Hoje Macau China / ÁsiaCelulose | Maior produtora mundial pondera usar renmimbi em vendas A utilização da moeda chinesa como alternativa ao dólar é cada vez mais uma realidade no país asiático. A empresa brasileira Suzano contempla seriamente usar o renmimbi nas trocas comerciais com a China A maior produtora de celulose do mundo, a brasileira Suzano, está a ponderar vender os seus produtos para a China usando a moeda chinesa, disse o presidente da empresa, Walter Schalka. Numa entrevista à Bloomberg, Schalka revelou que muitos clientes na China, país que compra 43 por cento da celulose produzida pela Suzano, estão a exigir assinar contratos com preços fixados na moeda chinesa. O executivo disse acreditar que a importância do renmimbi está a crescer e que o dólar norte-americano se tornará menos relevante, mas reconheceu que ainda não houve uma “grande transição” para a moeda chinesa. Schalka sublinhou que o aumento das tensões entre os EUA e a China é a principal preocupação da Suzano, uma vez que pode prejudicar a procura e os preços da celulose por um período significativo. “A minha visão é que seria muito melhor ter uma colaboração de longo prazo entre o Ocidente e o Oriente, mas o que vemos é uma tensão crescente neste momento”, lamentou o líder da empresa. A China tem tentado internacionalizar o renmimbi desde 2009, visando reduzir a dependência do dólar em acordos comerciais e de investimento e desafiar o papel da moeda norte-americana como a principal moeda de reserva do mundo. A China realizou em Março, pela primeira vez, mais transações transfronteiriças com a sua moeda do que com o dólar. Luz verde Em Abril, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, atacou, em Xangai, o domínio do dólar como moeda de reserva mundial e apelou para o uso de outras divisas na relação comercial entre Brasil e China. Schalka foi um dos representantes de 107 empresas brasileiras e multinacionais sediadas no Brasil que, em 2021, assinaram uma carta a defender que o país, então liderado por Jair Bolsonaro, devia assumir a liderança no combate às alterações climáticas. O executivo disse que o novo Governo de Lula da Silva “tem o discurso certo. É apenas o plano de acção que não é tão rápido quanto o esperado. Precisamos de ter zero desflorestação ilegal. Isso é crítico para o mundo”. Lula da Silva comprometeu-se durante a campanha eleitoral a alcançar a “desflorestação zero” na Amazónia até 2030, após Bolsonaro ter promovido políticas que impulsionaram a exploração mineira e outras actividades económicas na região. O novo Presidente brasileiro, que tomou posse a 1 de Janeiro, reactivou também o Fundo Amazonas, que tinha criado em 2008, e para o qual pretende atrair a China e a França, entre outras potências económicas. O Fundo Amazonas tem actualmente cerca de mil milhões de dólares contribuídos pela Noruega e Alemanha, os únicos doadores até agora. Em Abril, os Estados Unidos comprometeram-se a fazer uma contribuição de 500 milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaTurquia | Governo afasta-se de sanções à Rússia O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, descartou ontem a possibilidade de Ancara vir a unir-se ao programa de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia contra a Rússia por causa da invasão da Ucrânia. Cavusoglu disse que o Governo de Ancara não vai juntar-se às sanções “unilaterais” contra Moscovo, tentando manter a postura de neutralidade em relação ao assunto, disse o chefe da diplomacia turca à estação de televisão Lider Haber. Neste sentido, o ministro sublinhou que a Turquia vai continuar a “levar em consideração” os interesses do próprio país, valorizando a prosperidade da Turquia, que este mês vai a eleições. “Estamos a garantir o respeito pela Convenção de Montreux”, disse Cavusoglu, referindo-se ao acordo internacional sobre o movimento marítimo nos Estreitos do Bósforo e Dardanelos, que regula a navegação de navios de guerra estrangeiros. O chefe da diplomacia de Ancara criticou directamente os comentários do principal opositor turco, Kemal Kiliçdaroglu, que admitiu recentemente dar “prioridade às relações com o Ocidente e não com o Kremlin” em caso de vitória nas eleições do próximo dia 14 de Maio. Para Cavusoglu, trata-se de uma afirmação incoerente porque, Kemal Kiliçdaroglu, acusou o ministro, disse no passado “que nada iria fazer para ameaçar as relações entre a Turquia e a Rússia”. No dia 14 de Maio realizam-se eleições gerais e presidenciais na Turquia.
Hoje Macau China / ÁsiaEDP Renováveis | Concluído projecto solar para auto-consumo na China A EDP Renováveis (EDPR) concluiu a construção de um projecto de energia solar de geração distribuída para autoconsumo de 19 Megawatts-pico (MWp) no telhado de uma fábrica na província chinesa de Anhui, informou ontem a empresa, em comunicado. “A EDP Renováveis (EDPR) concluiu a construção de um projecto de energia solar de geração distribuída para autoconsumo de 19 Megawatts-pico (MWp) na província chinesa de Anhui”, lê-se na nota enviada à comunicação social, que refere ainda tratar-se do “maior parque solar de geração distribuída já concluído pelo grupo EDP nas instalações de um cliente”. O projecto, cuja construção começou no início do ano, foi instalado no telhado de uma fábrica de electrónica de consumo, tem um contrato de longo prazo a 20 anos e está estruturado com 35.000 painéis solares. Segundo a empresa, vai gerar mais de 22 Gigawatts-hora (GWh) de energia por ano, o que equivale a compensar cerca de 19.000 toneladas de emissões de carbono (utilizando o factor de emissão da China de 0,828 quilogramas de dióxido de carbono equivalente por Quilowatt-hora de eletricidade produzida (kg CO2e/kWh)). “Este projecto faz parte da capacidade instalada adicional de 150MWp de energia solar que a EDPR quer desenvolver na China e do compromisso em investir em projectos distribuídos e em centrais solares de larga escala, de forma a apoiar o objectivo do país de atingir emissões líquidas zero de carbono até 2060”, lê-se no comunicado. Através da aquisição da Sunseap em 2022, a EDPR tem mais de 730 Megawatts (MW) de capacidade solar nos mercados da região Ásia-Pacífico (APAC), representando atualmente 5 por cento do portfólio global de energias renováveis da empresa.
Hoje Macau China / ÁsiaIA | Polícia investiga notícias falsas geradas pelo Chat GPT A polícia chinesa lançou uma investigação a um portal de notícias que usava o popular programa de inteligência artificial ChatGPT para gerar e divulgar artigos falsos, com o objectivo de obter grandes quantidades de tráfego e lucro. Os agentes descobriram inicialmente um artigo na Internet que informava sobre o descarrilamento e incêndio de um comboio em Pingliang, na província ocidental de Gansu, que resultou em vários mortos. Após verificarem que se tratava de uma informação falsa, a polícia abriu uma investigação e descobriu que o artigo foi publicado por 21 contas do Baidu, o principal motor de buscas chinês, criadas por uma empresa com sede em Shenzhen, no sul da China. O representante legal da empresa, de sobrenome Hong, e o seu irmão mais novo são suspeitos de fabricar e espalhar boatos. Segundo a polícia, o irmão mais novo de Hong comprou um grande número de “contas Baijia”, um serviço fornecido pelo Baidu que permite aos utilizadores criar e difundir conteúdo original, e editou as notícias com recurso ao programa de inteligência artificial ChatGPT, que gera textos a partir de palavras-chave. O objectivo era obter uma grande quantidade de tráfego e lucro através da difusão de notícias sensacionalistas e falsas. A polícia prendeu o irmão mais novo e congelou as contas bancárias relacionadas ao caso. A investigação ainda está em andamento e as autoridades alertaram os internautas para não acreditarem ou espalharem boatos ‘online’. Nas últimas semanas, este tipo de ‘chatbots’ tem despertado grande interesse no país asiático, ao ponto de a imprensa oficial já ter alertado para uma possível “bolha” no mercado devido ao “excesso de entusiasmo” com esta tecnologia.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim alerta Comité Olímpico Internacional para “politização” do desporto A China expressou preocupação ao Comité Olímpico Internacional (COI) com a “politização de eventos desportivos”, após incidentes como o boicote diplomático liderado pelos Estados Unidos aos Jogos de Inverno de 2022 e erros na execução do hino chinês. A questão foi levantada durante a reunião entre o presidente do COI, Thomas Bach, em Pequim, este fim de semana, com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o presidente do Comité Olímpico Chinês, Gao Zhidan, informou ontem a imprensa local. Li disse que a China “sempre atribuiu grande importância ao desenvolvimento do desporto, participou activamente nos assuntos olímpicos internacionais e teve uma cooperação frutífera com o COI”, de acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post. O primeiro-ministro chinês também prometeu “trabalhar com o COI para se opor à politização do desporto e fazer mais contribuições para o movimento olímpico”. Bach prometeu “defender o espírito olímpico e opor-se à politização do desporto”, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Maus exemplos Entre os incidentes apontados pela China está o boicote diplomático dos Estados Unidos e alguns dos seus aliados aos Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizaram em Pequim, em Fevereiro do ano passado, devido a alegados abusos dos Direitos Humanos de minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang, no noroeste da China. Pequim negou as acusações e disse que se opõe a qualquer tentativa de politizar eventos desportivos. A China também apontou os erros na execução do hino chinês em competições internacionais envolvendo equipas de Hong Kong. Em Novembro passado, um voluntário tocou uma música ligada aos protestos antigovernamentais que abalaram a região semiautónoma, em 2019, em vez do hino nacional chinês, num torneio de rugby, na Coreia do Sul. Em Fevereiro, algo semelhante aconteceu no Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo na Bósnia-Herzegovina. O Governo de Hong Kong emitiu directrizes para evitar a repetição de tais incidentes e pressionou o motor de buscas Google a tornar o hino nacional chinês como o principal resultado para pesquisas relacionadas. A China expressou ainda preocupação com o possível uso da bandeira e do hino de Taiwan em eventos desportivos internacionais. O COI permite que Taiwan compita sob o nome de “Taipé Chinês”, sem se apresentar como uma nação soberana, mas alertou a ilha de que poderia perder o direito de participar em eventos internacionais se mudasse o seu nome para Taiwan. Durante a visita, Bach felicitou ainda a China pelo sucesso e legado dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, que registaram um excedente de 350 milhões de yuans, de acordo com dados divulgados pelas autoridades chinesas.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim pede a embaixador dos EUA para “estabilizar as relações” A diplomacia chinesa continua a desenvolver esforços para que as relações entre as duas maiores economias mundiais alcancem uma plataforma de entendimento estável O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, garantiu ontem que “estabilizar as relações” com os Estados Unidos é uma “prioridade”, durante um encontro com o embaixador norte-americano em Pequim, Nicholas Burns. Segundo uma nota publicada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Qin lamentou que uma “série de acções erradas” de Washington estivessem a “minar o ímpeto positivo”, gerado pelo “consenso” alcançado entre os líderes dos Estados Unidos e China, Joe Biden e Xi Jinping, respectivamente, num encontro realizado na ilha de Bali, na Indonésia, em Novembro passado. Segundo Qin, as “acções equivocadas” dos Estados Unidos levaram à “ruptura da agenda acordada de diálogo e cooperação entre os dois lados” e ao “congelamento das relações”. O ministro chinês exortou Burns a evitar “incidentes” e que os laços entre Pequim e Washington “caiam numa espiral de deterioração” e pediu aos Estados Unidos que “corrijam a sua percepção da China”. Observando que Pequim “adere aos princípios do respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação” nas suas relações com Washington, Qin disse ter esperança de que os EUA “voltem à racionalidade”. Qin Gang afirmou ainda que os EUA “devem parar de esvaziar o conteúdo do princípio ‘Uma só China’” e “parar de apoiar as forças separatistas” em Taiwan. De mau a pior As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China. Nos últimos meses as tensões foram renovadas por questões como o derrube em território norte-americano de um balão da China alegadamente usado para fins de espionagem, a posição de Pequim sobre a guerra na Ucrânia e a possível proibição nos EUA da aplicação de vídeo TikTok, desenvolvida pela empresa chinesa ByteDance. A nota da diplomacia chinesa não deu detalhes sobre as afirmações de Burns.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Casa Branca autoriza companhias aéreas chinesas a aumentarem voos para o país O governo do Presidente dos EUA, Joe Biden, vai autorizar as companhias aéreas chinesas a fazerem mais voos para os EUA para equiparar o número de voos que a China autoriza às transportadoras dos EUA. O Departamento dos Transportes avançou que iria autorizar as transportadoras aéreas chinesas a aumentar de oito para 12 as ligações semanais com os EUA. Esta é uma fracção menor dos voos que estavam autorizados entre os dois países antes da pandemia. O Departamento dos Transportes informou na passada quinta-feira que estava a agir em resposta ao anúncio chinês, feito no final de Dezembro, e iria reduzir algumas restrições aos voos internacionais de passageiros. A decisão chinesa tinha autorizado a American Airlines a fazer mais dois voos semanais em Março, entre o aeroporto internacional Fort Worth, em Dallas, e Xangai, o que elevou o total de viagens semanais das transportadoras norte-americanas para a China para 12. A China anunciou em Março que, depois de três anos, está a reabrir as suas fronteiras para reavivar o turismo e estimular a economia. As transportadoras norte-americanas American, United Airlines e Delta Air Lines são as que têm voos para a China.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Paquistão e China querem garantir estabilidade O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Bilawal Bhutto, salientou no sábado, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo chinês, Qin Gang, a importância de se garantir a paz e a estabilidade no Afeganistão. “A paz e a estabilidade no Afeganistão continuam vitais para o desenvolvimento socioeconómico, a conectividade e a prosperidade na região”, disse Bhutto após o encontro bilateral com Qin. Paquistão e China têm sido protagonistas relevantes para a procura de estabilidade no Afeganistão, sobretudo depois da saída das tropas norte-americanas deste país, em 2021. Os dois chefes de diplomacia voltaram a sublinhar “a necessidade de comunicação interna para fornecer assistência e apoio contínuos ao Afeganistão, nomeadamente através do descongelamento dos activos financeiros deste país no exterior”, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão. Ambos os países comprometeram-se com o desenvolvimento do projecto de infra-estrutura do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC), rota comercial que ligará a cidade chinesa de Kasghar ao porto paquistanês de Gwadar (sudoeste), proporcionando a Pequim uma importante rota no mar da Arábia. “Este projecto de corredor continua a ser uma iniciativa económica aberta a investidores de todo o mundo”, prometeu Bhutto. Nesse sentido, tanto o Paquistão como a China demonstraram interesse em incluir o vizinho Afeganistão nesse projecto, que promove o comércio e a conectividade na região asiática. “As partes concordaram em continuar a assistência humanitária e económica para o povo afegão e melhorar a cooperação para o desenvolvimento no Afeganistão”, assegurou a diplomacia do Paquistão.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Encontrados vestígios de água em estado líquido em Marte A explorar o planeta vermelho há dois anos, o robôt chinês Zhurong detectou agora marcas significativas da presença de água líquida na superfície de Marte Cientistas chineses revelaram na passada sexta-feira a descoberta de indícios da existência de água líquida na superfície de Marte, através dos dados recolhidos pelo robô Zhurong, que explora o planeta vermelho desde 2021. Os especialistas, que publicaram as suas descobertas na revista científica “Advances in Science and Research”, garantiram que o Zhurong detectou crostas, rachaduras, granulações e outras marcas criadas pela água na superfície marciana. As análises indicaram que, nas dunas de Marte, abundam minerais que contêm água, como sulfatos hidratados, pedras proteicas e óxidos de ferro hidratados. “Acreditamos que a evidência sobre a existência de água não teve origem em águas subterrâneas mas sim na queda de neve ou geada”, afirmou o autor do estudo Qin Xiaoguang, citado pelo jornal oficial Global Times. Pistas de vida A existência de água em estado líquido no planeta vermelho tem sido alvo de vários estudos, pois, se confirmada, serviria para entender melhor a evolução do clima marciano e para sustentar uma possível migração humana para o planeta no futuro. De acordo com o jornal local Science and Technology Daily, a água líquida em Marte pode também indicar a existência de vida. Investigações anteriores mostraram que água em estado líquido já existiu na superfície marciana, mas que desapareceu devido às mudanças meteorológicas experimentadas pelo planeta. Este estudo revelou que Marte ainda pode abrigar algumas zonas húmidas em áreas de baixa altitude e relativamente quentes, segundo os cientistas. Em Setembro passado, especialistas chineses, também com base nos dados recolhidos pelo Zhurong, detectaram camadas de terreno de Marte moldadas pela actividade da água há cerca de 3,3 mil milhões de anos. O Zhurong faz parte da missão Tianwen-1, que também inclui uma nave orbital e um módulo de pouso. A Tianwen-1 é a primeira missão de exploração chinesa a Marte e visa encontrar mais indícios da existência de água ou gelo no planeta e realizar pesquisas sobre a composição material da sua superfície e as características do clima.
Hoje Macau China / ÁsiaLiberdade de imprensa | Situação é “muito má” em 31 países A China é o país com o maior número de jornalistas detidos, 158, dos quais 56 em Hong Kong, adiantou ontem em Londres a representante da organização não-governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras (RSF) no Reino Unido, Fiona O’Brien. A situação contribuiu para a penúltima posição da China na 21.ª edição do ‘ranking’ mundial da liberdade de imprensa da RSF, publicado ontem por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado esta quarta-feira. A China desceu quatro lugares, para a 179.ª posição, na lista composta por 180 países, ficando apenas acima da Coreia do Norte. “Esta é a posição mais baixa que a China alguma vez teve no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa. Há muito tempo que está no fundo, mas este é o pior”, afirmou O’Brien, numa conferência de imprensa. Actualmente, segundo detalhou a representante, estão detidos 102 jornalistas ou trabalhadores de meios de comunicação social na China, número que sobe para 158 se forem incluídos os profissionais presos em Hong Kong. O relatório da RSF – que analisa a situação em 180 países ou territórios – diz que a situação é “muito má” em 31 países, “má” em 42 países, “problemática” em 55 e “boa” ou “razoavelmente boa” em 52 países. Pelo sétimo ano consecutivo, a Noruega aparece como o país com melhor ambiente para o jornalismo, mas o segundo lugar não é ocupado por um país nórdico (o que é invulgar em relação às recentes edições do inquérito), surgindo aí a Irlanda, que subiu quatro posições, ficando à frente da Dinamarca. Portugal aparece em nono lugar, a primeira posição no patamar dos países com a classificação de ambiente “razoavelmente bom”, a uma posição do patamar de “bom”, atrás da Estónia e à frente de Timor-Leste, Liechtenstein e Suíça.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Indústria transformadora contraiu em Abril A actividade da indústria transformadora da China contraiu, em Abril, segundo dados publicados ontem pela revista privada Caixin, sinalizando um desequilíbrio na recuperação da segunda maior economia mundial, após abolir a estratégia ‘zero covid’. O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pela empresa de informação económica britânica IHS Markit e difundido pela Caixin, caiu para 49,5 pontos, no mês passado, após se fixar nos 50 pontos, em Março. Trata-se da primeira contracção neste indicador desde Janeiro. Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O índice da IHS Markit, que cobre principalmente empresas menores e voltadas para a exportação, em comparação com o PMI oficial, é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo. “Isto sugere que a recuperação económica da China desacelerou significativamente depois de as infecções por covid-19 terem atingido o pico no início do ano”, apontou Wang Zhe, economista do Caixin Insight Group, no comunicado que acompanha os dados. “Resta saber se a recuperação é sustentável, após a libertação da procura reprimida ter permitido um aumento no curto prazo”, acrescentou. A economia chinesa cresceu, no último trimestre, ao ritmo mais rápido no espaço de um ano, impulsionada, em grande parte, pelos gastos do consumidor, após o país ter abolido a política de ‘zero casos’ de covid-19, que, em 2023, paralisou a actividade económica, devido à imposição de bloqueios altamente restritivos em dezenas de cidades do país. O consumo registou forte recuperação durante os feriados do Dia do Trabalhador, com os gastos a retornarem aos níveis anteriores à pandemia, à medida que milhões de pessoas viajaram para as principais cidades e pontos turísticos em todo o país. Vários grandes bancos esperam agora que o crescimento anual do PIB (Produto Interno Bruto) supere a meta de Pequim para este ano, de “cerca de 5 por cento”.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE l | Confirmada visita de vice-presidente a Portugal O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou ontem que o vice-presidente, Han Zheng, visitará Portugal na próxima semana, a seguir à coroação do Rei britânico, Carlos III. Após deslocar-se ao Reino Unido no dia 6 de Maio, para representar a China na coroação de Rei Carlos III, Han Zheng vai visitar Portugal e a Holanda entre 7 e 12 de Maio, indicou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning. Han Zheng foi nomeado vice-presidente em Março passado, na sessão plenária da Assembleia Popular Nacional da China, mantendo assim uma vida política após se retirar do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder no país asiático, composta por sete quadros. A vice-presidência é um cargo sobretudo cerimonial, limitada a representar o país em cerimónias e eventos no exterior e a receber convidados estrangeiros na China. O poder no país asiático provém da posição dentro da hierarquia do Partido Comunista. Mas Han foi o único membro cessante do Comité Permanente do Politburo que assegurou o exercício de um cargo de Estado. O anterior vice-presidente, Wang Qishan, era um aliado próximo do actual líder da China, Xi Jinping. A subir Han Zheng chefiou a Liga da Juventude Comunista no município de Xangai, no início dos anos 1990, e subiu gradualmente na hierarquia do governo local, até se tornar vice-presidente da câmara, em 1998, e presidente da câmara, em 2003, permanecendo no cargo durante nove anos. Como o segundo funcionário mais importante do município, Han foi o principal assessor de três secretários do Partido Comunista em Xangai, incluindo do actual Presidente da China, Xi Jinping. Han acabou por assumir o cargo de secretário do Partido em Xangai em 2012 e, em 2017, foi promovido ao Comité Permanente do Politburo, onde permaneceu até Outubro passado.
Hoje Macau China / ÁsiaReportagens em Hong Kong, Myanmar e Taiwan premiadas Reportagens sobre a covid-19 em Hong Kong, abusos militares em Myanmar e tráfico humano de estudantes africanos em Taiwan estão entre os vencedores dos Prémios de Imprensa de Direitos Humanos de 2023, foi ontem anunciado. Os prémios, promovidos pela organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) e pela escola de jornalismo da Universidade Estadual do Arizona, distinguem reportagens de destaque sobre questões de direitos humanos em toda a Ásia e são anunciados no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. “Estes prémios reconhecem os jornalistas que estão a lançar luz sobre algumas das questões mais críticas do nosso tempo na Ásia”, disse a directora executiva da HRW, Tirana Hassan. “Este tipo de jornalismo, muitas vezes realizado em condições extraordinariamente difíceis, é essencial para expor as violações dos direitos humanos e estamos entusiasmados por homenagear estes corajosos repórteres”, acrescentou. Distinções e categorias As 16 categorias de prémios receberam 406 candidaturas de 33 países. As inscrições, para reportagens publicadas em chinês ou inglês durante 2022, foram avaliadas por um painel de jornalistas, editores e especialistas em direitos humanos. “Os premiados deste ano fazem agora parte de uma orgulhosa tradição de reportagens sobre direitos humanos na Ásia – uma tradição que pretendemos expandir para outras regiões nos próximos anos para reconhecer um jornalismo de direitos humanos tão impressionante e impactante de todo o mundo”, disse Battinto L. Batts Jr., reitor da escola de jornalismo da Universidade Estadual do Arizona. A agência de notícias Reuters recebeu o primeiro prémio de reportagem de investigação em inglês pelo trabalho sobre os abusos militares em Myanmar (antiga Birmânia) contra os rohingya e os activistas da democracia. O prémio para reportagens de investigação em chinês foi atribuído ao The Reporter, um meio de comunicação sem fins lucrativos de Taiwan, pela reportagem sobre o tráfico de seres humanos de estudantes africanos por universidades de Taiwan: “Os jornalistas descobriram uma rede criminosa que levou o governo de Taiwan a apresentar queixa contra os infractores”. “Com múltiplas entrevistas aprofundadas, os jornalistas deram um rosto humano a esta questão. Alguns dos estudantes afectados acabaram por conseguir retomar os seus estudos”, sublinhou a ONG. O prémio principal para as notícias de última hora em chinês foi atribuído ao Ming Pao, um jornal sediado em Hong Kong, por uma série de artigos sobre a forma como a quinta vaga de covid-19 atingiu Hong Kong na Primavera de 2022.
Hoje Macau China / Ásia“EUA prontos para conversar com a China”, aponta embaixador norte-americano O embaixador norte-americano na China, Nicholas Burns, garantiu na terça-feira que os Estados Unidos da América (EUA) estão “prontos para conversar” com a China, embora admitindo a necessidade de melhores canais entre os dois Governos. “A nossa visão é que precisamos de melhores canais entre os dois Governos e canais mais profundos e estamos prontos para conversar. É particularmente importante fazer isso quando se tem grandes problemas e grandes desentendimentos no relacionamento”, disse o diplomata numa entrevista ao The Stimson Center, um ‘think tank’ sem fins lucrativos com sede em Washington. “Nunca tivemos vergonha de falar e esperamos que os chineses se encontrem connosco a meio do caminho”, acrescentou Burns, que assumiu o cargo em Dezembro de 2021. Num balanço do seu trabalho desde que chegou a Pequim, Nicholas Burns admitiu que o relacionamento entre os dois países continua complicado. “Acho que desde que cheguei à China, há 14 meses, vimos uma continuação de todo aquele relacionamento difícil em que tentamos estabilizar os laços entre nós, aprofundar os canais entre nós. E, claro, eu represento o Presidente Joe Biden. Temos uma política muito clara. E o que estamos a tentar fazer desde que o Presidente assumiu é investir na força do nosso próprio país, nessa competição de longo prazo com a China no campo económico, tecnológico e de segurança militar”, disse. O diplomata garantiu que Washington não procura conflitos com Pequim e acredita que um maior diálogo seria construtivo para as relações entre ambas as potências. “Não queremos um conflito com a China. Não queremos voltar a uma Guerra Fria com a China. Precisamos de maior estabilidade nesta relação. (…) Queremos estabilidade no relacionamento”, insistiu. Da turbulência Os comentários de Burns surgem quando o executivo de Biden procura restaurar um diálogo mais amplo com a China num momento em que as tensões permanecem conturbadas devido a questões como Taiwan, comércio e alegada espionagem, após um balão chinês ter entrado no espaço aéreo norte-americano e que levou ao cancelamento de uma viagem do secretário de Estado, Antony Blinken, à China em Fevereiro passado. Sobre a viagem de Blinken, Burns reiterou que será remarcada “quando as condições forem apropriadas para a sua visita”, acrescentando que os EUA estão prontos para “um envolvimento mais amplo”. “É difícil para mim prever, neste momento, quando esse tipo de envolvimento vai ocorrer novamente, mas nunca apoiamos o congelamento desse relacionamento”, disse Burns. No entanto, o diplomata afirmou que, depois do Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, conseguiu ter “boas” reuniões com autoridades chinesas, e apontou ainda o encontro de Joe Biden com o homólogo chinês, Xi Jinping, em Bali, como “um intercâmbio muito bom e produtivo”. Laços reafirmados Burns enfatizou que nas últimas semanas tem conseguido manter uma comunicação consistente com altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, considerando isso “um bom sinal”. O embaixador disse que a política de Washington em relação a Taiwan – uma fonte crescente de tensão com Pequim – não mudou. Mas pediu à China que renuncie ao uso da força nas suas negociações com a ilha autónoma. Sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, Nicholas Burns afirmou que a imprensa chinesa responsabiliza diariamente os Estados Unidos e a NATO pelo conflito, algo que considera “obviamente um absurdo”. “O que precisamos ver da China é que pressione a Rússia a retirar as suas tropas, para que a Ucrânia possa ter todo o seu território de volta e ser totalmente soberana novamente em todos os aspectos dessa palavra. Seria útil se a China pressionasse a Rússia a parar de bombardear escolas, hospitais e apartamentos ucranianos”, disse. “Vimos tremendas perdas de vidas apenas nos últimos dois meses por ataques aéreos russos e ataques de drones contra civis ucranianos. Então, é isso que gostaríamos e tenho a certeza que é isso que os países europeus gostariam, é isso que a Ucrânia quer da China. Certamente gostaríamos de ver a China ser muito mais dura em relação aos russos”, acrescentou o diplomata veterano.
Hoje Macau China / ÁsiaONU |”Posição da China sobre Ucrânia não mudou”, diz diplomata chinês A posição de Pequim sobre a Ucrânia “não mudou”, garantiu ontem à Lusa um diplomata chinês após um voto favorável da China numa resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que mencionava a agressão russa em termos condenatórios. “O nosso voto a favor é para a resolução inteira e não deve ser considerado um apoio daquele parágrafo. (…) A posição da China sobre a Ucrânia não mudou”, disse à Lusa uma fonte oficial da missão da China junto da ONU, que preferiu não se identificar. Em causa, está a votação de uma resolução na Assembleia Geral da ONU na segunda-feira, que foi promovida por países democráticos europeus e dedicada à cooperação entre as Nações Unidas e o Conselho da Europa. Contudo, apesar de o foco não ser o conflito da Rússia na Ucrânia, a resolução continha um parágrafo que referia os “desafios sem precedentes que a Europa enfrenta actualmente após a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, e anteriormente contra a Geórgia, e o fim da participação da Federação Russa no Conselho da Europa”. No parágrafo também se apelava “ao reforço da cooperação entre a ONU e o Conselho da Europa, nomeadamente para restabelecer e manter prontamente a paz e a segurança com base no respeito pela soberania, integridade territorial e independência política de qualquer Estado, garantir a observância dos direitos humanos e do direito internacional humanitário durante as hostilidades, fornecer reparação às vítimas e levar à justiça todos os responsáveis pelas violações do direito internacional”. De acordo com o diplomata chinês, trata-se de “uma longa resolução que se concentra na cooperação entre as Nações Unidas e o Conselho da Europa”, em que Pequim “se absteve de votar neste parágrafo específico”. “Para referência, em Novembro passado, a China adoptou a mesma posição de voto sobre a Resolução da Assembleia Geral da ONU sobre ‘Cooperação entre as Nações Unidas e a Iniciativa da Europa Central'”, referiu ainda o representante de Pequim. Saudações ucranianas Apesar do aparente distanciamento da China em relação aos termos condenatórios da agressão russa, autoridades ucranianas saudaram o voto chinês, que ocorreu menos de uma semana após o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter falado pela primeira vez, por telefone, com seu homólogo chinês, Xi Jinping, desde o início da invasão russa. “A China votou a favor de uma resolução da ONU que se refere à Rússia como um (Estado) agressor”, saudou Iryna Konstankevych, vice-presidente do comité de informação do Parlamento ucraniano, segundo o ‘site’ da instituição. Konstankevych lembrou que, além da China, países “considerados amigos da Rússia”, como Cazaquistão, Arménia, Índia e Brasil, também votaram a favor da Resolução. Na visão do embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, a Rússia fracassou na sua “tentativa de remover desta resolução a menção de agressão contra a Ucrânia”. Contudo, apesar do optimismo das autoridades ucranianas, vários analistas desvalorizaram o voto de Pequim, sublinhando o carácter não vinculativo da resolução. “Acho que a importância do voto da China está a ser exagerada. A minha intuição é que a China decidiu apoiar a resolução, pois viu que a maioria dos membros da ONU era a favor de adoptá-la. A China não gosta de parecer isolada na ONU”, disse à Lusa o analista Richard Gowan, do International Crisis Group. “Não estou convencido de que a votação pretendia enviar um sinal político significativo à Rússia. No final de contas, trata-se de um parágrafo de uma resolução não vinculativo da ONU. Isso não vai manter o Presidente russo acordado à noite de preocupação”, avaliou Gowan. A diplomacia ucraniana trabalha activamente há meses para que a China não apoie a Rússia com armas e defenda o princípio da integridade territorial na Ucrânia e a conversa de Zelensky com Xi Jinping foi interpretada por Kiev como um sinal positivo nas relações com Pequim. Números trágicos A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento. A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas. A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Hoje Macau China / ÁsiaPrimeiro-ministro japonês anuncia visita a Seul e encontro com Presidente sul-coreano O primeiro-ministro japonês anunciou hoje que planeia visitar Seul no domingo e segunda-feira, para conversações com o Presidente sul-coreano, num contexto de reaproximação entre os dois países aliados dos Estados Unidos. A visita, a primeira de um primeiro-ministro japonês à Coreia do Sul desde 2018, segue-se a uma reunião entre o líder do Governo nipónico, Fumio Kishida, e o chefe de Estado sul-coreano, Yoon Suk Yeol, em Tóquio, em meados de março, quando os dois países concordaram em levantar as restrições comerciais mútuas. As relações entre os dois vizinhos deterioraram-se nos últimos anos devido a disputas históricas que remontam à colonização japonesa da península coreana (1910-1945), como a questão das “mulheres de conforto” coreanas, escravas sexuais dos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, e os trabalhadores forçados coreanos em empresas japonesas. Mas os líderes dos dois países estão agora a tentar aproximar-se novamente, tendo como pano de fundo desafios regionais comuns, como a China e a Coreia do Norte. “Estamos a coordenar [a minha] visita à Coreia do Sul a 07 e 08 de maio, se as circunstâncias o permitirem”, disse Kishida no Gana, a segunda etapa de uma viagem que o levará a quatro países africanos, incluindo a Moçambique, na quarta-feira, e a Singapura. A visita a Seul, antes da cimeira dos líderes do G7, prevista entre 19 e 21 de maio em Hiroshima, no oeste do Japão, é “uma boa oportunidade para uma troca franca de pontos de vista sobre a aceleração das relações entre o Japão e a Coreia do Sul e sobre a rápida evolução da situação internacional”, disse aos jornalistas. Kishida disse esperar que a visita dê um novo impulso à “diplomacia de vaivém” entre os dois países, um mecanismo de reuniões regulares entre os seus líderes, suspenso desde dezembro de 2011 e que Kishida e Yoon concordaram em retomar. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou na semana passada que tinha iniciado o processo de reintegração da Coreia do Sul na chamada “lista branca” de parceiros comerciais de confiança, depois de a ter retirado em 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaBanco HSBC mais do que triplica lucros no 1.º trimestre do ano O banco HSBC, o maior da Europa, registou um lucro de 12.900 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano, um aumento de 212% relativamente ao mesmo período de exercício financeiro anterior. Na demonstração de resultados que o grupo apresentou hoje à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotado, o presidente executivo, Noel Quinn, considerou que os bons resultados do trimestre provam que a estratégia do banco “está a funcionar” e destacou o comportamento dos três segmentos de negócios globais do HSBC. Os lucros do banco ficaram acima das previsões dos analistas, que esperavam valores na ordem dos 8.600 milhões de dólares. Os resultados do primeiro trimestre também incluem o retorno de uma incompatibilidade de 2.100 milhões de dólares relacionada com a venda dos negócios bancários comerciais em França. Refletem igualmente ganhos provisórios de 1.500 milhões pela compra da subsidiária britânica do Silicon Valley Bank (SVB), após o seu colapso, em março. O banco anunciou também a distribuição de dividendos trimestrais – pela primeira vez desde 2019 -, que ascenderão a 0,10 dólares por ação. As ações do HSBC na bolsa de valores de Hong Kong subiram quase 1% antes do anúncio, para 56,65 dólares de Hong Kong. De acordo com a informação divulgada hoje, a divisão de banca global e mercados do banco HSBC obteve lucros de 2.040 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano e a divisão de banca comercial facturou 4.810 milhões de dólares. Já os lucros da divisão de banca pessoal ascenderam a 5.270 milhões de dólares. O conselho de administração da empresa também ratificou os seus planos de vender os negócios bancários no Canadá, mas adiantou que não prevê concluir a operação até 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaSudão | China retira 493 pessoas, incluindo uma família brasileira A marinha chinesa anunciou ter retirado 493 pessoas do Sudão, incluindo 215 paquistaneses e uma família brasileira de seis pessoas, aproveitando os débeis cessar-fogos num país que entrou na terceira semana em guerra. De acordo com um comunicado, citado pela televisão oficial CCTV na segunda-feira, a marinha retirou da cidade costeira de Port Sudan, no Mar Vermelho, 272 chineses e cidadãos de mais cinco países. O navio militar Weishanhu chegou “sem incidentes” ao porto de Jeddah, na vizinha Arábia Saudita às 09.00 de sábado (07:00 em Lisboa), referiu a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. A China fez o que era possível para retirar do Sudão os cidadãos de “países amigos”, disse o responsável pela Ásia do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Liu Jinsong, ao embaixador do Paquistão em Pequim. O ministério tinha anteriormente dito que mais países estavam a pedir ajuda à China para retirar os seus cidadãos do Sudão. De acordo com a imprensa brasileira, um grupo de 12 jogadores e treinadores brasileiros, que trabalhavam no clube de futebol Al-Merreikh, com sede na capital Cartum, conseguiu deixar o país pela fronteira com o Egito e regressar ao Brasil na semana passada. Na altura a imprensa avançou, citando informações do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que pelo menos sete brasileiros ainda se encontravam no Sudão, em segurança, à espera de serem retirados. O conflito já provocou cerca de 530 mortos e quase 4.600 feridos e levou à fuga de milhares de sudaneses para zonas do país mais seguras ou para nações vizinhas e à retirada de cidadãos estrangeiros, incluindo 20 portugueses. Os combates opõem desde 15 de abril as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército sudanês, na sequência de tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político que visa repor o país na via democrática, após o golpe de Estado de 2021. Tanto o Exército como as Forças de Apoio Rápido estiveram por detrás do golpe de Estado que derrubou o governo de transição do Sudão em outubro de 2021. Os dois lados acordaram o envio de representantes para negociações, em princípio na Arábia Saudita, afirmou na segunda-feira o representante das Nações Unidas no país. Caso a negociações venham a ter lugar, incidirão inicialmente no estabelecimento de um cessar-fogo “estável e confiável”, disse à agência de notícias Associated Press Volker Perthes, deixando, contudo, o alerta sobre as dificuldades para que as negociações aconteçam. Uma série de tréguas temporárias ocorridas na semana passada amenizou os combates apenas em algumas áreas, enquanto fortes batalhas continuaram noutras. Grupos humanitários têm tentado repor o auxílio num país em que quase um terço das 46 milhões de pessoas dependia da ajuda internacional antes do eclodir da violência.
Hoje Macau China / ÁsiaManila | ‘Apagão’ no aeroporto causa atrasos e cancelamento de voos domésticos Dezenas de voos domésticos foram ontem cancelados na capital das Filipinas devido a uma falha de energia no principal aeroporto de Manila, Ninoy Aquino, que no início do ano teve problemas que afectaram centenas de rotas. A Autoridade do Aeroporto Internacional de Manila informou através das redes sociais que a falha de energia, que ocorreu no início da madrugada, afectou principalmente o terminal 3 do aeroporto, embora a electricidade tenha sido restaurada ao início da manhã com recurso a geradores externos. Este problema provocou o cancelamento de 46 voos, de acordo com a última actualização, de e para a capital filipina, afetando as rotas para destinos turísticos como Cebu e Puerto Princesa, e grandes cidades como Davao. A energia de reserva está a fornecer electricidade às principais instalações, permitindo que os sistemas informáticos das companhias aéreas e dos serviços de imigração funcionem parcialmente e processem os passageiros que entram e saem”, informaram as autoridades, referindo que também são “esperados atrasos”. Ainda não foi determinada a causa da falha de energia. A 1 de Janeiro, cerca de 300 voos foram afectados por outro ‘apagão’, num início de ano caótico que durou vários dias naquele que é considerado um dos piores aeroportos do mundo em termos de infraestruturas e serviços, de acordo com um inquérito da revista Forbes em 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria | Actividade contrai pela primeira vez em 2023 A actividade da indústria transformadora da China sofreu uma contração em Abril, pela primeira vez em 2023, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, ficando abaixo das previsões dos analistas. O índice de gestores de compras, elaborado pelo Gabinete de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês), passou de 51,9 pontos em Março para 49,2 pontos em Abril, longe do previsto pelos especialistas: 51,5 pontos. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo. Após ter registado em Fevereiro a maior expansão em mais de dez anos, em Abril a actividade da indústria transformadora da China caiu de novo na zona de contração, onde esteve durante a maioria de 2022. O NBS publicou ainda o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços. Este último indicador caiu também, de 58,2 pontos em Março para 56,4 em Abril. Num comunicado, um analista do NBS, Zhao Qinghe, culpou a ” insuficiente procura no mercado” e as “grandes oscilações dos preços de alguns produtos a granel” pela queda do índice no quarto mês do ano. O índice de expectativa da actividade económica, que mede a confiança das empresas não transformadoras na evolução do mercado, situou-se em 54,7, valor que, apesar de relativamente alto, é o menor até agora em 2023. O índice de produção integral, a radiografia combinada das indústrias transformadora e não transformadora, ficou em 54,4 pontos em Abril, 2,6 pontos abaixo do registado em Março. A economia da China registou um crescimento homólogo de 4,5 por cento, no primeiro trimestre do ano, impulsionada pelo aumento do consumo interno, após as autoridades abandonarem a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19.
Hoje Macau China / ÁsiaCiberespaço | Sancionadas redes sociais por difusão de “informação prejudicial” As autoridades chinesas sancionaram diversas redes sociais do país por divulgação de “informação prejudicial” e incumprimento das “obrigações de gerir a informação publicada pelos utilizadores”, adiantou ontem a agência para a Administração do Ciberespaço da China. Em causa estão conteúdos relacionados com “pornografia, jogos de azar, superstições e prostituição”, tendo as sanções sido aplicadas no primeiro trimestre de 2023 às redes sociais Weibo (o equivalente chinês do Twitter, que está bloqueado na China) e Douban, e ao motor de busca Baidu. Os responsáveis por estas plataformas “foram intimados a apresentar os problemas existentes às autoridades do ciberespaço e a corrigi-los”, explicou a administração num comunicado citado pela EFE. A instituição informou ainda que, durante os primeiros três meses do ano, as autoridades ordenaram o encerramento de 55 aplicações e a cessação de actividade de 4.208 ‘sites’ “ilegais”. Em Março, a agência anunciou que, durante 2023, iria lançar uma série de campanhas especiais para “limpar” a Internet e “rectificar” problemas como a manipulação de informação através de contas falsas e ataques contra empresas privadas. A China é o país com mais utilizadores de Internet no mundo (mais de mil milhões) e um dos que exerce maior controlo sobre os conteúdos ‘online’, visível através do bloqueio de algumas das maiores plataformas ‘online’ do mundo, como Google, Facebook, Twitter e YouTube.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Detidas mais de 200 pessoas em operação contra máfias O Departamento de Crime Organizado e Tríades da polícia de Hong Kong prendeu mais de 200 pessoas numa operação contra as máfias na região administrativa especial chinesa, avançou domingo a imprensa local. A acção policial, apelidada de “Flowing Shade” (em português, “sombra fluida”), ocorreu entre quinta-feira e sábado, para combater o crime e as actividades das máfias chinesas, conhecidas como tríades. A operação incluiu raides em vários locais ligados ao crime organizado, o que resultou na apreensão de uma pequena quantidade de armas e drogas, assim como equipamento e material utilizado em jogo ilegal. Ao contrário da região vizinha de Macau, onde os jogos de fortuna e azar em casinos são legais, em Hong Kong apenas são autorizadas apostas em corridas de cavalos e em lotarias. A operação “Flowing Shade” terminou com a detenção de um total de 225 pessoas, entre as quais 141 homens e 84 mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 87 anos, das quais 71 são cidadãos não chineses. Os detidos são suspeitos de agressões com ferimentos, posse ilegal de armas, venda de bebidas alcoólicas sem licença, exploração de casas de jogo, tráfico de drogas perigosas, branqueamento de capitais, organização de lutas ilegais em locais públicos e reuniões ilegais. Alguns dos suspeitos já foram presentes a tribunal e acusados formalmente. Para continuar A polícia realizou também, na noite de sábado, uma operação conjunta chamada “Saara” na área de Tsim Sha Tsui, no centro de Hong Kong, para combater a contratação ilegal de trabalhadores vindos do exterior. A polícia, citada pela imprensa local, sublinhou que uma das suas prioridades é o combate às tríades e prometeu continuar a recolher informação e a realizar operações tanto contra crimes violentos como contra as actividades e fontes de rendimento das máfias. Em Fevereiro, numa outra operação contra as tríades, as forças de segurança de Hong Kong detiveram 234 pessoas e apreenderam drogas, armas, carros e contrabando. As tríades surgiram entre 1842 e 1930, quando membros de sociedades secretas da China imigraram para Hong Kong e formaram organizações de ajuda mútua. De acordo com especialistas, estas organizações estão envolvidas em actividades criminosas que vão desde o tráfico de drogas e prostituição até aos jogos de azar e extorsão. A polícia de Hong Kong registou 2.554 casos de crimes relacionados com as tríades no ano passado, o que representou um aumento de 35,3 por cento em relação a 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaAirbus | Aberto primeiro centro de manutenção fora da Europa A fabricante aeronáutica europeia Airbus inaugurou ontem em Chengdu, cidade situada no sudoeste da China, o seu primeiro centro de manutenção de aeronaves fora da Europa, de acordo com a imprensa estatal chinesa. As instalações, com capacidade para acolher até 125 aviões, vão prestar serviços de estacionamento, armazenamento, manutenção, atualização, modificação, desmontagem e reciclagem de todo o tipo de unidades, segundo uma nota da Airbus citada pela agência noticiosa oficial Xinhua. O centro, que ocupa 717 mil metros quadrados, é o resultado da colaboração entre a empresa aeronáutica TARMAC Aerosave e o grupo chinês Aerotropolis Xingcheng, com sede em Chengdu, a capital da província chinesa de Sichuan. No início de Abril, durante a visita oficial do Presidente francês, Emmanuel Macron, à China, a Airbus anunciou a construção de uma segunda linha de montagem de aeronaves do modelo A320 de corredor único na sua fábrica em Tianjin, no nordeste da China. A linha deve entrar ao serviço no segundo semestre de 2025, o que lhe permitirá duplicar a capacidade de produção do consórcio no país asiático, disse então o diretor- executivo da Airbus, Guillaume Faury, que integrou a delegação empresarial que acompanhou Macron na visita à China. A actual fábrica em Tianjin não chega para responder à procura do país asiático, que representa cerca de 20 por cento das entregas da fabricante europeia. A Airbus prevê que o tráfego aéreo chinês cresça a uma taxa de 5,3 por cento ao ano nos próximos 20 anos, em comparação com um aumento de 3,6 por cento, a nível mundial. A visita do Presidente francês à China também resultou na aprovação pelas autoridades chinesas para formalizar um pedido de 150 aeronaves do modelo A320 de corredor único e dez do modelo A350, de corredor duplo e de longo alcance. O consórcio aeronáutico assinou ainda um memorando de entendimento (MoU) com a China National Aviation Fuel Group (CNAF) para cooperar com vista a um maior desenvolvimento do chamado combustível de aviação sustentável (SAF), visando diminuir as emissões de carbono do sector.
Hoje Macau China / ÁsiaJulgamento de rede luso-chinesa adiado devido à greve dos funcionários judiciais O início do julgamento de uma rede luso-chinesa de tráfico e comércio ilegal de meixão (enguia bebé) para o mercado asiático foi ontem adiado no Tribunal de Aveiro, em Portugal, devido à greve dos funcionários judiciais. A primeira sessão do julgamento estava marcada para ontem de manhã, mas acabou por não se realizar devido à paralisação convocada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais, que se iniciou na quarta-feira e se prolonga até 05 de Maio. Esta é a terceira vez que o início do julgamento é adiado. Na primeira vez, o adiamento ficou a dever-se à impossibilidade de notificar dois dos três arguidos de nacionalidade chinesa e, na segunda, ao facto de ter sido nomeado um novo advogado para um dos arguidos que pediu prazo para preparar a defesa. No banco dos réus iriam estar sentados quatro arguidos, incluindo um cidadão chinês, que estão acusados dos crimes de associação criminosa, contrabando e dano contra a natureza. O processo tem ainda mais dois cidadãos chineses como arguidos que vão ser julgados à parte por não terem sido localizados. O caso resultou da operação “Saragaço”, levada a cabo pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em Março de 2018, que culminou com a maior apreensão de meixão registada até então em Portugal, cerca de 600 quilogramas, avaliados num valor superior a um milhão de euros. Espécie protegida Durante a operação foram realizadas várias buscas a residências em Aveiro e Coimbra, bem como a um viveiro de aquacultura, tendo sido encontrados 28 tanques com quase 500 quilos de meixão vivo, mais de 100 quilos de meixão congelado divididos em vários sacos, cerca de 32 mil euros em dinheiro e mais de uma centena de malas de viagem. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, o cabecilha da rede era um empresário chinês a residir na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, que se dedicava à compra de meixão a apanhadores/pescadores, que depois era colocado em viveiros e enviado para o mercado asiático por via aérea, no interior de malas de viagem. A rede envolvia ainda três homens de nacionalidade portuguesa que colaboravam com o principal arguido na recolha do meixão junto dos apanhadores, transporte e colocação em viveiros, além de tratarem de questões logísticas. O MP diz ainda que o principal arguido procedeu à angariação de pessoas em países asiáticos a quem pagava todas as despesas de deslocação para Portugal e estadia em território nacional tendo como único objectivo fazerem o transporte do meixão vivo. Por forma a manter o meixão vivo durante o tempo necessário à organização das referidas viagens e até acumularem as quantidades necessárias, os arguidos utilizavam um viveiro de aquacultura e várias habitações onde montaram ou construíram tanques com água. O meixão vivo é uma espécie protegida pela convenção CITES em virtude de nos últimos anos as suas populações terem diminuído em mais de 70 por cento, tendo elevada procura nos mercados asiáticos, quer na gastronomia, quer para fins agrícolas, onde chega a atingir um preço elevadíssimo.