China suspende emissão de vistos de curto prazo para sul-coreanos em retaliação

A China suspendeu a emissão de vistos de curto prazo para sul-coreanos, na primeira retaliação de Pequim contra as restrições impostas a viajantes chineses, face ao rápido aumento de casos de covid-19 no país.

A embaixada chinesa na Coreia do Sul anunciou que os vistos para negócios, turismo, tratamento médico, escalas aéreas e assuntos privados vão ser suspensos para cidadãos sul-coreanos.

A suspensão foi desencadeada por “restrições de entrada discriminatórias impostas pela Coreia do Sul à China”, lê-se no comunicado.

A Coreia do Sul suspendeu a emissão de vistos de curto prazo para viajantes chineses até 31 de janeiro, impedindo a entrada de turistas no país. Os voos entre a Coreia do Sul e a China também estão limitados ao aeroporto internacional de Incheon, em Seul. As ligações a Busan, Daegu e Jeju foram suspensas.

O anúncio da embaixada da China surge depois de o recém-nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, ter protestado junto do seu colega sul-coreano, Park Jin, sobre as restrições de viagem, durante uma conversa por telefone, na segunda-feira.

Qin expressou “preocupações” e instou Seul a manter uma “atitude objetiva e científica”, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Vários outros países, incluindo Portugal, impuseram restrições a viajantes oriundos da China, apontando preocupações com o recente aumento de casos de covid-19 no país e o surgir de uma nova variante do novo coronavírus.

As restrições consistem, sobretudo, na obrigação de fazer um teste 48 horas antes de embarcar, uma medida que a China impõe também a quem viaja para o país.

Nos últimos três anos, o país asiático impôs um sistema de quarentena em instalações designadas, que chegou a ser de 28 dias em algumas províncias, e a realização de vários testes, incluindo o serológico e o PCR, para quem chegava à China vindo de fora.

Pequim diz agora que vai adotar “medidas recíprocas” para responder aos países que impuseram medidas de prevenção face ao aumento de casos na China, que abandonou a política de ‘zero casos’ de covid-19 em dezembro, desencadeando uma vaga de infeções sem precedentes.

10 Jan 2023

Myanmar | Crianças rohingya condenadas a prisão por tentarem sair do país

Um tribunal de Myanmar (antiga Birmânia) condenou uma dezena de crianças da minoria rohingya a penas de prisão entre dois e três anos por viajarem sem documentos, avançou hoje a imprensa oficial.

Os menores, cinco das quais com menos de 13 anos, fazem parte de um grupo de 112 rohingyas detidos em dezembro na região sudeste de Bogale, perto do delta do rio Irrawaddy, no mar de Andaman, quando se encontravam numa lancha com a intenção de seguir para a Malásia.

O tribunal condenou os cinco menores de 13 anos a dois anos de prisão, enquanto impôs uma pena de três anos de prisão aos sete arguidos com menos de 17 anos, noticiou o jornal The Global New Light.

O jornal, controlado pelos militares desde o golpe de fevereiro de 2021, indicou que os menores foram transferidos no domingo de uma prisão para um centro de educação para menores na cidade de Rangum.

Os adultos, 53 homens e 47 mulheres, foram condenados a cinco anos de prisão numa decisão anunciada na sexta-feira, indicou o diário.

As autoridades birmanesas não reconhecem a cidadania da comunidade rohingya, considerada descendente de imigrantes ilegais do Bangladesh, sujeitando a minoria muçulmana a restrições à liberdade de movimento, saúde e educação.

Um barco com mais de 184 rohingyas, muitos deles mulheres e crianças, desembarcou no domingo na província de Aceh, no noroeste da Indonésia. O grupo foi transferido para uma localidade próxima para abrigos temporários.

Este é o terceiro grupo conhecido a chegar recentemente a Aceh, depois da chegada em 25 de dezembro de um barco com 57 rohingyas, um dia depois de um primeiro barco com 174 pessoas dessa minoria muçulmana perseguida em Myanmar.

Em agosto de 2017, o exército birmanês lançou uma campanha militar contra a população rohingya no norte do estado de Rakhine. O país enfrenta atualmente uma acusação de genocídio perante o Tribunal Internacional de Justiça em Haia.

A brutal operação militar provocou o êxodo de mais de 720 mil refugiados para o vizinho Bangladesh, muitos dos quais permanecem no maior complexo de campos de refugiados do mundo, na região de Cox’s Bazar, no sudeste do país.

O golpe de 01 de fevereiro de 2021 mergulhou Myanmar numa profunda crise política, social e económica e abriu uma espiral de violência, com novas milícias civis que exacerbaram a guerra de guerrilha que o país vive há décadas.

Pelo menos 2.707 pessoas morreram na repressão brutal das forças de segurança e mais de 13.270 permanecem detidas, de acordo com a última atualização da Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP).

10 Jan 2023

Tailândia exige vacinação contra covid-19 a todos os viajantes

A Tailândia começou hoje a exigir um certificado de vacinação contra a covid-19 a todas as pessoas que entram no país, uma restrição aprovada após a reabertura da China e criticada pelas associações de turismo.

A partir de hoje e, pelo menos até 31 de janeiro, os viajantes devem apresentar, na altura do embarque para a Tailândia, um certificado que comprove a vacinação, enquanto os não vacinados devem apresentar atestado médico ou documento que comprove a recuperação.

A política, anunciada na quinta-feira, coincide com a reabertura das fronteiras da China, que era até ao início da pandemia uma das principais fontes de turistas para a Tailândia.

No domingo, o Departamento de Aviação Civil da Tailândia confirmou que os passageiros que não puderem comprovar terem a vacinação em dia devem realizar um teste para detetar o novo coronavírus à chegada ao país.

Além disso, os visitantes cujos países de origem solicitam um teste de ácido nucleico à chegada, como é o caso da China e da Índia, devem também ter um seguro especial para covid-19, com uma cobertura de pelo menos 10 mil dólares caso testem positivo antes do voo de regresso.

A Associação de Turismo da ilha de Phuket (oeste), um dos principais turísticos tailandeses, criticou em comunicado a pressa das autoridades tailandesas e a confusão na divulgação da medida.

De acordo com a associação, que diz ter tomado conhecimento da mudança de política através dos meios de comunicação social, muitos turistas já estavam em trânsito para a Tailândia quando a medida foi anunciada.

Os ministérios da Saúde e dos Negócios Estrangeiros tailandeses não mencionam os novos requisitos nos seus portais na internet, e apenas a Aviação Civil do país publicou um documento, em tailandês.

As autoridades tailandesas têm insistido que as medidas não visam discriminar os viajantes provenientes da China, onde o relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções.

A China levantou no domingo a quarentena obrigatória para viajantes do estrangeiro, pondo fim a três anos de isolamento.

Mais de uma dezena de países, entre os quais Portugal, passaram a exigir aos viajantes oriundos daquele país um teste negativo à covid-19 para entrar nos seus territórios.

A Tailândia recebeu mais de 10 milhões de turistas em 2022, números ainda assim muito inferiores aos registados antes da pandemia da covid-19. Em 2019, o país tinha registado um recorde de 39,8 milhões de visitantes.

9 Jan 2023

Corrupção | Antigo dirigente condenado a pena de morte suspensa por receber subornos

Li Wenxi, antigo vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês na província de Liaoning foi condenado a dois anos de pena de morte suspensa por aceitar subornos, informou sábado a agência de notícias estatal Xinhua.

Li foi também privado de direitos políticos para toda a vida e todos os bens pessoais foram confiscados, de acordo com a decisão de sexta-feira de um tribunal na província de Shandong.

Este tipo de sentença, com penas de morte suspensas, é relativamente comum na China em casos de corrupção e significa que se o condenado não cometer novos crimes e se comportar adequadamente durante o período em que a suspensão está em vigor pode ter a sua sentença comutada para prisão perpétua.

Entre 2006 e 2021, Li terá aceitado ilegalmente dinheiro e presentes no valor de 540 milhões de yuan, quer directamente, quer através de familiares. Li, nascido na província de Liaoning em 1950, estudou na Academia Chinesa de Ciências Sociais antes de se juntar ao Partido Comunista da China (CPC) em 1972.

Em Janeiro de 2021, a Comissão Nacional de Supervisão da China, o principal organismo estatal anticorrupção da China, juntamente com a Comissão Central de Inspeção e Disciplina, o braço anticorrupção do PCC, começou a investigar o antigo funcionário por “graves violações da disciplina e das leis nacionais”.

A investigação durou até Julho e concluiu-se que Li Wenxi, expulso do PCC em Julho de 2021 e de qualquer cargo público, “violou a disciplina política do partido” e tomou medidas que “constituíram uma grave violação do dever”, entre outras acusações.

9 Jan 2023

Alipay | Jack Ma cede controlo da empresa financeira Ant Group

O empresário Jack Ma cedeu o controlo do Ant Group, empresa chinesa de serviços financeiros cuja abertura histórica de capital foi interrompida em 2020 por Pequim e que está num processo de reestruturação, foi sábado anunciado.

O grupo indicou em comunicado um realinhamento da estrutura dos direitos de voto, diluindo o poder do bilionário fundador de Alibaba, para tornar a empresa mais “transparente e diversificada”.

Após a reestruturação, os principais accionistas da Ant irão “exercer independentemente os seus direitos de voto”, não deixando ninguém com controlo directo ou indirecto.

“Nenhum accionista, sozinho ou em conjunto com outro accionista, terá o poder de controlar o resultado das assembleias gerais”, ou “nomear a maioria do conselho de administração” e “portanto… ter controlo sobre a Ant”, pode ler-se na mesma nota.

A empresa, criada como filial da plataforma chinesa de comércio electrónico Alibaba, é a operadora da Alipay, a principal plataforma de pagamentos electrónicos da China. Confrontado com a pressão dos reguladores, o Ant Group está num processo de distanciamnto da Alibaba.

9 Jan 2023

Covid-19 | China levanta quarentena para viajantes internacionais três anos depois

A China levanta hoje a quarentena obrigatória para viajantes do estrangeiro, pondo fim a três anos de isolamento auto-imposto e numa altura em que enfrenta uma onda de covid-19 sem precedentes desde o início da pandemia.

Após cerca de três anos com algumas das restrições mais severas do mundo, que prejudicaram a sua economia e acabaram por desencadear protestos a nível nacional, as autoridades chineses decidiram, no final de dezembro, abolir abruptamente a maior parte das medidas de controlo da pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

O último passo do levantamento das restrições acontece hoje com o fim das quarentenas obrigatórias em hotéis para todas as pessoas que chegavam ao país desde março de 2020. Inicialmente de três semanas, a duração desta quarentena já tinha sido reduzida para uma semana no verão passado, passando depois para cinco dias em novembro.

O anúncio do fim da chamada política “covid zero” e da quarentena obrigatória levou os chineses a fazerem planos para viajar para o estrangeiro, com um aumento exponencial do tráfego nos ‘sites’ de reservas, avançou a agência France-Presse.

Na sequência desta decisão chinesa de abrir as suas fronteiras, mais de uma dezena de países, entre os quais Portugal, passaram a exigir aos viajantes oriundos daquele país um teste negativo à covid-19 para entrar nos seus territórios.

A China está a enfrentar uma onda sem precedentes de infeções pelo SARS-CoV-2, uma situação que se deve agravar com as férias de Ano Novo Chinês no final de janeiro, quando se espera que milhões de pessoas se desloquem das megacidades para o campo para visitar os seus familiares, muitos dos quais idosos e vulneráveis.

8 Jan 2023

Covid-19 | China pede à OMS para adoptar posição imparcial

A China pediu hoje à Organização Mundial da Saúde que adopte uma postura “justa” em relação à covid-19, depois de a organização ter criticado a avaliação de Pequim sobre a epidemia.

O país suspendeu sem aviso prévio no início de dezembro a maioria das suas medidas contra a covid-19, que permitiam que a sua população ficasse amplamente protegida do vírus desde 2020. Desde então, enfrentou o pior surto de casos, com hospitais e crematórios parecem sobrecarregados.

No entanto, as autoridades relatam muito poucas mortes relacionadas com a covid-19, após uma polémica mudança na metodologia de contabilização dos casos.

“Os números atuais divulgados pela China sub-representam o verdadeiro impacto da doença em termos de internamentos hospitalares, internamentos em cuidados intensivos e, principalmente, em termos de mortes”, estimou na quarta-feira Michael Ryan, responsável pela gestão de emergências de saúde da OMS.

“Esperamos que (…) a OMS mantenha uma posição baseada na ciência, objetiva e imparcial e desempenhe um papel ativo na resposta global aos desafios da epidemia”, disse, por seu lado, aos repórteres uma porta-voz da China.

Mao voltou a assegurar que o seu país partilhou “informações e dados relevantes” sobre a epidemia de covid-19 e sublinhou a “estreita cooperação” entre a China e a OMS. A partir de agora, apenas as pessoas que morreram diretamente de insuficiência respiratória ligada à covid-19 são contabilizadas nas estatísticas chinesas.

A China, que tem 1,4 mil milhões de habitantes, registou apenas 23 mortes por covid-19 desde dezembro, apesar da onda de contaminação sem precedentes há três anos no país.

5 Jan 2023

Covid-19 | Alemanha vai exigir testes aos viajantes provenientes da China

A Alemanha anunciou hoje que os viajantes provenientes da China terão de apresentar um teste negativo à covid-19 para entrar no país, como é já exigido por outros países preocupados com o recrudescimento de casos no território chinês.

Num comunicado, o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, indicou que os passageiros terão de apresentar “pelo menos um teste rápido de antígeno”, adiantando que serão realizadas “amostras aleatórias” para detetar possíveis variantes do vírus, seguindo, assim, a recomendação feita na quarta-feira aos Estados-membros pela União Europeia (UE). A medida, segundo o comunicado, entrará em vigor a partir da próxima segunda-feira.

“É uma boa decisão. A Europa encontrou uma resposta comum à situação de pandemia na China. Para os viajantes da China, isso significa que, quando iniciarem a viagem para a Alemanha, precisarão de pelo menos um teste rápido de antígeno e que, ao entrar no país, haverá testes aleatórios para identificar variantes do vírus”, disse Lauterbach.

Além disso, o ministro alemão acrescentou que as águas residuais dos voos provenientes da China serão analisadas de forma complementar. Tal como a Alemanha, também hoje as autoridades suecas anunciaram que vão exigir que os viajantes provenientes da China apresentem um teste negativo à doença covid-19.

A medida, que tem início no sábado e vai estar em vigor durante três semanas, abrange todos os viajantes maiores de 12 anos, independentemente de estarem ou não vacinados, mas não os cidadãos suecos ou com autorização de residência neste país ou noutro da UE.

Com a adoção desta medida, o Governo sueco segue a recomendação da Agência de Saúde Pública, que, há dois dias, manifestou o seu apoio à introdução de uma regra deste tipo, algo que países como a Itália, a Espanha e a Bélgica já fizeram, mas que nenhum país nórdico tinha anunciado até agora. Entretanto, a Áustria juntou-se aos países que exigem a quem vem da China um teste negativo de covid-19 para entrar.

“A Áustria introduzirá a obrigação de teste antes da partida para os viajantes que chegam da China. Os detalhes estão a ser preparados”, disse uma fonte do Ministério da Saúde à agência de notícias austríaca APA.

O grupo de Resposta Integrada à Crise Política (IPCR) decidiu, numa reunião realizada na quarta-feira e na qual participaram instituições comunitárias e outros especialistas, além dos Estados-membros da UE, recomendar a apresentação de um teste negativo à covid-19 pelos viajantes provenientes da China.

As autoridades comunitárias também aconselham todos os passageiros de voos de e para a China a usar máscara facial de proteção e recomendou aos Estados-membros que testem aleatoriamente os passageiros à chegada.

A China está a enfrentar uma onda de contaminações sem precedentes desde o abandono abrupto, no início do mês, da chamada política de “covid zero”. No entanto, o país anunciou o fim das quarentenas obrigatórias à chegada ao território a partir de 08 de janeiro e a retoma gradual das viagens de chineses ao estrangeiro, o que preocupa vários países.

Especialistas locais estimam que, ao longo do último mês, cerca de 600 milhões de pessoas terão sido infetadas com covid-19 na China, o que equivale a 40% da população do país asiático, o mais populoso do mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está a avaliar o risco de uma nova variante do coronavírus que provoca a doença da covid-19, a subvariante XBB.1.5, que está a propagar-se rapidamente em vários países e pode ser mais transmissível.

A subvariante da estirpe Ómicron do SARS-CoV-2 resulta de uma recombinação de duas sublinhagens BA.2 e já foi detetada em 29 países, incluindo Estados Unidos, onde já representa cerca de 40% dos casos de covid-19.

Segundo o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos, esta subvariante “pode ser mais transmissível”, embora se desconheça ainda se terá efeitos “mais graves”.

5 Jan 2023

China e Filipinas comprometem-se a gerir disputas através de “consultas amigáveis”

O Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo filipino, Ferdinand Marcos Jr, concordaram hoje em reforçar os laços económicos e lidar com as disputas territoriais no Mar do Sul da China por meio de “consultas amigáveis”.

Segundo um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, emitido após um encontro entre os dois chefes de Estado, em Pequim, os dois líderes concordaram em “continuar a lidar adequadamente com as questões marítimas por meio de consultas amigáveis”.

Xi e Marcos supervisionaram a assinatura de uma série de acordos, incluindo uma linha direta entre os ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países, para evitar erros de cálculo no Mar do Sul da China.

Pequim reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar das reivindicações do Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei. Nos últimos anos, a China construiu várias ilhas artificiais, capazes de receber instalações militares em recifes disputados pelos países vizinhos.

De acordo com o gabinete de Marcos, Xi prometeu prestar a assistência às Filipinas em áreas como a agricultura, energia e infraestruturas. Marcos disse que as Filipinas e a China devem reforçar a sua parceria para tornar ambos os países “estáveis e fortes” e manter a região como uma força motriz da economia mundial.

A primeira visita de Estado de Marcos fora do sudeste asiático é visto como essencial para perceber se Manila consegue encontrar um ponto de equilíbrio entre os laços económicos com Pequim e a sua tradicional aliança com os Estados Unidos no âmbito da segurança.

Enquanto o seu antecessor Rodrigo Duterte reforçou os laços com a China, em detrimento da relação com os EUA, Marcos prometeu priorizar a proteção da soberania filipina. E promoveu já a cooperação militar com os EUA através da realização de exercícios conjuntos maiores e sugeriu a abertura de novas bases conjuntas no país.

O líder filipino mantém, no entanto, interesse no investimento chinês, particularmente no setor agrícola do país, que considera prioritário. A China é o maior parceiro comercial das Filipinas. Nos primeiros nove meses do ano, as trocas ascenderam a 29,1 mil milhões de dólares.

5 Jan 2023

Atum vendido por 256 mil euros no primeiro leilão do ano em Tóquio

Um atum rabilho foi hoje vendido por 36 milhões de ienes (cerca de 256 mil euros) no tradicional primeiro leilão do ano do mercado de peixe de Toyosu, em Tóquio.

O preço dos 212 quilogramas de peixe foi mais do dobro do montante alcançado no ano passado por um atum rabilho (cerca de 17 milhões de ienes, ou 121 mil euros) e é o sexto mais alto alguma vez pago no principal mercado grossista de Tóquio, desde o início da recolha de dados em 1999.

A empresa grossista Yamayuki, sediada em Tóquio, e o grupo Ginza Onodera, proprietário de uma cadeia de restaurantes de sushi com uma estrela Michelin e com estabelecimentos na capital japonesa e filiais na China e nos Estados Unidos, fizeram a maior oferta conjunta para o atum.

O peixe foi capturado em águas próximas de Oma, na costa de Aomori, no norte do Japão, onde especialistas dizem ser capturados os melhores peixes para sushi em todo o mundo.

“Queria gerar uma mensagem positiva agora que a pandemia [da covid-19] está a enfraquecer. O preço é ideal para o primeiro leilão do ano”, disse o presidente da Yamayuki, Yukitaka Yamaguchi, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo.

O recorde de venda de atum no primeiro leilão do ano continua a ser o registado em 2019, em que um atum rabilho alcançou mais de 333 milhões de ienes (cerca de 2,3 milhões de euros). Na altura, este foi o primeiro leilão a ser realizado em Toyosu, depois de o mercado de peixe ter sido transferido, em 2018, do famoso Tsukiji, no centro de Tóquio, no final de um processo controverso que durou 17 anos.

Ao longo dos últimos 15 anos, o primeiro leilão do ano tem vindo a alcançar preços astronómicos para as melhores peças porque muitos consideram esta uma oportunidade de gerar uma enorme atenção mediática na obtenção de um produto considerado “hatsumono”, ou o primeiro da época, muito valorizado pelo consumidor japonês.

5 Jan 2023

Covid-19 | China diz que não existem vestígios da variante delta no país

O diretor do Centro de Controlo de Doenças da China, Xu Wenbo, assegurou hoje que dados epidemiológicos em tempo real não mostram vestígios da variante Delta da covid-19 no país asiático. Citado pela televisão estatal CCTV, Xu disse que as linhagens BA.5.2 e BF.7 da variante Ómicron são dominantes na China e respondem por mais de 80% dos casos no país asiático.

“Desde o início de dezembro que circulam na China nove linhagens da variante Ómicron, que representam a grande maioria dos novos casos”, disse o especialista.

Xu Wenbo recusou também que exista uma linhagem que tenha surgido da combinação entre as variantes Delta e Ómicron. No entanto, observou que um total de 31 linhagens da Ómicron estão atualmente a circular na China, incluindo as variantes BQ.1 e XBB.

Estes números estão em linha com os dados apresentados, na quarta-feira, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que finalmente conseguiu divulgar informações sobre os casos de covid-19 no país asiático, depois de ter recebido informação relevante por parte das autoridades chinesas.

“Nenhuma nova variante ou mutação significativa foi identificada nos dados de sequenciamento disponíveis ao público”, disse a OMS, em comunicado, após uma reunião sobre a evolução do coronavírus entre o seu grupo de especialistas e representantes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China (CDC).

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China Mao Ning garantiu na quarta-feira que “partilhou dados e informações” sobre os casos de covid-19 registados no país asiático “de forma responsável”, e voltou a pedir à comunidade internacional que evite “politizar a pandemia”.

No início do mês passado, a China aboliu a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou no país ao longo de quase três anos, resultando numa rápida propagação do vírus, face à ausência de imunidade natural na população.

À medida que a China abdicou da realização de testes em massa, os dados oficiais passaram a estar desfasados da realidade no terreno. As imagens de crematórios e serviços de urgências a abarrotar sugerem, no entanto, que o país atravessa uma grave crise de saúde pública.

Especialistas chineses estimaram que a China tem atualmente cerca de cinco milhões de pacientes em estado grave. A empresa britânica Airfinity, que analisa dados do setor da saúde, apontou que a China está atualmente a sofrer cerca de 9.000 mortes por dia causadas pela doença.

O país asiático anunciou no final de dezembro que vai reabrir as suas fronteiras a 08 de janeiro, pela primeira vez desde março de 2020. Vários países decidiram nos últimos dias exigir que os viajantes oriundos da China passem a apresentar um teste negativo para a covid-19 antes de rumarem aos seus territórios.

Pequim descreveu as restrições que vários países impuseram aos viajantes provenientes da China como “desproporcionais”.

5 Jan 2023

Covid-19 | Epidemiologistas estimam que 40% da população chinesa foi infectada no último mês

Especialistas locais estimam que um total de 600 milhões de pessoas terá sido infectada com covid-19 na China, ao longo do último mês, depois de o país ter posto fim à política de ‘zero casos’. Aquele número equivale a 40% da população do país asiático, que é o mais populoso do mundo.

Citado pela imprensa local, o epidemiologista Zeng Guang, membro do Painel de Especialistas de Alto Nível da Comissão Nacional de Saúde do país asiático, considerou aquela estimativa “razoável”, já que a maioria das cidades chinesas relatou que pelo menos 50% da sua população testou positivo para o vírus ao longo das últimas semanas.

Zeng admitiu que a velocidade de transmissão do vírus na China foi mais rápida do que o esperado, com 80% da população de Pequim a ter sido infectada no espaço de um mês. Em Xangai, a “capital” económica da China, aquele valor ascende a cerca de 70%, afirmou.

As duas principais cidades da China têm mais de 20 milhões de habitantes. O responsável acrescentou que mais de 600 milhões de pessoas no país terão sido infectadas até 29 de dezembro.

No início do mês passado, a China aboliu a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou no país ao longo de quase três anos, resultando numa rápida propagação do vírus, face à ausência de imunidade natural na população.

À medida que a China parou de fazer qualquer rastreamento significativo do desenvolvimento dos surtos no país, os dados oficiais passaram a estar desfasados da realidade no terreno. As imagens de crematórios e serviços de urgências a abarrotar sugerem, no entanto, que o país atravessa uma grave crise de saúde pública.

Os especialistas chineses estimaram que a China tem atualmente cerca de cinco milhões de pacientes em estado grave. A empresa britânica Airfinity, que analisa dados do setor da saúde, apontou que a China está atualmente a sofrer cerca de 9.000 mortes por dia causadas pela doença.

Cao Yunlong, bioquímico e professor assistente na Universidade de Pequim, disse que a letalidade das diferentes linhagens da variante Ómicron foi subestimada na China. E observou que, apesar de a linhagem BA.1 da Ómicron ser mais ligeira do que a variante Delta, a versão BA.5, que é a mais prolífica na China, recuperou o nível de patogenicidade.

Liang Wannian, epidemiologista chinês e ex-líder da equipa da Comissão Nacional de Saúde responsável pelo combate contra o coronavírus, considerou que é muito difícil calcular a taxa de mortalidade dos surtos atuais, que continuam a alastrar-se rapidamente. Liang disse que só no fim vai ser possível obter um número mais preciso.

Um documento interno do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças estimou que cerca de 248 milhões de pessoas foram infectadas pelo coronavírus entre 01 e 20 de dezembro.

Zhang Wenhong, chefe da Divisão de Doenças Infecciosas do Hospital Huashan de Xangai, disse que cerca de 80% dos 1,4 mil milhões de habitantes da China vão ficar infectados até 22 de janeiro, o primeiro dia do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas.

5 Jan 2023

Pequim diz que partilhou dados sobre surtos de forma responsável

A China garantiu ontem ter “partilhado de forma responsável” dados e informações sobre os casos de covid-19 registados no país, e voltou a pedir à comunidade internacional que evite “politizar a pandemia”.

“A China tem partilhado informações e dados sobre a covid-19 com responsabilidade. A comunidade internacional deve evitar politizar a pandemia”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Mao Ning, em conferência de imprensa.

Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde da China, disse também na terça-feira que, “desde o início da pandemia, há três anos, a China manteve sempre uma atitude aberta e transparente e intercâmbios pragmáticos”, e que “cooperou com a OMS [Organização Mundial da Saúde] e os países e regiões de todo o mundo”.

“A China realizou duas reuniões de intercâmbio técnico com a OMS, onde houve discussões aprofundadas sobre a situação da pandemia, tratamento médico, vacinação e outras questões. A China está disposta a manter a solidariedade e a cooperação com a comunidade internacional, incluindo a OMS, para ajudar o mundo a pôr fim à pandemia o mais rápido possível”, acrescentou, citado pela imprensa local.

A rápida disseminação do vírus na China, após o levantamento da política ‘zero covid’, lançou dúvidas sobre a confiabilidade dos dados oficiais de infecções e mortes, que estão claramente desfasados da realidade no terreno.

Restrições externas

A China anunciou no final de Dezembro que vai reabrir as suas fronteiras a 8 de Janeiro, pela primeira vez desde Março de 2020, o que fez com que vários países decidissem nos últimos dias exigir que os viajantes oriundos do país asiático apresentem um teste negativo para a covid-19 antes de embarcarem.

Pequim descreveu na terça-feira como “desproporcionais” as restrições que vários países impuseram aos viajantes oriundos da China.

Os especialistas chineses ontem citados pela imprensa local qualificaram também como “desperdício de tempo e recursos” as medidas de prevenção que poderão ser impostas pelo Mecanismo Integrado de Resposta Política a Situações de Crise, da União Europeia, devido ao aumento de casos na China.

“Exigir testes para todos os viajantes é desnecessário. Muitos países estão totalmente vacinados para evitar surtos em grande escala. O mais importante e eficaz agora seria analisar as sequências do vírus”, disse o académico Chen Xi, da Universidade de Yale, citado pelo Global Times.

Outros especialistas, citados pelo jornal, garantiram que “o mais importante é que os departamentos de controlo de doenças de todo o mundo continuem a monitorar novas variantes e a manter o público informado”.

Segundo o Global Times, a variante Ómicron que agora se alastra pelo país asiático “já foi encontrada em outros lugares” e “uma nova variante pode surgir em qualquer lugar do planeta, o que significa que as restrições de entrada destinadas à China são completamente desnecessárias”.

5 Jan 2023

Fundador da Evergrande promete pagar dívidas após adiar plano de reestruturação

O fundador da Evergrande, Xu Jiayin, voltou hoje a prometer que a construtora chinesa vai pagar as suas dívidas, segundo a imprensa local, depois de ter falhado o prazo para apresentar um plano de reestruturação.

“O ano de 2023 é crucial para que a Evergrande cumpra com as suas obrigações como empresa (…). Creio que podemos cumprir com a nossa missão de entregar [imóveis], pagar dívidas, eliminar os riscos e iniciar um novo capítulo”, indicou Xu, numa carta enviada aos funcionários da empresa e que foi citada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

O executivo indicou que, em 2022, o grupo completou 732 projetos e entregou 301.000 imóveis, cumprindo os seus objetivos para o ano. Entre janeiro e novembro, as vendas da Evergrande ascenderam a 29.120 milhões de yuans, muito aquém dos 735.000 milhões de yuans que alcançou em 2020.

A Evergrande, que em 2021 somava um passivo de 300.000 milhões de dólares americanos e entrou em incumprimento no pagamento de títulos de dívida, garantiu, em dezembro passado, que as “diferenças” com as partes implicadas na elaboração do seu plano de reestruturação “estavam a reduzir-se”.

A empresa está imersa numa campanha para se desfazer de ativos, visando arrecadar dinheiro, enquanto as suas ações, negociadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, continuam congeladas desde março do ano passado, tendo perdido quase 90% do valor desde o início de 2021.

Um dos credores, que tem pendente o pagamento de 110 milhões de dólares, apresentou, em junho de 2022, um pedido de liquidação contra a Evergrande na Justiça de Hong Kong.

A posição financeira de muitas imobiliárias chinesas deteriorou-se depois de, em agosto de 2020, Pequim ter imposto restrições no acesso ao crédito bancário às construtoras do país que, como a Evergrande, acumularam altos níveis de dívida, após vários anos de políticas agressivas de alavancagem.

Nas últimas semanas, o Governo chinês anunciou diversas medidas de apoio, com os bancos estatais a criarem linhas de crédito de milhares de milhões de dólares para várias construtoras.

4 Jan 2023

Covid-19 | Hospitais de Xangai sobrecarregados face a fluxo de pacientes

Os hospitais de Xangai, a capital económica da China, estão sobrecarregados com pacientes idosos infectados com covid-19 nos departamentos de emergência, imersos no ruído de tosse, gemidos e respiração ofegante.

Três anos após os primeiros casos do novo coronavírus terem sido diagnosticados na cidade chinesa de Wuhan, a China enfrenta uma vaga de casos, depois de ter subitamente abolido, no mês passado, a política de ‘zero casos’.

Essas restrições, que permitiram que a maioria dos chineses não fosse exposta ao vírus desde 2020, causaram crescente frustração entre a população e abalaram a actividade económica.

Em Xangai, uma das cidades mais ricas da China, a situação é particularmente crítica. No espaço de um mês, cerca de 70 por cento da população, ou cerca de 18 milhões de pessoas, contraiu o vírus, segundo a imprensa estatal.

Em dois hospitais da cidade, a agência France Presse viu ontem centenas de pacientes, a maioria idosos, deitados em macas, dispostas nos corredores de serviços de emergência saturados. Muitos estão a receber infusões de soro fisiológico ou ligados a cilindros de oxigénio ou com monitores cardíacos.

A maioria está enrolada em cobertores e vestida com casacos grossos ou gorros. Alguns pacientes parecem não ter vida. Outros são atendidos fora do prédio, na calçada, devido à falta de espaço no interior das instalações.

No Hospital Huashan, perto do local onde eclodiram em novembro os protestos contra a política de ‘zero casos’ de covid-19, uma mulher curva-se sobre um paciente de cerca de 80 anos que recebe infusões de soro.

Perto dali, um jovem permanece ao lado da cama de outro paciente idoso e, de alguma forma, protege-o das idas e vindas da multidão que perambula pelo local.

Numa sala de espera no Hospital Tongren, no oeste de Xangai, uma enfermeira coloca entre os lábios secos de um paciente um tubo ligado a uma garrafa de oxigénio. Um médico protegido por uma viseira cuida de uma idosa, que treme sob um cobertor grosso.

Perante o fluxo de doentes, os médicos infectados com covid-19 continuam a trabalhar incansavelmente com os seus doentes, segundo testemunhos recolhidos pela AFP em hospitais de todo o país. Xangai não é exceção. De forma intermitente, a equipa de enfermagem solta uma tosse seca.

Pela própria admissão das autoridades, a extensão da epidemia é hoje impossível de determinar, os testes de despistagem já não são obrigatórios e os dados são fragmentados.

Em pouco tempo, o sistema de saúde ficou sobrecarregado, os medicamentos contra a febre esgotaram nas farmácias, enquanto os crematórios ficaram sobrecarregados com o fluxo de corpos.

A Comissão Nacional de Saúde da China deixou de publicar os números diários de casos e óbitos. Isso agora cabe ao Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), que, a partir da próxima semana, fará a atualização apenas uma vez por mês.

As autoridades também reviram os critérios para atribuir mortes à covid-19. Desde o início de dezembro, apenas 15 mortes foram registadas no país, que tem 1,4 mil milhões de habitantes, mas estes números parecem totalmente desfasadas da realidade observada no terreno.

4 Jan 2023

Covid-19 | UE inclinada a pedir testes a viajantes procedentes da China

A maioria dos Estados-membros da União Europeia é favorável a que sejam pedidos testes de covid-19 a todos os viajantes procedentes da China, mesmo antes de saírem do país, como resposta ao pico de infeções que se tem registado.

Os países do bloco comunitário inclinam-se também para recomendar aos viajantes medidas de higiene pessoal, incluindo o uso de máscara nos voos com partida da China, o controlo de águas residuais dos aviões para monitorizar o eventual surgimento de novas variantes à chegada aos seus aeroportos e melhorar a sequenciação do coronavírus SARS-CoV-2, que originou a pandemia de covid-19, entre outras medidas.

Estas são as ideias com que “concordaram” os especialistas dos Estados-membros na sua reunião de ontem, como resumiu na rede social Twitter a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, após o encontro.

Suécia prepara medidas de restrição

Entretanto, o Governo da Suécia anunciou ontem que está a preparar medidas de restrição para entrada de viajantes provenientes da China, que deverão ser definidas num curto prazo.

“O Governo instruiu a Agência de Saúde Pública da Suécia a analisar a situação na China e as consequências para a Suécia e propor medidas, incluindo possíveis restrições de entrada. Estamos preparados para diferentes cenários”, disse o ministro da Saúde Pública e Assuntos Sociais sueco, Jakob Forssmed, citado num comunicado conjunto dos Ministérios da Saúde e da Justiça suecos.

A Suécia, adianta a nota, admite “introduzir certas restrições que exigem um teste negativo de covid-19″ e os viajantes da China “precisam de estar preparados para decisões tomadas a curto prazo” pelas autoridades suecas.

“Estamos em diálogo com nossos colegas europeus para garantir que as regras sejam o mais uniformes possível em toda a União Europeia (UE)”, afirmou o ministro da Justiça sueco, Gunnar Strömmer, citado na nota. De acordo com o comunicado, o levantamento das restrições de saída da China, combinado com o aumento e disseminação generalizada da covid-19 no país, levantou a questão da introdução de restrições de entrada, inclusive na Europa.

O documento sublinhou ainda que, na qualidade de Presidente do Conselho da União Europeia, a Suécia também convocou uma reunião do Mecanismo de Resposta Política a Situações de Crise (IPCR) do Conselho, na quarta-feira, para discutir a questão das restrições de entrada tendo em vista um acordo comum entre os países do bloco europeu.

4 Jan 2023

Covid-19 | Autoridades de saúde da China pedem que zonas rurais se preparem nas vésperas de feriado

As zonas rurais da China devem garantir o “abastecimento de medicamentos” nas vésperas do Ano Novo Lunar, quando se prevê um aumento de casos de covid-19, apontou hoje a Comissão Nacional de Saúde do país asiático.

“Os abastecimentos devem sobretudo cobrir o período de elevado número de deslocações”, explicou o diretor do Departamento de Assuntos Médicos da Comissão Nacional de Saúde, Jiao Yahui, em entrevista à televisão estatal CCTV.

O número de casos de covid-19 aumentou rapidamente na China, após o país abolir a política de ‘zero casos’. A vaga de casos no inverno deve ser exacerbada pelo feriado do Ano Novo Lunar, que se celebra na última semana de janeiro. A principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, regista, tradicionalmente, a maior migração interna do planeta, com centenas de milhões de chineses a regressarem à terra natal.

Jiao pediu que as áreas rurais se preparem para que “pessoas gravemente doentes possam ser pelo menos transferidas para um hospital municipal”.

A onda de infeções pelo novo coronavírus já terá atingido o pico nas grandes cidades do país, incluindo em Pequim, Xangai, Cantão ou Chongqing, mas ainda não atingiu as áreas rurais, de acordo com um estudo recente liderado por especialistas do Centro de Saúde Pública de Xangai.

O Conselho de Estado (Executivo) já pediu, em meados do mês passado, aos governos locais, que dêem prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais “para proteger a população”, apontando a “relativa escassez de recursos de saúde”.

No início de dezembro, as autoridades chinesas puseram fim a quase três anos da política de ‘zero casos’ de covid-19, que incluía testes em massa, quarentena em instalações designadas para casos positivos e contactos diretos, a utilização de aplicações de rastreamento de contactos e o encerramento das fronteiras do país.

O relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções na China, que provocou grande pressão hospitalar em diversas cidades.

Algumas vozes no país criticaram a falta de preparação das autoridades, antes de porem fim à política ‘zero covid’, que causou escassez de medicamentos para febre e problemas de acesso a cuidados médicos.

Jiao garantiu que a Comissão Nacional de Saúde “fez os preparativos” desde “o início de dezembro de 2022”, e que exigiu que os hospitais aumentassem as camas nos cuidados intensivos.

A rápida disseminação do vírus no país lançou dúvidas sobre a fiabilidade dos números oficiais, que relataram apenas algumas mortes recentes pela doença, apesar de localidades e províncias estimarem que uma proporção significativa das suas populações foi infectada.

A Organização Mundial de Saúde disse recentemente estar “muito preocupada” com a evolução da covid-19 na China e exigiu “mais informação”. Pequim respondeu que tem partilhado os seus dados “de forma aberta, atempada e transparente” desde o início da pandemia.

A empresa britânica Airfinity, que analisa dados do setor da saúde, estimou que a China está atualmente a sofrer cerca de 9.000 mortes por dia causadas pelo novo coronavírus.

A partir de 08 de janeiro, a covid-19 vai deixar de ser uma doença de categoria A na China, o nível de perigo máximo, para passar a ser uma doença de categoria B, que contempla menos controlo, marcando assim na prática o fim da política de ‘zero covid’, desmantelada pelas autoridades após a ocorrência de protestos em várias cidades do país.

3 Jan 2023

Presidente das Filipinas parte para visita de Estado à China de três dias

O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., partiu hoje para a China, onde vai realizar uma visita de Estado de três dias, estando previsto um encontro com o líder chinês, Xi Jinping, visando reforçar os laços bilaterais.

“Com esta partida para Pequim, abro um novo capítulo na nossa cooperação abrangente e estratégica com a China”, disse Marcos Jr., num encontro com autoridades e diplomatas dos dois países numa base aérea de Manila que antecedeu a sua partida.

“Aguardo ansiosamente a minha reunião com o Presidente Xi enquanto trabalhamos para mudar a trajetória das nossas relações para um nível mais alto que, com sorte, vai trazer várias perspectivas e oportunidades abundantes de paz e desenvolvimento para os povos dos nossos dois países”, acrescentou.

Aludindo à disputa territorial que Pequim e Manila mantêm em torno da soberania do Mar do Sul da China, o líder filipino disse estar ansioso para discutir questões políticas e de segurança bilaterais e regionais.

“As questões entre os nossos dois países são problemas que não pertencem a dois amigos como as Filipinas e a China”, acrescentou. “Procuraremos resolver essas questões para benefício mútuo dos nossos dois países”, frisou.

A China considera praticamente todo o Mar do Sul da China como território seu e ignorou uma decisão de 2016 de um tribunal de Haia que invalidou as reivindicações de Pequim.

O caso foi apresentado pelas Filipinas, que dizem que a China desde então transformou recifes disputados em ilhas artificiais com pistas para aviões e outras infraestruturas, de modo que agora se assemelham a bases militares avançadas.

Mais recentemente, um comandante militar filipino relatou que a guarda costeira chinesa apreendeu à força destroços de foguetes chineses que o pessoal da marinha filipina havia recuperado no Mar do Sul da China, no mês passado.

A China negou a apreensão forçada. Marcos disse que vai pedir mais esclarecimentos na sua visita a Pequim.

Acompanhado por uma delegação de empresários, o líder filipino disse que procura cooperação em várias áreas, incluindo agricultura, energia, infraestrutura, comércio e investimentos e intercâmbio entre pessoas. Espera assinar mais de 10 acordos bilaterais importantes durante a visita.

A China responde por 20% do comércio exterior das Filipinas e é também uma importante fonte de investimento estrangeiro direto no país do sudeste asiático.

3 Jan 2023

Novo MNE chinês quer melhorar relações com EUA

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, até agora embaixador daquele país em Washington, Qin Gang, disse ao secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que espera “promover uma melhoria das relações” entre os dois Estados, foi hoje divulgado.

Numa conversa telefónica realizada no domingo, Qin Gang despediu-se de Blinken enquanto embaixador da China e relembrou os vários encontros que manteve com o chefe da diplomacia dos Estados Unidos da América (EUA) durante a sua estada em Washington, que descreveu como “sinceros, profundos e construtivos”, referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês numa nota publicada no seu portal na Internet.

Na mesma nota informativa, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) chinês expressou o desejo de “manter uma relação próxima” com Blinken no seu futuro cargo.

Qin, de 56 anos, foi nomeado, no sábado passado, ministro dos Negócios Estrangeiros pelo Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, órgão equivalente ao parlamento.

Durante o 20.º Congresso do Partido Comunista da China (PCC, o órgão executivo da governação), realizado em outubro passado, Qin passou a fazer parte do Comité Central, o grupo de cerca de 200 membros (mais cerca de 170 suplentes) que lidera o partido.

Qin assumiu o cargo de embaixador em Washington em 2021, num período em que as relações entre a China e os Estados Unidos se deterioravam depois de o então Presidente norte-americano Donald Trump ter iniciado, em 2018, uma guerra comercial com o país asiático, posteriormente alargada a áreas como a tecnologia e a diplomacia.

O novo ministro, que vai substituir Wang Yi no cargo, foi, no passado, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e chegou a distanciar-se da linha oficial de Pequim, quando, por exemplo, afastou receios de uma potencial guerra com Taiwan ou quando admitiu que o Governo chinês poderia ter feito mais para impedir que a Rússia invadisse a Ucrânia.

2 Jan 2023

Covid-19 | Presidente da China afirma que “luz da esperança está à frente”

O Presidente da China disse, no sábado, que “a luz da esperança está à frente”, quando o país regista um aumento de casos de covid-19, na sequência do fim das restrições sanitárias. Três anos depois de o aparecimento dos primeiros casos do coronavírus SARS-Cov-2, no final de dezembro, em Wuhan (centro), a China pôs fim à política “zero covid”, sem aviso prévio, a 07 de dezembro.

Desde que as restrições foram levantadas, os hospitais chineses estão inundados de doentes, na maioria idosos, os crematórios estão a transbordar e muitas farmácias estão a ficar sem medicamentos para a febre.

“A prevenção e o controlo da epidemia entraram numa nova fase. Ainda estamos num momento difícil”, mas “a luz da esperança está à frente”, disse Xi Jinping, na mensagem de Ano Novo transmitida pela televisão estatal chinesa.

Este é o segundo comentário sobre a epidemia, proferido esta semana, pelo líder chinês, que na segunda-feira tinha pedido medidas para “proteger efetivamente a vida do povo”.

O país relatou no sábado mais de sete mil novos casos e um óbito relacionado com a covid-19, numa população de 1,4 mil milhões de habitantes. Estes números são largamente subavaliados e parecem estar totalmente desfasados da realidade no terreno, de acordo com a agência de notícias France-Presse.

Apesar desta situação, as autoridades vão pôr fim, a partir do próximo domingo, às quarentenas obrigatórias à chegada à China e autorizar o povo chinês a viajar para o estrangeiro.

Como medida de precaução, vários países europeus, incluindo França e Itália, bem como os Estados Unidos e o Japão, anunciaram que vão exigir testes negativos aos passageiros oriundos da China. O Canadá e Marrocos seguiram este exemplo.

A partir de quinta-feira, Otava vai requerer um teste negativo para todos os viajantes que chegam da China. A medida é “uma resposta ao surto de covid-19 na República Popular da China e devido aos limitados dados epidemiológicos e de sequenciação do genoma disponíveis sobre estes casos”, anunciou o governo canadiano em comunicado.

Marrocos prefere proibir a entrada direta no território “a todos os viajantes, independentemente da nacionalidade” da China. A proibição entra em vigor a partir de terça-feira, “até novo aviso”, de acordo com uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino.

Por seu lado, os Estados-membros da União Europeia vão debater uma resposta comum na quarta-feira, anunciou no sábado a Suécia, que detém a presidência semestral da UE a partir de hoje.

“É importante que ponhamos rapidamente em prática medidas”, disse, numa declaração, o governo sueco.

As medidas de precaução tomadas por vários Estados “são compreensíveis” dada a falta de informação fornecida por Pequim, disse o chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus.

Esta não é a opinião do ramo europeu do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI), organização que representa mais de 500 aeroportos em 55 países europeus.

“Estas ações unilaterais contradizem toda a experiência e provas obtidas ao longo dos últimos três anos (…) Impor mais restrições aos viajantes deste país não é cientificamente justificado nem baseado no risco”, de acordo com um comunicado do ACI.

Pequim mantém que as suas estatísticas sobre a covid-19 têm sido, desde o início da pandemia, sempre transparentes.

A OMS anunciou, na sexta-feira à noite, que se tinha reunido com funcionários chineses para discutir o surto. “A OMS reiterou o apelo para a partilha regular de dados específicos e em tempo real sobre a situação epidemiológica, incluindo mais dados sobre a sequenciação genética e sobre o impacto da doença, incluindo hospitalizações, internamentos em unidades de cuidados intensivos e mortes”, indicou, em comunicado.

Também solicitou dados sobre vacinas e estado de imunização, especialmente entre as pessoas vulneráveis e com mais de 60 anos, acrescentou.

A política chinesa “zero covid” permitiu uma ampla proteção da população desde 2020, graças a testes de despistagem generalizados, monitorização rigorosa dos movimentos e confinamento e quarentena obrigatórios com a deteção de casos.

Estas medidas, que isolaram largamente a China do resto do mundo, infligiram um duro golpe à segunda maior economia do mundo. Nos últimos meses, levaram a uma crescente frustração pública e a protestos antigovernamentais invulgares.

2 Jan 2023

Imperador do Japão apresenta votos de Ano Novo pela primeira vez em público desde 2020

O imperador do Japão, Naruhito, apresentou hoje publicamente os votos para o Ano Novo, o que acontece pela primeira vez desde 2020, agora que o país e a família imperial regressam gradualmente à vida normal.

“Estou verdadeiramente feliz por poder celebrar o ano novo convosco após três anos”, disse Naruhito, no regresso à tradição anual. “Desejo felicidade às pessoas do nosso país e do mundo inteiro”, acrescentou.

Naruhito apareceu acompanhado pela imperatriz, Masako, a filha, Aiko, e os pais, o antigo imperador, Akihito, e a anterior imperatriz, Michiko. Apenas cerca de 1.500 pessoas foram autorizados a entrar, à vez, no grande palácio na capital japonesa, de forma a evitar a propagação do novo coronavírus.

Em 2020, antes da pandemia começar a atingir o Japão, cerca de 70 mil pessoas assistiram ao discurso de Ano Novo do imperador. Por razões de saúde, o evento foi cancelado em 2021 e 2022. O casal imperial voltou a aparecer em público gradualmente durante 2022.

2 Jan 2023

Covid-19 | Especialistas alertam para risco de novas variantes com aumento de casos na China

Especialistas em saúde alertaram que o aumento de casos de covid-19 na China, à medida que o país abandona as restrições, poderá ser um terreno fértil para o aparecimento de novas variantes.

Pequim anunciou, na quarta-feira, o fim das quarentenas obrigatórias à chegada ao país, a partir de 08 de janeiro, no último vestígio da política “zero covid”, que, durante quase três anos, manteve a China fechada ao mundo desde que a pandemia começou.

Embora o governo chinês tenha deixado de publicar o número de casos diários, funcionários em várias cidades estimaram que centenas de milhares de pessoas foram infetadas, ao mesmo tempo que hospitais e crematórios estão sobrecarregados em todo o país.

Com o vírus agora livre para circular entre quase um quinto da população mundial, muitos países e especialistas temem que a China se esteja a tornar um terreno fértil para novas variantes.

Cada nova infeção aumenta as hipóteses do vírus sofrer uma mutação, disse Antoine Flahault, director do Instituto de Saúde Global da Universidade de Genebra.

“O facto de 1,4 mil milhões de pessoas serem subitamente expostas ao SARS-CoV-2 cria obviamente condições favoráveis ao aparecimento de variantes”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP).

Bruno Lina, professor de virologia na Universidade Francesa de Lyon, disse ao jornal La Croix que “dada a intensa circulação do vírus, e portanto o aumento do risco de mutações, um potencial conjunto de vírus poderá emergir da China.

Soumya Swaminathan, que até novembro foi cientista chefe na Organização Mundial de Saúde (OMS), também disse que uma grande parte da população chinesa está vulnerável, em parte porque muitos idosos não tinham sido vacinadas. “Precisamos de estar atentos a quaisquer variantes emergentes de preocupação”, disse, ao jornal Indian Express.

Em resposta ao aumento de surto de casos, Japão, Índia e Estados Unidos vão exigir testes PCR a todos os passageiros provenientes da China, medida que Antoine Flahault afirmou poder ser uma forma de contornar qualquer atraso na informação proveniente de Pequim.

“Se conseguirmos amostrar e sequenciar todos os vírus identificados em todos os viajantes da China, saberemos quase imediatamente se novas variantes emergem e se espalham” no país, disse Flahault.

Xu Wenbo, chefe do instituto de controlo de vírus no Centro de Controlo e Prevenção de Doenças chinês, afirmou que os hospitais de todo o país vão recolher amostras de doentes e introduzir a informação sequencial numa nova base de dados geral, permitindo às autoridades monitorizar novas estirpes em tempo real.

Mais de 130 novas subvariantes da ómicron foram detetadas na China nos últimos três meses, disse Xu, na semana passada. Estas incluem XXB e BQ.1, mas BA.5.2 e BF.7 continuam a ser as principais estirpes da ómicron detetadas na China, indicou o responsável chinês.

Uma “sopa” de mais de 500 novas subvariantes da ómicron foi identificada nos últimos meses, sublinhou Antoine Flahault.

“Todas as variantes, quando são mais transmissíveis do que as variantes anteriormente dominantes – tais como BQ.1, B2.75.2, XBB, CH.1 ou BF.7 – representam definitivamente ameaças, porque podem causar novos surtos”, disse o epidemiologista.

“Hoje, nenhuma destas variantes parece apresentar novos riscos específicos de sintomas mais graves, mas isso pode vir a acontecer num futuro próximo”, acrescentou.

29 Dez 2022

Covid-19 | Estados Unidos passam a exigir teste para quem chega da China

Os Estados Unidos vão exigir um teste à covid-19 para os viajantes oriundos da China, devido à explosão do número de casos neste país e à falta de informação comunicada por Pequim, divulgaram hoje as autoridades de saúde norte-americanas.

A medida entra em vigor em 05 de janeiro, sendo que “todos os passageiros aéreos com 02 ou mais anos oriundos da China serão obrigados a fazer um teste no máximo dois dias antes da partida”, independentemente da sua nacionalidade ou da sua situação de vacinação, revelou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) em comunicado.

O CDC especificou que esta medida será também aplicada aos passageiros provenientes de Hong Kong e Macau.

Os Estados Unidos estão particularmente preocupados com o fato de que a rápida transmissão do vírus na China cause o surgimento de novas variantes.

Uma autoridade norte-americana criticou “a falta de dados de sequenciamento adequados e transparentes” fornecidos pela China.

Além disso, “a testagem e contagem de novos casos diminuiu” na China, tornando-se mais difícil para as autoridades de saúde dos EUA identificar novas variantes que circulam no país com “a falta de dados disponíveis”, acrescentou a mesma fonte, citada pela agência France-Presse (AFP).

Os testes terão de ser apresentados às companhias aéreas no momento da partida, referiu o CDC, sendo aceites testes de PCR ou antigénio, bem como um comprovativo de recuperação da covid-19 após um teste positivo, mais de 10 dias antes do voo.

Esta decisão segue anúncios semelhantes de vários países, incluindo Japão ou Índia, que também impuseram testes obrigatórios à chegada de chineses.

Em Portugal, o Ministério da Saúde informou hoje que irá manter as medidas de controlo da covid-19 atualmente em vigor. Em resposta escrita à agência Lusa a propósito do aumento das infeções por SARS-CoV-2 na China, este ministério assegurou que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a situação epidemiológica “em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais, nomeadamente no âmbito da atividade do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças”.

Já a Itália está a ponderar tornar obrigatório o teste à covid-19 para os viajantes oriundos da China, mas a região da Lombardia, onde se situa o aeroporto internacional de Malpensa, em Milão, já decidiu “submeter a teste molecular (…) todos os viajantes e tripulantes provenientes da China”.

Em Itália, a saúde é uma área de competência das autoridades regionais, e cada uma delas pode portanto tomar medidas diferentes.

Em 2020, a Lombardia foi a primeira região da Europa a entrar em confinamento para conter a pandemia do novo coronavírus responsável pela covid-19 e vive ainda com o trauma pelo choque da primeira vaga de casos, altamente mortal.

As autoridades chinesas puseram termo à maioria das medidas contra a covid-19 sem aviso prévio em 07 de dezembro, no meio de crescente exasperação pública e de enorme impacto na economia após três anos de restrições.

Desde então, a China tem assistido a uma explosão no número de casos entre os seus 1.400 milhões de habitantes, com os hospitais e crematórios a estarem sobrecarregados e os moradores relataram a falta de remédios para febre.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já se manifestou, na semana passada, “seriamente preocupada” com a vaga de novos casos de covid-19 na China, e pediu a Pequim maior transparência para poder enfrentar futuras pandemias.

29 Dez 2022

Covid-19 | China passará a divulgar mortes e casos graves semanalmente e depois mensalmente

O Mecanismo Conjunto de Prevenção e Controlo do Conselho de Estado do executivo chinês declarou na terça-feira que as mortes e casos graves de covid-19 no país serão divulgados semanalmente e, posteriormente, mensalmente, informaram hoje os meios de comunicação locais.

A Comissão Nacional de Saúde já havia anunciado na segunda-feira que, a partir de 08 de janeiro, a covid-19 deixará de ser uma doença de categoria A – o nível de perigo máximo e para a sua contenção são necessárias as medidas mais severas – para passar a ser de categoria B, que contempla um controlo mais frouxo, marcando assim o fim da política “covid zero” que vigorava há quase três anos.

Após essa data, as informações sobre óbitos e casos graves devido à doença passarão a ser semanais e, “na sequência da evolução da pandemia”, passarão a ser “mensais”, referiu o Mecanismo Conjunto, que não deu mais detalhes sobre o assunto.

Da mesma forma, as autoridades não vão notificar o número de contactos próximos dos infectados com covid-19 e nem vão distinguir entre casos locais e importados, ao contrário do que indicavam os relatórios diários publicados desde o início da pandemia.

Além disso, o fim da obrigatoriedade de realização de testes de PCR de rotina para a maior parte da população resultou numa deteção de casos significativamente menor do que a propagação real do vírus, além disso, as pessoas assintomáticas e os com sintomas leves já podem fazer a quarentena nas suas casas.

A rápida propagação do vírus em todo o país lançou dúvidas sobre a confiabilidade dos números oficiais, que relataram apenas um punhado de mortes pela doença, embora, por exemplo, a província de Zhejiang (leste) estimou recentemente que um milhão de seus habitantes estava a ser infectados todos os dias.

Segundo um especialista citado pela imprensa do Estado, as mortes causadas por doenças subjacentes em pacientes que foram infetados pelo novo coronavírus não são contabilizadas como mortes pela covid-19.

Hospitais de grandes cidades como Pequim têm sofrido grande pressão e dificuldades para atender a todos os pacientes, segundo depoimentos recolhidos nas redes sociais do país.

Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou-se “muito preocupada” com a evolução da covid-19 na China e exigiu “mais informação”, ao que o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês respondeu que Pequim tem partilhado os seus dados “de forma aberta, pontual e transparente” desde o início da pandemia.

O Governo chinês assegurou no início deste mês que estavam reunidas as “condições” para que o país ajustasse a sua restrita política de “covid zero” face a uma “nova situação” em que o vírus provoca menos mortes.

A imprensa oficial também começou há algumas semanas a minimizar o risco da variante Ômicron por meio de inúmeros artigos e entrevistas com especialistas, uma mudança de argumentos que foi acompanhada do relaxamento de algumas das restrições mais severas.

As mudanças surgiram após os fortes protestos da população em vários pontos do país, após a morte de dez pessoas num prédio aparentemente confinado em Urumqi (noroeste), demonstrando o cansaço das pessoas com as medidas severas impostas pelo Governo chinês.

28 Dez 2022