Hoje Macau China / ÁsiaS&P reduz nota da dívida chinesa devido a ‘boom’ do crédito [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência de ‘rating’ Standard & Poor’s reduziu ontem a nota atribuída à dívida da China, de AA- para A+, e a alguns bancos cujas operações se concentram no país, devido a um ‘boom’ do crédito. A S&P, que mantém uma perspectiva “estável” para a China, justifica o corte com o “prolongado período de forte crescimento do crédito, que aumentou os riscos económicos e financeiros” para o país. A nota A+ é a sexta mais alta dentro do ‘rating’ [avaliação] atribuído pela S&P e situa-se no nível médio alto. Várias instituições económicas internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), têm advertido Pequim para o rápido aumento da sua dívida corporativa. Em Maio, outra agência de ‘rating’, a Moody’s, reduziu a nota atribuída à China. A S&P tinha já avisado que poderia rever a nota, quando em Março de 2016 mudou a perspectiva de “estável” para “negativa”. “Um prolongado período de forte aumento do crédito aumentou os riscos económicos e financeiros para a China”, afirmou a agência, em comunicado. “Apesar deste aumento do crédito ter contribuído para um forte crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] e preços mais altos dos activos, acreditamos que também enfraqueceu a estabilidade financeira, até certo ponto”, acrescentou. O corte no ‘rating’, anunciado depois do fecho das praças financeiras chinesas, poderá aumentar ligeiramente os custos do crédito para Pequim, mas o impacto maior é no sentimento dos investidores. Em Maio, quando a Moody’s reduziu a nota atribuída à China, o ministério chinês das Finanças disse que a agência recorreu a métodos incorrectos e não entendeu as dificuldades económicas e a força financeira da China. A liderança comunista tem apontado a redução dos riscos financeiros como uma prioridade para este ano e anunciou, entretanto, medidas para combater o problema, incluindo a conversão das dívidas em títulos, Analistas apontam, no entanto, que o ritmo das reformas é muito lento. A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico, após a crise financeira global de 2008. O principal indicador da dívida da China atingiu um nível equivalente a 257% do Produto Interno Bruto (PIB), no final de 2016, segundo a agência suíça Bank for International Settlements (BIS). Em 2008, a dívida chinesa equivalia a 143% do PIB. A economia chinesa cresceu no ano passado 6,7%, menos de metade do ritmo atingido em 2007, de 14,2%. Reformas em curso O Governo está a tentar tornar a economia mais produtiva, ao atribuir maior protagonismo ao mercado e a reduzir o excesso de capacidade de produção nas indústrias do aço e cimento, que tem resultado numa queda dos preços e em prejuízo para as empresas do Estado. Pequim está também a encetar uma reconfiguração no modelo económico chinês, visando um maior ênfase do consumo interno, em detrimento das exportações e do investimento em grandes obras públicas. O ritmo de crescimento da economia abrandou, no entanto, a um ritmo superior ao esperando, pondo em risco postos de trabalho, que podem ter consequências políticas. A S&P apontou que prevê que o país “mantenha uma performance económica robusta ao longo dos próximos três a quatro anos”. “Talvez elevemos a nota da China se o aumento do crédito se reduzir significativamente e se se mantiver bem abaixo do nível actual, acompanhado de um ritmo saudável de crescimento do PIB”, lê-se no relatório da agência. “Uma redução da nota poderá acontecer se houver grande probabilidade de a China reduzir os seus esforços para combater o crescente risco financeiro e permitir que o aumento do crédito acelere, como forma de apoiar o crescimento da economia”, conclui. Chineses e australianos em exercícios militares conjuntos [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]oldados chineses e australianos concluíram esta semana uma série de exercícios militares conjuntos em terrenos montanhosos do extremo sudoeste da China, anunciou ontem o ministério chinês da Defesa. Em comunicado, o ministério informou que as manobras – “Exercícios Panda-Canguru 2017” – foram os primeiros treinos conjuntos que os dois países realizaram em território chinês. Dez soldados dos exércitos de cada país participaram nos exercícios, que duraram 10 dias e terminaram na quarta-feira, segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Os treinos na província de Yunnan, extremo sudoeste da China, incluíram marchas em zonas montanhosas, ultrapassar obstáculos naturais e sobrevivência no terreno. O comércio anual entre Austrália e China ascende a 100.000 milhões de dólares, mas a Austrália é também um importante aliado militar dos Estados Unidos, numa altura em que Pequim expande a sua influência global.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Cabo Verde seduz investimento chinês [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro da Economia e Emprego cabo-verdiano, José da Silva Gonçalves, apontou ontem, em Pequim, a “localização estratégica” e “estabilidade política e económica” de Cabo Verde como valências para atrair investimento chinês. Cabo Verde “está numa encruzilhada entre quatro continentes” e, “certamente, a China, pelos seus interesses e posicionamento no mundo, vê isso como uma complementaridade”, disse à agência Lusa o ministro cabo-verdiano. José da Silva Gonçalves, que participou na China da 22.ª Assembleia-Geral da Organização Mundial do Turismo, lembrou ainda que Cabo Verde “é o único país de rendimento médio na [sua] região” e que goza de “estabilidade política, social e macroeconómica”. As relações entre as duas nações, que remontam ao início da luta pela independência em Cabo Verde, foram formalizadas a 25 de abril de 1976, com o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Alguns dos principais edifícios em Cabo Verde, como a Assembleia Nacional, Palácio do Governo ou Estádio Nacional, foram financiados e construídos por Pequim. Mão de Macau A primeira iniciativa de uma empresa privada chinesa no país, contudo, só agora está a nascer. Com um investimento estimado em 250 milhões de euros, o empreendimento turístico da praia da Gamboa e ilhéu de Santa Maria, do empresário de Macau David Chow, vai ocupar uma área de aproximadamente 153 mil metros quadrados e inclui, além de um empreendimento turístico de luxo, um casino. A expectativa é que venha a gerar 2.100 postos de trabalho directos e a receber diariamente 12 mil pessoas nos sectores do comércio, lazer, desporto e cultura. José da Silva Gonçalves lembra a importância do projecto para diversificar a oferta turística do país africano, muito ligada ao sol e mar, acrescentando jogos de azar, golfe e salas de conferência, que permitirão atrair turismo de negócios. “Será uma extensão daquilo que é Macau, numa escala muito diminuta”, apontou o ministro, numa referência à Região Especial Administrativa chinesa, que é o maior centro de jogo do mundo. Com uma população de cerca de 530.000 habitantes, Cabo Verde recebeu, em 2016, 644.000 turistas, um acréscimo de 13,2% face ao ano anterior. “É uma área muito importante para a nossa economia, que corresponde a mais de 20% do PIB”, lembrou o ministro. Na China, José da Silva Gonçalves vai ainda participar esta semana num fórum dedicado à Economia Azul, na ilha de Pingtan, província de Fujian. Seul | Oito milhões de dólares em ajuda humanitária para Pyongyang [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]eul aprovou ontem o envio de oito milhões de dólares em ajuda humanitária para Pyongyang, apesar da tensão na península e a recente aprovação de novas sanções contra o regime pelos seus testes de armas. O Executivo de Moon Jae-un deu ontem luz verde ao envio destas ajudas, que vão ser canalizadas através de organismos da ONU e que são especialmente destinadas a mulheres grávidas e crianças, explicou o Ministério de Unificação norte-coreano em comunicado. Seul considera estes dois grupos especialmente vulneráveis a nível alimentar, atendendo às más colheitas que se esperam este ano na Coreia do Norte. Um recente relatório da ONU alerta para os problemas de má nutrição que afectam 72% dos norte-coreanos, enquanto a UNICEF recordou em comunicado que os menores de cinco anos são especialmente vulneráveis a esta situação, assim como as deficiências dos sistemas de saúde locais. O Governo sul-coreano anterior, no poder até Maio último, tinha decidido suspender toda a ajuda humanitária ao país vizinho na sequência do quarto teste nuclear realizado em Janeiro de 2016. Esta é a primeira ajuda que Seul vai enviar para Pyongyang desde Dezembro de 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Pequim e Moscovo juntos no apoio ao diálogo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e a Rússia reiteraram que as tensões na Península Coreana devem ser resolvidas de forma pacífica e que o “ciclo vicioso” tem de terminar, após ambos os seus líderes diplomáticos se terem encontrado esta segunda-feira, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas. Wang Yi, chanceler da China, afirmou que “o ciclo vicioso, que está a piorar, tem de ser interrompido”, e acrescentou que o reatamento do diálogo e das conversações para a paz é um passo necessário para a implementação das resoluções do Conselho de Segurança, no que diz respeito às armas nucleares e testes de mísseis da RPDC. O caminho proposto pela China e pela Rússia para resolver a crise nuclear da RPDC é “realista e verosímil”, sendo que ambos os países devem trabalhar rumo à garantia de uma maior compreensão e apoio por parte da comunidade internacional, disse Wang. Assino por baixo O chanceler russo, Sergey Lavrov, por seu turno, disse que a Rússia partilha de uma posição “completamente idêntica” à China face à questão, referindo que os dois países devem trabalhar em conjunto para promover uma solução pacífica. Na terça-feira também se assinalou o 12º aniversário da assinatura de um memorando de 19 de setembro de 2005, na quarta ronda das conversações a seis. No comunicado de “9.19”, todas as partes reafirmaram o seu objectivo de desnuclearização da península por meios pacíficos. A RPDC prometeu abandonar as armas e programas nucleares e os EUA confirmaram não terem a intenção de atacar ou invadir o país. O porta-voz da chancelaria chinesa, Lu Kang, disse na terça-feira que os conteúdos essenciais do comunicado são ainda os objetivos que as partes envolvidas na questão da Península Coreana “procuram atingir”. O porta-voz disse acreditar que as partes serão capazes de encontrar uma forma de resolver a questão se decidirem unanimemente voltar aos princípios basilares contidos no documento conjunto.
Hoje Macau China / ÁsiaUnião Europeia avisa Pequim que arrisca revolta senão abrir acesso ao mercado [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Câmara de Comércio da União Europeia na China apelou ontem a Pequim para que acelere o processo de abertura da sua economia, dominada pelo Estado, advertindo que a inércia pode incitar uma revolta contra o livre comércio. A China é alvo de frequentes criticas de Bruxelas e Washington, devido às barreiras que impõe ao investimento estrangeiro em vários sectores, enquanto as empresas chinesas têm acesso sem restrições aos mercados externos. Pequim tem dificultado ainda mais o acesso a algumas áreas, incluindo uma redução no acesso ao mercado de serviços jurídicos, segundo um relatório publicado pela Câmara do Comércio da UE. “A actual falta de reciprocidade no acesso ao mercado não é politicamente sustentável”, disse, aos jornalistas em Pequim, o presidente da Câmara, Mats Harborn. “Preocupamo-nos que, se a China não passar das palavras à acção, isto possa gerar uma revolta contra a desejada globalização económica”, acrescentou. O relatório pediu uma maior abertura da China, desde o sector aeroespacial ao dos cosméticos e vários segmentos da indústria, através de uma diminuição dos limites na participação estrangeira em empresas e da simplificação dos regulamentos. A Câmara de Comércio dos Estados Unidos e outros grupos empresariais divulgaram anteriormente pedidos semelhantes. A China é o maior mercado do mundo para vários bens de consumo e serviços. No entanto, Pequim interdita o acesso de empresas estrangeiras a vários sectores, incluindo finanças e telecomunicações. Por cumprir O Governo chinês prometeu, nos últimos anos, fazer várias reformas, visando atribuir ao mercado maior protagonismo e reduzir o domínio exercido pelas empresas do Estado. As empresas estrangeiras queixam-se, no entanto, que pouco foi feito na prática. O ‘boom’ de aquisições chinesas além-fronteiras suscitou queixas de falta de reciprocidade. Na semana passada, o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou planos para criar um mecanismo que avalia os investimentos estrangeiros, uma medida vista como sendo destinada à China. O país asiático ocupa o 59.º lugar, entre 62 países, do ‘ranking’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que avalia a abertura ao investimento directo estrangeiro. A China tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores em Portugal, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Carrie Lam critica comentários violentos sobre independentistas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] líder do Governo de Hong Kong classificou ontem como “inaceitáveis” os recentes “comentários cruéis, insultuosos e intimidatórios”, depois de um deputado pró-Pequim ter pedido a morte dos independentistas do território vizinho. Segundo a emissora pública RTHK, Carrie Lam não nomeou diretamente Junius Ho, mas disse, antes de uma reunião do Conselho Executivo (LegCo, parlamento), que cabe ao secretário para a Justiça e às autoridades julgarem se os comentários são ilegais. Apesar de criticar os comentários, classificando-os de “cruéis, insultuosos e intimidatórios”, Lam disse que foram fruto dos recentes debates sobre a independência de Hong Kong. Estes debates não devem continuar, reiterou. A chefe do executivo apelou aos dois lados da discussão para que parem de empurrar Hong Kong para “a beira da desordem pública”, bem como ameaçar a soberania nacional chinesa e a segurança e autoridade da Lei Básica. Lam disse que concordava com a posição de dez líderes de universidades que afirmaram não apoiar a independência de Hong Kong e condenaram “abusos” de liberdade de expressão. A matar Numa manifestação anti-independência no domingo, o conselheiro distrital Tsang Shu-wo disse que os activistas pela independência deviam ser “mortos”, com Ho a gritar “sem misericórdia” em resposta, descreveu o portal Hong Kong Free Press. Mais tarde, Ho afirmou não ser “nada de especial matar porcos ou cães”. Estes comentários foram proferidos depois de cartazes pró-independência terem surgido, nas últimas semanas, em universidades em Hong Kong. Na segunda-feira, Ho voltou a abordar o assunto num programa de rádio: “Se aqueles que são a favor da independência levarem à subversão do destino do país, com Hong Kong e as 1,3 mil milhões de pessoas da mãe-pátria a terem de pagar um enorme preço, porque não deveriam estas pessoas ser mortas?”. Ontem, o deputado veio defender-se, dizendo que foi mal interpretado. “A palavra ‘matar’ era dirigida aos promotores do movimento de independência de Hong Kong e à necessidade de travar as suas expressões ilegais. Condenar-me por incitar um discurso de ódio e [ameaçar] denunciar-me à polícia é simplesmente absurdo”, escreveu na rede social Facebook, criticando o “nível de chinês e de compreensão” dos que o criticaram.
Hoje Macau China / ÁsiaAmnistia Internacional acusa Aung San Suu Kyi de praticar “política de avestruz” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Amnistia Internacional acusou ontem a líder birmanesa Aung San Suu Kyi de “praticar a política de avestruz” em relação “aos horrores” que se verificam na província de Rakhine, no oeste do Myanmar. “Existem provas ‘esmagadoras’ de que as forças de segurança estão envolvidas numa campanha de limpeza étnica”, acrescenta a organização não governamental, reagindo às declarações de Aung San Suu Kyi numa conferência de imprensa realizada ontem, na capital da antiga Birmânia, e que considera insuficientes. A Amnistia Internacional lamenta que a líder de facto do Myanmar e Prémio Nobel da Paz não tenha denunciado directamente o “envolvimento” dos militares que provocaram a fuga de 410 mil pessoas da minoria muçulmana rohingya para o Bangladesh, desde o final do mês de Agosto, preferindo fingir que não existe o problema. A líder de facto do Myanmar prometeu ontem levar ajuda humanitária à região habitada pela minoria muçulmana no estado de Rakhine. Aung San Suu Kyi também se comprometeu a resolver nos tribunais qualquer violação dos direitos humanos que possa ter ocorrido em Rakhine durante a ofensiva militar em resposta a um ataque de militantes rohingya no passado dia 25 de Agosto. A líder da antiga Birmânia fez o anúncio numa conferência de imprensa realizada em Naipidaw na presença de diplomatas, autoridades e jornalistas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Detido homem por vender mecanismo de acesso a ‘sites’ censurados [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas detiveram um programador informático por vender um mecanismo que permite aceder à internet através de um servidor localizado fora da China, possibilitando aos internautas abrir milhares de ‘sites’ censurados pelo regime chinês. O jornal oficial Global Times informou que o programador foi detido em finais de Agosto, durante três dias, por montar um pequeno negócio de venda de VPNs (Virtual Proxy Network). Aquele mecanismo cria ligações criptografas entre computadores e permite aos internautas chineses aceder a ‘sites’ bloqueados pelo Governo. Os assinantes do serviço pagavam 10 yuan por mês. As autoridades confiscaram os ganhos do programador – um total de 1.080 yuan. Casos semelhantes noticiados pela imprensa resultaram em punições mais severas: no início do ano, um programador de 26 anos foi condenado a nove meses de prisão, também por vender VPN, na cidade de Dongguan, no sul da China. Vias bloqueadas Pequim lançou, no início do ano, uma campanha para erradicar o uso de VPN, parte de um reforço da censura, nas vésperas de se realizar o congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), o mais importante acontecimento da agenda política do país, que se realiza a cada cinco anos. Segundo uma pesquisa da unidade de análise GlobalWebIndex, 14% dos internautas chineses usam VPN diariamente. Em 2016, o número de chineses ligados à Internet ultrapassou os 730 milhões. O mesmo inquérito indica que 8,8% dos internautas usam as VPN para aceder a páginas bloqueadas. As novas restrições no uso da Internet exigem que qualquer negócio com um ‘site’ obtenha uma licença de Fornecedor de Conteúdos para a Rede. Citado pelo Global Times, o vice-director da faculdade de Literatura e Direito da Universidade de Comunicação da China, Wang Sixin, afirmou que as novas regulações visam criar um primado da lei no ciberespaço. Os internautas “estarão expostos a informação nociva – inclusive sobre terrorismo – se a Internet não for apropriadamente regulada”, afirmou. Sites como o Facebook, Youtube e Google ou ferramentas como o Dropbox e o WeTransfer estão bloqueados na China. As versões electrónicas de vários órgãos de comunicação estrangeiros também estão censuradas no país.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Pequim apela a Washington para que não adopte via militar [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China instou ontem os Estados Unidos a não recorrer à via militar na crise norte-coreana e exortou todas as partes a resolver o conflito pacificamente, conforme as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU. “A tarefa actual de todas as partes é implementar a resolução [do Conselho de Segurança], em vez de levantar questões extra”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, em conferência de imprensa. Lu reagia às recentes advertências da embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, que afirmou que o Pentágono encarregar-se-á da crise, caso a Coreia do Norte prossiga com o seu programa nuclear. “De vez em quando, algumas partes fazem ameaças entre si, e creio que, na verdade, isto não promove a solução do problema. Só prejudica”, disse. O porta-voz apelou a todas as partes para que mantenham a calma e recordou que é preciso respeitar as resoluções adoptadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, porque reflectem a posição da comunidade internacional. Simulações de risco Na segunda-feira, quatro caças F-35B e dois bombardeiros estratégicos B-1B norte-americanos realizaram um simulacro de bombardeamento sobre a península coreana. Em entrevista à CNN, Nikki Haley reconheceu que, apesar de o Governo norte-americano estar a “tentar qualquer outra possibilidade”, há “muitas opções militares sobre a mesa”. “Queremos ser responsáveis e passar por todos os meios diplomáticos (…) mas se não funcionar, o general [James] Mattis encarregar-se-á de resolver”, afirmou Nikki, aludindo que o assunto pode ser transferido para o secretário da Defesa norte-americano. O Conselho de Segurança aprovou novas sanções contra Pyongyang em resposta ao último ensaio nuclear, realizado no passado dia 3 de Setembro. No entanto, no sábado, os 15 membros do Conselho recusaram impor mais sanções, depois de o regime de Kim Jong-un ter lançado um novo míssil de alcance médio, que sobrevoou o norte do Japão. China e a Rússia defendem que a Coreia do Norte interrompa as suas provas nucleares e com misseis balísticos, a troco de os Estados Unidos e a Coreia do Sul suspenderem os seus exercícios militares na península coreana. Pequim mostrou ainda apoio à postura de Seul, de continuar a enviar ajuda humanitária para o país vizinho, face ao crescente isolamento económico que este enfrenta. “Todas as resoluções adoptadas sobre a Coreia do Norte não têm como intenção afectar negativamente o trabalho e necessidades humanitárias do país”, disse o porta-voz. Lu Kang insistiu que a China continuará a oferecer o seu apoio para melhorar as relações e promover a reconciliação entre as partes envolvidas na crise.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul, Washington e Tóquio vão realizar exercícios antimísseis [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul, Estados Unidos e o Japão vão realizar um exercício antimísseis no final deste mês, perante contínuos lançamentos da Coreia do Norte, disse ontem um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano. O exercício está incluído num relatório que o Ministério enviou para a Assembleia Nacional devido ao último míssil de médio alcance lançado na sexta-feira pela Coreia do Norte, que percorreu 3.700 quilómetros e sobrevoou o norte do arquipélago japonês. O documento sublinhou que Pyongyang parece aproximar-se da “fase final” de desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM), com o qual poderia atingir o território norte-americano, e estimou que o regime continue a realizar “provocações estratégicas adicionais” a curto prazo com novos testes de armamento. O exercício conjunto anti-mísseis vai realizar-se depois de dois projécteis norte-coreanos terem sobrevoado o Japão no último mês e num momento em que existem dúvidas sobre as capacidades reais dos aliados para interceptar um míssil de Pyongyang. O relatório também explicou que o Pentágono planeia enviar um porta-aviões nuclear e um grupo de ataque para participar em manobras com as Forças Navais sul-coreanas em Outubro, apesar de porta-vozes das Forças Armadas dos Estados Unidos na Coreia do Sul e do Comando do Pacífico terem afirmado que o destacamento não está confirmado. O texto também não indicou qual dos porta-aviões da VII Frota será enviado para a península coreana. O porta-aviões nuclear norte-americano Carl Vinson já foi destacado, na passada Primavera, para a região em resposta aos repetidos testes de armamento realizados este ano pela Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | EUA pressionam China e Rússia a aplicar “novas medidas” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário de Estado norte-americano condenou sexta-feira “o provocador” lançamento de um míssil efectuado pela Coreia do Norte que sobrevoou o Japão, instando “todas as nações”, sobretudo a China e a Rússia, a aplicar “novas medidas”. “Pedimos a todas as nações que adoptem novas medidas contra o regime de Kim [Jong-un]”, afirmou Rex Tillerson, num comunicado emitido pelo Departamento de Estado. O chefe da diplomacia norte-americana dirigiu o apelo particularmente à China e à Rússia, que têm estreitos laços com a Coreia do Norte, e exortou Pequim e Moscovo a mostrar a sua “intolerância face a estes imprudentes lançamentos de mísseis e a empreender as suas próprias acções directas” contra Pyongyang. “A China fornece à Coreia do Norte quase todo o seu petróleo. A Rússia é o maior empregador de força laboral norte-coreana”, exemplificou o secretário de Estado norte-americano. Esta foi a “segunda vez que o povo do Japão, um aliado dos Estados Unidos, foi directamente ameaçado nas últimas semanas”, sublinhou Rex Tillerson, apontando que “estas contínuas provocações apenas aprofundam o isolamento diplomático e económico da Coreia do Norte”. Antes, o Comando do Pacífico (PACOM, na sigla em inglês) dos Estados Unidos confirmava que a Coreia do Norte tinha lançado um míssil balístico de alcance médio que sobrevoou o norte do Japão. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi já informado pelo chefe de gabinete, John Kelly, do lançamento do míssil por parte da Coreia do Norte, indicou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. Pouco antes do lançamento, Trump confirmou que no próximo mês vai realizar uma viagem à Ásia, a qual inclui paragens na China, Coreia do Sul e Japão. Questionado pelos jornalistas que o acompanharam no Air Force One na visita à Flórida, após a passagem do furacão Irma, o Presidente norte-americano falou da viagem asiática, mas não quis abordar a estratégia relativamente à Coreia do Norte, afirmando apenas que “o povo deste país estará seguro, muito seguro”, numa referência aos Estados Unidos. Evasivas sínicas Na resposta ao apelo norte-americano, Pequim evitou condenar de forma explicita o último lançamento do míssil pela Coreia do Norte. Em conferência de imprensa, a porta-voz das autoridades chinesas, Hua Chunying, disse que que todas as resoluções do Conselho de Segurança, no qual a China é membro permanente, “se opõem ao desenvolvimento da capacidade nuclear da Coreia do Norte”. Questionada se Pequim considera necessárias novas acções, como resposta ao lançamento, Hua sublinhou os “enormes sacrifícios” feitos pelo seu país para resolver a crise na península coreana. “A nossa sinceridade no cumprimento das nossas obrigações internacionais não deixa espaço para dúvidas”, acrescentou. Hua destacou que a “missão” de todas as partes deve ser “terminar com todas as acções provocativas e perigosas, a favor de uma solução pacífica”. A porta-voz reiterou a importância do “regresso imediato ao diálogo” entre as partes directamente implicadas no conflito e frisou que a China “não é responsável pelo aumento das tensões”. Do lançamento A Coreia do Norte lançou um novo míssil ao início da manhã de sexta-feira, a partir dos subúrbios da capital, Pyongyang, que sobrevoou a ilha de Hokkaido, no norte do Japão, antes de cair a aproximadamente 2.000 quilómetros do cabo de Erimo, em águas do oceano Pacífico. Tratou-se do primeiro lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte desde finais de Agosto, altura em que um outro projéctil também sobrevoou o norte do Japão – o que sucedeu pela primeira vez desde 2009. Foi também o primeiro ensaio do regime de Pyongyang desde que o Conselho de Segurança da ONU aprovou na segunda-feira passada, por unanimidade, o oitavo pacote de sanções contra a Coreia do Norte, em resposta ao sexto e até à data mais potente ensaio nuclear efectuado a 3 de Setembro.
Hoje Macau China / ÁsiaRodrigo Duterte poderá decretar lei marcial na próxima semana [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, poderá vir a decretar a lei marcial em todo o arquipélago na próxima semana se os protestos previstos pela esquerda resvalarem em perturbações ou violência, advertiu sexta-feira o ministro da Defesa. “Ele disse: ‘Se a esquerda, que está a tentar realizar uma manifestação gigante, inflamar as ruas e perturbar o país, poderei então [decretar a lei marcial]”, declarou Delfin Lorenzana, citando uma conversa que manteve, esta semana, com Rodrigo Duterte. Delfin Lorenzana ressalvou, no entanto, que as probabilidades de instaurar o regime de excepção são mínimas porque os protestos previstos para quinta-feira não devem ser – segundo estima – tão grandes como anunciam os organizadores. “Mas o Presidente está muito preocupado, porque pode degenerar”, por isso, é que afirmou que poderia decretar a lei marcial, explicou o ministro da Defesa. Uma coligação de grupos de esquerda autointitulada de “Movimento contra tirania” anunciou a realização de iniciativas de protesto para o próximo dia 21, dia do 45.º aniversário da instauração da lei marcial pelo falecido ditador Ferdinand Marcos. O movimento pretende denunciar a controversa ‘guerra contra droga’, que fez milhares de mortos, bem como protestar contra os ataques por parte do Presidente filipino contra as instituições democráticas. A coligação também se declarou horrorizada pelo apoio de Duterte a Ferdinand Marcos, deposto em 1986 após uma revolta popular lançada na sequência de um regime marcado por graves violações dos direitos humanos e também por acusações de corrupção. O ‘slogan’ adotado para a jornada de protesto é “Parem as mortes! Tirania e ditadura nunca mais!” Avisos regulares O Presidente das Filipinas ameaça regularmente decretar a lei marcial em todo o país. Até ao momento, nem Duterte nem o seu Governo invocaram datas para o efeito ou um motivo susceptível de motivar tal decisão. A Constituição das Filipinas permite a instauração da lei marcial por 60 dias no caso de rebelião ou invasão. Duterte instaurou, em Maio, a lei marcial na região de Mindanao, que compreende a principal ilha, com o mesmo nome, e uma série de ilhotes vizinhos, devido à ocupação, por um grupo extremista que reclama ser afiliado do autoproclamado Estado Islâmico (EI) da cidade de Marawi, num conflito que fez mais de 800 mortos. (Ver caixa). Essa região do sul, que constitui aproximadamente um terço do país, tem aproximadamente 20 milhões de habitantes. A Constituição das Filipinas permite a instauração da lei marcial por 60 dias no caso de rebelião ou invasão. ‘Jihadistas’ controlados O exército filipino disse ontem que assumiu o controlo do centro de comando dos ‘jihadistas’ que se instalaram em Maio na cidade de Marawi, onde ainda estão entrincheirados. Há quatro meses que militares filipinos se envolveram em violentos confrontos de rua para desalojar os rebeldes, que se apresentam como associado do grupo Estado Islâmico (EI). O exército filipino afirmou ontem que assumiu o controlo do centro de comando dos islamitas na sequência de uma batalha sangrenta iniciada no sábado numa mesquita e num outro edifício.”Esta enorme operação enfraquece o grupo terrorista privando-o do seu antigo centro de comando e de controlo”, declarou num comunicado o general Eduardo Ano.”As operações de limpeza continuam e esperamos que o inimigo abandone a partir de agora posições ocupadas no passado, o que não fará sem combater”, adiantou. “Estamos prontos para isso”, referiu.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Ourivesaria portuguesa aposta na Ásia [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] aposta na internacionalização levou a ourivesaria portuguesa a voltar-se para o mercado asiático, que exige “produtos de grande qualidade”, e a regressar à feira de joalharia de Hong Kong, “uma das maiores do mundo”. “Os compradores asiáticos, até aqui conotados com produtos de baixa qualidade, exigem cada vez mais qualidade”, disse à Lusa a secretária da Associação de Ourivesaria e Relojoaria Portuguesa, Fátima Santos, que lidera a participação portuguesa na feira de joalharia e pedras preciosas de Hong Kong, que termina na terça-feira. Para Macau, Fátima Santos prometeu “uma acção de promoção a breve prazo”. A responsável sublinhou ter-se dado “uma alteração do paradigma de consumo dos asiáticos”, em que a exigência de qualidade é agora determinante. “A ourivesaria portuguesa é um produto de grande qualidade, já não tão tradicional e apresenta grande incorporação de design, embora continuemos a trazer as filigranas tradicionais”, sublinhou. Em Hong Kong, terceiro maior importador de joias do mundo, “o negócio tende a dar certo” por se tratar de “uma zona de concentração absoluta” em que o número de consumidores, sobretudo da China que tem uma classe média em crescimento, “é tão elevado que se adapta a cada tipo de produto”, explicou. Esta feira junta aqui, além da Ásia, consumidores da América Latina, Estados Unidos, Europa, Austrália, justificando a escolha da associação, que numa primeira fase do projecto de internacionalização apostou em mercados de proximidade, como Copenhaga, Londres e Paris. “É um esforço que esperamos seja compensador”, considerou. Boas reacções As seis empresas portuguesas presentes nesta feira, que começou na sexta-feira, já têm alguma experiência deste mercado: “Vêm a Hong Kong há quatro anos, sendo que a firma menos experiente está aqui pela segunda vez”, disse. Um dos ‘designers’ que participa pela segunda vez nesta feira afirmou ter sido “um desafio tentar perceber a aceitação do público asiático” para o trabalho que apresenta. “A reacção do público tem sido boa (…) fazer vendas locais na feira é fácil, mas estender esse negócio e conseguir estabelecer uma relação comercial à distância é um grande desafio”, mas até agora tem sido compensador, afinal a Ásia é o “centro do mundo de negócios”, sublinhou Bruno da Rocha. O valor total de exportação da joalharia, uma das actividades de maior tradição em Portugal, ronda os 60 milhões de euros, de acordo com dados da associação. Dados de 2015 indicavam que a França é o principal destino das exportações portuguesas (34,5%), seguindo-se Espanha (23,2%), Angola (11,3%), Estados Unidos (6,3%), Bélgica (5,6%), Suíça (4,7%), Alemanha (4%) e Itália (2,2%).
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Autoridades garantem que navios chineses não saem do país [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro timorense garantiu ontem que as forças de segurança timorenses têm instruções para garantir que os navios chineses apanhados a pescar tubarão em águas do país não saem da costa até estar concluída uma investigação. “Neste monto a PNTL [Polícia Nacional de Timor-Leste] e a FDTL [Forças de Defesa de Timor-Leste] têm instruções para zelar por isso e garantir que os navios não fogem”, disse Rui Maria de Araújo em declarações à Lusa no Palácio Presidencial em Díli. O chefe do Governo, que falava depois do encontro semanal com o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, referia-se ao caso de 15 navios chineses com licença para pescar em águas timorenses e que foram alvo de uma rusga no sábado. A operação foi conduzida pela polícia timorense, com base no mandato do Ministério Público timorense, com o apoio da unidade marítima e a assistência da organização ambiental Sea Shepherd. Gary Stokes, responsável desta acção da Sea Sheperd, disse à Lusa que os navios foram apanhados a pescar principalmente tubarão numa operação conduzida no sábado passado ao largo do porto de Com, na costa norte de Timor-Leste. Os navios visados são das empresas chinesas Hong Long Fisheries e Pingtan Marine Entreprises e têm desde final de 2016 uma licença para operar em águas timorenses. A operação envolveu o navio Ocean Warrior da Sea Sheperd que, com lanchas rápidas, ajudou a transportar efectivos da PNTL, que efectuaram a rusga no interior das embarcações, acompanhada e registada por ‘drones’ e por câmaras da organização ambiental. O governante garantiu que a situação está a ser analisada por duas vertentes, por um lado ao nível do Ministério Público para apurar se houve ou não crime, e pelo Ministério da Agricultura para determinar se houve infracções às licenças.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Investimento no exterior cai devido ao aumento das restrições [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério do Comércio da China disse ontem que o investimento chinês além-fronteiras caiu devido ao aumento nas restrições, que visa desencorajar a compra de clubes de futebol e outros cativos considerados desnecessários ao desenvolvimento do país. Segundo dados ontem anunciados, o investimento chinês no estrangeirou recuou 41,8%, nos primeiros oito meses do ano, face ao mesmo período do ano passado. Entre Janeiro e Agosto, as empresas chinesas investiram 68,7 mil milhões de dólares no exterior. Encorajadas pelo Governo, as empresas chinesas aumentaram nos últimos anos os investimentos além-fronteiras, como forma de assegurarem fontes confiáveis de retornos e adquirirem tecnologia avançada. Comunicação especial Os reguladores chineses emitiram este ano, no entanto, um raro comunicado conjunto, no qual advertem para investimentos “irracionais” além-fronteiras, nos sectores imobiliário, entretenimento e desporto, nos quais abundam “riscos e perigos ocultos”. As autoridades afirmaram que querem que as empresas se foquem em activos necessários à economia chinesa. O Ministério chinês do Comércio anunciou ontem que os investimentos feitos este ano foram sobretudo no sector manufactureiro, vendas por atacado, retalho e tecnologias de informação. Algumas das empresas chinesas cujas aquisições no exterior praticamente pararam nos últimos meses detêm participações em importantes empresas portuguesas, como a Fosun e o HNA Group. A Fosun é a maior acionista do banco Millennium BCP com 25,1% do capital, também detém 85% da seguradora Fidelidade (os restantes 15% do capital são da CGD) – que por sua vez é ‘dona’ do Grupo Luz Saúde – e ainda conta com uma participação de 5,3% na Redes Energéticas Nacionais (REN). A HNA é acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul. Segundo dados oficiais portugueses, desde que a China Three Gorges comprou 21,3% da EDP, em 2012, o montante do investimento chinês em Portugal já ultrapassou os 10.000 milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Eleições intercalares marcadas para 11 de março [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s eleições intercalares para o Conselho Legislativo de Hong Kong foram marcadas para 11 de março de 2018 para preencher quatro dos seis lugares deixados vagos devido à desqualificação de deputados, informou ontem a imprensa local. Nathan Law, do Partido Demosisto, Yau Wai-ching e Sixtus Leung, ambos do grupo político pró-independência Youngspiration, e Edward Yiu, eleito pelo sector profissional da Arquitectura e Paisagismo, foram desqualificados dos seus lugares de deputados no Conselho Legislativo (LegCo) por não terem prestado correctamente juramento. As eleições pelos círculos geográficos que elegeram Law, Yau e Leung vão decorrer na ilha de Hong Kong, em Kowloon Oeste e nos Novos Territórios Este, envolvendo cerca de 2,1 milhões de eleitores da cidade com mais de sete milhões de habitantes. Os dois outros deputados desqualificados, Lau Siu-lai e Leung Kwok-hung, mais conhecido por ‘Long Hair’ (Cabelo Comprido), recorreram ambos na segunda-feira das respectivas desqualificações, pelo que os seus lugares não vão a votos a 11 de Março. O campo pró-democracia está interessado em que as eleições intercalares para os assentos de Lau e de ‘Long Hair’ decorram em separado porque querem reconquistar o poder de veto que perderam a seguir às decisões de desqualificação tomadas pelo tribunal. Yau e Sixtus Leung, que usaram palavras consideradas anti-China durante os respectivos juramentos de deputados, foram desqualificados em Novembro de 2016, e o seu último recurso foi rejeitado em Agosto. Os outros quatro deputados foram alvo da mesma decisão em 14 de julho. A desqualificação dos seis deputados deixou o campo pró-democrata com 14 assentos nos círculos dos sectores profissionais, contra 16 deputados pró-sistema. A oposição em Hong Kong já tinha usado previamente a sua superioridade numérica para rejeitar moções que precisavam da aprovação de ambos no círculo geográfico e dos sectores profissionais. Sob o sistema de representação proporcional de Hong Kong, o campo pró-Pequim teria mais probabilidades de ganhar um assento se mais de um lugar fosse a votos ao mesmo tempo no mesmo círculo geográfico. Contingências As autoridades eleitorais disseram que precisavam de tempo para contratar funcionários para as eleições intercalares e que os feriados, nomeadamente do Ano Novo Chinês, que em 2018 decorre em Fevereiro, também limitaram as datas disponíveis para a marcação das eleições. Nathan Law, que em Setembro do ano passado foi eleito o deputado mais novo, então com 23 anos, está desde Agosto a cumprir uma pena de oito meses de prisão por causa de um protesto em 2014, que desencadeou a ocupação das ruas em Hong Kong durante 79 dias em defesa do sufrágio universal para eleger o líder do Governo da cidade. O jovem recorreu da sentença, mas mesmo que saia da prisão antes, não poderá voltar a candidatar-se para recuperar o seu assento de deputado porque qualquer sentença igual ou superior a três meses impede qualquer pessoa de se candidatar ao LegCo por um período de cinco anos.
Hoje Macau China / ÁsiaEnsaio nuclear de Pyongyang foi 16 vezes superior à bomba de Hiroshima [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] sexto ensaio nuclear da Coreia do Norte teve uma potência de 250 quilotoneladas, 16 vezes superior à da bomba lançada sobre a cidade japonesa de Hiroshima, afirmaram ontem especialistas norte-americanos, revendo em alta estimativas anteriores. Pyongyang afirmou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, miniaturizada o suficiente para poder ser colocada num míssil. Este sexto ensaio nuclear, realizado há dez dias pela Coreia do Norte, valeu-lhe, esta semana, um oitavo pacote de sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitoriza a actividade sísmica mundial, registou, aquando do ensaio, um abalo telúrico de magnitude 6,3 e a Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares e a agência norueguesa Norsar reviram em alta os dados anteriores para 6,1. Também o portal especializado na Coreia do Norte, 38 North, associado ao Instituto EUA-Coreia da Universidade Johns Hopkins, anunciou ter revisto em alta a anterior estimativa relativamente à potência da explosão, falando em “aproximadamente 250 quilotoneladas”. Tal significa que a bomba testada pela Coreia do Norte seria 16 vezes mais potente do que a bomba, de 15 quilotoneladas, que os Estados Unidos lançaram sobre a cidade japonesa de Hiroshima em 1945. Das variações “Esta elevada potência explosiva é igualmente próxima daquela que o 38 North tinha referido anteriormente como sendo a capacidade máxima da base de testes de Punggye-ri”, de acordo com o ‘site’, que antes indicou que a potência tinha superado as 100 quilotoneladas. As estimativas oficiais da potência da explosão ocorrida em 3 de Setembro variam significativamente: Seul fala em 50 quilotoneladas, enquanto o Japão em 160. Os responsáveis norte-americanos, por seu turno, indicaram que vão continuar a tentar verificar se foi efectivamente uma bomba H que foi testada, detalhando que, neste momento, a afirmação por parte da Coreia do Norte – que assim o garantiu – “não é incoerente”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Fundador de esquema em pirâmide condenado a prisão perpétua [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal da China condenou à prisão perpétua o fundador de um esquema em pirâmide que ludibriou cerca de 900.000 pessoas em 6,3 mil milhões de euros, expondo a dimensão dos mecanismos de investimento informais no país. O Ezubo apresentava-se como uma plataforma de empréstimo de pessoa para pessoa (‘peer to peer’), uma indústria que floresceu nos últimos anos na China, face à dificuldade em obter crédito no sector bancário, controlado pelo Estado. Ding Ning, fundador do Ezubo, e o seu irmão mais novo, Ding Dian, foram condenados à prisão perpétua por um tribunal de Pequim, por “angariação fraudulenta de fundos”, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Outros 24 executivos foram condenados a penas de prisão entre três e 15 anos. Duas empresas filiadas à Ezubo foram multadas num total de 1,9 mil milhões de yuan, segundo a Xinhua. Alguns dos arguidos foram ainda condenados por contrabando de metais preciosos e posse ilegal de armas. As autoridades detiveram os executivos da Ezubo em Dezembro de 2015, por aceitarem depósitos sem terem licença. A Xinhua disse que as autoridades confiscaram os activos da empresa, para reembolsarem os depositantes, mas não detalhou quanto do dinheiro foi recuperado. Os reguladores chineses permitiram o ‘boom’ nos serviços privados de crédito, para apoiar os empresários que nos últimos anos geraram emprego e riqueza, mas que têm acesso escasso ao sector bancário dominado pelo Estado. Em 2015, os sistemas de financiamento informais ascendiam a 1,5 biliões de dólares, segundo dados oficiais. Rico esquema Ding, 34 anos, que abandonou os estudos antes de completar o ensino secundário, trabalhou para a fábrica de hardware da mãe, onde acumulou experiência com vendas pela Internet. Sem qualquer educação formal em finanças, Ding lançou a plataforma Ezubo em Julho de 2014 e abriu escritórios em várias cidades chinesas. A decisão das autoridades em desmontar a plataforma levou a protestos dos depositantes, que acusaram o Governo de não proteger os seus depósitos. Vários depositantes viajaram até Pequim para protestar junto de gabinetes governamentais e da sede da televisão estatal CCTV, que transmitiu publicidade do Ezubo. Segundo as autoridades, a plataforma oferecia taxas de juro entre 9% e 14,6%. Desde Julho passado, os esquemas em pirâmide na China resultaram na morte de quatro pessoas, vítimas de grupos criminosos. Segundo o jornal oficial China Daily, as vítimas entram no esquema atraídas por falsas ofertas de trabalho, sendo mantidas em dormitórios e forçadas a recrutar amigos e familiares.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Orçamento de comissão que investiga ‘guerra contra droga’ reduzido a 150 patacas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados das Filipinas votaram uma redução do orçamento da comissão dos direitos humanos que investiga a controversa ‘guerra contra a droga’ para o equivalente a 150 patacas, anunciaram ontem as autoridades. Esta decisão da Câmara dos Representantes insere-se, segundo os críticos do Governo do Presidente filipino, Rodrigo Duterte, no quadro de uma campanha para silenciar a oposição à ‘guerra contra a droga’, que resultou já em milhares de mortos. A câmara baixa decidiu cortar os fundos destinados à comissão dos direitos humanos para 1.000 pesos (16 euros) na proposta de orçamento de 2018, cujo valor global é de 3,8 biliões de pesos (62,2 mil milhões de euros) e que foi votada na noite de terça-feira. “Isto coloca-nos na trajectória directa para a ditadura”, denunciou o senador Francis Pangilinan, líder do Partido Liberal, o principal movimento da oposição. A comissão dos direitos humanos é um dos órgãos independentes inscritos na Constituição para supervisionar o trabalho do Governo. A comissão investiga, entre outros, cerca de 3.800 mortes de toxicodependentes e traficantes de droga que foram alegadamente abatidos em operações que polícia e forças de segurança dizem ser “legítimas”. Resistir até ao fim A proposta de orçamento ainda tem ser submetida ao Senado, com Pangilinan a prometer forte oposição na câmara alta. “Não permitiremos que passe no Senado, mesmo que tal signifique que o orçamento para 2018 não é aprovado”, afirmou. O senador independente Panfilo Lacson, antigo comandante da polícia, indicou, numa entrevista à rádio DZMM que o projecto preliminar do Senado recomendava uma alocação de 678 milhões de pesos (11,1 milhões de euros) para a comissão de direitos humanos. Se as duas câmaras divergirem relativamente às propostas de orçamento devem reunir-se para elaborar uma versão comum que será então depois submetida a votação, em ambas, antes de ser promulgada ou vetada pelo Presidente das Filipinas. A ‘guerra’ contra a droga desencadeou uma onda de violência nas Filipinas, marcada pela morte, em circunstâncias por explicar, de milhares de outras pessoas. As organizações de defesa dos direitos humanos acusam as autoridades de deixarem milícias fazerem o seu próprio trabalho, algo que o Governo de Manila nega.
Hoje Macau China / ÁsiaChina apoia esforços da Birmânia para “preservar estabilidade” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China disse ontem que apoia os esforços das autoridades birmanesas para “preservar a estabilidade” na região oeste do país, onde a violência já levou mais de 300 mil rohingya a procurar refúgio no Bangladesh. “Acreditamos que a comunidade internacional deve apoiar os esforços da Birmânia para preservar a estabilidade do seu desenvolvimento”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. A violência contra os rohingyas escalou desde o ataque, no dia 25 de Agosto, contra três dezenas de postos da polícia pela rebelião, o Exército de Salvação do Estado Rohingya (Arakan Rohingya Salvation Army, ARSA), que defende os direitos da minoria. A ONU estima que mais de um milhar de pessoas, maioritariamente da minoria muçulmana rohingya, pode ter morrido devido à violência no estado de Rakhine, um número duas vezes superior às estimativas das autoridades da Birmânia. As autoridades birmanesas não reconhecem a cidadania aos rohingya e consideram-nos imigrantes, impondo-lhes múltiplas restrições, incluindo a privação de liberdade de movimentos. Bancos têm de respeitar a lei de países onde operam [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China recordou ontem que pede às filiais dos seus bancos que respeitem a legislação dos países onde operam, depois de a justiça espanhola ter acusado o banco chinês ICBC em Madrid de branqueamento de capitais. “A China exige sempre aos bancos chineses que operem no estrangeiro de acordo com a lei local”, afirmou ontem um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang. O porta-voz disse ter sido informado que “tanto Espanha como a UE (União Europeia) estão a investigar as filiais do ICBC em Madrid e na UE”. Mas assegurou que a filial do ICBC na capital espanhola e a sua marca na Europa “desempenharam um papel positivo na promoção da cooperação financeira entre a China e o ocidente e a UE”. O juiz da Audiência Nacional de Espanha Ismael Moreno iniciou um processo contra o ICBC, acusando-o de apoiar organizações criminosas a branquear um total de 214 milhões de euros. O banco, que pertence ao Estado chinês, é suspeito de operar uma estrutura criminal que se dedicava a transferir dinheiro para a China, obtido através de contrabando, fraude fiscal e exploração de mão-de-obra, “de maneira a que parecesse legal”. O ICBC abriu portas na capital espanhola em 2011 e opera sob a tutela da central europeia, no Luxemburgo. Está também presente em Portugal há alguns anos, mas através de um escritório de representação, sendo conhecida a sua vontade de abrir uma sucursal no país a curto prazo. Trata-se da maior instituição bancária do mundo em capitalização em bolsa e por depósitos.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Pequim apela ao diálogo após resolução do Conselho de Segurança [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina apelou ontem ao regresso ao diálogo para resolver a questão nuclear norte-coreana, após o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter aprovado novas sanções contra o regime de Pyongyang. A oitava ronda de sanções reflecte a “posição unânime” dos 15 membros do Conselho de Segurança em querer manter a paz e promover a desnuclearização da península coreana, afirmou em comunicado Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. O novo pacote de sanções limita as importações de petróleo e derivados e proíbe as exportações de têxteis, somando-se a outras medidas aprovadas anteriormente e que visam isolar economicamente a Coreia do Norte. “A China espera que o conteúdo da resolução 2375 se aplique de forma íntegra e completa”, acrescentou o porta-voz. Geng Shuang insistiu que a única saída para a crise é o diálogo, urgindo todas as partes envolvidas a “assumir a sua responsabilidade”, já que “uma solução militar não levará lado nenhum”. Pressão sínica O porta-voz chinês apelou aos Estados Unidos e Coreia do Sul para que “evitem acções que compliquem mais a situação” e afirmou que Pyongyang deve “travar o seu programa de desenvolvimento de armas nucleares e de misseis”. Geng Shuang insistiu na proposta chinesa de suspender o programa nuclear da Coreia do Norte em troca do fim das manobras militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul. Pequim é o principal aliado e maior parceiro comercial de Pyongyang. Cerca de 80% das importações norte-coreanas de petróleo são oriundas do país vizinho. Com o apoio da Rússia, que tem também direito de veto no Conselho de Segurança, a China conseguiu suavizar as sanções inicialmente propostas pelos EUA, que queriam uma proibição total de venda de crude, produtos petrolíferos refinados e gás à Coreia do Norte. Geng Shuang insistiu também na “firme oposição” chinesa à instalação do escudo antimísseis norte-americano THAAD na Coreia do Sul, por “colocar em perigo a segurança estratégica da China e de outros países na região”.
Hoje Macau China / ÁsiaFMI alerta China para risco a médio prazo do aumento do crédito A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu ontem a China dos riscos a médio prazo para a sua economia, sobretudo devido ao aumento do crédito, encorajando Pequim a continuar com as reformas estruturais. Lagarde falava aos jornalistas em Pequim, à margem da celebração do “Diálogo 1+6”, que inclui ainda o Banco Mundial, a Organização Internacional do Trabalho, a Organização Mundial do Comércio, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e o Conselho de Estabilidade Financeira. A directora-geral do FMI considerou que o crescimento de 6,9% do Produto Interno Bruto chinês, durante o segundo trimestre do ano, “mostra claramente o momento de força global e o compromisso da China em adoptar as políticas adequadas”. Lagarde advertiu, no entanto, que o “risco a médio prazo tem aumentado, especialmente como resultado do acelerado aumento do crédito”, encorajando as autoridades chinesas a continuarem com as reformas estruturais. “É preciso que se centrem mais na qualidade e estabilidade do crescimento, do que na quantidade”, acrescentou. O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assegurou que o seu Governo tem em conta os riscos que enfrenta a economia da China, a segunda maior do mundo, e assegurou que poderão manter a estabilidade. Li frisou que a melhor forma de enfrentar os desafios e dificuldades actuais é dando um maior papel ao mercado. Lagarde reconheceu que a situação económica global atravessa o seu melhor momento dos últimos dez anos, mas advertiu que se pode ressentir facilmente, devido à incerteza política e à ameaça de um aumento do protecionismo. A responsável apostou numa economia mais inclusiva e sustentável, através do multilateralismo e adopção de reformas fiscais, monetárias e estruturais em cada país. Pyongyang “rejeita categoricamente” sanções [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] representante da Coreia do Norte numa conferência sobre desarmamento da ONU diz que o seu país “rejeita categoricamente” as sanções que lhe foram impostas na segunda-feira pelo Conselho de Segurança após o seu último ensaio nuclear. (Ver página 11). Numa sessão plenária da Conferência das Nações Unidas sobre Desarmamento, o embaixador Han Tae Song condenou a “intensão diabólica” dos Estados Unidos e afirmou que Pyongyang “garantirá que os EUA pagam o preço justo”. Na reunião, o embaixador norte-americano, Robert Wood, aplaudiu as sanções impostas pelo Conselho de Segurança, afirmando que a comunidade internacional “nunca aceitará a Coreia do Norte como um Estado com armas nucleares”. O Conselho de Segurança da ONU aprovou na segunda-feira, por unanimidade, um novo pacote de sanções destinado a isolar economicamente a Coreia do Norte, que limita as importações de petróleo e derivados e proíbe as exportações de têxteis, entre outras medidas. Talim | Retiradas meio milhão de pessoas no sudeste da China [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas poderão retirar até meio milhão de pessoas, face à chegada do tufão Talim ao sudeste do país esta semana, informou ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP). Os serviços meteorológicos da província de Fujian anunciaram ontem a chegada de um tufão de intensidade igual ao Irma (categoria 4-5), que atingiu a região das Caraíbas e o sudeste dos Estados Unidos, com ventos superiores a 200 quilómetros por hora. Segundo a fonte citada pelo SCMP, a maioria das pessoas que serão afectadas pelo tufão vive em áreas propensas a inundações e deslizamentos de terra, ou em casas não resistentes o suficiente para aguentar a força do Talim. O tufão surgiu na costa das Filipinas este sábado e, antes de atingir a China, passará perto do norte de Taiwan, onde o Governo convocou nesta segunda-feira uma reunião especial para activar uma resposta de emergência. Na semana passada, o sul da China e Taiwan mantiveram-se alerta, face à aproximação de outro tufão, o Mawar – o 16.º a atingir o sudeste da Ásia este Verão -, que levou à retirada de 22.000 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Governo quer acelerar eleições intercalares para LegCo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, defendeu ontem que os lugares de deputados deixados vagos após desqualificação devem ser preenchidos o mais rapidamente possível, ressalvando que a decisão cabe à comissão eleitoral. “Uma vez que os procedimentos judiciais em quatro desses casos (…) chegaram ao fim, é de esperar, e estou certa de que a comissão eleitoral tem uma visão similar, que as eleições intercalares devem ser realizadas o mais rapidamente possível”, disse Lam, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK). Carrie Lam afirmou que o presidente da comissão eleitoral, Barnabas Fung, teria uma reunião com os seus colegas esta semana para discutir o assunto. A 14 de Julho, os tribunais de Hong Kong desqualificaram quatro deputados pró-democracia Nathan Law, Edward Yiu, Leung Kwok-hung, mais conhecido por ‘Long Hair’ (Cabelo Comprido), e Lau Siu-lai. Leung e Lau apresentaram recurso da decisão judicial na segunda-feira. Numa acção judicial anterior, a administração tinha afastado os deputados pró-independência Sixtus Baggio Leung e Yau Wai-ching (do grupo político Youngspiration), por terem proferido palavras, durante o seu juramento, consideradas anti-China. Os processos na justiça que envolviam Yau e Leung chegaram ao fim, depois de os dois jovens terem decidido não voltar a recorrer de uma decisão do tribunal em Agosto. Tantos para tão poucos Carrie Lam, que falava ontem à imprensa em Hong Kong antes de uma reunião do Conselho Executivo, disse que 2,1 milhões de eleitores serão chamados a eleger quatro deputados, numas eleições que envolvem três círculos geográficos (ilha de Hong, Novos Territórios Leste e Kowloon Oeste), e ainda o sector da arquitectura, planeamento e paisagismo. A chefe do Executivo disse que o Governo pode necessitar de até seis meses para se preparar para as eleições intercalares, uma vez que as autoridades têm de instalar 400 assembleias de voto e formar 14.000 funcionários.
Hoje Macau China / ÁsiaRohingya | Dalai Lama pede a Suu Kyi solução pacífica para a crise O dalai lama instou a líder de facto da Birmânia, Aung San Suu Kyi, a encontrar uma solução pacífica para a crise dos rohingya, manifestando preocupação relativamente à violência que levou quase 300 mil pessoas a fugir do país [dropcap style≠’circle’]“P[/dropcap]eço-lhe a si e aos seus colegas para que estendam a mão a todas as franjas da sociedade a fim de tentar restabelecer relações amigáveis no seio da população num espírito de paz e de reconciliação”, declarou o líder espiritual tibetano, numa carta endereçada à líder de facto do regime birmanês e também Nobel da Paz, a que a agência noticiosa francesa AFP teve hoje acesso. “As perguntas que me dirigem levam-me a pensar que são inúmeros os que têm dificuldade em compreender que aquilo que sucede aos muçulmanos acontece num país budista como a Birmânia”, escreveu o dalai lama. Os rohingya têm fugido em massa do oeste da Birmânia rumo ao vizinho Bangladesh desde que o exército lançou uma vasta ofensiva militar na sequência do ataque, lançado em 25 de Agosto, contra três dezenas de postos da polícia pela rebelião, o Exército de Salvação do Estado Rohingya (Arakan Rohingya Salvation Army, ARSA), que defende os direitos daquela minoria muçulmana. A ONU actualizou ontem para 313 mil o número de rohingyas que atravessaram a fronteira para o Bangladesh. Segundo uma estimativa, também das Nações Unidas, divulgada anteriormente, mais de um milhar de pessoas daquele minoria muçulmana podem ter morrido na sequência da escalada da violência no estado de Rakhine, um número duas vezes superior às estimativas birmanesas. A Birmânia, onde mais de 90% da população é budista, não reconhece cidadania aos rohingya, uma minoria apátrida considerada pelas Nações Unidas como uma das mais perseguidas do planeta. Mais de um milhão de rohingya vive em Rakhine, onde sofrem crescente discriminação desde o início da violência sectária em 2012, que causou pelo menos 160 mortos e deixou aproximadamente 120 mil pessoas confinadas a 67 campos de deslocados. Apesar de muitos viverem no país há gerações, não têm acesso ao mercado de trabalho, às escolas, aos hospitais e o recrudescimento do nacionalismo budista nos últimos anos levou a uma crescente hostilidade contra eles, com confrontos por vezes mortíferos. Limpeza em curso O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos do Homem afirmou ontem que a forma como a Birmânia está a tratar a minoria muçulmana rohingya aparenta “um exemplo clássico de limpeza étnica”. “A Birmânia tem recusado o acesso dos inspectores [da ONU] especializados em direitos humanos. A avaliação actualizada da situação não pode ser integralmente realizada, mas a situação parece ser um exemplo clássico de limpeza étnica”, disse Zeid Ra’ad Al Hussein na abertura da 36.ª sessão do Conselho dos Direitos do Homem das Nações Unidas, em Genebra. Aung San Suu Kyi tem sido duramente criticada por defender a actuação do exército em relação aos rohingya por múltiplas personalidades, entre as quais os a paquistanesa Malala Yousafzai e o sul-africano Desmond Tutu, também laureados com o Nobel da Paz, havendo mesmo uma petição, já assinada por mais de 350 mil pessoas de todo o mundo, a pedir ao comité norueguês que lhe retire o prémio. Na passada quarta-feira, a líder birmanesa defendeu-se das críticas, afirmando haver uma campanha de desinformação sobre a questão e assegurando que vai proteger os direitos de todas as pessoas. “A solidariedade internacional com os ‘rohingya’ é o resultado de um enorme iceberg de desinformação, que visa criar problemas entre as diferentes comunidades e promover os interesses dos terroristas”, disse Suu Kyi.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Bilionário pede asilo político aos Estados Unidos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] bilionário chinês Guo Wengui, que fugiu para os Estados Unidos e que tem acusado de corrupção altos quadros de Pequim, pediu asilo político ao Governo norte-americano, afirmou sexta-feira o seu advogado. O pedido de Guo constitui um dilema para a diplomacia norte-americana, que deve optar entre expulsar um dissidente com ligações à elite do regime chinês ou acrescentar mal estar às relações com Pequim. Thomas Ragland, advogado de Guo, afirmou na quinta-feira que o bilionário vai permanecer “legalmente protegido” nos Estados Unidos, enquanto o pedido está a ser analisado, processo que normalmente demora mais de dois anos. Caso o pedido seja rejeitado, Guo poderá permanecer em território norte-americano, até que não tenha mais possibilidades de recorrer. Em Agosto, funcionários chineses afirmaram, citados pela agência noticiosa Associated Press (AP), que Guo está a ser investigado por pelo menos 19 crimes, incluindo suborno, rapto, fraude, branqueamento de capitais e violação. Guo negou todas as acusações. O bilionário deixou de ser visto em público em 2014, mas voltou recentemente a surgir nas redes sociais, afirmando ter informações comprometedoras para a liderança chinesa. Entre os seus alvos está Wang Qishan, director do órgão máximo anticorrupção do Partido Comunista Chinês (PCC), que nos últimos anos puniu mais de um milhão de membros da organização, numa campanha lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping. Segundo Guo, Wang detém secretamente parte do grupo HNA, um dos maiores conglomerados privados chineses e accionista indirecto da TAP, através de uma participação de 13% na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway) e uma participação de 7% na Atlantic Gateway. Exposições de risco As afirmações do milionário surgiram poucos meses antes do XIX congresso do PCC, o mais importante acontecimento da agenda política chinesa, durante o qual se definirá a liderança da segunda economia mundial durante os próximos cinco anos. O pedido de asilo visa demonstrar às autoridades norte-americanas que ele quer fugir à “perseguição” da China, afirmou o advogado. “Ele receia ser deportado para a China com base nas suas afirmações políticas, que expõem a corrupção entre funcionários chineses”, afirmou Ragland. “Tem sido um delator”, acrescentou. Guo tinha declarado anteriormente que expôs a corrupção entre altos quadros do PCC para o bem do seu país. Era uma forma de provar a sua lealdade a Xi e negociar um eventual retorno à China. Depois de não ser visto em público durante várias semanas, Wang Qishan reapareceu recentemente na imprensa estatal chinesa, num sinal de que a sua influência política se mantém intacta. Durante o congresso do PCC irá decidir-se se Wang permanece no Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China. Observadores chegaram a indicar Wang como possível futuro primeiro-ministro do país, por ser próximo de Xi.