China | Mulher do ex-presidente da Interpol pede asilo a França

[dropcap]A[/dropcap] mulher do ex-presidente da Interpol o chinês Meng Hongwei, detido na China por corrupção depois de desaparecer de forma misteriosa quando viajava para Pequim em Setembro, vai pedir asilo a França porque se sente ameaçada.

“Preciso que o Governo francês me proteja, me ajude, a mim e aos meus filhos”, disse sexta-feira a esposa de Meng, em declarações à France Info.

Explicou que está “com medo de ser sequestrada”, que recebeu “telefonemas estranhos” e que foi seguida por um casal de chineses até ao hotel onde está hospedada.

Nas imagens de vídeo-vigilância do hotel, vê-se um homem e uma mulher a entrar e a pedirem o número do quarto da esposa de Meng Hongwei com a desculpa – falsa – de que tinham um compromisso. Pouco depois, o mesmo homem é visto a correr atrás do carro da mulher de Meng para fotografar a matrícula.

Por isso, a mulher do antigo presidente da Interpol diz que vai formalizar o pedido de asilo junto do escritório francês para a protecção de refugiados apátridas.

Em parte incerta

Meng era vice-ministro de Segurança Pública da China quando foi eleito presidente da Interpol, em 2016, perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China no passado dia 25 de Setembro.

Depois de vários dias de silêncio sem que a família recebesse notícias de Meng e face à pressão internacional, a Comissão Nacional de Supervisão da China confirmou a detenção.

De acordo com o Ministério de Segurança Pública da China, a investigação a Meng foi aberta depois de as autoridades chinesas terem dito que detectaram que ele aceitou um suborno e violou a lei estadual com um comportamento que causou “sérios danos” ao partido e à segurança nacional.

Em 21 de Novembro, a Assembleia Geral da Interpol decidiu substituir Meng pelo sul-coreano Kim Jong Yang.
A organização policial internacional tinha recebido no dia 7 de Outubro uma carta de renúncia e uma comunicação de Pequim informando que Meng não seria o delegado da China naquele organismo.

21 Jan 2019

Universidade de Oxford suspende financiamentos da Huawei

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Oxford anunciou sexta-feira a suspensão de bolsas de investigação e financiamentos provenientes da Huawei, perante as crescentes preocupações de segurança sobre o grupo chinês de telecomunicações.

Em comunicado, a Universidade de Oxford, uma das mais importantes instituições de ensino do Reino Unido, indica que decidiu, em 8 de Janeiro, que “não vai procurar novas oportunidades de financiamento” com a Huawei ou com empresas relacionadas.

A decisão, que se aplica tanto ao financiamento de contratos de investigação como a doações filantrópicas, foi tomada “à luz das preocupações do público levantadas nos últimos meses” em torno das parcerias do Reino Unido com a empresa.

O comunicado da Universidade refere que dois projectos de investigação existentes no valor de 692.000 libras vão continuar.

“Esperamos que estes assuntos possam ser resolvidos em breve e observamos a própria vontade da Huawei em tranquilizar os governos sobre o seu papel e as actividades”, salienta o comunicado.

Por seu turno, o grupo chinês de telecomunicações Huawei disse que “não foi informado desta decisão” e aguarda a explicação completa da Universidade.

Sob suspeita

O secretário de defesa do Reino Unido e o seu responsável pelos serviços de informação expressaram preocupações no mês passado sobre o envolvimento da Huawei no lançamento de redes 5G no país.

A Huawei esteve sob investigação pelo Congresso dos Estados Unidos, que num relatório de 2012 considerou que a empresa tem uma relação próxima com o Partido Comunista Chinês, e que facilita a espionagem chinesa.

Fundada em 1987, por Ren Zhenfei, um ex-engenheiro das forças armadas chinesas, a Huawei é hoje o maior fabricante global de equipamentos de rede.

As redes sem fios 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.

Na semana passada, a agência de contra espionagem da Polónia deteve o director de vendas da Huawei, por suspeitas de espionagem, depois de, no mês passado, a directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, ter sido detida em Vancouver, a pedido das autoridades dos Estados Unidos.

21 Jan 2019

Visita de membros do partido de Bolsonaro à China gera polémica

[dropcap]M[/dropcap]embros do Partido Social Liberal (PSL), do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, viajaram para a China para tomarem conhecimento sobre tecnologias de reconhecimento facial, o que está a provocar polémica nas redes sociais.

A controvérsia prende-se com as relações do Estado brasileiro com a China, o primeiro parceiro comercial do país sul-americano, acusado durante a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro de querer “comprar o Brasil”.
A polémica surgiu no seio da extrema-direita brasileira.

Daniel Silveira, membro do PSL, publicou na noite de quinta-feira um vídeo no qual diz ter sido convidado pelo Governo chinês, a par de outros membros parlamentares, para se familiarizar com técnicas de reconhecimento facial, com o objectivo de as “aplicar no Brasil”.

Olavo de Carvalho, um escritor brasileiro que vive exilado nos Estados Unidos da América, apresentado como o guru de Jair Bolsonaro, e que é responsável pela indicação de dois ministros do actual Governo, foi o primeiro a tecer críticas à viagem à China.

Segundo a agência France-Presse, o escritor descreveu os membros parlamentares em causa como “camponeses”, “palhaços”, “semianalfabetos” e “idiotas”.

“Vocês estão a cometer uma loucura, vocês estão a entregar o Brasil para a China (…). O Executivo vai deixar essas pessoas entregarem o Brasil para o sistema chinês dessa maneira?” questionou Olavo de Carvalho.
Também os apoiantes do Presidente brasileiro usaram a internet para criticar a viagem dos deputados ao país.

21 Jan 2019

Camboja condena medidas sobre o arroz impostas pela UE

[dropcap]O[/dropcap] Governo do Camboja acusou a União Europeia (UE) de violar as regras do comércio internacional, depois de Bruxelas ter anunciado que vai re-introduzir direitos de importação sobre o arroz proveniente daquele país e do Myanmar.

A decisão tomada na quarta-feira pela Comissão Europeia tem como pano de fundo a protecção dos produtores europeus, uma medida solicitada por vários Estados-membros, entre os quais Portugal, e entra em vigor já esta semana.

Contudo, o Ministério do Comércio do Camboja defende que a medida não está em conformidade com as regras do comércio internacional, nem reflecte uma boa cooperação entre o Camboja e a UE, tratando-se de “uma arma que matará” os produtores cambojanos endividados.

“A decisão de introduzir medidas proteccionistas (…) vai privar os agricultores dos seus rendimentos e vai forçá-los à morte”, condenou o ministério, em comunicado. Neste sentido, o país asiático pediu às autoridades europeias para reverem a decisão que descreveu como “injustificável” e assegurou que está a estudar a legalidade da mesma.

O Camboja e Myanmar (antiga Birmânia) são beneficiários do regime de comércio “Tudo Menos Armas” da UE, que concede unilateralmente acesso ao seu mercado, com isenção de direitos aduaneiros e sem limites quantitativos, aos países menos avançados do mundo (excepto para armas e munições).

O pedido inicial de instituição de medidas de salvaguarda sobre as importações de arroz foi apresentado por Itália há quase um ano, em Fevereiro de 2018, com o apoio de todos os outros Estados-membros produtores de arroz: Portugal, Espanha, França, Grécia, Hungria, Roménia e Bulgária.

18 Jan 2019

Deputado cabo-verdiano critica qualidade de materiais chineses usados em furos

[dropcap]O[/dropcap] deputado cabo-verdiano Damião Medina, do MdP, partido no poder no país, afirmou ontem, no parlamento, que os materiais chineses usados para equipar furos no concelho do Porto Novo, ilha de São Antão, são de má qualidade.

“Furos foram equipados nas vésperas das campanhas eleitorais em Porto Novo, foram mal dimensionados, material de má qualidade, atrevemos até dizer material chinês, que hoje estamos a resolver. Essas são as intervenções que vocês fizeram durante esses 15 anos”, disse o deputado do Movimento para a Democracia (MpD), eleito pelo círculo eleitoral da ilha de Santo Antão.

O deputado fazia referência às obras realizadas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), agora na oposição, após perder as eleições em 2016, depois de 15 anos no poder.

Damião Medina fazia uma intervenção no debate com o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, no arranque da sessão plenária de Janeiro no parlamento cabo-verdiano, precisamente num edifício construído e reabilitado pela China.

Em resposta, o deputado do PAICV Carlos Delgado pediu um pronunciamento do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, relativamente às declarações de Damião Medina, o que não chegou a acontecer.

“Gostaria de ouvir o pronunciamento do presidente sobre essa afirmação infeliz do deputado, que acusou gravemente um país, que é a China, que tem uma cooperação histórica com este país”, afirmou Carlos Delgado, eleito também pelo círculo eleitoral de Santo Antão.

Damião Medina voltou a intervir, dizendo que o seu colega não o vai colocar em problemas com a China. “Reconheço o que a China tem feito pelo país e não é o caso que referencia”, esclareceu.

A China é um dos principais parceiros de Cabo Verde, em relações diplomáticas estabelecidas em 1976, um ano após a independência do país africano.

Além da Assembleia Nacional, a China construiu vários outros edifícios emblemáticos em Cabo Verde, como a Biblioteca e o Auditório nacionais, a primeira barragem no país, e tem apoiado outros projectos e instituições no arquipélago.

17 Jan 2019

Pyongyang pede assinatura de tratado de paz antes de segunda cimeira com Trump

[dropcap]A[/dropcap] imprensa norte-coreana pediu ontem a assinatura do tratado de paz inter-coreano, numa altura em que é esperado nos Estados Unidos um alto dirigente norte-coreano, no âmbito da preparação de uma segunda cimeira bilateral.

“Transformar a península coreana numa zona de paz consistente é o caminho básico para iniciar uma era dourada de paz, prosperidade e reunificação”, afirmou, no editorial, o jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.

A Guerra da Coreia (1950-53), que teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz, pelo que os dois países continuam tecnicamente em guerra.

“Só quando transformarmos a península numa zona de paz duradoura e consistente é que o nosso povo poderá desfrutar de uma vida pacífica e estável”, referiu.

O artigo é publicado pouco antes da chegada à Washington de Kim Yong-chol, que já se devia ter reunido com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Novembro, em Nova Iorque.

Desde a primeira cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura, em Junho de 2018, na qual os líderes concordaram em trabalhar para a “desnuclearização completa da península coreana”, poucos progressos têm sido feitos.

O tratado de paz, exigido pelo líder norte-coreano para dar início à desnuclearização, continua a depender do ‘sinal verde’ dos Estados Unidos, país do qual Pyongyang espera também “medidas proporcionais” para avançar com o processo.

Sobre a Coreia do Norte continua a pesar um forte regime de sanções económicas, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, que tem estrangulado a economia do regime.

17 Jan 2019

China avisa EUA de que fará “o que for necessário” para reunificar Taiwan

[dropcap]A[/dropcap] China advertiu hoje os Estados Unidos de que vai fazer “o que for necessário” para salvaguardar a “reunificação nacional” e a sua integridade territorial, durante uma reunião entre altas patentes militares dos dois países, em Pequim.

Num diálogo com o almirante John Richardson, Chefe de Operações Navais da Marinha dos EUA, o general chinês Li Zuocheng, que chefia o Departamento de Estado-Maior Conjunto da Comissão Militar Central, reiterou que Taiwan é um “assunto interno” da China e que Pequim “não permitirá interferências do exterior”.

“Se alguém tentar separar Taiwan da China, o exército chinês irá fazer o que for necessário para salvaguardar a reunificação nacional e a soberania e integridade territorial da China”, afirmou Li, citado hoje num comunicado do ministério chinês da Defesa.

A advertência de Pequim surge após vários senadores e congressistas norte-americanos terem demonstrado o seu apoio a Taiwan, face à recusa do Presidente chinês, Xi Jinping, em renunciar ao uso da força para reunificar Taiwan com a China.

Num discurso proferido no início deste ano, Xi propôs a Taiwan a reunificação sob o princípio “Um País, Dois Sistemas”, que é aplicado na governação de Macau e Hong Kong, mas que foi imediatamente rejeitado pela presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Pequim considera Taiwan uma província chinesa, e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência. Taiwan, ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente em 1949, assume-se como República da China, e funciona como uma entidade política soberana.

Para conseguir a reunificação, um objectivo reiterado em numerosas ocasiões por Xi, o presidente chinês disse: “Nós não prometemos renunciar ao uso da força e reservamo-nos a opção de tomar todas as medidas necessárias”.

Também citado pelo ministério chinês da Defesa, Richardson afirmou que os EUA estão “dispostos” a trabalhar com a China para fortalecer o intercâmbio de alto nível entre os dois exércitos, a fim de “melhorar a compreensão mútua e reduzir mal-entendidos”.

Nos últimos anos, Washington aprovou várias leis favoráveis a Taiwan, incluindo elevar o nível de contactos oficiais, acelerar a venda de armas para a ilha e intensificar os contactos militares.

E em 2018, pela primeira vez, os EUA criticaram os países que recentemente romperam laços diplomáticos com Taiwan e passaram a reconhecer Pequim como o governo legítimo de toda a China.

16 Jan 2019

Pequim responde a Otava com alerta aos seus cidadãos em visita ao Canadá

[dropcap]A[/dropcap] China alertou ontem os seus cidadãos para os riscos de visitarem o Canadá, numa retaliação por um comunicado semelhante difundido por Otava, após um tribunal chinês ter condenado um canadiano à pena de morte.

“Recentemente, cidadãos chineses no Canadá foram arbitrariamente detidos por exigência de países terceiros”, lembra o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros e a Embaixada da China em Otava, recomendando aos seus cidadãos que avaliem bem os riscos associados a visitarem aquele país.

Trata-se de uma referência implícita à detenção de Meng Wanzhou, directora financeira do grupo chinês das telecomunicações Huawei. Meng foi detida em Vancouver a pedido dos Estados Unidos, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Após terem ameaçado o Canadá com “graves consequências”, caso não libertasse Meng, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte, ambos acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”, e anunciaram a repetição do julgamento de Robert Lloyd Schellenberg, um canadiano condenado, em 2016, a 15 anos de prisão por tráfico de droga.

Na segunda-feira, a repetição do julgamento de Schellenberg ditou a sua condenação à pena de morte. Na sequência deste caso, o Canadá passou a avisar os seus cidadãos em visita à China para que tenham um “alto grau” de cautela devido ao “risco de aplicação arbitrária das leis locais”.

16 Jan 2019

Brexit | Japão pede à UE e a Londres menor impacto possível na economia global

[dropcap]O[/dropcap] Governo japonês pediu ao Reino Unido e à União Europeia (UE) que tentem minimizar o possível impacto do ‘Brexit’ na economia global, horas depois do parlamento britânico ter chumbado o acordo negociado entre as duas partes.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do governo nipónico reiterou a preocupação com que Tóquio “observa de perto” a chamada “crise do ‘Brexit’” [saída do Reino Unido da UE], agravada pela decisão tomada ontem pelo parlamento britânico.

O Japão “pediu repetidamente a ambas as partes para incluir os princípios de previsibilidade e estabilidade jurídica no processo de saída, com o objectivo de minimizar o impacto negativo sobre as empresas japonesas, sediadas no país, e sobre a economia global”, disse Yoshihide Suga.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, transmitiu este pedido à homóloga britânica, Theresa May, numa cimeira bilateral realizada na semana passada durante uma visita ao Reino Unido.

O governo japonês “vai continuar a seguir os passos dados por ambas as partes e a oferecer assistência às empresas japonesas sediadas no Reino Unido”, sublinhou Suga.

Com mais de mil empresas, que empregam cerca de 150 mil pessoas, o Japão é o segundo maior investidor estrangeiro no Reino Unido depois dos Estados Unidos, pelo que Tóquio exigiu de Londres garantias de que estas empresas não serão prejudicadas durante o período de transição.

Ontem o Parlamento britânico rejeitou o acordo de saída do Reino Unido da UE negociado pelo Governo de Theresa May com Bruxelas, por 432 votos contra e apenas 202 a favor.

A dois meses e meio da data prevista para a saída britânica da UE, os deputados da Câmara dos Comuns rejeitaram o acordo de saída, apesar do último apelo feito pela primeira-ministra, imediatamente antes da votação, contra “a incerteza” que a rejeição do texto provocaria.

16 Jan 2019

Espionagem militar dos EUA está preocupada com crescente poderio militar da China

[dropcap]U[/dropcap]ma nova avaliação dos serviços de informações militares dos EUA realçou as preocupações norte-americanas com o crescente poderio militar da China, sublinhando as preocupações com a sua capacidade de atacar Taiwan e ganhar.

Um dos principais dirigentes da espionagem militar norte-americana adiantou que uma das preocupações centrais é com a actualização chinesa do seu equipamento e tecnologias militares, bem como com as alterações no treino e deslocação de tropas. Estas novidades tornaram os dirigentes de Pequim mais confiantes nas suas capacidades de ganhar um conflito regional.

Os líderes de Pequim têm tornado claro que a afirmação da sua soberania sobre Taiwan é a sua principal prioridade. Este dirigente adiantou que a China pode facilmente disparar mísseis sobre Taiwan, mas que precisa de mais trabalho antes de conseguir invadir esta ilha com sucesso.

A agência de informações do Pentágono (DIA, na sigla em Inglês) divulgou um relatório sobre a China e o dirigente falou sob anonimato para explicar as conclusões do documento.

16 Jan 2019

China oferece equipamentos hospitalares e medicamentos a São Tomé e Príncipe

[dropcap]A[/dropcap] China doou ao principal hospital de São Tomé e Príncipe equipamentos, medicamentos e consumíveis, avaliados em mais de 130 mil euros (cerca de 1,2 milhões de patacas), disse o embaixador deste país na capital são-tomense, Wang Wei.

“O Governo da China fez uma doação de equipamentos e medicamentos para os hospitais deste país irmão”, disse o diplomata, sublinhando que o apoio surge após as autoridades chinesas terem notado que “nos últimos tempos tem havido uma falta de medicamentos e equipamentos”.

“Gostaríamos, com a nossa doação modesta, contribuir um pouco para ajudar este país amigo a superar essa dificuldade”, acrescentou Wang Wei, recordando que esta é a terceira entrega de medicamentos que o seu país faz a São Tomé e Príncipe nos últimos dois anos.

O ministro da Saúde são-tomense, Edgar Neves, manifestou “os maiores agradecimentos” ao Governo da República Popular da China “cuja história de apoio e de cooperação com São Tomé e Príncipe data de muitos anos”.

Edgar Neves classificou esta oferta em medicamentos como a “manifestação clara da longa amizade do povo chinês para com o povo de São Tomé e Príncipe ao nível dos diferentes governos”, sublinhando que o donativo “vai ajudar” o Serviço Nacional de Saúde são-tomense, “cujas carências são grandes”.

16 Jan 2019

Ligação Lisboa-Pequim por Xi’an operada “em breve” em ‘codeshare’ com TAP

[dropcap]A[/dropcap] ligação Lisboa-Pequim, com passagem por Xi’an, vai iniciar-se “dentro em breve”, previsivelmente “em Fevereiro ou Março”, através de ‘codeshare’, informou o presidente do Conselho de Administração do Grupo TAP, Miguel Frasquilho.

Num encontro promovido pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), em Lisboa, o ‘chairman’ lembrou o fim recente da ligação entre as capitais portuguesa e chinesa, o que poderá alterar a “evolução favorável” de turistas chineses até Outubro em Portugal.

Depois de contextualizar que os turistas chineses lideram a lista de quem mais gasta em Portugal, o responsável informou sobre o retomar da ligação entre Portugal e China, mas desta feita com uma escala em Xi’an e em regime de ‘codeshare’ ( partilha de venda de bilhetes entre companhias aéreas) pela TAP, numa operação da Beijing Capital Airlines.

O responsável indicou que a TAP neste processo é “parceiro passivo” e que as informações que a empresa recebeu é que a “configuração anterior [voo directo entre Lisboa e Pequim] não seria rentável”.

Em outubro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, no sul da China, afirmava esperar que a companhia aérea chinesa Capital Airlines retomasse o voo entre Pequim e Lisboa, suspenso naquele mês, admitindo que a esta se juntem outras ligações. “Espero que as dificuldades passem e que a ligação aérea possa ser retomada”, afirmou Augusto Santos Silva à agência Lusa.

A Capital Airlines suspendeu, em outubro, o voo direCto entre Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, lançado em 26 de Julho de 2017, com três frequências por semana.

A empresa é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, que enfrenta uma grave crise de liquidez, depois de ter fechado o ano passado com uma dívida de 598 mil milhões de yuan.

Contactada pela Lusa, na altura em que anunciou a suspensão do voo, a Capital Airlines recusou detalhar os motivos para a suspensão, referindo apenas “razões operacionais”. Santos Silva lembrou que existe uma “necessidade real” para a ligação, referindo a taxa de ocupação média superior a 80%. “É a prova de que existe procura e que o voo vem responder a uma necessidade real”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de uma outra ligação, depois de a Capital Airlines ter pedido autorização às autoridades da China para iniciar um voo directo entre Xi’an, noroeste do país asiático, e Lisboa, Santos Silva mostrou-se favorável, mas sublinhou que a ligação à capital chinesa é “muito importante”.

“Não temos nada a objectar, evidentemente, a que haja outras ligações aéreas, e quanto mais melhor, mas a ligação Pequim-Lisboa é muito importante, e esses foram os termos da iniciativa em que resultou o lançamento do voo”, lembrou.

Em 2017, o número de chineses que visitaram Portugal cresceu 40,7%, para 256.735. No mesmo período, os turistas chineses gastaram, no total, 130 milhões de euros.

16 Jan 2019

Missão chinesa faz brotar semente de algodão na Lua

[dropcap]A[/dropcap] missão espacial chinesa conseguiu fazer brotar uma semente de algodão na lua, informou ontem a imprensa estatal, num feito inédito, alcançado pelo Chang’e 4, a primeira sonda a aterrar do lado oculto da Lua.

Segundo uma equipa de cientistas da Universidade de Chongqing, sudoeste da China, trata-se da primeira “mini experiência” na biosfera realizada com sucesso por um satélite.

A sonda Chang’e 4, que é o nome da deusa chinesa da Lua, pousou na Lua, em 3 de Janeiro, e levou sementes de algodão, colza, batata, ovos de mosca da fruta e algumas leveduras, visando criar uma “mini biosfera simples”, segundo a agência oficial chinesa Xinhua.

As imagens enviadas pelo Chang’e 4 mostram uma semente de algodão a brotar. Não é um feito simples: as temperaturas na superfície lunar podem exceder os 100 graus Celsius, durante o dia, e 100 negativos, durante a noite, para além de maior radiação solar e uma gravidade menor do que na terra.

Citado pelo jornal South China Morning Post, o cientista chinês Xie Gengxin, encarregue pela experiência, afirmou que a sua equipa desenhou um recipiente capaz de manter a temperatura entre 1 e 30 graus, permitindo a entrada de luz natural, água e nutrientes.

O fabrico do referido dispositivo, um cilindro de alumínio com 18 cm de altura e 16 de diâmetro, e que pesa 3 quilos, custou mais de 10 milhões de yuan.

As primeiras plantas a germinar no espaço foram flores zínias, na Estação Espacial Internacional, em 2016.
A China anunciou na terça-feira a sua intenção de continuar a expandir o seu programa de exploração do espaço, com o objectivo de colectar amostras na Lua, durante este ano, e em Marte, em 2020.

16 Jan 2019

China condena “comentários irresponsáveis” após julgar canadiano à pena de morte

[dropcap]A[/dropcap] China pediu hoje ao Canadá que pare com “comentários irresponsáveis”, após o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, ter classificado de “arbitrária” a condenação à pena de morte de um canadiano, por tráfico de droga, no país asiático.

A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, descreveu como um “erro” as declarações de Trudeau, que acusou ainda Pequim de usar o seu sistema judicial para pressionar o Canadá, no âmbito da detenção de Meng Wanzhou, directora financeira do grupo chinês das telecomunicações Huawei. Hua apelou a Otava que respeite a legislação da China.

Um tribunal da província de Liaoning, nordeste da China, condenou à pena de morte o canadiano Robert Lloyd Schellenberg, por tráfico de droga, depois de, no final do mês passado, ter ordenado a repetição do seu julgamento. Schellenberg foi detido há mais de quatro anos e inicialmente condenado a 15 anos de prisão, em 2016, pelo Tribunal Popular de Dalian.

No entanto, um mês após a detenção no Canadá de Meng Wanzhou, o Tribunal Popular Superior da província de Liaoning considerou a pena “incorrecta” e ordenou a repetição do julgamento. O mesmo tribunal agendou o julgamento para segunda-feira, com apenas quatro dias de aviso prévio, e, num único dia ditou a pena de morte.

O tribunal revelou durante o julgamento que Schellenberg tentou transportar 222 quilos de metanfetaminas de Dalian para a Austrália. “É extremamente preocupante para nós, enquanto governo, como deveria ser para todos os nossos amigos e aliados, que a China tenha optado por começar a aplicar arbitrariamente a pena de morte”, afirmou Trudeau.

O Canadá passou, entretanto, a avisar os seus cidadãos em visita à China para que tenham um “alto grau” de cautela devido ao “risco de aplicação arbitrária das leis locais”.

15 Jan 2019

Canadá pede “muita precaução” aos canadianos que viajam para a China

[dropcap]O[/dropcap] Governo canadiano pediu na segunda-feira “muita precaução” aos cidadãos que viajam para a China, perante o “risco de aplicação arbitrária da lei”, depois de um canadiano ter sido condenado à morte naquele país.

No mesmo dia em que a justiça chinesa anunciou ter condenado à pena capital um homem canadiano, pelo crime de tráfico de droga, Otava reviu a classificação de risco em viajar para o gigante asiático, elevando para o segundo nível, numa escala de quatro. Os cidadãos canadianos devem ter “alto nível de precaução na China, devido ao risco de aplicação arbitrária das leis locais”, lê-se no ‘site’ oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano.

A advertência de Otava surge após a China ter decidido aplicar a pena de morte a um cidadão canadiano, julgado e condenado naquele país por tráfico de droga, uma decisão descrita pelo primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau como “arbitrária e muito preocupante”.

“É extremamente preocupante para nós, como Governo, como deveria ser para todos os nossos amigos e aliados internacionais, que a China tenha escolhido começar a aplicar arbitrariamente a pena de morte”, disse Trudeau.

Inicialmente, Robert Lloyd Schellenberg, de 36 anos, foi condenado a uma pena de prisão de 15 anos, mas, no seguimento de um recurso, a justiça chinesa considerou que a sentença era muito branda.

A imprensa chinesa divulgou o caso de Robert Lloyd Schellenberg em Dezembro passado, depois do Canadá ter detido, no início desse mesmo mês, a directora financeira e filha do fundador da empresa chinesa de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos.

Meng Wanzhou seria posteriormente libertada, sob fiança, por um tribunal canadiano. Desde o início de Dezembro, as autoridades chinesas detiveram pelo menos outros 13 cidadãos canadianos, numa aparente manobra de retaliação pela detenção da “número dois” da Huawei.

15 Jan 2019

Pelo menos um morto em ataque com faca no sudeste da China

[dropcap]U[/dropcap]m ataque com faca a um grupo de pedestres, em Fuzhou, no sudeste da China, fez pelo menos um morto e dezanove feridos, informou hoje a televisão estatal chinesa CGTN. O ataque ocorreu às 21h30 de segunda-feira na capital da província de Fujian. O suspeito, um homem de 48 anos, está em fuga, após se ter atirado a um rio, na sequência do ataque.

Um dos feridos está em estado grave e os restantes estão a receber tratamento médico e encontram-se fora de perigo. As primeiras investigações indicam que o suspeito discutiu com a ex-mulher antes de perpetuar o ataque, indicou a CGTN.

Estes incidentes na China são normalmente protagonizados por pessoas com problemas psicológicos ou ressentimentos com a sociedade.

Na semana passada, vinte crianças ficaram feridas num ataque perpetrado por um homem numa escola primária em Pequim.

Em Abril passado, um homem armado com uma faca matou sete estudantes e feriu 19, quando os jovens regressavam a casa, no norte do país.

A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que os ataques são geralmente feitos com facas, explosivos de fabrico artesanal ou por atropelamento.

15 Jan 2019

Tribunal chinês condena canadiano à morte num caso de contrabando de drogas

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal chinês anunciou ontem que condenou à morte um homem de nacionalidade canadiana num caso de contrabando de drogas. O tribunal de Dalian, na província de Liaoning, no nordeste do país, identificou o condenado como Robert Lloyd Schellenberg.

Robert Lloyd Schellenberg foi preso em 2014 e inicialmente condenado a 15 anos de prisão em 2016, sob a acusação de envolvimento no contrabando de drogas. No mês passado, um tribunal de apelação concordou com os procuradores que alegaram que a sentença havia sido muito branda.

Esta sentença foi anunciada depois de a China ter detido vários cidadãos canadianos em Dezembro, em aparente retaliação à prisão de uma executiva chinesa da área de tecnologia no Canadá.

O Canadá deteve Meng Wanzhou, directora-financeira da gigante de telecomunicações chinesa Huawei, a 1 de Dezembro, a pedido dos Estados Unidos, aumentando as tensões entre os canadianos e a China.

As autoridades dos EUA pediram ao Canadá que detivesse a executiva chinesa por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis. Meng Wanzhou foi, entretanto, libertada sob fiança por um tribunal canadiano.

As autoridades chinesas detiveram 13 cidadãos do Canadá desde o início de Dezembro. Três casos de canadianos presos na China foram, entretanto, tornados públicos: Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário com ligações à Coreia do Norte, ambos acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”, e Sarah McIver, professora que, entretanto, foi libertada e regressou ao Canadá.

Kovrig e Spavor continuam presos e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, já apelaram à China para os libertar.

Canadá “extremamente preocupado”

O primeiro-ministro do Canadá afirmou estar “extremamente preocupado” perante o facto de a China ter decidido aplicar “de forma arbitrária” a pena de morte a um cidadão canadiano, julgado e condenado naquele país por tráfico de droga.

“É extremamente preocupante para nós, como governo, como deveria ser para todos os nossos amigos e aliados internacionais, que a China tenha escolhido começar a aplicar arbitrariamente a pena de morte, como neste caso que envolve um canadiano”, disse Justin Trudeau.

“Continuaremos a estar presentes para defender os interesses de todos os canadianos (…) sujeitos à pena de morte”, indicou Trudeau, reforçando que “todos os países no mundo” deviam estar igualmente preocupados com a conduta de Pequim, cujo sistema judiciário opta por agir de forma arbitrária e sem respeitar práticas de longa data relacionadas com a imunidade diplomática.

Citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), um antigo embaixador do Canadá na China, Guy Saint-Jacques, admitiu a possibilidade de as autoridades chinesas terem interrogado o antigo diplomata Michael Kovrig sobre o período em que este viveu no território chinês, o que representaria uma violação da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.

O antigo embaixador frisou a existência da imunidade diplomática residual, que significa que um país não tem permissão para questionar alguém sobre o trabalho que desenvolveu enquanto diplomata.

Estes casos suscitaram uma crise diplomática entre Pequim e Otava. A declaração proferida hoje por Trudeau está a ser considerada como a crítica mais forte de Otava às autoridades chinesas desde o início desta crise, segundo as agências internacionais.

15 Jan 2019

Elevados níveis de poluição do ar fazem soar alarmes na Ásia

[dropcap]O[/dropcap]s elevados níveis de poluição atmosférica estão a aumentar o alarme na Ásia, levando Banguecoque a distribuir máscaras e preparar chuvas artificiais para limpar o ar poluído e Seul a reduzir a circulação automóvel e a produção industrial.

“Admito que estas são soluções temporárias, mas temos de fazer isto. Outras medidas de longo prazo também serão implementadas”, referiu ontem o general da polícia de Banguecoque, Aswin Kwanmuang, numa reunião do exército, polícia do departamento de controlo da poluição.

Uma nuvem de ‘smog’, uma combinação de poeira de construção, poluição automóvel e outros poluentes, permanece nos últimos dias sobre Banguecoque devido aos padrões climáticos predominantes, levando a qualidade do ar a níveis prejudiciais.

O departamento tailandês de controlo da poluição indicou que estão a ser distribuídas cerca de 10.000 máscaras, pulverizadas águas para ajudar a assentar poeira e ainda um reforço do controlo de quando os camiões podem usar as ruas da cidade.

Cerca de metade dos elevados níveis de PM 2,5, partículas minúsculas que podem obstruir os pulmões, foi devido às emissões de gasóleo, explicou aquele departamento.

O departamento de produção real de chuva e aviação agrícola afirmou estar a preparar dois aviões para criar chuvas artificiais entre terça e sexta-feira, se as condições forem adequadas.

O problema da poluição do ar na Tailândia tende a aumentar e a diminuir em parte dependendo da época do ano.

Pralong Dumrongthai, chefe do departamento tailandês de controlo da poluição, disse que as soluções de longo prazo incluiriam a mudança para o uso de veículos eléctricos e gasolina de melhor qualidade, acrescentando que os padrões climáticos indicam que Banguecoque pode permanecer com má qualidade do ar até três meses.

Mais do mesmo

Também em Seul, capital da Coreia do Sul, registou-se um nível recorde de poluição atmosférica, após o índice PM 2.5 atingir 188 microgramas por metro cúbico, segundo dados recolhidos por estações de medição na capital sul-coreana.

Este volume é o mais alto registado na cidade desde que as medições começaram em 2015, excedendo o recorde anterior (99 microgramas registados em 25 de março do ano passado) e mais do que sete vezes o nível de 25 microgramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a agência de notícias Yonhap, a poluição forçou o governo metropolitano a activar o protocolo por níveis prejudiciais, o que obrigou metade dos carros registados em Seul a não circularem, enquanto o Ministério do Meio Ambiente instruiu as fábricas termoeléctricas localizadas perto de Seul a reduzir sua produção para 80%.

O governo indiano anunciou no domingo um programa de cinco anos para reduzir a poluição do ar em até 30% em relação aos níveis de 2017 nas 102 cidades mais afectadas do país.

Os principais objectivos incluem a redução da queima de resíduos de campo, lenha e carvão, a limpeza da energia térmica e emissões de automóveis e a produção de tijolos, altamente poluente, e controlo da poeira da construção.

15 Jan 2019

China | Homem julgado por poligamia após manter casamentos com três mulheres vizinhas

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal no leste da China julgou ontem por poligamia um agente imobiliário que se casou com três mulheres, em três anos, e conseguiu que morassem a menos de um quilómetro umas das outras.

O homem, de 36 anos e natural da província de Henan, centro do país, vivia na cidade de Kunshan, em Jiangsu, e duas das três mulheres foram anteriormente suas clientes.

Identificado pelo tribunal como Zhang, o homem casou com a primeira mulher em Kunshan, em 2015. O segundo casamento foi na sua cidade natal, em Henan, e o terceiro na cidade natal da mulher, na província de Anhui.

O crime não foi imediatamente descoberto porque as autoridades dos Assuntos Civis destas províncias não partilham do mesmo banco de dados, segundo a imprensa de Jiangsu.

Zhang ganhava o equivalente a vários milhares de euros por mês e sustentava todas as suas três “famílias”, segundo relatos da imprensa.

Ele arranjou forma de as três esposas viverem num raio de cerca de um quilómetro e conseguia passar tempo com as três, enquanto fingia viajar em trabalho.

Durante três anos, Zhang conseguiu segurar os três relacionamentos, uma situação que o deixou “cansado”, admitiu em tribunal.

“Eu gostava dele porque ele era um homem de palavra: cuidava bem do seu negócio e era muito carinhoso e cuidava de mim onde quer que eu fosse”, afirmou a sua segunda esposa, identificada pelo tribunal como Chen.

A terceira esposa disse que o homem lhe ligava e enviava mensagens frequentemente.

Princípio do fim

Mas o esquema de Zhang começou a desmoronar-se em março de 2017, quando a sua segunda esposa encontrou mensagens íntimas entre ele e outra mulher.

Quando ele lhe disse que ia viajar em negócios, ela seguiu-o até um complexo residencial vizinho e apanhou-o com a primeira esposa.

Numa outra ocasião, Chen notou que Zhang estava constantemente a rejeitar uma chamada. Ela memorizou o número e entrou mais tarde em contacto, descobrindo que o destinatário era a terceira mulher, grávida de um filho de Zhang.

A primeira esposa divorciou-se de Zhang. As outras duas denunciaram-no à polícia, em Março do ano passado.

Em Novembro, Zhang foi acusado de poligamia, uma ofensa criminal na China punível com até dois anos de prisão.

Zhang alegou em tribunal não saber que manter vários casamentos constituía crime.
“Vou viver com quem me perdoar e me receber depois de cumprir a minha pena”, disse.

15 Jan 2019

Encontrada caixa negra que regista o áudio da cabine do avião que caiu na Indonésia

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades indonésias anunciaram ontem que localizaram a caixa negra que registra que regista o áudio da cabine do avião da Lion Air, que caiu na Indonésia em Outubro, matando 189 pessoas.

“Recebemos a confirmação esta manhã do presidente do Comité Nacional de Segurança nos Transportes”, disse o vice-ministro do Mar, Ridwan Djamaluddin, aos jornalistas.

Restos humanos também foram descobertos no mesmo local onde as equipas de investigação encontraram o equipamento que regista o áudio na cabine, acrescentou Djamaluddin. Se caixa negra que registra as conversações entre os pilotos não estiver danificada, poderá fornecer informações adicionais valiosas para os investigadores.

Uma das caixas negras, a que colige os dados do voo, foi encontrada pouco depois do acidente que mostrou que o indicador de velocidade do avião havia apresentado defeitos nos últimos quatro voos do avião da Lion Air antes de este cair no Mar de Java.

O director do Comité Nacional de Segurança nos Transportes, Soerjanto Tjahjono, indicara já que os sensores do Boeing 737 MAX 8 que calculam o ângulo de ataque registaram uma diferença de 20 graus entre os dois lados do avião durante o voo anterior ao do acidente, entre Denpasar e Jacarta.

O ângulo de ataque de um avião é o ângulo que se forma entre a asa e a direcção do ar que incide sobre esta e é um parâmetro que influencia a capacidade do avião em se manter no ar. O voo JT610 da companhia Lion Air caiu no mar 13 minutos depois de descolar de Jacarta com destino a uma ilha vizinha e logo após o piloto pedir para regressar ao aeroporto na capital indonésia, no dia 29 de Outubro.

14 Jan 2019

Desmoronamento em mina de carvão na China causa 21 mortos

[dropcap]O[/dropcap] número de vítimas mortais após a derrocada do tecto numa mina de carvão na província de Shaanxi, no noroeste da China, subiu de 19 para 21, informaram autoridades citadas pela agência de notícias Xinhua.

As equipas de resgate encontraram os corpos dos dois mineiros que permaneciam presos no subsolo. O acidente aconteceu na tarde de sábado na mina de carvão de Lijiagou, na cidade de Shenmu, explorada pela empresa Baiji Mining Co., Ltd.

Naquele momento, 87 pessoas estavam a trabalhar no subsolo. As autoridades indicaram que foi aberta uma investigação para apurar a causa do acidente.

14 Jan 2019

Crescimento do comércio externo chinês recua em período de disputas com EUA

[dropcap]O[/dropcap] ritmo de crescimento do comércio externo da China desacelerou, em 2018, coincidindo com outros indicadores negativos da economia chinesa, numa altura de crescentes disputas comerciais com Washington e de queda na procura global.

Segundo dados das alfândegas da China hoje divulgados, as exportações subiram 7,1%, depois de terem aumentado 7,9%, em 2017. As importações avançaram 12,9%, após um aumento de 15,9%, no ano anterior.

A desaceleração pressiona Pequim a resolver as disputas comerciais com os Estados Unidos, suscitadas pelas ambições do país asiático para o sector tecnológico.

O ritmo de crescimento das exportações da China para os EUA não recuaram até ao final de 2018, apesar de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter aumentado as taxas alfandegárias sobre cerca de metade das importações oriundas da China. Analistas consideram, no entanto, que as encomendas devem cair drasticamente a partir deste ano.

14 Jan 2019

Companhia aérea vendeu por erro bilhetes de Portugal para Hong Kong por cerca de mil dólares

[dropcap]A[/dropcap] companhia aérea de Hong Kong Cathay Pacific vendeu voos entre Portugal e a região administrativa especial, em primeira classe, por cerca de mil dólares, repetindo um erro de sistema que já tinha acontecido há duas semanas. A escala do voo era em Londres.

“Estamos à procura da causa deste incidente tanto interna como externamente com os nossos vendedores”, disse um porta-voz da empresa ao jornal da China. Os clientes que conseguiram esta tarifa – cerca de dez vezes abaixo do normal – são “um número muito pequeno de pessoas”, afirmou a mesma fonte.

Na noite de Ano Novo, dezenas de viajantes também compraram bilhetes a preços muito baixos entre o Vietname e a América do Norte.

A empresa teve um ano de 2018 difícil, com perdas de 33 milhões de dólares no primeiro semestre, já que enfrenta uma concorrência cada vez maior das empresas chinesas, com preços agressivos.

A Cathay também foi vítima de um gigantesco caso de violação de dados, admitindo no final de Outubro que 9,4 milhões de passageiros foram atingidos. Os piratas informáticos acederam a dados pessoais, como datas de nascimento, números de telefone e passaportes.

14 Jan 2019

Huawei | Despedido funcionário detido na Polónia por espionagem

[dropcap]O[/dropcap] gigante de telecomunicações Huawei despediu o seu funcionário chinês detido na Polónia por suspeita espionagem, num comunicado citado pelo Global Times.

O grupo explicou que “decidiu rescindir imediatamente o contrato com Wang Weijing” uma vez que “este incidente teve efeitos nefastos sobre a reputação mundial da Huawei” e disse que respeita as leis dos países em que opera.

“A Huawei sempre respeitou as leis e regulamentos em vigor no país onde está localizada (…) e exige que todos os funcionários cumpram as leis e regulamentos do país”, afirmou o grupo chinês, no comunicado, em que acrescentou que Wang Weijing foi preso por “motivos pessoais”, sem mais detalhes.

Segundo informações prestadas na sexta-feira pelas autoridades polacas, um empresário chinês e um outro polaco, ambos funcionários de “uma grande empresa de electrónica”, foram detidos, na terça-feira, por acusação de espionagem a favor do governo chinês, podendo enfrentar uma pena até dez anos de prisão.

Os média polacos e chineses apontaram então os dois empresários como sendo funcionários da Huawei.
Uma fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou a “grande preocupação” com este caso e diz que já pediu ao governo polaco um “tratamento justo, de acordo com a lei, e a protecção efectiva” do empresário.

14 Jan 2019