Embaixador do Canadá na China encontrou-se com segundo canadiano detido

[dropcap]O[/dropcap] embaixador do Canadá em Pequim encontrou-se ontem com o segundo cidadão canadiano detido esta semana na China por suspeitas de ameaça à “segurança nacional”, Michael Spavor, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano.

“Hoje, o Canadá conseguiu uma visita consular a Michael Spavor. O embaixador [John] McCallum encontrou-se com ele. As autoridades consulares canadianas continuam a oferecer serviços consulares ao senhor Spavor e à sua família, e prosseguirão os seus esforços para se reunir novamente com o senhor Spavor”, disse o ministério em comunicado.

Esta visita ocorreu dois dias depois de John McCallum se ter encontrado com o ex-diplomata Michael Kovrig, o primeiro canadiano detido. A China está a retaliar contra o Canadá desde a detenção, no início de Dezembro, em Vancouver, de uma dirigente da gigante tecnológica chinesa Huawei, a pedido da justiça norte-americana.

Pequim deteve a semana passada, um a seguir ao outro, os dois cidadãos canadianos – Kovrig, um ex-diplomata de passagem pela capital chinesa, e Spavor, um consultor residente em Liaoning, uma província do nordeste da China -, acusando-os “de actividades que ameaçam a sua segurança nacional”.

“Vamos, claramente, defender os nossos cidadãos que estão detidos, vamos tentar saber porquê, vamos trabalhar com a China para demonstrar que isto não é aceitável”, declarou o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, numa entrevista concedida esta semana à estação televisiva City-TV.

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, que muitas vezes se mostra firme em relação a Pequim, expressou na sexta-feira o seu apoio ao aliado e vizinho canadiano, considerando também ele “inaceitável” a “detenção ilegal” dos dois cidadãos canadianos, prometendo “trabalhar” para assegurar o seu regresso.

A directora financeira da gigante das telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, foi libertada sob caução na terça-feira em Vancouver, enquanto aguarda a sua audiência de extradição para os Estados Unidos, que a acusam de cumplicidade em fraude para contornar as sanções norte-americanas contra o Irão. Pequim ameaçou Otava de “consequências graves” se ela não fosse imediatamente libertada.

Otava, por seu lado, não parou de reafirmar que aquela detenção foi decidida com toda a independência pela justiça canadiana, sem pressão política, em conformidade com um tratado de extradição assinado com Washington.

17 Dez 2018

Guerra comercial | Tréguas fazem cair taxas de carros americanos de 40 para 15%

[dropcap]A[/dropcap]s tréguas na guerra comercial entre EUA e China vão durar apenas três meses, a começar já a 1 de Janeiro de 2019, mas serão para continuar, isto se Donald Trump e Xi Jinping entretanto chegarem, como todos prevêem, a um acordo mais duradouro.

E já são visíveis os primeiros resultados desta paz comercial, sobretudo no sector automóvel, com os governantes chineses a anunciar que, no primeiro dia do próximo ano, as taxas sobre os carros produzidos nos EUA e exportados pela a China vão cair dos actuais 40% para apenas 15%. Além disto, também as peças utilizadas na fabricação de automóveis produzidos em fábricas chineses, provenientes dos EUA, verão a sua carga fiscal diminuída.

O anúncio permite respirar de alívio os construtores que exportam veículos para o mercado chinês, a começar pelos americanos da Ford. Mas a medida é ainda mais importante para as marcas europeias com fábricas nos EUA, como a Mercedes, mas especialmente a BMW, que instalou uma capacidade excedentária na América para exportar para os mercados asiáticos a partir daí.

Porém, a maior beneficiada com estas tréguas é a Tesla, pois se a “luta” continuasse ficaria arredada do mercado chinês até a Gigafactory 3 – aquela que está a construir na China para alimentar o mercado local e, quem sabe, o europeu – estar a funcionar.

Assim que a China anunciou para Janeiro a redução das tarifas, a Tesla apressou-se a reduzir os preços dos seus modelos para o mercado local. Assim, o Model S viu o seu preço reduzido em 105.000 yuan, enquanto o do Model X foi reduzido em 65.000 yuan. Com isto, a Tesla espera regressar ao notável incremento do volume de vendas de que vinha a usufruir, ainda mais importante agora que está em vias de começar a exportar o mais acessível Model 3.

Durante a cimeira do G20 na Argentina, no início de Dezembro, os presidentes dos EUA e da China declararam uma trégua de 90 dias numa guerra comercial que dura há meses, assusta as bolsas mundiais e tem fim imprevisível.

A trégua foi justificada como forma de encontrar solução para um impasse, mas as declarações desencontradas do governo chinês e do norte-americano deixam antever pouca esperança para um clima de entendimento a curto prazo.

17 Dez 2018

Corrupção | Xi sublinha reforma contínua no sistema de supervisão nacional

[dropcap]X[/dropcap]i Jinping, secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), enfatizou a importância de esforços consistentes para reformar o sistema de supervisão nacional e melhorar o trabalho anti-corrupção baseado na lei e em procedimentos. O presidente prestou esta declaração numa sessão do Gabinete Político do Comité Central do PCC, realizada na tarde de quinta-feira.

“A reforma no sistema de inspecção disciplinar do Partido deve ser executada a par com a reforma do sistema de supervisão nacional, de forma que as aplicações das disciplinas do Partido e das leis sejam ligadas e eficazmente coordenadas com o sistema judicial”, indicou Xi.

Observando que a reforma no sistema de supervisão nacional registou um importante progresso, Xi disse que devem ser tomadas medidas para fortalecer a dissuasão, a cadeia de instituições e a vigilância para que os funcionários não ousem, sejam incapazes e não tenham nenhum desejo de cometer actos de corrupção.

Xi destacou que a meta da reforma é fortalecer a supervisão sobre o poder público e todos no serviço público. O presidente exigiu o uso do poder público baseado na lei, o fim de brechas na supervisão, e a minimização do espaço onde o poder pode ser exercido sem controlo.

“Acções devem ser tomadas para controlar casos de abuso de poder e negligência de deveres”, apontou Xi, que pediu apoio para os funcionários que estão dispostos a assumir as suas responsabilidades e limpar os nomes dos que sofrem com acusações falsas ou são oportunisticamente enganados.

Xi falou da necessidade de manter uma postura rígida contra a corrupção, orientar os quadros para fortalecer os seus ideais e convicções, endurecer a supervisão política, melhorar as leis e as normas relacionadas, promover a coordenação e fortalecer a liderança dos comités do Partido em todos os níveis sobre as reformas dos sistemas de inspecção disciplinar e supervisão.

“As agências de inspecção disciplinar e de supervisão devem usar a vantagem de trabalhar juntas para melhor coordenar as suas respectivas funções de supervisão”, assinalou.

Xi observou que as agências de inspecção disciplinar e de supervisão devem seguir rigidamente o Comité Central do PCC no que diz respeito a seu pensamento, orientação política e acções, e pediu aos funcionários das agências que promovam as leis e normas, especialmente a consciência de seguir os devidos procedimentos e estabelecer um exemplo de rigor.

17 Dez 2018

Comércio entre a China e os países de língua portuguesa subiu 21,22% até Setembro

[dropcap]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 108,92 mil milhões de dólares nos primeiros nove meses do ano, traduzindo um aumento de 21,22 por cento face ao período homólogo do ano passado.

Dados dos Serviços de Alfândega da China, publicados ontem no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 77,38 mil milhões de dólares – mais 21,78 por cento – e vendeu produtos no valor de 31,54 mil milhões de dólares – mais 19,88 por cento em termos anuais homólogos.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 81,75 mil milhões de patacas, mais 22,60 por cento do que nos primeiros nove meses do ano passado. As exportações da China para o Brasil atingiram 25,45 mil milhões de dólares, reflectindo um aumento de 21,80 por cento; enquanto as importações totalizaram 56,29 mil milhões de dólares, mais 23 por cento em termos anuais homólogos.

Com Angola, o segundo parceiro lusófono da China, as trocas comerciais cresceram 17,50 por cento, atingindo 20,53 mil milhões de dólares. Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 1,64 mil milhões de dólares – mais 1,20 por cento – e comprou mercadorias avaliadas em 18,88 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 19,10 por cento.

Com Portugal, terceiro parceiro da China no universo dos países de língua portuguesa, o comércio bilateral entre Janeiro e Setembro cifrou-se em 4,53 mil milhões de dólares – mais 7,60 por cento – numa balança comercial favorável a Pequim. A China vendeu a Lisboa bens na ordem de 2,80 mil milhões de dólares – mais 4,70 por cento – e comprou produtos avaliados em 1,72 mil milhões de dólares, mais 12,50 por cento face aos primeiros nove meses do ano passado.

No ano passado, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa alcançaram 117,58 mil milhões de dólares, traduzindo um aumento de 29,40 por cento face a 2016.

17 Dez 2018

CPLP | Académico pessimista quanto à entrada da China como membro observador

Francisco José Leandro, académico da Universidade Cidade de Macau com vários estudos publicados sobre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, acredita que será difícil a China tornar-se membro observador desta organização, como sugeriu a sua secretária-executiva

 

[dropcap]M[/dropcap]aria do Carmo Silveira foi, até sábado, secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Antes de deixar o cargo, a responsável deu uma entrevista à agência Lusa, onde garantido que existe uma forte possibilidade da China vir a ser membro observador da organização.
“Quem sabe… é bem possível. Acho que a CPLP veria com muitos bons olhos essa possibilidade. A China seria muito bem-vinda como observador associado”, apontou.

Apesar deste optimismo, a China não mostrou ainda qualquer interesse em ser membro associado. “Nunca se sabe quando é que as coisas podem aparecer”, disse Maria do Carmo Silveira. Esta informação foi também confirmada por Francisco Ribeiro Telles, que será o novo secretário-executivo.

“Temos o Fórum Macau, que funciona com os países africanos de língua portuguesa e a China tem algum interesse nisso, mas não tenho nenhuma indicação que queira vir a ser país associado”, acrescentou.
Contactado pelo HM, Francisco José Leandro, professor na área das relações internacionais na Universidade Cidade de Macau, e autor de inúmeros estudos sobre a CPLP, duvida que a entrada da China seja realidade nos próximos tempos.

“Tudo é possível, mas não acredito que isso venha a acontecer nos tempos mais próximos, por várias razões. A CPLP tem três grandes objectivos, que passam pela concertação diplomática, que se faz entre Estados soberanos, a cooperação em vários domínios e a promoção da língua portuguesa.”

Neste sentido, “a China tem feito cooperação através do Fórum Macau e outras parcerias”, e isso é algo que o país “já faz com todos os países”. Além disso, “relativamente à promoção da língua portuguesa, fazia mais sentido ser Macau”.

Francisco José Leandro diz mesmo que a China não tem interesse em aderir à CPLP, porque a sua agenda e peso político “não são atractivos”.

“Diria até que, se por hipótese a China se tornasse observador associado, as vantagens seriam quase todas para a CPLP, e quase nada para a China. A política chinesa tem sido marcada por fóruns e parcerias bilaterais”, explicou o docente.

Mudança precisa-se

Sobre a questão de Macau, Francisco José Leandro defende que a CPLP deveria alterar os seus estatutos para que a RAEM pudesse ter outro estatuto na organização que foi estabelecida em 1996.

“Faz mais sentido aumentar o número de observadores consultivos e alterar os estatutos de forma a que os observadores associados possam ser Estados e entidades não soberanas, criando uma figura que permita a Macau fazer parte.”

O professor universitário questiona mesmo como é que Maria do Carmo Silveira “abordou essa questão”, tendo em conta “as dificuldades estatutárias e de agenda e a transformação do Brasil”.

Isto porque, para Francisco José Leandro, só este país da América Latina pode reavivar o desempenho da CPLP, mas tudo dependerá as acções do Executivo de Jair Bolsonaro.

“O valor da CPLP como instituição internacional continua a ser incipiente. Tem havido imensos desafios e tem-se avançado muito pouco. Se olharmos para os parceiros da CPLP, o maior é o Brasil, que pode dar à CPLP um valor político internacional mais consistente com o seu estatuto. Com a eleição de Bolsonaro ninguém sabe como vai ser o futuro”, concluiu.

17 Dez 2018

Pelo menos sete mortos em acidente em mina na China

[dropcap]P[/dropcap]elo menos sete mineiros morreram e três ficaram feridos na sequência de um acidente, no sábado, numa mina localizada no sudoeste da China, informou hoje a agência oficial de notícias Xinhua.

O acidente ocorreu por volta das 18h00, em Chongqing, o maior e mais populoso dos quatro municípios chineses, de acordo com as autoridades chinesas. As minas chinesas, especialmente as de carvão – a principal fonte de energia país -, estão entre as mais perigosas do mundo, embora nos últimos anos se tenha verificado um significativo decréscimo no número de mortes.

No início de Agosto, 13 mineiros morreram em resultado de uma explosão numa mina no sul da China. Em 2017, apenas nas minas de carvão chinesas foram registados 219 acidentes que causaram 375 mortos, um decréscimo de 28,7% cento em relação a 2016 e quase 20 vezes menos do que no início da década passada, quando se verificavam sete mil mortes todos os anos.

16 Dez 2018

Delegação do Vaticano está na China para discutir acordo

[dropcap]U[/dropcap]ma delegação do Vaticano encontra-se na China para discutir a implementação de um acordo histórico sobre a nomeação de bispos, uma viagem que especialistas dizem ser um passo para o restabelecimento das relações bilaterais.

De acordo com o jornal chinês Global Times, a delegação está na China para conversar com “funcionários da igreja e do Governo” e trabalhar em “medidas práticas” para implementar o acordo provisório celebrado em Setembro, disse ao jornal o director da assessoria de imprensa da Santa Sé, Greg Burke.

Em Setembro, o Governo chinês e o Vaticano assinaram um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, principal causa de conflito entre as duas partes. Nesse sentido, o papa Francisco anulou a excomunhão de sete bispos nomeados pelo Governo chinês, reconhecendo-os e abrindo caminho para a normalização das relações diplomáticas.

A Santa Sé e Pequim não mantêm relações diplomáticas desde 1951 e cerca de 12 milhões de católicos chineses estão divididos entre uma igreja cujo o clero é aprovado pelas autoridades chinesas, e uma Igreja clandestina que apenas reconhece a autoridade do papa.

Macau e Hong Kong são os únicos locais em toda a China onde a autoridade papal na Igreja Católica Romana é aceite.

16 Dez 2018

Mike Pompeo condena detenção de dois canadianos pela China

[dropcap]O[/dropcap] chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, considerou ontem “inaceitável” a detenção na China de dois canadianos, que ocorreu após a prisão no Canadá de uma responsável de uma empresa chinesa a pedido de Washington.

Num contexto em que a administração norte-americana é suspeita por diversos observadores de pretender utilizar o caso de Meng Wanzhou, directora-executiva do gigante chinês de telecomunicações Huawei, nas negociações comerciais com Pequim, Mike Pompeo assegurou que os Estados Unidos respeitam “o Estado de direito” e apelou à libertação dos dois canadianos.

As declarações de Pompeo foram emitidas após ter mantido, juntamente com o secretário da Defesa Jim Mattis, uma reunião com os respetivos homólogos canadianos.

Na sequência deste encontro, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Chrystia Freeland, assinalou que Pompeu concordou que a política deve estar excluída no caso da executiva chinesa detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos.

O Governo de Pequim confirmou na quinta-feira que os cidadãos canadianos Michael Kovrig e Michael Spavor, detidos na China na sequência da prisão de Meng Wanzhou, estão a ser investigados por alegado envolvimento em “actividades que põem em perigo” a segurança nacional.

“Estas duas pessoas são suspeitas de levar a cabo actividades que prejudicam a segurança nacional da China”, afirmou ontem o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang, em conferência de imprensa. Lu afirmou que as autoridades tomaram medidas de acordo com as leis e regulamentos chineses.

Segundo o porta-voz, Kovrig foi detido na segunda-feira, pelo Gabinete de Segurança Nacional de Pequim, enquanto Spavor está sob custódia do Gabinete de Segurança Nacional da cidade de Dandong, na província de Liaoning, noroeste do país.

“Os dois casos estão sob investigação”, afirmou Lu, revelando que as autoridades notificaram a embaixada do Canadá sobre os detidos, cujos “direitos legítimos e interesses estão a ser salvaguardados”. O porta-voz recusou oferecer mais detalhes sobre o paradeiro dos canadianos, justificando-se com o acordo consular assinado entre os dois países.

O Governo do Canadá tinha já manifestado a sua preocupação com o desaparecimento de Spavor, o director do Paektu Cultural Exchange, e um dos poucos ocidentais que já se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong-un. O empresário organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte.

A confirmação sobre a sua detenção surge depois de, na quarta-feira, Lu Kang ter confirmado a detenção de Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá. Lu assegurou que a organização para a qual trabalha, a unidade de investigação International Crisis Group (ICG), “não está registada na China”.

As detenções ocorrem depois de as autoridades chinesas terem ameaçado Otava com “graves consequências” caso a responsável da Huawei, Meng Wanzhou, não fosse libertada imediatamente.

A imprensa oficial chinesa pediu na quinta-feira a Otava que rejeite a “hegemonia” de Washington e tome “decisões independentes”, apelando à libertação da directora financeira da Huawei.

16 Dez 2018

Conselho Islâmico da Tailândia proíbe o casamento com menores de 17 anos

[dropcap]O[/dropcap] Conselho Islâmico da Tailândia emitiu uma ordem que proíbe o casamento com menores de 17 anos, na sequência da controvérsia criada este ano pelo casamento de uma menina de 11 anos com um malaio de 41 anos. A decisão entrou em vigor após ter sido anunciada em todas as mesquitas do país durante a oração de sexta-feira, disse um membro do Conselho Islâmico da Tailândia.

A nova regra, que eleva em dois anos a idade mínima para o casamento, estabelece que as mesquitas não podem autorizar casamentos com menores de 17 anos, a menos que seja autorizado por um tribunal islâmico, permissão dos pais por escrito perante o comité provincial islâmico ou pela polícia.

A lei da Tailândia, um país de maioria budista, considera o casamento legal a partir dos 17 anos de idade com o consentimento dos pais ou a partir dos 15 anos de idade com autorização judicial.

Essa legislação não se aplica em quatro províncias de maioria malaio-muçulmana no sul do país, onde os tribunais islâmicos prevalecem sobre o código civil em questões de família e herança. A Malásia anunciou no mês passado reformas para endurecer os critérios para permitir casamentos com crianças.

O anúncio do governo da Malásia surgiu devido à controvérsia gerada em Julho, quando o muçulmano Che Abdul Karim Che Abdul Hamid, de 41 anos, vendedor de borracha, tomou a rapariga de 11 anos, que actualmente vive com os seus pais na Malásia, como sua terceira mulher na Tailândia, numa união que se tornou pública depois de uma das suas outras mulheres ter feito queixa junto da polícia.

Os homens muçulmanos na Malásia podem ter quatro esposas e as raparigas com menos de 16 anos, a idade legal para casar, podem faze-lo só com o consentimento do tribunal islâmico e dos pais.

A Sociedade Nacional dos Direitos Humanos da Malásia indicou que, segundo valores do Governo, existiam em 2010 cerca de 15.000 crianças casadas e apelou à criminalização do casamento infantil.

16 Dez 2018

Incidente em voo entre Díli e Bali obriga passageiros a usar coletes salva-vidas

[dropcap]O[/dropcap]s passageiros do avião da companhia indonésia Sriwijaya que fez ontem a ligação entre Díli e Bali tiveram de fazer parte da viagem com os coletes salva-vidas postos, depois de problemas ainda não explicados pela empresa.

Passageiros que fizeram a viagem explicaram à Lusa que os incidentes começaram praticamente no momento da descolagem, quando se começaram a ouvir pancadas fortes na fuselagem.

“Tínhamos acabado de levantar e eu pensei que era o barulho das rodas a recolher, mas o barulho continuou”, disse Mafalda Magalhães, uma das muitas portuguesas que seguia a bordo.

“Até pensei que íamos voltar logo para Díli, mas continuámos viagem. Um passageiro viu fumo num dos motores e gritou fogo e uma das hospedeiras repetiu o alerta e mandou-nos vestir os coletes”, explicou.

Os passageiros permaneceram com os coletes “durante grande parte da viagem”, tendo já na segunda metade da viagem recebido instruções para os retirar. “O avião aterrou sem problemas”, disse.

A mesma passageira disse que, oficialmente, a empresa não deu explicações ainda que hospedeiras tenham informado os passageiros que se tratou de excesso de peso ou de problemas na armazenagem da bagagem.

Testemunhas relataram ontem um “caos” no processo de ‘check in’ dos dois voos para Bali, o da Sriwijay e o da Citilink, com longas filas e demoras, especialmente porque muitos dos passageiros tinham peso a mais.

No voo seguiam vários portugueses incluindo professores que terminaram a sua presença em Timor-Leste. Fotos dos passageiros com coletes dentro do avião e relatos dos incidentes estão a ser partilhados em grupos nas redes sociais em Timor-Leste.

16 Dez 2018

Tribunal de Hong Kong adia sentença sobre líderes da revolta dos guarda-chuvas

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong adiou para 9 de Abril a leitura da sentença de nove activistas acusados de perturbar a ordem pública durante a “revolta dos guarda-chuvas” na cidade, em 2014.

De acordo com a cadeia local RTHK, antes de o tribunal distrital anunciar o adiamento da decisão sobre o caso, o director de acção penal, David Leung, afirmou que o tribunal não devia avaliar “o mérito” dos protestos e devia basear-se nos factos, incluindo a extensão e duração dos protestos e as dificuldades que causaram ao público.

No entanto, o advogado de defesa do deputado Shiu Ka-chun declarou que os réus não pediam ao tribunal para avaliar os méritos políticos ou sociais das exigências apresentadas em 2014, mas que os juízes tivessem em conta que um número razoável de residentes foi tolerante em relação ao impacto dos protestos, dada a importância das questões em causa.

Três dos réus, Chan Kin-man, de 59 anos, professor de sociologia, Benny Tai, de 54, professor de direito, e Chu Yiu-ming, de 74 anos, ministro da Igreja Baptista de Chai Wan em Hong Kong, fundaram o movimento “Occupy Central” em 2013. Os restantes são a deputada Tanya Chan, os activistas Eason Chung, Raphael Wong e Tommy Cheung, e o antigo parlamentar Lee Wing-tat.

Os nove enfrentam várias acusações criminais, incluindo “incitação para cometer distúrbios públicos”, sendo que os três co-fundadores enfrentam uma acusação adicional de “conspiração para cometer distúrbios públicos” e podem ser condenados até sete anos de prisão.

Entre 28 de Setembro e 15 de Dezembro de 2014, centenas de milhares de pessoas paralisaram quarteirões inteiros para exigir o sufrágio universal na escolha do chefe do Executivo de Hong Kong, nomeado por uma comissão pró-Pequim. Mas as autoridades chinesas não recuaram.

Em 2014, a acção dos manifestantes, que treparam pelas barreiras metálicas e entraram na Civic Square, uma praça situada num complexo governamental, desencadeou manifestações mais importantes e dias mais tarde teria início o movimento pró-democracia, quando a polícia disparou granadas de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, que se protegeu com guarda-chuvas.

Desde então, vários activistas foram julgados pelo Ministério da Justiça, e alguns já se encontram a cumprir pena de prisão. Alguns foram proibidos de concorrer às eleições e outros foram desqualificados do Conselho Legislativo da região administrativa especial chinesa.

Recentemente, o cancelamento de eventos literários e artísticos e a recusa em permitir a entrada de um jornalista do Financial Times em Hong Kong reacenderam a preocupação com a liberdade de expressão naquele território administrado pela China.

16 Dez 2018

HRW pede libertação de Wang Yi, pastor protestante de Chengdu

Wang Yi, líder de uma das mais importantes igrejas protestantes da China, foi detido, assim como crentes católicos, no início desta semana. A Human Rights Watch exige a libertação do homem conhecido pelas suas posições críticas do Partido Comunista Chinês

 

[dropcap]E[/dropcap]ntre domingo e segunda-feira as autoridades chinesas levaram a cabo a busca e detenção de várias pessoas ligadas à Early Rain Covenant Church, localizada em Chengdu e tida como uma das mais importantes igrejas protestantes da China. Com 500 membros, esta igreja é considerada subversiva porque não está registada junto das entidades oficiais.

A Human Rights Watch (HRW) reagiu ontem ao caso exigindo a libertação do pastor e líder da igreja Wang Yi, que está acusado de “incitar à subversão do poder do Estado”, de acordo com uma carta que as autoridades enviaram para a sua mãe.

“As autoridades chinesas deveriam libertar imediatamente o pastor e outros membros de uma igreja protestante independente situada em Chengdu. As autoridades deveriam também devolver todas as propriedades da igreja e permitir aos seus membros regressar aos trabalhos religiosos”, escreveu a HRW, que volta a acusar a China de não respeitar o direito à liberdade religiosa no país.

“O encerramento da igreja protestante em Chengdu enfatiza as recentes acções de assalto do Governo de Xi Jinping no que diz respeito à liberdade religiosa na China”, disse Yaqiu Wang, investigador da HRW. “É irónico o Governo afirmar que respeita as crenças religiosas da população”.

Outro dos detidos foi Li Yingqiang, ancião da igreja. A sua esposa recebeu informações da polícia chinesa que apontam que este foi preso por “provocar desacatos e distúrbios”. Contudo, os familiares de cerca de uma centena de pessoas detidas não receberam quaisquer informações sobre a sua prisão ou estado de saúde.

A HRW escreve que “a igreja é considerada subversiva porque não está registada junto do Governo local”. Alguns dos detidos, entretanto libertados, denunciaram situações de tortura perpetrados pelas autoridades.
“Alguns membros da igreja, libertados horas mais tarde, disseram que a polícia os agrediu. Um deles relatou que foi atado a uma cadeira e privado de comida e bebida durante 24 horas. Dezenas de membros da igreja permaneceram sob custódia policial.”

Além das detenções, as autoridades chinesas terão feito buscas nas casas dos membros da igreja, além de terem selado várias propriedades pertencentes à igreja protestante, tal como escritórios, um jardim de infância e o colégio bíblico.

A HRW aponta ainda que “a polícia forçou os membros da instituição a assinar um juramento onde prometem que não voltarão à igreja e que não podem mais ter acesso às suas propriedades”. Além disso, as contas que a Early Rain Covenant Church detinha na rede social WeChat foram removidas.

Uma voz crítica

Wang Yi, um dos mais importantes membros da comunidade cristã na China, é também académico na área do Direito. De acordo com a HRW, é conhecido no país pelos seus “sermões apaixonados e críticos do Partido Comunista Chinês (PCC)”.

Pouco tempo antes da sua prisão, Wang Yi publicou um ensaio crítico do controlo rígido da religião por parte do Governo chinês, uma vez que vários cristãos chineses têm sido acusados do crime de desobediência civil. As autoridades têm aplicado ordens como a proibição de rezar fora das igrejas e a proibição do acesso das crianças à igreja.

Dois dias depois da publicação desse ensaio, o pastor foi detido, não sem antes partilhar na internet uma carta aberta onde afirmou recorrer “a todos os meios pacíficos para resistir a todas as medidas governamentais e judiciais que perseguem a igreja e interferem com as crenças cristãs”.

“Na base do ensinamento da Bíblia e na missão de pastor, respeito as autoridades que Deus estabeleceu na China. Como pastor numa igreja cristã, tenho os meus próprios entendimentos e visões, baseados na Bíblia, sobre o que é um bom Governo e qual a ordem certa que deve tomar. Ao mesmo tempo, sinto-me zangado e revoltado com a perseguição que esta igreja tem sido alvo por parte do regime comunista, com a maldade de privar as pessoas da sua liberdade de religião e consciência”, escreveu Wang Yi.

Esta não é a primeira vez que a Early Rain Convenant Church é alvo de perseguições. O comunicado de ontem da HRW dá conta de que este ano a igreja lançou uma petição de protesto contra as novas regras incluídas no documento oficial do Conselho de Estado chinês que regula as práticas religiosas.

A petição apontava o dedo à proibição de “ensinamentos religiosos ‘não autorizados’ e à participação em acções de formação religiosa no estrangeiro”, além de ter sido expandido “o papel das autoridades locais no controlo das actividades religiosas”.

Para a HRW, “as regulações vieram aumentar mais o controlo religioso que existe na China, que tem vindo a restringir a prática de apenas cinco religiões reconhecidas oficialmente, de acordo com regras previamente estabelecidas, de entre outras restrições”.

A petição juntou mais de 400 assinaturas de pastores em toda a China, o que levou a detenções em massa, estima a HRW. Em Setembro deste ano, as autoridades de Chengdu já tinham informado a igreja de que as suas actividades estavam a violar as medidas em vigor.

O apoio ao PCC

A detenção de Wang Yi surge numa altura em que se fala de um maior controlo das religiões existentes no país por parte do Governo de Xi Jinping. A ideia, escreve a HRW, é levar a que essas religiões adoptem as “características chinesas”. “Por outras palavras, o que se pretende é que os grupos religiosos são apoiados pelo PCC e Governo chinês.”

Neste sentido, “as autoridades têm demolido centenas de igrejas católicas, destruído cruzes, despejado congregações, confiscado bíblias e outros materiais religiosos, e instalado câmaras de videovigilância nas igrejas para vigiar o seu funcionamento”.

Desde Abril que as vendas online da Bíblia estão proibidas na China, além de que em Setembro, as autoridades de Pequim encerraram a igreja Zion, uma das instituições independentes de maior dimensão da cidade e ligada à religião protestante.

À espera de esperança

Apesar de, em Setembro deste ano, a China e o Vaticano terem selado um acordo histórico para o reconhecimento da figura do Papa no país, a HRW considera que há ainda muito a fazer para travar as perseguições a bispos e pastores.

“Muitos tinham a esperança de que o novo acordo trouxesse o fim às perseguições de bispos de igrejas independentes, mas em Novembro as autoridades de Zhejiang forçaram o desaparecimento do bispo Shao Zhumin, sendo este o seu quinto desaparecimento. O seu paradeiro actual continua a ser desconhecido”, aponta a HRW.

Em Março, o pastor John Sanqiang Cao foi condenado a sete anos de prisão por “organizar travessias ilegais na fronteira” entre a China e o Myanmar, quando estavam em causa projectos educacionais virados para minorias étnicas da antiga Birmânia. Em 2014, o pastor Zhang Shaojie foi condenado a 12 anos de prisão pelos crimes de “fraude” e “reunião de multidões para distúrbio da ordem pública”.

Além do cristianismo, as autoridades chinesas também criaram restrições adicionais a práticas budistas tibetanas e reforçaram o controlo do exercício de práticas religiosas na região muçulmana de Xinjiang.

14 Dez 2018

Imprensa oficial chinesa apela ao Canadá que rejeite “hegemonia” dos Estados Unidos

[dropcap]A[/dropcap] imprensa oficial chinesa pediu hoje a Otava que rejeite a “hegemonia” de Washington e tome “decisões independentes”, apelando à libertação da directora financeira da Huawei, detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos.

“O Canadá concedeu liberdade condicional a Meng [Wanzhou], o que é positivo, mas ela merece total liberdade. Otava pode acabar agora mesmo com esta crise”, apontou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

Em editorial, o jornal lembra que as “obrigações” do Canadá para com a China “devem prevalecer”, face aos compromissos para com um terceiro país.

A directora da Huawei foi detida pelas autoridades canadianas, a pedido dos EUA, por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas.

O Global Times considera que os EUA violaram o espírito do direito internacional, ao usar leis nacionais para estender a sua jurisdição, e apelou ao Canadá que actue como um “país independente e soberano, e não um Estado vassalo”.

O jornal evita ainda vincular a recente detenção do antigo diplomata canadiano Michael Kovrig, uma aparente retaliação pelo caso de Meng. O Governo chinês justificou já a detenção de Kovrig e assegurou que a organização para a qual trabalha, a unidade de investigação International Crisis Group (ICG), “não está registada na China”.

“Não há nada que evidencie uma ligação entre a detenção de Meng e a de Kovrig”, afirma o Global Times, lembrando que os dois casos são “muito diferentes”, já que Meng foi detida sem ter violado nenhuma lei do Canadá, e Kovrig foi detido pelas suas “actividades” na China.

Na quarta-feira, a ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Chrystia Freeland, revelou suspeitar que outro cidadão do país foi colocado sob custódia pelas autoridades chinesas. Um funcionário do Governo canadiano revelou mais tarde à agência Associated Press, sob condição de anonimato, tratar-se de Michael Spavor, um dos poucos ocidentais que já se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong-un.

Um outro jornal oficial chinês acusou Washington de ter um plano “bem preparado” contra a Huawei e outras tecnológicas chinesas, visando expulsá-las do mercado norte-americano.

“A China está a conter-se no caso de Meng, para que não afete as fricções comerciais com os Estados Unidos, e está a fazer todos os esforços para aliviar as tensões”, afirmou o China Daily, lembrando que é “altura de a China se preparar para o próximo golpe dos Estados Unidos”.

O tribunal de Vancouver decretou esta semana a liberdade condicional de Meng, apesar de o advogado representante do Governo canadiano se ter oposto. As autoridades dos EUA suspeitam que o grupo chinês exportou produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Uma lei federal proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas.

As autoridades norte-americanas têm 60 dias após a detenção para apresentar ao Canadá um pedido formal de extradição. Caso não o façam Meng será colocada em liberdade.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o despoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Pequim e Washington anunciaram, no mês passado, uma trégua de 90 dias, para negociar um acordo que ponha o fim à guerra comercial.

13 Dez 2018

China confirma detenção de fotojornalista desaparecido há mais de um mês

[dropcap]A[/dropcap] mulher do fotojornalista chinês Lu Guang, desaparecido há mais de um mês na China, disse hoje à agência de notícias Associated Press (AP) que as autoridades chinesas confirmaram a sua detenção no país.

O premiado fotógrafo, que documenta delicadas questões sociais e ambientais no gigante asiático, foi preso na cidade de Kashgar, na região de Xinjiang, no oeste do país, disse à AP a mulher, Xu Xiaoli, que vive em Nova Iorque.

As autoridades entraram esta quarta-feira em contacto com alguns familiares, sem que tenha sido entregue qualquer aviso por escrito com as acusações, que permanecem dúbias, indicou Xu Xiaoli.

O fotojornalista desapareceu em 3 de Novembro, quando se encontrava na província de Xinjiang. Tinha um encontro marcado com um amigo na província de Sichuan, em 5 de Novembro, mas nunca chegou a aparecer.

Lu Guang venceu o prestigiado World Press Photo com uma reportagem sobre aldeões chineses, pobres, que contraíram HIV depois de terem vendido o próprio sangue. As suas fotografias abordam temas como a poluição e a destruição ambiental industrial – questões consideradas sensíveis pelo Governo e tradicionalmente evitadas pelos meios de comunicação social chineses.

Um aparelho de segurança sufocante tem sido imposto à região de Xinjiang nos últimos anos, numa altura em que o Governo combate aquilo a que chama de ameaças terroristas da população predominantemente muçulmana.

13 Dez 2018

Wall Street encerra em alta graças a alívio da tensão sino-norte-americana

[dropcap]A[/dropcap] bolsa nova-iorquina encerrou em alta na quarta-feira, com os investidores encorajados pelas notícias na frente do conflito comercial sino-norte-americano. Os resultados definitivos da sessão indicam que o selectivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,64%, para os 24.527,27 pontos.

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq progrediu 0,95%, para as 7.098,31 unidades, e o alargado S&P500 valorizou 0,54%, para as 2.651,07. “Os investidores fizeram um ‘uf’ de alívio, porque se obteve alguma clareza sobre as diferentes estratégias que se desenvolvem actualmente na Casa Branca”, indicou Adam Sarhan, da 50 Park Investment.

O secretário do Comércio, Wilbur Ross, congratulou-se pela decisão da China de reduzir as tarifas alfandegárias sobre a viaturas fabricadas nos Estados Unidos da América, confirmando, assim, uma informação divulgada pela imprensa. Em resultado, as ações da Ford subiram 1,17%, as da General Motors 2,85% e as da Fiat Chrysler 2,72%.

Um pouco antes, o Wall Street Journal tinha relatado que a China se preparava para abrir ainda mais o acesso da sua economia às empresas estrangeiras, o que provocou um movimento de euforia nos mercados.

Os investidores também reagiram à sentença de três anos de prisão pronunciada para Michael Cohen, antigo advogado do Presidente norte-americano, Donald Trump, pelo pagamento que fez a duas mulheres para que silenciassem alegadas relações com o multimilionário.

“Cohen vai para a prisão por três anos. O caso está fechado de momento. Isto dá oxigénio aos investidores”, estimou Sarhan. A maior parte dos juristas parece, de momento, excluir uma acusação a Trump, por causa deste assunto, enquanto estiver na Casa Branca.

Acontecimento marcante na quarta-feira em Wall Street foi o início do serviço de música em linha do grupo tecnológico chinês Tencent, o Tencent Music. O grupo, que representa a segunda maior introdução em bolsa de uma empresa chinesa, valorizou 7,69%.

A empresa beneficiou também do optimismo que envolve o confronto comercial entre a China e os EUA, que aproveitou às empresas chinesas cotadas em Nova Iorque, como a JD.com, que valorizou 4,69%, e a Baidu, que progrediu 1,64%.

13 Dez 2018

Empresário canadiano desaparece na China em altura de tensões com Otava

[dropcap]U[/dropcap]m funcionário do Governo do Canadá revelou hoje que o canadiano que desapareceu na China, e que se suspeita ter sido detido, é o empresário Michael Spavor, que visita frequentemente a Coreia do Norte.

O desaparecimento ocorre numa altura de crescente tensão entre Pequim e Otava, face à detenção da directora financeira da empresa chinesa de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, no Canada, a pedido dos Estados Unidos.

Spavor é o diretor do Paektu Cultural Exchange e um dos poucos ocidentais que já se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong-un. O empresário ajudou Pyongyang a organizar a visita ao país do antigo jogador norte-americano de basquetebol Dennis Rodman. A China deteve já um antigo diplomata canadiano, noutra aparente retaliação pela detenção de Meng.

Na quarta-feira, a ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Chrystia Freeland, revelou suspeitar que outro cidadão do país foi colocado sob custódia pelas autoridades chinesas. Um funcionário do Governo canadiano revelou mais tarde à agência Associated Press, sob condição de anonimato, tratar-se de Michael Spavor.

A directora da Huawei foi detida por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas. O tribunal de Vancouver decretou a liberdade condicional de Meng Wanzhou, apesar de o advogado representante do Governo canadiano se ter oposto.

As autoridades dos EUA suspeitam que o grupo chinês exportou produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Uma lei federal proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas. Meng é filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.

13 Dez 2018

China condena à morte autor de ataque que causou 15 mortos em Setembro

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal da província central chinesa de Hunan condenou hoje à morte o autor de um ataque que, em Setembro passado, causou 15 mortos, noticiou hoje a agência oficial chinesa Xinhua.

Yang Zanyun conduziu deliberadamente o seu veículo contra uma multidão numa praça da cidade de Hengyang, do condado de Hengdong, em 12 de Setembro passado. Yang saiu do carro e continuou a atacar, com uma pá e uma faca, as pessoas que se encontravam na praça, onde se juntavam para dançar em grupo ou conviver. O ataque causou 15 mortos e 43 feridos.

Yang, de 54 anos, foi condenado à morte por colocar em perigo a segurança pública através de métodos perigosos, de acordo com o tribunal popular intermédio de Hengyang. O tribunal decidiu ainda privar o réu de quaisquer direitos políticos.

Na altura do ataque, o governo de Hengyang indicou que o suspeito tinha antecedentes criminais, incluindo tráfico de droga, roubo e agressões físicas e que, “agindo sozinho”, procurou “vingar-se da sociedade”.

A China tem registado vários incidentes deste género, normalmente protagonizados por pessoas com problemas psicológicos ou ressentimentos com vizinhos ou a sociedade em geral. Em Junho passado, uma pessoa morreu e dez ficaram feridas quando um homem conduziu uma empilhadora contra peões numa cidade do leste da China, e acabou por ser abatido pela polícia.

Em Abril, um homem armado com uma faca matou sete estudantes e feriu 19, quando os jovens regressavam a casa, no norte do país. A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que os ataques são geralmente feitos com facas, explosivos de fabrico artesanal ou por atropelamento.

12 Dez 2018

Uma das vítimas mortais no ataque em Estrasburgo é um turista tailandês de 45 anos

[dropcap]U[/dropcap]m turista tailandês é um dos três mortos no tiroteio que ocorreu na terça-feira em Estrasburgo, França, informou o jornal local The Nation, confirmando um relato feito anteriormente por uma testemunha à emissora inglesa BBC.

Anupong Suebsamarn, de 45 anos, morreu vítima de um disparo na cabeça quando caminhava com a sua esposa pelo Mercado de Natal da cidade francesa, segundo representantes de uma associação de tailandeses em França citados pelo jornal The Nation.

O casal chegou no dia anterior a Estrasburgo, onde hoje é esperada a chegada do embaixador da Tailândia em França, segundo indicou àquela organização a esposa do falecido, quando se encontrava no hospital.

O ataque no Mercado de Natal de Estrasburgo, na terça-feira à noite, provocou pelo menos três mortos e 12 feridos, seis dos quais em estado crítico, anunciou hoje de madrugada o ministro do Interior francês, Christophe Castaner. Anteriormente, a polícia francesa indicara quatro mortos, mas o balanço foi revisto sem explicação.

Segundo Christophe Castaner, um dispositivo de 350 elementos das forças policiais foi mobilizado para encontrar o autor do ataque. Já as autoridades locais informaram na sua conta da rede social Twitter que as manifestações foram proibidas até novo aviso em todo o território da comuna de Estrasburgo.

O homem tem 29 anos, nasceu em Estrasburgo e tem no seu cadastro condenações em França e na Alemanha. O Ministério Público francês abriu uma investigação por homicídio e tentativa de homicídio relacionada com uma organização terrorista, assim como por associação terrorista.

O Governo francês elevou o nível de alerta no país para “emergência por atentado”, com um reforço de controlo nas fronteiras, aumento de segurança nos mercados de Natal e mobilização de meios envolvidos no dispositivo anti-terrorismo.

A cidade de Estrasburgo, localizada no nordeste da França, junto à fronteira com a Alemanha, acolhe a sede do Parlamento Europeu.

Os euro deputados, confinados desde o início da noite de terça-feira no Parlamento Europeu, começaram a sair do edifício após as 02:00 de hoje.

Os funcionários e euro deputados foram escoltados pela polícia em autocarros e carrinhas para o centro da cidade.

O parlamento ficou confinado desde o começo da noite, após um tiroteio no centro de Estrasburgo, a poucos quilómetros da instituição europeia localizada no norte da cidade.

12 Dez 2018

Coreia do Sul considera improvável que Kim Jong-un viaje a Seul ainda este ano

[dropcap]O[/dropcap] Governo sul-coreano considerou hoje ser improvável que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, visite o país antes do final do ano, referindo-se às especulações sobre uma possível viagem a Seul ainda este mês.

“Consideramos que vai ser difícil que o líder Kim visite Seul este ano”, disse um porta-voz do gabinete presidencial à agência de notícias Yonhap. Ainda assim, o Governo reiterou estar “aberto à possibilidade [de uma visita de Kim] no início do próximo ano”.

Dezembro é um mês agitado no seio do regime norte-coreano, já que no próximo dia 17 celebra-se o aniversário da morte do antigo líder Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un. Em Setembro, o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, convidou o líder norte-coreano a visitar Seul antes do final do ano, algo que Kim aceitou.

No entanto, a falta de progressos no diálogo entre Pyongyang e Washington parecem ser um entrave à realização de uma nova cimeira inter-coreana, que seria a quarta desde Abril. A realizar-se, seria a primeira viagem de um líder da Coreia do Norte a Seul.

Por sua vez, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esperar reunir-se com o líder da Coreia do Norte “em Janeiro ou Fevereiro” e garantiu estarem em discussão “três locais” para esta segunda cimeira.

Em Setembro, Trump disse que queria programar uma segunda cimeira com Kim, mas o impasse nas negociações adiou a reunião, que daria continuidade ao histórico encontro de Singapura, em Junho passado.

Em Singapura, os dois líderes concordaram em “trabalhar para a completa desnuclearização da península” coreana, mas até agora os progressos têm sido apenas simbólicos, devido à ausência de um roteiro para o desarmamento.

12 Dez 2018

Directora financeira da Huawei libertada sob fiança

[dropcap]U[/dropcap]m juiz canadiano ordenou, esta terça-feira, a libertação, sob fiança, da directora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei, horas depois da confirmação da prisão de um ex-diplomata canadiano na China, onde as autoridades ameaçam o Canadá de represálias.

De acordo com a agência France-Presse, depois de três dias de audiências judiciais no tribunal de Vancouver, e em plena crise diplomática entre Pequim, Otava e Washington, o juiz canadiano aceitou o pedido de libertação de Meng Wanzhou, detida no Canadá no início de dezembro, a pedido dos Estados Unidos da América.

A empresária saiu algumas horas depois, sob fortes medidas de segurança. Esta mãe de quatro filhos, de 46 anos, terá de cumprir várias condições: pagar um depósito de 10 milhões de dólares, entregar os dois passaportes, residir numa das duas propriedades que possui em Vancouver e usar uma pulseira eletrónica no tornozelo.

A empresária será monitorizada 24 horas por dia, a suas expensas, e não poderá sair de casa entre as 23:00 e as 06:00.

“O risco de que não se apresente em tribunal [durante o processo de extradição] pode ser reduzido a um nível aceitável, impondo as condições de vigilância propostas pelos seus advogados”, disse o juiz, provocando aplausos dos apoiantes de Meng Wanzhou.

A primeira audiência de extradição ficou marcada para 6 de Fevereiro. Entretanto, os Estados Unidos da América deverão enviar à justiça canadiana a documentação completa relativa ao pedido de extradição.

O grupo Huawei já se congratulou com a libertação da sua directora financeira. Após a detenção de Meng Wanzhou, a China convocou no domingo o embaixador dos Estados Unidos em Pequim e pediu a Washington que abandone o pedido de extradição.

Pequim já tinha convocado um dia antes o embaixador do Canadá. A justiça norte-americana pede a extradição da directora financeira, também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, por suspeita de ter violado sanções de Washington impostas ao Irão.

Também no domingo, o conselheiro económico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que Donald Trump desconhecia a detenção de Meng Wanzhou na altura em que jantava com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na semana passada.

A diretora financeira, de 46 anos, é suspeita pela justiça norte-americana de ter mentido a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objetivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, violando as sanções dos Estados Unidos.

12 Dez 2018

China diz-se preparada para nova era nas energias limpas

[dropcap]O[/dropcap] vice-presidente do Conselho Económico e Social da China disse ontem que o país “entrou numa nova era de cooperação energética” e que, como potência mundial, está disposta a ter mais responsabilidades nesta matéria.

“Como maior produtor e consumidor, a China entrou numa nova era de cooperação energética”, disse Ji Lin, em Macau, na cerimónia de abertura do 7.º Fórum Internacional para as Energias Limpas (IFCE, na sigla em inglês), sublinhando que Pequim “está disposta a aceitar mais responsabilidades e deveres de acordo com as suas capacidades”.

O gigante asiático tem estado nos últimos anos a investir muito em energias renováveis, sendo já o primeiro mercado mundial nos “novos veículos de energia”, com 777 mil vendidos em 2017 e, de acordo com a Bloomberg, o país investiu cerca de 133 mil milhões de dólares em energias renováveis no ano passado.

Apesar disso, o país continua a ser o maior produtor de carvão do mundo. A poluição gerada por aquele combustível afecta regularmente as principais cidades do país.

“A promoção da coordenação energética numa escala internacional” ganha agora mais importância junto dos países que integram a iniciativa chinesa da Rota da Seda (mais conhecida como Uma Faixa, Uma Rota), mas também junto dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), sublinhou Ji Lin.

Na mesma ocasião, o responsável chinês para os assuntos da ASEAN, Chen Dehai, afirmou que “a transformação energética e a implementação de um baixo índice de utilização de carbono tem de ser um foco de toda a comunidade internacional”, acrescentando que as energias limpas, tanto na China, como nos países da ASEAN tem tido um grande desenvolvimento nos últimos anos.

Tanto a cooperação energética como o investimento em energias renováveis são fulcrais para os países asiáticos, já que, de acordo com o responsável “o consumo energético vai aumentar 80% em 2040, comparando com 2030”.

“A construção por parte da China e da ASEAN de uma Rota da Seda verde é expectável que progrida com firmeza”, acrescentou. A cerimónia de inauguração contou ainda com o director executivo da Sociedade de Jogos de Macau e o director geral do IFCE, Ambrose So, que sublinhou o papel que Macau pode ter como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, mas também com a ASEAN, “como veículo de promoção para a energia limpa e cidades inteligentes”.

12 Dez 2018

China adere ao Pacto Global para a Migração da ONU

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje que adopta o pacto global para a migração promovido pela ONU, aprovado formalmente na segunda-feira em Marraquexe (Marrocos), afirmando que irá aplicar o documento “de modo voluntário e seguindo as leis nacionais”.

O anúncio foi feito pela diplomacia chinesa em Pequim e surge no mesmo dia em que está agendada a intervenção do país no debate geral da conferência intergovernamental para a adoção do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular (GCM, na sigla em inglês), que hoje termina em Marraquexe.

“O pacto vai fornecer uma plataforma de trabalho de cooperação global que ajudará a abordar o fenómeno da migração”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang.

O governo chinês referiu que participou nas negociações dos princípios inscritos no documento, que cada país se comprometeu a respeitar no desenvolvimento das respectivas políticas nacionais de imigração, salientando, porém, que a China vai aplicar o acordo “de modo voluntário e segundo as respetivas leis e condições domésticas”, uma vez que “não é um tratado e não é juridicamente vinculativo”.

“Pedimos que os direitos legítimos e os assuntos dos imigrantes sejam protegidos, e também que exista uma distinção entre refugiados e imigrantes, e entre imigrantes regulares e irregulares”, disse Lu Kang.

A China, acrescentou o porta-voz, “fará esforços” para desempenhar um papel positivo na imigração dentro dos quadros estabelecidos pela comunidade internacional.

Um dia depois de 164 dos 193 Estados-membros da ONU (cerca de 85%), incluindo Portugal, terem adoptado formalmente o pacto global para a migração, o primeiro documento deste género, os trabalhos da conferência intergovernamental prosseguem hoje em Marraquexe com as intervenções de representantes de cerca de 60 países e com painéis de discussão sobre “parcerias e iniciativas inovadoras” para desenvolver uma melhor gestão dos fluxos migratórios ou iniciativas sobre o papel da mulher migrante.

Fruto de 18 meses de consultas e negociações, o pacto global tem como base um conjunto de princípios, como a defesa dos direitos humanos, dos direitos das crianças migrantes ou o reconhecimento da soberania nacional.

O texto também enumera 23 objetivos e medidas concretas para ajudar os países a lidarem com as migrações, nomeadamente ao nível das fronteiras, da informação e da integração, e para promover “uma migração segura, regular e ordenada”.

Mesmo não tendo uma natureza vinculativa, o documento promovido e negociado sob os auspícios das Nações Unidas está a dividir opiniões e a suscitar críticas de forças nacionalistas e anti-migrações em vários países.

Mais de uma dezena de países rejeitaram ou adiaram a sua decisão final sobre o documento: Estados Unidos, Áustria, República Checa, Austrália, Bulgária, República Dominicana, Chile, Hungria, Itália, Letónia, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Suíça e Estónia.

A conferência que termina hoje em Marraquexe é uma etapa formal, uma vez que o pacto global ainda será objecto de uma última votação de ratificação na Assembleia-geral das Nações Unidas em Nova Iorque, agendada para 19 de Dezembro.

11 Dez 2018

China prevê apoiar construção de um novo hospital central em Maputo

[dropcap]O[/dropcap] Governo da China prevê apoiar Moçambique na construção de um novo hospital central em Maputo, em substituição do actual com mais de 100 anos, anunciou a unidade de saúde no seu último boletim informativo.

O investimento foi discutido durante uma visita do embaixador da China em Moçambique, Su Jian, àquela unidade de saúde, no mês de Novembro. “Estamos interessados em apoiar na construção de um novo hospital”, referiu na altura o diplomata, citado pelo boletim, consultado hoje pela Lusa.

Segundo o diplomata, a China já tem prestado apoio ao sector da saúde em Moçambique, através da construção e melhoria de infra-estruturas sanitárias no país. Há um ano, um novo bloco pediátrico, construído e equipado com apoio da China, entrou em funcionamento no Hospital Central da Beira, Moçambique.

Saúde, educação e agricultura são “as áreas prioritárias de cooperação internacional da China com o continente africano para os próximos anos”, realçou. A situação do atendimento na principal unidade de saúde da capital moçambicana “não é boa e gostaríamos de ter um hospital moderno aqui em Moçambique que também tivesse a componente da medicina chinesa”, referiu, na ocasião, Hussen Ice, director nacional de Assistência Médica do Ministério da Saúde.

As partes acordaram em “iniciar imediatamente a preparação das condições necessárias” para que “nos próximos tempos” sejam assinados memorandos de entendimento com vista a materialização do projecto, concluiu.

A China tem sido parceira de Moçambique na construção e financiamento de alguns dos principais empreendimentos públicos mais recentes no país, tais como a ponte sobre a baía de Maputo e respectiva rede de estradas ou o aeroporto internacional de Xai-Xai, em construção. Entidades de Moçambique e da China assinaram em Setembro, em Pequim, oito memorandos de entendimento, nas áreas das infra-estruturas, indústria, telecomunicações, agricultura e serviços financeiros, durante um fórum de negócios que decorreu em paralelo com o terceiro edição do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).

11 Dez 2018

Directora da Huawei detida no Canadá alega razões de saúde para ser libertada

[dropcap]A[/dropcap] directora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos, apelou ontem a um tribunal de Vancouver para que fosse libertada sob fiança, alegando razões de saúde.

A audiência acabou por ser suspensa sem que nenhuma decisão fosse anunciada, num momento em que Pequim aumentou a pressão sobre Ottawa e Washington durante o fim de semana para obter a libertação de Meng Wanzhou. A audiência será retomada na terça-feira, disse o juiz.

A filha do fundador do Huawei Group, o segundo maior do mundo em equipamentos para telemóveis e telecomunicações, também afirmou a disponibilidade para se sujeitar a rigorosas medidas de vigilância durante o processo.

Um de seus advogados, David Martin, explicou que, se a sua cliente fosse libertada, esta arcaria com todos os custos da supervisão, a qual seria atribuída a duas empresas de segurança privadas, uma das quais liderada por ex-polícias e militares canadianos.

Meng Wanzhou passaria a residir numa das duas propriedades que possui em Vancouver, entregaria o passaporte e usaria uma pulseira electrónica, para além de estar disposta a pagar uma caução de 15 milhões de dólares canadianos.

Contudo, a representante do promotor público canadiano opôs-se novamente à sua libertação, afirmando acreditar que existe o risco de Meng Wanzhou fugir para a China para escapar a uma possível extradição para os Estados Unidos.

Após a detenção da directora financeira da Huawei, a China convocou no domingo o embaixador dos Estados Unidos em Pequim e pediu a Washington que abandone o pedido de extradição. Pequim já tinha convocado um dia antes o embaixador do Canadá.

A justiça norte-americana pede a extradição da directora financeira, também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, por suspeita de ter violado sanções de Washington impostas ao Irão.

Também no domingo, o conselheiro económico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que Donald Trump desconhecia a detenção de Meng Wanzhou na altura em que jantava com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na semana passada.

A directora financeira, de 46 anos, é suspeita pela justiça norte-americana de ter mentido a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objectivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, violando as sanções dos Estados Unidos.

11 Dez 2018