Hong Kong | Preço médio de casas novas cai 25% em 2019

[dropcap]A[/dropcap] agitação social e política vivida o ano passado em Hong Kong fez cair o preço médio das casas novas para o valor mais baixo dos últimos quatro anos, noticiou ontem a imprensa local. Face a 2018, o preço das casas a estrear na ex-colónia britânica, conhecida por ter o mercado imobiliário mais caro do mundo, caiu 25 por cento no ano passado para 10,87 milhões de dólares de Hong Kong, refere o jornal South China Morning Post.
Especialistas do sector imobiliário prevêem, segundo o mesmo jornal, um novo declínio nos preços da habitação em 2020, com algumas previsões a indicarem uma queda de 15 por cento.
A habitação no importante centro financeiro mundial atingiu preços exorbitantes nos últimos anos, tornando Hong Kong na cidade mais cara do mundo para a compra de imóveis. A dificuldade de acesso à habitação é um dos motivos da agitação social na cidade, palco de protestos anti-governamentais que entraram agora no oitavo mês e que começaram contra uma polémica proposta de alterações à lei de extradição.
Meses de protestos, por vezes violentos, colocaram a economia de Hong Kong em recessão pela primeira vez numa década, devido à queda nas importações e exportações, nas vendas a retalho e dos números do turismo.
O sector imobiliário é um dos motores económicos da antiga colónia britânica e o efeito dos protestos é impressionante: o sub-índice formado pelas principais empresas do sector na Bolsa de Hong Kong caiu 12,6 por cento, do seu pico em 2019, em Abril, até ao final do ano.

10 Jan 2020

Guerra Comercial | Liu He vai a Washington assinar acordo parcial

O Governo chinês confirmou ontem que o vice-primeiro-ministro Liu He vai a Washington, na próxima semana, para assinar um acordo parcial que visa pôr fim às disputas comerciais entre a China e os Estados Unidos

 

[dropcap]L[/dropcap]iu He vai estar em Washington entre os dias 13 e 15 de Janeiro para a assinatura do acordo parcial para resolver a guerra comercial entre China a Estados Unidos, que desestabiliza a economia mundial há um ano e meio.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou anteriormente que um acordo “muito abrangente” seria assinado no dia 15 de Janeiro, na Casa Branca, com a presença de altos funcionários de Pequim, mas sem o homólogo chinês, Xi Jinping. O ministério chinês do Comércio só ontem confirmou aquela informação.

Após quase 18 meses de guerra comercial, com os governos dos dois países a impor taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro, os dois lados anunciaram, em Dezembro passado, que alcançaram um acordo parcial que inclui a retirada progressiva de taxas e o aumento das importações de produtos norte-americanos por parte da China.

O vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, confirmou anteriormente que a primeira fase do pacto inclui questões sobre transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão das trocas comerciais e estabelecimento de mecanismos de resolução de disputas.

O que fica para trás

Os Estados Unidos vão, no entanto, manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250.000 milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120.000 milhões de dólares.

As tensões comerciais entre as duas principais economias mundiais tiveram já graves consequências para a economia mundial. Nas últimas previsões para a economia mundial, publicadas em Outubro passado, o Fundo Monetário Internacional reduziu as perspectivas de crescimento, para este ano, para 3 por cento, dois décimos a menos que a previsão feita em Julho, face ao agravar da disputa comercial.

10 Jan 2020

Guerra Comercial | Liu He vai a Washington assinar acordo parcial

O Governo chinês confirmou ontem que o vice-primeiro-ministro Liu He vai a Washington, na próxima semana, para assinar um acordo parcial que visa pôr fim às disputas comerciais entre a China e os Estados Unidos

 
[dropcap]L[/dropcap]iu He vai estar em Washington entre os dias 13 e 15 de Janeiro para a assinatura do acordo parcial para resolver a guerra comercial entre China a Estados Unidos, que desestabiliza a economia mundial há um ano e meio.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou anteriormente que um acordo “muito abrangente” seria assinado no dia 15 de Janeiro, na Casa Branca, com a presença de altos funcionários de Pequim, mas sem o homólogo chinês, Xi Jinping. O ministério chinês do Comércio só ontem confirmou aquela informação.
Após quase 18 meses de guerra comercial, com os governos dos dois países a impor taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro, os dois lados anunciaram, em Dezembro passado, que alcançaram um acordo parcial que inclui a retirada progressiva de taxas e o aumento das importações de produtos norte-americanos por parte da China.
O vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, confirmou anteriormente que a primeira fase do pacto inclui questões sobre transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão das trocas comerciais e estabelecimento de mecanismos de resolução de disputas.

O que fica para trás

Os Estados Unidos vão, no entanto, manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250.000 milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120.000 milhões de dólares.
As tensões comerciais entre as duas principais economias mundiais tiveram já graves consequências para a economia mundial. Nas últimas previsões para a economia mundial, publicadas em Outubro passado, o Fundo Monetário Internacional reduziu as perspectivas de crescimento, para este ano, para 3 por cento, dois décimos a menos que a previsão feita em Julho, face ao agravar da disputa comercial.

10 Jan 2020

Taiwan | Três candidatos disputam amanhã votos com Pequim à espreita

Tsai Ing-wen do partido democrata, Han Kuo-yu do Kuomitang, e James Soong do People First Party. São estes os três nomes que vão amanhã a votos na Ilha Formosa numa altura em que a relação com Pequim está longe de ser pacífica. Jorge Tavares da Silva, professor da Universidade de Aveiro e investigador sobre Taiwan, faz a análise de umas eleições especiais, tendo em conta os acontecimentos de Hong Kong

 

O que poderemos esperar destes candidatos?

Primeiro de tudo, importa dizer que, embora as eleições em Taiwan sejam sempre importantes para a região, estas particularmente revestem-se de um enorme interesse devido às duradouras manifestações em Hong Kong. De facto, o que se está a passar na antiga colónia inglesa é o factor que mais condiciona e influencia este acto eleitoral.

Em termos de base eleitoral, os dois candidatos principais representam a divisão tradicional entre os que são mais cooperantes com a China continental, ligados ao Kuomintang (KMT), e o Partido Democrático Progressista (PDP), com tendências mais pró-independência, embora não o tenha feito de forma explícita. Han Kuo-yu, o candidato do KMT, tem seguido pela via das promessas eleitorais, em grande escala, algumas com polémica. Estando ligado ao partido mais tradicional, é na geração mais nova que encontra mais dificuldades de penetração. Lembro as manifestações de 2014, conhecido como o Movimento Girassol, que foi destrutivo para a governação do antigo presidente Ma Ying-jeou. Na verdade, os jovens eram pouco adeptos das políticas de excessiva aproximação à China, que lhes prejudicava as aspirações socio-económicas.

Como é que o novo candidato pode mudar esse paradigma?

Han, para captar este eleitorado, promete pagar os estudos aos estudantes no estrangeiro, uma medida algo irrealista. Também promete aumentar o número de visitantes estrangeiros na ilha, o que não foi recebido nada bem na opinião pública. Taiwan tem tido um aumento exponencial de turistas. Só em 2018 foram cerca de 11 milhões. Estas e outras propostas só o estão a prejudicar. É quase certo que perderá as eleições, como mostram as últimas sondagens. O que se poderia esperar dele é uma política de maior aproximação à China continental, agregada aos interesses de uma elite económica que defende uma abertura cada vez maior. O lóbi pró-China é forte em Taiwan e é através deste partido que encontra o seu maior apoio.

Por outro lado, Tsai Ing-wen leva alguma vantagem?

Nas eleições de 2016 tinha a seu favor o desgaste da governação anterior e o facto de ser a primeira mulher a governar a ilha. Mas em pouco tempo também se desgastou, o seu estilo brando não foi capaz de segurar o eleitorado, em queda livre em 2018. Nas eleições para o poder local, neste ano, sofreu uma enorme derrota. O que, de alguma forma, representa uma tradição no sistema político de Taiwan.

Em que sentido?

Há uma enorme volatilidade nas tendências voto em Taiwan, se calhar por ser uma democracia recente. O jornal Liberty Times até lhe chama ao eleitorado taiwanês uma “amante inconstante”, devido à sua imprevisibilidade de ano para ano. As governações do KMT e do PDP governam de forma alternada, se nada interferir no processo. Ora, é o que está a acontecer desta vez, com o “factor Hong Kong”. Desde então, o PDP tem revitalizado, e deverá ganhar as eleições com grande margem.

Caso vença as eleições, o que se pode esperar de Tsai num novo mandato?

Espera-se continuidade no estilo de governação moderada em relação à China. O que parece estar a mudar é que as questões de política interna começam a ser mais decisivas que as relações no estreito de Taiwan, o que também indicia uma maior maturidade do sistema político. Tsai é uma defensora de políticas progressistas, particularmente o casamento de pessoas do mesmo género e outras da mesma natureza. É aqui que reside parte substancial do seu eleitorado.

Depois destas eleições, como será traçado o futuro de Taiwan no que diz respeito à relação com Pequim, e também com Washington?

Com estes dois candidatos não deveremos ter grande hostilidade com a China, o que no máximo quereria dizer a implementação de políticas de tendência pró-independência. Han seguiria pela via da maior cooperação, encontros directos e outras políticas e iniciativas da linha de Ma Ying-jeou. Este, naturalmente, é o candidato preferido de Pequim. Tsai é uma candidata não cooperante, mas também não hostil, como foi o antigo Presidente Chen Shui-bian. No entanto, para os EUA, uma candidata como Tsai é um activo mais interessante, mais valioso no jogo político com a China. De alguma forma, Tsai Ying-wen melhora a posição negocial americana no quadro de jogos políticos e interesses na região. Frontalmente não será bom explorar muito esta via – sensível para a China – mas implicitamente todos sabem que aquela governante estará sempre mais aberta a explorar políticas alinhadas com os interesses de Washington. A venda de armamento americano também tem estado a aumentar, numa altura que o porta-aviões chinês Liaoning cruza as águas junto à ilha. Em cada acto eleitoral há sempre estas tensões. Não será nada de estranhar que perante uma nova vitória de Tsai, nestas eleições, volte a receber uma saudação directa por telefone do Presidente Trump. Pequim não ficará nada agradado.

Há alguma ligação que se possa estabelecer entre Hong Kong e este acto eleitoral?

Antes de responder directamente à questão, importa dizer só que Taiwan tem uma democracia consolidada e que comparar Hong Kong com Taiwan é um erro. Hong Kong tem uma democracia limitada, dirigida por Pequim. Taiwan é um país de facto, não o é de jure, mas com todos os ingredientes de um Estado. A opinião pública é real, há uma sociedade civil em acção, um sistema multipartidário e eleições livres e directas. Hong Kong tem muito menos do que isto.

Pensando na vitória de Tsai, os resultados, no caso de Hong Kong, servirão de apoio à perpetuação das reivindicações políticas. Diga-se que o que alimenta, em ambos os casos – Taiwan e Hong Kong – as acções de rua e o dinamismo político, são precisamente os partidos. São as incubadoras de ideias e de debate. Taiwan não só serve de modelo político para Hong Kong – e não o contrário, como foi planeado no modelo “Um País, Dois Sistemas” – mas de motivador e inspirador para a continuação das reivindicações políticas.

E em relação a Macau?

No caso de Macau, diria que não tem efeito nenhum, o território tem um habitat político muito específico, de acomodação. Macau dorme neste processo.

 

Principais candidatos trocaram ataques durante a campanha

Durante a campanha eleitoral o conceito de “Um País, Dois Sistemas”, levou a uma troca de galhardetes entre os dois principais candidatos, Tsai Ing-wen e Han Kuo-yu. De acordo com a agência Reuters, a líder do PDP chegou a afirmar que o voto no Kuomitang seria a escolha desse modelo para a ilha Formosa, algo que o candidato rejeitou.

Han tem vindo a queixar-se dos “truques sujos” que estão a ser usados para o acusar de se sujeitar à China, sobretudo no que diz respeito às revelações feitas pelos media australianos de que um auto-proclamado espião chinês que disse que a China apoiava Han, algo que o candidato rejeitou.

“Suplico ao povo de Taiwan que, nas eleições presidenciais e parlamentares de 2020, abra os olhos. Espero que a população de Taiwan possa ver estas manchas maliciosas para me pintarem de negro, vermelho e amarelo e tome uma decisão racional”, disse na terça-feira.

Os tempos são de especulação, tendo em conta que não só a população da Formosa parece não aceitar o modelo de integração proposto pelas autoridades chinesas como o parlamento taiwanês aprovou no início do mês uma lei anti-infiltração que visa impedir doações políticas e outros tipos de influências de forças estrangeiras no território. O diploma reflecte a crescente preocupação de Taiwan de que Pequim possa tentar interferir na sua governação.

Hong Kong e EUA

Numa das últimas acções de campanha, Tsai Ing-wen publicou, esta segunda-feira, um vídeo na sua página de Facebook a comparar a liberdade de Taiwan com o que se passa em Hong Kong, com imagens de Xi Jinping e Carrie Lam. “A alguns quilómetros daqui, muitos jovens estão a usar o seu sangue e lágrimas para defender a liberdade”, escreveu a candidata.

Citado pela Reuters, Liu Jieyi, director do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado escreveu no jornal oficial do Partido Comunista Chinês que a população em Taiwan estava a “explorar de forma positiva” o modelo, sem oferecer provas disso.

Mas um oficial chinês, que regularmente reúne com membros do Exército de Libertação Popular, disse à Reuters que os protestos de Hong Kong “aumentaram a dificuldade de fazer Taiwan voltar atrás”. “O que está a acontecer lá [em Hong Kong] está a assustar Taiwan”, disse o oficial, que falou sob anonimato.

Zhou Bou, director do Centro para a Cooperação de Segurança do Ministério da Defesa da China disse ser “claro” que o país quer resolver “a questão de Taiwan” de forma pacífica. Mas, afirmou, a China não pode ficar à espera enquanto Taiwan faz as suas tentativas para se afastar do país, enquanto os EUA deveriam estar alerta. “Não sei se os EUA estão preparados para pagar o preço militar por Taiwan”, disse.

Carlos Gaspar, presidente do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, defendeu ao HM que, no caso da eleição de Tsai Ing-wen os EUA podem “passar a estar mais empenhados em defender a democracia pluralista de Taiwan”.

“Se se confirmarem as sondagens, a reeleição da Presidente Tsai Ing-wen terá beneficiado do ressurgimento do movimento democrático em Hong Kong nos últimos meses e não vai ter nenhum impacto particular em Hong Kong. Pelo contrário, pode reforçar as relações com os Estados Unidos, num momento em que a estratégia de Washington tende a passar de um registo defensivo, dominado pela defesa dos equilíbrios regionais na Ásia Oriental perturbados pela ascensão da China, para um registo ofensivo, em que o objectivo principal é conter, ou travar, a projecção hegemónica da China como a principal potência asiática.”

Newman Lam, especialista em ciência política e ex-professor da Universidade de Macau, lembrou que Tsai Ing-wen vai, muito provavelmente, ganhar, “porque o que tem acontecido em Hong Kong assustou as pessoas em Taiwan e a posição do Kuomitang face à China tornou-se uma responsabilidade”. “Se Tsai ganhar, a China pode reconsiderar a sua estratégia de reunificação e adoptar uma aproximação mais moderada, o que iria obviamente beneficiar o movimento democrático de Hong Kong”, acrescentou.

Ainda assim, Newman Lam acredita que Pequim pode, pelo contrário, adoptar “uma linha mais dura e esse será o caminho para um conflito militar que pode desestabilizar o mundo inteiro, se é que Donald Trump não fez já estragos suficientes. O que Xi Jinping e o Partido Comunista vão fazer a seguir é um elemento muito importante”.

 

Taiwan pede a Pequim para não fazer segundas leituras dos resultados

Joseph Wu, ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, deu uma entrevista à Reuters onde defendeu que a China não deve olhar para os resultados das eleições no território como uma derrota ou vitória para o país. “Penso que a China não deveria olhar para as eleições como uma vitória ou derrota. Se a China fizer uma leitura muito profunda das nossas eleições… pode ser um cenário propenso a mais intimidação militar ou isolamento diplomático, ou podem ser usadas medidas económicas como punição contra Taiwan.”

Tsai Ing-wen tem falado dos receios que existem face às pressões da China nestas eleições, mas Joseph Wu quis estabelecer um distanciamento na entrevista à Reuters. “Estas são as nossas eleições. Esta não é uma eleição da China. São os taiwaneses que vão fazer o julgamento de qual o candidato ou partido político que é melhor para eles. Se a China quer tanto jogar com as democracias de outros países, talvez possam tentar, a certa altura, fazer algo com as eleições do seu próprio país”, frisou.

10 Jan 2020

Taiwan | Três candidatos disputam amanhã votos com Pequim à espreita

Tsai Ing-wen do partido democrata, Han Kuo-yu do Kuomitang, e James Soong do People First Party. São estes os três nomes que vão amanhã a votos na Ilha Formosa numa altura em que a relação com Pequim está longe de ser pacífica. Jorge Tavares da Silva, professor da Universidade de Aveiro e investigador sobre Taiwan, faz a análise de umas eleições especiais, tendo em conta os acontecimentos de Hong Kong

 
O que poderemos esperar destes candidatos?
Primeiro de tudo, importa dizer que, embora as eleições em Taiwan sejam sempre importantes para a região, estas particularmente revestem-se de um enorme interesse devido às duradouras manifestações em Hong Kong. De facto, o que se está a passar na antiga colónia inglesa é o factor que mais condiciona e influencia este acto eleitoral.
Em termos de base eleitoral, os dois candidatos principais representam a divisão tradicional entre os que são mais cooperantes com a China continental, ligados ao Kuomintang (KMT), e o Partido Democrático Progressista (PDP), com tendências mais pró-independência, embora não o tenha feito de forma explícita. Han Kuo-yu, o candidato do KMT, tem seguido pela via das promessas eleitorais, em grande escala, algumas com polémica. Estando ligado ao partido mais tradicional, é na geração mais nova que encontra mais dificuldades de penetração. Lembro as manifestações de 2014, conhecido como o Movimento Girassol, que foi destrutivo para a governação do antigo presidente Ma Ying-jeou. Na verdade, os jovens eram pouco adeptos das políticas de excessiva aproximação à China, que lhes prejudicava as aspirações socio-económicas.
Como é que o novo candidato pode mudar esse paradigma?
Han, para captar este eleitorado, promete pagar os estudos aos estudantes no estrangeiro, uma medida algo irrealista. Também promete aumentar o número de visitantes estrangeiros na ilha, o que não foi recebido nada bem na opinião pública. Taiwan tem tido um aumento exponencial de turistas. Só em 2018 foram cerca de 11 milhões. Estas e outras propostas só o estão a prejudicar. É quase certo que perderá as eleições, como mostram as últimas sondagens. O que se poderia esperar dele é uma política de maior aproximação à China continental, agregada aos interesses de uma elite económica que defende uma abertura cada vez maior. O lóbi pró-China é forte em Taiwan e é através deste partido que encontra o seu maior apoio.
Por outro lado, Tsai Ing-wen leva alguma vantagem?
Nas eleições de 2016 tinha a seu favor o desgaste da governação anterior e o facto de ser a primeira mulher a governar a ilha. Mas em pouco tempo também se desgastou, o seu estilo brando não foi capaz de segurar o eleitorado, em queda livre em 2018. Nas eleições para o poder local, neste ano, sofreu uma enorme derrota. O que, de alguma forma, representa uma tradição no sistema político de Taiwan.
Em que sentido?
Há uma enorme volatilidade nas tendências voto em Taiwan, se calhar por ser uma democracia recente. O jornal Liberty Times até lhe chama ao eleitorado taiwanês uma “amante inconstante”, devido à sua imprevisibilidade de ano para ano. As governações do KMT e do PDP governam de forma alternada, se nada interferir no processo. Ora, é o que está a acontecer desta vez, com o “factor Hong Kong”. Desde então, o PDP tem revitalizado, e deverá ganhar as eleições com grande margem.
Caso vença as eleições, o que se pode esperar de Tsai num novo mandato?
Espera-se continuidade no estilo de governação moderada em relação à China. O que parece estar a mudar é que as questões de política interna começam a ser mais decisivas que as relações no estreito de Taiwan, o que também indicia uma maior maturidade do sistema político. Tsai é uma defensora de políticas progressistas, particularmente o casamento de pessoas do mesmo género e outras da mesma natureza. É aqui que reside parte substancial do seu eleitorado.
Depois destas eleições, como será traçado o futuro de Taiwan no que diz respeito à relação com Pequim, e também com Washington?
Com estes dois candidatos não deveremos ter grande hostilidade com a China, o que no máximo quereria dizer a implementação de políticas de tendência pró-independência. Han seguiria pela via da maior cooperação, encontros directos e outras políticas e iniciativas da linha de Ma Ying-jeou. Este, naturalmente, é o candidato preferido de Pequim. Tsai é uma candidata não cooperante, mas também não hostil, como foi o antigo Presidente Chen Shui-bian. No entanto, para os EUA, uma candidata como Tsai é um activo mais interessante, mais valioso no jogo político com a China. De alguma forma, Tsai Ying-wen melhora a posição negocial americana no quadro de jogos políticos e interesses na região. Frontalmente não será bom explorar muito esta via – sensível para a China – mas implicitamente todos sabem que aquela governante estará sempre mais aberta a explorar políticas alinhadas com os interesses de Washington. A venda de armamento americano também tem estado a aumentar, numa altura que o porta-aviões chinês Liaoning cruza as águas junto à ilha. Em cada acto eleitoral há sempre estas tensões. Não será nada de estranhar que perante uma nova vitória de Tsai, nestas eleições, volte a receber uma saudação directa por telefone do Presidente Trump. Pequim não ficará nada agradado.
Há alguma ligação que se possa estabelecer entre Hong Kong e este acto eleitoral?
Antes de responder directamente à questão, importa dizer só que Taiwan tem uma democracia consolidada e que comparar Hong Kong com Taiwan é um erro. Hong Kong tem uma democracia limitada, dirigida por Pequim. Taiwan é um país de facto, não o é de jure, mas com todos os ingredientes de um Estado. A opinião pública é real, há uma sociedade civil em acção, um sistema multipartidário e eleições livres e directas. Hong Kong tem muito menos do que isto.
Pensando na vitória de Tsai, os resultados, no caso de Hong Kong, servirão de apoio à perpetuação das reivindicações políticas. Diga-se que o que alimenta, em ambos os casos – Taiwan e Hong Kong – as acções de rua e o dinamismo político, são precisamente os partidos. São as incubadoras de ideias e de debate. Taiwan não só serve de modelo político para Hong Kong – e não o contrário, como foi planeado no modelo “Um País, Dois Sistemas” – mas de motivador e inspirador para a continuação das reivindicações políticas.
E em relação a Macau?
No caso de Macau, diria que não tem efeito nenhum, o território tem um habitat político muito específico, de acomodação. Macau dorme neste processo.
 
Principais candidatos trocaram ataques durante a campanha
Durante a campanha eleitoral o conceito de “Um País, Dois Sistemas”, levou a uma troca de galhardetes entre os dois principais candidatos, Tsai Ing-wen e Han Kuo-yu. De acordo com a agência Reuters, a líder do PDP chegou a afirmar que o voto no Kuomitang seria a escolha desse modelo para a ilha Formosa, algo que o candidato rejeitou.
Han tem vindo a queixar-se dos “truques sujos” que estão a ser usados para o acusar de se sujeitar à China, sobretudo no que diz respeito às revelações feitas pelos media australianos de que um auto-proclamado espião chinês que disse que a China apoiava Han, algo que o candidato rejeitou.
“Suplico ao povo de Taiwan que, nas eleições presidenciais e parlamentares de 2020, abra os olhos. Espero que a população de Taiwan possa ver estas manchas maliciosas para me pintarem de negro, vermelho e amarelo e tome uma decisão racional”, disse na terça-feira.
Os tempos são de especulação, tendo em conta que não só a população da Formosa parece não aceitar o modelo de integração proposto pelas autoridades chinesas como o parlamento taiwanês aprovou no início do mês uma lei anti-infiltração que visa impedir doações políticas e outros tipos de influências de forças estrangeiras no território. O diploma reflecte a crescente preocupação de Taiwan de que Pequim possa tentar interferir na sua governação.
Hong Kong e EUA
Numa das últimas acções de campanha, Tsai Ing-wen publicou, esta segunda-feira, um vídeo na sua página de Facebook a comparar a liberdade de Taiwan com o que se passa em Hong Kong, com imagens de Xi Jinping e Carrie Lam. “A alguns quilómetros daqui, muitos jovens estão a usar o seu sangue e lágrimas para defender a liberdade”, escreveu a candidata.
Citado pela Reuters, Liu Jieyi, director do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado escreveu no jornal oficial do Partido Comunista Chinês que a população em Taiwan estava a “explorar de forma positiva” o modelo, sem oferecer provas disso.
Mas um oficial chinês, que regularmente reúne com membros do Exército de Libertação Popular, disse à Reuters que os protestos de Hong Kong “aumentaram a dificuldade de fazer Taiwan voltar atrás”. “O que está a acontecer lá [em Hong Kong] está a assustar Taiwan”, disse o oficial, que falou sob anonimato.
Zhou Bou, director do Centro para a Cooperação de Segurança do Ministério da Defesa da China disse ser “claro” que o país quer resolver “a questão de Taiwan” de forma pacífica. Mas, afirmou, a China não pode ficar à espera enquanto Taiwan faz as suas tentativas para se afastar do país, enquanto os EUA deveriam estar alerta. “Não sei se os EUA estão preparados para pagar o preço militar por Taiwan”, disse.
Carlos Gaspar, presidente do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, defendeu ao HM que, no caso da eleição de Tsai Ing-wen os EUA podem “passar a estar mais empenhados em defender a democracia pluralista de Taiwan”.
“Se se confirmarem as sondagens, a reeleição da Presidente Tsai Ing-wen terá beneficiado do ressurgimento do movimento democrático em Hong Kong nos últimos meses e não vai ter nenhum impacto particular em Hong Kong. Pelo contrário, pode reforçar as relações com os Estados Unidos, num momento em que a estratégia de Washington tende a passar de um registo defensivo, dominado pela defesa dos equilíbrios regionais na Ásia Oriental perturbados pela ascensão da China, para um registo ofensivo, em que o objectivo principal é conter, ou travar, a projecção hegemónica da China como a principal potência asiática.”
Newman Lam, especialista em ciência política e ex-professor da Universidade de Macau, lembrou que Tsai Ing-wen vai, muito provavelmente, ganhar, “porque o que tem acontecido em Hong Kong assustou as pessoas em Taiwan e a posição do Kuomitang face à China tornou-se uma responsabilidade”. “Se Tsai ganhar, a China pode reconsiderar a sua estratégia de reunificação e adoptar uma aproximação mais moderada, o que iria obviamente beneficiar o movimento democrático de Hong Kong”, acrescentou.
Ainda assim, Newman Lam acredita que Pequim pode, pelo contrário, adoptar “uma linha mais dura e esse será o caminho para um conflito militar que pode desestabilizar o mundo inteiro, se é que Donald Trump não fez já estragos suficientes. O que Xi Jinping e o Partido Comunista vão fazer a seguir é um elemento muito importante”.
 

Taiwan pede a Pequim para não fazer segundas leituras dos resultados

Joseph Wu, ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, deu uma entrevista à Reuters onde defendeu que a China não deve olhar para os resultados das eleições no território como uma derrota ou vitória para o país. “Penso que a China não deveria olhar para as eleições como uma vitória ou derrota. Se a China fizer uma leitura muito profunda das nossas eleições… pode ser um cenário propenso a mais intimidação militar ou isolamento diplomático, ou podem ser usadas medidas económicas como punição contra Taiwan.”
Tsai Ing-wen tem falado dos receios que existem face às pressões da China nestas eleições, mas Joseph Wu quis estabelecer um distanciamento na entrevista à Reuters. “Estas são as nossas eleições. Esta não é uma eleição da China. São os taiwaneses que vão fazer o julgamento de qual o candidato ou partido político que é melhor para eles. Se a China quer tanto jogar com as democracias de outros países, talvez possam tentar, a certa altura, fazer algo com as eleições do seu próprio país”, frisou.

10 Jan 2020

Hong Kong | Violência e adversidade económica são desafios de Lam para 2020

A chefe do Governo de Hong Kong disse ontem que a cidade enfrenta vários desafios em 2020, incluindo “violência, adversidade económica e uma ameaça à saúde”, quando os protestos antigovernamentais entram no oitavo mês

 

[dropcap]”O[/dropcap] Governo está determinado a atravessar a tempestade”, sublinhou Carrie Lam, citada pela agência de notícias Associated Press.

A relutância do Governo em responder concretamente às exigências políticas tem sido alvo de crescentes e intensas críticas por parte dos manifestantes, que continuam a pedir reformas eleitorais e uma investigação independente às acusações de brutalidade policial.

Quando questionada novamente sobre esse inquérito, numa conferência de imprensa na manhã de ontem, Lam disse: “Não precisamos seguir esse caminho”.

Os protestos em massa começaram em Junho em oposição a emendas propostas à legislação de extradição, que permitiriam que os residentes de Hong Kong fossem enviados para julgamento na China continental, onde os ativistas são habitualmente alvo de detenções. Embora a Chefe do Executivo tenha retirado a proposta de lei, as manifestações continuaram à volta de reformas democráticas mais amplas.

Na mesma conferência de imprensa, Lam também tentou tranquilizar a população em relação a uma doença respiratória, que pode ter infectado alguns residentes de Hong Kong que viajaram recentemente para a cidade chinesa de Wuhan, onde 59 pacientes estão a ser tratados a uma pneumonia viral cuja causa ainda não foi identificada.

A governante prometeu que o Governo irá alterar a portaria de Prevenção e Controlo de Doenças, dando poderes legais às autoridades de saúde para isolar pacientes suspeitos, algo que deverá acontecer esta semana, acrescentou, citada pela emissora pública RTHK.

Lam recusou-se ainda a tecer qualquer comentário sobre o novo chefe do Gabinete de Ligação da China em Hong Kong, Luo Huining, nomeado no fim de semana.

8 Jan 2020

Hong Kong | Violência e adversidade económica são desafios de Lam para 2020

A chefe do Governo de Hong Kong disse ontem que a cidade enfrenta vários desafios em 2020, incluindo “violência, adversidade económica e uma ameaça à saúde”, quando os protestos antigovernamentais entram no oitavo mês

 
[dropcap]”O[/dropcap] Governo está determinado a atravessar a tempestade”, sublinhou Carrie Lam, citada pela agência de notícias Associated Press.
A relutância do Governo em responder concretamente às exigências políticas tem sido alvo de crescentes e intensas críticas por parte dos manifestantes, que continuam a pedir reformas eleitorais e uma investigação independente às acusações de brutalidade policial.
Quando questionada novamente sobre esse inquérito, numa conferência de imprensa na manhã de ontem, Lam disse: “Não precisamos seguir esse caminho”.
Os protestos em massa começaram em Junho em oposição a emendas propostas à legislação de extradição, que permitiriam que os residentes de Hong Kong fossem enviados para julgamento na China continental, onde os ativistas são habitualmente alvo de detenções. Embora a Chefe do Executivo tenha retirado a proposta de lei, as manifestações continuaram à volta de reformas democráticas mais amplas.
Na mesma conferência de imprensa, Lam também tentou tranquilizar a população em relação a uma doença respiratória, que pode ter infectado alguns residentes de Hong Kong que viajaram recentemente para a cidade chinesa de Wuhan, onde 59 pacientes estão a ser tratados a uma pneumonia viral cuja causa ainda não foi identificada.
A governante prometeu que o Governo irá alterar a portaria de Prevenção e Controlo de Doenças, dando poderes legais às autoridades de saúde para isolar pacientes suspeitos, algo que deverá acontecer esta semana, acrescentou, citada pela emissora pública RTHK.
Lam recusou-se ainda a tecer qualquer comentário sobre o novo chefe do Gabinete de Ligação da China em Hong Kong, Luo Huining, nomeado no fim de semana.

8 Jan 2020

Guerra comercial | Delegação visita Washington para assinar acordo parcial sobre comércio

[dropcap]U[/dropcap]ma delegação chinesa viajará para Washington na próxima semana para assinar a “primeira fase” de um acordo que visa pôr fim às disputas comerciais entre a China e os Estados Unidos, avançou a imprensa de Hong Kong. Segundo o South China Morning Post, a delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, permanecerá em Washington entre os dias 13 e 16 de Janeiro.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou anteriormente que um acordo “muito abrangente” seria assinado no dia 15 de Janeiro, na Casa Branca, com a presença de altos funcionários de Pequim, mas sem o homólogo chinês, Xi Jinping.

“Assinarei a fase muito abrangente do acordo comercial com a China em 15 de Janeiro. A cerimónia vai realizar-se na Casa Branca. Representantes de alto nível da China estarão presentes”, anunciou Donald Trump, através da rede social Twitter. Donald Trump disse ainda que “numa data posterior”, viajará até Pequim, “onde as negociações para a segunda fase do acordo começarão”.

Após quase 18 meses de guerra comercial, com os governos dos dois países a impor taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro, os dois lados anunciaram, em Dezembro passado, que alcançaram um acordo parcial que inclui a retirada progressiva de taxas e o aumento das importações de produtos norte-americanos por parte da China.

O vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, confirmou que a primeira fase do pacto inclui questões sobre transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão das trocas comerciais e estabelecimento de mecanismos de resolução de disputas.

Os Estados Unidos vão, no entanto, manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250.000 milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120.000 milhões de dólares.

As tensões comerciais entre as duas principais economias mundiais tiveram já graves consequências para a economia mundial. Nas últimas previsões para a economia mundial, publicadas em Outubro passado, o Fundo Monetário Internacional reduziu as perspectivas de crescimento, para este ano, para 3 por cento, dois décimos a menos que a previsão feita em Julho, face ao agravar da disputa comercial.

7 Jan 2020

Guerra comercial | Delegação visita Washington para assinar acordo parcial sobre comércio

[dropcap]U[/dropcap]ma delegação chinesa viajará para Washington na próxima semana para assinar a “primeira fase” de um acordo que visa pôr fim às disputas comerciais entre a China e os Estados Unidos, avançou a imprensa de Hong Kong. Segundo o South China Morning Post, a delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, permanecerá em Washington entre os dias 13 e 16 de Janeiro.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou anteriormente que um acordo “muito abrangente” seria assinado no dia 15 de Janeiro, na Casa Branca, com a presença de altos funcionários de Pequim, mas sem o homólogo chinês, Xi Jinping.
“Assinarei a fase muito abrangente do acordo comercial com a China em 15 de Janeiro. A cerimónia vai realizar-se na Casa Branca. Representantes de alto nível da China estarão presentes”, anunciou Donald Trump, através da rede social Twitter. Donald Trump disse ainda que “numa data posterior”, viajará até Pequim, “onde as negociações para a segunda fase do acordo começarão”.
Após quase 18 meses de guerra comercial, com os governos dos dois países a impor taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro, os dois lados anunciaram, em Dezembro passado, que alcançaram um acordo parcial que inclui a retirada progressiva de taxas e o aumento das importações de produtos norte-americanos por parte da China.
O vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, confirmou que a primeira fase do pacto inclui questões sobre transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão das trocas comerciais e estabelecimento de mecanismos de resolução de disputas.
Os Estados Unidos vão, no entanto, manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250.000 milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120.000 milhões de dólares.
As tensões comerciais entre as duas principais economias mundiais tiveram já graves consequências para a economia mundial. Nas últimas previsões para a economia mundial, publicadas em Outubro passado, o Fundo Monetário Internacional reduziu as perspectivas de crescimento, para este ano, para 3 por cento, dois décimos a menos que a previsão feita em Julho, face ao agravar da disputa comercial.

7 Jan 2020

Saúde | Autoridades chinesas negam que doença em Wuhan seja pneumonia atípica

As autoridades chinesas negaram ontem que a doença respiratória que infectou dezenas de pessoas numa cidade no centro da China seja pneumonia atípica, que causou centenas de mortes na China no início do século

 

[dropcap]R[/dropcap]eceios de uma recorrência do vírus, que matou mais de 700 pessoas no continente chinês, surgiram este mês, após vários doentes terem sido hospitalizados com uma pneumonia desconhecida em Wuhan, a capital da província de Hubei. A epidemia da pneumonia atípica, ou síndrome respiratória aguda grave (SARS), começou no sul da China e matou globalmente mais oito mil pessoas, entre 2002 e 2003.

No domingo, 59 pessoas foram diagnosticadas com a doença e isoladas enquanto recebem tratamento, indicou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. Sete dos pacientes encontram-se em estado crítico e os restantes em condição estável.

Em comunicado, a comissão informou que as investigações iniciais descartaram a hipótese de se tratar da síndrome respiratória aguda grave ou influenza, gripe aviária e adenovírus. A mesma entidade detalhou anteriormente que o sintoma mais comum da doença é febre e falta de ar, enquanto as infecções pulmonares surgiram num “pequeno número” de casos. Não há indicações claras de que a doença seja transmissível entre seres humanos.

Vários pacientes trabalhavam num mercado de alimentos nos subúrbios de Wuhan. A Comissão disse que o mercado foi encerrado e está sob investigação.

Para este lado

O director dos Serviços de Saúde de Macau anunciou no domingo que o nível de alerta de emergência foi elevado para três para reforçar a prevenção e coordenação na resposta à pneumonia viral de Wuhan. Lei Chin Ion sublinhou não ter sido registada qualquer ocorrência em Macau, que tem duas ligações aéreas diárias com Wuhan.

A legislação de Macau define cinco níveis de alerta, sendo o primeiro “especialmente grave” e o quinto “normal”. O nível de alerta três é um grau de risco médio que exige um acompanhamento mais apertado.

Também no domingo, a Autoridade Hospitalar de Hong Kong disse que um total de 15 pacientes estão a ser tratados na região semiautónoma chinesa, devido a sintomas como febre e infecção respiratória, após terem visitado Wuhan recentemente.

As autoridades ordenaram hospitais e médicos a relatar às autoridades casos de febre entre pacientes que tenham viajado para Wuhan nos últimos 14 dias, informou a secretária para a Saúde de Hong Kong, Sophia Chan. A região activou um nível de “resposta séria” para conter a propagação da infecção. Chan apelou aos moradores de Hong Kong para que evitem visitar mercados ou consumam carne de caça selvagem na China continental.

A Organização Mundial da Saúde disse que está a monitorizar de perto a situação e que mantém contacto com as autoridades chinesas, mas descartou a necessidade, para já, de impor restrições a viagens ou comércio.

7 Jan 2020

Saúde | Autoridades chinesas negam que doença em Wuhan seja pneumonia atípica

As autoridades chinesas negaram ontem que a doença respiratória que infectou dezenas de pessoas numa cidade no centro da China seja pneumonia atípica, que causou centenas de mortes na China no início do século

 
[dropcap]R[/dropcap]eceios de uma recorrência do vírus, que matou mais de 700 pessoas no continente chinês, surgiram este mês, após vários doentes terem sido hospitalizados com uma pneumonia desconhecida em Wuhan, a capital da província de Hubei. A epidemia da pneumonia atípica, ou síndrome respiratória aguda grave (SARS), começou no sul da China e matou globalmente mais oito mil pessoas, entre 2002 e 2003.
No domingo, 59 pessoas foram diagnosticadas com a doença e isoladas enquanto recebem tratamento, indicou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. Sete dos pacientes encontram-se em estado crítico e os restantes em condição estável.
Em comunicado, a comissão informou que as investigações iniciais descartaram a hipótese de se tratar da síndrome respiratória aguda grave ou influenza, gripe aviária e adenovírus. A mesma entidade detalhou anteriormente que o sintoma mais comum da doença é febre e falta de ar, enquanto as infecções pulmonares surgiram num “pequeno número” de casos. Não há indicações claras de que a doença seja transmissível entre seres humanos.
Vários pacientes trabalhavam num mercado de alimentos nos subúrbios de Wuhan. A Comissão disse que o mercado foi encerrado e está sob investigação.

Para este lado

O director dos Serviços de Saúde de Macau anunciou no domingo que o nível de alerta de emergência foi elevado para três para reforçar a prevenção e coordenação na resposta à pneumonia viral de Wuhan. Lei Chin Ion sublinhou não ter sido registada qualquer ocorrência em Macau, que tem duas ligações aéreas diárias com Wuhan.
A legislação de Macau define cinco níveis de alerta, sendo o primeiro “especialmente grave” e o quinto “normal”. O nível de alerta três é um grau de risco médio que exige um acompanhamento mais apertado.
Também no domingo, a Autoridade Hospitalar de Hong Kong disse que um total de 15 pacientes estão a ser tratados na região semiautónoma chinesa, devido a sintomas como febre e infecção respiratória, após terem visitado Wuhan recentemente.
As autoridades ordenaram hospitais e médicos a relatar às autoridades casos de febre entre pacientes que tenham viajado para Wuhan nos últimos 14 dias, informou a secretária para a Saúde de Hong Kong, Sophia Chan. A região activou um nível de “resposta séria” para conter a propagação da infecção. Chan apelou aos moradores de Hong Kong para que evitem visitar mercados ou consumam carne de caça selvagem na China continental.
A Organização Mundial da Saúde disse que está a monitorizar de perto a situação e que mantém contacto com as autoridades chinesas, mas descartou a necessidade, para já, de impor restrições a viagens ou comércio.

7 Jan 2020

Pequim nomeia novo representante para resolver crise de Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] Governo da China anunciou ontem a substituição do seu representante em Hong Kong, numa decisão que parece ilustrar a vontade de Pequim em resolver o conflito com manifestantes pró-democracia que se arrasta há vários meses.

Wang Zhimin, de 62 anos, foi destituído do cargo de director do Gabinete de Ligação para os assuntos de Hong Kong, sendo substituído por Luo Huining, de 65 anos, informou ontem o Governo chinês, num comunicado emitido pela televisão pública CCTV.

Por sua vez, a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong explicou que Zhimin foi destituído por “julgar erroneamente a situação de Hong Kong”.

A mudança na liderança do Gabinete acontece dois meses depois de o Comité Central do Partido Comunista Chinês ter pedido medidas para “garantir a segurança nacional” em Hong Kong. Wang Zhimin tornou-se, assim, no primeiro funcionário governamental a perder o emprego, depois de sete meses de protestos, sendo substituído por um oficial sénior do Partido Comunista, Luo Huining com um currículo que inclui a resolução de problemas difíceis em várias regiões da China.

No final de Dezembro, Luo Huining foi promovido a vice-presidente do Comité de Assuntos Financeiros e Económicos do parlamento chinês, após a sua saída como representante do Governo na província de Shanxi (no centro da China).

Antes, Luo foi responsável pela ligação do Governo Central com algumas das regiões mais desfavorecidas, sobretudo no interior do país, o que lhe valeu um currículo que tem sido elogiado pelo Partido Comunista Chinês.

O que diz Carrie

A Chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, reagiu à nomeação, num comunicado em que diz não ter dúvidas de que o novo representante do Governo chinês promoverá “a integração da região no desenvolvimento geral do país” e será capaz de estabelecer uma relação positiva entre o continente e Hong Kong.

Carrie Lam também agradeceu a Wang Zhimin pelo “apoio inabalável” que deu durante estes meses de crise do território autónomo, atormentado desde Junho por actos de violência sem precedentes.

6 Jan 2020

Hong Kong | Dezenas de detidos em protesto contra comerciantes chineses

Milhares de pessoas de Hong Kong voltaram ontem às ruas da cidade para protestar contra os comerciantes da China continental perto da fronteira, uma acção que terminou com dezenas de detidos pela polícia

 

[dropcap]E[/dropcap]mbora o protesto tenha começado pacificamente, ao final da tarde alguns manifestantes saíram da rota combinada e lançaram coquetéis molotov contra os agentes, o que os levou a retaliar com gás lacrimogéneo. A intervenção terminou com dezenas de detidos, noticiou a imprensa local.

Os manifestantes reuniram-se em Sheung Shui, a apenas alguns minutos de carro da fronteira chinesa, onde os moradores locais se queixam há anos dos transtornos causados pelos comerciantes da China continental que compram ali produtos para revender.

A prática, conhecida como “comércio paralelo”, permite que os comerciantes lucrem com as diferenças de preços entre a China continental e Hong Kong, que, ao contrário da China continental, não cobra impostos sobre bens e serviços. Como consequência, os moradores locais ficaram em pior situação, já que o distrito foi inundado por esse comércio e muitas lojas antigas fecharam, sendo substituídas por farmácias e lojas de cosméticos que atendem os comerciantes.

O protesto passou pelas principais ruas do distrito, onde os manifestantes entoaram slogans contra os compradores, que durante a última década têm cruzado a fronteira para recolher itens do dia-a-dia, de leite em pó para bebés até cosméticos e bombons de chocolate, revendendo-os na China. “Devemos dizer a estes comerciantes que esta é a nossa casa”, disse um morador ao jornal South China Morning Post.

Antes da festa

Os manifestantes instaram o Governo a limitar o número de turistas chineses que visitam a cidade para evitar o custo dos produtos vendidos no distrito, especialmente antes do Festival da Primavera ou do Ano Novo Chinês, que este ano se assinala em 25 de janeiro.

O conselheiro distrital pró-democrático Chan Yuk-ming, um dos organizadores dos protestos de ontem, disse ao mesmo jornal que os moradores locais foram forçados a sair às ruas porque o Governo não está a tomar medidas para resolver o problema. “Deveria ser sua responsabilidade regular os comerciantes, mas todo o peso recai sobre nós”, disse Chan.

Os meses de protestos colocaram a economia de Hong Kong em recessão pela primeira vez em uma década, depois de se contrair 2,9 por cento no terceiro trimestre, afectada pelas quedas das importações e exportações, das vendas a retalho e pelos números decrescentes do turismo.

6 Jan 2020

Hong Kong | Dezenas de detidos em protesto contra comerciantes chineses

Milhares de pessoas de Hong Kong voltaram ontem às ruas da cidade para protestar contra os comerciantes da China continental perto da fronteira, uma acção que terminou com dezenas de detidos pela polícia

 
[dropcap]E[/dropcap]mbora o protesto tenha começado pacificamente, ao final da tarde alguns manifestantes saíram da rota combinada e lançaram coquetéis molotov contra os agentes, o que os levou a retaliar com gás lacrimogéneo. A intervenção terminou com dezenas de detidos, noticiou a imprensa local.
Os manifestantes reuniram-se em Sheung Shui, a apenas alguns minutos de carro da fronteira chinesa, onde os moradores locais se queixam há anos dos transtornos causados pelos comerciantes da China continental que compram ali produtos para revender.
A prática, conhecida como “comércio paralelo”, permite que os comerciantes lucrem com as diferenças de preços entre a China continental e Hong Kong, que, ao contrário da China continental, não cobra impostos sobre bens e serviços. Como consequência, os moradores locais ficaram em pior situação, já que o distrito foi inundado por esse comércio e muitas lojas antigas fecharam, sendo substituídas por farmácias e lojas de cosméticos que atendem os comerciantes.
O protesto passou pelas principais ruas do distrito, onde os manifestantes entoaram slogans contra os compradores, que durante a última década têm cruzado a fronteira para recolher itens do dia-a-dia, de leite em pó para bebés até cosméticos e bombons de chocolate, revendendo-os na China. “Devemos dizer a estes comerciantes que esta é a nossa casa”, disse um morador ao jornal South China Morning Post.

Antes da festa

Os manifestantes instaram o Governo a limitar o número de turistas chineses que visitam a cidade para evitar o custo dos produtos vendidos no distrito, especialmente antes do Festival da Primavera ou do Ano Novo Chinês, que este ano se assinala em 25 de janeiro.
O conselheiro distrital pró-democrático Chan Yuk-ming, um dos organizadores dos protestos de ontem, disse ao mesmo jornal que os moradores locais foram forçados a sair às ruas porque o Governo não está a tomar medidas para resolver o problema. “Deveria ser sua responsabilidade regular os comerciantes, mas todo o peso recai sobre nós”, disse Chan.
Os meses de protestos colocaram a economia de Hong Kong em recessão pela primeira vez em uma década, depois de se contrair 2,9 por cento no terceiro trimestre, afectada pelas quedas das importações e exportações, das vendas a retalho e pelos números decrescentes do turismo.

6 Jan 2020

Coreia do Norte | Kim ameaça retomar testes de mísseis atómicos e intercontinentais

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance, suspensos durante as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), revelando que em breve vai ser implantada uma “nova arma estratégica”

 

[dropcap]N[/dropcap]o âmbito da quinta reunião plenária do atual Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un disse que não há razão para preservar a medida activada desde 2018 por Pyongyang sobre o teste de armas de destruição em massa, considerando que houve uma falta de propostas por parte Washington.

As palavras do líder norte-coreano, reproduzidas pela agência estatal KCNA, representam um grande revés nas negociações sobre desnuclearização.

Apesar de ameaçar retomar os testes de mísseis atómicos e intercontinentais, Kim Jong-un deixou uma porta aberta para o diálogo, referindo que o aumento da capacidade nuclear de Pyongyang fica dependente da “atitude futura dos EUA” para com a Coreia do Norte. Este ano, o líder norte-coreano optou por não fazer um discurso de ano novo, mas publicou uma mensagem na página da assembleia.

Na mensagem, Kim disse que Washington respondeu à moratória do regime com exercícios militares realizados em conjunto com Seul, capital da Coreia do Sul, e com novas sanções. “Sob tais condições, já não há base para nós no que se refere a manter este compromisso unilateral [de suspender os testes de armas] durante mais tempo”, assegurou Kim Jong-un, dirigindo-se às elites do partido norte-coreano.

“Os actos hostis e a ameaça nuclear contra nós estão aumentando”, advertiu o líder norte-coreano, segundo a agência estatal KCNA, afirmando que “o mundo testemunhará uma nova arma estratégica que estará na posse da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) num futuro próximo”.

Com a “nova arma estratégica”, Kim referia-se, provavelmente, a um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM). Recentemente, o regime norte-coreano realizou dois testes que podem ser novos motores para o ICBM.

Dar uma chance

O secretário de Estado norte-americano disse que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos.

“Precisamos de saber o que Kim [Jong-un] disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang.

“Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou.

Pyongyang declarou uma moratória autoimposta a testes nucleares e lançamentos do ICBM em Abril de 2018, um gesto que ajudou a convocar a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura.

Na reunião realizada em Junho de 2018, os dois países comprometeram-se a “trabalhar pela desnuclearização da península coreana”. No entanto, durante 2019, Pyongyang sublinhou a sua impaciência pela falta de avanços substanciais reais desde a reunião realizada há um ano e meio. O regime, enfatizou, nos últimos meses que deu à Casa Branca até o final do ano de 2019 para trazer novas propostas à mesa de negociações.

3 Jan 2020

Coreia do Norte | Kim ameaça retomar testes de mísseis atómicos e intercontinentais

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou retomar os testes de mísseis nucleares e de longo alcance, suspensos durante as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), revelando que em breve vai ser implantada uma “nova arma estratégica”

 
[dropcap]N[/dropcap]o âmbito da quinta reunião plenária do atual Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Jong-un disse que não há razão para preservar a medida activada desde 2018 por Pyongyang sobre o teste de armas de destruição em massa, considerando que houve uma falta de propostas por parte Washington.
As palavras do líder norte-coreano, reproduzidas pela agência estatal KCNA, representam um grande revés nas negociações sobre desnuclearização.
Apesar de ameaçar retomar os testes de mísseis atómicos e intercontinentais, Kim Jong-un deixou uma porta aberta para o diálogo, referindo que o aumento da capacidade nuclear de Pyongyang fica dependente da “atitude futura dos EUA” para com a Coreia do Norte. Este ano, o líder norte-coreano optou por não fazer um discurso de ano novo, mas publicou uma mensagem na página da assembleia.
Na mensagem, Kim disse que Washington respondeu à moratória do regime com exercícios militares realizados em conjunto com Seul, capital da Coreia do Sul, e com novas sanções. “Sob tais condições, já não há base para nós no que se refere a manter este compromisso unilateral [de suspender os testes de armas] durante mais tempo”, assegurou Kim Jong-un, dirigindo-se às elites do partido norte-coreano.
“Os actos hostis e a ameaça nuclear contra nós estão aumentando”, advertiu o líder norte-coreano, segundo a agência estatal KCNA, afirmando que “o mundo testemunhará uma nova arma estratégica que estará na posse da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) num futuro próximo”.
Com a “nova arma estratégica”, Kim referia-se, provavelmente, a um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM). Recentemente, o regime norte-coreano realizou dois testes que podem ser novos motores para o ICBM.

Dar uma chance

O secretário de Estado norte-americano disse que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado o fim da moratória sobre ensaios nucleares e de mísseis balísticos.
“Precisamos de saber o que Kim [Jong-un] disse especificamente nessas observações”, apontou na terça-feira Mike Pompeo, em entrevista à cadeia televisiva CBS, após o anúncio do líder da Coreia do Norte tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Ainda assim, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que os Estados Unidos querem “paz, não confronto” com Pyongyang.
“Queremos deixar em aberto a possibilidade de o líder da Coreia do Norte fazer a melhor escolha, tanto para ele quanto para o seu povo”, acrescentou.
Pyongyang declarou uma moratória autoimposta a testes nucleares e lançamentos do ICBM em Abril de 2018, um gesto que ajudou a convocar a primeira cúpula entre Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura.
Na reunião realizada em Junho de 2018, os dois países comprometeram-se a “trabalhar pela desnuclearização da península coreana”. No entanto, durante 2019, Pyongyang sublinhou a sua impaciência pela falta de avanços substanciais reais desde a reunião realizada há um ano e meio. O regime, enfatizou, nos últimos meses que deu à Casa Branca até o final do ano de 2019 para trazer novas propostas à mesa de negociações.

3 Jan 2020

Guerra Comercial | Primeira fase do acordo assinada em 15 de Janeiro

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou que a primeira fase do acordo comercial com a China será firmada em meados de Janeiro, e que irá depois a Pequim iniciar conversações sobre uma segunda fase

 

[dropcap]C[/dropcap]omo não poderia deixar de ser, a aguardada notícia foi dada na rede social preferida do Presidente norte-americano. “Vou assinar em 15 de Janeiro uma grande e abrangente ‘fase um’ do acordo comercial com a China. A cerimónia vai decorrer na Casa Branca e estarão presentes altos representantes chineses”, transmitiu Donald Trump na sua conta na rede social ‘Twitter’.

O Presidente americano anunciou também que mais tarde irá deslocar-se a Pequim “para iniciar conversações sobre a fase dois” do acordo, mas não apontou uma data concreta para a viagem.

A “fase um” do acordo deverá ser mais pequena do que o acordo geral que Trump almejava e remete para conversas futuras alguns dos assuntos mais quentes entre os dois países. De acordo com a Associated Press, poucos economistas esperam a resolução da “fase dois” antes das eleições presidenciais de 2020.

As duas nações também ainda não revelaram documentação detalhada sobre o acordo.
Em meados de Dezembro, China e Estados Unidos anunciaram um acordo parcial para colocar fim a um conflito comercial que dura há quase dois anos, suspendendo tarifas retaliatórias que entrariam em vigor no passado domingo.

“Iniciaremos negociações da Fase Dois do acordo imediatamente, em vez de esperar por depois das eleições de 2020”, escreveu hoje o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter, referindo-se a uma nova etapa das negociações com a China.

Resolver disputas

Do lado chinês, o vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, disse numa conferência de Imprensa que os dois lados tinham chegado a uma primeira fase do acordo comercial, que inclui o entendimento sobre matérias como a transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão comercial e estabelecimentos de mecanismos de resolução de disputas.

O chefe de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, Myron Brilliant, esclareceu que este acordo parcial levou os Estados Unidos a suspender o plano de impor tarifas de 160 mil milhões de dólares em importações chinesas, que deveria arrancar no domingo. Os Estados Unidos comprometem-se igualmente a eliminar progressivamente as acusações que pendiam sobre China, no diferendo comercial.

Em troca, a China compromete-se a comprar mais produtos agrícolas dos EUA, a aumentar o acesso das empresas norte-americanas ao mercado chinês e a reforçar a protecção imediata de direitos de propriedade intelectual.

“Este é um acordo fantástico para nós!”, exclamou Donald Trump no ‘Twitter’, justificando a decisão de suspender a aplicação de novas tarifas retaliatórias e a vontade de iniciar em breve uma nova fase do acordo comercial.

Desde Julho de 2018, os Estados Unidos tinham imposto tarifas retaliatórias de mais de cerca de 360 mil milhões de dólares sobre produtos chineses, com Pequim a responder tributando acrescidamente cerca de 120 mil milhões de dólares em exportações dos EUA.

3 Jan 2020

Guerra Comercial | Primeira fase do acordo assinada em 15 de Janeiro

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou que a primeira fase do acordo comercial com a China será firmada em meados de Janeiro, e que irá depois a Pequim iniciar conversações sobre uma segunda fase

 
[dropcap]C[/dropcap]omo não poderia deixar de ser, a aguardada notícia foi dada na rede social preferida do Presidente norte-americano. “Vou assinar em 15 de Janeiro uma grande e abrangente ‘fase um’ do acordo comercial com a China. A cerimónia vai decorrer na Casa Branca e estarão presentes altos representantes chineses”, transmitiu Donald Trump na sua conta na rede social ‘Twitter’.
O Presidente americano anunciou também que mais tarde irá deslocar-se a Pequim “para iniciar conversações sobre a fase dois” do acordo, mas não apontou uma data concreta para a viagem.
A “fase um” do acordo deverá ser mais pequena do que o acordo geral que Trump almejava e remete para conversas futuras alguns dos assuntos mais quentes entre os dois países. De acordo com a Associated Press, poucos economistas esperam a resolução da “fase dois” antes das eleições presidenciais de 2020.
As duas nações também ainda não revelaram documentação detalhada sobre o acordo.
Em meados de Dezembro, China e Estados Unidos anunciaram um acordo parcial para colocar fim a um conflito comercial que dura há quase dois anos, suspendendo tarifas retaliatórias que entrariam em vigor no passado domingo.
“Iniciaremos negociações da Fase Dois do acordo imediatamente, em vez de esperar por depois das eleições de 2020”, escreveu hoje o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter, referindo-se a uma nova etapa das negociações com a China.

Resolver disputas

Do lado chinês, o vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, disse numa conferência de Imprensa que os dois lados tinham chegado a uma primeira fase do acordo comercial, que inclui o entendimento sobre matérias como a transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão comercial e estabelecimentos de mecanismos de resolução de disputas.
O chefe de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, Myron Brilliant, esclareceu que este acordo parcial levou os Estados Unidos a suspender o plano de impor tarifas de 160 mil milhões de dólares em importações chinesas, que deveria arrancar no domingo. Os Estados Unidos comprometem-se igualmente a eliminar progressivamente as acusações que pendiam sobre China, no diferendo comercial.
Em troca, a China compromete-se a comprar mais produtos agrícolas dos EUA, a aumentar o acesso das empresas norte-americanas ao mercado chinês e a reforçar a protecção imediata de direitos de propriedade intelectual.
“Este é um acordo fantástico para nós!”, exclamou Donald Trump no ‘Twitter’, justificando a decisão de suspender a aplicação de novas tarifas retaliatórias e a vontade de iniciar em breve uma nova fase do acordo comercial.
Desde Julho de 2018, os Estados Unidos tinham imposto tarifas retaliatórias de mais de cerca de 360 mil milhões de dólares sobre produtos chineses, com Pequim a responder tributando acrescidamente cerca de 120 mil milhões de dólares em exportações dos EUA.

3 Jan 2020

Hong Kong | Cerca de 400 detenções em confrontos no dia de Ano Novo

Cerca de 400 manifestantes foram detidos em Hong Kong após confrontos com as forças policiais na marcha pró-democracia do dia de Ano Novo, anunciou a polícia, citada pelas agências internacionais

 

[dropcap]S[/dropcap]egundo a agência noticiosa Efe, os manifestantes foram detidos por “reunião ilícita e posse de armas”, declarou um responsável da polícia de Hong Kong, em conferência de imprensa.

De acordo com a organização da marcha, a cargo da Frente Civil dos Direitos Humanos, mais de um milhão de pessoas participaram na primeira marcha pró-democrática de 2020 em Hong Kong.

Ainda segundo a agência noticiosa Associated Press (AP), vários jovens com máscaras no rosto saíram da marcha e começaram a vandalizar bancos e terminais electrónicos de pagamento com ‘spray’ de tinta, martelos e ‘cocktails’ molotov. De acordo com o mesmo relato, os manifestantes destruíram semáforos, retiraram pedras da calçada dos passeios e barricaram estradas no centro financeiro da cidade.
Dependências bancárias e negócios relacionados com a China têm sido alvos frequentes dos manifestantes.

Em resposta, a polícia usou gás pimenta, gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, embora segundo o Governo, os agentes tenham “usado a mínima força possível”. Um superintendente da polícia de Hong Kong disse aos repórteres que os manifestantes abandonaram a marcha e começaram a ameaçar a polícia, cercando-os e atirando-lhes objectos, o que levou a acções de retaliação por parte da polícia.

Véspera áspera

Os confrontos foram antecedidos de distúrbios entre a polícia e os manifestantes, durante a noite de passagem de ano, num movimentado bairro de comércio e diversão noturna. Durante a noite, a polícia também usou gás pimenta, gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes que bloquearam o trânsito e atearam fogos nas ruas do bairro de Mong Kok.

De acordo com a AP, Eric Lai, da organização da marcha, disse esperar que se consiga evitar o recurso à violência verificada na última noite. “Esperamos que a polícia possa facilitar, em vez de nos provocar e lançar-nos canhões de água e gás lacrimogéneo”, referiu.

Desde o início dos protestos, ambos os lados são acusados de provocar confrontos, tendo já sido detidos cerca de 6.500 manifestantes, alguns com apenas 12 anos, nas ruas, centros comerciais e universidades.
Na sua mensagem de Ano Novo, a Chefe do Governo local, Carrie Lam, disse que os protestos têm trazido “tristeza, ansiedade, desilusão e até raiva”.

A responsável revelou que iria “ouvir humildemente” no sentido de tentar colocar um fim aos protestos e reforçou a importância do modelo “Um País, Dois Sistemas”, segundo o qual a China governa Hong Kong.
Na sua mensagem de Natal, o presidente da China, Xi Jinping, também se referiu aos protestos, dizendo que a estabilidade e a prosperidade de Hong Kong são os desejos de quem reside no território e as expectativas de quem está na “terra mãe”.

3 Jan 2020

Hong Kong | Cerca de 400 detenções em confrontos no dia de Ano Novo

Cerca de 400 manifestantes foram detidos em Hong Kong após confrontos com as forças policiais na marcha pró-democracia do dia de Ano Novo, anunciou a polícia, citada pelas agências internacionais

 
[dropcap]S[/dropcap]egundo a agência noticiosa Efe, os manifestantes foram detidos por “reunião ilícita e posse de armas”, declarou um responsável da polícia de Hong Kong, em conferência de imprensa.
De acordo com a organização da marcha, a cargo da Frente Civil dos Direitos Humanos, mais de um milhão de pessoas participaram na primeira marcha pró-democrática de 2020 em Hong Kong.
Ainda segundo a agência noticiosa Associated Press (AP), vários jovens com máscaras no rosto saíram da marcha e começaram a vandalizar bancos e terminais electrónicos de pagamento com ‘spray’ de tinta, martelos e ‘cocktails’ molotov. De acordo com o mesmo relato, os manifestantes destruíram semáforos, retiraram pedras da calçada dos passeios e barricaram estradas no centro financeiro da cidade.
Dependências bancárias e negócios relacionados com a China têm sido alvos frequentes dos manifestantes.
Em resposta, a polícia usou gás pimenta, gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, embora segundo o Governo, os agentes tenham “usado a mínima força possível”. Um superintendente da polícia de Hong Kong disse aos repórteres que os manifestantes abandonaram a marcha e começaram a ameaçar a polícia, cercando-os e atirando-lhes objectos, o que levou a acções de retaliação por parte da polícia.

Véspera áspera

Os confrontos foram antecedidos de distúrbios entre a polícia e os manifestantes, durante a noite de passagem de ano, num movimentado bairro de comércio e diversão noturna. Durante a noite, a polícia também usou gás pimenta, gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes que bloquearam o trânsito e atearam fogos nas ruas do bairro de Mong Kok.
De acordo com a AP, Eric Lai, da organização da marcha, disse esperar que se consiga evitar o recurso à violência verificada na última noite. “Esperamos que a polícia possa facilitar, em vez de nos provocar e lançar-nos canhões de água e gás lacrimogéneo”, referiu.
Desde o início dos protestos, ambos os lados são acusados de provocar confrontos, tendo já sido detidos cerca de 6.500 manifestantes, alguns com apenas 12 anos, nas ruas, centros comerciais e universidades.
Na sua mensagem de Ano Novo, a Chefe do Governo local, Carrie Lam, disse que os protestos têm trazido “tristeza, ansiedade, desilusão e até raiva”.
A responsável revelou que iria “ouvir humildemente” no sentido de tentar colocar um fim aos protestos e reforçou a importância do modelo “Um País, Dois Sistemas”, segundo o qual a China governa Hong Kong.
Na sua mensagem de Natal, o presidente da China, Xi Jinping, também se referiu aos protestos, dizendo que a estabilidade e a prosperidade de Hong Kong são os desejos de quem reside no território e as expectativas de quem está na “terra mãe”.

3 Jan 2020

Cientista chinês que modificou bebés geneticamente condenado a três anos de prisão

[dropcap]O[/dropcap] cientista chinês He Jiankui, que alega ter sido o responsável pela primeira manipulação genética de bebés em todo o mundo, foi ontem condenado a três anos de prisão pela experiência, noticiou a agência oficial chinesa.

De acordo com a Xinhua, He Jiankui foi também condenado a pagar uma multa de três milhões de renmimbis, depois de um tribunal de Shenzhen (sudeste) o ter considerado considerado culpado de modificar ilegalmente genes de embriões para fins reprodutivos.

Dois outros investigadores envolvidos no caso receberam sentenças e multas menores. Zhang Renli foi sentenciado a dois anos de prisão e multado em um milhão de renmimbis. Já Qin Jinzhou recebeu uma sentença de 18 meses, suspensa por dois anos, e uma multa de 500.000 yuans.

Em novembro do ano passado, He Jiankui surpreendeu a comunidade internacional ao afirmar que havia conseguido criar os primeiros bebés geneticamente – duas meninas gémeas – manipulados para resistir ao HIV.

O anúncio provocou um debate global sobre a ética da modificação genética.

31 Dez 2019

Coreia do Norte | Kim Jong-un pede medidas para consolidar segurança

A soberania e segurança da Coreia do Norte estiveram entre os tópicos principais das reuniões do comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Kim Jong-un pretende consolidar o país em termos securitários, em plenas negociações sobre a desnuclearização da península coreana

 

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte pediu medidas para consolidar “a soberania e a segurança” do país, numa reunião partidária que pode ser decisiva para o diálogo sobre desnuclearização com os Estados Unidos, foi ontem anunciado.

Kim Jong-un, que presidiu, no domingo, ao segundo dia de trabalhos do comité central do partido único, “destacou a necessidade de serem adoptadas medidas positivas e ofensivas para consolidar por completo a soberania e a segurança do país, com base nas exigências da situação actual”, indicou a agência de notícias estatal norte-coreana.

A KCNA não especificou as medidas exigidas por Kim na segunda sessão da reunião do Partido dos Trabalhadores, dominada por questões económicas. A agência oficial acrescentou que a “reunião continua”, o que sugeriu que o plenário, iniciado no sábado, iria avançar para um terceiro dia.

No início do mês, o regime anunciou a reunião para a segunda quinzena de Dezembro, para decidir sobre “assuntos cruciais”. O anúncio gerou grandes expectativas quanto à possibilidade de ser definida, durante a assembleia, uma mudança na estratégia diplomática com os Estados Unidos, num momento em que o diálogo sobre desnuclearização se encontra suspenso.

Época festiva

A reunião chega também pouco antes do prazo proposto por Pyongyang (até o final do ano) para Washington apresentar uma nova oferta na negociação e dias antes de Kim Jong-un fazer o tradicional discurso de Ano Novo, o qual poderá dar pistas sobre a posição a adoptar pelo regime.

Recentemente, a Coreia do Norte sugeriu que os Estados Unidos poderiam receber um “presente de Natal” se não se aproximarem das exigências, com o Pentágono a reforçar a vigilância aérea sobre a península coreana perante a possibilidade de o exército norte-coreano lançar um míssil.

O diálogo sobre o desarmamento não progrediu desde a cimeira de Fevereiro em Hanói, na qual Washington considerou insuficiente a oferta de Pyongyang em relação ao desmantelamento dos activos nucleares, o que levou a uma recusa de suspensão das sanções económicas norte-americanas.

31 Dez 2019

Coreia do Norte | Kim Jong-un pede medidas para consolidar segurança

A soberania e segurança da Coreia do Norte estiveram entre os tópicos principais das reuniões do comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Kim Jong-un pretende consolidar o país em termos securitários, em plenas negociações sobre a desnuclearização da península coreana

 
[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte pediu medidas para consolidar “a soberania e a segurança” do país, numa reunião partidária que pode ser decisiva para o diálogo sobre desnuclearização com os Estados Unidos, foi ontem anunciado.
Kim Jong-un, que presidiu, no domingo, ao segundo dia de trabalhos do comité central do partido único, “destacou a necessidade de serem adoptadas medidas positivas e ofensivas para consolidar por completo a soberania e a segurança do país, com base nas exigências da situação actual”, indicou a agência de notícias estatal norte-coreana.
A KCNA não especificou as medidas exigidas por Kim na segunda sessão da reunião do Partido dos Trabalhadores, dominada por questões económicas. A agência oficial acrescentou que a “reunião continua”, o que sugeriu que o plenário, iniciado no sábado, iria avançar para um terceiro dia.
No início do mês, o regime anunciou a reunião para a segunda quinzena de Dezembro, para decidir sobre “assuntos cruciais”. O anúncio gerou grandes expectativas quanto à possibilidade de ser definida, durante a assembleia, uma mudança na estratégia diplomática com os Estados Unidos, num momento em que o diálogo sobre desnuclearização se encontra suspenso.

Época festiva

A reunião chega também pouco antes do prazo proposto por Pyongyang (até o final do ano) para Washington apresentar uma nova oferta na negociação e dias antes de Kim Jong-un fazer o tradicional discurso de Ano Novo, o qual poderá dar pistas sobre a posição a adoptar pelo regime.
Recentemente, a Coreia do Norte sugeriu que os Estados Unidos poderiam receber um “presente de Natal” se não se aproximarem das exigências, com o Pentágono a reforçar a vigilância aérea sobre a península coreana perante a possibilidade de o exército norte-coreano lançar um míssil.
O diálogo sobre o desarmamento não progrediu desde a cimeira de Fevereiro em Hanói, na qual Washington considerou insuficiente a oferta de Pyongyang em relação ao desmantelamento dos activos nucleares, o que levou a uma recusa de suspensão das sanções económicas norte-americanas.

31 Dez 2019

Comércio | Um dos maiores cargueiros vai transportar minério do Brasil

Um armador japonês construiu um dos maiores cargueiros do mundo para transportar minério de ferro brasileiro para a China. O negócio, com a duração de um quarto de século, liga Pequim à maior mina de minério de ferro do mundo, situada no sul do estado do Pará

 

[dropcap]O[/dropcap] NSU Carajás, um dos maiores cargueiros do mundo, foi entregue e vai nos próximos 25 anos transportar minério de ferro do Brasil para a China, avançou um armador japonês.

Num comunicado agora divulgado, a NS United Kaiun Kaisha, Ltd diz que o NSU Carajás é o primeiro navio de tipo “Valemax”, com capacidade para transportar 400 mil toneladas, a ser construído no Japão e a entrar ao serviço de uma empresa japonesa. O cargueiro, montado pela construtora naval japonesa Japan Marine United Corporation no estaleiro de Ariake, no sul do Japão, passou já com sucesso os testes em mar alto.

O NSU Carajás vai ser cedido à mineradora brasileira Vale S.A., a maior produtora mundial de minério de ferro, num contrato de 25 anos para o transporte de minério para a China.

O contrato foi assinado em 2016 e prevê o transporte de um total de 40 milhões de toneladas de minério do Brasil para a China.

O nome do cargueiro vem da maior mina de minério de ferro do mundo, situada na Serra dos Carajás, no estado do Pará, no norte do Brasil.

Navegação verde

O navio foi desenhado com tecnologia de poupança de energia e amiga do ambiente, acrescenta o armador japonês.

O NSU Carajás tem por exemplo um catalisador que elimina o óxido sulfúrico dos gases de escape, já a pensar nos novos limites de emissões da Organização Marítima Internacional, que entram em vigor a 1 de Janeiro, refere o comunicado.

A Vale S.A. assinou recentemente vários acordos com portos chineses para a exportação e processamento de minério de ferro de maior qualidade, permitindo às siderúrgicas chinesas produzir uma maior quantidade de aço usando menos carvão, de forma a adaptar-se às várias medidas antipoluição que entraram em vigor na China.

31 Dez 2019