China | Inteligência Artificial ajuda a prevenir 700 suicídios em ano e meio

Um programa desenvolvido por um académico chinês ajudou a salvar a vida a 700 pessoas que contemplaram a hipótese de suicídio. Através da análise de publicações no Weibo, o software conecta grupos de voluntários a pessoas que podem estar à beira da morte

 
[dropcap]N[/dropcap]ão consigo continuar assim. Vou desistir.” Estas palavras de Li Fan, um estudante de 21 anos, escritas no Weibo, lançaram um alerta entre dois continentes que acabaria por salvar a vida ao jovem.
Pouco depois da publicação, Li Fan perdeu a consciência. Mas a ajuda estava a caminho, quase instantaneamente. O estudante viu-se entre a espada e a parede, com dívidas acumuladas, a meio de uma desavença com a mãe e a sofrer de depressão profunda.
Porém, a cerca de 8 mil quilómetros de distância da Universidade de Nanjing, onde Li se encontrava, a publicação era analisada por um software instalado num computador situado em Amesterdão. As palavras sinalizadas meteram em acção uma equipa de voluntários em várias zonas da China. Como não conseguiram, à distância, chegar à fala com o estudante, alertaram as autoridades que acabariam por salvar a vida a Li Fan.
A história de sucesso do estudante da Universidade de Nanjing teve como protagonistas uma equipa de salvamento constituída por voluntários (Tree Hole Rescue Team) e Huang Zhisheng, um académico especialista em Inteligência Artificial da Free Universidade de Amesterdão.
Huang desenvolveu o software que em 18 meses ajudou a salvar quase 700 pessoas na China, com o apoio de 600 voluntários.
“Se hesitarmos por um segundo, podemos perder muitas vidas. Todas as semanas salvamos cerca de 10 pessoas”, comentou Huang Zhisheng, citado pela BBC News.

Primeiro episódio

No dia 29 de Abril de 2018, aconteceu a primeira operação de salvamento. Tao Yue, estudante universitária com 22 anos de idade e natural da província nortenha de Shandong escreveu no Weibo que estava a pensar cometer suicídio dois dias depois. Uma equipa de voluntários da Academia Chinesa de Ciências reagiu ao alerta dado pelo software. Peng Ling estava entre os que procuraram contactar Tao Yue. Em declarações à BBC News, Peng recorda que encontraram o número de telefone através de um amigo da estudante, e contactaram a universidade. “Enviei-lhe uma mensagem antes de ir dormir a dizer que podia encontrar-me com ela. Ela adicionou-me no WeChat e, gradualmente, foi acalmando”, revela a voluntária.
O contacto manter-se-ia, depois da primeira abordagem. “Desde então, tenho falado sempre com ela, pergunto-lhe se tem comido. Uma vez por semana, encomendamos através da internet flores para ela”, conta Peng.
Depois deste primeiro caso de sucesso, a equipa salvou um homem que tentou saltar de uma ponte e uma mulher que estava à beira do suicídio depois de ter sido abusada sexualmente.
“Para conseguir salvar alguém é preciso sorte e experiência”, refere Li Hong, uma psicóloga baseada em Pequim envolvida no projecto há cerca de um ano. Um dos episódios marcantes para a terapeuta aconteceu em Chengdu, quando acompanhada por uma equipa de salvamento correram oito hotéis em busca de uma mulher em apuros e que tinha reservado um quarto de hotel na histórica cidade da província de Sichuan.
“Todos os recepcionistas disseram que não conheciam a mulher em causa. Mas um deles hesitou por um momento e presumimos que esse deveria ser o hotel onde estava hospedada”, revelou a psicóloga.

Como funciona

Um programa que corre na linguagem de Java monitoriza vários “tree holes”, buracos na árvore, no Weibo e analisa publicações na popular rede social. “Buraco na árvore” é uma expressão chinesa que designa um sítio na internet onde são publicados posts secretos para serem lidos por outras pessoas. A expressão vem de um conto irlandês sobre um homem que faz todas as suas confidências para dentro do tronco de uma árvore.
Um exemplo disso foi a publicação que Zou Fan, uma estudante de 23 anos, escreveu no Weibo em 2012 antes de cometer suicídio. Depois da sua morte, dezenas de milhar de outros internautas comentaram a publicação, principalmente partilhando também os seus problemas. A publicação original tornou-se ela própria num “buraco na árvore”.
Uma vez identificada uma publicação pelo software, o programa analisa o conteúdo segundo um ranking de perigosidade que vai de 1 a 10. Uma mensagem pontuada com 9 significa que a tentativa de suicídio poderá estar para breve, enquanto o sinal 10 sinaliza que a tentativa já poderá estar em curso. Na eventualidade de sinais mais severos de perigosidade, a equipa de voluntários contacta directamente a polícia, ou amigos e familiares da pessoa em causa.
Quando a publicação é sinalizada com 6, ou menos que 6, que corresponde apenas a palavras negativas, normalmente os voluntários não intervêm.
Um dos problemas com que a equipa de voluntários se depara frequentemente, entre familiares mais velhos da pessoa que precisa de ajuda, é a ideia de que a depressão não é um problema grave.
O programa detectou uma publicação reveladora de um caso que retrata a falta de sensibilização para os problemas psicológicos. O post em questão era de uma mulher e dizia: “Vou matar-me no Ano Novo”. A mensagem levou a equipa de voluntários a contactar a mãe da internauta, que respondeu com desdém. “A minha filha está muito feliz. Como se atrevem a dizer que ela está a planear matar-se?”, questionou indignada a mãe. Mesmo depois da equipa de voluntários ter mostrado as provas da depressão de que a filha sofria, a mãe não levou as mensagens a sério. Só depois da polícia ter conseguido evitar que a jovem se atirasse do topo de um edifício é que mudou de ideias.

Caminho longo

Apesar dos casos em que o programa deu bons resultados, Huang reconhece as limitações do projecto. “Uma vez que o Weibo limita o uso da plataforma para impedir bots e rastreadores de web, só conseguimos analisar cerca de 3.000 publicações por dia”, acrescentou o académico que desenvolver o software. “A única coisa que podemos fazer é focar-nos nos casos mais urgentes na esperança de salvarmos, em média, entre uma a duas pessoas por dia”, adianta o académico.
O trabalho não termina depois do salvamento. Aliás, é aí que começa o caminho para a recuperação, o que requer um compromisso a longo prazo. Nesse aspecto, a psicóloga que faz parte da equipa de voluntários revela que, de momento, acompanha oito pessoas salvas. “A maior parte do meu tempo é ocupado pelas pessoas que salvamos. Por vezes é muito cansativo”, conta Li. “Assim que me mandam uma mensagem, preciso responder imediatamente”, acrescenta.
Além da ajuda online, há casos que requerem acompanhamento presencial, até porque as ideias suicidas podem voltar.
Peng Ling, uma das voluntárias ouvidas pela BBC News deu como exemplo uma jovem que “apesar de parecer cada vez melhor”, depois do salvamento, acabou por cometer suicídio. “Ela até me disse que iria fazer uns retratos na sexta-feira”, conta a voluntária. Dias depois a mulher foi encontrada morta. “Foi um grande choque para nós, ver que uma pessoa com quem falamos há algum tempo de repente já não está ali.”

Visão global

A Organização Mundial de Saúde (OMS) deu conta, no passado mês de Setembro, que todos os anos cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio, um número alarmante se pensarmos que isso corresponde a uma morte a cada 40 segundos.
No relatório publicado um dia antes do Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, a OMS explica que entre 2010 e 2016, a taxa global caiu 9,8 por cento, com quedas que vão de 19,6 por cento na região do Pacífico Ocidental a 4,2 por cento no Sudeste Asiático. A região das Américas, onde o acesso a armas de fogo é um significativo meio de suicídio, segundo a OMS, é a única que registou aumento (6 por cento).
O relatório aponta ainda para a probabilidade de um homem cometer suicídio ser quase o dobro de uma mulher, 13,7 por 100.000 entre homens e 7,5 por 100.000 entre mulheres. Os únicos países nos quais a taxa de suicídio entre mulheres é maior que a dos homens são Bangladesh, China, Lesoto, Marrocos e Myanmar.
No geral, pouco mais da metade de todas as pessoas que cometem suicídio têm menos de 45 anos. O suicídio é a segunda principal causa de morte na faixa etária entre os 15 e 24 anos, depois dos acidentes de viação. Os principais meios para o suicídio são enforcamento, envenenamento com pesticidas e uso de armas de fogo.
 
Com agências 

11 Nov 2019

Hong Kong | Estudante que sofreu queda a fugir de gás da Polícia declarado morto

[dropcap]O[/dropcap] estudante de Hong Kong que sofreu uma queda em altura, nas primeiras horas de Segunda-feira, quando tentava fugir do gás pimenta utilizada pela Polícia de Hong Kong foi declarado morto esta manhã, por volta das 08h09. Nos últimos dias, os média de Hong Kong já tinham avançado que o jovem estava em morte cerebral, mas o óbito foi apenas confirmado esta manhã, o que faz do aluno de 22 anos a primeira vítima directa das manifestações.

O acidente tinha acontecido na passagem de Domingo para Segunda-feira, quando o estudante caiu de um terceiro andar para o segundo, num parque de estacionamento privado. Apesar do alerta ter sido dado rapidamente, as equipas de salvamento só chegaram mais de 20 minutos depois.

A entidade gestora do espaço onde aconteceu a morte afirma que as imagens de videovigilância não captaram o momento da queda e o que terá estado na origem do acidente. A Polícia de Hong Kong já negou que o ocorrido se tenha ficado a dever à intervenção dos seus agentes.

Desde o acidente que o jovem estava internado no Hospital Queen Elizabeth, tendo sido alvo de duas operações ao cérebro. Contudo, os resultados mostraram-se sempre limitados e o aluno de 22 anos acabou mesmo por ser declarado morto na manhã de hoje.

 

 

8 Nov 2019

Hong Kong | Estudante que sofreu queda a fugir de gás da Polícia declarado morto

[dropcap]O[/dropcap] estudante de Hong Kong que sofreu uma queda em altura, nas primeiras horas de Segunda-feira, quando tentava fugir do gás pimenta utilizada pela Polícia de Hong Kong foi declarado morto esta manhã, por volta das 08h09. Nos últimos dias, os média de Hong Kong já tinham avançado que o jovem estava em morte cerebral, mas o óbito foi apenas confirmado esta manhã, o que faz do aluno de 22 anos a primeira vítima directa das manifestações.
O acidente tinha acontecido na passagem de Domingo para Segunda-feira, quando o estudante caiu de um terceiro andar para o segundo, num parque de estacionamento privado. Apesar do alerta ter sido dado rapidamente, as equipas de salvamento só chegaram mais de 20 minutos depois.
A entidade gestora do espaço onde aconteceu a morte afirma que as imagens de videovigilância não captaram o momento da queda e o que terá estado na origem do acidente. A Polícia de Hong Kong já negou que o ocorrido se tenha ficado a dever à intervenção dos seus agentes.
Desde o acidente que o jovem estava internado no Hospital Queen Elizabeth, tendo sido alvo de duas operações ao cérebro. Contudo, os resultados mostraram-se sempre limitados e o aluno de 22 anos acabou mesmo por ser declarado morto na manhã de hoje.
 
 

8 Nov 2019

Comércio | Anunciado acordo com EUA para redução gradual de taxas

As negociações entre as duas nações para acabar com a guerra comercial tiveram esta semana um desfecho positivo

 

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou ontem que concordou com os Estados Unidos reduzir “progressivamente” as taxas alfandegárias adicionais sobre bens importados um do outro, à medida que os dois países avançarem nas negociações por um acordo comercial.

“Os principais negociadores dos dois países (…) concordaram em reduzir gradualmente as taxas adicionais, à medida que houver progressos na negociação por um acordo final”, afirmou Gao Feng, porta-voz do ministério chinês do Comércio.

A anulação parcial das taxas é uma condição para a realização de um acordo definitivo, disse Gao.
O porta-voz considerou que os responsáveis pelas negociações da China e dos Estados Unidos chegaram a um “consenso” após conversas “extensas, construtivas e sérias”, ao longo das últimas semanas.

“Se a China e os Estados Unidos chegarem a um acordo nesta ‘primeira fase’, os dois lados deverão eliminar as taxas em simultâneo e na mesma proporção”, acrescentou.

As delegações esperam resolver o conflito “com base na igualdade e no respeito mútuo”, disse.
Em 26 de outubro, o Governo chinês confirmou o progresso das negociações por um acordo parcial e assegurou que as consultas técnicas sobre o texto já tinham sido concluídas.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, descreveu o pacto como uma “primeira fase” num processo que pode ser partido em até três etapas e suspendeu os seus planos de aumentar as taxas sobre várias importações oriundas do país asiático.

A China comprometeu-se a aumentar as compras de produtos agrícolas dos EUA para um valor entre 40.000 e 50.000 milhões de dólares.

Impacto global

Nenhum dos países publicou detalhes sobre o acordo até agora, mas Trump disse que inclui várias medidas para evitar desvalorizações da moeda chinesa e proteger a propriedade intelectual de empresas norte-americanas, embora não aborde a transferência forçada de tecnologia na China, uma questão que discutirá “na segunda fase”.

O acordo também não envolve a interdição à venda de tecnologia norte-americana ao grupo chinês de telecomunicações Huawei.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem alertado para o impacto na economia global das disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo e reduziu as previsões de crescimento para os EUA e para a China em 2018 e 2019.

Os governos dos dois países impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de euros de bens importados um do outro, numa guerra comercial que começou no Verão do ano passado.

8 Nov 2019

Comércio | Anunciado acordo com EUA para redução gradual de taxas

As negociações entre as duas nações para acabar com a guerra comercial tiveram esta semana um desfecho positivo

 
[dropcap]A[/dropcap] China anunciou ontem que concordou com os Estados Unidos reduzir “progressivamente” as taxas alfandegárias adicionais sobre bens importados um do outro, à medida que os dois países avançarem nas negociações por um acordo comercial.
“Os principais negociadores dos dois países (…) concordaram em reduzir gradualmente as taxas adicionais, à medida que houver progressos na negociação por um acordo final”, afirmou Gao Feng, porta-voz do ministério chinês do Comércio.
A anulação parcial das taxas é uma condição para a realização de um acordo definitivo, disse Gao.
O porta-voz considerou que os responsáveis pelas negociações da China e dos Estados Unidos chegaram a um “consenso” após conversas “extensas, construtivas e sérias”, ao longo das últimas semanas.
“Se a China e os Estados Unidos chegarem a um acordo nesta ‘primeira fase’, os dois lados deverão eliminar as taxas em simultâneo e na mesma proporção”, acrescentou.
As delegações esperam resolver o conflito “com base na igualdade e no respeito mútuo”, disse.
Em 26 de outubro, o Governo chinês confirmou o progresso das negociações por um acordo parcial e assegurou que as consultas técnicas sobre o texto já tinham sido concluídas.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, descreveu o pacto como uma “primeira fase” num processo que pode ser partido em até três etapas e suspendeu os seus planos de aumentar as taxas sobre várias importações oriundas do país asiático.
A China comprometeu-se a aumentar as compras de produtos agrícolas dos EUA para um valor entre 40.000 e 50.000 milhões de dólares.

Impacto global

Nenhum dos países publicou detalhes sobre o acordo até agora, mas Trump disse que inclui várias medidas para evitar desvalorizações da moeda chinesa e proteger a propriedade intelectual de empresas norte-americanas, embora não aborde a transferência forçada de tecnologia na China, uma questão que discutirá “na segunda fase”.
O acordo também não envolve a interdição à venda de tecnologia norte-americana ao grupo chinês de telecomunicações Huawei.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem alertado para o impacto na economia global das disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo e reduziu as previsões de crescimento para os EUA e para a China em 2018 e 2019.
Os governos dos dois países impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de euros de bens importados um do outro, numa guerra comercial que começou no Verão do ano passado.

8 Nov 2019

Tailândia | Intrigas e extravagância marcam reinado de Maha Vajiralongkorn

Apenas seis meses volvidos da coroação, o Rei Maha Vajiralongkorn montou uma corte onde os escândalos têm sido permanentes. A extravagante conduta do monarca tailandês contrasta com a respeitosa veneração que mereceu o reinado do seu pai. À medida que Maha Vajiralongkorn intensifica a sua autoridade, surgem detalhes shakespearianos, como o afastamento político da sua irmã e de uma concubina. A dissidência política permanece tabu

 

[dropcap]A[/dropcap] Tailândia continua a ser palco de instabilidade política. Além dos problemas de direitos humanos resultantes do Governo da junta militar, outro foco de inconstância recai na figura do novo rei, Maha Vajiralongkorn, coroado há cerca de meio ano. O monarca ascendeu ao trono depois da morte do pai, o Rei Bhumibol Adulyadej, que era à altura que faleceu o chefe-estado com maior longevidade no poder em todo o mundo.

Entretanto, apesar de coroação ter acontecido em Maio deste ano, Maha Vajiralongkorn já conta com três anos nas rédeas do poder na Tailândia, período de tempo em que não têm faltado controvérsias na sua corte. Assim que foi coroado, o monarca afastou assistente atrás de assistente, procurando demonstrar a sua autoridade. Porém, não se ficando pela purga de cariz meramente político, têm vindo a público, nomeadamente na Gazeta Oficial, detalhes extravagantes de membros da corte.

Um dos casos mais falados foi o afastamento de uma espécie de concubina oficial do rei, acusada de tentar minar a posição da Rainha e da nação, o que levou à retirada de todos os títulos reais apenas três meses depois de ter aceite a posição.

No passado dia 21 de Outubro, a Gazeta Real do Governo tailandês publicou a retirada dos títulos nobiliárquicos a Sineenat Wongvajirapakdi uma “parceira” que se presume ter assumido o papel de concubinato. A publicação acusou-a de ingratidão e de conspirar contra a Rainha Suthida Vajiralongkorn Na Ayudhya, a quarta esposa do Rei.

O comunicado oficial referia que a conduta de Sineenat “causou discórdia entre o pessoal do Palácio Real”. Licenciada em enfermagem, Sineenat assumiu o seu cargo oficial, que é separado do papel de esposa, apenas durante algumas semanas. Importa referir que este tipo de título não é usado na Tailândia desde que a monarquia absoluta e a poligamia foram abolidas há mais de oito décadas.

O título foi-lhe atribuído no dia de aniversário do Rei, 28 de Julho. Passados alguns dias, o Departamento da Casa Real publicou fotos dos dois, incluindo imagens de Sineenat aos comandos de um avião enquanto vestia um soutien com um padrão militar, e outra em que a concubina aparecia a acariciar um cão, vestida com um macacão de pele preta.

As senhoras que se seguem

Dois dias depois da retirada dos títulos de Sineenat, outros membros da corte, incluindo um representante sénior do Rei em diversas cerimónias, uma enfermeira e uma médica veterinária da divisão real canina foram despedidos. A justificação para o afastamento foi terem incorrido em “condutas severamente malignas no uso da posição que ocupam para procurar benefícios próprios”.

Importa referir que o Rei tem vários poodles, um deles distinguido com a posição militar de Marechal Chefe da Força Aérea. Um mordomo de primeira foi também afastado por incorrer em “actos severamente imorais” que, alegadamente, incluíram um aborto forçado de uma amante.

Na última semana, continuando a purga de elementos próximos da corte real, quatro pessoas foram removidas da corte, duas delas descritas como auxiliares de aposentos, devido a “condutas extremamente malignas”.

O mesmo tipo de vocabulário foi usado na semana passada para descrever os actos de quatro pessoas. Duas delas acusadas de adultério, algo que foi descrito como “uma ofensa aos princípios do pessoal da casa real”.

Tamara Loos, que dirige o departamento de história da Universidade de Cornell, especialista em assuntos tradicionais da monarquia tailandesa aponta o quão inusitados são estes casos, em especial na forma como são tornados públicos. “Nunca imaginaria ver este tipo de linguagem a ser usado numa gazeta governamental. É ao estilo de um tabloide”, disse, citada pelo The New York Times.

Mundos de distância

Os detalhes extravagantes das purgas palacianas desde que o Rei Maha Vajiralongkorn foi coroado marcam um profundo contraste com o reinado do pai. Durante décadas, o monarca falecido há três anos, não saiu da Tailândia e visitou frequentemente arrozais e fábricas, onde era fotografado com os trabalhadores.

Por seu turno, o Rei Maha Vajiralongkorn passa grande parte do seu tempo na Alemanha e quebrou a tradição da monarquia tailandesa de comungar com os seus mais humildes súbditos.

No ano passado, o Rei Maha Vajiralongkorn assumiu a supervisão do Departamento das Propriedades Reais, cuja fortuna estima-se superior a 30 mil milhões de dólares, o que faz do monarca um dos mais ricos do mundo.

Ainda no capítulo da originalidade no modo de liderar, o monarca esmagou a carreira política da irmã mais velha, em Fevereiro último, categorizando a intenção desta se candidatar ao cargo de primeira-ministra como “altamente inapropriada”.

No mês passado, Maha Vajiralongkorn ordenou que duas unidades de infantaria em Banguecoque fossem transferidas do seu normal comando militar para a corte real. “Este tipo de controlo directo é algo que não era visto desde o fim da monarquia absoluta em 1932 e contrasta com a forma de governar, mais nos bastidores, do seu pai”, refere a Tamara Loos citada pelo The New York Times.

Silenciar dissidência

É frequente que em algumas designações oficiais o Rei seja tratado como “o senhor sagrado que reina por cima das nossas cabeças”.

Importa destacar que a Tailândia tem legislação fortemente punitiva contra quem critica a família real. Os infractores habilitam-se a penas que podem ir até aos 15 anos de prisão por cada crime de lesa-majestade. Devido ao facto de as queixas poderem ser apresentadas por qualquer pessoa, não apenas pelas autoridades policiais, grupos de defesa dos direitos humanos dizem que a lei, que deveria apenas proteger a monarquia, serve para suprimir a dissidência política.

Como tal, não é de estranhar que a maioria dos académicos e comentadores políticos se tenham abstido de comentar a campanha de afastamentos registada na Gazeta Real. Aliás, a acusação de ataques à liberdade de expressão não é de agora. A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou as autoridades tailandesas de, ao longo de cinco anos de regime militar, terem perseguido vozes críticas para se manterem no poder.

No relatório “‘Falar é perigoso’: Criminalização da liberdade de expressão pacífica na Tailândia”, divulgado em Nova Iorque, a HRW defende que a comunidade internacional deve pressionar a Tailândia para proteger os direitos de expressão e reunião e reformar as leis que penalizam o discurso pacífico para alinhá-las com os padrões internacionais.

O documento, de 136 páginas, revela o uso e abuso de um conjunto de leis e ordens amplas e vagamente formuladas para criminalizar a liberdade de expressão feita de forma pacífica, incluindo debates sobre assuntos de interesse público, e fornece ainda recomendações específicas para a revogação ou alteração dessas leis.

Centrando-se em grande parte no período entre o golpe militar em Maio de 2014 e as eleições nacionais em Março deste ano, a HRW documentou o uso pelo Governo tailandês de leis e ordens repressivas contra activistas pró-democracia, políticos da oposição, críticos da junta militar que governa o país e cidadãos comuns.

“Os cinco anos após o golpe militar da Tailândia foram marcados por intensa repressão governamental de discursos e assembleias pacíficas e pouco mudou sob o novo Governo”, explicou Linda Lakhdhir, consultora jurídica da Human Rights Watch na Ásia e autora do relatório.

“O Governo precisa de parar de processar os seus críticos e dissidentes, o que apenas ridiculariza as alegações de que o regime democrático foi restaurado”, acrescentou Lakhdhir.

Embora a junta militar tenha realizado eleições em Março deste ano, o novo Governo ainda é liderado pelo primeiro-ministro, Prayut Chan-ocha, e os críticos pacíficos continuam a enfrentar detenções e processos sob muitas das mesmas leis e ordens usadas pelo Governo militar, segundo a Human Rights Watch.

O relatório baseou-se em entrevistas com advogados, jornalistas, estudantes, activistas, membros de organizações não-governamentais e indivíduos e os seus familiares processados por emitirem discursos ou participarem em assembleias.

Com agências 

8 Nov 2019

Tailândia | Intrigas e extravagância marcam reinado de Maha Vajiralongkorn

Apenas seis meses volvidos da coroação, o Rei Maha Vajiralongkorn montou uma corte onde os escândalos têm sido permanentes. A extravagante conduta do monarca tailandês contrasta com a respeitosa veneração que mereceu o reinado do seu pai. À medida que Maha Vajiralongkorn intensifica a sua autoridade, surgem detalhes shakespearianos, como o afastamento político da sua irmã e de uma concubina. A dissidência política permanece tabu

 
[dropcap]A[/dropcap] Tailândia continua a ser palco de instabilidade política. Além dos problemas de direitos humanos resultantes do Governo da junta militar, outro foco de inconstância recai na figura do novo rei, Maha Vajiralongkorn, coroado há cerca de meio ano. O monarca ascendeu ao trono depois da morte do pai, o Rei Bhumibol Adulyadej, que era à altura que faleceu o chefe-estado com maior longevidade no poder em todo o mundo.
Entretanto, apesar de coroação ter acontecido em Maio deste ano, Maha Vajiralongkorn já conta com três anos nas rédeas do poder na Tailândia, período de tempo em que não têm faltado controvérsias na sua corte. Assim que foi coroado, o monarca afastou assistente atrás de assistente, procurando demonstrar a sua autoridade. Porém, não se ficando pela purga de cariz meramente político, têm vindo a público, nomeadamente na Gazeta Oficial, detalhes extravagantes de membros da corte.
Um dos casos mais falados foi o afastamento de uma espécie de concubina oficial do rei, acusada de tentar minar a posição da Rainha e da nação, o que levou à retirada de todos os títulos reais apenas três meses depois de ter aceite a posição.
No passado dia 21 de Outubro, a Gazeta Real do Governo tailandês publicou a retirada dos títulos nobiliárquicos a Sineenat Wongvajirapakdi uma “parceira” que se presume ter assumido o papel de concubinato. A publicação acusou-a de ingratidão e de conspirar contra a Rainha Suthida Vajiralongkorn Na Ayudhya, a quarta esposa do Rei.
O comunicado oficial referia que a conduta de Sineenat “causou discórdia entre o pessoal do Palácio Real”. Licenciada em enfermagem, Sineenat assumiu o seu cargo oficial, que é separado do papel de esposa, apenas durante algumas semanas. Importa referir que este tipo de título não é usado na Tailândia desde que a monarquia absoluta e a poligamia foram abolidas há mais de oito décadas.
O título foi-lhe atribuído no dia de aniversário do Rei, 28 de Julho. Passados alguns dias, o Departamento da Casa Real publicou fotos dos dois, incluindo imagens de Sineenat aos comandos de um avião enquanto vestia um soutien com um padrão militar, e outra em que a concubina aparecia a acariciar um cão, vestida com um macacão de pele preta.

As senhoras que se seguem

Dois dias depois da retirada dos títulos de Sineenat, outros membros da corte, incluindo um representante sénior do Rei em diversas cerimónias, uma enfermeira e uma médica veterinária da divisão real canina foram despedidos. A justificação para o afastamento foi terem incorrido em “condutas severamente malignas no uso da posição que ocupam para procurar benefícios próprios”.
Importa referir que o Rei tem vários poodles, um deles distinguido com a posição militar de Marechal Chefe da Força Aérea. Um mordomo de primeira foi também afastado por incorrer em “actos severamente imorais” que, alegadamente, incluíram um aborto forçado de uma amante.
Na última semana, continuando a purga de elementos próximos da corte real, quatro pessoas foram removidas da corte, duas delas descritas como auxiliares de aposentos, devido a “condutas extremamente malignas”.
O mesmo tipo de vocabulário foi usado na semana passada para descrever os actos de quatro pessoas. Duas delas acusadas de adultério, algo que foi descrito como “uma ofensa aos princípios do pessoal da casa real”.
Tamara Loos, que dirige o departamento de história da Universidade de Cornell, especialista em assuntos tradicionais da monarquia tailandesa aponta o quão inusitados são estes casos, em especial na forma como são tornados públicos. “Nunca imaginaria ver este tipo de linguagem a ser usado numa gazeta governamental. É ao estilo de um tabloide”, disse, citada pelo The New York Times.

Mundos de distância

Os detalhes extravagantes das purgas palacianas desde que o Rei Maha Vajiralongkorn foi coroado marcam um profundo contraste com o reinado do pai. Durante décadas, o monarca falecido há três anos, não saiu da Tailândia e visitou frequentemente arrozais e fábricas, onde era fotografado com os trabalhadores.
Por seu turno, o Rei Maha Vajiralongkorn passa grande parte do seu tempo na Alemanha e quebrou a tradição da monarquia tailandesa de comungar com os seus mais humildes súbditos.
No ano passado, o Rei Maha Vajiralongkorn assumiu a supervisão do Departamento das Propriedades Reais, cuja fortuna estima-se superior a 30 mil milhões de dólares, o que faz do monarca um dos mais ricos do mundo.
Ainda no capítulo da originalidade no modo de liderar, o monarca esmagou a carreira política da irmã mais velha, em Fevereiro último, categorizando a intenção desta se candidatar ao cargo de primeira-ministra como “altamente inapropriada”.
No mês passado, Maha Vajiralongkorn ordenou que duas unidades de infantaria em Banguecoque fossem transferidas do seu normal comando militar para a corte real. “Este tipo de controlo directo é algo que não era visto desde o fim da monarquia absoluta em 1932 e contrasta com a forma de governar, mais nos bastidores, do seu pai”, refere a Tamara Loos citada pelo The New York Times.

Silenciar dissidência

É frequente que em algumas designações oficiais o Rei seja tratado como “o senhor sagrado que reina por cima das nossas cabeças”.
Importa destacar que a Tailândia tem legislação fortemente punitiva contra quem critica a família real. Os infractores habilitam-se a penas que podem ir até aos 15 anos de prisão por cada crime de lesa-majestade. Devido ao facto de as queixas poderem ser apresentadas por qualquer pessoa, não apenas pelas autoridades policiais, grupos de defesa dos direitos humanos dizem que a lei, que deveria apenas proteger a monarquia, serve para suprimir a dissidência política.
Como tal, não é de estranhar que a maioria dos académicos e comentadores políticos se tenham abstido de comentar a campanha de afastamentos registada na Gazeta Real. Aliás, a acusação de ataques à liberdade de expressão não é de agora. A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou as autoridades tailandesas de, ao longo de cinco anos de regime militar, terem perseguido vozes críticas para se manterem no poder.
No relatório “‘Falar é perigoso’: Criminalização da liberdade de expressão pacífica na Tailândia”, divulgado em Nova Iorque, a HRW defende que a comunidade internacional deve pressionar a Tailândia para proteger os direitos de expressão e reunião e reformar as leis que penalizam o discurso pacífico para alinhá-las com os padrões internacionais.
O documento, de 136 páginas, revela o uso e abuso de um conjunto de leis e ordens amplas e vagamente formuladas para criminalizar a liberdade de expressão feita de forma pacífica, incluindo debates sobre assuntos de interesse público, e fornece ainda recomendações específicas para a revogação ou alteração dessas leis.
Centrando-se em grande parte no período entre o golpe militar em Maio de 2014 e as eleições nacionais em Março deste ano, a HRW documentou o uso pelo Governo tailandês de leis e ordens repressivas contra activistas pró-democracia, políticos da oposição, críticos da junta militar que governa o país e cidadãos comuns.
“Os cinco anos após o golpe militar da Tailândia foram marcados por intensa repressão governamental de discursos e assembleias pacíficas e pouco mudou sob o novo Governo”, explicou Linda Lakhdhir, consultora jurídica da Human Rights Watch na Ásia e autora do relatório.
“O Governo precisa de parar de processar os seus críticos e dissidentes, o que apenas ridiculariza as alegações de que o regime democrático foi restaurado”, acrescentou Lakhdhir.
Embora a junta militar tenha realizado eleições em Março deste ano, o novo Governo ainda é liderado pelo primeiro-ministro, Prayut Chan-ocha, e os críticos pacíficos continuam a enfrentar detenções e processos sob muitas das mesmas leis e ordens usadas pelo Governo militar, segundo a Human Rights Watch.
O relatório baseou-se em entrevistas com advogados, jornalistas, estudantes, activistas, membros de organizações não-governamentais e indivíduos e os seus familiares processados por emitirem discursos ou participarem em assembleias.
Com agências 

8 Nov 2019

Isabel dos Santos diz que Governo chinês deve fomentar visibilidade dos produtos africanos

[dropcap]A[/dropcap] empresária angolana Isabel dos Santos defendeu esta quarta-feira que as autoridades chinesas devem convencer as grandes plataformas de comércio online a dar mais visibilidade aos produtos africanos e exigiu um tratamento justo para os produtos deste continente.

“Precisamos do apoio das autoridades chinesas para convencer as grandes plataformas de comércio online da China, como Alibaba, Jindong e Tabao, a dar maior visibilidade aos produtos africanos”, disse Isabel dos Santos.

A empresária falava numa intervenção na Feira Internacional de Importação da China 2019 (China International Import Expo), que foi inaugurada pelo Presidente chinês.

De acordo com um comunicado distribuído pela assessoria da empresária, Isabel dos Santos vincou que “é necessário que os produtos africanos sejam tratados de forma justa e equitativa, como qualquer produto do mundo, e que tenham acesso a mercados globais”.

“As empresas africanas não têm os mesmos recursos financeiros que as multinacionais e não têm como pagar publicidade e patrocínios para obter a mesma visibilidade das grandes marcas internacionais”, acrescentou.

Por isso, segundo defendeu, “se os negócios africanos conseguirem vender os seus produtos na China e no mundo, haverá mais oportunidades e criação de emprego para os jovens em África – esta é, aliás, uma das formas de alcançar um dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Trabalho Digno e Crescimento Económico”.

A intervenção foi também dirigida aos governos africanos, salientando que é preciso melhorar o “desempenho e eficácia como plataforma de exportação para a China”. “Para isso precisamos de melhorar a proximidade e a qualidade do diálogo entre as empresas do sector privado e as autoridades governamentais locais, sendo imperativo reduzir burocracias longas e atrasos nos processos de exportação nos portos de partida”, frisou.

A Feira Internacional de Importação da China 2019 (China International Import Expo), que decorre até domingo, foi aberta pelo Presidente chinês, tendo como convidados o homólogo francês, Emmanuel Macron, e os líderes dos governos da Grécia, Sérvia e Jamaica.

7 Nov 2019

China defende as suas políticas para Hong Kong e Xinjiang

[dropcap]O[/dropcap] ministro da Defesa chinês defendeu esta terça-feira as políticas de Pequim nas questões controversas de Hong Kong e da região de Xinjiang, durante uma conversa por telefone com o seu homólogo dos Estados Unidos.

Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, Wei Fenghe também referiu Taiwan e o mar do Sul da China, durante uma conversa por telefone, na terça-feira, com o secretário norte-americano da Defesa, Mark Esper.

Embora seja comum a China reafirmar a soberania sobre aqueles dois territórios com as autoridades norte-americanas, a referência a Hong Kong e Xinjiang é menos comum.

A região semi-autónoma de Hong Kong é há cinco meses palco de protestos anti-governamentais que Pequim acusa os EUA e outras forças estrangeiras de encorajar. O Governo chinês enfrenta uma crescente pressão diplomática devido às acusações de que mantém detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang.

Antigos detidos afirmam que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), numa reminiscência da Revolução Cultural (1966-1976), lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong.

Predominantemente muçulmanos, os uigures são etnicamente distintos do grupo étnico maioritário do país, os chineses han, que constituem já a maioria da população em Xinjiang, região chinesa que faz fronteira com o Afeganistão e Paquistão.

O Governo chinês, que inicialmente negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade.

A Xinhua informou que Wei fez várias declarações a renovar a determinação de Pequim em prosseguir com as suas reivindicações territoriais. Em Junho passado, durante uma conferência anual sobre Segurança em Singapura, Wei avisou que as forças armadas da China “tomarão medidas fortes” para defender a soberania sobre Taiwan, que age como um Estado soberano apesar das revindicações de Pequim, e o mar do Sul da China, reclamado quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos.

Wei não ameaçou directamente os EUA, mas criticou as políticas de Washington, durante aquele discurso, incluindo o apoio prestado a Taiwan e designadas operações de liberdade de navegação em vias marítimas estratégicas que a China reclama.

Wei advertiu que o Exército de Libertação Popular, as forças armadas chinesas, não “cederia uma única polegada da terra sagrada do país”. Pequim considera Taiwan uma província chinesa, e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência.

Citado pela Xinhua, Wei disse na terça-feira que, apesar de as relações China-EUA terem atingido um “período crucial”, a cooperação mutuamente benéfica é a “única escolha certa”. “Os dois lados devem continuar a promover as relações militares para que se tornem um pilar de estabilidade nas relações bilaterais”, defendeu.

7 Nov 2019

Vice-Presidente das Filipinas na liderança à repressão das drogas

[dropcap]A[/dropcap] vice-Presidente das Filipinas, Leni Robredo, aceitou ontem a oferta do Presidente Rodrigo Duterte para desempenhar um papel de liderança na luta contra as drogas no país.

Leni Robredo, antiga advogada de direitos humanos, disse que, ao concordar com esta oferta incomum, poderia salvar vidas dentro desta operação de repressão contra as drogas, que já deixou milhares de mortos em alegados confrontos com a polícia, situação que alarmou os governos e os grupos de direitos humanos ocidentais.

“Muitos manifestaram a preocupação de que esta oferta não é sincera, de que é uma armadilha que só visa minar-me e envergonhar-me”, disse Robredo numa conferência de imprensa.

“Embora se possa dizer que essa oferta é apenas politiquice e que as agências (de combate à droga) não me seguirão e farão tudo para que eu não tenha sucesso, estou pronta para suportar tudo isso”, acrescentou.

“Se eu puder salvar uma vida inocente, os meus princípios e o meu coração dizem-me que eu devo tentar”, disse a vice-Presidente.

O secretário de Comunicações, Martin Andanar, elogiou a decisão de Robredo. “Acreditamos que os críticos mais barulhentos devem agir, deve ir além de meros observadores, contribuir activamente para a mudança”, afirmou Andanar.

O director regional da Amnistia Internacional para o leste e sudeste da Ásia, Nicholas Bequelin, defendeu por seu lado que Robredo “deverá ter o poder de interromper os assassínios diários e alterar a estrutura mortal de comando (…), caso contrário, esta mudança será um gesto vazio”.

“A sua nomeação não muda o facto de que a ‘guerra às drogas’ do governo Duterte equivale a crimes contra a humanidade”, disse Bequelin.

Perante as constantes críticas de Robredo à sua campanha contra as drogas, Duterte indicou-a como uma das duas líderes de um comité interinstitucional que inclui a polícia e os militares e tem a tarefa de supervisionar e coordenar os esforços do Governo no combate às drogas ilegais.

Mar de sangue

É a última reviravolta na repressão em massa sem precedentes que Duterte lançou depois de assumir o cargo, em meados de 2016.

Mais de 6.300 suspeitos de envolvimento com drogas foram mortos após resistirem à prisão e cerca de 1,3 milhões de pessoas foram presas, disseram as autoridades. Grupos de direitos humanos citam um número maior de mortos e acusam alguns polícias de matar suspeitos desarmados com base em evidências frágeis e alterar cenas de crime para fazer parecer que os suspeitos reagiram violentamente.

Presidentes e vice-Presidentes são eleitos separadamente nas Filipinas, resultando por vezes em candidatos de partidos rivais como Duterte e Robredo, que acabaram na liderança do país e frequentemente estão em lados opostos em relação às políticas que devem ser implementadas nas Filipinas.

7 Nov 2019

Hong Kong | Deputado pró-Pequim esfaqueado

[dropcap]O[/dropcap] deputado de Hong Kong Junius Ho, da ala pró-Pequim, foi ontem esfaqueado durante uma acção de campanha para as eleições locais, tendo a polícia já detido o agressor, de acordo com a imprensa local.

Em comunicado, Junius Ho, que tem sido alvo de duras críticas por parte dos manifestantes pró-democracia, indicou que vai ser submetido a cirurgia, mas garantiu estar “livre de perigo”.
Um homem foi detido na sequência do ataque, gravado e publicado na plataforma ‘online’ do jornal South China Morning Post.

O vídeo mostra o agressor a aproximar-se de Ho e a entregar-lhe um ramo de flores, agradecendo “todos os esforços” do parlamentar. De seguida, alegando que gostaria de tirar uma fotografia com o deputado, retirou uma faca da mala e esfaqueou o candidato.

O membro do Conselho Legislativo de Hong Kong (LegCo) esteve na rua em campanha para as eleições para o conselho distrital, que se realizam a 24 de Novembro sem o proeminente activista Joshua Wong, que foi afastado da corrida.

O deputado Junius Ho tornou-se alvo de críticas em finais de Julho, após o ataque a uma estação de metropolitano, onde passageiros e manifestantes foram espancados arbitrariamente por um grupo de homens armados.

Ho foi mais tarde visto num vídeo a apertar a mão a um dos alegados atacantes, na estação de Yuen Long, ainda que o deputado tenha negado qualquer ligação com o grupo que envergava ‘t-shirts’ brancas, normalmente utilizadas em Hong Kong pelos manifestantes pró-regime.

A respeito das eleições, Ho declarou que este é um “dia negro”, mas que não vai desistir. “Não há ordem nas eleições. Embora a atmosfera eleitoral já seja injusta e tenha perdido a ordem, continuarei a ser corajoso e destemido”, afirmou.

7 Nov 2019

Hong Kong | Deputado pró-Pequim esfaqueado

[dropcap]O[/dropcap] deputado de Hong Kong Junius Ho, da ala pró-Pequim, foi ontem esfaqueado durante uma acção de campanha para as eleições locais, tendo a polícia já detido o agressor, de acordo com a imprensa local.
Em comunicado, Junius Ho, que tem sido alvo de duras críticas por parte dos manifestantes pró-democracia, indicou que vai ser submetido a cirurgia, mas garantiu estar “livre de perigo”.
Um homem foi detido na sequência do ataque, gravado e publicado na plataforma ‘online’ do jornal South China Morning Post.
O vídeo mostra o agressor a aproximar-se de Ho e a entregar-lhe um ramo de flores, agradecendo “todos os esforços” do parlamentar. De seguida, alegando que gostaria de tirar uma fotografia com o deputado, retirou uma faca da mala e esfaqueou o candidato.
O membro do Conselho Legislativo de Hong Kong (LegCo) esteve na rua em campanha para as eleições para o conselho distrital, que se realizam a 24 de Novembro sem o proeminente activista Joshua Wong, que foi afastado da corrida.
O deputado Junius Ho tornou-se alvo de críticas em finais de Julho, após o ataque a uma estação de metropolitano, onde passageiros e manifestantes foram espancados arbitrariamente por um grupo de homens armados.
Ho foi mais tarde visto num vídeo a apertar a mão a um dos alegados atacantes, na estação de Yuen Long, ainda que o deputado tenha negado qualquer ligação com o grupo que envergava ‘t-shirts’ brancas, normalmente utilizadas em Hong Kong pelos manifestantes pró-regime.
A respeito das eleições, Ho declarou que este é um “dia negro”, mas que não vai desistir. “Não há ordem nas eleições. Embora a atmosfera eleitoral já seja injusta e tenha perdido a ordem, continuarei a ser corajoso e destemido”, afirmou.

7 Nov 2019

Alterações climáticas | Macron e Xi pedem 90.000 milhões de euros

[dropcap]O[/dropcap] Presidente francês, Emmanuel Macron, e o homólogo chinês, Xi Jinping, apelaram ontem aos países desenvolvidos que invistam 90.000 milhões de euros, até 2025, para combater as alterações climáticas.

Numa declaração conjunta, intitulada “O apelo de Pequim à conservação da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas”, os dois líderes reafirmaram o seu “firme apoio ao Acordo de Paris”, que consideraram “um processo” irreversível e uma “bússola” para uma “acção forte” na questão ambiental.

Macron e Xi disseram que “estão determinados a fazer esforços sem precedentes para garantir o futuro das novas gerações” e “intensificar os esforços internacionais” para combater as alterações climáticas, além de “acelerar a transição para o desenvolvimento verde”.

A declaração pede que “todos os países, autoridades internacionais, empresas e organizações não-governamentais publiquem, até ao próximo ano, as suas estratégias de desenvolvimento a longo prazo, até 2050, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”.

Os dois chefes de Estado apelaram ainda a “um compromisso activo dos líderes políticos ao mais alto nível”, em favor da biodiversidade, e ao trabalho conjunto para “reverter a curva de perda da biodiversidade” até 2030.

Ambos os países pediram ainda um compromisso para com a restauração dos ecossistemas e medidas ambiciosas para interromper e reverter a degradação da terra e do mar, recuperando pelo menos 30 por cento dos ecossistemas degradados.

Os dois líderes enfatizaram que o “Fundo Verde” para o clima das Nações Unidas “desempenha um papel essencial na mobilização de recursos financeiros para os países em desenvolvimento”.

Adeus americano

A declaração conjunta, emitida durante a visita de Estado de Macron a Pequim, surge após os Estados Unidos informarem a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris há quatro anos.

O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius.

Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento. O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.

Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

7 Nov 2019

Alterações climáticas | Macron e Xi pedem 90.000 milhões de euros

[dropcap]O[/dropcap] Presidente francês, Emmanuel Macron, e o homólogo chinês, Xi Jinping, apelaram ontem aos países desenvolvidos que invistam 90.000 milhões de euros, até 2025, para combater as alterações climáticas.
Numa declaração conjunta, intitulada “O apelo de Pequim à conservação da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas”, os dois líderes reafirmaram o seu “firme apoio ao Acordo de Paris”, que consideraram “um processo” irreversível e uma “bússola” para uma “acção forte” na questão ambiental.
Macron e Xi disseram que “estão determinados a fazer esforços sem precedentes para garantir o futuro das novas gerações” e “intensificar os esforços internacionais” para combater as alterações climáticas, além de “acelerar a transição para o desenvolvimento verde”.
A declaração pede que “todos os países, autoridades internacionais, empresas e organizações não-governamentais publiquem, até ao próximo ano, as suas estratégias de desenvolvimento a longo prazo, até 2050, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”.
Os dois chefes de Estado apelaram ainda a “um compromisso activo dos líderes políticos ao mais alto nível”, em favor da biodiversidade, e ao trabalho conjunto para “reverter a curva de perda da biodiversidade” até 2030.
Ambos os países pediram ainda um compromisso para com a restauração dos ecossistemas e medidas ambiciosas para interromper e reverter a degradação da terra e do mar, recuperando pelo menos 30 por cento dos ecossistemas degradados.
Os dois líderes enfatizaram que o “Fundo Verde” para o clima das Nações Unidas “desempenha um papel essencial na mobilização de recursos financeiros para os países em desenvolvimento”.

Adeus americano

A declaração conjunta, emitida durante a visita de Estado de Macron a Pequim, surge após os Estados Unidos informarem a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris há quatro anos.
O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius.
Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento. O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.
Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

7 Nov 2019

Acordo de Paris | China, Rússia e França lamentam saída dos EUA

[dropcap]F[/dropcap]rança, China, Alemanha e Rússia lamentaram ontem a formalização da intenção dos Estados Unidos de deixar o Acordo de Paris sobre o clima, decisão anunciada em 2017 pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Os Estados Unidos informaram na segunda-feira a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris em 2015.

A China, maior emissor mundial de gases com efeito estufa, anunciou ontem lamentar esta formalização dos Estados Unidos diante da ONU.

“Esperamos que os Estados Unidos mostrem mais responsabilidade e contribuam mais para o processo de cooperação multilateral, em vez de adicionar energia negativa”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, aos jornalistas.

A França declarou também lamentar a oficialização pelos Estados Unidos, uma medida que “já se esperava”.”Lamentamos e isso torna ainda mais necessária a parceria franco-chinesa sobre o clima e a biodiversidade”, indicou a Presidência francesa, no momento em que o Presidente Emmanuel Macron inicia o seu segundo dia de visita à China.

A Alemanha sublinhou ontem que a decisão do governo dos EUA de se retirar o acordo climático de Paris é “lamentável”, mas não surpreende. A ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, disse que os EUA anunciaram o seu plano de se retirar do Acordo há dois anos e “felizmente permaneceram sozinhos ao fazê-lo”.

Svenja Schulze declarou que o “efeito dominó” que alguns temiam depois que o anúncio de Donald Trump não ocorreu. “O resto do mundo está unido na protecção do clima”, disse num comunicado a ministra alemã, observando que até a Rússia, exportadora de combustíveis fósseis, aderiu recentemente ao pacto.

A formalização da saída dos EUA do Acordo representa um “sério” golpe neste pacto pela luta contra as mudanças climáticas, disse por seu lado o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

“Isso prejudica o acordo da maneira mais séria, porque é um país líder em termos de emissões de gases de efeito estufa”, disse Peskov, acrescentando que “sem a maior economia do mundo, é ainda difícil falar de um acordo climático”.

O Chile, como presidente da próxima cimeira do clima da ONU (COP25) e a Espanha, como país anfitrião da conferência, expressaram em conjunto o seu desejo de que os Estados Unidos “reconsiderem essa decisão o mais rapidamente possível”, a fim de contar com sua contribuição neste acordo.

As ministras enfatizaram o “apoio global ao Acordo de Paris”, ratificado até hoje por 187 países, o que mostra um claro sinal de compromisso da comunidade internacional.

De mal a pior

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou na segunda-feira que tinha submetido à ONU o pedido formal de retirada do Acordo. Este pedido inicia o processo de saída que, contudo, vai demorar pelo menos um ano.

Na declaração, Pompeo considera que o Acordo de Paris constitui “um peso económico injusto” para os EUA. Os conservadores norte-americanos saudaram a decisão da administração Trump, mas a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, considerou tratar-se de “uma nova decisão contrária à ciência (…) que vende o futuro do planeta e das crianças”.
Cerca de 200 nações assinaram o acordo de Paris, no qual cada Estado fixa os seus próprios objectivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que provocam a crise climática.

O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius. Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento.

O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.

Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

6 Nov 2019

Acordo de Paris | China, Rússia e França lamentam saída dos EUA

[dropcap]F[/dropcap]rança, China, Alemanha e Rússia lamentaram ontem a formalização da intenção dos Estados Unidos de deixar o Acordo de Paris sobre o clima, decisão anunciada em 2017 pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
Os Estados Unidos informaram na segunda-feira a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris em 2015.
A China, maior emissor mundial de gases com efeito estufa, anunciou ontem lamentar esta formalização dos Estados Unidos diante da ONU.
“Esperamos que os Estados Unidos mostrem mais responsabilidade e contribuam mais para o processo de cooperação multilateral, em vez de adicionar energia negativa”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, aos jornalistas.
A França declarou também lamentar a oficialização pelos Estados Unidos, uma medida que “já se esperava”.”Lamentamos e isso torna ainda mais necessária a parceria franco-chinesa sobre o clima e a biodiversidade”, indicou a Presidência francesa, no momento em que o Presidente Emmanuel Macron inicia o seu segundo dia de visita à China.
A Alemanha sublinhou ontem que a decisão do governo dos EUA de se retirar o acordo climático de Paris é “lamentável”, mas não surpreende. A ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, disse que os EUA anunciaram o seu plano de se retirar do Acordo há dois anos e “felizmente permaneceram sozinhos ao fazê-lo”.
Svenja Schulze declarou que o “efeito dominó” que alguns temiam depois que o anúncio de Donald Trump não ocorreu. “O resto do mundo está unido na protecção do clima”, disse num comunicado a ministra alemã, observando que até a Rússia, exportadora de combustíveis fósseis, aderiu recentemente ao pacto.
A formalização da saída dos EUA do Acordo representa um “sério” golpe neste pacto pela luta contra as mudanças climáticas, disse por seu lado o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
“Isso prejudica o acordo da maneira mais séria, porque é um país líder em termos de emissões de gases de efeito estufa”, disse Peskov, acrescentando que “sem a maior economia do mundo, é ainda difícil falar de um acordo climático”.
O Chile, como presidente da próxima cimeira do clima da ONU (COP25) e a Espanha, como país anfitrião da conferência, expressaram em conjunto o seu desejo de que os Estados Unidos “reconsiderem essa decisão o mais rapidamente possível”, a fim de contar com sua contribuição neste acordo.
As ministras enfatizaram o “apoio global ao Acordo de Paris”, ratificado até hoje por 187 países, o que mostra um claro sinal de compromisso da comunidade internacional.

De mal a pior

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou na segunda-feira que tinha submetido à ONU o pedido formal de retirada do Acordo. Este pedido inicia o processo de saída que, contudo, vai demorar pelo menos um ano.
Na declaração, Pompeo considera que o Acordo de Paris constitui “um peso económico injusto” para os EUA. Os conservadores norte-americanos saudaram a decisão da administração Trump, mas a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, considerou tratar-se de “uma nova decisão contrária à ciência (…) que vende o futuro do planeta e das crianças”.
Cerca de 200 nações assinaram o acordo de Paris, no qual cada Estado fixa os seus próprios objectivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que provocam a crise climática.
O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius. Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento.
O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.
Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

6 Nov 2019

Hong Kong vê palavras de Presidente chinês como “voto de confiança”

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong considerou ontem como um “voto de confiança” o apoio manifestado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, à chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa, Carrie Lam.

“O facto de ele [Presidente chinês] estar tão ocupado e ter encontrado tempo para falar com Lam é, realmente, um voto de confiança em nós mesmos”, declarou o secretário para a Administração de Hong Kong, Matthew Cheung.

Em conferência de imprensa, o mesmo responsável disse que Pequim dá grande importância a Hong Kong. Xi “tem um alto grau de confiança na Chefe do Executivo e no trabalho do actual Governo e da equipa política. Isso é bastante tranquilizador para nós”, acrescentou Matthew Cheung.

De acordo com os órgãos de comunicação social chineses, Lam e Xi estiveram reunidos na segunda-feira à noite, no primeiro encontro oficial desde o início da contestação social, há cinco meses, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

A proposta foi, entretanto, formalmente retirada, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora também a implementação do sufrágio universal no território, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.

Dever cumprido

Ontem de manhã, o Presidente da China declarou apoiar a Chefe do Executivo de Hong Kong: “O Governo central confia em si e ratifica integralmente o seu trabalho e o da sua equipa”, afirmou Xi Jinping, durante um encontro com Carrie Lam, em Xangai, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Após ouvir o relato da responsável sobre a situação em Hong Kong, Xi afirmou que, sob o comando de Lam, o Governo do território “cumpriu as suas obrigações e esforçou-se para estabilizar a situação e melhorar a atmosfera social”. “Fez um trabalho duro e óptimo”, descreveu.

O líder chinês expressou ainda a vontade de que as “pessoas de todos os sectores da sociedade em Hong Kong implementem plena e fielmente a fórmula ‘um país, dois sistemas’ e a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Hong Kong e realizem esforços conjuntos para salvaguardar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong”.

6 Nov 2019

Hong Kong vê palavras de Presidente chinês como "voto de confiança"

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong considerou ontem como um “voto de confiança” o apoio manifestado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, à chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa, Carrie Lam.
“O facto de ele [Presidente chinês] estar tão ocupado e ter encontrado tempo para falar com Lam é, realmente, um voto de confiança em nós mesmos”, declarou o secretário para a Administração de Hong Kong, Matthew Cheung.
Em conferência de imprensa, o mesmo responsável disse que Pequim dá grande importância a Hong Kong. Xi “tem um alto grau de confiança na Chefe do Executivo e no trabalho do actual Governo e da equipa política. Isso é bastante tranquilizador para nós”, acrescentou Matthew Cheung.
De acordo com os órgãos de comunicação social chineses, Lam e Xi estiveram reunidos na segunda-feira à noite, no primeiro encontro oficial desde o início da contestação social, há cinco meses, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, formalmente retirada, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora também a implementação do sufrágio universal no território, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.

Dever cumprido

Ontem de manhã, o Presidente da China declarou apoiar a Chefe do Executivo de Hong Kong: “O Governo central confia em si e ratifica integralmente o seu trabalho e o da sua equipa”, afirmou Xi Jinping, durante um encontro com Carrie Lam, em Xangai, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
Após ouvir o relato da responsável sobre a situação em Hong Kong, Xi afirmou que, sob o comando de Lam, o Governo do território “cumpriu as suas obrigações e esforçou-se para estabilizar a situação e melhorar a atmosfera social”. “Fez um trabalho duro e óptimo”, descreveu.
O líder chinês expressou ainda a vontade de que as “pessoas de todos os sectores da sociedade em Hong Kong implementem plena e fielmente a fórmula ‘um país, dois sistemas’ e a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Hong Kong e realizem esforços conjuntos para salvaguardar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong”.

6 Nov 2019

Macron apela a acordo que ponha fim à guerra comercial entre China e EUA

Emmanuel Macron esteve em Xangai onde criticou fortemente o proteccionismo e apelou a um rápido acordo que acabe com a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos que, segundo o Presidente francês, põe em causa não só as economias dos dois países, mas de todo o mundo

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente francês, Emmanuel Macron, disse ontem ao homólogo chinês, Xi Jinping, esperar que haja em breve um acordo que ponha fim à guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

“Esperamos que haja em breve um acordo que alivie as tensões”, afirmou Macron, durante a cerimónia de abertura da Feira Internacional de Importações da China, um evento que serve para promover o país asiático como importador, e que decorre em Xangai.

O líder francês considerou que as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo estão a afectar todos os países, incluindo a União Europeia.

“O mundo inteiro está a ser prejudicado”, porque “ninguém sai vencedor numa guerra comercial”, acrescentou o Presidente francês, num discurso que incluiu fortes críticas ao proteccionismo e o apelo por maior conexão económica entre os países, “respeitando as particularidades de cada um”.

Macron enfatizou ainda a colaboração em outras áreas, como o meio ambiente, lembrando que o trabalho comum da Europa e da China para reduzir as emissões será “decisivo”, numa altura em que os Estados Unidos planeiam retirar-se do Acordo de Paris.

“Se queremos cumprir com o Acordo de Paris teremos no próximo ano que reforçar os nossos compromissos para reduzir as emissões e devemos confirmar os novos compromissos até 2030 e 2050”, apontou.

Nova ordem

Macron felicitou a China pela sua visão de abertura ao mundo através de eventos como a Feira de Importações, que envolve 3.000 empresas de 150 países, que procuram assim acesso ao emergente mercado chinês.

Portugal está representado pelo secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres. Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame.

“Hoje, a China precisa de se abrir ao mundo e o resto do mundo precisa de se abrir à China”, disse Macron, na sua segunda visita oficial ao país asiático.

O Presidente francês ressaltou a necessidade de “redefinir a ordem do comércio mundial, para que reflicta as realidades actuais” e garantiu que a Europa e a China podem “contribuir de maneira razoável” para esse fim.

A economia e o comércio, a cultura e a luta contra as alterações climáticas são as prioridades da viagem de Macron. Macron jantou com Xi Jinping e partiu depois para Pequim, onde encerra a sua visita de Estado com a assinatura de acordos comerciais.

A China enfrenta uma prolongada guerra comercial com os EUA, que impuseram taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens oriundos do país asiático.

Pequim tem tentado recrutar os países europeus como aliados na guerra comercial, mas Paris e Berlim ecoam também as reclamações norte-americanas sobre as práticas comercias chinesas, apesar de se oporem às tácticas do líder norte-americano, Donald Trump.

6 Nov 2019

Xangai | Secretário de Estado seguro na abertura do mercado chinês

[dropcap]O[/dropcap] secretário de Estado português do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor enalteceu ontem os compromissos da China em abrir o seu mercado, à margem de um evento que promoveu o país asiático como importador.

“Pelo que ouvi do discurso do Presidente chinês há, de facto, uma intensão muito sólida de abrir a China a outros mercados e com isso promover uma globalização económica”, apontou João Torres à agência Lusa.

No discurso inaugural da Feira Internacional de Importações da China, Xi Jinping prometeu uma “abertura gradual” do mercado doméstico, numa altura em que enfrenta uma crescente pressão dos Estados Unidos e de alguns países europeus, que reclamam maior reciprocidade no acesso ao mercado chinês.

João Torres considerou que a vontade demonstrada por Xi “irá efectivar-se em medidas e em acções concretas”.

“Esta feira, que vai na segunda edição, é uma feira que manifesta, justamente, essa vontade de abertura das autoridades chinesas, e penso que daqui advêm oportunidades múltiplas que devem depois ser aproveitadas por cada país”, disse.

Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame, segundo um comunicado emitido pelo Ministério da Economia e da Transição Digital, e abrangem os sectores automóvel, moda, calçado ou vestuário.

Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China é o maior mercado do mundo para vários bens e serviços.

No ano passado, no entanto, Portugal registou um saldo comercial negativo com a China superior a 1.500 milhões de dólares.

João Torres sublinhou que têm sido feitos esforços “muito significativos” para promover as exportações de produtos portugueses para a China e destacou o papel da indústria agroalimentar, depois de as alfândegas chinesas terem autorizado importações de carne de porco e uva de mesa oriundos de Portugal.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, participam também este ano na Feira de Importações da China, que envolveu 3.000 empresas, oriundas de 150 países.

Chega de promessas

Na primeira edição, que se realizou no ano passado, as potências ocidentais não enviaram delegações ao mais alto nível, reflectindo as tensões comerciais com o país asiático.

Pequim reduziu, entretanto, taxas alfandegárias e eliminou outras restrições sobre as importações, mas nenhuma destas medidas responde directamente às reclamações dos Estados Unidos e alguns países europeus, que exigem mudanças estruturais nas políticas industriais chinesas.

Num relatório difundido na segunda-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia na China pediu “resultados mais tangíveis”, apelando a Pequim para que cumpra as promessas de uma maior abertura.

“Esperamos que o evento deste ano seja complementado por medidas concretas para facilitar ainda mais a abertura do mercado e aumentar o investimento estrangeiro, e não promessas vazias que já ouvimos por muitas vezes”, afirmou Carlo D’Andrea, vice-presidente da Câmara de Comércio.

Na sexta-feira passada, a UE alertou também para “um risco real de fadiga” face às promessas de Pequim” e disse que é preciso fazer mais para oferecer às empresas estrangeiras condições recíprocas no acesso ao mercado chinês.

Acordo para produtos IGP

A União Europeia (UE) e a China assinam esta quarta-feira um acordo bilateral para a protecção de duzentas indicações geográficas (IGP) chinesas e europeias protegidas (100 de cada parte), incluindo seis portuguesas, foi ontem anunciado em Bruxelas. O acordo, que começou a ser negociado em 2006, prevê a protecção dos produtos da lista contra imitações e usurpações e o reforço do nível de informação dos consumidores. A lista de produtos da UE a proteger na China inclui produtos portugueses, como vinhos de IGP do Alentejo, Dão, Douro, vinho verde, vinho do Porto e pera rocha do Oeste. O champanhe francês, a vodca polaca e os queijos feta (grego), manchego (espanhol) e gorgonzola (italiano) estão entre os 100 produtos europeus incluídos na lista. O acordo é assinado no âmbito de uma deslocação do comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan, a Xangai e Pequim.

6 Nov 2019

Xangai | Secretário de Estado seguro na abertura do mercado chinês

[dropcap]O[/dropcap] secretário de Estado português do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor enalteceu ontem os compromissos da China em abrir o seu mercado, à margem de um evento que promoveu o país asiático como importador.
“Pelo que ouvi do discurso do Presidente chinês há, de facto, uma intensão muito sólida de abrir a China a outros mercados e com isso promover uma globalização económica”, apontou João Torres à agência Lusa.
No discurso inaugural da Feira Internacional de Importações da China, Xi Jinping prometeu uma “abertura gradual” do mercado doméstico, numa altura em que enfrenta uma crescente pressão dos Estados Unidos e de alguns países europeus, que reclamam maior reciprocidade no acesso ao mercado chinês.
João Torres considerou que a vontade demonstrada por Xi “irá efectivar-se em medidas e em acções concretas”.
“Esta feira, que vai na segunda edição, é uma feira que manifesta, justamente, essa vontade de abertura das autoridades chinesas, e penso que daqui advêm oportunidades múltiplas que devem depois ser aproveitadas por cada país”, disse.
Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame, segundo um comunicado emitido pelo Ministério da Economia e da Transição Digital, e abrangem os sectores automóvel, moda, calçado ou vestuário.
Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China é o maior mercado do mundo para vários bens e serviços.
No ano passado, no entanto, Portugal registou um saldo comercial negativo com a China superior a 1.500 milhões de dólares.
João Torres sublinhou que têm sido feitos esforços “muito significativos” para promover as exportações de produtos portugueses para a China e destacou o papel da indústria agroalimentar, depois de as alfândegas chinesas terem autorizado importações de carne de porco e uva de mesa oriundos de Portugal.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, participam também este ano na Feira de Importações da China, que envolveu 3.000 empresas, oriundas de 150 países.

Chega de promessas

Na primeira edição, que se realizou no ano passado, as potências ocidentais não enviaram delegações ao mais alto nível, reflectindo as tensões comerciais com o país asiático.
Pequim reduziu, entretanto, taxas alfandegárias e eliminou outras restrições sobre as importações, mas nenhuma destas medidas responde directamente às reclamações dos Estados Unidos e alguns países europeus, que exigem mudanças estruturais nas políticas industriais chinesas.
Num relatório difundido na segunda-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia na China pediu “resultados mais tangíveis”, apelando a Pequim para que cumpra as promessas de uma maior abertura.
“Esperamos que o evento deste ano seja complementado por medidas concretas para facilitar ainda mais a abertura do mercado e aumentar o investimento estrangeiro, e não promessas vazias que já ouvimos por muitas vezes”, afirmou Carlo D’Andrea, vice-presidente da Câmara de Comércio.
Na sexta-feira passada, a UE alertou também para “um risco real de fadiga” face às promessas de Pequim” e disse que é preciso fazer mais para oferecer às empresas estrangeiras condições recíprocas no acesso ao mercado chinês.

Acordo para produtos IGP

A União Europeia (UE) e a China assinam esta quarta-feira um acordo bilateral para a protecção de duzentas indicações geográficas (IGP) chinesas e europeias protegidas (100 de cada parte), incluindo seis portuguesas, foi ontem anunciado em Bruxelas. O acordo, que começou a ser negociado em 2006, prevê a protecção dos produtos da lista contra imitações e usurpações e o reforço do nível de informação dos consumidores. A lista de produtos da UE a proteger na China inclui produtos portugueses, como vinhos de IGP do Alentejo, Dão, Douro, vinho verde, vinho do Porto e pera rocha do Oeste. O champanhe francês, a vodca polaca e os queijos feta (grego), manchego (espanhol) e gorgonzola (italiano) estão entre os 100 produtos europeus incluídos na lista. O acordo é assinado no âmbito de uma deslocação do comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan, a Xangai e Pequim.

6 Nov 2019

Jovem que sofreu queda a fugir de gás da Polícia de Hong Kong encontram-se em morte cerebral

[dropcap]U[/dropcap]m estudante de Hong Kong que caiu de um terceiro andar, quando tentava fugir do gás lacrimogéneo disparado pelas autoridades da RAEHK, no Domingo, foi declarado em morte cerebral. A informação foi noticiada esta tarde pelo jornal Ming Pao e o jovem de 22 anos está desde o Domingo a lutar pela vida, no Hospital Queen Elizabeth. A morte cerebral ainda não foi declarada a nível oficial.

Um artigo desta manhã do jornal Ming Pao revelava que a equipa médica teria já realizado duas intervenções ao cérebro do jovem de 22 anos, mas os próprios médicos reconheciam que os resultados tinham sido muito limitados. Porém, esta tarde, os familiares do estudante foram chamados de urgência ao hospital e o jovem terá mesmo sido declarado em morte cerebral.

Os detalhes da queda de um terceiro andar para um segundo andar num estacionamento privado continuam por esclarecer. Segundo a informação da imprensa de Hong Kong, o aluno estaria a tentar fugir da intervenção da polícia que recorreu a gás lacrimogéneo numa área privada. Contudo, esta manhã a entidade responsável pelo espaço veio a pública afirmar que o acidente não ficou registado das câmaras de CCTV.

Caso a morte seja confirmada , o jovem do sexo masculino torna-se na primeira vítima mortal das manifestações, que duram há cinco meses e causaram a detenção de mais de 3 mil pessoas.

5 Nov 2019

ASEAN | Acordo de aliança comercial pode ser assinado em 2020

[dropcap]O[/dropcap]s dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) estão dispostos a assinar no próximo ano um megatratado comercial para criar a maior aliança económica do mundo, anunciou ontem o primeiro-ministro da Tailândia.

Os membros da ASEAN finalizaram as negociações do projecto, denominado Parceria Económica Regional (RCEP), e estão dispostos a assinar o tratado em 2020, afirmou Prayut Chan-Ocha.
Estas declarações foram proferidas durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se realiza em Banguecoque.

Além dos países-membros da ASEAN (Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas) e da China, o acordo inclui ainda a Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que, juntos, representam aproximadamente 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta.

O projecto, promovido por Pequim e que junta 16 Estados da região da Ásia-Pacífico, tem como objectivo fortalecer a influência da China. O RCEP, cujas negociações foram formalmente iniciadas na ASEAN em 2012, abrange uma população de 3,4 mil milhões de pessoas, ou 47 por cento da população mundial, e um PIB mundial de 32 por cento, 29 por cento do comércio mundial e 32,5 por cento do investimento mundial.

A RCEP nasceu como a resposta de Pequim ao Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP), apoiado ao princípio por Washington, mas rejeitado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu retirar o país do TPP, pouco depois de ter assumido o cargo em 2017.

5 Nov 2019

ASEAN | Acordo de aliança comercial pode ser assinado em 2020

[dropcap]O[/dropcap]s dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) estão dispostos a assinar no próximo ano um megatratado comercial para criar a maior aliança económica do mundo, anunciou ontem o primeiro-ministro da Tailândia.
Os membros da ASEAN finalizaram as negociações do projecto, denominado Parceria Económica Regional (RCEP), e estão dispostos a assinar o tratado em 2020, afirmou Prayut Chan-Ocha.
Estas declarações foram proferidas durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se realiza em Banguecoque.
Além dos países-membros da ASEAN (Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas) e da China, o acordo inclui ainda a Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que, juntos, representam aproximadamente 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta.
O projecto, promovido por Pequim e que junta 16 Estados da região da Ásia-Pacífico, tem como objectivo fortalecer a influência da China. O RCEP, cujas negociações foram formalmente iniciadas na ASEAN em 2012, abrange uma população de 3,4 mil milhões de pessoas, ou 47 por cento da população mundial, e um PIB mundial de 32 por cento, 29 por cento do comércio mundial e 32,5 por cento do investimento mundial.
A RCEP nasceu como a resposta de Pequim ao Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP), apoiado ao princípio por Washington, mas rejeitado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu retirar o país do TPP, pouco depois de ter assumido o cargo em 2017.

5 Nov 2019