vários países participam nesta mostra, cujo programa pretende familiarizar os moradores da República Popular da China com as modernas tendências nas artes visuais e decorativas, segundo o comunicado de imprensa. Depois de uma digressão internacional que passou por Belgrado na Sérvia, São Petersburgo na Rússia, Nova Iorque nos EUA e agora Pequim na China, Santiago Ribeiro apresenta ao público chinês a pintura a óleo “Industrial of Apples”, título da tela surrealista escolhida para esta participação. O artista português, nascido em 1964, é natural de Coimbra e algumas das suas obras fazem parte da colecção permanente do Museu Nacional Machado de Castro, na cidade dos estudantes. Santiago Ribeiro é também o fundador e promotor do projecto artístico internacional “Surrealism Now”, criado em 2010, organizado com o apoio da Fundação Bissaya Barreto. A arte de Santiago Ribeiro passou já por muitas cidades como Berlim, Moscovo, Nova Iorque, Dallas, Los Angeles, Mississippi, Varsóvia, São Petersburgo, Nantes, Paris, Londres, Florença, Madrid, Granada, Barcelona, Lisboa, Belgrado, Bucareste, Tóquio, Taipé, além de diversos locais no Brasil e em Portugal. A “Art Week in China” é organizada pela União das Artes da Eurásia, a Fundação Mundial para as Artes e o Centro Cultural Russo em Pequim.
João Luz EventosConcerto | Pixies pela primeira vez em Hong Kong a 3 de Março Os Pixies têm um concerto marcado em Hong Kong para o dia 3 de Março. Será a primeira vez que a banda de Black Francis e Kim Deal toca na cidade vizinha, ainda para mais com um disco novo na bagagem. Os bilhetes estão à venda a partir de hoje [dropcap]E[/dropcap] pronto, é oficial. Trinta e três anos depois da formação, os Pixies têm um concerto marcado em Hong Kong, no dia 3 de Março, às 19:30, no KITEC Rotunda 2, como parte da tour Asia 2020. Apesar da bendita data ser daqui a sensivelmente sete meses, os bilhetes vão ser postos à venda hoje, a partir das 14h, e custam 590 dólares de Hong Kong. Mas mais do que detalhes de agenda, importa referir a importância que a banda de Boston teve no panorama do rock alternativo dos anos 90. Sem os Pixies seria difícil imaginar a sonoridade dos Nirvana, Smashing Pumpkins, Radiohead, por aí fora. Pegando na urgência sonora do punk rock, com umas pinceladas de surf rock com harmonias pop nalguns refrões, o grupo liderado pelas guitarras de Black Francis, Joey Santiago e o baixo de Kim Deal antecipou a década do rock alternativo. Formados em Boston corria o ano de 1986, os Pixies editaram dois discos de rajada que os iria catapultar para o estrelato relativo dos circuitos indie. Em 1988 “Surfer Rosa” era lançado e um ano depois surge o aclamadíssimo “Doolitle”. Com produção de Steve Albini, “Surfer Rosa” conquistou tanto o público como a crítica musical, apesar dos temas bizarros descritos pelas letras. Desse primeiro registo saíram hinos intemporais como “Where Is My Mind?”, “Gigantic” e “Broken Face”, que influenciaram artistas como Kurt Cobain. Aliás, o vocalista dos Nirvana chegou mesmo a confessar que “Surfer Rosa” foi a base de onde surgiu “Nevermind”. No ano seguinte viria a aclamação e a entrada na Elektra Records, que daria projecção internacional à banda. Apesar das referências surrealistas, inspiração em episódios de violência de textos bíblicos, tortura e morte, “Doolittle” ofereceu ao mundo hinos como “Hey”, “Gouge Away”, “Debaser”, “Monkey Goes to Heaven” e o sucesso comercial “Here Comes Your Man”. Nada seria como dantes para a banda de Boston. Divórcio e reunificação Depois do segundo disco, as tensões entre Black Francis e Kim Deal começaram a tornar-se evidentes, chegando ao ponto de o guitarrista atirar uma guitarra contra a baixista durante um concerto na Alemanha. Ainda assim, voltaram a estúdio para gravar mais dois discos. “Bossanova” e “Troupe Le Monde”, antes de se separarem em 1993. Aproveitando a separação para pegar num projecto que tinha começado durante um período de hiato dos Pixies, Kim Deal teve oportunidade para se focar noutra banda que marcou o início dos anos 90: Breeders. Mais de dez anos depois de uma separação algo violenta, os Pixies voltariam a reunir-se em 2004, para gáudio de uma legião de fãs, muitos que nunca tiveram oportunidade para os ver ao vivo. Regressaram aos palcos, sem grandes palavras para o público, comprometidos com a música e em grande forma, comprovando que o legado musical dos Pixies sobrevive muito bem à passagem do tempo. Sem necessidade para justificar tours, desta vez os Pixies partem para a Ásia com um disco novo na bagagem, mas antes disso lançam-se aos palcos norte-americanos e europeus, com destaque para o concerto em Lisboa, no Campo Pequeno no dia 25 de Outubro. “Beneath The Eyrie”, com data de lançamento para 13 de Setembro, é o disco que traz alguma frescura aos alinhamentos dos espectáculos que se avizinham.
Hoje Macau EventosÓbito | Morreu o realizador D.A. Pennebaker, mestre do documentário [dropcap]O[/dropcap] cineasta norte-americano D.A. Pennebaker, considerado um mestre do género documental e muito atento à música popular, morreu na quinta-feira aos 94 anos, informou ontem a revista especializada Variety. O realizador, que filmou documentários sobre Bob Dylan, David Bowie ou o Festival de Monterrey de 1968 foi uma figura central do designado “Direct Cinema”, um subgénero do documental que na década de 1960 tentou reflectir a realidade da forma mais objectiva possível, incluindo a espontaneidade e sem omitir no resultado final os erros técnicos ou as imperfeições. Em 2012, Pennebaker, natural de Evanston (Illinois), recebeu um Óscar honorífico pelo seu longo percurso, onde sobressaem documentários não ficcionais como “Bob Dylan: Dont Look Back” (1967), “Monterey Pop” (1968), “Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” (1973), “The War Room” (1993), “Down from the Mountain” (2000), “Elaine Stritch at Liberty” (2002) ou “Kings of Pastry” (2009). Após os seus primeiros passos no cinema e na direcção de várias “curtas”, participou em “Primary” (1960), um influente documentário sobre o confronto entre dois políticos norte-americanos, John F. Kennedy e Hubert H. Humphrey, para a nomeação democrata na corrida à Casa Branca.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | Depois de Londres, iniciativa da associação YunYi regressa a Macau A capital do Reino Unido foi a morada escolhida pela Associação de Artes e Comunicações Culturais YunYi para a exposição itinerante deste ano. Um total de 20 artistas, dez de Londres e dez de Macau, expuseram na Europa. Os trabalhos chegam ao Oriente este mês e em Dezembro, ficando expostos na Fundação Rui Cunha [dropcap]H[/dropcap]á muito que a Associação de Artes e Comunicações Culturais YunYi (YunYi Arts & Cultural Communications Association) se dedica a mostrar obras de arte de artistas consagrados e dos que estão a dar os primeiros passos nesta área. O objectivo é que estas obras não fiquem num sítio específico mas sejam apresentadas não apenas em Macau mas também ao público europeu. Desta vez o local escolhido para a exposição, intitulada “London x Macao Art of Illustration” foi, tal como o nome indica, a capital londrina, tendo curadoria de Eric Wong. Um total de 20 artistas, dez de Macau e dez de Londres expuseram os seus trabalhos, com o objectivo de “promover os artistas naturais de Macau e também uma colaboração cultural”, disse Eric Wong ao HM. A exposição esteve patente apenas entre os dias 2 e 4 de Agosto, na Leyden Gallery, mas não quer dizer que a iniciativa se esgote aqui. Christine Hong Barbosa, presidente da associação, disse ao HM que as obras vão voltar a estar expostas em Macau já este mês e em Dezembro, na galeria da Fundação Rui Cunha. De Macau participam artistas como Angela Ramos, Eric Wong, Christina Kong e Dilys Leong, entre outros. No que diz respeito aos artistas londrinos, constam nomes como Arnelle Woker, Adam Latham ou Qiong Wu. Christine Hong Barbosa adiantou ao HM que a escolha dos artistas acabou por acontecer de forma natural, uma vez que muitos deles já conheciam o projecto. “Estamos próximos e fomos recomendados por pessoas que conhecem o nosso evento. Alguns são artistas que descobrimos online ou através de diferentes plataformas. Alguns são artistas emergentes, outros já estão no mercado e alguns estão interessados em tornar-se artistas”, referiu. Partilhas em rede O principal foco desta mostra é a ilustração. Nas palavras de Christine Hong Barbosa, “a ilustração constitui uma representação geográfica de um mundo real ou imaginário, incluindo uma matriz de técnicas como o retrato, a fotografia ou a pintura”. Esta representação artística “é usada para transmitir pensamentos, sentimentos, factos e emoções, com o papel de atrair as atenções, persuadir, criar contexto, informar, entreter um público ou levar a uma compreensão”. Com este evento, a YunYi pretende “criar uma rede entre a comunidade de artistas emergentes e consagrados e providenciar-lhes a oportunidade de partilharem informação sobre os novos desenvolvimentos do seu trabalho, para que se possam promover”. Além das exposições, a associação também promove seminários e workshops a fim de “aumentar a consciência sobre esta forma particular de arte junto do grande público”. Christine Hong Barbosa frisou ainda que o principal objectivo da associação que dirige sempre foi “colaborar com organizações artísticas que trabalham para promover a arte e a cultura de e à volta de Macau”. “O nosso objectivo é providenciar aos artistas locais as oportunidades para que possam expandir e fazer crescer as suas carreiras, e para que possam partilhar o seu trabalho junto do grande público numa larga escala”, adiantou. Além disso, a YunYi “reúne artistas de Macau com outros artistas internacionais de vários pontos do globo, a fim de promover uma partilha intelectual de ideias entre todas as culturas”. “Esperamos que este projecto nos faça dar um passo em frente para atingir o nosso objectivo”, rematou a responsável da associação.
Hoje Macau EventosFundação Macau | Website “Memórias de Macau” lançado amanhã [dropcap]A[/dropcap] Fundação Macau (FM) lança amanhã o website da cultura e da história do território – com o título “Memória de Macau” –, onde serão partilhados conteúdos históricos e culturais sobre o território e a sua gente, disponibilizados nas línguas chinesa e portuguesa. O novo sítio electrónico é um projecto com alguns anos, que avança agora como plataforma online sobre a história da cidade. A “Memória de Macau” consiste numa base de dados históricos, para preservar imagens das vivências da população, arquitecturas e costumes populares, além de outros documentos e materiais de referência, coligidos e disponibilizados ao público através de funções de pesquisa e de interacção. Os utilizadores vão poder registar-se como membros, participar em jogos de perguntas e respostas, partilhar fotografias sobre diferentes épocas da história de Macau, deixar comentários, votar em sondagens, entrar em concursos, entre outras possibilidades resultantes das novas tecnologias e do tratamento da big data. O projecto conta, desde a sua criação, com os apoios do Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China e dos principais serviços do Governo da RAEM, incluindo diversos sectores sociais e associações não governamentais, além da participação dos residentes “que partilharam connosco os dados preciosos e as suas opiniões, de modo a que o website contenha dados diversificados para partilhar com o público”, conforme assinala a FM em comunicado de imprensa. Para acompanhar o lançamento do novo domínio – www.macaumemory.mo – estão previstas também exposições e palestras, que integram as comemorações do 20º Aniversário do Retorno de Macau à Pátria.
Hoje Macau EventosFadista portuguesa Carminho edita álbum em Setembro e faz digressão pelos EUA [dropcap]A[/dropcap] fadista Carminho editará o seu mais recente álbum, “Maria”, nos Estados Unidos em Setembro, pela editora Nonesuch Records, meses antes de fazer uma série de concertos em palcos norte-americanos e canadianos, revelou a Warner Music. Carminho assinou contrato com a Nonesuch Records para a edição de “Maria”, que acontecerá a 27 de Setembro, no mercado norte-americano. A jovem e reconhecida cantora portuguesa junta-se assim a um catálogo de artistas, que conta com nomes como Bjork, David Byrne, Brian Eno, João Gilberto, Caetano Veloso, Mariza e Carlos Paredes. Editado em Novembro de 2018 em Portugal, “Maria” é o quinto álbum de Carminho e é apresentado como o mais pessoal da carreira, assinando pela primeira vez a produção e a escrita de algumas canções. A editora norte-americana diz que a cantora portuguesa põe ainda em diálogo duas referências do fado: Beatriz da Conceição e Teresa Siqueira, mãe da artista. Nas próximas semanas, Carminho terá uma agenda intensa de concertos em Portugal e noutros palcos europeus. A 8 de Novembro inicia então uma série de actuações na América do Norte, a começar por Boston (EUA), onde a fadista se vai apresentar no Berklee Performance Center. No dia 9 estará em Toronto e a 10 em Montreal, para dois espectáculos em palcos canadianos, seguindo a 17 de Novembro para São Francisco (EUA) e a 19 para Alexandria (Canadá). Currículo de luxo Maria do Carmo Rebelo de Andrade, conhecida como Carminho, estreou-se discograficamente a solo em 2009, com “Fado”, apesar de em anos anteriores ter cantado na casa de fados da mãe, a Taverna do Embuçado, em Lisboa, e em vários espectáculos dedicados ao fado. Nesta última década, a fadista tem gravado com artistas de outras áreas musicais, como os grandes nomes brasileiros Chico Buarque, Milton Nascimento, Marisa Monte, Ney Matogrosso e Nana Caymmi, e com o espanhol Pablo Alborán. “Maria” sucede ao álbum “Carminho Canta Jobim”, editado em Dezembro de 2016.
Raquel Moz EventosFotografia | Exposição de Eva Mok inaugura no Albergue a 7 de Agosto O Albergue exibe a partir de quarta-feira uma exposição individual de fotografia, assinada pela artista local Eva Mok, sobre o quotidiano das pessoas e os eventos colectivos que celebram na cidade [dropcap]I[/dropcap]mpressões de Uma Pequena Cidade: Exposição de Fotografia de Eva Mok” é o nome da mostra individual que é inaugurada na próxima quarta-feira, 7 de agosto às 18h30, na galeria A2 do Albergue. A artista, nascida e criada em Macau, tem desenvolvido o seu trabalho como fotógrafa figurativa, representando o quotidiano e a cultura de diferentes países, incluindo o dela, através de uma perspectiva humanista da vida. Eva Mok vem revelando ainda especial interesse em “captar a arquitectura única em todo o mundo, quer pelo seu valor estético, quer pelo seu importante papel na civilização”, segundo informa a organização do evento. A exposição está dividida em duas partes. “A primeira secção apresenta fotos de cenas de rua em Macau e as actividades diárias da população local. Em vez de captarem aspectos diversos sobre Macau, as imagens focam-se mais no lado tradicional da cidade, algumas das quais tiradas no velho bairro onde a artista cresceu”. O ritmo rápido a que Macau se desenvolve faz com que Eva Mok espere “que estas fotografias venham um dia a servir de memória das coisas que foram desaparecendo com o tempo”, lê-se na nota de imprensa. “A segunda secção mostra cenas de festivais locais. Fotos não só sobre os festivais tradicionais, mas também alguns eventos criados em anos mais recentes, como o Festival Internacional de Lanternas ou a Parada Internacional de Macau”, dados como exemplo. Todos os trabalhos, que integram as duas secções, são formas diferentes da artista olhar para o território e homenagear a sua cidade. Impressões da fotógrafa Eva Mok trabalha actualmente como fotógrafa e tradutora em regime de free-lancer, além de se considerar uma viajante solitária. A primeira exposição colectiva em que participou foi em 2014, com um projecto concebido para o Workshop de Fotografia do “25º Festival de Artes de Macau”, no Edifício do Antigo Tribunal. No mesmo ano integrou ainda a Exposição dos Membros da ASM (Associação Fotográfica de Macau), no Pavilhão do Jardim Lou Lim Ieoc. Em 2016 lançou-se em voos mais altos, com “Uma Viagem Longe Da Vida Urbana”, que esteve patente na 5th Base Gallery, em Londres. O seu percurso conta também já com algum reconhecimento local, nomeadamente uma menção honrosa na 5ª Edição dos Prémios Anuais do Mobile Photography – Categoria Still Life, ou o primeiro prémio no “II Concurso Macau Creative Make-up and Image Design”, ambos em 2015. Em 2016 voltaria a ser galardoada, desta vez com o prémio do júri, no “III Concurso Macau Creative Make-up and Image Design”. Em 2018 recebeu também uma menção honrosa, no concurso de fotografia “Património, Gastronomia e Tradições de Macau”. A mostra “Impressões de Uma Pequena Cidade” é co-organizada pelo Albergue SCM e pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau (CAC), com o apoio da Fundação Macau. As portas vão estar abertas entre 7 de Agosto e 8 de Setembro, todos os dias, com entrada gratuita.
Hoje Macau EventosExposição | SJM apresenta “Art in Motion – Video art from Portugal” [dropcap]V[/dropcap]ídeos produzidos por artistas portugueses estão em exibição, desde ontem, em diferentes espaços da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). A exposição “Art in Motion – Video art from Portugal” integra-se numa série de sete mostras públicas que a SJM está a promover até Outubro, no âmbito de um festival de arte internacional lançado este ano pelo Governo. Com curadoria de Paulo Corte-Real, a mostra reúne 17 peças de artistas portugueses com “diferentes formações e percursos”, mas com o traço comum de terem adoptado o vídeo “como meio de expressão” artística. Durante o mês de Agosto, João Pombeiro, Rui Calçada Bastos e Rodrigo Oliveira vão ter vídeos da sua autoria exibidos em diferentes locais da SJM: hotel Grand Lisboa, hotel Lisboa, casino Jai Alai Oceanus e Ponte 16 (Sofitel). Com o apoio das concessionárias e subconcessionárias de jogo, o festival Arte Macau prolonga-se até Outubro e quer afirmar-se como uma nova marca cultural internacional.
Hoje Macau EventosPlataforma 1220 pede participação de cineastas para Festival de Busan [dropcap]A[/dropcap] 1220 – Produção de Filmes pretende levar para o Festival Internacional de Cinema de Busan, na Coreia do Sul, cineastas de Macau para que mostrem o seu trabalho num dos mais importantes festivais de cinema. De acordo com um comunicado, há quatro vagas disponíveis para cineastas independentes e outros profissionais ligados ao marketing, financiamento e distribuição. São também convidados a submeter candidaturas profissionais que tenham participado em produção de curtas-metragens. Os projectos devem ser submetidos em inglês e chinês, sendo também pedida carta de referência caso o candidato esteja empregado numa empresa. Com esta iniciativa, a plataforma 1220 possibilita aos “profissionais de Macau uma oportunidade única de interagir com outros cineastas de todo o mundo”, além de poderem partilhar “as suas experiências em termos de filmagens e procurar por oportunidades de negócio com produtoras estrangeiras”. Apoios do FIC O mesmo comunicado dá conta do optimismo da plataforma 1220 para o Festival Internacional de Cinema de Busan, uma vez que, no passado, “obteve uma resposta positiva no que diz respeito ao recrutamento de trabalhadores locais da área do cinema para aderirem aos mercados estrangeiros”. “A 1220 pretende descobrir mais produções locais de cinema que promovam a competitividade do sector em Macau, para que a indústria do cinema do território siga em frente”, lê-se ainda. A empresa foi uma das beneficiárias do Fundo das Indústrias Culturais no segundo trimestre deste ano, recebendo duas tranches no valor total aproximado de duas milhões de patacas. O valor de 1,780 milhões de patacas diz respeito à “atribuição da primeira prestação de apoio financeiro ao projecto “Plano de Apoio Financeiro Específico da Plataforma de Serviço Integrada de Cinema e Televisão 1220”, enquanto as 54 mil patacas constituem a “última prestação de apoio financeiro ao projecto ‘Plataforma de Serviços de Emissão, Venda Internacional e Pós-Produção Cinematográfica e Acesso a Feira de Exposição Internacional’”.
Raquel Moz EventosFestival Lunar | “Noite de Luar de Haojiang” traz dança tibetana ao CCM As celebrações do Festival Lunar 2019 trazem a dança e a cultura Thangka ao Pequeno Auditório do Centro Cultural de Macau a 13 de Setembro. Os bilhetes começaram ontem a ser vendidos [dropcap]A[/dropcap] “Noite de Luar de Haojiang” é o título da peça de dança tibetana escolhida para celebrar o Festival Lunar no próximo mês, integrada no evento “Arte Macau”, que sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau no dia 13 de Setembro às 20h. Apresentada pelo Grupo Teatral e Artístico de Qinghai, esta dança da lua é um projecto dramático que apresenta a arte religiosa Thangka à população local, numa festa de simbolismo único que “transmite um apelo artístico forte e rico”, reafirmando “a cultura tradicional chinesa com personagens vivas e vocabulário de palco inovador”, segundo o Instituto Cultural. O bailado original “retrata artistas Thangka descrevendo as suas vidas”, inspirados nos temas da “verdade, bondade e beleza” presentes na pintura budista de influência tibetana. “A paixão e o amor do herói e da heroína por Thangka e a cultura tibetana estão presentes em todo o drama”. O espectáculo que vem a Macau conta uma história de três épocas da vida – Vida Anterior, Outra Vida e Esta Vida – coreografadas de forma a transmitir sentimentos históricos e humanísticos, através da integração dos costumes folclóricos autóctones, na música, na dança, na arquitectura e na pintura tradicional da província de Qinghai, no noroeste da China. As pinturas religiosas Thangka foram seleccionadas para o projecto de arte do Fundo Nacional para as Artes, que contou com exposições e espectáculos criativos da Província de Qinghai nas celebrações do 22º Aniversário do Retorno de Hong Kong à Pátria, que decorreram durante o mês de Julho no vizinho território. Budismo em Qinghai Qinghai é uma grande província chinesa, de população dispersa, situada ao longo do planalto tibetano acima dos seis mil metros de altitude. É um lugar de fortes tradições culturais tibetanas e mongóis, onde se situam as montanhas Kunlun, um local sagrado para os peregrinos budistas. Existem mais de vinte mosteiros e templos budistas em Qinghai. Os principais são os Mosteiros Wutong e Longwu, cujos monges são conhecidos produtores de Thangka, pinturas religiosas em algodão ou seda, geralmente retratando divindades, cenas ou mandalas budistas. Estas peças de arte estão reconhecidas como Património Cultural Intangível da Humanidade, na lista da UNESCO, desde 2009. A arte sacra do Thangka remonta ao século VII e tem origem no Tibete. A maioria das obras são criadas para meditação pessoal ou para a aprendizagem de estudantes monásticos. A sua importância religiosa sobrepõe-se ao valor artístico e estético. Os praticantes desenvolvem estes trabalhos como auxílio às práticas de concentração e visualização das deidades com quem pretendem fortalecer vínculos espirituais. Há muitas representações das visões dos grandes mestres, nos momentos de realização, que foram gravados e incorporados na escritura budista. Os bilhetes para o espectáculo estão à venda desde ontem, 1 de Agosto. Os preços variam entre 100 e 300 patacas e têm desconto de 50 por cento para portadores de BIR, Cartão de Professor e de Estudante de Macau, válidos.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | José Drummond distinguido com menção honrosa por revista Monovisions “The Ghost” é o nome da série de fotografias a preto e branco da autoria do artista plástico José Drummond que acaba de ser distinguida com uma menção honrosa nos Prémios Monovision Photography, da revista Monovisions. O autor, que tem feito carreira artística entre Macau e China, mostrou-se “satisfeito” com o reconhecimento [dropcap]O[/dropcap] artista plástico José Drummond acaba de ser distinguido pela revista Monovisions, dedicada exclusivamente ao universo da fotografia a preto e branco, com uma menção honrosa na área das artes plásticas. As imagens premiadas têm como título “Your soul just gets a little darker until there’s nothing left aka The Ghost”. O reconhecimento deixou o autor muito satisfeito. “Este prémio é atribuído anualmente e a competição é aberta a toda a gente, revelando uma grande diversidade. Ano após ano chama a atenção de muitos fotógrafos. Nesse sentido, sinto-me obviamente satisfeito que o trabalho seja, de algum modo, reconhecido”, disse ao HM. José Drummond confessou que trabalha pouco com fotografia a preto e branco, possuindo apenas mais uma colecção além da que apresentou a concurso. Apesar de se expressar artisticamente com mais frequência através instalações e vídeo, defende que “a fotografia faz parte do trabalho plástico”. No que diz respeito ao título da série, que tenta capturar em imagem a alma, José Drummond esclarece que ao longo dos anos o seu trabalho “foi ganhando cada vez mais intensidade poética” e é por isso que tem dedicado “cada vez mais importância aos títulos”. “Neste caso, o título diz-nos que a alma vai ficando um pouco mais escura até não haver mais nada. É um título de algum modo existencialista, que reflecte a condição humana, sobre a necessidade de não deixarmos escurecer completamente essa luz que existe dentro de nós”, acrescentou. “Trabalho de intimidade” Rui Cascais Parada, autor e tradutor, refere-se a estas imagens como “um trabalho de intimidade e silêncio”, onde os principais protagonistas “são a beleza e o terror”. Contudo, “o silêncio é, claro, a grande circunstância e contingência daqueles que falam, o seu estado de terror, e a intimidade representa um alcance variável, mas altamente sensível”. Depois de vários anos a residir e a expor em Macau, José Drummond mudou-se para Xangai, onde prepara uma série de exposições colectivas que devem ver a luz do dia até final do ano. O artista revelou ainda ao HM estar a preparar uma série de “open studio”, programada para acontecer todos os meses. “Nessa série abro as portas do estúdio aos visitantes e apresento trabalhos e projectos numa série de sessões que têm como objectivo um contacto mais directo entre artistas e a audiência”, confessou. “Poderá dar-se também o caso de aqui e ali poder envolver projectos de curadoria que tenha feito com outros artistas. A ideia é combinar o envolvimento do estúdio com a ideia da sala branca da galeria”, concluiu.
Raquel Moz EventosFestival | Documentários em estreia para ver de 10 a 31 de Agosto São 23 filmes, alguns em estreia absoluta em Macau e Hong Kong, para ver no Festival Internacional de Documentário de Macau, durante o próximo mês. Há ainda uma masterclass, conversas, debates e festas para homenagear o cinema de reflexão sobre temas históricos, biográficos e sociais [dropcap]A[/dropcap] Cinemateca Paixão acaba de apresentar o cartaz de filmes que chegam a Macau em primeira mão na edição do 4º Festival Internacional de Documentário de Macau (FIDM). Durante o mês de Agosto, de 10 a 31, a sala da Travessa Paixão convida o público a perder-se em histórias interessantes e curiosas sobre o que se vai passando no mundo. “Let’s Get Lost” é o primeiro título que abre o evento, realizado por Bruce Weber em 1988, sobre a trágica vida do lendário trompetista de música jazz Chet Baker. “A música, as drogas e o seu coração romântico” são os ingredientes do documentário de Bruce Weber, “ele próprio fotógrafo de moda de fama mundial”, que “retrata os últimos anos do músico em extraordinárias imagens a preto e branco. O trabalho de câmara é tão poético quanto a música de Baker. No final das filmagens, Baker foi encontrado morto na rua debaixo do seu quarto de hotel em Amesterdão. O incidente adiciona um elemento de mistério ao filme”, lê-se na informação divulgada pela Cinemateca. A projecção do filme, no dia 10 de Agosto às 14h30, será complementada com uma conversa sobre o tema “A Música, Caso e Legado de Chet Baker”, por Anson Ng, em cantonense com tradução em inglês, às 17h00 com entrada livre. O filme, que foi nomeado para Melhor Documentário na 61ª edição dos Óscares em 1989, volta a ser exibido a 24 de Agosto às 21h30. A rúbrica “Realizador em Foco” dá este ano destaque ao portefólio do realizador cazaque Sergey Dvortsevoy, que estará em Macau para apresentar seis filmes da sua autoria e partilhar métodos criativos numa masterclass para realizadores locais. O homenageado “foi engenheiro aeronáutico e tornou-se realizador depois de estudar cinema na década de 1990. Apesar de uma escassa formação teórica, Dvortsvoy aplica um estilo narrativo directo, focando-se em personagens socialmente marginalizadas”, revela a nota de imprensa. A não perder está a sua primeira película ficcional, “Tulpan” (2008), filme que mereceu a Dvortsvoy o prémio “Um Certain Regard” no Festival de Cinema de Cannes, com a história de um jovem que pretende casar com a mulher dos seus sonhos e dedicar-se à vida rural, o que em nada seduz a visada. E “Ayka” (2018), o seu mais recente trabalho, nomeado para a Palma de Ouro, que retrata a vida deprimente de uma mãe em fuga, com a notável interpretação de Samal Yeslyamova, que trouxe para casa os galardões de Melhor Actriz no Festival de Cinema de Cannes e nos Prémios do Cinema Asiático. Ambos os filmes são exibidos duas vezes, dias 10 e 27 e dias 11 e 29, respectivamente. A retrospectiva do realizador nascido no Cazaquistão inclui ainda os documentários “Auto-estrada” (1998) e “Na Escuridão” (2004), numa sessão única dia 13, e “Paraíso” (1995) e “Dia do Pão” (1998), no dia 21. Estreias asiáticas Nas secções do festival dedicadas aos filmes mais recentes, encontram-se estreias absolutas em Macau e Hong Kong, como o filme “Onde Estás, João Gilberto?” (2018), de Georges Gachot, que acompanha o percurso de um escritor alemão que viaja para o Brasil em busca do fundador da Bossa Nova, apaixonado pela música do compositor retirado da cena musical durante mais de três décadas. A estreia, no dia 17 às 19h30, conta com uma festa pré-sessão de música e comida brasileira, das 18h às 19h, para homenagear o artista recém-desaparecido no mês passado. O filme repete no dia 23. “Presente.Perfeito” (2019), da realizadora chinesa Shengze Zhu, é outra estreia que aborda os milhões de vloggers (video bloggers) por toda a China que mostram as suas vidas online a estranhos, à procura de popularidade, na “mais crua auto-exposição” com que os elementos marginalizados ultrapassam a solidão das suas vidas na actual sociedade chinesa. O filme ganhou o prémio Hivos Tiger no Festival de Roterdão e passa apenas no dia 18. Outro destaque é a estreia de “Viajante da Meia Noite” (2019), do realizador afegão Hassan Fazili, que documenta a sua própria fuga com a família, depois dos talibãs terem pedido a sua morte. A recusa de exílio pelo Tajiquistão força-os a uma deriva incerta em busca de um destino que lhes reconheça o estatuto de refugiados. Passa na tela nos dias 14 e 25. “Mais Um Dia de Vida” (2018), do realizador espanhol Raúl de la Fuente e do animador polaco Damian Nenow, é uma interessante animação sobre a Guerra Civil de Angola, a partir do livro do jornalista polaco Ryszard Kapuściński, que se aventurou em 1975 até à linha da frente do conflito armado para fazer reportagens para a agência noticiosa (PAP). A brutalidade das experiências de guerra que reportou, na sua colectânea de textos e mapas, veio a ser uma referência para a classe jornalística mundial, a partir das suas palavras: “A pobreza não tem voz. O meu dever é conseguir que essa voz se ouça”. Esta adaptação ao género de animação é exibida apenas no dia 17. “Três Estranhos Idênticos” (2018), do realizador britânico Tim Wardle é um curioso documentário sobre o encontro, em 1980 na cidade de Nova Iorque, de três jovens rapazes que descobrem ser trigémeos idênticos separados à nascença. “Após dezanove anos de separação, a sua reunião torna-se notícia e conduz a um sinistro segredo científico”, que valeu ao filme o Prémio Especial do Júri do Festival de Sundance, EUA, em 2018, e uma nomeação para Melhor Documentário nos BAFTA 2019, no Reino Unido. A fita pode ser vista nos dias 10 e 30. E ainda os clássicos Entre várias outras propostas presentes neste FIDM, que ao todo projectará mais de duas dezenas de documentários, estão também dois títulos clássicos que importa assinalar. “Recordações de Uma Viagem à Lituânia” (1972) é assinado pelo realizador lituano Jonas Mekas, padrinho do cinema americano de vanguarda, que faleceu em Janeiro passado aos 96 anos de idade. Filmado entre 1950 e 1972, com a sua Bolex de 16mm, este documentário abrange mais de duas décadas, ilustrando o seu percurso em Nova Iorque e o regresso ao país natal para reencontrar os amigos. A exibição única é dia 20. Outro clássico é o muito premiado “O Acto de Matar” (2012), na versão editada pelo realizador americano Joshua Oppenheimer, que convidou Anwar Congo, o gangster que conduziu o extermínio de comunistas na Indonésia em 1965, a reencenar voluntariamente a matança para a objectiva. “As cenas do massacre ganham um sentido surreal, com Congo no papel de assassino e vítima”, cujo orgulho se vai desfazendo à medida que o sentimento de culpa surge. Vencedor de Melhor Documentário nos BAFTA e nos Prémios do Cinema Europeu de 2014, e nomeado na mesma categoria à 86ª edição dos Óscares, o filme foi aplaudido pelo mestre do cinema alemão, Werner Herzog, que o considerou “um dos mais importantes filmes vistos nos últimos 25 anos”. As sessões acontecem nos dias 17 e 31, com uma palestra pré-sessão, dia 17 às 14h30, pelo especialista de História da Indonésia, George Young, sobre o genocídio “Gerakan 30 de Setembro” que acorreu naquele país. O cartaz de excelência do FIDM é mais uma aposta da Cinemateca Paixão, com o apoio da Comuna de Han-Ian – associação de arte e cultura. Os bilhetes custam 60 patacas por sessão e já se encontram à venda.
Hoje Macau EventosCinema | Festival de Documentário arranca com filme sobre Chet Baker [dropcap]L[/dropcap]et’s Get Lost” (1988), sobre a vida do trompetista e músico de jazz Chet Baker, em versão recém-restaurada, é o filme de Bruce Weber que abre a 4ª edição do Festival Internacional de Documentário de Macau (FIDM), de 10 a 31 de Agosto na Cinemateca Paixão. O “Realizador em Foco” de 2019 será o cazaque Sergey Dvortsevoy, que apresentará seis das suas obras e dará ainda uma masterclass destinada a cineastas e público local. Entre muitas propostas de documentários recentes e alguns clássicos, o evento exibirá também filmes como “Presente.Perfeito” (2019) da jovem realizadora chinesa Shengze Zhu, que venceu prémios no IndieLisboa, ou as memórias do recém desaparecido pai da Bossa Nova, com o documentário “Onde Estás, João Gilberto?” (2018) de Georges Gachot, sobre a música e a vida do compositor. Os bilhetes para as sessões do FIDM encontram-se à venda desde sábado.
Hoje Macau EventosMuseu do Oriente apresenta ciclo de cinema sobre Goa O Museu do Oriente, em Lisboa, apresenta, em Setembro, o ciclo de cinema “Era uma vez em Goa: Identidade e Memórias no Cinema”, com organização da académica Maria do Carmo Piçarra. Além de filmagens históricas e documentários, o cartaz presta homenagem a Paulo Varela Gomes, crítico, escritor e historiador português já falecido [dropcap]E[/dropcap]ntre os dias 4 e 29 de Setembro o auditório e a Sala Pequim, do Museu do Oriente, em Lisboa, vão receber um ciclo de cinema inteiramente dedicado à presença portuguesa em Goa e que é comissariado pela académica Maria do Carmo Piçarra, especialista em estudos sobre cinema de cariz colonial. “Era uma vez em Goa: Identidade e Memórias no Cinema” visa, de acordo com um comunicado, desvendar “olhares sobre Goa antes e imediatamente após a integração do território na Índia, em 1961, além de olhares contemporâneos – documentais sobretudo –, de realizadores portugueses e goeses que problematizam cinematograficamente a sua complexidade identitária e cultural”. Nesse sentido, serão apresentados filmes de arquivos públicos – da Rádio e Televisão Portuguesa, do Centro de Audiovisuais do Exército (CAVE), da Filmoteca Española –, por vezes desprovidos de som, que serão comentados por especialistas. Além dos filmes considerados mais “oficiais”, por terem sido produzidos com o objectivo de propaganda, serão também reveladas ao público investigações de realizadores não goeses, como “Eternal Foreigner” (2003), de Paula Albuquerque, “Pátria Incerta” (2005), de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel ou “A Dama de Chandor” (1998), de Catarina Mourão. Este ciclo de cinema conta também com filmes goeses contemporâneos, documentais e um filme ficcional konkani, que “fixam percepções pessoais, mas que atestam quer a singularidade identitária goesa quer um cuidado em fixar as alterações culturais e da ecologia do território”. O konkani, a que os portugueses chamavam canarim, é uma língua indo-ariana falada na Índia. Esta iniciativa do Museu do Oriente visa ainda homenagear o trabalho de Paulo Varela Gomes, escritor, crítico e historiador de arquitectura, falecido em 2016. Varela Gomes foi co-autor e apresentador da série documental “O Mundo de Cá”, emitida pela RTP durante os anos 90, que se debruçava sobre a presença portuguesa no Oriente na época da Expansão. Da história à modernidade “Mogacho Anvddo” é o nome do primeiro filme konkani, rodado em Goa no ano de 1950 por Jerry Braganza e integra o cartaz deste ciclo de cinema. O público poderá também ver películas goesas mais contemporâneas, como é o caso de “Digant”, filmado no ano de 2012 por Dnyanesh Moghe. “Digant” é “um filme ficcional que participa no esforço de manutenção de uma produção de cinema local, em konkani, estando ligado, pela abordagem temática, às preocupações, pela via documental, de outros realizadores goeses”. Agrupados sob o título “Comunidades goesas e culturas em filmes documentais”, serão exibidas películas como “Caazu” (2015), de Ronak Kamak; “Dances of Goa” (2012), de Nalini Elvino de Sousa; “Shifting Sands” (2013), de Sonia Filinto e “Saxtticho Koddo – O Celeiro de Salcete” (2018), de Vince Costa. A obra “I Am Nothing”, de Ronak Kamat, “fixa aspectos da vida e obra de Vamona Navelcar, um dos maiores vultos da pintura na Índia, que afirma a sua identidade goesa sem esquecer nunca a sua ligação a Portugal”. No caso do filme “Pátria Incerta”, produzido por Inês Gonçalves e Vasco Pimentel em 2005, pretende-se olhar “para o génio que o povo colonizado revela ao produzir uma síntese civilizacional própria”, uma vez que, durante 450 anos, “Goa fez parte do império colonial português, de costas voltadas para o resto da Índia”. “Nos primeiros 60 anos da ocupação, metade da população (intensamente culta, intensamente estruturada, intensamente hindu) foi forçada a converter-se à religião católica. Tal como o clima húmido de Goa dificulta o sarar das feridas, também o passado parece não conseguir cicatrizar. A memória da cultura portuguesa sobrevive em Goa e revela-se à vitalidade da cultura hindu, nunca enfraquecida, presente por toda a parte – até nos católicos goeses, descendentes de hindus convertidos”, acrescenta o comunicado. “A Dama de Chandor”, de Catarina Mourão, retrata a história de Aida, uma mulher com 80 anos que vive sozinha num palácio numa aldeia de Goa. “Este documentário conta a sua história, acompanhando o seu esforço diário para preservar a todo o custo a casa onde vive, símbolo visível e palpável da sua identidade que ela sente ameaçada. A ‘dama de Chandor’ e a sua casa confundem-se. Aida terá de viver até garantir que a casa lhe sobrevive.” O filme “I Am Nothing”, de Ronak Kamat, tem como base a investigação sobre a vida e obras do lendário e enigmático artista goês-português, Vamona Navelcar. “O filme fixa o seu processo criativo e tenta compreender o pensamento por detrás das suas obras, enquanto recolhe opiniões profundas e perspicazes sobre e pelo homem conhecido informalmente conhecido como ‘o artista de três continentes’”, aponta o mesmo comunicado. História em silêncio Este ciclo de cinema dedicado a Goa não termina sem uma exibição de curtas-metragens de arquivo, sendo que alguns filmes, devido à passagem do tempo, perderam o som. Um deles é “En la India Portuguesa: Goa de Ayer y de Hoy”, foi filmado por ocasião das comemorações do centenário de S. Francisco Xavier e que mostra como o regime ditatorial de Franco, em Espanha, apoiou a política colonial do Estado Novo em Portugal. Será também exibido o trabalho de Miguel Spiguel, o realizador que mais filmou o chamado “Oriente português”. Em 18 de Maio de 1959 estrearam, no cinema Império em Lisboa, várias curtas-metragens realizadas por Spiguel relativas à chegada a Goa de Vassalo e Silva, entre outros temas, sendo que “Rumo à Índia” mostra a chegada de tropas ao território.
Hoje Macau EventosÓbito | Rutger Hauer, eterno vilão de “Blade Runner”, morre aos 75 anos [dropcap]O[/dropcap] actor holandês Rutger Hauer, que ficou célebre sobretudo no filme “Blade Runner”, de Ridley Scott, morreu no dia 19, aos 75 anos, revelou esta quarta-feira a revista Variety. A informação foi avançada pelo agente, Steve Kenis, explicando que o actor estava doente, morreu em casa e que o funeral se realizou ontem, na Holanda. Nascido a 23 de Janeiro de 1944, em Utrecht, Rutger Hauer estreou-se no final dos anos 1960 na série de televisão “Floris”, de Paul Verhoeven, realizador com quem iria trabalhar em anos seguintes, nomeadamente em “Delícias Turcas” (1973) e “O Soldado da Rainha” (1975). No entanto, foi com o papel do vilão Roy Batty, líder dos replicantes no filme de culto “Blade Runner – Perigo Iminente”, de Ridley Scott, que Rutger Hauer ficou célebre em 1982. Na mesma década, participou em filmes como “A Mulher Falcão” (1985), de Richard Donner, “Morto ou Vivo” (1986), de Gary Sherman, e “A Lenda do Santo Bebedor” (1988), de Ermanno Olmi. Com “Fuga de Sobibor”, telefilme de Jack Gold, de 1987, venceu um Globo de Ouro como actor secundário. Terror, ficção científica, acção, foram vários os géneros cinematográficos em que Rutger Hauer se moveu no cinema, tendo entrado, por exemplo, em “Drácula 3D”, “Buffy, caçadora de vampiros”, “Batman – O início”, “Sin City – Cidade do pecado” e “Valerian e a cidade dos mil pllanetas”. Em 2013 protagonizou “RPG”, longa-metragem portuguesa de ficção científica, realizada por David Rebordão e Tino Navarro. Entre as suas últimas aparições no cinema está a participação em “Os Irmãos Sisters”, de Jacques Audiard.
Hoje Macau EventosFilmes de Leonor Teles e Tiago Guedes em competição no Festival de Veneza [dropcap]O[/dropcap] filme português “Cães que ladram aos pássaros”, de Leonor Teles, vai estar em competição no 76.º Festival de Cinema de Veneza, que decorre de 28 de Agosto a 7 de Setembro em Itália, foi ontem anunciado. O filme integra a secção competitiva Orizzonti, sub-secção de curtas-metragens, de acordo com a produtora Uma Pedra no Sapato num comunicado. O nome de Leonor Teles, de 27 anos, sobressaiu no cinema português em 2016, quando venceu o Urso de Ouro, o prémio máximo do festival de Berlim, com “Balada de um batráquio”. Depois das curtas-metragens “Rhoma Acans” e “Balada de um batráquio”, Leonor Teles assinou em 2018 a primeira longa documental, “Terra Franca”, vencedora de uma dezena de prémios, que acompanha a vida de Albertino Lobo, um pescador de Vila Franca de Xira (onde a realizadora nasceu) ligado desde sempre ao rio Tejo. “A Herdade” na corrida Outro filme português que também está em competição é “A Herdade”, de Tiago Guedes, e que estreia em Portugal a 19 de Setembro. “A Herdade” tem co-produção da Leopardo Filmes e da Alfama Filmes, e conta a “saga de uma família proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, […] fazendo o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a revolução do 25 de Abril e até aos dias de hoje”. Com argumento de Rui Cardoso Martins e Tiago Guedes, com a colaboração de Gilles Taurand, o elenco é composto por Albano Jerónimo, Sandra Faleiro, Miguel Borges, João Vicente, Ana Bustorff, Beatriz Brás, entre outros. Depois de Veneza, o filme terá a sua estreia norte-americana no Festival Internacional de Cinema de Toronto, cuja 44.ª edição decorre entre 5 e 15 de Setembro.
Hoje Macau EventosTeatro | CCM apresenta “Do Pó às Cinzas” em Setembro Começam a ser vendidos este domingo bilhetes para a nova produção teatral que sobe ao palco do Centro Cultural de Macau de 20 a 22 de Setembro. “Do Pó às Cinzas” é uma encenação da responsabilidade de Fredric Mao, encenador de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] Centro Cultural de Macau (CCM) apresenta a peça “Do Pó às Cinzas”, estando programados três espectáculos que estarão em cena no pequeno auditório do CCM de 20 a 22 de Setembro. Os bilhetes começam a ser vendidos este domingo. Encenada pelo icónico mestre do teatro de Hong Kong Fredric Mao e escrita pelo prolífico dramaturgo Nick Yu, “Do Pó às Cinzas” é uma viagem de amor e ódio criada em jeito de homenagem ao lendário escritor e prémio Nobel da Literatura Harold Pinter. A peça leva ao palco um intenso turbilhão de emoções inspirada em “Cinza às Cinzas”, uma das mais reconhecidas peças de Pinter. Adoptando o tom desconcertante do dramaturgo britânico, o trabalho de Yu funciona enquanto metáfora dos impulsos de luxúria e paixão que incessantemente comandam as vidas das pessoas. Interpretada em Cantonense por seis actores locais, “Do Pó às Cinzas” aborda a crença tradicional chinesa da incarnação para compor personagens em diversas variações existenciais. Uma história de dois casais, cujos caminhos se entrecruzam em quatro situações distintas que se repetem. Esta produção é o epílogo de um projecto de residência artística lançado pelo CCM o ano passado e uma excelente oportunidade para um grupo de actores locais abraçarem um desafio de longa duração integrando uma equipa profissional sob a direcção de um mestre encenador. Mestres consagrados Fredric Mao Chun-fai, o encenador desta peça, está há 40 anos ligado ao mundo da dramaturgia, não só através da encenação mas também através do estudo e do ensino a jovens artistas. Com 72 anos de idade, Fredric Mao tem agora um novo projecto depois de ter levado em cena um espectáculo em Hong Kong, em Fevereiro deste ano, que teve como objectivo rejuvenescer a antiga ópera cantonense. Harold Pinter nasceu em 1930 em Londres, Reino Unido, e ingressou na vida teatral como actor. Em 1957, Pinter escreveu a primeira peça, “The Room” e ao longo da carreira a sua obra catapultou o britânico como um dos autores fundamentais do teatro contemporâneo. Ao longo da carreira, Pinter escreveu mais de 30 peças, que foram traduzidas e encenadas em todo o mundo. Além do teatro, o autor também escreveu para rádio, televisão e cinema, onde colaborou com Joseph Losey.
Hoje Macau EventosInstituto Politécnico de Macau vence 3º concurso mundial de tradução chinês-português [dropcap]A[/dropcap] equipa do Instituto Politécnico de Macau (IPM) ganhou o primeiro prémio geral do terceiro Concurso Mundial de Tradução Chinês-Português, entre 166 equipas de 43 instituições de ensino superior internacionais, foi ontem anunciado. O segundo prémio foi atribuído à equipa da Universidade do Minho (Portugal), enquanto a equipa do Instituto Confúcio para Negócios FAAP [Fundação Armando Alvares Penteado, Brasil] conquistou o terceiro prémio, indicou, em comunicado, o IPM. O IPM repetiu, nesta edição, o primeiro lugar dos prémios especiais para as equipas das instituições de ensino superior de Macau, conquistado em 2018. O segundo lugar nesta categoria foi para a equipa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST). As cinco menções honrosas foram entregues às equipas da Universidade de Comunicação da China; da Universidade Católica Portuguesa; da Universidade de Aveiro; à Universidade de Estudos Internacionais de Xian e à Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang, de acordo com a nota. O presidente do IPM, Im Sio Kei, destacou a aposta na formação de quadros bilingues, através da criação da licenciatura e do mestrado em tradução e interpretação chinês-português, bem como o curso de doutoramento em língua portuguesa, bem como de actividades académicas, acções de formação e a publicação de materiais didácticos, indicou o mesmo comunicado. Além disso, o IPM, que organiza o concurso juntamente com o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), tem-se dedicado às áreas da Inteligência Artificial e da Tradução Automática, tendo criado o Laboratório de Tradução Automática Chinês-Português-Inglês, o que mostra o empenho da instituição em demonstrar o papel relevante Macau na construção do Centro Internacional de Inovação Científica e Tecnológica na Grande Baía, referiu. Durante a cerimónia de entrega de prémios, o IPM lançou ainda o quarto volume do “Português Global”, uma série da manuais didácticos, realizados em parceria com a Universidade de Lisboa, para aprendizes chineses que estudam a língua portuguesa. As equipas concorrentes, compostas por dois ou três alunos e um professor orientador, tiveram cerca três meses para traduzir um texto de português para chinês, contendo no máximo dez mil frases, extraídas dos textos ou livros de partida fornecidos previamente.