Hoje Macau China / Ásia InternacionalCimeira | APEC contra o proteccionismo e pelo comércio livre Na cimeira da APEC houve unanimidade contra o proteccionismo e pela abertura dos mercados, dois pontos contrários às ideias expressas por Trump na sua campanha. Os países do Pacífico acreditam que há vida além dos EUA proteccionistas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 24ª Cúpula de Líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (Apec) terminou neste domingo em Lima com a promessa de se transformar num muro contra o proteccionismo e avançar na criação de uma área de livre-comércio que abranja todos os seus membros. A incerteza causada após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos marcou o tom e o conteúdo dos debates, e levou inclusivamente o presidente do Peru e anfitrião da reunião, Pedro Pablo Kuczynski, a falar de “um momento-chave da história económica” do mundo ao encerrar o evento, que durante o fim de semana reuniu os líderes das 21 economias do bloco. A reunião terminou com uma declaração de alerta sobre os riscos de proteccionismo e com a defesa da integração económica, que coincidiu com o documento antecipado no sábado pela Agência Efe e que transformou Trump no protagonista involuntário desta cimeira, que serviu como despedida oficial de Barack Obama da cena internacional. Nas conclusões, os líderes mostraram preocupação porque “a globalização e os seus processos de integração associados são cada vez mais questionados, contribuindo para o surgimento de tendências proteccionistas”. “Reafirmamos o nosso compromisso de manter os nossos mercados abertos e de lutar contra todas as formas de proteccionismo”, asseguraram. Assim, os líderes da Apec mostraram-se decididos a “reverter medidas proteccionistas e distorcidas que debilitam o comércio e travam o progresso e a recuperação da economia internacional”. Estas mensagens foram também repetidas até à exaustão de forma pessoal pelos líderes presentes na reunião, liderados por Obama, pelo presidente da China Xi Jinping, pelo japonês Shinzo Abe e o canadiano Justin Trudeau. Por uma área de comércio livre Além destas mensagens de ordem política, o Apec anunciou o seu desejo de avançar rumo à constituição de uma Área de Comércio Livre da Ásia Pacífico (FTAAP, em inglês) “de forma integral e sistemática”. Segundo a Declaração de Lima, divulgada no encerramento da cimeira, este compromisso será “um instrumento central para aprofundar a agenda de integração económica regional”. O FTAAP desenvolver-se-á de forma “externa e paralela” à Apec e terá como fim não só conseguir a liberalização dos mercados regionais, mas que esta seja “integral e de alta qualidade”, além de incluir os “temas de comércio e investimento de segunda geração”. Este acordo deverá ser construído em função dos acordos de comércio livre entre as economias do bloco actualmente existentes, particularmente o Acordo de Cooperação Transpacífico (TPP) e o Acordo Integral Económico Regional (RCEP), para o que os líderes pediram que permaneçam “abertos, transparentes e inclusivos”. Os trabalhos preliminares para este objectivo deverão estar prontos até 2020. Temas consensuais A declaração final da Cúpula de Líderes, de sete páginas, abordou também áreas específicas como o desenvolvimento das energias renováveis, o papel da mulher, o papel das pequenas e médias empresas, a conectividade e a luta contra o terrorismo e a corrupção. Estas posições são completamente diferentes das promessas de campanha de Donald Trump, que defendeu ante o eleitorado americano um maior proteccionismo económico para proteger os empregos nas indústrias contra a concorrência da China ou do México, países com mão-de-obra mais barata. As economias que fazem parte da Apec são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China e Hong Kong, Estados Unidos, Indonésia, Japão, Coreia, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Singapura, Taiwan, Tailândia e Vietname. Estas economias representam 54% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 50,3% das exportações mundiais, e contam com um mercado de mais de 2,8 mil milhões de pessoas, equivalente a 40% da população mundial. China pretende substituir EUA proteccionistas A China exibiu em Lima a sua ambição de assumir a liderança das negociações de comércio livre na região Ásia-Pacífico, por oposição ao projecto proteccionista do presidente americano eleito Donald Trump. Após a eleição, a relação entre a China e os Estados Unidos estão “numa encruzilhada”, advertiu o presidente chinês, Xi Jinping, à margem da cimeira da APEC. “Espero que as duas partes trabalhem juntas para se concentrar na cooperação, gerir as nossas diferenças e assegurar que a transição ocorra sem problemas e que o relacionamento continue a crescer”, acrescentou o líder chinês no início da sua última reunião bilateral com Barack Obama, que realiza na capital peruana a sua última viagem oficial ao exterior. Barack Obama lançara um apelo ao mundo, pedindo “uma chance” para seu sucessor, dando-lhe tempo. “Nós nem sempre governamos como fazemos campanha”, observou o actual ocupante da Casa Branca. Por seu lado, Xi Jinping pediu aos líderes regionais para apoiar as iniciativas chinesas para o comércio livre na região, para preencher o vazio deixado pelo provável abandono do acordo de comércio livre (TPP) pelos Estados Unidos. “Nós não vamos fechar a porta ao mundo exterior, mas abri-la ainda mais”, garantiu. “A construção de uma Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP) é uma iniciativa estratégica vital para a prosperidade a longo prazo da região. Devemo-nos ater a este projecto com firmeza”. A iniciativa chinesa alternativa é um projecto de acordo de comércio livre entre a Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), Austrália, China e Índia, mas sem os Estados Unidos. Pequim defende o tratado como um passo importante na construção da zona de comércio livre da Ásia-Pacífico (FTAAP), que reuniria todos os países membros da APEC e cuja conclusão levaria anos, se um dia for concluída. “Vamos investir plenamente na globalização da economia, apoiando o comércio multilateral, com o avanço do FTAAP, trabalhando no sentido de uma rápida conclusão das negociações sobre o CJPE”, declarou Xi Jinping. A Austrália mostrou-se sensível à proposta chinesa CJPE. Mas o Japão, a outra potência regional da Ásia, é menos propensa a ceder a Pequim. O país continua, juntamente com outros, como Chile, a defender o TPP, mesmo sem os Estados Unidos. “O pacto chinês de comércio livre não vai compensar o fracasso do TPP, que representa um golpe para as perspectivas económicas da Ásia emergente”, comentou neste sábado o Capital Economics numa análise. “Os seus benefícios para a região tendem a ser muito menores”, especialmente para países como o Vietname ou a Malásia. No entanto, “a retirada dos Estados Unidos criou uma oportunidade para a China para expandir sua influência na Ásia”, acredita a Capital Economics.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e EUA discutem cooperação na área da justiça [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina e Estados Unidos da América discutem desde ontem como fortalecer a cooperação em assuntos da justiça, tal como a repatriação de fugitivos, uma questão determinante para a campanha anti-corrupção lançada por Pequim. “As relações entre a China e os EUA são, sem dúvida nenhuma, umas das mais importantes no mundo”, afirmou ontem o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Liu Zhenmin, na abertura do 14.º encontro entre os dois países para a cooperação em matéria de justiça. “O cumprimento da lei e a colaboração policial são uma parte muito importante dessas relações”, acrescentou. Durante o encontro, que ocorre até hoje em Pequim, e durante as quais participam o responsável norte-americano pela segurança e luta anti-droga, William Brownfield, Liu disse esperar que “os assuntos polémicos sejam tratados de forma adequada”. O vice-ministro chinês destacou, como resultado da cooperação, o regresso à China na semana passada da fugitiva mais procurada por Pequim, Yang Xiuzhu, “com a ajuda” dos EUA. “Este tipo de apoio insere-se nos compromissos alcançados entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo norte-americano, Barack Obama, em Setembro passado, durante a reunião entre os líderes dos países do G20”, disse. Liu referiu ainda que Xi “falou na semana passada com o [Presidente eleito] Donald Trump e ambos pensam que falta alargar a cooperação a todos os aspectos”. Ligações intrincadas David Rank, embaixador adjunto dos EUA, sublinhou que o encontro entre Xi e Obama, à margem da APEC, “demonstra o quão complexas são as relações, que abarcam desde a segurança à economia, alterações climáticas e reforço da lei”. “Isto inclui aumentar a cooperação na coordenação de investigações criminais, repatriações e luta contra os narcóticos”, afirmou. “Hoje estamos aqui para assegurar que os compromissos realizados entre os nossos Presidentes se levam a cabo”, acrescentou, numa altura em que o desenvolvimento futuro das relações é uma incógnita, após a vitória de Trump nas eleições. O fórum ocorre num período em que Pequim reforça a campanha “Skynet”, que visa repatriar suspeitos de corrupção que escaparam para o estrangeiro – a maioria por crimes económicos e muitos evadidos nos EUA. O mais mediático alvo da campanha é o empresário Ling Wancheng, irmão do ex-director do Comité Central do Partido Comunista Chinês e adjunto do antigo Presidente Hu Jintao, Ling Jihua, que foi condenado este ano à prisão perpétua.
Hoje Macau China / ÁsiaBirmânia | Pequim apela ao restauro da paz na fronteira Os combates entre o exército e os guerrilheiros das minorias étnicas fizeram, domingo passado, oito mortos. Uma bomba caiu em território chinês [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China apelou à Birmânia para restaurar a paz na fronteira comum e evitar uma escalada no conflito entre as forças armadas e guerrilheiros, após uma bomba ter atingido território chinês. As autoridades chinesas puseram em marcha um dispositivo de emergência e reforçaram o contingente policial junto à fronteira. Pequim “espera que todas as partes implicadas participem no diálogo e consultas e façam esforços concretos para salvaguardar a paz”, afirmou um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, em comunicado difundido na noite de domingo. Os combates entre as forças birmanesas e os guerrilheiros começaram na madrugada de domingo e o tiroteio podia ser escutado na cidade chinesa de Wanding, situada na fronteira. Uma das bombas atingiu uma aldeia chinesa, sem causar vitimas. Entretanto, um hospital chinês admitiu dois civis da Birmânia que ficaram feridos e em vários locais foram preparadas instalações para receber os refugiados do conflito. Escreve ontem a imprensa estatal da Birmânia que pelo menos oito pessoas morreram no noroeste do país nos confrontos no domingo entre o exército e guerrilhas de três minorias étnicas. Segundo o jornal Global New Light of Myanmar, os confrontos foram provocados por ataques a postos militares e da polícia por parte do Exército para a Independência Kachin, Exército de Libertação Nacional Ta’ang e milicianos da minoria kokang. Um soldado, três polícias, um membro da milícia civil e três moradores morreram e 29 pessoas ficaram feridas, incluindo nove polícias, segundo o mesmo diário. Na sequência da ofensiva, várias bombas caíram do lado chinês da fronteira, onde não foram registados feridos, segundo o jornal. Acordo distante O recrudescimento da violência representa mais um golpe nos esforços da líder de facto do governo birmanês, Aung San Suu Kyi, para alcançar um acordo de paz com as guerrilhas. O governo organizou em Agosto uma conferência de paz, que reuniu 18 das 21 guerrilhas do país e terminou com uma declaração de boas intenções, mas sem grandes acordos. Os ta’ang e kokang não participaram no encontro, devido ao veto dos militares, ao contrário do que sucedeu com os kachin, que enviaram uma delegação. Os kachin, com cerca de 10.000 milicianos, enfrentam o exército desde 2011, após o fim de um cessar-fogo que durou 17 anos. Esse diálogo não deteve, contudo, a ofensiva levada a cabo na zona pelo exército birmanês, ao qual a Constituição concede amplos poderes, incluindo os ministérios da Defesa, Interior e Fronteiras, e poder de veto no parlamento. Uma maior autonomia é a principal reivindicação de quase todas as minorias étnicas da Birmânia, incluindo a chin, kachin, karen, kokang, kayah, mon, rakain, shan e wa, as quais representam mais de 30% dos 48 milhões de habitantes do país. Em Maio de 2015, durante um conflito entre as tropas da Birmânia e guerrilheiros kokang, uma bomba atingiu também território chinês, causando a morte de cinco camponeses. A Birmânia pediu desculpas e pagou compensações pelo incidente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Denunciadas cargas incompletas de petróleo de Angola Quase 90% dos carregamentos de petróleo provenientes do poço angolano de Saturno que chegaram a Huangdao, norte da China, nos primeiros dez meses do ano tinham peso a menos, noticiou a imprensa local [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo o maior jornal da província de Shandong, o Qi Lu Wan Bao, 45 dos 51 carregamentos provenientes de Saturno traziam menos carga do que o acordado, estando a perda para os compradores estimada em 2,21 milhões de dólares. No total, as encomendas oriundas daquele poço de águas ultra-profundas, situado no bloco 31, costa norte de Angola, apresentaram um défice de 7.690 toneladas, destaca o jornal, que cita a alfândega de Huangdao. No caso em que os carregamentos apresentaram maior irregularidade, o valor em falta ascende a 0,5% do total. A mesma fonte justifica o défice com a “densidade do petróleo acima do normal” e o “carregamento insuficiente no porto de carga”, estimando a perda para os compradores em 2,21 milhões de dólares. Situada na província de Shandong, a ilha de Huangdao é sede de uma das principais refinarias do gigante estatal Sinopec no norte da China, e extremo de um dos oleodutos que fornece o nordeste chinês. No pódio Entre Janeiro e Outubro, Huangdao recebeu 3,6 milhões de toneladas de petróleo oriundos de Saturno, o que coloca o poço angolano entre o terceiro maior fornecedor, a seguir a Meery16, na Venezuela, e ESPO, na Rússia. As autoridades recomendaram aos importadores chineses que, ao assinar o contrato de compra com o fornecedor angolano, devem identificar claramente o método de pesagem e realizar uma inspecção no porto de carga. O bloco 31 tem o petróleo mais barato produzido em Angola e já rendeu em receitas para o Estado, entre Janeiro e Setembro, 57.104 milhões de kwanzas (321 milhões de euros), segundo dados do Ministério das Finanças de Angola. É explorado por um consórcio que integra a BP (26,67% do capital), a Statoil (13,33%), a Sonangol Sinopec International (15%) e a estatal angolana Sonangol (45%), que é também operadora do bloco. Em Julho passado, Angola ultrapassou a Arábia Saudita e a Rússia e tornou-se no principal fornecedor de petróleo da China, segundo dados das Alfândegas chinesas. Em Agosto e Setembro, o país africano manteve aquela posição.
Hoje Macau China / ÁsiaChina |Investimento directo no exterior aumentou 53,3% Serviços e consumo são agora os sectores mais solicitados pelos chineses para aplicar capital. Os investimentos além-fronteiras chegaram a 162 países e regiões [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s empresas chinesas investiram 145,96 mil milhões de dólares no exterior, entre Janeiro e Outubro, um aumento de 53,3%, face ao mesmo período de 2015, consolidando a posição da China como investidor externo. O valor supera o investimento directo estrangeiro na China, que nos primeiros dez meses do ano aumentou 4,2%, em termos homólogos, fixando-se nos 90.500 milhões de euros. Os dados do Ministério do Comércio chinês detalham que, em Outubro, o investimento feito pela China além-fronteiras subiu 48,4%, face ao mesmo mês de 2015, para 11,74 mil milhões dólares. Pequim tem encorajado as empresas do país a investir além-fronteiras, como forma de assegurar matérias-primas e fontes confiáveis de retornos, face aos sinais de abrandamento na economia doméstica. Os investimentos chineses chegaram a 162 países e regiões, tendo beneficiado sobretudo Hong Kong, os países do sudeste asiático e da União Europeia, Austrália, Estados Unidos da América, Rússia e Japão. Os EUA registaram a maior subida, com o capital chinês no país a registar um aumento de 173,9%, nos primeiros dez meses do ano. Mudança de rumo A tendência do investimento chinês tem-se também alterado nos últimos anos, com crescente preponderância do sector dos serviços e do consumo. Os números oficiais demonstram que, nos primeiros dez meses do ano, a maioria do montante de investimento chinês fora do país se dirigiu para os serviços comerciais, retalho e manufactura. “Anteriormente dominado por grandes empresas estatais que procuravam ferro e cobre, o investimento chinês agora inclui conglomerados do sector privado que compram estúdios de cinema nos EUA e casas de moda na Europa, assim como empresas apoiadas pelo Estado a adquirir firmas no sector da tecnologia”, notou o banco HSBC em comunicado. A China é a segunda economia mundial, a seguir aos EUA, e a maior potência comercial. Nos últimos anos, Portugal tornou-se um dos principais destinos do investimento chinês na Europa, logo a seguir ao Reino Unido, Alemanha e França, num montante que já ultrapassou os 10.000 milhões de euros, segundo fontes portuguesas.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Fugitiva mais procurada regressou à China [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] fugitiva mais procurada pelas autoridades chinesas, Yang Xiuzhu, regressou na quarta-feira à China, no âmbito da campanha lançada por Pequim “Skynet”, que visa repatriar suspeitos de corrupção que escaparam para o estrangeiro. Yang, antiga vice-presidente da câmara de Wenzhou, na costa leste chinesa, aterrou em Pequim para se entregar às autoridades, depois de 13 anos evadida em países da Ásia, Europa e nos Estados Unidos da América. A mulher de 70 anos é acusada de ter desviado um valor equivalente a 37 milhões de euros. O seu nome aparecia afixado no topo da lista com os cem cidadãos da China mais procurados além-fronteiras, publicada pela secção chinesa da Interpol. Yang foi levada sob custódia, após ter sido acompanhada desde o avião por duas polícias, segundo imagens difundidas em directo pela televisão estatal. Trata-se do 37.º fugitivo que consta na lista dos 100 mais procurados por Pequim a ser repatriado, segundo a Comissão Central de Inspecção e Disciplina (CCID), o órgão máximo anti-corrupção do Governo chinês. A detenção de Yang é “um feito importante da cooperação entre a China e os EUA no reforço da aplicação da lei anti-corrupção”, anunciou em comunicado a CCID. No ano passado, o órgão anti-corrupção do Partido Comunista Chinês (PCC) conseguiu também a repatriação do irmão de Yang, Yang Jinjun, suspeito de corrupção e suborno e que integrava também a lista dos mais procurados. Batalha polémica A campanha “Skynet” tem sido também controversa, com alegações de que agentes chineses têm operado secretamente além-fronteiras, sem o consentimento das autoridades locais. Após ascender ao poder, em 2012, o Presidente da China, Xi Jiping, lançou uma campanha anti-corrupção que resultou já na punição de mais de um milhão de funcionários chineses. A campanha não inclui, porém, maior transparência, como exigir a declaração de bens aos membros do Governo ou a supervisão do PCC por um organismo independente. Na semana passada, um vice-ministro da Segurança chinês foi eleito presidente da Interpol, uma escolha inédita e que mereceu críticas por parte de advogados dos Direitos Humanos preocupados com os abusos e falta de transparência do sistema jurídico chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Duterte ameaça abandonar Tribunal Penal Internacional À semelhança de Vladimir Putin, o Presidente das Filipinas ameaça repudiar o Tribunal Penal Internacional e juntar-se à China e à Rússia se estes “decidirem criar uma nova ordem” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente filipino, Rodrigo Duterte, ameaçou ontem imitar a Rússia e abandonar o Tribunal Penal Internacional (TPI), na sequência das críticas internacionais contra a sua violenta guerra contra a droga. Na quarta-feira, Moscovo anunciou a intenção de retirar a assinatura do tratado fundador do TPI, que acusou de não ser “verdadeiramente independente” e de não estar à altura das expectativas suscitadas. “Talvez eles [russos] tenham julgado o TPI inútil, por isso se retiraram”, afirmou Duterte à imprensa, em Davao (sul), pouco antes da partida para o Peru, onde vai participar numa cimeira regional. “Talvez os imite. Porquê? Porque estes tiranos desavergonhados só atacam pequenos países como nós”. Toca a abater Rodrigo Duterte venceu, em Maio, por esmagadora maioria as presidenciais, com a promessa de matar milhares de criminosos e acabar com o tráfico de droga. Desde que tomou posse, mais de 1.800 suspeitos foram abatidos pela polícia, e continuam por explicar os homicídios de 2.600 pessoas, de acordo com estatísticas oficiais. Estes homicídios foram alvo de críticas dos Estados Unidos, grande aliado militar de Manila, e pela ONU. Duterte reagiu com insultos ao Presidente norte-americano, Barack Obama, e ao secretário-geral da ONU, mas convidou Ban Ki-moon a visitar o país para conhecer a campanha anticriminalidade, e garantiu que o governo nada tinha cometido ilegalidades. No mês passado, a procuradora-geral do TPI, Fatou Bensouda, afirmou estar “profundamente preocupada” com aqueles homicídios, acrescentando que os responsáveis podiam vir a ser julgados. Rodrigo Duterte denunciou estas ameaças e prometeu “arrastar na queda” quem o quiser prender, ao mesmo tempo que reiterou a ameaça de abandonar a ONU, que culpou de não ter conseguido impedir guerras que mataram “milhares de mulheres e crianças”. “Se a China e a Rússia decidirem criar uma nova ordem, serei o primeiro a aderir”.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim defende o direito de controlar o uso da Internet Na abertura da III Conferência Mundial sobre a Internet, Xi Jinping apela à coordenação internacional para melhorar a segurança da rede e promover uma utilização mais justa do ciberespaço [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China defendeu ontem o direito de controlar e promover o uso “sensato” da rede, perante representantes de multinacionais da tecnologia, como a Microsoft, IBM ou Lenovo, durante a III Conferência Mundial sobre a Internet. O evento, organizado pelo Governo chinês, arrancou ontem em Wuzhen, na costa leste chinesa, depois de as edições prévias terem suscitado críticas por serem organizadas num país onde o uso da Internet é restringido. A censura imposta por Pequim no ciberespaço resulta no bloqueio de vários portais estrangeiros e alguns serviços de “gigantes” da Internet, como o Facebook, Twitter e Google. Numa mensagem gravada em vídeo e difundida na abertura da conferência, o Presidente chinês, Xi Jinping, apela à comunidade internacional para que coordene esforços no sentido de melhorar a segurança no ciberespaço. Xi disse ainda apoiar que cada país procure os seus modelos para um “desenvolvimento ordenado” da Internet. “A China trabalhará com a comunidade internacional para assegurar o bem comum da humanidade, manter a soberania do espaço ‘online’, promover uma governação global da Internet mais justa e equitativa e um ciberespaço aberto, inclusivo e seguro”, afirmou. O líder chinês insistiu na necessidade de alcançar “consensos” internacionais para aproveitar as oportunidades que a rede oferece e enfrentar os desafios. “O desenvolvimento da Internet não tem fronteiras nacionais ou sectoriais. O uso, desenvolvimento e governação sensata da Internet apela à cooperação internacional e esforços conjuntos para construir uma comunidade de futuro comum no ciberespaço”, apontou. Poder reforçado Na semana passada, a Assembleia Nacional Popular (ANP) chinesa aprovou a lei de segurança na Internet, que reforça os poderes do Governo para aceder a informação, obter registos de mensagens e bloquear a difusão de dados que considera ilegais. A normativa foi alvo de duras críticas por grupos de defesa dos Direitos Humanos ou de associações de empresários. A lei representa “um recuo para a inovação no país e não contribuirá muito para aumentar a segurança”, comentou a Câmara do Comércio dos Estados Unidos da América na China. Já a homólogo europeu advertiu para o “ambiente negativo e de incerteza” que se criou. Multinacionais como a Microsoft, IBM, Qualcomm, Amazon ou Linkedin e as chinesas Lenovo, Alibaba, Baidu ou Tencent encontram-se entre os participantes da conferência de Wuzhen. A Amnistia Internacional (AI) apelou a todos os grupos que enviem “uma mensagem clara ao Governo chinês de que não estão preparados para cumprir com os amplos abusos aos direitos de liberdade de expressão e de privacidade”. “Os comentários de Xi evidenciam que a China está a tratar de redefinir o significado da Internet, que foi criada para conectar os cidadãos de todas as partes do mundo”, refere em comunicado. Durante a reunião em Wuzhen, as empresas deverão exibir os seus últimos produtos nos sectores do comércio electrónico, transportes partilhados e processamento de grandes volumes de dados. A China é o país com mais cibernautas do mundo, cerca de 710 milhões de usuários – mais de o dobro de há cinco anos – 92,5 por cento dos quais acedem à rede através de smartphones, segundo dados oficiais.
Hoje Macau China / ÁsiaProibidas expressões impróprias contra Kim Jong-un na internet [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas proibiram o uso na internet e redes sociais da expressão “Gordinho Kim III” para se referir ao líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, embora insistiram nesta quarta-feira que não tenha se tratou de um pedido do governo de Pyongyang. “Desautorizamos que se fale do líder de qualquer país com expressões insultantes”, afirmou ontem um porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang. Geng acrescentou que “o governo chinês está comprometido com a criação de um meio ambiente saudável e civilizado para as opiniões” na internet. No entanto, Geng rejeitou a veracidade de informações que consideravam a decisão tomada a pedido do governo norte-coreano. O uso do citado termo e outros similares para se referir ao líder norte-coreano era muito comum nas redes sociais chinesas. No entanto, uma busca nestas redes chinesas da expressão “Gordinho Kim III” (que faz referência a sua obesidade e a ser o terceiro membro da família que exerce o cargo de forma ininterrupta desde 1945) já não aparece hoje. Assim, a rede social Weibo (o equivalente chinês ao Twitter) oferece uma mensagem que diz que “segundo a legislação vigente, não há resultados para a busca”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Tribunal impede deputados independentistas de tomarem posse Está decidido. Um tribunal de Hong Kong confirmou a posição do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular que impede os dois deputados pró-independência de tomar posse no Conselho Legislativo. O parlamento de Hong Kong fica assim fica com dois lugares em aberto [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong decidiu ontem que dois deputados defensores da independência da cidade não podem assumir os seus assentos no parlamento local, seguindo uma posição assumida pela China na semana passada. A 12 de Outubro, à semelhança dos outros deputados, Baggio Leung e Yau Wai-ching, eleitos nas legislativas de 4 de Setembro, prestaram juramento, mas pronunciaram a palavra China de forma considerada ofensiva e acrescentaram palavras suas, comprometendo-se a servir a “nação de Hong Kong”. Os juramentos foram considerados inválidos e na semana passada, o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China, antecipando-se à decisão judicial que estava a ser aguardada, considerou que os dois deputados pró-independência não podiam repetir o juramento do cargo e tomar posse. A posição do tribunal foi anunciada ontem e confirma a posição assumida por Pequim na interpretação que fez da Lei Básica de Hong Kong. Juiz decide Leung e Yau “foram desqualificados” e ficam assim vagos dois lugares no Conselho Legislativo, anunciou o juiz Thomas Au, num comunicado, sem abrir a possibilidade de os dois deputados repetirem os juramentos. Os juramentos que ambos fizeram a 12 de Outubro “são inválidos” e “não têm efeito legal”, acrescenta-se na mesma nota, considerando-se que os juramentos de Leung e Au mostraram “claramente que não tinham a intenção real e sincera” de respeitar a Lei Básica de Hong Kong. “Com ou sem a interpretação (de Pequim), o tribunal teria chegado à mesma conclusão”, garante ainda o juiz. Yau já disse a meios de comunicação social locais que a deliberação do tribunal não a surpreendeu. “O Governo já usou tantos pequenos actos para condicionar os tribunais e os tribunais foram tão pressionados que tomaram esta decisão”, afirmou. A antecipação de Pequim ao tribunal gerou protestos na cidade contra e a favor da China.
Hoje Macau China / ÁsiaCamponês executado por homicídio motivado por demolição forçada [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas executaram ontem Jia Jinglong, o camponês que matou um funcionário local depois de a sua casa ter sido demolida, num caso que suscitou o debate na China sobre o abuso de poder. Jia Jinglong foi executado em Shijiazhuang, a cerca de 300 quilómetros de Pequim, após receber a última visita dos familiares, noticiou a agência oficial chinesa Xinhua. O recurso do camponês foi rejeitado pelo Tribunal Supremo do Povo no mês passado. O homicídio, em Fevereiro de 2015, suscitou a simpatia dos chineses vítimas de abuso do poder e dois jornais estatais difundiram editoriais apelando a que Jia fosse poupado. “Jia não teria provavelmente agido daquela forma se a sua perda tivesse sido devidamente tratada”, escreveu então o jornal oficial em língua inglesa China Daily. Em 2013, o camponês opôs-se à demolição da sua casa, que visava a construção de um complexo residencial, argumentando que não recebeu a compensação justa. O seu casamento, já marcado, acabou por ser cancelado e Jia começou a planear o assassinato do chefe local do Partido Comunista Chinês, He Jianhua. No ano passado, Jia dirigiu-se ao homem de 55 anos, durante uma reunião entre os funcionários locais, e deu-lhe um tiro na cabeça. O seu acto foi “extremamente cruel e o seu efeito na sociedade extremamente negativo”, referiu a Xinhua, que cita o Tribunal Supremo. Fonte de tensão O caso ilustra a frequente tensão entre moradores e autoridades em torno das demolições forçadas na China, onde o sistema legal continua a ser débil e o cidadão comum tem poucas hipóteses de obter justiça em casos envolvendo as autoridades. A venda de terrenos é uma fonte importante de rendimentos para os governos locais, o que fomenta o uso da força para expulsar os moradores. Vários casos dão conta de subornos pagos pelos construtores de imobiliário às autoridades locais, visando a expulsão dos residentes de suas casas. Em Maio, um aldeão chinês foi abatido a tiro pela polícia, na província de Henan, centro da China, após ter matado um funcionário do Governo e dois homens quando resistia a uma demolição forçada. Segundo relatou a imprensa chinesa, Fan Huapei, de 36 anos, terá matado um responsável pelo gabinete administrativo do distrito de Huiji, na cidade de Zhengzhou, e dois trabalhadores da equipa de demolição e ferido um terceiro trabalhador. De acordo com o jornal Beijing News, centenas de locais compareceram no funeral de Fan, enquanto 150 aldeões e um grande número de pessoas não identificadas contribuíram com donativos para a família. “A China carece de uma supervisão efectiva em casos de demolições forçadas. As pessoas com propriedades que são demolidas reagem violentamente, e os seus actos são vistos como heróicos”, afirmou na altura ao jornal oficial Global Times Hu Xingdou, professor do Beijing Institute of Technology e especialista em questões sociais.
Hoje Macau China / ÁsiaPortugal | Relações comerciais com a China vão reforçar-se [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro da Economia considerou ontem que as relações comerciais com a China vão reforçar-se no futuro, destacando que “a China vê Portugal como um parceiro estratégico” não só para investimentos no país, mas também na lusofonia. “As relações com a China vão reforçar-se ainda mais nos próximos anos; a China vê Portugal como um parceiro estratégico e Portugal vê a China como um grande mercado com muitas oportunidades”, disse Manuel Caldeira Cabral à margem do primeiro Fórum Económico Portugal-China, que decorre até esta quarta-feira em Lisboa. Para o ministro, uma das grandes vantagens de Portugal passa por ser uma porta de entrada não só para outros mercados europeus, mas também para os mercados lusófonos, com o Brasil, Angola ou Moçambique. “Há oportunidades muito interessantes na cooperação tripartida para projectos em países africanos, no Brasil e no desenvolvimento de Portugal como plataforma de entrada para as empresas chinesas no mercado europeu, podendo juntar a capacidade técnica e o conhecimento de Portugal dos mercados lusófonos com a capacidade financeira e a dimensão das empresas da China”, acrescentou o governante. A vantagem para as empresas portuguesas, salientou Caldeira Cabral, é a possibilidade de juntar o conhecimento técnico português com o músculo financeiro chinês, a segunda maior economia do mundo, que apesar da fase de abrandamento do crescimento económico, não tem problemas de liquidez. A junção das empresas “permite alavancar e fazer grandes investimentos em países como o Brasil, Angola e Moçambique, para os quais as empresas portuguesas têm capacidade técnica mas podem não ter capacidade financeira para investir e responsabilizar-se pelos investimentos”, defendeu o governante. Está na moda Manuel Caldeira Cabral concordou que “Portugal está na moda em áreas como o turismo ou o imobiliário”, mas destacou que o país “é e quer afirmar-se como um país aberto que acolhe investimento não só da China, mas de todo o mundo, porque é um factor importante para o nosso crescimento”. Portugal, disse, é olhado pelos investidores como um país que é “um bom lugar para investir, seguro, que garante estabilidade, competitivo e com trabalhadores qualificados que são capazes de dar resposta aos avanços tecnológicos”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Consumo privado irá contribuir para quase metade da economia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] consumo privado contribuirá para quase metade da economia chinesa, em 2030, segundo a unidade de análise da revista The Economist, após no ano passado ter constituído pela primeira vez o principal motor de crescimento do país. A Economist Intelligence Unit (EIU) prevê que o poder de compra dos consumidores chineses cresça a um ritmo médio de 5,5%, até ao final da próxima década, compensando a queda no investimento público e exportações. “O volume do aumento do consumo privado chinês que estimamos para os próximos 15 anos é superior ao nível actual do consumo na UE [União Europeia]”, refere o estudo. Pequim está a encetar uma reconfiguração do modelo económico do país, visando uma maior preponderância do consumo interno, em detrimento das exportações e do investimento em grandes obras públicas. Em Outubro, as exportações da maior potência comercial do planeta recuaram pelo sétimo mês consecutivo, com as empresas chinesas forçadas a subir os preços, face ao aumento dos custos com a mão-de-obra e produção. Por outro lado, no ano passado, o consumo privado subiu 8,4%, em termos homólogos, superando o ritmo de crescimento da economia chinesa, que se fixou em 6,9%. Os consumidores chineses contribuem agora para 38% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, uma percentagem que é pela primeira vez superior ao investimento público e às exportações. Na análise enviada esta semana aos investidores e a que agência Lusa teve acesso, os analistas da revista britânica The Economist prevêem que, em 2030, o consumo privado represente 47,4% do PIB chinês. O estudo refere que 35% da população chinesa, ou cerca de 480 milhões de pessoas, terão um rendimento médio alto ou elevado, um segmento que situa acima dos 10.000 dólares. Trata-se de um aumento significativo, face aos actuais 132 milhões de consumidores chineses – dez por cento da população – com um rendimento anual acima daquele montante. Já a percentagem de população com rendimentos mais baixos – inferiores a 2.100 dólares – deverá cair dos actuais 36,9% para 11%, enquanto aquela com rendimentos mais elevados – acima dos 32.100 dólares – aumentará de 2,6% para 14,5%. “A China vai parecer-se mais com uma sociedade de classe média, apesar de que a desigualdade continuará a constituir um desafio”, refere o estudo do EIU. Por todo o lado Os analistas consideram ainda que os altos rendimentos se tornarão mais dispersos: as cidades de Changsha, Chengdu e Wuhan e o município de Chongqing, todos situados no sudoeste do país, terão cada um pelo menos dois milhões de consumidores com rendimento elevado. “Estas cidades recorreram a mão-de-obra e terrenos baratos para atrair empresas chinesas e estrangeiras, que procuram escapar ao aumento dos custos nas cidades costeiras. Isto ajudou a aumentar os níveis de rendimento, emprego e criação de riqueza”, refere o EIU. Mas serão os grandes centros urbanos – Pequim, Cantão, Xangai e Shenzhen – que continuarão a ter o maior número de habitantes com rendimento elevado. Em Xangai, por exemplo, o número de residentes com um rendimento anual acima dos 32.100 dólares corresponderá a 43,2% da população – 10 milhões de pessoas. “Estes aumentos previstos nos níveis de rendimento significam que os hábitos de consumo dos chineses também vão sofrer alterações”, refere o estudo. Os economistas do EIU prevêem que os novos consumidores com rendimento médio baixo vão consumir mais produtos e serviços, enquanto aqueles do segmento médio alto vão comprar produtos de marca e com qualidade. Já o aumento da população com rendimentos elevados acarretará novas formas de consumo, que beneficiarão os sectores dos seguros e de gestão de património. “Entender como o comportamento do consumidor chinês se vai desenvolver nos próximos 15 anos será importante para as empresas se anteciparem”, sublinha o estudo.
Hoje Macau China / ÁsiaMilhares em manifestação de apoio a Pequim e contra a independência em Hong Kong [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ilhares de pessoas em Hong Kong participaram no domingo numa manifestação em defesa do governo da China e da sua decisão de proibir dois deputados independentistas de repetirem os juramentos necessários para exercerem o cargo. Cerca de 40 mil pessoas segundo a Aliança Anti-independência de Hong Kong, organizadora do protesto, e 28 mil segundo a polícia, concentraram-se junto à sede do Governo local empunhando grandes bandeiras da China, para mostrar o seu apoio à intervenção de Pequim na vida política e judicial da cidade. Entoando ‘slogans’ como “Lutar contra a independência de Hong Kong, apoiar a interpretação”, os manifestantes expressaram o seu apoio à interpretação que Pequim fez à Lei Básica (mini-constituição) de Hong Kong na semana passada, em que anulou os juramentos dos deputados por terem sido feitos “de uma maneira que não é sincera ou solene”. Pequim considerou que dois deputados, Sixtus Baggio Leung Chung-hang e Yau Wai-ching, esgotaram as suas opções para assumir os cargos, ao recorrerem a insultos e linguagem desrespeitosa em relação à China durante o primeiro juramento. Os dois ficam assim impedidos de repetir o juramento, após o conflito que se gerou no hemiciclo devido ao seu comportamento. O caso estava a ser analisado nos tribunais de Hong Kong quando Pequim avançou com uma interpretação que muitos consideram irreversível. Prós e contras A decisão adoptada pelo Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China foi criticada por activistas pró-democracia e especialistas legais de Hong Kong, que a encararam como um golpe à independência judicial de Hong Kong, o que levou centenas de advogados e juízes da cidade a sair em protesto na passada terça-feira. A manifestação de domingo, uma das maiores dos últimos anos a favor da presença da China em Hong Kong, levou às ruas deputados da cidade próximos do regime comunista. “A China nunca irá tolerar a divisão da nação”, disse o deputado Michael Tien. A ala pró-democracia ainda não se pronunciou publicamente sobre a decisão do Governo chinês e o Supremo Tribunal de Hong Kong não emitiu ainda a sua decisão sobre se os dois deputados devem ser impedidos de assumir os cargos.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping e Donald Trump vão “reunir em breve” O Presidente norte-americano eleito e o Presidente chinês combinam para breve uma reunião para trocar opiniões. Em cima da mesa estarão temas de “interesse mútuo” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, e o futuro homólogo norte-americano, Donald Trump, concordaram ontem reunir-se “em breve” para discutir a relação entre os dois países, noticiou a televisão estatal CCTV. Numa conversa por telefone, Xi e Trump “prometeram manter um contacto próximo, construir boas relações de trabalho e reunir em breve para uma troca de opiniões em assuntos de interesse mútuo”, referiu o canal. Durante a campanha eleitoral, o país asiático foi um dos alvos preferidos do magnata nova-iorquino, que acusou a China de “manipulação da moeda”, ou “batotice” e ameaçou taxar os produtos chineses em 45%. Trump chegou a chamar a China de “inimigo” e prometeu enfrentar um país que diz considerar os EUA “palermas”. O presidente eleito sugeriu, no entanto, que não se quer envolver em disputas externas e recusou o Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), um acordo que visa a criação da maior área de livre comércio do mundo e que a China vê como prejudicial aos seus interesses. A CCTV cita Trump, que afirmou que “a China é um grande e importante país, cujo desenvolvimento surpreendeu o mundo”. “Os EUA e a China podem beneficiar-se mutuamente”, disse. O termo usado pela CCTV – “benefício mútuo” – é frequentemente utilizado pela diplomacia chinesa. Mar de incógnitas As posições contraditórias e ambíguas de Trump deixam dúvidas sobre a forma como lidará com a China, a segunda maior economia mundial e detentora de um poderoso aparelho militar. Durante a administração de Barack Obama, Washington reforçou a presença militar e diplomática no leste asiático, levando Pequim a adoptar uma política assertiva, face ao que considera uma tentativa de conter a sua influência económica e geopolítica. Mas Trump não propôs soluções para questões estratégicas que perturbam as relações, como as reclamações territoriais de Pequim no Mar do Sul da China, o programa nuclear da Coreia do Norte ou o futuro de Taiwan. O vencedor das eleições norte-americanas indicou ainda que os EUA estão cansados de pagar pela defesa dos seus aliados, como o Japão e a Coreia do Sul, sugerindo que estes países deviam desenvolver as suas próprias armas nucleares. Mark Williams, analista da consultora Capital Economics, sugeriu anteriormente numa nota que se os “EUA estiverem menos envolvidos na Ásia, Pequim terá a oportunidade de definir a integração política e económica da região nos seus próprios termos”. Isso poderá incluir um acordo comercial que exclua os EUA, como o TPP excluiu a China. Em andamento Pequim já está em negociações para instituir a Parceria Económica Compreensiva Regional (RCEP, na sigla em inglês), uma área de comércio livre que inclui países do sudeste da Ásia, a China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia. No total, abarcará mais de 3.000 milhões de pessoas. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Austrália afirmou mesmo na quinta-feira passada que, caso o TPP falhe, “o vácuo que seria criado deverá ser preenchido com o RCEP”. Questionado sobre a ameaça de Trump vir a taxar os produtos chineses, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês lembrou na semana passada que o comércio bilateral entre os dois países aumentou 200 vezes nas últimas décadas, beneficiando ambos os lados. “Qualquer chefe de Estado nos EUA que considera os interesses dos seu país e do seu povo irá fazer a escolha certa”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim com plano para reunir progenitores migrantes com filhos deixados para trás [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China está a analisar formas de reunificar milhões de famílias separadas devido à migração interna, que resultou em que mais de nove milhões de crianças cresçam longe dos pais. Segundo o jornal oficial China Daily, o novo ministro dos Assuntos Civis, Huang Shuxian, avançou com essa proposta esta semana, durante a sua primeira reunião após suceder no cargo a Li Liguo. Devido ao alto custo de vida nas cidades e às restrições na autorização de residência, que limitam o acesso a serviços básicos como educação e saúde pública, milhões de trabalhadores optam por deixar os filhos ao cuidado de familiares. Em muitos casos, os pais só visitam as crianças uma vez por ano. Um censo divulgado pelo Governo na quinta-feira estima que o total de crianças “deixadas para trás” ascende a 9,02 milhões. Quase 90% – 8,05 milhões – vive com os avôs, 3% com outros familiares e 4% permanece só – quase 400.000 crianças. Uma das soluções propostas por Huang, segundo o China Daily, seria conceder autorização de residência (Hukou, em chinês) aos menores que migram com os pais, para que possam ir à escola nas cidades ou recorrer ao serviço nacional de saúde. A autorização de residência ‘Hukou’ é um sistema implantado em 1958, durante o Governo de Mao Zedong, para controlar a migração massiva dentro do país e assegurar a continuidade da produção agrícola e a estabilidade social nos centros urbanos. O ministro propôs ainda a adopção de medidas para estimular os pais a voltar a casa e o apoio aos menores que abandonaram os estudos para que voltem à escola. Campo de fatalidades A ocorrência de tragédias envolvendo estas crianças é frequentemente notícia na imprensa chinesa. No ano passado, quatro irmãos, com idades entre os cinco e os 14 anos, abandonados pelos pais durante meses, morreram depois de terem ingerido pesticida em Bijie, na remota província de Guizhou. No total, cerca de 60 milhões de chineses cresceram longe dos pais, desde as reformas económicas lançadas no país no final da década de 1970, que resultaram na transição de uma sociedade maioritariamente agrária para uma urbano-industrial, a um ritmo ímpar na História da humanidade.
Hoje Macau China / ÁsiaAlibaba | Mais de 91 milhões de yuan em meio dia O “Dia dos Solteiros” proporcionou ao gigante chinês um número astronómico de vendas sustentado nas promoções de empresas de todo o mundo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] gigante do comércio electrónico chinês Alibaba facturou nas primeiras 13 horas de sexta-feira, o “Dia dos Solteiros”, 91.200 milhões de yuan, aproximando-se da marca registada na totalidade do mesmo dia, em 2015. O “Dia dos Solteiros” gera todos os anos fortes vendas na China, devido às promoções que as empresas de comércio electrónico e os grandes armazéns lançam neste dia. A iniciativa, celebrada a 11 de Novembro pelos quatro ‘um’ que combinam nesta data (11/11), que afigura assim a condição de solteiro, foi criada em 2009 pelo fundador do Alibaba, Jack Ma. Nos primeiros cinco minutos após a meia-noite de sexta-feira, as vendas do Alibaba atingiram os 900 milhões de euros. Ao fim de uma hora, já iam em 4.800 milhões de euros. “Conseguimos superar a nossa marca oito horas antes, face ao ano passado”, anunciou um mestre-de-cerimónias, num evento organizado para a ocasião na cidade de Shenzhen, sul da China. Um ecrã gigante no local do evento dava conta da facturação das duas plataformas digitais do grupo, TMall.com e Taobao.com. Dezenas de milhares de vendedores em todo o mundo aderem a este dia. Para todos os gostos Este ano, mais de 11.000 marcas internacionais, entre as quais a Apple, Burberry, Disney ou Zara, fizeram promoções aos seus produtos no Taobao e Tmall. A Gallo, a marca portuguesa de azeite, aproveitou também a data para lançar uma promoção na sua loja oficial no Tmall. Cada garrafa de 500 mililitros de azeite marcava 368 yuan (50 euros), quase 40% abaixo do preço habitual. País mais populoso do mundo, com cerca de 18% dos habitantes na Terra, a China é responsável por quase 40% do conjunto mundial de vendas pela internet. Pelas contas do Ministério do Comércio chinês, em 2015 o valor de vendas ‘online’ superou os quatro biliões de yuan – mais do triplo do PIB português.
Hoje Macau China / ÁsiaAssessor de Trump quer ver EUA na Rota da Seda O ex-director da CIA diz que a oposição norte-americana ao Banco Asiático de Investimento foi uma falha e espera que a Administração liderada por Trump se associe ao plano da Nova Rota da Seda lançado pela China [dropcap style≠’circle’]U[dropcap]m assessor de Donald Trump, Presidente eleito dos Estados Unidos, afirmou sexta-feira desejar que o seu país participe na iniciativa chinesa Nova Rota da Seda, e apelou a Pequim para que contribua mais nas questões internacionais. James Woolsey, assessor para a Segurança Nacional, Defesa e Serviços Secretos, disse também que a decisão de Barack Obama em se opor ao Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII) foi um erro. “Em Washington, reconhece-se hoje que a oposição da administração Obama ao BAII foi um erro estratégico”, escreveu Woolsey, num artigo de opinião difundido pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. Fundado no início deste ano, o banco proposto por Pequim foi visto inicialmente em Washington como um concorrente ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional, duas instituições sediadas nos EUA e habitualmente lideradas por norte-americanos e europeus. Das grandes economias mundiais, apenas os EUA e o Japão ficaram de fora. Portugal tem uma participação de cerca de 13 milhões de dólares e o Brasil é o único membro em todo o continente americano e o nono maior accionista. Sobre a iniciativa chinesa “Uma Faixa e Uma Rota”, um gigante plano de infra-estruturas, que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático, Woolsey diz que espera “uma resposta muito mais clara da próxima administração”. Segundo as autoridades chinesas, aquela iniciativa vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas – cerca de 60% da população mundial – e inclui a construção de uma malha ferroviária de alta velocidade entre a China e a Europa. Apelos e visões O assessor de Trump apelou ainda às economias emergentes como a China, “que beneficiam muito do mercado global”, para que desempenhem um maior papel nas acções multilaterais contra o terrorismo, missões de ajuda humanitária ou operações militares para salvaguardar a paz. O ex-director da CIA (1993 a 1995) disse que o novo Governo dos EUA “provavelmente continuará a proteger os seus aliados contra abusos da China”, afirmando que “a presença norte-americana na Ásia não é guiada por ambições territoriais”. As duas maiores economias do mundo devem assim chegar a um “acordo tácito”, em que Pequim respeita o estado actual da região e os EUA não desafiam o sistema social e político da China. “[O sistema chinês], mesmo que não gostemos, não temos necessariamente de fazer algo nesse sentido. Vejo a emergência de um grande acordo em que os EUA aceitam as estruturas sociais e políticas da China e se comprometem a não alterá-las, a troco de um compromisso em que a China não desafia o actual status quo da Ásia”, escreveu. “Será um empreendimento arriscado”, reconheceu.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Centenas de milhares protestam contra Presidente [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]entenas de milhares de pessoas saíram este sábado à rua na capital da Coreia do Sul, numa das maiores manifestações antigovernamentais da história do país, para reclamar a demissão da presidente Park Geun-Hye, envolvida num escândalo político. A polícia, que inicialmente esperava uma multidão de 170 mil pessoas, estimou depois em 260.000 o número de manifestantes, enquanto os organizadores do protesto falam em um milhão de pessoas na rua. Esta é a terceira de uma série de manifestações semanais contra Park, que luta pela sua sobrevivência política. As autoridades apelaram à calma e cerca de 25.000 polícias foram mobilizados na capital, bloqueando todos os acesso à Casa Azul, a sede da presidência em Seul. Durante a noite, uma maré humana invadiu a avenida Gwanghwamun, empunhando velas e cantando slogans em que pediam a demissão da presidente. Cuidado com os amigos O escândalo que envolve Park Geun-Hye há três semanas deve-se à sua amiga Choi Soon-Sil, que está detida e acusada de fraude e abuso de poder. Os procuradores estão a investigar alegações de que Choi, de 60 anos, usava a sua amizade com a Presidente para conseguir donativos de grandes empresas como a Samsung para fundações sem fins lucrativos que ela própria criara e usava para fins pessoais. Choi é também acusada de interferir nos assuntos do Estado e de aceder a documentos confidenciais apesar de não ter qualquer cargo oficial ou habilitações de segurança. Os relatos da influência nefasta de Choi sobre Park lançaram as taxas de aprovação da Presidente para cinco por cento, um mínimo histórico para um Presidente em exercício. Na manifestação de sábado ouviram-se ainda outras críticas, desde a queda do preço do arroz até à forma como as autoridades coreanas lidaram com o naufrágio do ferry Sewol em 2014, que fez mais de 300 mortos, entre os quais 250 estudantes. Tentando apaziguar a cólera popular, a Presidente apresentou várias desculpas, demitiu altos responsáveis e até aceitou renunciar a algumas das suas prerrogativas, mas em vão. Park reconheceu ser responsável pelo escândalo, admitindo ter sido, por amizade, “negligente” e pouco vigilante. No entanto, recusou ter participado, sob influência daquela a quem os media sul-coreanos chamam de “Raspoutine”, num culto religioso de inspiração xamânica. A amiga de 40 anos da Presidente é filha de um misterioso chefe religioso, Choi Tae-Min, que se tornou no seu mentor após o homicídio da mãe em 1974. A manifestação de sábado é a maior na Coreia do Sul desde 10 de Junho de 2008, quando uma vigília contra a decisão governamental de pôr fim à importação de carne dos EUA reuniu 80 mil pessoas, segundo a polícia, ou 700 mil, segundo a organização. No verão de 1987, milhões de pessoas manifestaram-se durante semanas em Seul e em outras cidades até que o então governo militar cedeu a realizar eleições presidenciais livres.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Acção para invalidar juramentos pró-democratas O antigo presidente de uma associação de taxistas pede que o Tribunal Superior de Hong Kong declare nulos os juramentos de oito deputados pró-democracia [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma acção foi intentada ontem junto do Tribunal Superior de Hong Kong para invalidar os juramentos de oito deputados pró-democracia do LegCo (Conselho Legislativo, parlamento), informam os meios de comunicação social da antiga colónia britânica. Trata-se da primeira acção do género depois de o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China – constitucionalmente o “supremo órgão do poder de Estado” – ter considerado, na segunda-feira, que dois deputados pró-independência de Hong Kong não podem repetir o juramento do cargo e tomar posse. O pedido de revisão judicial contesta a validade dos juramentos de Leung Kwok-hung (conhecido por ‘Long Hair’, da Liga Social Democrata); Nathan Law (o mais jovem deputado, do partido Demosisto); Cheng Chung-tai (do grupo independentista Civic Passion); Raymond Chan (People Power); Chu Hoi-dick (independentista que centrou a campanha na equidade do uso das terras nas zonas rurais); e Lau Siu-lai, Edward Yiu e Shiu Ka-chun. “Dado o seu comportamento, discurso, vestuário e adereços, estes [oito deputados] agiram em violação da interpretação” feita pelo Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, afirmou Robin Cheng Yuk-kai, antigo presidente de uma associação de taxistas, autor da acção que pede ao tribunal que declare inválidos os juramentos dos cargos e lhes retire os assentos no parlamento. Além disso, solicita ao tribunal que analise a decisão do presidente do Legco, Andrew Leung, de ter permitido que Baggio Leung e Yau Wai-ching, do Youngspiration, eleitos nas legislativas de 4 de Setembro, repetissem os juramentos a 18 de Outubro, depois de os primeiros que fizeram, cinco dias antes, não terem sido aceites. Isto porque ambos se desviaram do ‘script’, pronunciando a palavra China de uma forma considerada ofensiva e acrescentaram palavras suas às do juramento, comprometendo-se a servir a “nação de Hong Kong”. No mesmo saco Na acção ontem apresentada é assim questionada a ‘validação’ dos juramentos de outros seis deputados, a 12 de Outubro. O autor da acção surgiu nas notícias em 2014 quando intentou acções judiciais contra os organizadores do movimento pró-democracia ‘Occupy’ devido aos prejuízos por causa dos protestos, que tomaram conta da antiga colónia britânica. Depois de o presidente do Legco ter decidido dar uma oportunidade aos dois deputados do Youngspiration de repetirem o juramento, o chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, pediu uma intervenção urgente do tribunal. O juiz decidiu contra o pedido do chefe do Executivo, que teria impedido a repetição dos juramentos, mas deu luz verde a uma revisão judicial, também pedida por CY Leung. O veredicto dessa revisão judicial ainda não é conhecido, mas o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular decidiu antecipar-se, entendendo oportuno e adequado intervir para travar o separatismo na Região Administrativa Especial, ao considerar que os dois deputados “representam uma grave ameaça à soberania e segurança nacional”. O chefe do Executivo de Hong Kong afirmou que vai “implementar plenamente” a interpretação de Pequim e impedir a entrada no LegCo dos dois deputados. Milhares de pessoas – 13 mil segundo os organizadores e 8.000 de acordo com as autoridades – protestaram no domingo contra a intenção de Pequim intervir neste caso. Um grupo entrou em confrontos com a polícia, recriando cenas que lembraram o movimento ‘Occupy’, com manifestantes a utilizarem guarda-chuvas – símbolo do protesto de 2014 – para se protegeram do gás lacrimogéneo. Esta foi a quinta vez, desde a transferência de soberania de Hong Kong do Reino Unido para a China, em 1997, que Pequim interpretou a Lei Básica da região.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan teme proteccionismo e isolamento norte-americano [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aiwan, bastante dependente dos Estados Unidos em segurança nacional e como segundo mercado de exportações, teme que a eleição de Donald Trump como Presidente leve a nação norte-americana ao proteccionismo e isolamento. No campo económico há receios que a mudança nas políticas económicas sob a gestão de Trump leve a uma subida nas tarifas aduaneiras e à necessidade de as empresas mudarem as suas linhas de produção. “Empresas de Taiwan como a Foxconn (Hon Hai Precision Industry), fabricante do iphone e iPad da Apple, podem ver-se forçadas a relocalizar as suas linhas de produção nos Estados Unidos”, disse o presidente do Instituto de Investigação Económica de Taiwan, Jeff Lin, em declarações difundidas ontem na imprensa de Taiwan. Na segurança, Taiwan desempenha um papel importante na reorientação norte-americana em direcção à Ásia Oriental e a ilha depende dos Estados Unidos como principal fornecedor de equipamentos bélicos, que servem de dissuasão para a não invasão da China. Um ex-ministro da Defesa Lin Chong-pin disse ontem à imprensa em Taiwan que a administração Trump vai manter a venda de armamento à ilha e vai apoiar Taiwan para desafiar a China com “a sua democracia e liberdade”, mas não ao ponto de poder desencadear um conflito bélico. A prioridade de Trump no estreito da Formosa será “não haver conflito nem guerra”. Perante um eventual isolamento norte-americano, a China passará a preencher esse vazio e a sua influência internacional aumentará, consideram vários especialistas. Taiwan terá que esquecer o Acordo Transpacífico e focar os seus esforços na entrada na Associação Económica Regional Integral (RCEP, na sigla em inglês), liderada pela China, e na assinatura de acordos de livre comércio com outros países, incluindo os Estados Unidos, sugeriu Jeff Lin.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping visita América Latina O Presidente chinês estará, entre 17 e 23 deste mês, na América do Sul para dar um novo impulso às relações económicas. A viagem de Xi passa desta vez pelo Equador, Peru e Chile [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China quer elevar a cooperação económica com a América Latina para um novo patamar, durante o périplo que o Presidente chinês, Xi Jinping, iniciará pela região na próxima semana, e que inclui visitas a três países. Entre os dias 17 e 23 de Novembro, Xi vai reunir com os seus homólogos do Equador, Peru e Chile, com quem assinará acordos de cooperação, sobretudo na área económica, visando reforçar os vínculos comerciais e de investimento. “A relação bilateral está a ganhar novo impulso”, afirmou ontem Wang Chao, vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, acrescentando que a cooperação entre Pequim e a região “continuará a aprofundar-se”. Trata-se da terceira visita de Xi Jinping à América Latina, desde ascendeu ao poder, em 2012, e será centrada nos países na costa do Oceano Pacífico, com os quais Pequim mantém uma importante relação económica e política. “A China considera muito importante o desenvolvimento da cooperação económica e comercial com a América Latina e o Caribe”, assinalou Li Baodong, outro vice-ministro chinês. Li destacou o potencial que existe para investir na “capacidade produtiva” da região, um térmico técnico para a indústria, numa altura em que a queda do preço das principais matérias-primas afecta os países da região. Pequim importa sobretudo minérios e petróleo da América Latina. Todos a ganhar Nos últimos anos, os Governos dos países latino-americanos têm apelado a um investimento no tecido industrial e nas infra-estruturas, algo que convém à China, que procura internacionalizar as suas empresas. “Ambas as partes são altamente complementares”, afirmou Wang. Xi visitará primeiro o Equador, onde vai assinar acordos nas áreas de cooperação económica, cultura e judicial, revelou Wang, numa conferência de imprensa na sede do ministério dos Negócios Estrangeiros. No Peru, além de participar na cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia Pacifico (APEC), entre os dias 19 e 20, o líder chinês realizará uma visita de Estado. A China é o maior parceiro comercial do Peru e a primeira deslocação ao exterior do Presidente Pablo Kuczynski, após ser eleito em Julho passado, foi precisamente a Pequim. Os acordos entre os dois países incluem os sectores da mineração, energia, infra-estruturas e financiamento. No Chile, Xi vai reunir com a Presidente Michelle Bachelet, com quem assinará acordos nas áreas da economia, comércio e comunicações. Estes acordos “darão um novo impulso” à relação bilateral, disse Wang. A China tem acordos de livre comércio com o Peru e o Chile e durante o fórum da APEC, em Lima, os países vão discutir a criação de uma zona de Livre Comércio Ásia Pacífico (FTAAP, na sigla em inglês). Wang Chao insistiu que Pequim vê “positivamente” a América Latina e o Caribe, apesar das recentes “dificuldades”, causadas pela queda dos preços das matérias-primas e fraca procura global. As dificuldades “são temporais” e a região tem “um grande potencial de desenvolvimento. As perspectivas são boas”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Plenário volta a ser interrompido [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] plenário do Conselho Legislativo (LegCo, parlamento) de Hong Kong foi suspenso duas vezes ontem de manhã devido a conflitos no hemiciclo, com deputados pró-democracia a tentarem impedir um colega de ser expulso da sala. Segundo a emissora pública RTHK, o deputado do partido Democrata Ted Hui recebeu ordem de saída depois de criticar o presidente do LegCo, Andrew Leung, por não permitir discussão sobre a interpretação de Pequim à Lei Básica de Hong Kong, que concluiu que dois deputados pró-independência da região, recém-eleitos, não podem repetir o seu juramento e, portanto, ficam impedidos de ocupar os assentos que conquistaram nas urnas. Leung começou por dar um aviso a Hui e pediu-lhe para se cingir à agenda da reunião, alerta que o democrata ignorou. Hui foi então ordenado a sair da sala, levando vários deputados da oposição a correr para o seu lugar para tentar impedir os seguranças de o tirarem do hemiciclo. Os deputados pró-democracia acusaram os seus rivais de tentarem sabotar todo o plenário. Mais do mesmo A reunião foi então suspensa por uma segunda vez pouco depois de ter recomeçado, com deputados pró-democracia a entoarem ‘slogans’ exigindo que Leung saia da presidência do LegCo. Os últimos três plenários do LegCo foram suspensos devido a episódios de caos, com um parlamento cada vez mais dividido devido ao caso dos juramentos dos novos deputados favoráveis à independência de Hong Kong. Na segunda-feira, o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da China considerou que dois deputados pró-independência de Hong Kong não podem repetir o juramento do cargo e tomar posse no LegCo. A 12 de Outubro, à semelhança dos outros deputados, Baggio Leung e Yau Wai-ching, eleitos nas legislativas de 4 de Setembro, prestaram juramento, mas pronunciaram a palavra China de forma considerada ofensiva e acrescentaram palavras suas, comprometendo-se a servir a “nação de Hong Kong”. Os juramentos não foram aceites e o presidente do LegCo decidiu dar a oportunidade aos deputados de os repetirem, no entanto, o chefe do executivo de Hong Kong, CY Leung, pediu uma intervenção urgente do tribunal. O veredicto judicial ainda não é conhecido. Pequim em acção Entretanto, o Comité Permanente da APN decidiu avançar com uma interpretação da Lei Básica de Hong Kong (uma miniconstituição da região), que comunicou na segunda-feira. Um juramento que não respeite a lei de Hong Kong “deve ser considerado inválido e não pode ser repetido”, disse o Comité Permanente ANP, constitucionalmente definido como o “supremo órgão do poder de Estado” da China, numa rara interpretação da Lei Básica da ex-colónia britânica. O chefe do Governo de Hong Kong disse que vai “implementar plenamente” a interpretação de Pequim e impedir a entrada no parlamento dos dois deputados. CY Leung também sublinhou que Hong Kong é uma “inalienável parte do país” e que “as pessoas de Hong Kong têm o dever de defender a unidade nacional, integridade territorial e segurança, assim como a dignidade e interesses do povo chinês”. Esta é a quinta vez desde 1997, quando Hong Kong foi entregue pelos britânicos à China, que Pequim interpreta a Lei Básica da região. O anúncio da intervenção de Pequim neste caso gerou uma manifestação com milhares de pessoas no domingo na antiga colónia britânica.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim vende mil autocarros a Angola [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro dos Transportes de Angola, Augusto Tomás, esclareceu que a compra de “cerca de 1.000 autocarros” será feita à China e abrigo de uma linha de crédito concedida pelo Governo chinês. De acordo com o governante, em declarações reproduzidas esta terça-feira pela comunicação social local, os autocarros começam a chegar a Angola a partir do final do ano, para servir as 18 províncias do país. Essas entregas deverão estar concluídas “durante o primeiro semestre de 2017”, explicou. Em paralelo, disse ainda, serão adquiridas à China, pelo Estado angolano, viaturas pesadas para transporte de carga. Milhões a entrar O financiamento chinês a Angola ronda já os 15 mil milhões de dólares, desde 2004, apoio que o Governo angolano pretende ver reforçado para a execução dos seus programas de desenvolvimento. A posição foi expressa segunda-feira, em Luanda, pelo ministro e chefe da Casa Civil da Presidência da República, Manuel da Cruz Neto, na abertura do Fórum de Investimento Angola-China, em que participam mais de 450 empresários chineses. A Lusa noticiou a 20 de Setembro que o Governo angolano vai comprar, através do Ministério dos Transportes, para vários fins, quase 4.500 viaturas, inclusive autocarros para transporte escolar para reduzir o absentismo dos alunos, num investimento público de quase 710 milhões de euros. A informação constava de três diferentes despachos assinados pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, com data de 15 de Setembro, autorizando os respectivos contratos para aquisição das viaturas, ligeiras e pesadas, que globalmente ascendem ao equivalente a 783 milhões de dólares. O primeiro desses contratos prevê a compra à empresa ASPERBRAS de 1.500 autocarros para transporte escolar, por 383,5 milhões de dólares. A medida visa “implantar o conceito de transporte escolar com prioridade para os estudantes e reduzir os índices de absentismo nas escolas”, lê-se no respectivo despacho. O segundo autoriza a compra à Amer-Com Corporation de 1.272 viaturas para “ampliar a oferta de serviços de transportes de passageiros e de mercadorias e apoiar a actividade produtiva”, num negócio de 191,5 milhões de dólares. Por último, o terceiro despacho autoriza igualmente o Ministério dos Transportes a comprar também à Amer-Com Corporation 1.700 viaturas, por 208,3 milhões de dólares, “para concluir o plano de reposição e distribuição dos meios que foram destruídos pela acção da guerra e que se encontravam ao serviço do Estado”. Esta última compra visa, nomeadamente, apoiar a actividade agrícola, piscatória, pecuária, desenvolvimento rural, actividade produtiva e o comércio local, ao nível dos municípios e comunas do país.