Internet | Controlo reforçado antes de congresso do PCC

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas reforçaram o controlo sobre as redes sociais, sobretudo na verificação da identidade dos utilizadores, nas vésperas do próximo congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), o mais importante acontecimento da agenda política do país.

A Administração do Ciberespaço da China publicou na quinta-feira à noite um novo regulamento, no qual estabelece que as empresas do sector devem verificar as identidades reais dos membros em grupos de conversação no espaço ‘online’.

O regulamento estipula também um aumento do controlo sobre os comentários na rede e o estabelecimento de um mecanismo que classifica a credibilidade dos utilizadores.

A normativa entra em vigor no próximo dia 8 de Outubro, apenas dez dias antes do início do XIX congresso do PCC, durante o qual será definida a liderança da segunda economia mundial durante os próximos cinco anos.

O Wechat – equivalente chinês à aplicação para mensagens de texto e voz WhatsApp – tem 800 milhões de utilizadores, enquanto o Weibo – semelhante à rede de mensagens instantâneas Twitter – tem cerca de 200 milhões.

A rede social Facebook e o Twitter estão bloqueados na China.

Nos últimos meses, a Administração do Ciberespaço proibiu a difusão de rumores sobre celebridades nas redes sociais e apertou o controlo sobre as notícias que podem ser difundidas.

As autoridades chinesas lançaram também uma campanha contra os serviços de VPN (Virtual Proxy Network), um mecanismo que permite aceder à Internet através de um servidor localizado fora da China.

11 Set 2017

Coreia do Norte | Pequim apoiará novas sanções, mas não embargo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] especialista em assuntos asiáticos Jamie Metzl defendeu que a China “vai aprovar novas sanções” contra Pyongyang, mas não “um embargo que ameace a estabilidade do regime”, e excluiu a possibilidade de uma intervenção militar na Coreia do Norte.

“Pequim vê a relação com Pyongyang do prisma da estratégia chinesa para os Estados Unidos. Não como uma questão em si mesmo”, disse à agência Lusa o pesquisador da Atlantic Council, unidade de investigação com sede em Washington.

A China é o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial da Coreia do Norte. Cerca de 80% das importações norte-coreanas de petróleo são oriundas do país vizinho.

Pequim admitiu já estar disposta a adoptar novas medidas contra a Coreia do Norte, depois de os EUA anunciarem que vão pedir uma reunião ao Conselho de Segurança da ONU, com o objectivo de submeter a votação “sanções adicionais” contra o país.

A proposta de Washington inclui a proibição de venda de petróleo.

Jamie Meltz admitiu que “a China use o petróleo, como já fez no passado, para passar uma mensagem aos norte-coreanos”, mas rejeitou um corte definitivo do fornecimento.

“Pequim continua a preferir uma Coreia do Norte hostil e com armas nucleares à reunificação da península coreana pela Coreia do Sul”, país aliado dos EUA, explicou.

Com 24,5 milhões de habitantes e um território pouco maior do que Portugal, a Coreia do Norte tem sabido jogar com as “diferentes perspectivas estratégicas” de Washington e Pequim, no nordeste da Ásia, para concretizar a sua ambição nuclear.

Na semana passada, realizou o sexto e mais poderoso teste nuclear até à data, no que revelou ter sido a detonação de uma arma termonuclear para ser colocada num míssil balístico intercontinental.

Em reacção, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que uma acção militar “é certamente” uma opção contra a Coreia do Norte.

Metzl considerou, porém, que Washington está a fazer ‘bluff’: “Uma opção militar resultaria numa guerra total, que os EUA e a Coreia do Sul venceriam, mas cujos custos seriam muito mais altos do que o aceitável”.

Poder de fogo

Seul, onde vivem mais de 10 milhões de pessoas, está ao alcance da artilharia convencional e misseis norte-coreanos, dispostos em grande número ao longo da fronteira.

Em Julho, Pyongyang testou por duas vezes o modelo de mísseis Hwasong-14, que os analistas consideram ser capazes de atingir os EUA, incluindo cidades importantes como Chicago e Los Angeles, abrindo um novo precedente na ameaça norte-coreana.

Face ao contexto atual, Metzl considera que “o resultado mais provável é que a Coreia do Norte desenvolva armas nucleares mais capazes e o mundo terá que viver com isso”.

Jamie Metzl disse que a única esperança é o “totalitarismo do regime norte-coreano voltar-se contra si mesmo”, referindo-se à possibilidade de um crescente receio entre líderes norte-coreanos, face às consecutivas purgas feitas por Kim Jong-un.

Desde que ascendeu ao poder, em 2011, o líder norte-coreano, de 33 anos, terá já executado 140 altos quadros do Governo, entre os quais o seu próprio tio, Jang Song-Thaek, considerado a segunda figura do regime, e o seu meio irmão Kim Jong-nam, que vivia em Macau sob protecção da China.

“Como se pode imaginar, com todas estas purgas, há líderes dentro da Coreia do Norte que acordam todas as manhãs e se questionam: Estou mais seguro a apoiar Kim Jong-un ou a atacar a liderança?'”, argumentou Metzl.

“Quanto mais purgas há, mais inseguras as pessoas se sentem”, disse. “E talvez um dia concluam que estão mais seguras se o líder for removido”.

11 Set 2017

China | Exportações sobem 5,5% e importações 13,3%

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações da China abrandaram em Agosto, num sinal de menor procura internacional, enquanto as importações registaram um inesperado aumento, apesar das previsões de um abrandamento da segunda maior economia mundial.

As exportações chinesas subiram em Agosto 5,5%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 199,2 mil milhões de dólares, um ritmo menor do que o registado em Julho, de 7,2%, indicaram dados oficiais.

As importações aumentaram 13,3%, para 157,2 mil milhões de dólares, um ritmo de crescimento superior à média registada nos onze meses anteriores, de 11%.

As previsões apontam para um abrandamento no ritmo de crescimento da economia chinesa, que afectaria a procura por produtos estrangeiros, agravada por maiores restrições ao crédito impostas pelo Governo chinês.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que a economia chinesa cresça 6,6%, este ano, menos uma décima do que o registado em 2016. Para 2018, o FMI afirmou esperar um crescimento de 6,2%.

“A força das importações sugere que a procura interna é mais resiliente do que o esperado”, afirmou Louis Kuijs, num relatório da unidade de investigação Oxford Economics.

O aumento das exportações superou as previsões, na primeira metade do ano, num sinal positivo para a liderança chinesa, que quer evitar a perda de empregos nas indústrias exportadoras.

A China tem sido o motor da recuperação global, desde a crise financeira de 2008, e um abrandamento nas importações chinesas pode ter repercussões em vários países.

O excedente comercial da China subiu 19%, em Agosto, relativamente ao mesmo mês de 2016, para 42.000 milhões de dólares.

O excedente da China com a União Europeia, o principal parceiro comercial do país, aumentou 14%, para 11,7 mil milhões de dólares.

11 Set 2017

Birmânia | Aung San Suu Kyi rejeita tréguas com rebeldes rohingya

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe de gabinete da Conselheira de Estado da Birmânia Aung San Suu Kyi rejeitou ontem o cessar-fogo temporário oferecido pelos rebeldes rohingya para permitir a entrada de ajuda humanitária no estado birmanês de Rakhine.

“Não temos como política negociar com terroristas”, escreveu Zaw Htay, referindo-se ao Exército de Salvação do Estado Rohingya (ARSA), na rede social de mensagens curtas Twitter.

O ARSA, que a 25 de Agosto atacou vários postos de segurança no estado de Rakhine, declarou no sábado à noite um cessar-fogo unilateral de um mês para permitir o acesso de ajuda humanitária à região, onde operações militares causaram centenas de mortos e forçaram quase 300.000 pessoas a fugir para o vizinho Bangladesh.

Os rebeldes instaram o Governo birmanês a responder à sua declaração.

“O ARSA insta o Governo birmanês a responder às tréguas com a cessação das operações militares e a participar na assistência às vítimas nas áreas de conflito, seja qual for a sua etnia ou religião”, indicaram os rebeldes através do Twitter.

A resposta dos militares aos ataques de 25 de Agosto foi violenta e, segundo refugiados rohingya, vilas inteiras foram queimadas e centenas de civis mortos. O governo birmanês disse que a maioria dos 400 mortos era “terrorista”.

A ONU estima que mais de um milhar de pessoas, maioritariamente da minoria muçulmana rohingya, pode ter morrido devido à violência no estado de Rakhine, um número duas vezes superior às estimativas das autoridades da Birmânia,

que não reconhecem a cidadania aos rohingyas e consideram-nos imigrantes, impondo-lhes múltiplas restrições, incluindo a privação de liberdade de movimentos.

11 Set 2017

Negócios | Regras podem vir a ser aliviadas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] recente período de calmaria nos mercados accionários da China ajudou a criar um ambiente apropriado para um novo relaxamento das regras para os negócios com índices futuros e a implementação de novas medidas de liberalização, segundo um comentário publicado pela imprensa estatal. Este ano, o mercado de ações do tipo A tem operado de forma tranquila, com forte redução da volatilidade, uma estrutura de valorização mais razoável e a recuperação da confiança dos investidores, pode ler-se num artigo publicado na edição desta quinta-feira do Economic Information Daily, jornal produzido pela agência de notícias estatal Xinhua. “O mercado atingiu as condições para mais reformas voltadas para os mercados e o relaxamento apropriado dos futuros das acções”, diz a publicação.

Reservas cambiais voltam a aumentar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s reservas cambiais da China, as maiores do mundo, subiram 0,35% em Agosto, face ao mês anterior, para 3,09 biliões de yuan, a aumentarem pelo sétimo mês consecutivo, informou ontem o Banco do Povo da China. O aumento fixou-se em 10.800 milhões de dólares. A empresa de análises Capital Economics calcula que o banco central chinês adquiriu 15.000 de dólares em reservas, ao longo do mês de Agosto. A valorização do yuan, a moeda chinesa, nas passadas semanas, também terá resultado numa menor procura por moedas internacionais, uma tendência que a Capital Economics prevê que continue ao longo dos próximos dois anos, levando a uma redução na saída de capitais.

8 Set 2017

Pequim apoia novas medidas da ONU contra Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, assegurou ontem que o seu país apoiará novas medidas contra a Coreia do Norte, após o último teste nuclear realizado por Pyongyang, mas voltou a apelar ao diálogo.
O Conselho de Segurança da ONU “deve responder” e “adoptar as medidas necessárias”, afirmou Wang, numa conferência de imprensa em Pequim, ressalvando que as sanções são apenas parte da solução e que estas devem ser acompanhadas de diálogo e negociações.
“As sanções e pressão sobre o regime de Kim Jong-un são apenas metade da chave para resolver a questão da Coreia do Norte”, afirmou.
“Todas as novas acções tomadas pela comunidade internacional contra a Coreia do Norte devem servir para restringir o programa nuclear e balístico do país e, em simultâneo, encorajar a retoma das conversações”, acrescentou.
As declarações do ministro chinês surgem depois de o Presidente da China, Xi Jinping, ter falado por telefone com o homólogo norte-americano, Donald Trump.
Xi apelou à resolução da questão norte-coreana pela via pacífica, segundo a imprensa estatal chinesa.
No domingo, Pyongyang anunciou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogénio (ver página 15).
A China condenou “vigorosamente” a provocação do país vizinho.
Estados Unidos, Japão e aliados europeus apelaram a novas e duras sanções da ONU, mas a posição de Pequim e Moscovo, ambos com direito de veto no Conselho de Segurança, permanece incerta.
O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou novas sanções contra Pyongyang como “inúteis e ineficazes”.
A China, que representa 90% do comércio externo da Coreia do Norte, aprovou a sétima ronda de sanções da ONU contra o país, suspendendo as compras de ferro, chumbo e marisco norte-coreano.

Exercícios militares em águas junto à península coreana

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China realizou exercícios militares em águas próximas à península coreana, dois dias depois de Pyongyang ter anunciado que explodiu uma bomba de hidrogénio, revelou ontem o ministério chinês da Defesa.
Em comunicado, o ministério afirma que os exercícios visaram “melhorar a capacidade da missão de evacuação” e foram “planeados com antecedência”.
A mesma nota acrescenta que não foram dirigidos a nenhuma nação ou alvo em particular.
Mas apesar de o exército chinês realizar frequentemente exercícios no Golfo de Bohai, o momento escolhido chama a atenção.
Pequim afirmou repetidamente que não tolerará um conflito armado junto ao seu território e que não pode existir uma solução militar para a questão da península coreana.
Em Maio, testou um novo tipo de míssil no Golfo de Bohai, numa altura de renovada tensão com a Coreia do Sul, após Seul permitir a instalação de um sistema antimísseis norte-americano no país, apesar dos protestos chineses.
A disputa teve grande impacto nas relações económicas e diplomáticas entre os dois países.
O Golfo de Bohai fica a oeste do Mar Amarelo e separa a China da península coreana.
Na semana passada, o ministério chinês da Defesa disse que não realizou qualquer mudança no seu aparato militar junto à fronteira com a Coreia do Norte.

8 Set 2017

Dezenas de feridos em Seongju em protestos contra a instalação de escudo antimísseis

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ezenas de pessoas ficaram feridas na Coreia do Sul em confrontos entre polícias e manifestantes durante um protesto contra a instalação do escudo antimísseis THAAD, que acabou por ser ontem concluída.
Os confrontos ocorreram, durante a noite de quarta-feira, entre 400 residentes da cidade de Seongju, próxima do local que acolhe o sistema de Defesa Terminal de Área de Grande Altitude (THAAD), e as forças de segurança destacadas na zona.
Cerca de oito mil polícias foram destacados para uma zona próxima do local, onde dezenas de civis e agentes ficaram feridos e foram transportados para hospitais, sem que se saiba o número exacto ou a gravidade dos ferimentos, segundo a agência Yonhap.
Os manifestantes protestavam contra a chegada de quatro plataformas de lançamento, para terminar a instalação do THAAD e que se juntam às duas já operacionais no terreno, um antigo campo de golfe situado a cerca de 18 quilómetros de Seongju.

Ajuda americana

Cerca de dez veículos militares norte-americanos que transportavam os dispositivos abandonaram a base militar aérea de Osan (a cerca de 70 quilómetros de Seul) depois da passada meia-noite e chegaram ao seu destino, uma base militar de artilharia a cerca de 300 quilómetros da capital, às 8:20.
Os manifestantes bloquearam o acesso durante várias horas antes de serem dispersados pela polícia pelas 5:00.
O Governo sul-coreano congelou a instalação de quatro plataformas de lançamento do THAAD no passado mês de Junho, por considerar que o anterior executivo, que aprovou a sua instalação em Julho de 2016, não realizou os estudos de impacto ambiental a que a lei sul-coreana obriga.
No entanto, perante o contínuo desenvolvimento do programa de armamento da Coreia do Norte, o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pediu em Agosto que fosse estudada a instalação das quatro plataformas que faltavam.
Os residentes temem que a sua cidade se converta num alvo primário dos ataques de Pyongyang, além de recear os efeitos que os seus radares tenham para a saúde e para as suas plantações.

Pyongyang celebra sexto teste nuclear com fogo de artifício

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte celebrou na quarta-feira com fogo de artifício o seu sexto e mais potente teste nuclear, que classificou como um “evento nacional auspicioso” e um “marco sem precedentes”.
A praça de Kim Il-sung em Pyongyang recebeu civis e membros da elite do regime, incluindo o chefe de Estado honorífico, Kim Yong-nam, e o vice-marechal do exército Hwang Pyong-so, e “os que contribuíram para o bem-sucedido teste da bomba H que pode ser instalada num míssil”, segundo a agência oficial KCNA.
Os participantes testemunharam diversos discursos que classificaram o teste nuclear como “um evento nacional auspicioso que deu grande coragem e força ao exército (norte) coreano e ao povo”.
O teste foi um “presente” para os líderes Kim Il-sung e Kim Jong-il, avô e pai do actual líder, Kim Jong-un, que com a sua “orientação enérgica, dedicação incansável e esforços” fizeram com que a Coreia do Norte possa “emergir com um Estado com armas nucleares”, disse a KCNA.
O regime elogiou o “marco sem precedentes” conseguidos pelo jovem Kim no desenvolvimento atómico do seu país e reafirmaram a sua postura de levar a cabo “os ataques preventivos mais implacáveis e fortes”, se os Estados Unidos puserem em marcha uma guerra.
Pyongyang realizou no passado domingo o seu sexto e mais forte teste nuclear até à data, em que garantiu ter detonado uma bomba H (de hidrogénio, mais potente que as armas convencionais) que pode ser instalada num míssil intercontinental.
Trata-se do quarto teste nuclear que a Coreia do Norte executa sob a liderança de Kim Jong-un.

8 Set 2017

Comércio com países de língua portuguesa sobe 31,29 por cento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa subiram 31,29% até Julho, em termos anuais homólogos, atingindo 67,61 mil milhões de dólares, indicam dados oficiais.

As informações dos Serviços de Alfândega da China, publicados no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 47,79 mil milhões de dólares, mais 33,74%, e vendeu produtos no valor de 19,82 mil milhões de dólares, mais 25,74%.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 49,90 mil milhões de dólares entre Janeiro e Julho, um valor que traduz um aumento anual homólogo de 30,51%.

As exportações da China para o Brasil atingiram 15,65 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 34,97%, enquanto as importações totalizaram 34,24 mil milhões de dólares, mais 28,57% face aos primeiros sete meses do ano transacto.

Com Angola, o segundo parceiro lusófono da China, as trocas comerciais cresceram 48,61%, atingindo 13,37 mil milhões de dólares.

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 1,24 mil milhões de dólares, mais 32,47%, e comprou mercadorias avaliadas em 12,12 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 50,50%.

A fechar pódio

Com Portugal, terceiro parceiro da China entre os países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se em 3,17 mil milhões de dólares (– mais 1,19% –, numa balança comercial favorável a Pequim.

A China vendeu a Lisboa bens na ordem de 2,07 mil milhões de dólares, menos 11,58%, e comprou produtos avaliados em 1,10 mil milhões de dólares, mais 38,59% face aos primeiros sete meses do ano passado.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que se reúne a nível ministerial de três em três anos.

Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de só ter passado a fazer parte da ‘família’ do Fórum Macau no final de Março, após a China ter anunciado o restabelecimento dos laços diplomáticos com São Tomé e Príncipe, dias depois de o país africano ter cortado relações com Taiwan e reconhecido Pequim.

O comércio entre São Tomé e Príncipe e a China é insignificante, correspondendo na quase totalidade às exportações chinesas, que entre Janeiro e Julho se cifraram em 4,11 milhões de dólares.

7 Set 2017

Pyongyang promete continuar programa nuclear apesar de sanções

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte garante que vai avançar com o seu programa nuclear mesmo que a comunidade internacional imponha mais sanções, e já acusou os Estados Unidos de serem o “principal culpado pela escalada de tensão e ameaça nuclear”.

“Os Estados Unidos estão terrivelmente equivocados se acreditam que podem assustar ou persuadir a RPDC (República Popular Democrática de Coreia, nome oficial de Coreia do Norte) dizendo que ‘todas as opções’ estão em cima da mesa e impondo as piores sanções e pressão” sobre o país, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

O comentário do ministério, publicado na noite de terça-feira pela agência estatal de notícias KCNA, refere a reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, na segunda-feira, e o pedido da embaixadora norte-americana, Nikki Haley, para ser adoptada uma nova e mais forte resolução contra a Coreia do Norte.

O embargo de petróleo é uma das novas medidas propostas pelos membros do conselho, que já impôs ao país sanções destinadas a limitar a entrada de fundos potencialmente destinados ao desenvolvimento de armamento.

Neste sentido, Pyongyang insistiu na inutilidade de novas sanções e afirmou que o país asiático responderá às “atrozes sanções e à pressão dos Estados Unidos com a nossa própria contra-ofensiva” e que Washington “será totalmente responsável por todas as consequências catastróficas que se sigam”.

Manter a rotina

Em relação ao último teste nuclear, no domingo passado, em que assegurou ter testado uma bomba H (de hidrogénio, mais potente que uma bomba atómica convencional), que pode ser instalada num míssil intercontinental, a Coreia do Norte disse que “ninguém tem direito a criticar o nosso teste” e classificou-o como um procedimento “rotineiro e indispensável” ao seu desenvolvimento.

Pyongyang acusou Washington de tentar “difamar” a Coreia do Norte, ao acusar o país de tentar começar uma guerra, e afirmou que “os comentários disparatados e beligerantes de ‘fogo é fúria’ de [Donald] Trump” demonstram que são os Estados Unidos que estão a “pedir guerra”, ignorando a comunidade internacional.

“Com o surgimento da administração Trump, os Estados Unidos tornaram-se mais imprudentes” com a Coreia do Norte, “e não nos resta outra opção que não redobrar os nossos esforços para fortalecer a força nuclear do Estado”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

7 Set 2017

Coreia do Norte | Seis testes nuclear de Pyongyang geram terramoto geológico e diplomático

Após o regime de Kim Jong-un ter realizado o sexto teste nuclear, o mais poderoso até à data, o mundo ocidental divide-se entre a ponderação diplomática e as respostas bombásticas de Donald Trump. Seul admite receber armamento nuclear norte-americano, enquanto Pequim continua a criticar a retórica de Washington

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sequência do sexto teste nuclear norte-coreano, o mundo diplomático desmultiplicou-se em reacções díspares. Por um lado, a Coreia do Sul e os Estados Unidos apresentam uma retórica bélica, enquanto a China e os países europeus apontam a diplomacia como a resposta primeira.

O fim-de-semana passado na península coreana terminou com um terramoto de 6.3 na escala de Richter. Segundo os registos de várias agências sísmicas o abalo indicia a detonação de um engenho de elevada potência. O teste nuclear foi o mais potente até agora, constituindo uma clara violação às resoluções das Nações Unidas (ONU). De acordo com fontes oficiais japoneses e sul-coreanas, a detonação de domingo originou um abalo dez vezes maior que o sentido aquando do último teste nuclear realizado há um ano.

Na sequência da condenação internacional, o regime de Pyongyang adiantou tratar-se de uma bomba de hidrogénio com capacidade para armar um míssil de longo alcance. De acordo com a televisão estatal, o teste ordenado por Kim Jong-un foi um “perfeito sucesso”.

A resposta de Donald Trump não se fez esperar, no Twitter, claro. Em primeiro lugar, o Presidente norte-americano voltou a alertar para o perigo que a Coreia do Norte representa para o mundo, em seguida realçou o embaraço que o Estado mais isolado do mundo representa para a China.

Nações preocupadas

O teste nuclear de um engenho mais poderoso do que foi lançado sobre Hiroshima motivou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. A embaixatriz dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, comentou que o regime de Pyongyang está a “implorar por guerra”. A norte-americana entende que chegou a “altura de esgotar todos os meios diplomáticos antes que seja tarde demais”.

A ex-Governadora da Carolina do Sul lembrou que “vinte e quatro anos de meias medidas e negociações falhadas são o suficiente”. A embaixatriz acrescentou que “os Estados Unidos vão passar a encarar todos os países que mantêm ligações comerciais com a Coreia do Norte como cúmplices” de Kim Jong-un.

O representante chinês na ONU, Liu Jeiyi, adiantou que Pequim reconhece a deterioração constante na península coreana. Porém, o diplomata aconselhou uma resolução pacífica, acrescentando que “a China nunca vai permitir que o caos e a guerra tome conta da península”.

O Kremlin junta-se a Pequim naquilo a que chamam de a “solução bipartida”, ou seja, que Pyongyang suspenda os testes nucleares enquanto os Estados Unidos e a Coreia do Sul interrompam os exercícios militares na região. Uma solução ainda sem um método prático à vista.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem que a aplicação de novas sanções contra Pyongyang será “inútil e ineficaz”, prevendo uma “histeria militar” em torno da Coreia do Norte, o que “pode levar a uma catástrofe planetária”. O líder russo prestou estas declarações após a condenação do novo teste nuclear à margem da uma cimeira dos BRICs.

Durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador russo, Vassily Nebenzia, insistiu que “não há uma solução militar”, reconhecendo, ao mesmo tempo, que o regime de Pyongyang tratou “com desprezo” todas as imposições internacionais.

O representante do Kremlin reforçou a “necessidade de preservar o sangue frio”, sendo necessário “dominar emoções e agir de forma calma e ponderada”.

A contrastar com a reacção calma do embaixador russo na ONU, Putin alertou Kim Jong-un para ter em conta o que aconteceu ao ditador iraquiano Saddam Hussein, uma vez que poderá sofrer um destino similar se não se afastar do programa nuclear.

“Saddam Hussein rejeitou a produção de armamento de destruição maciça, ainda assim a resposta destruiu o país, Hussein foi enforcado e a sua família foi morta”, disse Putin.

Bomba mercantil

Ainda a quente, como é seu apanágio, Donald Trump ameaçou cortar ligações comerciais com os países que façam comércio com o regime de Kim Jong-un. Desde a campanha eleitoral que o Presidente norte-americano ameaça uma guerra comercial com Pequim, o mais directo visado nas declarações de Trump, uma vez que mais de 90 por cento dos produtos importados por Pyongyang são oriundos da China.

A reacção chinesa não se fez esperar, que classificou as reacções do Presidente norte-americano como injustas. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, acrescentou ainda “é inaceitável uma situação em que, por um lado, trabalhamos para resolver esta questão pacificamente, mas por outro lado, os nossos interesses são sujeitos a sanções e ameaças”.

Os mercados financeiros asiáticos demonstraram ontem alguma instabilidade na reacção ao teste nuclear. Tóquio e Coreia do Sul registaram ontem quedas pelo segundo dia consecutivo. A bolsa japonesa desceu 0,6 pontos percentuais, enquanto Seul perdeu 0,3 por cento. Os mercados de valores de Hong Kong e Xangai subiram ligeiramente, acompanhando Singapura e Taiwan.

Movimentos perigosos

No meio da celeuma internacional, segundo uma fonte dos serviços secretos de Seul citada pelo Asia Business Daily, Kim Jong-un moveu armamento, nomeadamente misseis balísticos intercontinentais para a costa oeste do país. Importa salientar que é nesta área que se encontram as instalações de lançamento de projécteis de longo alcance.

De acordo com o jornal sul-coreano, as movimentações foram feitas durante a noite, de forma a atrair menos atenções, um modus operandi típico do regime de Kim Jong-un.

Ontem, a Marinha sul-coreana realizou cinco exercícios militares com disparos reais ao longo do Mar do Japão. Nos exercícios participaram a fragata Gangwon, com mais de 2500 toneladas, um navio de patrulha de mil toneladas e navios de guerra com capacidade para dispararem mísseis teleguiados. A demonstração de força teve como objectivo deter as intenções bélicas de Pyongyang.

O capitão Choi Young-Chan, que comanda o 13º grupo de batalha marítima, referiu ao Asia Business Daily que “se o inimigo ameaçar fora, ou dentro de água, vamos contra-atacar de imediato e enterrá-los no mar”.

As autoridades sul-coreanas discutiram também o envio de porta-aviões e bombardeiros norte-americanos para a península.

Por outro lado, Seul anunciou que o seu exército e o dos Estados Unidos têm prevista a realização de exercícios anti-submarino no Mar do Japão amanhã e na sexta-feira.

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou ontem que admite autorizar, inclusive, o destacamento de armas nucleares norte-americanas no país, em resposta ao sexto teste nuclear realizado pelo regime de Kim Jong-un.

As autoridades de Seul acrescentam ainda que estão a estudar “todas as opções militares” para travar a crescente ameaça bélica do país vizinho, disse hoje em conferência de imprensa o porta-voz do ministério, Moon Sang-gyun, quando questionado sobre o possível envio de armamento nuclear táctico do seu aliado.

No entanto, Moon ressalvou que o Governo sul-coreano mantém o “princípio de desnuclearização” e que o seu objectivo a longo prazo é conseguir uma península coreana livre de armas nucleares, segundo declarações citadas pela agência Yonhap.

À medida que as tensões vão aumentando na península coreana, o mundo inteiro fica em suspenso com a possibilidade de uma guerra sangrenta e de um conflito às portas da China.

6 Set 2017

ONU | Pequim nega estar a debilitar sistema de direitos humanos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China negou ontem que esteja a debilitar o sistema de direitos humanos das Nações Unidas, como acusou a organização Human Rights Watch (HRW), e instou aquela organização não-governamental a libertar-se de preconceitos sobre o país.

Um relatório difundido ontem pela HRW denuncia interferências da China nos mecanismos de direitos humanos da ONU, através da “perseguição” a activistas e funcionários das Nações Unidas.

“A China atribui grande importância e está comprometida com a protecção e promoção dos direitos humanos e está a desempenhar um papel activo no trabalho das agências da ONU para os direitos humanos”, defendeu o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang.

Em conferência de imprensa, Geng considerou ontem que as acusações da HRW “não têm fundamento”.

“Esperamos que a organização em questão se desprenda do seu olhar preconceituoso” e veja a contribuição da China “pela causa dos direitos humanos a nível internacional de forma objetiva”.

A organização cita o caso de Cao Shunli, activista que foi detida em 2013, depois de participar em Genebra de sessões de formação em direitos humanos, e acabou por morrer na prisão, depois de lhe ter sido negada assistência médica.

O seu caso “enviou uma mensagem para qualquer pessoa que queira seguir o seu exemplo e trabalhar com o sistema da ONU”, disse.

O porta-voz chinês urgiu a HRW a deixar de fazer “acusações infundadas”.

6 Set 2017

Hong Kong | Activista de Occupy recorre da pena de prisão

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dos antigos líderes estudantis do movimento Occupy em Hong Kong condenado a prisão por um protesto que levou à ocupação das ruas da antiga colónia britânica interpôs recurso da pena, noticiou a imprensa local.

O Departamento de Justiça disse na segunda-feira ter sido notificado da intenção de Nathan Law de recorrer da sentença de oito meses de prisão por um protesto em 2014 na Praça Cívica, junto à sede do governo, de acordo com a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

Nathan Law, do partido Demosisto, foi condenado e preso em Agosto, juntamente com outros dois líderes estudantis, Joshua Wong, também do Demosisto e rosto do movimento pró-democracia que ocupou as ruas da cidade durante quase três meses em 2014, e Alex Chow, antigo dirigente da federação de estudantes, depois de o governo ter sido bem-sucedido no recurso contra as sentenças inicialmente dadas ao trio.

Joshua Wong (20 anos), Alex Chow (27 anos) e Nathan Law (24 anos) foram condenados, respectivamente, a seis, sete e oito meses de prisão, uma sentença agravada após recurso do Departamento de Justiça de Hong Kong da decisão judicial de há um ano.

Wong e Chow foram previamente declarados culpados de assembleia ilegal e Law de incitar outros a uma reunião ilícita por invadirem uma área no exterior da sede do governo, conhecida como Praça Cívica, no âmbito de um protesto a 26 de setembro de 2014.

Os dois primeiros tinham sido condenados a trabalho comunitário, que já cumpriram, enquanto Chow foi inicialmente condenado a três semanas de prisão, mas com pena suspensa.

Nathan Law, que se tornou o mais jovem deputado eleito em Setembro de 2016, foi um dos seis deputados desqualificados nos últimos meses pela forma como prestaram juramento no Conselho Legislativo (parlamento) da cidade.

Como a pena de prisão é superior a três meses, Law fica impedido de se candidatar ao Conselho Legislativo durante os próximos cinco anos.

Nathan Law é o segundo dos três activistas a interpor recurso das penas de prisão a que foram condenados.

Já na sexta-feira passada, o Departamento de Justiça disse ter sido notificado por Alex Chow da sua intenção de recorrer contra a sentença de sete meses de prisão.

Paragem central

Em 2014, Hong Kong parou com protestos para exigir que o sufrágio universal – esperado para a eleição deste ano – fosse genuíno, ou seja, não implicasse, como Pequim propunha, que os candidatos a chefe do Governo fossem seleccionados pelo colégio eleitoral de 1.200 membros, visto como próximo de Pequim.

As imagens daquela que ficou conhecida como a ‘Revolução dos Guarda-Chuvas’ correram mundo, mas o movimento falhou.

Os democratas não conseguiram que Pequim abdicasse da pré-selecção dos candidatos e rejeitaram a proposta de reforma política, mantendo o método de voto como estava.

Desde então não foram poucos os tumultos a que a cidade assistiu, desde o desaparecimento de cinco livreiros que publicavam livros críticos do regime chinês, passando pela emergência de movimentos independentistas e pela interferência de Pequim para afastar do cargo dois deputados eleitos pela população.

6 Set 2017

ONU | Pequim e Moscovo ajudam países do BRICS a ter mais voz

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina e Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, comprometeram-se ontem a ajudar os restantes países do bloco de economias emergentes BRICS a ter um maior papel na ONU.

“Reafirmamos a necessidade de uma reforma completa das Nações Unidas, incluindo do seu Conselho de Segurança”, lê-se na declaração conjunta dos líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A mesma declaração reconhece o desejo do Brasil, Índia e África do Sul de ter maior voz na ONU.

“É necessário aumentar a representação dos países em desenvolvimento, para que [as Nações Unidas] possam responder adequadamente aos desafios globais”, refere.

A Índia, o Brasil e outros países, como o Japão e Alemanha, reclamam o direito de serem membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, um privilégio ostentado desde o fim da Segunda Guerra Mundial por apenas cinco países: EUA, França, Reino Unido, China e Rússia.

A declaração de ontem aludiu também à necessidade do diálogo em crises internacionais como na Síria, Israel e Palestina, ou no Iraque, e manifestou a oposição dos cinco países do BRICS ao uso de armas químicas.

Ameaça de Trump sobre Pyongyang considerada inaceitável

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China classificou ontem de inaceitável e injusta a ameaça do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender o comércio com países que fazem negócios com a Coreia do Norte. Trump escreveu no domingo na rede social Twitter que Washington está a considerar suspender o comércio com “qualquer país que faça negócios com a Coreia do Norte”. O comentário do Presidente dos Estados Unidos surgiu após Pyongyang ter realizado o seu sexto nuclear e o mais poderoso de todos até à data.“É inaceitável uma situação em que, por um lado, trabalhamos para resolver esta questão pacificamente, mas por outro lado, os nossos interesses são sujeitos a sanções e ameaças”, disse ontem Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. “Isto não é nem objectivo, nem justo”, acrescentou. A China é o maior aliado diplomático e parceiro comercial do regime de Kim Jong-un.

5 Set 2017

Hong Kong | Fundo para apoiar activistas presos

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de cidadãos criou um fundo para apoiar 16 activistas presos em Hong Kong no mês passado, após recursos interpostos pelo Governo para rever as sentenças iniciais, informou ontem a Rádio e Televisão Pública da cidade.

O fundo, independente de qualquer força política, é gerido pela antiga deputada Margaret Ng, pela cantora pop Denise Ho, e os académicos Hui Po-keung e Yiu-ming.

Actualmente, o fundo conta com 2,5 milhões de dólares de Hong Kong  angariados numa manifestação no mês passado.

Os organizadores disseram que o fundo vai ser usado para futuros gastos com a justiça dos activistas presos e para dar 10.000 dólares de Hong Kong por mês às respectivas famílias para cobrir despesas, nomeadamente com viagens.

Entre os que vão receber apoio do fundo estão Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow, líderes estudantis do ‘Occupy’, em 2014, assim como outros 13 activistas, incluindo Raphael Wong e Willis Ho, que meses antes tentaram invadir o Conselho Legislativo (Legco), num protesto contra um controverso plano de desenvolvimento nos Novos Territórios.

Todos os 16 activistas foram presos em Agosto, com dias de diferença.

O antigo deputado Leung Kwok-hung, mais conhecido por ‘Long Hair’ (Cabelo Comprido) estava entre os activistas que anunciaram a criação do fundo.

‘Long Hair’ disse que a consciência da sociedade é revelada pela forma como trata os seus “prisioneiros de consciência” e apelou à população para doar dinheiro e livros para os activistas presos.

Faixas no campus

Entretanto, faixas a pedir a independência de Hong Kong foram ontem vistas no campus da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK, na sigla em inglês) na antiga colónia britânica, antes do início das aulas, segundo a imprensa local.

O presidente da associação de estudantes da CUHK, Justin Au, disse que alguns activistas também colocaram uma faixa com os nomes dos ativistas presos ou daqueles que enfrentam acusações na justiça, à volta do corpo da estátua da Deusa da Democracia, localizada naquele campus universitário, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

Justin Au comentou que queria que os estudantes se lembrassem que há pessoas de Hong Kong na prisão ou que estão “a ser reprimidos pelo governo pelas suas visões políticas” e que esperava que os estudantes se mantivessem do lado da justiça, “independentemente do preço” a pagar.

Questionado sobre as faixas, que foram mais tarde retiradas, o vice-chanceler da CUHK, Joseph Sung, afirmou que os estudantes gozam de liberdade de expressão e que a direcção da universidade não vai tomar nenhuma acção contra actividades legais.

Depois de presidir à sua última cerimónia de início das aulas na universidade, Sung disse esperar que os estudantes olhem de forma mais profunda para os problemas que afectam a sociedade.

“Se tiverem uma opinião a expressar, devem fazê-lo de acordo com a lei e de forma pacífica”, disse.

Esta não é a primeira vez que surgem faixas a pedir a independência de Hong Kong em universidades da antiga colónia britânica.

5 Set 2017

ONG | Viúva do Nobel Liu Xiaobo “de regresso” a Pequim

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]iu Xia, viúva do Nobel da Paz chinês Liu Xiaobo, que morreu em Julho, “está de regresso a Pequim”, embora sob prisão domiciliária, depois de mais de um mês “desaparecida”, de acordo com uma organização não-governamental com sede em Hong Kong.

Lu Siqing, fundador do Centro de Informação para Direitos Humanos e Democracia, uma ONG com sede em Hong Kong, falou com Liu Xia ao telefone no sábado, segundo um comunicado da organização enviado ontem por fax à agência de notícias francesa AFP.

Durante a conversa, de cerca de meia hora marcada por “lágrimas”, Liu Xia, de 56 anos, explicou, com uma “voz extremamente debilitada” que tem de seguir pesados tratamentos antidepressivos, segundo Lu Siqing.

“Vários amigos de Liu Xia confirmaram que estava de regresso ao seu apartamento, na capital chinesa, “e que a sua casa continuava vigiada por guardas e polícias à paisana”, detalhou a ONG num outro comunicado.

Liu Xia, em prisão domiciliária desde que o marido foi laureado com o Nobel da Paz em 2010, apesar de nunca ter sido acusada de qualquer crime, assistiu, em meados de Julho, ao funeral de Liu Xiaobo, segundo imagens divulgadas pelas autoridades chinesas.

Contudo, familiares e amigos mais próximos não conseguiram entrar em contacto com ela durante semanas, desconhecendo igualmente onde estava a morar.

Paradeiro incerto

Liu Xia “foi mantida em segredo pelas autoridades chinesas em local desconhecido”, afirmou, no início de Agosto, o advogado norte-americano do casal Jared Genser, numa queixa apresentada diante da ONU.

Dias depois, a viúva de Liu Xiaobo reapareceu num vídeo publicado na Internet. “Estou em convalescença no campo, fora de Pequim. Peço-vos que me dêem tempo para fazer o meu luto”, disse Liu no vídeo de um minuto publicado no YouTube.

“Certamente que foi forçada pelas autoridades a fazer esse vídeo”, afirmou Hu Jia, dissidente chinês e amigo do casal.

Desconhecem-se, no entanto, as circunstâncias exatas do regresso de Liu Xia a Pequim.

Liu Xiaobo – que foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por “subversão” por ter apelado a reformas democráticas na China – morreu de cancro, em 13 de Julho, aos 61 anos, num hospital de Liaoning, semanas depois de colocado em liberdade condicional por motivos de saúde.

Foi o primeiro prémio Nobel a morrer privado de liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que morreu em 1938 num hospital quando estava detido pelos nazis.

“Plano de urgência” após teste nuclear da Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China lançou ontem um plano de urgência para controlar os níveis de radiação ao longo da sua fronteira com a Coreia do Norte, após o sexto ensaio nuclear realizado por Pyongyang, anunciou o Ministério do Ambiente chinês.

As autoridades chinesas puseram em marcha, às 03:46 locais, um « plano de urgência » para executar « medidas de controlo das radiações » nas zonas da sua fronteira do nordeste, indicou um comunicado do ministério chinês.

A Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, ontem uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.

O anúncio do “total sucesso” do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detectado uma invulgar actividade sísmica na Coreia do Norte.

Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

O anúncio tem lugar depois de, na noite de sábado, a agência oficial norte-coreana KCNA ter garantido que a Coreia do Norte conseguira desenvolver com êxito uma bomba de hidrogénio passível de ser instalada num míssil balístico intercontinental (ICBM).

A KCNA divulgou então uma fotografia de Kim Jong-un junto a uma suposta ‘bomba H’, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter facultado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento.

4 Set 2017

Michel Temer em Xiamen para participar na cimeira do BRICS

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente do Brasil, Michel Temer, chegou ontem à cidade de Xiamen, no sudeste da China, para participar na cimeira do bloco de grandes economias emergentes BRICS, que decorre até à próxima terça-feira.

O avião presidencial brasileiro aterrou pouco antes das 13:00 no aeroporto de Xiamen, onde Michel Temer foi recebido com ramos de flores e honras militares antes de se dirigir à sede da cimeira do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Michel Temer vai reunir-se com os Presidentes da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, e da África do Sul, Jacob Zuma, e com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para debater novas formas de cooperação no seio do bloco criado há uma década.

Antes de chegar a Xiamen, Michel Temer realizou uma visita de Estado de dois dias a Pequim, onde esteve reunido com o seu homólogo chinês e testemunhou a assinatura de uma série de acordos, com destaque para uma futura linha de crédito de 3.000 milhões de dólares, entre o Banco de Desenvolvimento da China e o seu congénere brasileiro, o BNDES.

Participação alargada

Os acordos firmados preveem ainda a construção de infraestruturas no Brasil por empresas chinesas, como a construção da linha ferroviária Bamin-Fiol-Porto do Sul ou a rede de transmissão de energia em alta tensão entre Xingu, no estado de Mato Grosso, e o Rio de Janeiro, pela State Grid, a accionista chinesa da REN.

Destaque ainda para a construção de um terminal no Porto de São Luís, pela China Communication and Construction, no valor de 589 milhões de euros, e a participação chinesa na planta nuclear Angra III.

Os acordos de cooperação abrangem também coprodução cinematográfica, futebol, proteção de investimento, saúde, comércio electrónico e facilitação de vistos para negócios e turismo.

O montante global dos acordos não foi anunciado, mas fontes diplomáticas brasileiras avançaram aos jornalistas que pode ascender a 10.000 milhões de dólares.

O principal objectivo da visita de Michel Temer à China, a segunda que realiza desde que assumiu a presidência do Brasil, passa por captar investidores chineses para o mais ambicioso projecto de privatizações do país em duas décadas.

4 Set 2017

Coreias | Pequim denuncia “papel destrutivo” de “alguns países”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China, principal aliado diplomático da Coreia do Norte, denunciou ontem o “papel destrutivo” de “alguns países”, que sabotam os esforços das negociações para resolver a questão na península coreana, referindo-se aos apelos por mais sanções.

“É lamentável que alguns países ignorem consecutivamente os apelos ao diálogo e apenas falem em mais sanções, enquanto a China e outros estão a promover um diálogo pacífico”, disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“Face ao deteriorar da situação, [estes países] evitam as suas responsabilidades, e as suas acções e discursos constituem um papel destrutivo e não construtivo”, afirmou Hua, em conferência de imprensa.

A porta-voz da diplomacia chinesa lembrou que a crise nuclear na Coreia do Norte “não se trata de um filme ou de um jogo de computador, mas de uma situação real, com impactos para a paz na região”.

“Trata-se de um problema grave e importante”, afirmou Hua Chunying, apelando às várias partes para que adoptem uma “atitude responsável”.

O Conselho de Segurança da ONU, do qual a China é membro permanente, condenou na terça-feira o último lançamento de um míssil norte-coreano, que sobrevoou o Japão.

O grupo composto por 15 países não referiu, no entanto, a possibilidade de reforçar as sanções contra o regime de Kim Jong-un.

No entanto, o Japão disse já esperar que o Conselho de Segurança aprove uma nova “resolução forte” contra o país.

O Reino Unido apelou também a novas sanções internacionais, incluindo que China e Rússia repatriem à Coreia do Norte os trabalhadores norte-coreanos nos seus territórios, uma fonte de receitas significativa para o Governo de Pyongyang.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira que a solução para a Coreia do Norte não passa por negociações.

Acções e diálogos

A sétima ronda de sanções internacionais, adoptada no início de Agosto pelo Conselho de Segurança da ONU, visa reduzir em mil milhões de dólares as receitas do país com as exportações de carvão, ferro, minério de ferro e pesca, um valor equivalente a um terço do conjunto das exportações.

Segundo fontes diplomáticas, as Nações Unidas estudam outras sanções, nomeadamente no sector do petróleo – a China é o principal fornecedor de crude do país.

O gigante asiático continua, no entanto, a defender uma “solução pacífica” e a retoma das “Conversações a Seis” (as duas Coreias, Estados Unidos, China, Rússia e Japão), interrompidas desde 2009.

Pequim defende também a suspensão dos testes atómicos e com misseis de Pyongyang, em troca do fim dos exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul na península coreana.

1 Set 2017

Himalaias | Pequim diz esperar que Nova Deli tenha aprendido uma lição

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse ontem esperar que a Índia tenha “aprendido a lição”, após meses de um impasse entre as tropas chinesas e indianas num território disputado nos Himalaias.

Os comentários de Wang surgem nas vésperas da nona cimeira do bloco de grandes economias emergentes BRICS, onde os presidentes dos dois países se vão reunir.

Na segunda-feira, Pequim e Nova Deli concordaram em retirar as suas tropas do planalto de Doklam, um território disputado entre a China e o Butão – aliado da Índia – no sul do Tibete.

“Esperamos que o outro lado aprenda a lição com este incidente e evite que se repita. Esperamos que, através dos esforços de ambos os lados, mantenhamos relações saudáveis e estáveis”, afirmou.

Nenhum dos lados avançou detalhes sobre como foi resolvido o impasse e a China disse que pode retomar a construção da estrada que deu início à disputa, depois de as tropas indianas terem avançado para travar a construção.

Cimeira tranquila

A resolução parece servir para prevenir que o mais grave confronto entre dois países vizinhos e potências nucleares das últimas décadas perturbe a cimeira dos BRICS, que contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e do Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi.

Os líderes da Rússia, Brasil e África do Sul vão também participar da nona cimeira do BRICS.

Índia e China afirmaram que as suas tropas vão continuar a patrulhar a área de Doklam, como faziam antes do início do impasse.

Doklam, ou Donglang, em chinês, é reclamado pelo reino do Butão, um aliado de Nova Deli, mas Pequim diz que pertence à China, com base num tratado de 1890, assinado com o Reino Unido.

Butão e China participaram de várias rondas de diálogo, mas nunca resolveram a disputa.

China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada.

Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.

31 Ago 2017

ASEAN pede à Birmânia que proteja civis em Rakhine

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) pediram ontem ao Governo da Birmânia acções imediatas para proteger os civis afectados pelos confrontos registados no estado de Rakhine, no oeste do país.

“A prioridade é o dever de proteger os civis. Todas as partes devem tomar medidas urgentes para proteger todos os indivíduos afectados pela violência, independentemente da sua origem étnica ou cidadania”, declarou a deputada indonésia Eva Kusuma Sundari, num comunicado dos Parlamentares da ASEAN pelos Direitos Humanos (APHR, na sigla em inglês).

Desde sexta-feira, pelo menos 110 pessoas morreram durante a violência desencadeada pela onda de ataques reivindicados por rebeldes muçulmanos ‘rohingya’ contra postos oficiais em Rakhine.

Um milhar de rebeldes armados com facas, machetes e outras armas artesanais participaram nos ataques perpetrados contra vários objetivos do município de Maungdaw, perto da fronteira com o Bangladesh.

O Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA), grupo ao qual é atribuído o ataque a três esquadras em 9 de Outubro de 2016 que deixou nove agentes mortos e desencadeou uma repressão das forças de segurança, reivindicou a acção.

Os rebeldes, que qualificam o governo de “opressivo” e o exército de “brutal”, denunciaram o “bombardeamento indiscriminado” contra civis e abusos como violação de mulheres, saque de propriedades e ainda sacrifício de animais domésticos.

As autoridades birmanesas qualificaram os membros do grupo de “extremistas terroristas” e sustentaram que são os responsáveis de assassínios e a queima de casas.

“Não se trata de política, trata-se da responsabilidade mais fundamental de salvaguardar a vida humana, uma obrigação do direito internacional humanitária”, sublinhou Eva Kusuma Sundari.

Encurralados

Milhares de pessoas da etnia ‘rohingya’ tentaram procurar amparo no Bangladesh, mas as autoridades do país vizinho continuam a impedir que os deslocados cruzem a fronteira.

“O Governo do Bangladesh deve permitir o refúgio dos ‘rohingya’ e acabar com as expulsões que deixam os civis vulneráveis ao perigo”, afirmou o deputado filipino Teddy Baguilat, ao reclamar dos países da região uma intervenção mais ativa para prevenir um massacre idêntico ao que sofreu o Camboja.

Baguilat fazia referência aos 1,7 milhões de pessoas que morreram entre 1975 e 1979 durante o regime dos Khmers Vermelhos no Camboja devido a trabalhos forçados, doenças, fome e purgas políticas.

“Está na hora de agirmos, caso contrário poderemos ter outro Camboja no pátio atrás da nossa casa”, insistiu o parlamentar malaio Charles Santiago, que preside à APHR.

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estimou na terça-feira que “mais de três mil” ‘rohingya’ poderão ter entrado no Bangladesh desde sexta.

O Governo de Daca resiste a aceitar novos refugiados e as forças de segurança colocadas nas margens do rio Naf, fronteira natural entre o Bangladesh e a Birmânia, expulsaram nos últimos dias pelo menos 511 ‘rohingya’.

Mais de um milhão de ‘rohingya’ vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária que provocou, em 2012, pelo menos 160 mortos e deixou aproximadamente 120 mil membros daquela comunidade confinados em 67 campos de deslocados, onde enfrentam diversas privações, nomeadamente de movimentos.

Os ‘rohingya’ são uma minoria apátrida considerada pela ONU uma das mais perseguidas do planeta.

31 Ago 2017

Galápagos | Pequim diz que não há provas de pesca ilegal

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês afirmou ontem que não há provas de que pescadores do país, condenados à prisão no Equador, tenham pescado ilegalmente no arquipélago das Galápagos, mas prometeu castigá-los caso se confirmem as acusações.

“Segundo o que sei, não existem provas que demonstrem que o navio está implicado em pescas nas águas do Equador”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, em conferência de imprensa.

O cargueiro, “Fuyuanyuleng 999”, foi capturado em 13 de Agosto passado, numa reserva marinha, a 63 quilómetros das Galápagos, com 300 toneladas de peixe, incluindo numerosos exemplares de espécies protegidas e em perigo de extinção.

No domingo, um tribunal do arquipélago das Galápagos condenou os vinte tripulantes da embarcação a penas de entre um e quatro anos de prisão e impôs multas até dois milhões de dólares.

Hua Chunying disse que “como desconhecia as regulações, o navio navegou sem autorização em áreas protegidas das Galápagos”.

“Se o barco está implicado em pesca ilegal, o Governo chinês irá verificar, e nesse caso a China castigará severamente, de acordo com as suas leis”, acrescentou.

A porta-voz disse ainda que Pequim espera que o Equador “respeite os factos e gira este caso de forma justa e objectiva” e “proteja os direitos e interesses dos pescadores chineses”.

Toneladas ilegais

O barco foi apreendido na reserva marinha das Ilhas Galápagos com toneladas de espécies protegidas, entre as quais tubarões martelo, os quais figuram da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza.

O “Fuyuanyuleng 999” transportava carga ilegal que incluía mais de 6.600 tubarões, cujas barbatanas são muito apreciadas na Ásia.

Milhares de habitantes da Ilha de Santa Cruz, a mais povoada do arquipélago equatoriano, manifestaram-se na segunda-feira para exigir ao Governo que estenda as águas territoriais das ilhas de 40 para 100 milhas, de forma a combater a pesca ilegal chinesa naquela área.

30 Ago 2017

Carros eléctricos | Renault e Nissan juntam-se a Dongfeng Motor

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] aliança dos construtores de automóveis Renault e Nissan anunciou ontem um acordo com o grupo chinês Dongfeng Motor para fabricar e vender uma nova viatura eléctrica na China.

A parceria é traduzida na criação da eGT New Energy Automotive, detida em 50% pela Dongfeng, 25% pela Renault e 25% pelos japoneses da Nissan, segundo um comunicado conjunto.

O objectivo é criar um novo automóvel com “interconectividade inteligente e que será desenvolvido com base numa plataforma SUV (ligeiro com características desportivas)”.

“A criação desta co-empresa com a Dongfeng concretiza a vontade comum de desenvolver veículos eléctricos competitivos para o mercado chinês”, disse Carlos Ghosn, o brasileiro responsável da aliança franco-nipónica.

O presidente da Dongfeng, Zhu Yanfeng, também fez eco da concretização de um esforço conjunto para desenvolver veículos eléctricos destinados ao mercado chinês.

“Um projecto que assenta num modelo económico inovador”, declarou Zhu Yanfeng.

A eGT deverá estabelecer a sua sede social em Shiyan, na província de Hubei, no centro da China.

O veículo eléctrico será produzido na fábrica da Dongfeng em Shiyan, com capacidade de produzir 120 mil unidades anuais.

O fabrico deverá iniciar-se em 2019.

Segundo a Associação Chinesa dos Construtores automóveis, a China representa o maior mercado mundial para os veículos eléctricos: em 2016 foram vendidos 256.879 veículos eléctricos, com um crescimento de 121% face ao ano anterior.

Nos primeiros sete meses de 2017 as vendas ascenderam a 204 mil unidades, traduzindo uma subida de 33,6%.

30 Ago 2017

Crise coreana | Apelo ao diálogo em vez de sanções

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China apelou ontem ao diálogo para pôr fim à crise em torno do programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte, considerando que as sanções ao regime não contribuem para encontrar uma solução.

“Os factos demonstraram que a pressão e as sanções não podem solucionar o fundo da questão”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, em conferência de imprensa.

“A única via é a do diálogo e consultas”, acrescentou Hua, horas após a Coreia do Norte ter lançado um míssil que sobrevoou o norte do Japão.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou, ontem, uma reunião de emergência em Nova Iorque, a pedido de Tóquio e de Washington, na sequência do lançamento de um míssil pela Coreia do Norte que, pela primeira vez desde 2009, sobrevoou o Japão.

O míssil disparado ontem de manhã, pelas 06:30, a partir das proximidades de Pyongyang, caiu a cerca de 1.180 quilómetros do cabo de Erimo, na ilha de Hokkaido, após percorrer mais de 2.700 quilómetros e alcançar cerca de 550 quilómetros de altura antes de cair no mar, de acordo com informações do executivo japonês.

Este mês, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo China e Rússia, aprovaram novas sanções contra o regime norte-coreano de Kim Jong-un.

Estima-se que as novas sanções reduzam em mil milhões de dólares os três mil milhões anuais que o país de Kim Jong-un obtém em receitas de exportações.

Grande parte desse valor é oriundo das vendas para a China, destino de 90% das exportações da Coreia do Norte.

30 Ago 2017

Pequim mantém tropas em território disputado com a Índia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China disse ontem que as suas tropas continuam a patrulhar o planalto de Doklam, território disputado nos Himalaias, apesar de a Índia ter afirmado que acordou com Pequim a retirada dos soldados dos dois países.

“A Índia retirou da delimitação todo o seu pessoal”, disse em conferência de imprensa a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.

As tropas fronteiriças chinesas “continuam a patrulhar a área” e a China “continuará a exercer a sua soberania e a defender a sua integridade territorial”, acrescentou.

A porta-voz não confirmou que tenha havido um acordo com Nova Deli, que prevê a retirada dos soldados dos dois países, como garantiu, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano.

Do outro lado

A nota do ministério indiano aponta que os dois lados mantiveram contactos sobre a situação em Doklam e conseguiram expressar as suas visões e transmitir as suas preocupações e interesses, tendo ambos iniciado o processo de retirada das tropas daquele território.

Tropas indianas entraram no planalto depois de o Butão, aliado da Índia, ter reclamado que uma equipa do exército chinês estava a construir uma estrada dentro do seu território.

Hua Chunying não teceu comentários sobre a construção dessa infraestrutura.

O anúncio surge a uma semana de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, viajar para a China, para participar na cimeira do BRICS, o grupo de economias emergentes, que inclui ainda África do Sul, Brasil e Rússia.

Durantes os últimos meses, a Índia insistiu que o problema fosse resolvido através do diálogo, enquanto a China exigiu que a Índia retirasse as suas tropas de Doklam, como condição para o diálogo.

Aquela área é conhecida na Índia como “corredor siliguri” (ou “pescoço da galinha”), um corredor estreito, que liga os estados do nordeste da Índia ao resto do país.

Caso a China conseguisse bloquear aquele corredor, o nordeste da Índia passaria a estar isolado do resto do país.

Já o Butão teme que a construção de uma estrada afecte as negociações sobre a sua fronteira.

China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.

29 Ago 2017

Rumores “maliciosos” levam à queda de acções do grupo Wanda

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s ações do Wanda Hotel Development, subsidiária do conglomerado chinês Wanda Group, caíram ontem 10 por cento, na abertura da bolsa de Hong Kong, devido a rumores sobre o presidente do grupo, Wang Jianlin.

O portal de notícia Boxun, escrito em chinês, mas sediado nos Estados Unidos, assegurou que Wang foi temporariamente detido na semana passada e impedido de sair da China.

Segundo o mesmo portal, que cita fontes não identificadas, Wang tentou transferir todos os seus familiares para o Reino Unido, num voo privado, mas as autoridades chinesas proibiram-lhes também a saída do país.

O grupo Wanda emitiu, entretanto, um comunicado a criticar os “rumores maliciosos” e “completamente infundados”, e assegurou que adoptará ações legais contra o portal.

As ações do Wanda Hotel Development caíram até 10 por cento, nas primeiras transações do dia na bolsa de Hong Kong.

O grupo Wanda está sobre apertada vigilância das autoridades chinesas, devido ao aumento da sua dívida, susceptível de gerar riscos para o sistema financeiro do país. O Governo chinês pediu recentemente aos bancos estatais que limitem os empréstimos para projectos e aquisições além-fronteiras do grupo.

Ricas contas

No mês passado, o Wanda anunciou que saldou a maior parte das suas dívidas, que ascendiam a 200.000 milhões de yuan, após a venda de hotéis e parques de diversão.

Fundado no final da década de 1980 em Dalian, no nordeste da China, o Wanda Group começou por se impor no sector imobiliário, mas nos últimos anos passou a investir também no cinema e no turismo.

Em 2012, mediatizou-se ao adquirir a empresa norte-americana AMC Entertainment, proprietária da segunda maior cadeia de cinemas dos EUA.

No ano passado, anunciou a compra da Legendary Entertainment, produtora de filmes como “Jurassic World” e “Godzilla”, por 3.500 milhões de dólares.

O grupo detém ainda a cadeia de cinemas Odeon & UCI, presente em Portugal.

Wang Jianlin é considerado o homem mais rico da China.

29 Ago 2017