Hoje Macau China / ÁsiaHK | Ideia de que todos os chineses condenam protestos é falsa, diz investigadora Uma investigadora do Centro de Estudos Chineses Fairbank da universidade norte-americana de Harvard dedicou-se a analisar os comentários nas redes sociais e chegou à conclusão de que as opiniões sobre os acontecimentos em Hong Kong estão longe de ser unânimes, antes pelo contrário, vão da “admiração ao desdém, confusão ou até indiferença” [dropcap]U[/dropcap]ma académica que analisou reacções nas redes sociais chinesas sobre os protestos em Hong Kong detectou tentativas de racionalizar o debate e até manifestações de apoio, apesar da censura exercida por Pequim. “Muitos chineses do continente tentam constantemente desafiar a censura e muitos, que hesitam em expressar-se, optam por fazer ‘gosto’ ou ‘aprovar’ mensagens que expressam ideias divergentes”, disse à agência Lusa Zhao Qianqi, investigadora no Centro de Estudos Chineses Fairbank, da universidade norte-americana de Harvard. Após semanas a analisar comentários na rede social Weibo, o Twitter chinês, Zhao afirmou que, ao invés de encontrar uma “antipatia uniforme” em relação aos manifestantes, deparou-se com um conjunto de opiniões que vão da “admiração ao desdém, confusão ou até indiferença”. Zhao Qianqi defendeu existirem também opiniões pluralistas e um debate racional a decorrer no continente chinês, que vai além da percepção criada pelo ruído nas redes sociais, e que pode constituir um problema para Pequim. “Há quem tenha tentado disseminar artigos informativos e de qualidade” ou livros sobre a História e política de Hong Kong nas redes sociais chinesas, mas que foram, entretanto, censurados, apontou. Um ensaio do professor da Universidade Chinesa de Hong Kong Chow Po-chung sobre a campanha de desinformação lançada pela imprensa estatal, tem sido repetidamente reproduzido por utilizadores do Weibo, apesar de acabar sempre por ser apagado, exemplificou. Zhao indicou que o título do ensaio é: “Aos amigos do continente: também estamos a lutar pela vossa liberdade”. “É importante olhar para os pormenores”, afirmou a académica, defendendo que a impressão de que os chineses do continente aderiram em massa à retórica “hipernacionalista” e pró-governamental é resultado de uma combinação entre “censura e opressão política”. “Qualquer pessoa que tenha uma visão diferente daquela que é expressa na imprensa estatal não ousa falar”, disse, num contacto telefónico a partir de Pequim. E se a censura permite que a narrativa oficial seja dominante, o uso de internautas pagos para fazer comentários pró-Governo, conhecidos como ‘wumao’ (’50 cêntimos’, em chinês), torna-a ainda mais potente, observou Zhao. Cartilha central Actores e artistas do continente, muitos dos quais obtiveram já residência nos Estados Unidos ou Canadá – uma tendência crescente entre as classes mais abastadas da China – têm repetido também a retórica nacionalista do Governo. “Mas essa é apenas a linha que lhes é imposta”, indicou a académica. Inicialmente, as autoridades chinesas optaram por censurar qualquer informação sobre os protestos, que decorrem há quase quatro meses, mas acabaram por lançar uma intensa campanha mediática, que retrata os manifestantes como mercenários ao serviço de forças externas. A cobertura diária na imprensa chinesa mostra imagens de manifestantes a atirar tijolos, a provocar a polícia e a cercar esquadras. Os manifestantes são descritos como “radicais” e “bandidos”, os polícias como “heróis”, sendo omitidas imagens de alegados abusos pelas autoridades de Hong Kong. O Governo central tem também sublinhado a unidade nacional contra esta alegada ameaça: “Os 1.400 milhões de chineses estão unidos como uma barreira”, defendeu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. As redes sociais chinesas foram, entretanto, inundadas de insultos aos manifestantes em Hong Kong e mensagens de apoio a uma intervenção militar na antiga colónia britânica. Nos campus universitários na Austrália, Canada ou Nova Zelândia, estudantes chineses organizaram manifestações nacionalistas que, em alguns casos, terminaram em confrontos violentos com manifestantes pró-Hong Kong. No país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes, vários órgãos de comunicação ou portais estrangeiros, incluindo as redes sociais Facebook, Twitter ou Instagram, estão banidos da rede doméstica chinesa. Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. Inicialmente suspensa pela chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, a proposta foi já retirada, em resposta a uma exigência dos manifestantes. Os protestos têm vindo a denunciar aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” em Hong Kong, exigindo a demissão de Lam, e a eleição de um sucessor por sufrágio universal directo, e não nomeado pelo Governo central. O Twitter e Facebook anunciaram já a suspensão de milhares de contas originárias do continente chinês, que “deliberada e especificamente tentavam semear a discórdia política em Hong Kong, inclusive minando a legitimidade e as posições políticas dos manifestantes”. As empresas afirmaram que suspenderam as contas com base em “evidências confiáveis” de que se tratava de uma “operação coordenada pelo Estado”.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Ideia de que todos os chineses condenam protestos é falsa, diz investigadora Uma investigadora do Centro de Estudos Chineses Fairbank da universidade norte-americana de Harvard dedicou-se a analisar os comentários nas redes sociais e chegou à conclusão de que as opiniões sobre os acontecimentos em Hong Kong estão longe de ser unânimes, antes pelo contrário, vão da “admiração ao desdém, confusão ou até indiferença” [dropcap]U[/dropcap]ma académica que analisou reacções nas redes sociais chinesas sobre os protestos em Hong Kong detectou tentativas de racionalizar o debate e até manifestações de apoio, apesar da censura exercida por Pequim. “Muitos chineses do continente tentam constantemente desafiar a censura e muitos, que hesitam em expressar-se, optam por fazer ‘gosto’ ou ‘aprovar’ mensagens que expressam ideias divergentes”, disse à agência Lusa Zhao Qianqi, investigadora no Centro de Estudos Chineses Fairbank, da universidade norte-americana de Harvard. Após semanas a analisar comentários na rede social Weibo, o Twitter chinês, Zhao afirmou que, ao invés de encontrar uma “antipatia uniforme” em relação aos manifestantes, deparou-se com um conjunto de opiniões que vão da “admiração ao desdém, confusão ou até indiferença”. Zhao Qianqi defendeu existirem também opiniões pluralistas e um debate racional a decorrer no continente chinês, que vai além da percepção criada pelo ruído nas redes sociais, e que pode constituir um problema para Pequim. “Há quem tenha tentado disseminar artigos informativos e de qualidade” ou livros sobre a História e política de Hong Kong nas redes sociais chinesas, mas que foram, entretanto, censurados, apontou. Um ensaio do professor da Universidade Chinesa de Hong Kong Chow Po-chung sobre a campanha de desinformação lançada pela imprensa estatal, tem sido repetidamente reproduzido por utilizadores do Weibo, apesar de acabar sempre por ser apagado, exemplificou. Zhao indicou que o título do ensaio é: “Aos amigos do continente: também estamos a lutar pela vossa liberdade”. “É importante olhar para os pormenores”, afirmou a académica, defendendo que a impressão de que os chineses do continente aderiram em massa à retórica “hipernacionalista” e pró-governamental é resultado de uma combinação entre “censura e opressão política”. “Qualquer pessoa que tenha uma visão diferente daquela que é expressa na imprensa estatal não ousa falar”, disse, num contacto telefónico a partir de Pequim. E se a censura permite que a narrativa oficial seja dominante, o uso de internautas pagos para fazer comentários pró-Governo, conhecidos como ‘wumao’ (’50 cêntimos’, em chinês), torna-a ainda mais potente, observou Zhao. Cartilha central Actores e artistas do continente, muitos dos quais obtiveram já residência nos Estados Unidos ou Canadá – uma tendência crescente entre as classes mais abastadas da China – têm repetido também a retórica nacionalista do Governo. “Mas essa é apenas a linha que lhes é imposta”, indicou a académica. Inicialmente, as autoridades chinesas optaram por censurar qualquer informação sobre os protestos, que decorrem há quase quatro meses, mas acabaram por lançar uma intensa campanha mediática, que retrata os manifestantes como mercenários ao serviço de forças externas. A cobertura diária na imprensa chinesa mostra imagens de manifestantes a atirar tijolos, a provocar a polícia e a cercar esquadras. Os manifestantes são descritos como “radicais” e “bandidos”, os polícias como “heróis”, sendo omitidas imagens de alegados abusos pelas autoridades de Hong Kong. O Governo central tem também sublinhado a unidade nacional contra esta alegada ameaça: “Os 1.400 milhões de chineses estão unidos como uma barreira”, defendeu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. As redes sociais chinesas foram, entretanto, inundadas de insultos aos manifestantes em Hong Kong e mensagens de apoio a uma intervenção militar na antiga colónia britânica. Nos campus universitários na Austrália, Canada ou Nova Zelândia, estudantes chineses organizaram manifestações nacionalistas que, em alguns casos, terminaram em confrontos violentos com manifestantes pró-Hong Kong. No país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes, vários órgãos de comunicação ou portais estrangeiros, incluindo as redes sociais Facebook, Twitter ou Instagram, estão banidos da rede doméstica chinesa. Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. Inicialmente suspensa pela chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, a proposta foi já retirada, em resposta a uma exigência dos manifestantes. Os protestos têm vindo a denunciar aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” em Hong Kong, exigindo a demissão de Lam, e a eleição de um sucessor por sufrágio universal directo, e não nomeado pelo Governo central. O Twitter e Facebook anunciaram já a suspensão de milhares de contas originárias do continente chinês, que “deliberada e especificamente tentavam semear a discórdia política em Hong Kong, inclusive minando a legitimidade e as posições políticas dos manifestantes”. As empresas afirmaram que suspenderam as contas com base em “evidências confiáveis” de que se tratava de uma “operação coordenada pelo Estado”.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul retira oficialmente o Japão da lista preferencial de comércio [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul retirou ontem oficialmente o Japão da sua lista de parceiros comerciais preferenciais, após a mesma medida ter sido aplicada por Tóquio, num agravamento de tensões diplomáticas entre os dois países. A medida já tinha sido anunciada pela quarta maior economia da Ásia, com o Governo sul-coreano a alegar “problemas nos controlos de exportação de materiais sensíveis”, mas só ontem entrou em vigor. A saída do Japão da chamada “lista branca” de Seul prevê mais obstáculos burocráticos para o transporte de mercadorias. A título de exemplo, as empresas nacionais que exportam bens estratégicos para o arquipélago deverão apresentar cinco documentos (em vez de três) para obter aprovação na alfândega sul-coreana, o que estende o processo burocrático de cinco para cerca de 15 dias. Na mesma moeda A medida surge depois depois do Japão ter activado, em Julho, restrições às exportações de materiais químicos básicos para a fabricação de telas e chips de memória. E de ter retirado, mais tarde, a Coreia do Sul da lista de parceiros comerciais preferenciais, por suspeitar que não foram aplicadas medidas de segurança suficientes no sector tecnológico. As autoridades sul-coreanas acreditam que os controlos do Japão são retaliações por decisões judiciais, algo que o governo japonês negou. No final de 2018, o Supremo Tribunal sul-coreano determinou que as empresas japonesas presentes na Coreia do Sul tinham de pagar compensações a cidadãos coreanos, ou aos herdeiros, escravizados por aquelas companhias durante a Segunda Guerra Mundial. Com base no tratado de 1965, o Japão, que colonizou a península coreana entre 1910 e 1945, entregou 300 milhões de dólares às vítimas, dinheiro que a ditadura militar de Park Chung-hee não fez chegar a todas, motivo que levou milhares de pessoas a denunciar recentemente a situação às autoridades sul-coreanas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Cancelado fogo de artifício do 1.º de Outubro [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Hong Kong cancelaram ontem o tradicional fogo de artifício que, a 1 de Outubro, assinala o Dia Nacional da China, numa altura em que os protestos pró-democracia na cidade dão mostras de não acabar. Num comunicado, as autoridades locais referem que o espectáculo que tradicionalmente ocorre naquela data no Harbour Victoria (Porto Vitória) foi cancelado “tendo em conta os últimos desenvolvimentos e também para garantir a segurança pública”. Várias acções de protesto estão marcadas para 1 de Outubro próximo, dia em que a China celebra o 70.º aniversário do Partido Comunista chinês, no poder. Hong Kong tem vivenciado nos últimos meses manifestações violentas depois de grande parte dos residentes temerem que o Governo de Pequim está a pôr cobro a direitos e liberdades do território semi-autónomo, no quadro do pressuposto de “um país, dois sistemas”. Os protestos têm dividido a cidade, tendo, terça-feira, dezenas de apoiantes de Pequim empunhado bandeiras da China e cantado o hino nacional chinês num centro comercial da cidade, ao mesmo tempo que manifestantes anti-governamentais os apupavam. Pequim avisou já os Estados Unidos para não se envolverem nos protestos, um dia depois de um grupo de activistas, incluindo o líder estudantil Joshua Wong e a popular cantora local Demise Ho, ter apelado ao apoio de Washington aos protestos. O grupo de activistas pediu aos congressistas e senadores norte-americanos para porem termo às exportações de equipamentos policiais utilizados pelas forças da ordem chinesas contra os manifestantes e para terem em conta os “esforços de Pequim para minar as liberdades civis”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Cancelado fogo de artifício do 1.º de Outubro [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Hong Kong cancelaram ontem o tradicional fogo de artifício que, a 1 de Outubro, assinala o Dia Nacional da China, numa altura em que os protestos pró-democracia na cidade dão mostras de não acabar. Num comunicado, as autoridades locais referem que o espectáculo que tradicionalmente ocorre naquela data no Harbour Victoria (Porto Vitória) foi cancelado “tendo em conta os últimos desenvolvimentos e também para garantir a segurança pública”. Várias acções de protesto estão marcadas para 1 de Outubro próximo, dia em que a China celebra o 70.º aniversário do Partido Comunista chinês, no poder. Hong Kong tem vivenciado nos últimos meses manifestações violentas depois de grande parte dos residentes temerem que o Governo de Pequim está a pôr cobro a direitos e liberdades do território semi-autónomo, no quadro do pressuposto de “um país, dois sistemas”. Os protestos têm dividido a cidade, tendo, terça-feira, dezenas de apoiantes de Pequim empunhado bandeiras da China e cantado o hino nacional chinês num centro comercial da cidade, ao mesmo tempo que manifestantes anti-governamentais os apupavam. Pequim avisou já os Estados Unidos para não se envolverem nos protestos, um dia depois de um grupo de activistas, incluindo o líder estudantil Joshua Wong e a popular cantora local Demise Ho, ter apelado ao apoio de Washington aos protestos. O grupo de activistas pediu aos congressistas e senadores norte-americanos para porem termo às exportações de equipamentos policiais utilizados pelas forças da ordem chinesas contra os manifestantes e para terem em conta os “esforços de Pequim para minar as liberdades civis”.
Hoje Macau China / ÁsiaDia Nacional | Reservas de carne suína postas no mercado para travar preços Após a subida, no mês passado, do custo da carne de porco em cerca de 50 por cento, o Governo tenta travar a escalada de preços em vésperas da celebração do dia nacional, a 1 de Outubro, e vai colocar 10.000 toneladas de carne suína no mercado. As reservas existentes continuam a ser segredo de estado [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês está a colocar no mercado carne de porco que mantém em reserva visando travar a subida dos preços causada pela peste suína, nas vésperas da comemoração do 70º aniversário da fundação da China comunista. O preço da carne de porco, parte essencial da cozinha chinesa, subiu quase 50 por cento em Agosto passado, em termos homólogos, devido a um surto devastador da peste suína africana, que resultou no abate de mais de um milhão de porcos, segundo dados oficiais. A agência do Governo que administra as reservas nacionais de carne de porco congelada anunciou que vai colocar 10.000 toneladas no mercado. Aquela quantidade equivale a menos de 0,2 por cento do consumo mensal no país, o que sugere que o anúncio visa mostrar a determinação de Pequim em combater o aumento do preço, ao invés de aumentar realmente a oferta no mercado. A China produz e consome dois terços da carne de porco no mundo. O Governo mantém reservas de porcos vivos e congelados para garantir o fornecimento, mas os detalhes sobre esta reserva são segredo de Estado. Analistas consideram, no entanto, que a reserva é provavelmente muito pequena para compensar os efeitos da peste suína. Em Janeiro passado, o Governo libertou 9.600 toneladas para o mercado. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, órgão máximo de planificação económica, prometeu ontem também tomar “medidas de controlo em tempo útil”, para manter o preço dos alimentos estável, nas vésperas das comemorações do dia 1 de Outubro. O aumento dos preços tem um significado político amargo para o Partido Comunista, que aponta a melhoria dos padrões de vida nas últimas três décadas como fonte de legitimidade do seu poder indisputado. Especialistas prevêem que a China importará mais de dois milhões de toneladas de carne de porco este ano. Janela aberta A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis. A actual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do leste e Rússia, antes de chegar à China, em Agosto passado. Inicialmente, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar a todas as províncias do país. As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país. As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15.000 porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros. O acontecimento é visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”.
Hoje Macau China / ÁsiaDia Nacional | Reservas de carne suína postas no mercado para travar preços Após a subida, no mês passado, do custo da carne de porco em cerca de 50 por cento, o Governo tenta travar a escalada de preços em vésperas da celebração do dia nacional, a 1 de Outubro, e vai colocar 10.000 toneladas de carne suína no mercado. As reservas existentes continuam a ser segredo de estado [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês está a colocar no mercado carne de porco que mantém em reserva visando travar a subida dos preços causada pela peste suína, nas vésperas da comemoração do 70º aniversário da fundação da China comunista. O preço da carne de porco, parte essencial da cozinha chinesa, subiu quase 50 por cento em Agosto passado, em termos homólogos, devido a um surto devastador da peste suína africana, que resultou no abate de mais de um milhão de porcos, segundo dados oficiais. A agência do Governo que administra as reservas nacionais de carne de porco congelada anunciou que vai colocar 10.000 toneladas no mercado. Aquela quantidade equivale a menos de 0,2 por cento do consumo mensal no país, o que sugere que o anúncio visa mostrar a determinação de Pequim em combater o aumento do preço, ao invés de aumentar realmente a oferta no mercado. A China produz e consome dois terços da carne de porco no mundo. O Governo mantém reservas de porcos vivos e congelados para garantir o fornecimento, mas os detalhes sobre esta reserva são segredo de Estado. Analistas consideram, no entanto, que a reserva é provavelmente muito pequena para compensar os efeitos da peste suína. Em Janeiro passado, o Governo libertou 9.600 toneladas para o mercado. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, órgão máximo de planificação económica, prometeu ontem também tomar “medidas de controlo em tempo útil”, para manter o preço dos alimentos estável, nas vésperas das comemorações do dia 1 de Outubro. O aumento dos preços tem um significado político amargo para o Partido Comunista, que aponta a melhoria dos padrões de vida nas últimas três décadas como fonte de legitimidade do seu poder indisputado. Especialistas prevêem que a China importará mais de dois milhões de toneladas de carne de porco este ano. Janela aberta A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis. A actual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do leste e Rússia, antes de chegar à China, em Agosto passado. Inicialmente, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar a todas as províncias do país. As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país. As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15.000 porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros. O acontecimento é visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Activistas pró-democracia pedem a congressistas dos EUA pressão sobre Pequim [dropcap]J[/dropcap]ovens líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong pediram ontem aos parlamentares norte-americanos para pressionarem Pequim, alegando que qualquer declínio no estatuto especial daquele território encorajaria a China a impor os seus “valores comunistas” noutras partes do mundo. Joshua Wong, Denise Ho e outros activistas pró-democracia foram recebidos por membros republicanos e democratas numa audiência de um comité do Congresso em Washington. “Se Hong Kong cair pode facilmente tornar-se num trampolim para o regime totalitário chinês empurrar as suas regras e prioridades para o exterior, usando o poder económico para converter outras pessoas aos valores comunistas”, afirmou a cantora ‘pop’ Denise Ho, cuja música foi censurada na China pelo seu envolvimento com o movimento. “Este não é um apelo a uma ‘ingerência estrangeira’, nem à dependência de Hong Kong. É um apelo aos direitos humanos. Um apelo a favor da democracia”, acrescentou a artista de 42 anos. A ex-colónia britânica enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com acções e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas e denunciando a resposta policial, considerada brutal pelos manifestantes. Os membros republicanos e democratas da comissão do Congresso norte-americano enfatizaram a rara união em torno da defesa dos direitos de Hong Kong. Estes congressistas estão a estudar um projecto de lei sobre “os direitos humanos e a democracia em Hong Kong”, que prevê uma revisão anual do estatuto económico especial da região e sanções para qualquer responsável que suprima as “liberdades fundamentais” deste território. “Pequim não deve vencer em todas as frentes, colhendo os benefícios económicos do prestígio de Hong Kong no mundo e erradicando a nossa identidade socio-política”, avisou Joshua Wong, de 22 anos, que se tornou um rosto do movimento pró-democracia. “Enquanto eu falo, Hong Kong está numa encruzilhada crucial. A parada nunca esteve tão alta”, prosseguiu. O jovem alertou que o presidente chinês, Xi Jinping, pode decidir agir com mais força, antes do 70.º aniversário do regime comunista, em Outubro. “Enviarem tanques é irracional, mas não é impossível”, sublinhou o activista.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Activistas pró-democracia pedem a congressistas dos EUA pressão sobre Pequim [dropcap]J[/dropcap]ovens líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong pediram ontem aos parlamentares norte-americanos para pressionarem Pequim, alegando que qualquer declínio no estatuto especial daquele território encorajaria a China a impor os seus “valores comunistas” noutras partes do mundo. Joshua Wong, Denise Ho e outros activistas pró-democracia foram recebidos por membros republicanos e democratas numa audiência de um comité do Congresso em Washington. “Se Hong Kong cair pode facilmente tornar-se num trampolim para o regime totalitário chinês empurrar as suas regras e prioridades para o exterior, usando o poder económico para converter outras pessoas aos valores comunistas”, afirmou a cantora ‘pop’ Denise Ho, cuja música foi censurada na China pelo seu envolvimento com o movimento. “Este não é um apelo a uma ‘ingerência estrangeira’, nem à dependência de Hong Kong. É um apelo aos direitos humanos. Um apelo a favor da democracia”, acrescentou a artista de 42 anos. A ex-colónia britânica enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com acções e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas e denunciando a resposta policial, considerada brutal pelos manifestantes. Os membros republicanos e democratas da comissão do Congresso norte-americano enfatizaram a rara união em torno da defesa dos direitos de Hong Kong. Estes congressistas estão a estudar um projecto de lei sobre “os direitos humanos e a democracia em Hong Kong”, que prevê uma revisão anual do estatuto económico especial da região e sanções para qualquer responsável que suprima as “liberdades fundamentais” deste território. “Pequim não deve vencer em todas as frentes, colhendo os benefícios económicos do prestígio de Hong Kong no mundo e erradicando a nossa identidade socio-política”, avisou Joshua Wong, de 22 anos, que se tornou um rosto do movimento pró-democracia. “Enquanto eu falo, Hong Kong está numa encruzilhada crucial. A parada nunca esteve tão alta”, prosseguiu. O jovem alertou que o presidente chinês, Xi Jinping, pode decidir agir com mais força, antes do 70.º aniversário do regime comunista, em Outubro. “Enviarem tanques é irracional, mas não é impossível”, sublinhou o activista.
Hoje Macau China / ÁsiaIlhas Salomão | Pequim elogia corte de laços com Taipé [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês enalteceu ontem a decisão das autoridades das Ilhas Salomão de “reconhecer o princípio ‘uma só China'” e romper os laços diplomáticos com Taiwan como a confirmação “da irresistível tendência desta era”. “Apoiamos esta importante decisão, que as Ilhas Salomão tomaram por si, como um Estado soberano independente”, lê-se no comunicado da porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying. Segundo a agência noticiosa oficial de Taiwan CNA, 27 dos 33 deputados da coligação maioritária de quatro partidos no Parlamento de Salomão – que tem 50 cadeiras – votaram a favor de passar a reconhecer Pequim como o Governo legítimo de toda a China, em detrimento de Taipé, enquanto os restantes seis se abstiveram. A decisão foi posteriormente aprovada pelo governo do primeiro-ministro, Manasseh Sogavare, que assumiu o cargo após eleições em Abril. “A decisão do Governo das Ilhas Salomão de reconhecer o princípio ‘uma só China’ e estabelecer laços diplomáticos com a China atesta que este princípio atende ao desejo dos cidadãos e constitui uma tendência irresistível desta era”, defendeu o Governo chinês. Hua enfatizou que “existe apenas uma China no mundo” e que “o governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China”, sendo Taiwan “parte inalienável do território chinês”. Desde que Tsai Ing-wen, do Partido Progressivo Democrático (PPD), pró-independência, foi eleita Presidente, em 2016, seis países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que tem agora apenas 16 aliados diplomáticos. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, acusou Pequim de “causar instabilidade na sociedade internacional” e praticar “diplomacia do dólar”, com “promessas de cheques chorudos”, que “muitas vezes não são cumpridas”.
Hoje Macau China / ÁsiaIlhas Salomão | Pequim elogia corte de laços com Taipé [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês enalteceu ontem a decisão das autoridades das Ilhas Salomão de “reconhecer o princípio ‘uma só China'” e romper os laços diplomáticos com Taiwan como a confirmação “da irresistível tendência desta era”. “Apoiamos esta importante decisão, que as Ilhas Salomão tomaram por si, como um Estado soberano independente”, lê-se no comunicado da porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying. Segundo a agência noticiosa oficial de Taiwan CNA, 27 dos 33 deputados da coligação maioritária de quatro partidos no Parlamento de Salomão – que tem 50 cadeiras – votaram a favor de passar a reconhecer Pequim como o Governo legítimo de toda a China, em detrimento de Taipé, enquanto os restantes seis se abstiveram. A decisão foi posteriormente aprovada pelo governo do primeiro-ministro, Manasseh Sogavare, que assumiu o cargo após eleições em Abril. “A decisão do Governo das Ilhas Salomão de reconhecer o princípio ‘uma só China’ e estabelecer laços diplomáticos com a China atesta que este princípio atende ao desejo dos cidadãos e constitui uma tendência irresistível desta era”, defendeu o Governo chinês. Hua enfatizou que “existe apenas uma China no mundo” e que “o governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China”, sendo Taiwan “parte inalienável do território chinês”. Desde que Tsai Ing-wen, do Partido Progressivo Democrático (PPD), pró-independência, foi eleita Presidente, em 2016, seis países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que tem agora apenas 16 aliados diplomáticos. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, acusou Pequim de “causar instabilidade na sociedade internacional” e praticar “diplomacia do dólar”, com “promessas de cheques chorudos”, que “muitas vezes não são cumpridas”.
Hoje Macau China / ÁsiaPetróleo | Preocupações com preços após ataque na Arábia Saudita [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês admitiu ontem estar preocupado com o impacto nos mercados do petróleo do ataque com veículos aéreos não tripulados (drones) a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, ocorrido no fim de semana. “A China está obviamente muito preocupada com o impacto do ataque na estabilidade e segurança do mercado internacional de fornecimento de petróleo”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. Os preços do petróleo caíram na terça-feira, depois de subirem no dia anterior, após o ataque. A China é um dos maiores clientes do petróleo do Médio Oriente. Hua afirmou ainda que o país condena os ataques a uma refinaria e a um campo de exploração petrolífera em Aramco, que forçou a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, a reduzir a produção para metade. O porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês Fu Linghui considerou ontem que é muito cedo para avaliar o impacto nos mercados de energia, e observou que os preços do petróleo estavam em queda antes do ataque. Os rebeldes iemenitas Huthis, apoiados pelo Irão e que enfrentam uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, há cinco anos, assumiram a responsabilidade pelos ataques. O incidente foi condenado pela Casa Branca. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou Teerão de “lançar um ataque sem precedentes ao fornecimento global de energia”.
Hoje Macau China / ÁsiaPetróleo | Preocupações com preços após ataque na Arábia Saudita [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês admitiu ontem estar preocupado com o impacto nos mercados do petróleo do ataque com veículos aéreos não tripulados (drones) a instalações petrolíferas na Arábia Saudita, ocorrido no fim de semana. “A China está obviamente muito preocupada com o impacto do ataque na estabilidade e segurança do mercado internacional de fornecimento de petróleo”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. Os preços do petróleo caíram na terça-feira, depois de subirem no dia anterior, após o ataque. A China é um dos maiores clientes do petróleo do Médio Oriente. Hua afirmou ainda que o país condena os ataques a uma refinaria e a um campo de exploração petrolífera em Aramco, que forçou a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, a reduzir a produção para metade. O porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês Fu Linghui considerou ontem que é muito cedo para avaliar o impacto nos mercados de energia, e observou que os preços do petróleo estavam em queda antes do ataque. Os rebeldes iemenitas Huthis, apoiados pelo Irão e que enfrentam uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, há cinco anos, assumiram a responsabilidade pelos ataques. O incidente foi condenado pela Casa Branca. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou Teerão de “lançar um ataque sem precedentes ao fornecimento global de energia”.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Confirmada ida aos EUA para preparar encontro de alto nível O vice-ministro das Finanças Liao Min vai chefiar a delegação que se deslocará a Washington para preparar o terreno da décima terceira ronda de negociações entre os Estados Unidos e a China com vista a acabar com a guerra comercial que opõe os dois países [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês confirmou ontem que uma delegação sua vai viajar para os Estados Unidos, visando preparar a reunião de alto nível que tentará, em Outubro, concluir um acordo que ponha fim à guerra comercial. A agência noticiosa oficial Xinhua informou que o vice-ministro das Finanças Liao Min liderará a delegação, que chega na quarta-feira aos Estados Unidos. “A visita abrirá caminho para a décima terceira ronda de consultas económicas e comerciais de alto nível China – Estados Unidos, em Outubro, em Washington”, lê-se no despacho da agência. Pequim e Washington, que travam há mais de um ano uma guerra comercial, têm vindo a dar sinais de apaziguamento. Na semana passada, a China anunciou que excluirá alguns produtos norte-americanas de taxas alfandegárias adicionais, nomeadamente químicos industriais e fármacos, e que retomará a compra de soja e carne de porco aos EUA. O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu também adiar o aumento de taxas alfandegarias, de 25 por cento para 30 por cento, sobre um total de 250 mil milhões de bens importados da China. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. Ameaça global No cerne da guerra comercial está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os Estados Unidos consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. As disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo ameaçam também a economia mundial: o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu este mês as suas projecções de expansão global para 3,2 por cento, em 2019, um décimo a menos do que as previsões feitas em Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Confirmada ida aos EUA para preparar encontro de alto nível O vice-ministro das Finanças Liao Min vai chefiar a delegação que se deslocará a Washington para preparar o terreno da décima terceira ronda de negociações entre os Estados Unidos e a China com vista a acabar com a guerra comercial que opõe os dois países [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês confirmou ontem que uma delegação sua vai viajar para os Estados Unidos, visando preparar a reunião de alto nível que tentará, em Outubro, concluir um acordo que ponha fim à guerra comercial. A agência noticiosa oficial Xinhua informou que o vice-ministro das Finanças Liao Min liderará a delegação, que chega na quarta-feira aos Estados Unidos. “A visita abrirá caminho para a décima terceira ronda de consultas económicas e comerciais de alto nível China – Estados Unidos, em Outubro, em Washington”, lê-se no despacho da agência. Pequim e Washington, que travam há mais de um ano uma guerra comercial, têm vindo a dar sinais de apaziguamento. Na semana passada, a China anunciou que excluirá alguns produtos norte-americanas de taxas alfandegárias adicionais, nomeadamente químicos industriais e fármacos, e que retomará a compra de soja e carne de porco aos EUA. O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu também adiar o aumento de taxas alfandegarias, de 25 por cento para 30 por cento, sobre um total de 250 mil milhões de bens importados da China. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. Ameaça global No cerne da guerra comercial está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os Estados Unidos consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa. As disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo ameaçam também a economia mundial: o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu este mês as suas projecções de expansão global para 3,2 por cento, em 2019, um décimo a menos do que as previsões feitas em Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul detecta primeiro surto de peste suína africana no país [dropcap]O[/dropcap] Governo da Coreia do Sul informou ontem ter detectado o primeiro surto de peste suína africana no país, numa exploração agropecuária perto da fronteira com a Coreia do Norte, onde cinco porcos morreram na sequência do vírus. O ministro da Agricultura sul-coreano, Kim Hyeon-soo, explicou ter sido já activado um protocolo que inclui o abate de cerca de quatro mil porcos em três explorações agropecuárias, incluindo a que abrigava os animais afectados, perto da cidade de Paju (fronteira norte). Durante 48 horas, está interdita a deslocação de suínos para qualquer exploração do país e os matadouros devem interromper todas as operações durante o mesmo período, de acordo com a ordem emitida pelo Governo de Seul. Em conferência de imprensa, Kim Hyeon-soo prometeu “o máximo esforço” das autoridades para evitarem a propagação do vírus e adiantou que estão a ser investigadas as possíveis vias de contágio, que se acredita serem originárias da Coreia do Norte. O surto sul-coreano ocorre quatro meses após a Coreia do Norte ter notificado a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) sobre um primeiro caso detetado perto da fronteira com a China. A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis. A actual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do leste e Rússia, antes de chegar à China, em Agosto passado. Inicialmente, Pequim indicou que a situação estava sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar a todas as províncias do país. Portugal agradece As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país. As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15.000 porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros. Visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”, a abertura do mercado chinês deverá ter efeitos inflaccionários em Portugal.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresas recusam trabalho de relações públicas pedido pelo Governo de Hong Kong [dropcap]E[/dropcap]mpresas de relações públicas rejeitaram o pedido de ajuda do Governo de Hong Kong, que procura restaurar a imagem do território após mais de três meses de protestos, anunciou a chefe do Executivo. As empresas, que não foram identificadas por Carrie Lam, alegaram que “o momento não é propício”, já que a violência e a agitação na antiga colónia britânica não mostram sinais de abrandamento. Os protestos foram desencadeados em Junho contra as emendas propostas à lei de extradição, que muitos viam como um exemplo da crescente interferência da China e de uma erosão nas liberdades de Hong Kong. Após meses de agitação social, com manifestações quase diárias, o Governo retirou, formalmente, a controversa proposta no início deste mês, mas as manifestações prosseguem, com os manifestantes a exigirem outras quatro reivindicações, incluindo o sufrágio universal. No domingo, dezenas de milhares de pessoas desafiaram a proibição da polícia de sair à rua para se manifestarem e participaram numa marcha não autorizada, que começou em Causeway Bay, para comemorar o Dia Internacional da Democracia. A violência acabou por eclodir mais tarde, com a polícia disparar canhões de água e a lançar gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes na zona onde se encontra a sede do Governo. A intervenção da polícia ocorreu depois de actos violentos de vários grupos de manifestantes, que atiraram tijolos, ‘cocktails molotov’ e ovos contra as autoridades. Hoje, Carrie Lam descreveu como “decepcionante” a descida do ‘rating’ de Hong Kong, esta semana, pela agência Moody’s, a segunda agência de notação financeira a fazê-lo, depois da Fitch.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão denuncia incursão de navios chineses em águas territoriais nipónicas [dropcap]O[/dropcap] Japão denunciou ontem uma incursão de navios chineses em águas territoriais sob administração nipónica, o terceiro incidente do género registado em menos de um mês nas remotas Ilhas Senkaku. De acordo com o canal de televisão público NHK, que cita fontes da Guarda Costeira do Japão, quatro navios da Marinha Chinesa entraram nas águas de Senkaku esta segunda-feira de manhã. A incursão, que durou cerca de uma hora e meia, ocorreu em águas próximas da Ilha Uotsuri, a maior do arquipélago, que é desabitada e que está localizada no sudoeste do Japão. Os navios chineses deixaram a área depois de receberem avisos da Guarda Costeira do Japão, de acordo com a NHK. Incidentes semelhantes foram registados a 25 e 29 de Agosto. O Japão mantém uma disputa com Pequim sobre a soberania de Senkaku (Diaoyu em chinês), administrada por Tóquio, mas reivindicada por Pequim. A tensão entre os dois países aumentou após a construção de ilhas artificiais e instalações militares por parte de Pequim, no Mar do Sul da China. A China reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar das reivindicações dos países vizinhos. Nos últimos anos, construiu sete recifes em ilhas artificiais, capazes de receber instalações militares. As novas ilhas ficam próximas de outras ocupadas pelo Vietname, Filipinas e Taiwan. Malásia e o Brunei são outros dos territórios que disputam a jurisdição sobre ilhas e recifes, ricos em pesca e potenciais depósitos de combustíveis fósseis.
Hoje Macau China / ÁsiaHRW pede à China que devolva crianças uigures mantidas em internatos sem consentimento [dropcap]U[/dropcap]ma organização não-governamental de defesa dos direitos humanos apelou ontem à China que devolva as crianças da minoria étnica de origem muçulmana uigure, mantidas em internatos no extremo noroeste do país sem consentimento das famílias. Segundo a Human Rights Watch (HRW), as autoridades chinesas estão a abrigar em instituições e internatos estatais, sem o consentimento ou acesso das famílias, crianças uigures cujos pais estão detidos em campos de doutrinação política ou exilados. A China mantém detidos cerca de um milhão de uigures em campos de doutrinação política, na região de Xinjiang, extremo noroeste do país. Depois de, inicialmente, negar a existência dos campos, Pequim diz agora que se tratam de centros de “formação vocacional”, destinados a treinar uigures, como parte de um plano para trazer a minoria étnica para o mundo “moderno e civilizado”, e eliminar a pobreza em Xinjiang. Antigos detidos relataram maus tratos e violência, e afirmam terem sido forçados a criticar o islão e a sua própria cultura, e a jurar lealdade ao Partido Comunista. “A separação forçada de crianças pelo Governo chinês é talvez o elemento mais cruel da sua opressão em Xinjiang”, escreveu a diretora da HRW para a China, Sophie Richardson. “As crianças devem ser imediatamente devolvidos à custódia de parentes na China ou autorizados a juntarem-se aos pais fora do país”, apelou. A organização relata o caso de cinco famílias de Xinjiang, radicadas fora da China, que perderam o contacto com as suas crianças. A HRW aponta ainda que que o número de crianças em Xinjiang colocadas em instituições estatais e internatos sem consentimento é desconhecido, já que o controlo e vigilância exercidos pelas autoridades na região, incluindo punições severas para quem falar ou tiver contactos no exterior, impedem uma informação abrangente. Segundo reportagens difundidas pela imprensa estatal chinesa, as crianças uigures colocadas em internatos são ensinadas em chinês – levantando preocupações sobre o direito de aprenderem o seu próprio idioma. Os órgãos de Pequim têm ainda exaltado os benefícios para as crianças que vivem em instalações estatais, incluindo evitar que sejam influenciadas por “pensamentos extremos” e desenvolvam melhores hábitos e higiene pessoal. Desde que, em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, a China tem levado a cabo uma agressiva política de policiamento dos uigures. O Governo chinês considera que a repressão é necessária para combater o separatismo e o extremismo islâmico, enquanto activistas uigures afirmam que serve apenas para alimentar as tensões.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Governo põe fim às relações diplomáticas com Ilhas Salomão [dropcap]T[/dropcap]aiwan anunciou ontem que cortou relações diplomáticas com as Ilhas Salomão depois de saber que o novo Governo deste Estado do Pacífico decidiu transferir o seu reconhecimento diplomático para a China. “O Governo declarou hoje [ontem] o fim das suas relações diplomáticas com as Ilhas Salomão”, indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, numa conferência de imprensa em Taipei. Este anúncio é a consequência da decisão do “Governo das Ilhas Salomão de transferir as suas relações diplomáticas para a República Popular da China”, explicou Joseph Wu. O novo primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, considerou, numa entrevista áudio transmitida há alguns dias em formato ‘podcast’, que no plano económico e político Taiwan era “totalmente inútil”. Essa mudança de aliança é um novo golpe para Taiwan. A lista de países ainda ligados a Taipei diminuiu consideravelmente ao longo das décadas, caindo para 16 com a saída das Ilhas Salomão. Em Agosto de 2018, Taiwan anunciou o corte de relações diplomáticas com El Salvador. Também Burkina Faso rompeu as relações diplomáticas com Taipé, depois de a República Dominicana ter anunciado, em 1 de Março desse ano, a ruptura com Taiwan. Em Dezembro de 2016, São Tomé e Príncipe também rompeu relações diplomáticas com Taiwan e passou a reconhecer a República Popular da China. Após a ruptura do Burkina Faso, a Suazilândia é o único país africano a manter relações com Taipé. Desde 2000 que diversos países africanos, incluindo o Chade e o Senegal, que recebiam ajudas de Taiwan, romperam as suas relações com a ilha para beneficiar da cooperação chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Governo põe fim às relações diplomáticas com Ilhas Salomão [dropcap]T[/dropcap]aiwan anunciou ontem que cortou relações diplomáticas com as Ilhas Salomão depois de saber que o novo Governo deste Estado do Pacífico decidiu transferir o seu reconhecimento diplomático para a China. “O Governo declarou hoje [ontem] o fim das suas relações diplomáticas com as Ilhas Salomão”, indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, numa conferência de imprensa em Taipei. Este anúncio é a consequência da decisão do “Governo das Ilhas Salomão de transferir as suas relações diplomáticas para a República Popular da China”, explicou Joseph Wu. O novo primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, considerou, numa entrevista áudio transmitida há alguns dias em formato ‘podcast’, que no plano económico e político Taiwan era “totalmente inútil”. Essa mudança de aliança é um novo golpe para Taiwan. A lista de países ainda ligados a Taipei diminuiu consideravelmente ao longo das décadas, caindo para 16 com a saída das Ilhas Salomão. Em Agosto de 2018, Taiwan anunciou o corte de relações diplomáticas com El Salvador. Também Burkina Faso rompeu as relações diplomáticas com Taipé, depois de a República Dominicana ter anunciado, em 1 de Março desse ano, a ruptura com Taiwan. Em Dezembro de 2016, São Tomé e Príncipe também rompeu relações diplomáticas com Taiwan e passou a reconhecer a República Popular da China. Após a ruptura do Burkina Faso, a Suazilândia é o único país africano a manter relações com Taipé. Desde 2000 que diversos países africanos, incluindo o Chade e o Senegal, que recebiam ajudas de Taiwan, romperam as suas relações com a ilha para beneficiar da cooperação chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Vendas de activos além-fronteiras superam compras pela 1ª vez Apesar do abrandamento do crescimento económico e da guerra comercial com os Estados Unidos, as empresas chinesas mudaram de estatuto e, pela primeira vez, passaram de compradoras a vendedoras líquidas de activos globais [dropcap]A[/dropcap]s empresas chinesas tornaram-se este ano, pela primeira vez, vendedoras líquidas de activos globais, depois de, na última década, terem sido das principais protagonistas em fusões e aquisições internacionais, incluindo em Portugal. A mudança de estatuto ocorre numa altura em que o crescimento económico da China cresce ao ritmo mais baixo dos últimos trinta anos e Pequim tenta combater um ‘boom’ do endividamento corporativo, que ameaça a estabilidade financeira do país, enquanto trava uma guerra comercial com Washington. Desde 2017, o Governo chinês aumentou também o escrutínio sobre investimentos além-fronteiras, apontando a “irracionalidade” de algumas das aquisições. Segundo a consultora financeira Dealogic, desde o início do ano, as empresas chinesas puseram à venda cerca de 40 mil milhões de dólares em activos no exterior. Durante o mesmo período, os grupos chineses compraram 35 mil milhões de dólares em activos além-fronteiras, tornando o país um vendedor líquido global. Exemplos lusos Em Portugal, por exemplo, o conglomerado chinês HNA anunciou, em Março passado, a venda da participação de 9 por cento que detinha na TAP, através da Atlantic Gateway, por 55 milhões de dólares. A HNA, que detém ainda importantes participações em firmas como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank, enfrenta uma grave crise de liquidez e está sob supervisão de um grupo de credores. Desde o final de 2017, o grupo vendeu 20 mil milhões de dólares em activos fora do país. Também o grupo chinês Anbang, que foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, deparou-se nos últimos anos com várias dificuldades. O fundador, Wu Xiaohui, foi condenado à prisão, no ano passado, e o Estado chinês acabou por assumir a gestão do grupo, forçando a venda de grande parte do seu portfólio global. Muitos dos activos colocados agora à venda por grupos chineses foram adquiridos em 2016, antes de Pequim ter aumentado o escrutínio sobre os investimentos. Nesse ano, os investimentos chineses além-fronteiras atingiram um pico de 200 mil milhões de dólares, contribuindo para o rápido crescimento das dívidas corporativas. Analistas associam ainda a escalada de vendas este ano a uma escassez de divisas, devido à fraqueza na balança de pagamentos, causada em parte pelas disputas comerciais com os EUA. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de ambos os países, numa guerra comercial que começou há mais de um ano. Segundo dados das alfândegas da China, em Agosto, as exportações chinesas caíram 1 por cento. O excedente comercial da China recuou, assim, para 34,8 mil milhões de dólares, depois de, no mês passado, se ter fixado nos 45 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Vendas de activos além-fronteiras superam compras pela 1ª vez Apesar do abrandamento do crescimento económico e da guerra comercial com os Estados Unidos, as empresas chinesas mudaram de estatuto e, pela primeira vez, passaram de compradoras a vendedoras líquidas de activos globais [dropcap]A[/dropcap]s empresas chinesas tornaram-se este ano, pela primeira vez, vendedoras líquidas de activos globais, depois de, na última década, terem sido das principais protagonistas em fusões e aquisições internacionais, incluindo em Portugal. A mudança de estatuto ocorre numa altura em que o crescimento económico da China cresce ao ritmo mais baixo dos últimos trinta anos e Pequim tenta combater um ‘boom’ do endividamento corporativo, que ameaça a estabilidade financeira do país, enquanto trava uma guerra comercial com Washington. Desde 2017, o Governo chinês aumentou também o escrutínio sobre investimentos além-fronteiras, apontando a “irracionalidade” de algumas das aquisições. Segundo a consultora financeira Dealogic, desde o início do ano, as empresas chinesas puseram à venda cerca de 40 mil milhões de dólares em activos no exterior. Durante o mesmo período, os grupos chineses compraram 35 mil milhões de dólares em activos além-fronteiras, tornando o país um vendedor líquido global. Exemplos lusos Em Portugal, por exemplo, o conglomerado chinês HNA anunciou, em Março passado, a venda da participação de 9 por cento que detinha na TAP, através da Atlantic Gateway, por 55 milhões de dólares. A HNA, que detém ainda importantes participações em firmas como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank, enfrenta uma grave crise de liquidez e está sob supervisão de um grupo de credores. Desde o final de 2017, o grupo vendeu 20 mil milhões de dólares em activos fora do país. Também o grupo chinês Anbang, que foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, deparou-se nos últimos anos com várias dificuldades. O fundador, Wu Xiaohui, foi condenado à prisão, no ano passado, e o Estado chinês acabou por assumir a gestão do grupo, forçando a venda de grande parte do seu portfólio global. Muitos dos activos colocados agora à venda por grupos chineses foram adquiridos em 2016, antes de Pequim ter aumentado o escrutínio sobre os investimentos. Nesse ano, os investimentos chineses além-fronteiras atingiram um pico de 200 mil milhões de dólares, contribuindo para o rápido crescimento das dívidas corporativas. Analistas associam ainda a escalada de vendas este ano a uma escassez de divisas, devido à fraqueza na balança de pagamentos, causada em parte pelas disputas comerciais com os EUA. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de ambos os países, numa guerra comercial que começou há mais de um ano. Segundo dados das alfândegas da China, em Agosto, as exportações chinesas caíram 1 por cento. O excedente comercial da China recuou, assim, para 34,8 mil milhões de dólares, depois de, no mês passado, se ter fixado nos 45 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaGrande Baía Pequim aposta na inovação para criar centro mundial de comércio livre Na cidade chinesa de Dongguan, 300 cientistas trabalham num dos raros aceleradores de partículas mundiais, cuja missão pode resumir o sonho de Pequim para a China e para a megametrópole mundial de comércio livre, anunciada para 2030 [dropcap]O[/dropcap] China Spallation Neutron Source (CSNS), sediado numa das cidades da anunciada megametrópole mundial, baptizada de Grande Baía, tem como ‘caderno de encargos’ três dos objectivos reiteradamente assumidos por Pequim: a segurança nacional, o desenvolvimento científico e a promoção da tecnologia de ponta, como ‘aceleradores’ da economia. Aquele que é o primeiro acelerador de partículas de grande escala e de alta potência a ser construído na China – fruto de um investimento de quase 191 milhões de euros -, começou a operar em 2018. É recente, mas já se pensa na sua expansão, explicou aos jornalistas um dos cientistas responsáveis, Yu Bao, numa visita a cidades da Grande Baía organizada esta semana pelo Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau. Na província de Guangdong, que ‘oferece’ uma das cidades ao projecto da Grande Baía, a ambição de Pequim traduz-se na aposta na inovação tecnológica, no investimento de larga escala em acessibilidades (aeroportos, comboios de alta velocidade e pontes de dimensões únicas no mundo), bem como na promoção das energias renováveis, num país cujo modelo de desenvolvimento económico sacrificou os índices ambientais da esmagadora maioria das principais cidades chinesas. Em Zhongshan, um porta-voz da entidade que está a gerir a construção de uma das maiores pontes do mundo explicou os detalhes técnicos de um projecto estimado em mais de quatro mil milhões de euros que vai ligar aquela cidade à vizinha Shenzhen, localizada na fronteira com Hong Kong, sede das principais firmas tecnológicas do país, como é o caso do grupo de telecomunicações Huawei. O projecto, cujo custo está estimado em mais de quatro mil milhões de euros e deverá estar concluído em 2024, obrigou à criação de uma ilha artificial e prevê um túnel atravessado por oito faixas de rodagem, único no mundo. A ponte vai crescer um pouco mais a norte daquela que é a maior travessia marítima do mundo, inaugurada em Outubro e que custou cerca de dois mil milhões de euros, que liga já a província de Guangdong, através de Zhuhai, Macau e Hong Kong. Mar de oportunidades No início do ano, foi anunciada uma outra travessia entre as duas infraestruturas. As autoridades tornaram público o relançamento de um plano para ligar as duas zonas económicas especiais chinesas de Zhuhai e Shenzhen que, além da travessia automóvel, vai garantir uma linha ferroviária de alta velocidade. Ainda em Zhongshan, está localizado um centro de operações da Mingyang Smart Energy, uma fabricante de turbinas eólicas e fornecedora de soluções integradas de energia limpa que ocupa o 37.º lugar entre as 500 maiores empresas mundiais de novas energias e o primeiro lugar no ‘ranking’ de inovação eólica em alto mar. Este é mais um exemplo dado pelas autoridades chinesas para legitimar a ideia de que é compatível o compromisso de viragem ambiental no país e o desenvolvimento da economia, tanto mais porque a empresa é responsável por uma receita anual na ordem dos 12,7 mil milhões de euros. As autoridades chinesas continuam a enfatizar indicadores gerais do desempenho económico da região e do sucesso empresarial num mercado de grande escala que vai resistindo à guerra comercial com os Estados Unidos. Em Cantão, aquela que é o quinto fabricante de automóveis da China, o Guangzhou Automobile Group, fez questão de destacar a sua aposta na produção de carros eléctricos, em sublinhar as suas parcerias internacionais e o investimento na inovação tecnológica para crescer no mercado mundial, tendo apresentado no último ano fiscal um lucro na ordem dos 1,5 mil milhões de euros, empregando quase 100 mil funcionários. Inspiração para a abertura Na terça-feira, no primeiro dos três dias de visita, uma responsável local pela comissão de promoção da Grande Baía expressou a vontade de Cantão “aprender” com Macau e Hong Kong a desenvolver a economia num “mercado aberto”, um desejo para aquela que é ‘somente’ a quarta maior cidade chinesa, com uma população com cerca de 15 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de 290 mil milhões de euros, a registar um crescimento a rondar os 7 por cento na primeira metade deste ano. No final da visita, o vice-director-geral do Departamento de Publicidade e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, Yin Rutao, coincidiu na análise sobre uma das mais-valias do território junto das outras economias que integram o projecto regional: a experiência enquanto economia assente num mercado livre. A escala da Grande Baía, que junta Hong Kong, Macau e nove cidades chinesas (Cantão, Dongguan, Foshan, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai), é sempre caracterizada pelos analistas como impressionante: tem um PIB de 1,2 biliões de euros, maior que o da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20, e uma população de 70 milhões, superior a nações como França, Reino Unido ou Itália. Ao largo A produção industrial da China cresceu em Agosto ao ritmo mais baixo desde 2002, segundo dados oficias divulgados ontem, acompanhando a tendência registada com outros indicadores económicos, numa altura em que Pequim e Washington travam uma guerra comercial. Os dados do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês revelam que a produção industrial aumentou 4,4 por cento, face ao mesmo mês do ano passado, depois de, em Julho, ter subido 4,8 por cento, também em termos homólogos. Trata-se do menor crescimento homólogo desde Fevereiro de 2002, quando subiu 2,7 por cento, uma tendência que se tem vindo a verificar desde o início do ano. A produção industrial é utilizada pelas estatísticas chinesas para medir a actividade das grandes empresas, com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan. O crescimento homólogo das vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, fixou-se em 7,5 por cento, depois de ter crescido 7,6 por cento, em Julho. A economia chinesa cresceu 6,2 por cento, no segundo trimestre deste ano, o ritmo mais lento em quase três décadas, mas dentro da meta definida pelo Governo chinês, e quase o dobro do crescimento mundial.