Weizhou | Governo adia demolição de mesquita depois de manifestações

 

 

As autoridades chinesas decidiram adiar a demolição de uma mesquita em Weizhou, no norte da China, depois de vários dias de manifestações, declararam à agência France Presse (AFP) habitantes da região

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m responsável local leu perante os manifestantes um documento a anunciar que o Governo vai adiar a demolição da mesquita, segundo alguns presentes ouvidos pela AFP, tendo depois a maioria das pessoas dispersado do local.
Milhares de pessoas estavam em protesto desde quinta-feira para impedir a demolição do local de culto, ordenada pelas autoridades que procuram restringir a liberdade religiosa dos muçulmanos, enquadrando-a nos princípios defendidos pelo Partido Comunista chinês.
Centenas de pessoas percorreram centenas de quilómetros para apoiar os defensores da mesquita e levar-lhes alimentos, segundo testemunharam os habitantes. “O Governo garante que se trata de um edifício ilegal, mas não é o caso. A mesquita tem séculos de história”, disse à AFP um restaurador que se apresentou com o pseudónimo de Ma.
De acordo com documentos oficiais, a mesquita foi reconstruída nos últimos dois anos, mas vários responsáveis receberam “um sério aviso” da parte de uma comissão disciplinar local devido a incertezas no processo de autorização. A fachada foi modificada, abandonando uma aparência de templo budista por um design árabe, com cúpulas e crescentes lunares.

Reciclagem religiosa

As palavras “Mesquita de Weizhou” desapareceram do Weibo, a versão chinesa do Twitter, quando a AFP tentou fazer uma pesquisa sobre o tema. A Internet e o serviço 4G dos telemóveis não funcionavam num raio de cerca de 10 quilómetros em torno do local da manifestação.
A agitação aumentou em Weizhou depois da difusão na passada semana de uma ordem governamental para demolir a mesquita, cuja reconstrução foi feita sem as autorizações devidas. Num documento oficial, que a AFP diz não ter conseguido verificar, terá sido escrito que se o edifício não fosse demolido até 10 de Agosto, o Governo ver-se-ia na obrigação “de o abater”, alertando os responsáveis da mesquita que “deveriam aceitar a responsabilidade das consequências de tal acto”.
As autoridades locais e a associação islâmica local não estiveram contactáveis, adiantou a AFP.
O islão é uma das cinco religiões reconhecidas oficialmente na China, onde vivem cerca de 23 milhões de muçulmanos.
A pressão das autoridades de Pequim aumentou nos últimos meses com um controlo apertado das manifestações da liberdade de expressão religiosa, com as autoridades a quererem enquadrar a prática religiosa com os valores e cultura chineses “tradicionais”. Os novos regulamentos relativos a questões religiosas, que suscitaram uma crescente inquietação dos movimentos de defesa dos direitos humanos, preveem um controlo maior do Estado sobre a religião de forma a “parar o extremismo”.
Em Xinjiang, região autónoma no noroeste do país maioritariamente muçulmana, a situação é particularmente sensível: muitos uigures, povo de origem turca e de religião islâmica, queixam-se de discriminação e membros radicais cometeram atentados que fizeram centenas de mortos nos últimos anos.

13 Ago 2018

Guerra comercial entre EUA, China e UE agudiza receios de abrandamento económico

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s últimos cinco meses ficaram marcados por uma escalada da tensão comercial entre EUA, China, União Europeia e outras potências mundiais, com a imposição de tarifas e ameaça de novas medidas protecionistas a gerarem receios de abrandamento económico.

E se a 25 de julho foi anunciada uma trégua na guerra comercial entre os EUA e a União Europeia, após uma reunião entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, com a China a tensão mantém-se ao rubro, sendo sucessivas as ameaças do agudizar das tarifas alfandegárias nas trocas comerciais e de sanções aos países que têm trocas comerciais com o Irão.

Reunidos em julho em Buenos Aires, na Argentina, num encontro marcado pelo tema do protecionismo, os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais das maiores economias mundiais (G20) concluíram que o crescimento mundial “está robusto”, mas ameaçado, “a curto e médio prazo, pelo aumento das tensões comerciais e geopolíticas”, apontando os riscos económicos acrescidos resultantes das “recentes vulnerabilidades financeiras, aumento das tensões comerciais e geopolíticas” e “crescimento estruturalmente débil, particularmente em algumas economias avançadas”.

Na abertura do encontro, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou para o impacto da guerra comercial sobre o crescimento económico mundial, avisando que, “no pior dos casos, as medidas [comerciais] atuais poderão significar uma baixa de 0,5 pontos do PIB [Produto Interno Bruto] mundial”.

O ministro francês da Economia e das Finanças, Bruno le Maire, sustentou, por sua vez, que “esta guerra comercial fará apenas perdedores, destruirá empregos e pesará no crescimento mundial”, defendendo que se chame “os EUA à razão, para que respeitem as regras multilaterais e os seus aliados”.

Já o secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, apelou à China e aos EUA para que façam concessões no sentido de chegar a uma relação comercial mais equilibrada, após declarações incendiárias de Donald Trump que tratou Pequim, Bruxelas e Moscovo como “inimigos” comerciais.

Na opinião de diversos analistas e economistas, a intensificação da guerra comercial não vai beneficiar nem os trabalhadores, nem as empresas norte-americanas, podendo antes resultar numa subida dos preços nos EUA, numa diminuição das exportações e numa economia mais débil no próximo ano, com um abrandamento que pode chegar ao meio ponto percentual e levar à perda de 700.000 empregos.

Para Portugal, segundo estimativas avançadas em junho pelo Banco de Portugal (BdP), a guerra comercial pode implicar um custo entre 0,7% e 2,5% do PIB português em três anos, caso se mantenha limitada aos EUA e aos seus principais parceiros ou se se tornar global.

“Sendo Portugal uma economia relativamente aberta ao exterior, a redução da atividade e do comércio a nível global tem um efeito adverso sobre a economia portuguesa”, avisou o BdP.

A postura intransigente de Trump face ao comércio internacional já é antiga, tendo denunciado as práticas comerciais de outros países e pedido retaliações desde a década de 1980, quando o Japão era considerado a principal ameaça económica aos EUA. Foi depois uma bandeira da sua campanha para a Presidência, desenvolvida sob o lema “America First” (A América Primeiro).

E se as medidas protecionistas tomadas após a eleição foram sendo adotadas em várias frentes, com conflitos comerciais com várias potências mundiais, como a União Europeia (UE), México, Canadá, Brasil ou Japão, Trump nunca escondeu que o seu principal adversário era a China, que acusa de desenvolver práticas comerciais injustas, aplicar taxas altíssimas sobre produtos norte-americanos e desrespeitar totalmente a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, nomeadamente no setor da tecnologia.

Foi assim que, logo após ser eleito para a Presidência dos EUA, em 2016, Trump ameaçou elevar para 30% as tarifas sobre as todas as importações de produtos chineses – que, no ano passado, somaram 500 mil milhões de dólares –, acusando Pequim de “táticas predatórias” destinadas a desenvolver o setor tecnológico chinês.

Foi, contudo, em março/abril deste ano que a tensão comercial começou a acentuar-se, com Trump a argumentar que o défice da balança comercial com Pequim estava “fora de controlo”, nos 375 mil milhões de dólares (324 mil milhões de euros), e a acusar a China de “roubo de tecnologia” e de exigir às empresas estrangeiras que transfiram conhecimento em troca de acesso ao mercado.

Os EUA anunciam então a implementação de taxas alfandegárias sobre uma lista inicial de 1.300 produtos importados da China, avisando que impacto pode chegar aos 60 mil milhões de dólares (51,7 mil milhões de euros).

Em resposta, a China começa por impor em abril tarifas de 25% sobre 120 produtos dos EUA sobretudo alimentares, num valor em torno dos três mil milhões de dólares (2,58 mil milhões de euros) – recorrendo à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a atuação norte-americana.

Posteriormente, Pequim responde à publicação da lista com uma taxa alfandegária de 25% em cerca de 50 mil milhões de exportações norte-americanas, incluindo nos produtos a taxar a soja (um dos mais relevantes produtos nas relações comerciais entre os dois países), os aviões, os carros e os produtos químicos.

É também em março que entram em vigor taxas aduaneiras de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio que entra nos EUA, numa medida que deixa inicialmente de fora o México e o Canadá (no âmbito do Acordo de Comércio Livre da América do Norte – NAFTA) e os países aliados, nomeadamente a UE.

No final de maio, a escalada protecionista de Trump estendeu-se à UE, Canadá e México, com a suspensão da isenção de direitos aduaneiros nas importações de aço e de alumínio daquelas regiões, e chegou ao Brasil, com a imposição de quotas e sobretaxas à importação de aço brasileiro.

“Isto é um mau dia para o comércio mundial”, declarou então o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerando “totalmente inaceitável que um país esteja a impor medidas de forma unilateral no que diz respeito ao comércio mundial”.

Como retaliação, o bloco europeu começou em 22 de junho a cobrar tarifas de importação de 25% sobre uma série de produtos norte-americanos, no valor total de 3,35 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros), tendo nesse mesmo dia Trump admitido impor sobretaxas de 25% sobre importações de automóveis europeus, consideradas como uma ameaça à segurança nacional.

O mês de julho foi palco de um sucessivo agudizar da guerra comercial já aberta com a China, com o Presidente norte-americano a iniciar a cobrança de tarifas sobre mais de 800 produtos chineses, no valor de 34 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros), e a China a retaliar de imediato, com um aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA.

Dias depois, os EUA anunciam uma nova lista com tarifas de 10% sobre 200 mil milhões de dólares (173 mil milhões de euros) em importações da China e Trump afirma-se pronto para impor tarifas sobre até 550 mil milhões de dólares (475 mil milhões de euros) em produtos chineses, mais do que o valor total das exportações de Pequim para o país no ano passado.

Afirmando-se “chocada”, a China apresenta nova queixa à OMC e garante que adotará “as contramedidas necessárias” responder às novas tarifas, retaliando com novas taxas.

Esta semana, na quarta-feira, a China anunciou taxas punitivas sobre importações provenientes dos EUA no montante de 16 mil milhões de dólares (13,9 mil milhões de euros), como represália às anunciadas na véspera pelos EUA.

Com a UE, a guerra comercial vive atualmente uma trégua, na sequência de um encontro, em 25 de julho, em Washington, entre o presidente da Comissão Europeia e Donald Trump, do qual saiu a garantia de que norte-americanos e europeus “vão trabalhar em conjunto” para estabelecer uma relação comercial livre de taxas alfandegárias, livre de barreiras e livre de subsídios para bens industriais.

Enquanto durarem as negociações, os direitos aduaneiros sobre aço e alumínio europeus mantêm-se, mas, caso cheguem a bom termo, Washington admite vir a levantá-los, o mesmo acontecendo com as correspondentes retaliações da UE. Trump acordou também não impor tarifas sobre o setor automóvel europeu durante este período.

12 Ago 2018

Ambiente | Suzuki, Mazda e Yamaha falsificaram dados de emissões poluentes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s fabricantes japoneses de veículos motorizados Suzuki, Mazda e Yamaha admitiram usar dados falsificados de emissões e consumo de combustível nos seus novos veículos depois de o Governo local ordenar a revisão de procedimentos. O ministro japonês dos transportes informou na quinta-feira (hora local) que os três fabricantes admitiram condutas impróprias nas inspecções. As irregularidades surgiram depois de 23 fabricantes japoneses de carros e motos terem sido intimados a reexaminar os seus procedimentos em Julho, depois dos casos dos dados falsificados da Nissan e da Subaru. A Suzuki assumiu que quase metade das suas 12.819 inspecções a novos carros envolveram irregularidades nas suas três fábricas.
Com menos frequência ocorreram irregularidades nos dois outros fabricantes, segundo o ministério: em 2,1 por cento das 335 motos inspeccionadas nos últimos dois anos na Yamaha e 3,8 por cento dos 1.875 veículos inspeccionados na Mazda nos últimos quatro anos.
Depois do comunicado oficial do Governo, o presidente da Suzuki Motor, Toshihiro Suzuki, já pediu desculpas aos clientes e parceiros de negócios da companhia por causarem problemas.
O responsável indicou que havia falta de formação do pessoal nas equipas de inspecções e que a disciplina estava ausente das fábricas.
A Nissan e a Subaru admitiram este ano, como outros fabricantes em todo o mundo, que tinham falsificado dados sobre as emissões poluentes.
Em 2016, a Mitsubishi tinha reconhecido que também tinha falsificado dados sobre o consumo de combustíveis nas suas inspecções, o que provocou uma forte crise na empresa e que resultou na sua compra pela Nissan.

10 Ago 2018

Tailândia | Tribunal condena monge a 114 anos de prisão

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m tribunal da Tailândia condenou um monge tailandês, extraditado dos Estados Unidos há um ano, a 114 anos de prisão por fraude e lavagem de dinheiro. Wiraphon Sukphon foi condenado, entre outros crimes, por lavagem de dinheiro e fraude, disse fonte judicial à agência de notícias France-Presse. Segundo a lei tailandesa, no entanto, não haverá mais de 20 anos de detenção, esclareceu a mesma fonte. O estilo de vida de Wiraphon Sukphon contrariava o despojamento exigido aos monges: a polícia apreendeu bens no valor de um total de 623 mil euros, três carros, incluindo um Porsche e um Mercedes-Benz, e uma moto Harley-Davidson.
O monge, de 39 anos, mais conhecido como Luang Pu Nen Kham, também foi condenado a devolver cerca de 743 mil euros a 29 pessoas que tinham feito doações. Sukphon foi preso em Julho de 2017, após a sua extradição dos Estados Unidos, para onde fugiu em 2013, quando começou a investigação na Tailândia.
O monge também é acusado de violação de um menor, um veredicto que deverá ser conhecido em Outubro.
Cerca de 95 por cento dos tailandeses são budistas praticantes, uma das taxas mais altas do mundo, e o país tem cerca de 300 mil monges. Nos últimos anos, os budistas têm sido protagonistas de notícias em casos relacionados com o uso de drogas, jogo, corrupção e prostituição.

10 Ago 2018

ONU | Guerra nuclear é um “medo presente”, 73 anos depois de Nagasaki

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou ontem, em Nagasaki, que os “temores de uma guerra nuclear” continuam presentes, 73 anos depois da segunda bomba atómica mundial ter atingido o Japão.
“Os esforços para o desarmamento diminuíram e, em alguns casos, pararam mesmo”, disse António Guterres, numa intervenção no Parque da Paz, em Nagasaki, no Japão. “Aqui, em Nagasaki, peço a todos os países que se comprometam com o desarmamento nuclear e que comecem a fazer progressos visíveis, com a máxima urgência”, sublinhou.
O primeiro chefe da ONU a visitar Nagasaki voltou a mostrar-se preocupado com os esforços para a desnuclearização, uma vez que os “países com armas nucleares têm modernizado os seus arsenais”.
“Vamos comprometer-nos a fazer de Nagasaki o último lugar na Terra a sofrer este tipo de devastação”, acrescentou, dois dias depois do 1.º aniversário da adopção do Tratado de Proibição de Armas Nucleares. Apesar de ser a única vítima de ataques nucleares, o Japão não assinou o tratado.
O presidente da Câmara de Nagasaki, Tomihisa Taue, pediu ao Governo do Japão que faça mais para liderar o desarmamento nuclear, especialmente na região, para “ajudar a promover os esforços para se alcançar uma península coreana livre de armas nucleares”. Por fim, Taue pediu a Tóquio que assine o tratado e “cumpra com a sua obrigação moral de liderar o mundo em direcção à desnuclearização”

10 Ago 2018

Coreias | Cimeira entre Kim Jong-un e Moon Jae-in na segunda-feira

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Coreia do Norte e a Coreia do Sul vão manter conversações ao mais alto nível na segunda-feira com o objectivo de prepararem uma cimeira entre os líderes daqueles dois países. O anúncio foi feito ontem por uma fonte sul-coreana do Ministério da Unificação do Sul, citado pela agência de notícias France-Presse, num momento em que se discute o desarmamento nuclear da Coreia do Norte, na sequência da cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que se realizou em Junho em Singapura. O funcionário, que falou sob a condição de não ser identificado, explicou ainda que as duas Coreias também discutirão formas avançar com os acordos para reduzir a tensão militar e política feitos durante a anterior cimeira entre Kim Jong-un e o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in.

10 Ago 2018

Coreia do Sul | Proprietários de veículos BMW avançam com queixa judicial

 

Um grupo de proprietários de veículos BMW na Coreia do Sul interpuseram uma queixa judicial contra o fabricante automóvel, por ter atrasado a revisão de 100 mil carros de motor a gasóleo com risco de incêndio

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]advogado Ha Jong-sun explicou que foi interposta uma queixa contra seis trabalhadores do grupo alemão, incluindo o vice-presidente responsável pela Qualidade, John Ebenbichler, em nome de 20 proprietários de veículos e uma vítima de incêndio. Mais de 30 viaturas, sobretudo o modelo 520d, incendiaram-se este ano na Coreia do Sul, tendo um aviso de revisão sido publicado apenas um mês depois, um atraso que já é alvo de contencioso com o Governo local.
A BMW apresentou na segunda-feira desculpas aos proprietários vítimas de incêndios, explicando as causas técnicas, mas que não acalmou os condutores sul-coreanos. “É difícil de acreditar que a BMW demorou dois anos a determinar a causa dos incêndios nos motores […]. Um inquérito penal é necessário para encontrar as provas dessa dissimulação”, disse o advogado à agência noticiosa France Presse.
Caso fiquem provadas as acusações, a pena pode passar por 10 anos de prisão e uma multa de 77.126 euros. Ha Jong-sun referiu que o construtor já enfrenta um processo civil interposto por várias pessoas no sul do país.

Na quarta-feira, fonte oficial do grupo automóvel informou à Lusa que quase 2.400 veículos BMW serão chamados à revisão em Portugal, num total de 324 mil veículos com motor a gasóleo em toda a Europa, devido a perigo de incêndio.
A partir da sede da marca, a fonte precisou que “clientes de 2.359 veículos” serão chamados para a revisão num concessionário BMW, sem custos para os consumidores.
Uma fonte da empresa em Portugal tinha referido que a “BMW está a trabalhar nesta acção de chamada” e que prevê comunicar à rede de serviço até ao “final da próxima semana a informação relativa aos veículos afectados”.
“Os clientes serão posteriormente contactados pela rede de serviço BMW para agendar a acção”, segundo a mesma fonte da empresa em Portugal.
A chamada dos veículos ocorre depois de uma investigação do fabricante ter revelado um “mau funcionamento do módulo de recirculação dos gases de escape (EGR) que pode, em casos extremos, originar um fogo em alguns modelos BMW com motores a gasóleo”.
“O BMW Group decidiu levar a cabo uma acção de chamada por forma a analisar o módulo EGR nos modelos BMW Série 3, Série 4, Série 5, Série 6, Série 7, X3, X4, X5, X6 com motores Diesel de 4 cilindros (produzidos entre Abril 2015 e Setembro 2016) e motores diesel de 6 cilindros (produzidos entre Julho 2012 e Junho 2015)”, refere informação oficial.
O fabricante referiu que, em alguns casos, o radiador do módulo EGR pode ter fugas de líquido de refrigeração, que se acumula no módulo EGR. “Quando combinado com sedimentos de óleo, este líquido pode tornar-se combustível. Devido às altas temperaturas dos gases de escape nesta unidade, estes depósitos podem inflamar-se e provocar, em casos extremos, um fogo”, explicou ainda a BMW

10 Ago 2018

Guerra Comercial | Navio com 70 mil toneladas de soja navega sem rumo

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m navio de carga norte-americano que transporta 17 milhões de euros em soja navega sem rumo há um mês, no oceano pacífico, devido à guerra comercial que, entretanto, se desencadeou entre Pequim e Washington. O Peak Pegasus tinha previsto descarregar 70.000 toneladas de soja no porto chinês de Dalian, em 6 de Julho passado, antes de as autoridades chinesas imporem uma taxa alfandegária de 25 por cento sobre a soja norte-americana, em retaliação contra a decisão de Washington em aumentar os impostos sobre 29 mil milhões de euros de bens importados da China. No entanto, o barco chegou atrasado ao destino e, desde então, tem andado às voltas, sem que os donos, a empresa Louis Dreyfus, decidam o que fazer à carga.
O transporte de soja dos EUA para a China demora pelo menos 30 dias. Carregamentos feitos antes das taxas entrarem em vigor poderão ter sido taxados ainda antes de desembarcarem na China. Segundo o diário britânico The Guardian, os custos diários para manter o navio a navegar próximo da costa chinesa ascendem a 10.700 euros.
A soja é um ponto-chave nas disputas comerciais entre EUA e China: representa 10 por cento do conjunto das exportações norte-americanas para o país asiático e é um sector vital para a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores do Presidente norte-americano, Donald Trump

10 Ago 2018

Acidente | Sobe para 13 número de mortos em explosão de mina

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número de mortos numa explosão de uma mina no sul da China, na segunda-feira, subiu para 13, depois de a equipa de resgate ter encontrado os corpos sem vida de nove mineiros desaparecidos. Após mais de dois dias de buscas, os cadáveres foram encontrados na noite de quarta-feira, informou o governo local da cidade de Panzhou, na província de Guizhou, onde ocorreu o acidente. As autoridades continuam a investigar as causas da explosão na mina, que pertence à firma Zhongrong International Trust e tem uma capacidade anual de produção de 300.000 toneladas. As minas de carvão na China, consideradas na última década as mais perigosas do mundo, registaram o ano passado 219 acidentes, dos quais resultaram 375 mortos, uma descida de 28,7 por cento face a 2016 e 20 vezes menos do que os registados há uma década. O pior ano deste século foi 2003, quando se contabilizaram 6.990 mortes nas minas do país. O encerramento de minas ilegais, muitas delas de pequena dimensão, e o aumento das acções de fiscalização contribuíram para a queda no número de vítimas mortais.

10 Ago 2018

Economia | Inflação fixou-se em 2,1 por cento em Julho

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da China, o principal indicador da inflação no país, subiu 2,1 por cento, em Julho, face ao mesmo mês do ano passado, informou ontem o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês. A subida do IPC deveu-se, sobretudo, ao aumento dos preços dos produtos não alimentares, que se fixou em 2,4 por cento. O preço dos alimentos subiu 0,5 por cento. O GNE divulgou ainda o Índice de Preços na Produção (IPP), que indica a inflação no sector grossista, e registou um aumento de 4,6 por cento, em Julho, em termos homólogos. Face ao mês anterior, o IPP subiu 0,1 por cento. Analistas consideram que existe o risco de o IPP abrandar, face à guerra comercial entre Pequim e Washington que resultou já na imposição de taxas alfandegárias sobre importações oriundas dos dois países. O Governo chinês confirmou em Abril que mantém o objectivo da inflação em torno de 3 por cento para este ano, depois de em 2017 o IPC se ter fixado em 1,6 por cento.

10 Ago 2018

Comércio | Xinhua condena egoísmo para conter China em crítica a Trump

A imprensa estatal chinesa criticou ontem aqueles que usam tácticas “egoístas” para tentar impedir a ascensão da China, numa aparente referência a Donald Trump que iniciou uma guerra comercial com Pequim

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m comentário da agência noticiosa oficial Xinhua, reproduzido na capa dos principais jornais chineses, afirma que “algumas pessoas, não dispostas a aceitar o despertar do leão, adoptaram o unilateralismo, proteccionismo e intimidação”. “Estes são desafios que não podem ser evitados e que teremos que enfrentar”, acrescenta.
Trump impôs já taxas alfandegárias de 25 por cento sobre mais de 29 mil milhões de euros de importações oriundas da China, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico.
As autoridades chinesas estão a encetar um plano designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

Pingue-Pongue

O comentário da Xinhua surge numa altura em que a liderança chinesa reúne em Beidaihe, um resort no litoral norte da China. A reunião, que ocorre todos os anos, serve para os líderes máximos do país discutirem estratégias de governação. Este ano, o tópico principal deverão ser as disputas comerciais com Washington.
“Certas pessoas estão egoistamente a agir contra os limites da moral, ao erguer arbitrariamente barreiras comerciais”, acrescenta a Xinhua.
No entanto, Trump disse já estar pronto para impor taxas alfandegárias sobre 430 mil milhões de euros de produtos chineses, cerca da totalidade das importações norte-americanas da China.
Neste caso, Pequim não poderia retaliar no mesmo montante, visto que tem um excedente de 323 mil milhões de euros – quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português – no comércio com os EUA.
Neste contexto, as autoridades chinesas anunciaram novas taxas alfandegárias de 25 por cento sobre um conjunto de produtos importados dos Estados Unidos, cujo valor ascende a 13,7 mil milhões de euros, em retaliação contra taxas impostas por Washington.
Segundo a agência Xinhua, Pequim definiu a lista de produtos a serem penalizados em conjunto com departamentos governamentais, associações industriais e empresas, visando “proteger os interesses das firmas e consumidores domésticos”

10 Ago 2018

Coreia do Norte | ONU e Japão insistem na desnuclearização total

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ONU e o Japão insistiram ontem na necessidade de a Coreia do Norte cumprir plenamente os compromissos assumidos para uma total desnuclearização do país, processo esse que deve ser “verificável e irreversível”.
Esta posição foi assumida pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em breves declarações aos jornalistas após um encontro em Tóquio focado em vários temas da actualidade internacional.
Guterres está a realizar uma visita oficial ao Japão e participa hoje na cerimónia que assinala o 73.º aniversário do ataque nuclear pelos Estados Unidos à cidade nipónica de Nagasaki. Três dias antes, a 6 de Agosto de 1945, as forças norte-americanas já tinham largado uma bomba de urânio (a primeira bomba nuclear alguma vez utilizada em contexto de guerra) sobre outra cidade japonesa, Hiroshima.
Após o encontro com o primeiro-ministro japonês, Guterres declarou que a ONU está “totalmente comprometida” na desnuclearização da Coreia do Norte, frisando ainda que, enquanto secretário-geral da Nações Unidas, está igualmente empenhado na aplicação de “todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança” que envolvam Pyongyang.
“É um objetivo que todos partilhamos, ver uma total desnuclearização que seja verificável e irreversível, de forma a certificarmo-nos que a Coreia do Norte pode ser um membro normal da comunidade internacional nesta região”, prosseguiu Guterres.
“Nunca mais Nagasaki, nunca mais Hiroshima (…) é também a mensagem das Nações Unidas”, afirmou Guterres, fazendo ainda outra menção histórica, mas desta vez relacionada com Portugal. O ex-primeiro-ministro português recordou que foi em Nagasaki que os primeiros portugueses chegaram ao Japão no século XVI.

9 Ago 2018

Japão | Dezenas de voos cancelados em Tóquio devido a tufão

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de 100 voos foram ontem cancelados em dois dos principais aeroportos de Tóquio, devido à aproximação de um tufão da capital japonesa e com a chuva a começar a fustigar a cidade. Segundo os meios de comunicação social locais, mais de 130 voos foram cancelados nos dois principais aeroportos de Tóquio. O tufão Shanshan poderá atingir os 125 quilómetros por hora e com rajadas de vento até aos 180 quilómetros por hora. O impacto da tempestade foi sentido em Tóquio e áreas vizinhas durante a noite de ontem, antes de subir a costa do Pacífico para o nordeste do Japão.

9 Ago 2018

Filipinas | Pelo menos sete mortos e oito desaparecidos em naufrágio

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos sete pessoas morreram e oito estão desaparecidas após o naufrágio de uma embarcação se ter afundado nas Filipinas, informaram ontem as autoridades. A Guarda Costeira das Filipinas adiantou que se encontravam 16 pessoas na embarcação que se afundou a 30 de Julho e que foi resgatado apenas um sobrevivente. “A Guarda Costeira das Filipinas, em conjunto com as forças armadas, a polícia local e o pessoal da unidade do Governo local, enviou equipas de busca para procurar os passageiros restantes que são todos residentes de Tawi-Tawi”, disse o porta-voz daquela entidade, o capitão Armand Balilo.
De acordo com o único sobrevivente, o barco tinha partido de Sitangkai Tawi-Tawi, no sul das Filipinas, em direção a Sempornah, Sabah, na Malásia, quando foi atingido por grandes ondas e naufragou. Sete corpos sem vida foram recuperados por pescadores locais nos recifes de Sitangkai. Os cadáveres foram imediatamente enterrados em Sitangkai, como parte da tradição muçulmana.
O Centro de Acção da Guarda Costeira filipina informou que emitiu um aviso aos marinheiros de todos os navios que transitam na área para procurem possíveis sobreviventes.

9 Ago 2018

Economia | Comércio externo cresce 8,6 por cento até Julho

O comércio externo da China cresceu 8,6 por cento nos sete primeiros meses do ano, em termos homólogos, para 16,72 biliões de yuan

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s exportações chinesas aumentaram 5 por cento, entre Janeiro e Julho, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações avançaram 12,9 por cento, de acordo com dados oficiais. Durante aquele período, o excedente chinês fixou-se em 1,06 biliões de yuan, uma redução homóloga de 30,6 por cento, afirmou a Administração Geral das Alfândegas chinesas.
Em Julho, as exportações chinesas subiram 6 por cento, para 1,39 biliões de yuan, enquanto as importações aumentaram 20,9 por cento, para 1,21 biliões de yuan, apesar das crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington.
“Os dados de hoje não mostram um impacto significativo da primeira ronda de taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos”, indicou um relatório da consultora Capital Economics. A mesma nota referiu que as exportações para o resto do mundo subiram “muito provavelmente devido à desvalorização do yuan”, a moeda chinesa.
Desde o início de Fevereiro, o yuan caiu já cerca de 8 por cento em relação ao dólar, refletindo o nervosismo dos investidores perante a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
No mês passado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 34 mil milhões de dólares de importações oriundas da China, contra o que considerou serem “tácticas predatórias” de Pequim, que visam o desenvolvimento do sector tecnológico.
Pequim retaliou contra aquelas medidas, levando Trump a ameaçar penalizar mais 200 mil milhões de dólares de produtos chineses.
“No futuro, esperamos um abrandamento na subida das exportações, apesar de isto reflectir, sobretudo, um crescimento global mais débil, ao invés das taxas praticadas pelos EUA, cujo impacto directo continuará a ser compensado em grande parte pela recente desvalorização do yuan”, notou a Capital Economics.

Mais taxas

O Governo dos EUA assegurou ontem que vai mesmo avançar a imposição de tarifas alfandegárias de 25 por cento a importações chinesas no montante de 16 mil milhões de dólares. Os agentes da alfândega vão começar a aplicar as tarifas em 23 de Agosto, informou ontem o gabinete do Representante dos EUA para o Comércio (USTR, na sigla em inglês). A lista é extensa em produtos industriais, como turbinas de vapor ou barras de aço.
As novas taxas vão acrescer às que entraram em vigor em 6 de Julho sobre importações chinesas no montante de 34 mil milhões de dólares. A China respondeu então com medidas retaliatórias próprias

 

9 Ago 2018

Turismo | Airbnb cancela concurso para dormir na Grande Muralha

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]plataforma electrónica de arrendamento de casas Airbnb suspendeu um concurso que oferecia uma noite numa atalaia da Grande Muralha, o símbolo mais expressivo da China, devido às críticas dos internautas chineses, que temiam danos.
Segundo a imprensa local, a empresa informou que não avançará com o seu plano original de oferecer a oito vencedores de um concurso uma noite numa das maiores maravilhas da arquitectura antiga, considerada património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O concurso, designado Noite na Grande Muralha, foi permitido pelas autoridades chinesas, assegura a Airbnb, mas suscitou críticas entre a opinião pública chinesa. “A Grande Muralha é património histórico sob protecção, como é possível que permitam a sua conversão para alojamento”, reagiu um internauta na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China. “Agora, até relíquias antigas podem ser alugadas para ganhar dinheiro”, questionou outro.
O alojamento envolvia a conversão de uma atalaia da Grande Muralha, monumento com 2.600 anos, em dupla habitação, com cama, decoração e iluminação por velas, mas sem electricidade, ligação à internet, ar condicionado ou televisão.
Não é proibido pernoitar na Grande Muralha, mas leis que visam a protecção e conservação do monumento, que se estende ao longo de 21.000 quilómetros, proíbem a construção de instalações que não sejam para a conservação deste

9 Ago 2018

Ensino Superior | Seis pessoas presas por cabular em exames

 

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]eis pessoas foram condenadas na China a penas até quatro anos de prisão por organizarem um esquema fraudulento durante o ‘Gaokao’ chinês, o maior exame de acesso à universidade do mundo, informou ontem a imprensa local.
Os alunos levaram para o exame transmissores e receptores sem fios, a partir dos quais leram as perguntas a colaboradores fora das instalações, que após consulta transmitiram as respostas. Entre os condenados constam dois alunos que ajudaram a recrutar clientes para o esquema.
A imprensa chinesa não detalha qual o preço pago para beneficiar do esquema ou qual a punição, que para casos deste género costuma ser a proibição de voltar a participar nos exames.
Já os seis responsáveis pelo esquema foram condenados a penas entre 20 meses e quatros anos de prisão e multas até 40.000 yuan. Os arguidos podiam ter sido condenados a sete anos de prisão, pena máxima prevista numa lei aprovada em 2015, visando prevenir o uso de cábulas durante o ‘Gaokao’, teste de conhecimento considerado “crucial à meritocracia chinesa”.
Pelas contas do Governo chinês, de um total de quase dez milhões de adolescentes que esta semana se submetem ao exame, apenas 3,25 milhões vão conseguir entrar na universidade. Entre aqueles, só alguns milhares terão acesso às universidades de topo do país, que garantem maiores probabilidades de um bom futuro profissional ou académico.
De acordo com relatos na imprensa local, os produtos e dispositivos utilizados por cábulas variam entre relógios, auscultadores e t-shirts com receptores, até equipamento usado em espionagem

9 Ago 2018

Família | Aldeia estabelece limite para dotes de casamento

Uma aldeia no norte da China estabeleceu um limite para o dote de casamento, pré-requisito essencial para selar o matrimónio na China rural, ameaçando julgar os infractores por tráfico humano, informou a imprensa local

 

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egundo o portal noticioso sixth tone, um aviso afixado pelas autoridades nas casas da aldeia de Da’anliu, província de Hebei, refere que dotes acima dos 20.000 yuan (cerca de 2.500 euros) serão considerados tráfico humano.
A falta de mulheres na aldeia levou a uma escalada do ‘preço’ a pagar para garantir uma esposa, descreve o portal. A ‘vantagem negocial’ das mulheres resulta de persistentes “tradições feudais” e três décadas da política de filho único, que geraram um excedente de 33 milhões de homens na China.
Segundo a tradição chinesa, são os pais que transmitem o nome da família à geração seguinte, enquanto o apelido das mães não passa para os filhos. Como resultado, a maioria dos abortos feitos no país – 336 milhões desde 1971, segundo dados oficiais chineses – ocorreram com fetos do sexo feminino.
O desequilíbrio causou ainda um “tráfico de esposas” do Vietname para a China. A dificuldade em encontrar noivas chinesas leva homens do interior da China a procurar mulheres no país vizinho, alimentando uma rede de tráfico humano. Em 2014, cem vietnamitas fugiram depois de se casarem com chineses da cidade de Quzhou, na província de Hebei, incluindo a mulher que tinha arranjado os casamentos, arrecadando assim centenas de milhares de yuan.

Copo de água

Outra das situações que as autoridades estão a tentar controlar são os banquetes de casamento, que não podem exceder em custos 260 yuan por pessoa, assim como estabelecer um tecto máximo para os preços de bebidas alcoólicas e tabaco, de acordo com informação veiculada pelo Hebei Youth Daily.
As autoridades locais entendem que a medida é urgente de forma a responder à crescente dívida das famílias.
“A maioria das pessoas sobrevivem graças ao trabalho em pomares de pêras. Devido aos elevados preços das noivas, há quem na comunidade gaste todas as suas economias e se endivide”, refere ao Hebei Youth Daily o secretário do PCC da aldeia de Da’anliu , Liang Huabing

9 Ago 2018

Coreia do Norte | Austrália pediu restos mortais de soldados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Julie Bishop, disse ontem que pediu ao seu homólogo norte-coreano, Ri Yong-ho, a recuperação dos corpos dos 43 soldados australianos desaparecidos na Guerra da Coreia. Os dois ministros reuniram-se no fim-de-semana em Singapura durante a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático, um dos únicos eventos internacionais no qual o regime de Pyongyang participa.
Em Bali, na Indonésia, a governante disse à Sky News que tinha lembrado Ri Yong-ho que a Coreia do Norte já tinha entregado os restos mortais de alguns soldados americanos, na sequência da cimeira de Junho entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. “Eu pedi o acesso àqueles lugares”, disse Bishop, acrescentando que a Austrália ofereceu assistência forense e especializada para recuperar os restos mortais dos soldados australianos” desaparecidos durante a Guerra da Coreia”. A chefe da diplomacia australiana acrescentou que tinha aproveitado a reunião para pressionar o ministro sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, uma matéria à qual Ri Yong-ho se mostrou “evasivo”.
“Queremos ver um desmantelamento completo, verificável e irreversível do programa nuclear da Coreia do Norte”, disse Bishop, reiterando que, até que isso aconteça, a Austrália continuará a apoiar as sanções impostas contra o regime de Pyongyang.

8 Ago 2018

Filipinas | Duterte ameaça polícias corruptos após reforçar autonomia da região muçulmana

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ameaçou ontem matar os polícias corruptos, um dia após ter assinado uma lei que amplia a autonomia da região de Mindanao (sul), de maioria muçulmana. Responsáveis oficiais filipinos referiam que mais de 100 polícias criticados pelo chefe de Estado enfrentam acusações administrativas e criminais, incluindo violação, roubo e tráfico de drogas ilegais.
A Lei Orgânica do Bangsamoro, a nova designação da região, é consequência do acordo de paz assinado em 2014 com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI), o maior grupo rebelde muçulmano do país. “Espero que finalmente ponha fim um conflito de décadas na luta de Bangsamoro pela autodeterminação e o reconhecimento da sua identidade única”, sublinhou Duterte em Malacañang, a sede da Presidência filipina em Manila.
O chefe de Estado filipino, muito contestado pela oposição interna, países ocidentais e diversas organizações de direitos humanos, exprimiu a sua gratidão aos membros da FMLI e da Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN) – um grupo rebelde que cindiu com a FMLI e assinou a paz com o Governo em 1996 –, pelo seu “inquebrantável compromisso, determinação e perseverança” para o sucesso desta lei.

8 Ago 2018

Saúde | Farmacêutica acusada de adulterar vacinas manteve prática desde 2014

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]farmacêutica chinesa Changsheng Biotech, acusada de adulterar e falsificar os registos da produção de vacinas, manteve aquelas práticas desde 2014, confirmaram ontem as autoridades, no maior escândalo de saúde pública dos últimos anos na China.
A equipa de investigação do Conselho de Estado, o Executivo chinês, confirmou que a Changsheng recorreu a material fora de prazo no fabrico de vacinas contra a raiva, para uso humano, e que não registou correctamente as datas ou os números de série dos produtos, pelo menos desde 2014. No final de Julho, uma investigação da Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA), acusou a empresa de falsificar registos de produção de aproximadamente 113 mil vacinas contra a raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra difteria, tétano e tosse convulsa.
A presidente da empresa, Gao Junfang, e outros 14 membros da direcção, foram detidos.
As autoridades, que prometeram graves consequências para os culpados, reforçaram também o controlo sobre os fabricantes de vacinas em todo o país, numa tentativa de conter a indignação pública.
Já em 2016, mais de 130 pessoas foram detidas na China, num escândalo com a venda ilegal de vacinas fora de validade e armazenadas sem condições. Em 2008, um outro escândalo de saúde pública na China resultou na morte de seis crianças e danos para a saúde de outras 300 mil, devido a leite em pó contaminado com melamina

8 Ago 2018

Turismo | Concurso para dormir na Grande Muralha suscita críticas ao Airbnb

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]plataforma electrónica de aluguer de casas Airbnb lançou um concurso que oferece uma noite numa atalaia da Grande Muralha, o símbolo mais expressivo da China, suscitando críticas por parte dos internautas chineses, que temem danos.
Oito viajantes terão a oportunidade de passar uma noite numa das maiores maravilhas da arquitectura antiga, considerada património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), caso vença o concurso que a empresa lançou em 11 mercados, e que não inclui Portugal. O alojamento envolve a conversão de uma atalaia da Grande Muralha, monumento com 2600 anos, em dupla habitação, com cama, decoração e iluminação por velas, mas sem electricidade, ligação à internet, ar condicionado ou televisão.
Por lei, não é proibido pernoitar na Grande Muralha, mas o Airbnb assegura que é a primeira vez que se faz algo deste género.
No entanto, as leis que visam a protecção e conservação do monumento, que se estende ao longo de 21.000 quilómetros, proíbem a construção de instalações que não sejam para a conservação deste.
“A Grande Muralha é património histórico sob protecção, como é possível que permitam a sua conversão para alojamento”, reagiu um internauta na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China. “Agora, até relíquias antigas podem ser alugadas para ganhar dinheiro”, questionou outro.
O Airbnb reagiu, entretanto, afirmando que a protecção de relíquias históricas e culturais foi a “intenção original” daquele concurso, que pede aos utilizadores um breve ensaio sobre o motivo pelo qual é importante para eles derrubar as barreiras entre culturas.
O prémio inclui ainda as viagens aéreas desde os países de origem até Pequim, os custos para obter o visto chinês ou alimentação.

8 Ago 2018

Desporto | Japão pondera alterar o fuso horário para os Jogos Olímpicos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]possibilidade de alterar o fuso horário durante os Jogos Olímpicos surge numa altura em que uma onda de calor, que matou 120 pessoas este ano, está a preocupar as autoridades. O Governo japonês ainda não decidiu se esta será ou não a melhor medida a adoptar, mas um primeiro teste pode ser feito já no próximo ano. “Planeámos medidas amplas, como começar as provas mais cedo, ter mais vegetação e pavimentos que inibem o calor”, anunciou o secretário-chefe do gabinete, Yoshihide Suga. Segundo a informação avançada pela BBC, as autoridades olímpicas pediram ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para que alguns eventos sejam programados nas primeiras horas da manhã.
Outra das medidas inovadoras para estas olimpíadas japonesas é, como não poderia deixar de ser, tecnológica. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 vão utilizar um inovador sistema de reconhecimento facial com tecnologia artificial para garantir a segurança dos atletas, anunciaram ontem os organizadores. Segundo a NEC, a empresa responsável pelo desenvolvimento do sistema “o principal objectivo é fortalecer as medidas de segurança.
O sistema de reconhecimento facial, que será utilizada por atletas e pessoas acreditadas, consiste na confirmação da identidade através de uma foto pré-gravada e armazenada num ‘chip’ colocado na acreditação.
O vice-presidente da NEC, Masaaki Suganuma, explicou que serão necessários 0,3 segundos para o reconhecimento e garantiu que o sistema permitirá realizar controlos 2,5 vezes mais rápidos do que os procedimentos baseados na leitura de códigos de barras.
Segundo a empresa, o sistema, que “evitará qualquer entrada fraudulenta”, será também importante para uma entrada rápida nos recintos, tendo também em conta as elevadas temperaturas nos meses de julho, agosto e setembro.

Quem vê caras

A tecnologia de reconhecimento facial desenvolvida pela NEC foi testada nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016, nas instalações utilizadas pelos meios de comunicação japoneses.
Outra das prioridades é aproveitar o cariz mundial do evento para reforçar a posição do Japão globalmente. Assim sendo, as cerimónias dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 combinarão as diversas facetas do espírito do Japão, anunciou Mansai Nomura, prestigioso actor do teatro tradicional japonês, escolhido para dirigir a abertura e o encerramento do evento. A designação de Mansai Nomura como director artístico sugere que as artes tradicionais devem ocupar um espaço importante nos eventos. “Darei o melhor de mim para que as cerimónias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos sejam simples, mas que exprimam a riqueza do espírito do Japão”, afirmou Nomura. “Quero mostrar todas as cores de nossa paleta”, completou.
A equipa de direcção artística de Nomura inclui Hiroshi Sasaki, o homem que fez aparecer no estádio do Maracanã no encerramento dos Jogos Rio-2016 o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disfarçado da personagem icónica dos jogos de vídeo Mario, no momento da passagem da chama olímpica à cidade de Tóquio. Sasaki negou a repetição do ‘Abe Mario’, por considerar que perderia o factor surpresa, mas prometeu “algo mais espectacular”.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 decorrem entre 24 de Julho e 9 de Agosto, enquanto os Paralímpicos vão ser disputados entre 25 de Agosto e 6 de Setembro.

8 Ago 2018

Astronomia | Descoberta estrela gigante rica em lítio, elemento associado ao Big Bang

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]strónomos chineses descobriram uma estrela gigante rica em lítio, um dos elementos químicos considerados presentes no Big Bang, momento que corresponde ao início do Universo, divulgou ontem a revista científica Nature Astronomy. Segundo uma equipa dos Observatórios Astronómicos Nacionais da China, a estrela, designada gigante por ter uma luminosidade entre dez e mil vezes mais intensa que a do Sol, tem 3.000 vezes mais lítio do que outras estrelas e está a 4.500 anos-luz da Terra. O lítio é considerado um dos três elementos químicos sintetizados no Big Bang, juntamente com o hélio e o hidrogénio. A abundância dos três elementos é entendida pela comunidade científica como a prova mais forte da teoria do Big Bang, que defende que o Universo nasceu de um único ponto contido no espaço e que depois se expandiu. O Universo tem cerca de 14 mil milhões de anos.

8 Ago 2018