UE| Cimeiras com China em 2020 em preparação

[dropcap]A[/dropcap] União Europeia (UE) e a China preparam duas cimeiras, em 2020, para desenvolver uma nova parceria estratégia, embora reconheçam divergências políticas, disseram ontem líderes europeus.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, foi ontem recebido em Bruxelas pelo novo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com a definição de novos acordos comerciais em agenda.
Na segunda-feira, Wang Yi já reunira com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, com quem planeou duas cimeiras UE-China, em 2020, incluindo uma cimeira especial durante a presidência rotativa da comunidade pela Alemanha, que deverá realizar-se na cidade alemã de Leipzig.
Charles Michel insistiu na “necessidade de promover o livre comércio e o investimento que respeitem condições equitativas e reciprocidade” entre as duas potências, numa terminologia que recorda as divergências que têm separado a China dos EUA numa guerra comercial que dura há quase dois anos.
O presidente do Conselho Europeu também introduziu também as questões climáticas na conversa, chamando a atenção para a importância de medidas que contenham a crise e que sejam encaradas de forma global.
Os europeus não escondem as preocupações com “os desafios” impostos pela “crescente influência da China e das políticas internacionais”, disseram diplomatas ouvidos em Bruxelas.

Sem tabus

De resto, os responsáveis da UE enfatizaram isso mesmo na declaração conjunta adoptada pelos líderes dos países membros da NATO no início da cimeira que comemorou os 70 anos da Aliança, em Londres, no início de Dezembro.
“Nós falámos sobre tudo, mesmo sobre as questões delicadas como a situação em Hong Kong e Xinjiang”, disse Josep Borrell, que admitiu que, na Europa, a China é considerada “um adversário”, “rival” e “parceiro”, num momento em que os europeus estão divididos entre o medo e o interesse em oportunidades de negócios.
“Os nossos negócios excedem em muito mil milhões de euros por dia, em média”, lembra Josep Borrell, referindo-se ao volume de negócios entre as duas potências económicas.
O principal tema de tensão na relação é o desenvolvimento da rede de telecomunicações 5G na Europa, que atrai grande interesse por parte dos chineses.
O gigante tecnológico Huawei tem estado particularmente activo neste sector, mas as suas ambições têm sido frustradas por Washington, que excluiu a empresa do fornecimento de equipamentos a partir dos Estados Unidos e tem feito pressão para que seja banida pela UE, invocando riscos de espionagem a favor de Pequim.
Sob pressão dos Estados Unidos, a NATO insistiu na “determinação dos aliados em garantir a segurança das suas comunicações, incluindo a rede 5G, ciente da necessidade de usar sistemas seguros e resilientes”, excluindo parcerias com a China.
A decisão incomoda a diplomacia chinesa e, recentemente, o embaixador chinês em Berlim, Ken Wu, disse que “se a Alemanha tomar uma decisão que leve à exclusão da Huawei do mercado alemão, haverá consequências”.

18 Dez 2019

Hong Kong | PM chinês pede a Carrie Lam que analise problemas sociais

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês considerou ontem que os protestos em Hong Kong prejudicaram a sociedade da região semi-autónoma “em todas as frentes” e apelou à chefe do Executivo local que analise os problemas sociais na cidade.

Durante uma reunião com a líder do território, Carrie Lam, Li Keqiang pediu-lhe que analise os “conflitos e problemas profundamente enraizados” em Hong Kong e que acabe com a violência e o caos nas ruas.

Lam está em Pequim para reunir com Li e o Presidente chinês, Xi Jinping, na sua primeira visita à capital chinesa desde que os candidatos pró-democracia venceram as eleições para os conselhos distritais em Hong Kong, no mês passado, reflectindo o descontentamento popular com a sua governação e o amplo apoio aos protestos que há seis meses abalam o território.

“O Governo central reconhece plenamente os seus esforços, mas Hong Kong ainda não superou as dificuldades: o governo da cidade deve continuar a fazer esforços para conter a violência e acabar com o caos, de acordo com a lei, e restaurar a ordem”, disse Li, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

O primeiro-ministro chinês lamentou ainda a recessão que atinge a economia de Hong Kong: “Podemos dizer que a cidade está a enfrentar uma situação sem precedentes, grave e complicada”, realçou.

Regresso à anormalidade

O encontro decorreu no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen. O vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng, o director do gabinete de ligação de Pequim em Hong Kong, Wang Zhimin, e o director do gabinete para os assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, Zhang Xiaoming, também estiveram presentes, segundo o SCMP.

“Ao longo do ano, a nossa política, economia e sociedade enfrentaram realmente graves problemas”, admitiu Lam, durante a reunião com Li, citada pelo jornal.

Hong Kong é há seis meses palco de manifestações, iniciadas por um projecto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem acordos prévios, como é o caso da China continental, e, entretanto, retirado, mas que se transformou num movimento que exige reformas democráticas e se opõe à crescente interferência de Pequim no território.

Os protestos têm assumido contornos cada vez mais violentos, com actos de vandalismo e confrontos com as forças de segurança.

Na noite de domingo, manifestantes atiraram tijolos contra a polícia, que respondeu com disparos de gás lacrimogéneo. Segundo as autoridades, os manifestantes incendiaram barricadas, bloquearam estradas e partiram semáforos com martelos.

A violência e os confrontos em vários centros comerciais da região, no domingo, onde a polícia usou ainda gás pimenta e fez várias detenções, puseram fim a uma pausa de duas semanas nos confrontos entre polícia e manifestantes.

17 Dez 2019

Hong Kong | PM chinês pede a Carrie Lam que analise problemas sociais

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês considerou ontem que os protestos em Hong Kong prejudicaram a sociedade da região semi-autónoma “em todas as frentes” e apelou à chefe do Executivo local que analise os problemas sociais na cidade.
Durante uma reunião com a líder do território, Carrie Lam, Li Keqiang pediu-lhe que analise os “conflitos e problemas profundamente enraizados” em Hong Kong e que acabe com a violência e o caos nas ruas.
Lam está em Pequim para reunir com Li e o Presidente chinês, Xi Jinping, na sua primeira visita à capital chinesa desde que os candidatos pró-democracia venceram as eleições para os conselhos distritais em Hong Kong, no mês passado, reflectindo o descontentamento popular com a sua governação e o amplo apoio aos protestos que há seis meses abalam o território.
“O Governo central reconhece plenamente os seus esforços, mas Hong Kong ainda não superou as dificuldades: o governo da cidade deve continuar a fazer esforços para conter a violência e acabar com o caos, de acordo com a lei, e restaurar a ordem”, disse Li, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.
O primeiro-ministro chinês lamentou ainda a recessão que atinge a economia de Hong Kong: “Podemos dizer que a cidade está a enfrentar uma situação sem precedentes, grave e complicada”, realçou.

Regresso à anormalidade

O encontro decorreu no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen. O vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng, o director do gabinete de ligação de Pequim em Hong Kong, Wang Zhimin, e o director do gabinete para os assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, Zhang Xiaoming, também estiveram presentes, segundo o SCMP.
“Ao longo do ano, a nossa política, economia e sociedade enfrentaram realmente graves problemas”, admitiu Lam, durante a reunião com Li, citada pelo jornal.
Hong Kong é há seis meses palco de manifestações, iniciadas por um projecto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem acordos prévios, como é o caso da China continental, e, entretanto, retirado, mas que se transformou num movimento que exige reformas democráticas e se opõe à crescente interferência de Pequim no território.
Os protestos têm assumido contornos cada vez mais violentos, com actos de vandalismo e confrontos com as forças de segurança.
Na noite de domingo, manifestantes atiraram tijolos contra a polícia, que respondeu com disparos de gás lacrimogéneo. Segundo as autoridades, os manifestantes incendiaram barricadas, bloquearam estradas e partiram semáforos com martelos.
A violência e os confrontos em vários centros comerciais da região, no domingo, onde a polícia usou ainda gás pimenta e fez várias detenções, puseram fim a uma pausa de duas semanas nos confrontos entre polícia e manifestantes.

17 Dez 2019

EUA | Pequim apresenta queixa formal após expulsão de diplomatas

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês negou ontem que os dois diplomatas chineses expulsos dos Estados Unidos tenham entrado numa base militar no Estado da Virgínia e revelou ter apresentado formalmente queixa às autoridades norte-americanas.

“As acusações são completamente falsas e é por isso que apresentamos uma queixa formal”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, em conferência de imprensa.

“Pedimos aos EUA que corrijam o erro, cancelem esta decisão e protejam adequadamente os direitos dos diplomatas chineses, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, disse o porta-voz.

Segundo a imprensa norte-americana, Washington expulsou os dois diplomatas chineses este ano, depois de estes terem entrado naquela base militar. Um dos diplomatas foi identificado como agente dos serviços de inteligência chineses, que operava sob protecção diplomática.

Os dois diplomatas conseguiram percorrer cerca de um quilómetro e meio no complexo, em Setembro passado, mas foram detidos por militares.

Em Outubro passado, Washington anunciou que os diplomatas chineses passam a ter que informar o Departamento de Estado dos EUA com antecedência antes de qualquer reunião oficial nos Estados Unidos.

O Departamento de Estado norte-americano considerou a medida “recíproca”, face às condições de acesso dos diplomatas norte-americanos na China.

Em retaliação, a China confirmou a imposição de restrições aos diplomatas norte-americanos no país asiático.

China e Estados Unidos vivem um período de crescente rivalidade, à medida que uma prolongada guerra comercial se alargou à tecnologia, diplomacia ou Defesa.

17 Dez 2019

EUA | Pequim apresenta queixa formal após expulsão de diplomatas

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês negou ontem que os dois diplomatas chineses expulsos dos Estados Unidos tenham entrado numa base militar no Estado da Virgínia e revelou ter apresentado formalmente queixa às autoridades norte-americanas.
“As acusações são completamente falsas e é por isso que apresentamos uma queixa formal”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, em conferência de imprensa.
“Pedimos aos EUA que corrijam o erro, cancelem esta decisão e protejam adequadamente os direitos dos diplomatas chineses, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, disse o porta-voz.
Segundo a imprensa norte-americana, Washington expulsou os dois diplomatas chineses este ano, depois de estes terem entrado naquela base militar. Um dos diplomatas foi identificado como agente dos serviços de inteligência chineses, que operava sob protecção diplomática.
Os dois diplomatas conseguiram percorrer cerca de um quilómetro e meio no complexo, em Setembro passado, mas foram detidos por militares.
Em Outubro passado, Washington anunciou que os diplomatas chineses passam a ter que informar o Departamento de Estado dos EUA com antecedência antes de qualquer reunião oficial nos Estados Unidos.
O Departamento de Estado norte-americano considerou a medida “recíproca”, face às condições de acesso dos diplomatas norte-americanos na China.
Em retaliação, a China confirmou a imposição de restrições aos diplomatas norte-americanos no país asiático.
China e Estados Unidos vivem um período de crescente rivalidade, à medida que uma prolongada guerra comercial se alargou à tecnologia, diplomacia ou Defesa.

17 Dez 2019

MNE | Sugerido a Ozil que visite Xinjiang após comentários sobre abusos

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês sugeriu ontem que Mesut Ozil visite a região de Xinjiang, no extremo oeste da China, depois de o futebolista de origem turca ter criticado o tratamento de minorias étnicas muçulmanas por Pequim.

“Se Ozil tiver a oportunidade, ficaremos felizes que ele visite Xinjiang para observar a situação”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, em conferência de imprensa.

O porta-voz considerou que o julgamento do médio do Arsenal foi “influenciado por informações falsas”.
Nas redes sociais Twitter e Instagram, Ozil criticou a China pela perseguição da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os países muçulmanos por manterem o silêncio.

“Alcorãos estão a ser queimados. Mesquitas estão a ser fechadas. Escolas muçulmanas estão a ser banidas. Estudiosos religiosos estão a ser mortos um a um”, descreveu o jogador do Arsenal, em mensagens escritas em turco.

“Apesar de tudo isto, os muçulmanos ficam calados”, frisou. “O que será lembrado daqui a alguns anos não é a tortura pelos tiranos, mas o silêncio dos seus irmãos muçulmanos”, apontou.

As autoridades chinesas mantêm mais de um milhão de uigures em campos de doutrinação na região de Xinjiang, no extremo oeste do país, numa campanha de assimilação cultural.

Antigos detidos dizem ter sido obrigados a renunciar ao Islão, jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês e sujeitos a tortura e outros abusos. Outros dizem terem sido forçados a assinar contratos de trabalho com fábricas, onde são forçados a trabalhar longas jornadas por salários baixos, e proibidos de deixar as instalações durante os dias da semana.

O Governo chinês, que inicialmente negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade e erradicar o “extremismo” da região. Apesar da pressão internacional, os países muçulmanos têm-se mantido relutantes em criticar Pequim.

Transmissão cortada

Como retaliação pelos comentários do médio, a televisão estatal chinesa CCTV cancelou no domingo a emissão do jogo entre o Arsenal e o Manchester City.

A imprensa e redes sociais na China foram inundadas de críticas a Ozil, enquanto a Associação Chinesa de Futebol disse estar “extremamente zangada e decepcionada” com os comentários “inapropriados” do jogador.

“O que Ozil disse claramente magoou os seus fãs chineses e o povo chinês em geral”, apontou.
O jornal oficial do Partido Comunista Chinês condenou ainda Ozil por se referir à região como ‘Turcomenistão Oriental’, um “termo separatista defendido pelo Movimento Islâmico do Turquistão Oriental (ETIM), uma organização que a ONU qualifica como terrorista” e fazer acusações “sem fundamento” e usar “falsas narrativas” sobre as políticas da China em Xinjiang.

17 Dez 2019

MNE | Sugerido a Ozil que visite Xinjiang após comentários sobre abusos

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês sugeriu ontem que Mesut Ozil visite a região de Xinjiang, no extremo oeste da China, depois de o futebolista de origem turca ter criticado o tratamento de minorias étnicas muçulmanas por Pequim.
“Se Ozil tiver a oportunidade, ficaremos felizes que ele visite Xinjiang para observar a situação”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, em conferência de imprensa.
O porta-voz considerou que o julgamento do médio do Arsenal foi “influenciado por informações falsas”.
Nas redes sociais Twitter e Instagram, Ozil criticou a China pela perseguição da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os países muçulmanos por manterem o silêncio.
“Alcorãos estão a ser queimados. Mesquitas estão a ser fechadas. Escolas muçulmanas estão a ser banidas. Estudiosos religiosos estão a ser mortos um a um”, descreveu o jogador do Arsenal, em mensagens escritas em turco.
“Apesar de tudo isto, os muçulmanos ficam calados”, frisou. “O que será lembrado daqui a alguns anos não é a tortura pelos tiranos, mas o silêncio dos seus irmãos muçulmanos”, apontou.
As autoridades chinesas mantêm mais de um milhão de uigures em campos de doutrinação na região de Xinjiang, no extremo oeste do país, numa campanha de assimilação cultural.
Antigos detidos dizem ter sido obrigados a renunciar ao Islão, jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês e sujeitos a tortura e outros abusos. Outros dizem terem sido forçados a assinar contratos de trabalho com fábricas, onde são forçados a trabalhar longas jornadas por salários baixos, e proibidos de deixar as instalações durante os dias da semana.
O Governo chinês, que inicialmente negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade e erradicar o “extremismo” da região. Apesar da pressão internacional, os países muçulmanos têm-se mantido relutantes em criticar Pequim.

Transmissão cortada

Como retaliação pelos comentários do médio, a televisão estatal chinesa CCTV cancelou no domingo a emissão do jogo entre o Arsenal e o Manchester City.
A imprensa e redes sociais na China foram inundadas de críticas a Ozil, enquanto a Associação Chinesa de Futebol disse estar “extremamente zangada e decepcionada” com os comentários “inapropriados” do jogador.
“O que Ozil disse claramente magoou os seus fãs chineses e o povo chinês em geral”, apontou.
O jornal oficial do Partido Comunista Chinês condenou ainda Ozil por se referir à região como ‘Turcomenistão Oriental’, um “termo separatista defendido pelo Movimento Islâmico do Turquistão Oriental (ETIM), uma organização que a ONU qualifica como terrorista” e fazer acusações “sem fundamento” e usar “falsas narrativas” sobre as políticas da China em Xinjiang.

17 Dez 2019

Número de mortes causadas pelo sismo nas Filipinas sobe para quatro

[dropcap]O[/dropcap] sismo registado ontem na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, provocou pelo menos quatro mortes, segundo dados das autoridades locais e das forças de protecção civil.

A primeira morte confirmada foi a de uma menina de seis anos na cidade de Matanao, província de Davao do Sul, que não conseguiu sair de casa antes que esta caísse, disse um autarca da localidade, Vincent Fernández.

Outras três pessoas morreram na localidade de Padada, também na mesma província, ao ruir um mercado de três andares que deixou encurraladas dezenas de pessoas, segundo informação do gabinete de Protecção contra Incêndios, que participa nos trabalhos de resgate.

O terramoto foi registado ontem às 14:11 locais e o seu epicentro localizou-se a nove quilómetros a oeste de Matanao e a seis a noroeste de Padada, com uma profundidade de cerca de 30 quilómetros, segundo o Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia.

O Instituto calibrou a magnitude do sismo em 6,9, ainda que o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a actividade sísmica em todo o mundo, o tenha situado em 6,8. O abalo foi seguido por dezenas de réplicas, algumas de magnitude superior a 5.

O sismo provocou também “várias dezenas de feridos”, segundo a polícia. Na última semana de Outubro, a região foi afectada por dois sismos de magnitude 6,6 e 6,5, que provocaram 21 mortos e 432 feridos.

As Filipinas estão situadas sobre o chamado Anel de Fogo do Pacífico, zona onde se regista cerca de 90 por cento da actividade sísmica e vulcânica do mundo e que é afectada por cerca de 7.000 sismos por ano, a maioria moderados.

16 Dez 2019

Hong Kong | Polícia deteve grupo suspeito de fazer explosivos para usar em protestos

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve três homens que estavam a testar explosivos caseiros, suspeitando que tinham a intenção de os usar em protestos, noticiou ontem a agência Associated Press (AP).

Estas foram as últimas detenções relacionadas com fabrico ou posse de explosivos desde que começaram, em Junho, os protestos nas ruas contra a lei da extradição que acabou por se transformar num movimento contra o Governo.

Na segunda-feira, a polícia anunciou que tinha desactivado duas bombas cheias de pregos que acredita que teriam como alvo a polícia.

Além disso, tem apreendido várias quantidades de explosivos, com destaque para uma operação realizada em Julho, altura em que confiscou cerca de dois quilos de TATP, muito usado em ataques em todo o mundo por ser um explosivo que pode ser fabricado com substâncias de fácil acesso.

Nos últimos seis meses, Hong Kong tem sido palco de inúmeras manifestações que começaram de forma pacífica, mas que se têm tornado cada vez mais violentos.

Um controverso projecto de lei, que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, foi o rastilho que levou ao início da luta dos manifestantes que temiam que a proposta de extradição expusesse a população a julgamentos injustos e tratamento violento.

Desde então, centenas de milhares de pessoas têm usado as ruas para protestar. Em Setembro, o projecto de lei foi suspenso, mas os protestos continuaram e a violência aumentou, com destaque para os dias em que a polícia cercou um campus universitário ocupado por manifestantes e ameaçou usar armas de fogo.

16 Dez 2019

Hong Kong | Polícia deteve grupo suspeito de fazer explosivos para usar em protestos

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve três homens que estavam a testar explosivos caseiros, suspeitando que tinham a intenção de os usar em protestos, noticiou ontem a agência Associated Press (AP).
Estas foram as últimas detenções relacionadas com fabrico ou posse de explosivos desde que começaram, em Junho, os protestos nas ruas contra a lei da extradição que acabou por se transformar num movimento contra o Governo.
Na segunda-feira, a polícia anunciou que tinha desactivado duas bombas cheias de pregos que acredita que teriam como alvo a polícia.
Além disso, tem apreendido várias quantidades de explosivos, com destaque para uma operação realizada em Julho, altura em que confiscou cerca de dois quilos de TATP, muito usado em ataques em todo o mundo por ser um explosivo que pode ser fabricado com substâncias de fácil acesso.
Nos últimos seis meses, Hong Kong tem sido palco de inúmeras manifestações que começaram de forma pacífica, mas que se têm tornado cada vez mais violentos.
Um controverso projecto de lei, que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, foi o rastilho que levou ao início da luta dos manifestantes que temiam que a proposta de extradição expusesse a população a julgamentos injustos e tratamento violento.
Desde então, centenas de milhares de pessoas têm usado as ruas para protestar. Em Setembro, o projecto de lei foi suspenso, mas os protestos continuaram e a violência aumentou, com destaque para os dias em que a polícia cercou um campus universitário ocupado por manifestantes e ameaçou usar armas de fogo.

16 Dez 2019

EUA expulsaram “secretamente” dois diplomatas chineses, escreve New York Times

[dropcap]O[/dropcap]s Estados Unidos expulsaram “secretamente” dois diplomatas chineses que tentaram em Setembro entrar numa base militar norte-americana na Virgínia, noticiou ontem o New York Times.

Pelo menos um dos visados é suspeito de ser um agente dos serviços secretos chineses, segundo o jornal, que cita vários responsáveis norte-americanos que pediram anonimato e indica que serão as primeiras expulsões de diplomatas chineses por espionagem em mais de 30 anos.

O incidente, que decorre numa altura em que os dois países estão envolvidos numa guerra comercial, teve lugar em Setembro em “instalações sensíveis” perto de Norfolk, na Virgínia, onde se encontram forças especiais, de acordo com o texto publicado.

Dois responsáveis da embaixada da China em Washington, acompanhados pelas suas mulheres, apresentaram-se num carro no posto de controlo desta base, mas como não tinham autorização, um agente pediu-lhes que partissem, o que não fizeram, uma vez que o veículo continuou em direcção à base, escapando ao controlo dos militares norte-americanos e acabando depois por ser bloqueado por camiões.

O motivo desta tentativa de incursão não foi clarificado, mas responsáveis norte-americanos pensam que os diplomatas chineses queriam estudar os dispositivos de segurança do local.

Os chineses argumentaram que foi um erro, alegando que percebiam mal o inglês e que não compreenderam as indicações, o que não convenceu as autoridades norte-americanas.

A expulsão, que teve lugar “no outono”, segundo o New York Times, não foi divulgada publicamente por nenhum dos países e Pequim não retaliou até agora com a expulsão de diplomatas dos Estados Unidos.

Questionado pela AFP, o Departamento de Estado não deu resposta no imediato. Os Estados Unidos e a China concluíram esta semana um acordo preliminar a nível comercial, depois de meses de conflito com a imposição recíproca de taxas alfandegárias.

Os dois países mantêm, no entanto, vários diferendos, da espionagem industrial às violações dos direitos humanos, passando pela situação na região administrativa especial chinesa de Hong Kong.

Sem que se saiba se teve qualquer ligação com o incidente na Virgínia, o governo norte-americano determinou em Outubro que os diplomatas chineses em funções nos Estados Unidos têm de notificar o Departamento de Estado antes de qualquer contacto oficial com uma série de interlocutores norte-americanos. A China anunciou, no início de Dezembro, medidas idênticas, em retaliação.

16 Dez 2019

EUA expulsaram "secretamente" dois diplomatas chineses, escreve New York Times

[dropcap]O[/dropcap]s Estados Unidos expulsaram “secretamente” dois diplomatas chineses que tentaram em Setembro entrar numa base militar norte-americana na Virgínia, noticiou ontem o New York Times.
Pelo menos um dos visados é suspeito de ser um agente dos serviços secretos chineses, segundo o jornal, que cita vários responsáveis norte-americanos que pediram anonimato e indica que serão as primeiras expulsões de diplomatas chineses por espionagem em mais de 30 anos.
O incidente, que decorre numa altura em que os dois países estão envolvidos numa guerra comercial, teve lugar em Setembro em “instalações sensíveis” perto de Norfolk, na Virgínia, onde se encontram forças especiais, de acordo com o texto publicado.
Dois responsáveis da embaixada da China em Washington, acompanhados pelas suas mulheres, apresentaram-se num carro no posto de controlo desta base, mas como não tinham autorização, um agente pediu-lhes que partissem, o que não fizeram, uma vez que o veículo continuou em direcção à base, escapando ao controlo dos militares norte-americanos e acabando depois por ser bloqueado por camiões.
O motivo desta tentativa de incursão não foi clarificado, mas responsáveis norte-americanos pensam que os diplomatas chineses queriam estudar os dispositivos de segurança do local.
Os chineses argumentaram que foi um erro, alegando que percebiam mal o inglês e que não compreenderam as indicações, o que não convenceu as autoridades norte-americanas.
A expulsão, que teve lugar “no outono”, segundo o New York Times, não foi divulgada publicamente por nenhum dos países e Pequim não retaliou até agora com a expulsão de diplomatas dos Estados Unidos.
Questionado pela AFP, o Departamento de Estado não deu resposta no imediato. Os Estados Unidos e a China concluíram esta semana um acordo preliminar a nível comercial, depois de meses de conflito com a imposição recíproca de taxas alfandegárias.
Os dois países mantêm, no entanto, vários diferendos, da espionagem industrial às violações dos direitos humanos, passando pela situação na região administrativa especial chinesa de Hong Kong.
Sem que se saiba se teve qualquer ligação com o incidente na Virgínia, o governo norte-americano determinou em Outubro que os diplomatas chineses em funções nos Estados Unidos têm de notificar o Departamento de Estado antes de qualquer contacto oficial com uma série de interlocutores norte-americanos. A China anunciou, no início de Dezembro, medidas idênticas, em retaliação.

16 Dez 2019

Huawei arranja fornecedores para 5G fora dos EUA

[dropcap]A[/dropcap] chinesa Huawei encontrou no Japão, Coreia do Sul e Europa fornecedores alternativos para as componentes tecnológicas que comprava aos Estados Unidos para equipamentos de quinta geração (5G), após ter sido colocada numa ‘lista negra’ pela administração norte-americana.

“Em meados de Maio, os Estados Unidos puseram a Huawei numa ‘lista negra’. Isso teve um impacto enorme para nós e para o nosso negócio porque tivemos de repensar toda a estrutura que incluía os fornecedores norte-americanos no plano A, para uma versão B, sem fabricantes norte-americanos”, declarou o vice-presidente do departamento de comunicação corporativa da tecnológica, Karl Song Kai.

Falando durante uma visita de um grupo de jornalistas internacionais à sede da empresa, em Shenzhen, na China, o responsável destacou que “a Huawei está a trabalhar há vários meses e a mobilizar uma grande equipa de investigação […] para responder a este desastre natural e para criar um plano B”.

Assim, até ao momento, “a Huawei já conseguiu fechar 93% dos 4.000 buracos deixados” pelo fim dos negócios com os Estados Unidos, precisou Karl Song Kai, garantindo que, por isso, “não haverá um grande impacto” para a empresa com a entrada em vigor das limitações norte-americanas.

De acordo com o responsável, em causa estão produtos de inovação para 5G e transmissores de fibra óptica, para os quais a companhia encontrou fornecedores alternativos, principalmente no Japão, Coreia do Sul e países europeus, entre outros. “Já temos as nossas soluções sem componentes norte-americanos”, realçou.

“Paranóia” americana

Os Estados Unidos têm vindo a acusar a chinesa Huawei de ser uma ameaça à segurança nacional, alegando que utiliza equipamentos para espionagem, o que a tecnológica rejeita. Em Maio deste ano, decidiram banir a Huawei do mercado norte-americano, colocando-a numa ‘lista negra’ que limita os seus negócios no país.

A administração norte-americana criou, também nessa altura, isenções temporárias para determinadas empresas norte-americanas que negoceiam com o grupo chinês, permitindo-lhes vender alguns produtos ou mudar de fornecedores durante esse período.

Estas isenções têm vindo a ser prorrogadas, estando agora prevista para meados de Fevereiro uma decisão final sobre a entrada em vigor das limitações.

Instando pela Lusa a classificar estas medidas, Karl Song Kai falou numa “abordagem irracional” do Presidente dos EUA, Donald Trump. “Nunca sabem de que tipo de equipamentos estão a falar. Fui presidente executivo nos Estados Unidos [até ao início deste ano] e, por vezes, questionava se a administração, os senadores ou os congressistas sabiam a cor dos nossos equipamentos 5G, se são pretos, brancos ou verdes”, indicou o responsável.

E insistiu: “Nem sequer sabem as cores, mas pensam que tudo o que vem da China é mau”.
Em causa está “uma paranoia”, segundo Karl Song Kai.

Já questionado sobre a disponibilidade da administração norte-americana para reuniões com representantes da tecnológica, o responsável indicou ser “muito difícil conseguir este tipo de encontros”.

“No ano passado, tentámos fazer algumas propostas e tentámos entrar em contacto com eles em Washington, mas foi sempre muito difícil, mesmo quando queríamos convidá-los a visitarem na nossa sede [na China]”, referiu Karl Song Kai.

Criada em 1987, a Huawei é uma das maiores fornecedoras de equipamentos para telecomunicações do mundo, estando presente em 170 países e regiões com um total de 194 mil funcionários, quase metade engenheiros, e cerca de três mil milhões de clientes. Em 2018, registou vendas de 721,2 mil milhões de yuan.

16 Dez 2019

Brasil | Consórcio chinês vai construir segunda maior ponte do país

[dropcap]U[/dropcap]m consórcio formado por empresas estatais chinesas venceu um leilão para construir e operar aquela que será a segunda maior ponte do Brasil, no estado da Bahia, no nordeste do país.

De acordo com a agência de notícias Xinhua, o projecto prevê a construção de uma ponte sobre a Baía de Todos os Santos, ligando Salvador, capital do estado da Bahia, à Ilha de Itaparica, numa extensão de 12,4 quilómetros.

O consórcio chinês, formado pela China Railway 20 Bureau Group Corporation (CR20) e pela China Communications Construction Company Ltd (CCCC) venceu, sem concorrência, o leilão realizado em São Paulo na última sexta-feira.

A ponte, com um investimento de 2,2 mil milhões de dólares norte-americanos e uma concessão de 35 anos, vai reduzir a distância entre Salvador e a Ilha de Itaparica de 452 para 309 quilómetros.

Quando concluída, a ponte, com uma extensão de 12,4 quilómetros, 400 metros de largura e uma elevação central de 85 metros para permitir a travessia de navios será a segunda mais longa do Brasil, depois da ponte Rio-Niterói.

16 Dez 2019

Brasil | Consórcio chinês vai construir segunda maior ponte do país

[dropcap]U[/dropcap]m consórcio formado por empresas estatais chinesas venceu um leilão para construir e operar aquela que será a segunda maior ponte do Brasil, no estado da Bahia, no nordeste do país.
De acordo com a agência de notícias Xinhua, o projecto prevê a construção de uma ponte sobre a Baía de Todos os Santos, ligando Salvador, capital do estado da Bahia, à Ilha de Itaparica, numa extensão de 12,4 quilómetros.
O consórcio chinês, formado pela China Railway 20 Bureau Group Corporation (CR20) e pela China Communications Construction Company Ltd (CCCC) venceu, sem concorrência, o leilão realizado em São Paulo na última sexta-feira.
A ponte, com um investimento de 2,2 mil milhões de dólares norte-americanos e uma concessão de 35 anos, vai reduzir a distância entre Salvador e a Ilha de Itaparica de 452 para 309 quilómetros.
Quando concluída, a ponte, com uma extensão de 12,4 quilómetros, 400 metros de largura e uma elevação central de 85 metros para permitir a travessia de navios será a segunda mais longa do Brasil, depois da ponte Rio-Niterói.

16 Dez 2019

China / EUA | Crescente rivalidade ameaça bipolarizar relações internacionais

[dropcap]A[/dropcap] crescente rivalidade com os Estados Unidos marcou a China, em 2019, à medida que uma prolongada guerra comercial se alargou à diplomacia, Defesa ou Cultura, intensificando uma disputa que está a bipolarizar as relações internacionais.

Numa altura em que Pequim assume uma política externa assertiva, visando converter a China numa super potência global até meados deste século, Washington passou a apostar numa estratégia de contenção das ambições chinesas.

Referências a uma nova Guerra Fria são agora comuns nos dois países. Este mês, pela primeira vez, a China foi destacada numa declaração conjunta da NATO: “A crescente influência da China e a sua política externa apresentam oportunidades e desafios que precisamos de enfrentar juntos como uma Aliança”, lê-se.

Segunda maior economia do mundo, a seguir aos EUA, a China deverá passar para primeiro lugar, com base na paridade do poder de compra, já no próximo ano, e em termos nominais, durante a década de 2030, de acordo com diferentes análises.

O general norte-americano Robert Spalding considera a ascensão do país “uma ameaça muito maior” do que a União Soviética: “O alcance da China, sobretudo nos governos e em todas as instituições do Ocidente, excede em muito o que os soviéticos poderiam sequer imaginar”, aponta.

Descartada outrora como fabricante de contrafacção barata e produtos de baixa qualidade, a China passou também, nos últimos anos, a rivalizar com os EUA no sector tecnológico, incluindo no desenvolvimento de Inteligência Artificial ou redes de quinta geração (5G).

“A tecnologia está no centro das mudanças na relação entre a China e o mundo”, esclareceu este mês, num relatório, a consultora McKinsey.

Mas o sucesso económico, no caso chinês, não foi acompanhado de liberalização política: a emergência do país implica hoje uma nova ordem mundial, moldada por um sistema político e de valores profundamente diferentes daqueles cultivados pelo Ocidente democrático.

Outrora pobre e isolada, mergulhada num universo à parte e em constantes “campanhas políticas”, a China ingressou nas últimas décadas numa comunidade internacional liderada por Washington, aderindo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, Organização Mundial do Comércio, Fundo Monetário Internacional ou Banco Mundial.

Mas, face a uma administração norte-americana que rasgou compromissos internacionais, no comércio, segurança ou clima, o país asiático avançou com outras ambições: “Como membro das organizações internacionais, a China procura agora moldar o sistema com preferências e normas chinesas”, descreve Evan Feigenbaum, do centro de pesquisa sobre política global Carnegie Endowment.

O país adoptou ainda uma “segunda via alternativa”, através da iniciativa ‘uma faixa, uma rota’, ao “introduzir outro modelo das relações internacionais, numa adaptação moderna da preferência milenar da China por laços tributários”, resume.

Assente numa estrutura de poder onde a liderança do Partido Comunista é o “princípio cardeal”, o país asiático continua a pôr na cadeia activistas ou dissidentes.

Um outro mundo

Na frente comercial, os governos dos dois países impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro, numa guerra comercial que se prolonga desde o Verão de 2018.

A disputa alastrou-se ao sector tecnológico: os EUA restringiram já o fornecimento de alta tecnologia a várias empresas chave chinesas, incluindo ao grupo Huawei ou às fornecedoras globais de tecnologia de vigilância por vídeo Hikvision e Dahua.

Uma dissociação entre as duas maiores economias do planeta passou a ser defendida por alguns funcionários norte-americanos, com consequências imprevisíveis.

“Se os EUA assumirem que a China não pode desempenhar um papel construtivo dentro do sistema projectado por si, irão, de facto, levar a China a criar um sistema paralelo e separado, com regras muito diferentes”, alerta o antigo presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick.

16 Dez 2019

China / EUA | Crescente rivalidade ameaça bipolarizar relações internacionais

[dropcap]A[/dropcap] crescente rivalidade com os Estados Unidos marcou a China, em 2019, à medida que uma prolongada guerra comercial se alargou à diplomacia, Defesa ou Cultura, intensificando uma disputa que está a bipolarizar as relações internacionais.
Numa altura em que Pequim assume uma política externa assertiva, visando converter a China numa super potência global até meados deste século, Washington passou a apostar numa estratégia de contenção das ambições chinesas.
Referências a uma nova Guerra Fria são agora comuns nos dois países. Este mês, pela primeira vez, a China foi destacada numa declaração conjunta da NATO: “A crescente influência da China e a sua política externa apresentam oportunidades e desafios que precisamos de enfrentar juntos como uma Aliança”, lê-se.
Segunda maior economia do mundo, a seguir aos EUA, a China deverá passar para primeiro lugar, com base na paridade do poder de compra, já no próximo ano, e em termos nominais, durante a década de 2030, de acordo com diferentes análises.
O general norte-americano Robert Spalding considera a ascensão do país “uma ameaça muito maior” do que a União Soviética: “O alcance da China, sobretudo nos governos e em todas as instituições do Ocidente, excede em muito o que os soviéticos poderiam sequer imaginar”, aponta.
Descartada outrora como fabricante de contrafacção barata e produtos de baixa qualidade, a China passou também, nos últimos anos, a rivalizar com os EUA no sector tecnológico, incluindo no desenvolvimento de Inteligência Artificial ou redes de quinta geração (5G).
“A tecnologia está no centro das mudanças na relação entre a China e o mundo”, esclareceu este mês, num relatório, a consultora McKinsey.
Mas o sucesso económico, no caso chinês, não foi acompanhado de liberalização política: a emergência do país implica hoje uma nova ordem mundial, moldada por um sistema político e de valores profundamente diferentes daqueles cultivados pelo Ocidente democrático.
Outrora pobre e isolada, mergulhada num universo à parte e em constantes “campanhas políticas”, a China ingressou nas últimas décadas numa comunidade internacional liderada por Washington, aderindo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, Organização Mundial do Comércio, Fundo Monetário Internacional ou Banco Mundial.
Mas, face a uma administração norte-americana que rasgou compromissos internacionais, no comércio, segurança ou clima, o país asiático avançou com outras ambições: “Como membro das organizações internacionais, a China procura agora moldar o sistema com preferências e normas chinesas”, descreve Evan Feigenbaum, do centro de pesquisa sobre política global Carnegie Endowment.
O país adoptou ainda uma “segunda via alternativa”, através da iniciativa ‘uma faixa, uma rota’, ao “introduzir outro modelo das relações internacionais, numa adaptação moderna da preferência milenar da China por laços tributários”, resume.
Assente numa estrutura de poder onde a liderança do Partido Comunista é o “princípio cardeal”, o país asiático continua a pôr na cadeia activistas ou dissidentes.

Um outro mundo

Na frente comercial, os governos dos dois países impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro, numa guerra comercial que se prolonga desde o Verão de 2018.
A disputa alastrou-se ao sector tecnológico: os EUA restringiram já o fornecimento de alta tecnologia a várias empresas chave chinesas, incluindo ao grupo Huawei ou às fornecedoras globais de tecnologia de vigilância por vídeo Hikvision e Dahua.
Uma dissociação entre as duas maiores economias do planeta passou a ser defendida por alguns funcionários norte-americanos, com consequências imprevisíveis.
“Se os EUA assumirem que a China não pode desempenhar um papel construtivo dentro do sistema projectado por si, irão, de facto, levar a China a criar um sistema paralelo e separado, com regras muito diferentes”, alerta o antigo presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick.

16 Dez 2019

Taiwan | Programa de formação diplomática fundado Ramos-Horta premiado

[dropcap]U[/dropcap]m programa de formação diplomática fundado pelo ex-Presidente timorense José Ramos-Horta em 1989 junto da Universidade de Novas Gales do Sul foi reconhecido com a edição de 2019 do Asia Democracy and Human Rights Award, atribuído por Taiwan.

O prémio ao Diplomacy Training Program foi entregue na terça-feira em Taiwan pela Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, ao actual dircetor executivo, Patrick Earle, segundo um comunicado do programa.

“Fico contente pelo facto deste programa que fundei e que dirigi durante muitos anos ter sido reconhecido por um prémio estabelecido pelo Governo de Taiwan e que tem muito prestígio a nível da Ásia”, disse José Ramos-Horta, em declarações à Lusa.

Saudando quem deu continuidade ao programa – no qual mantém o título honorífico de presidente fundador – Ramos-Horta explicou que participa pontualmente em actividades de um programa inovador e que hoje já percorreu vários países.

“O objectivo desta iniciativa foi sempre de fazer contribuição para a protecção de direitos humanos e outros valores universais, mas, mais do que isso, dar também a quem participa no curso conhecimentos práticos de como fazer lobby junto de governos, instituições ou as Nações Unidas”, explicou.

Parte do foco do programa é ajudar também a preparar defensores de direitos humanos para trabalhar com a imprensa e com a sociedade civil, essencial para mobilizar apoios

“Um diplomata com um lobby eficaz é também aquele que sabe lidar e cultivar a imprensa. Não adianta muito saber tudo sobre convenções se depois não sabe como mobilizar apoios quer de governos, quer de instituições internacionais”, afirmou.

“Para tudo isto sempre precisa dos media, porque normalmente os Governos não reagem sem media, sem pressão. Por isso o programa tem esta questão como grande componente”, referiu.

Direitos globais

Desde a sua criação, o programa apoiou mais de 3.000 defensores de direitos humanos em mais de 60 países com cursos práticos e teóricos.

Actualmente uma ONG independente afiliada à faculdade de direito da UNSW, o programa é a primeira organização australiana a receber o prémio criado pela Fundação para a Democracia de Taiwan (TFD).

O galardão homenageia indivíduos ou organizações que demonstram empenho a longo prazo e liderança no avanço da democracia ou dos direitos humanos por meios pacíficos na Ásia.

O programa fundado por Ramos-Horta é o mais antigo de formação de direitos humanos da Ásia e Pacífico, com um programa anual abrangente, complementado por formação especializado.

Os cursos abrangem questões como povos indígenas, direitos dos trabalhadores migrantes, escravidão moderna e direitos humanos e negócios, ligando a Austrália a movimentos históricos de direitos humanos e democracia na Ásia, incluindo Indonésia e Timor-Leste, Malásia e Myanmar.

13 Dez 2019

Taiwan | Programa de formação diplomática fundado Ramos-Horta premiado

[dropcap]U[/dropcap]m programa de formação diplomática fundado pelo ex-Presidente timorense José Ramos-Horta em 1989 junto da Universidade de Novas Gales do Sul foi reconhecido com a edição de 2019 do Asia Democracy and Human Rights Award, atribuído por Taiwan.
O prémio ao Diplomacy Training Program foi entregue na terça-feira em Taiwan pela Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, ao actual dircetor executivo, Patrick Earle, segundo um comunicado do programa.
“Fico contente pelo facto deste programa que fundei e que dirigi durante muitos anos ter sido reconhecido por um prémio estabelecido pelo Governo de Taiwan e que tem muito prestígio a nível da Ásia”, disse José Ramos-Horta, em declarações à Lusa.
Saudando quem deu continuidade ao programa – no qual mantém o título honorífico de presidente fundador – Ramos-Horta explicou que participa pontualmente em actividades de um programa inovador e que hoje já percorreu vários países.
“O objectivo desta iniciativa foi sempre de fazer contribuição para a protecção de direitos humanos e outros valores universais, mas, mais do que isso, dar também a quem participa no curso conhecimentos práticos de como fazer lobby junto de governos, instituições ou as Nações Unidas”, explicou.
Parte do foco do programa é ajudar também a preparar defensores de direitos humanos para trabalhar com a imprensa e com a sociedade civil, essencial para mobilizar apoios
“Um diplomata com um lobby eficaz é também aquele que sabe lidar e cultivar a imprensa. Não adianta muito saber tudo sobre convenções se depois não sabe como mobilizar apoios quer de governos, quer de instituições internacionais”, afirmou.
“Para tudo isto sempre precisa dos media, porque normalmente os Governos não reagem sem media, sem pressão. Por isso o programa tem esta questão como grande componente”, referiu.

Direitos globais

Desde a sua criação, o programa apoiou mais de 3.000 defensores de direitos humanos em mais de 60 países com cursos práticos e teóricos.
Actualmente uma ONG independente afiliada à faculdade de direito da UNSW, o programa é a primeira organização australiana a receber o prémio criado pela Fundação para a Democracia de Taiwan (TFD).
O galardão homenageia indivíduos ou organizações que demonstram empenho a longo prazo e liderança no avanço da democracia ou dos direitos humanos por meios pacíficos na Ásia.
O programa fundado por Ramos-Horta é o mais antigo de formação de direitos humanos da Ásia e Pacífico, com um programa anual abrangente, complementado por formação especializado.
Os cursos abrangem questões como povos indígenas, direitos dos trabalhadores migrantes, escravidão moderna e direitos humanos e negócios, ligando a Austrália a movimentos históricos de direitos humanos e democracia na Ásia, incluindo Indonésia e Timor-Leste, Malásia e Myanmar.

13 Dez 2019

Cooperação | Jerónimo de Sousa defende que Portugal só tem” a ganhar” com a China

Jerónimo de Sousa considera positiva a entrada de capitais chineses em Portugal se vigorar “o princípio de vantagens mútuas”. Quanto à transição de Macau, o líder do PCP destaca “a forma pacífica como se procedeu o retorno”. Na mesma ocasião, o embaixador da China em Portugal argumentou que a prosperidade e estabilidade de Macau comprovam o valor do princípio “Um País, Dois Sistemas”

 

[dropcap]U[/dropcap]ma exposição de fotografia que celebra o 20º aniversário da RAEM serviu de pano de fundo para ouvir Jerónimo de Sousa e Cai Run, Embaixador da China em Lisboa.
O secretário-geral do Partido Comunista Português, disse ontem, em Lisboa, que Portugal só tem a ganhar no relacionamento com a China, baseado no princípio das vantagens mútuas e considerou haver sinais de investimento chinês no sector produtivo

“Portugal só tem a ganhar no relacionamento com a China, como com qualquer outro país, desde que vigore o princípio de vantagens mútuas para ambos os países”, afirmou à Lusa Jerónimo de Sousa, à margem da inauguração da exposição de fotografia que assinala o 20º aniversário do retorno de Macau para a administração chinesa, no Centro Científico e Cultural de Macau.

Questionado sobre o tipo de investimento chinês em Portugal, mais de capital e não no sector produtivo, gerador de emprego, o político ressalvou que da parte do PCP “não existe nenhum preconceito, antes pelo contrário, em relação ao investimento estrangeiro”. “Nós saudamos o investimento estrangeiro que beneficie o nosso país, onde haja vantagens significativas, não só na criação de emprego, mas no próprio desenvolvimento económico, desenvolvimento territorial, e na diversidade”, afirmou o único líder partidário presente na inauguração da exposição chinesa.

Porém, considerou que “tem havido algum investimento chinês na produção”. Sobre a transição de Macau para a China, há 20 anos, Jerónimo de Sousa disse que “todos os elementos reconhecem” e demonstram que correu bem. “Houve um processo de diálogo permanente, procura das soluções, tranquilidade, e a forma pacífica como se procedeu a esse retorno é de valorizar, na medida em que as duas partes consideraram aquilo que era fundamental, que Macau de facto pertencia à China”, sublinhou.

Para o líder do PCP, as vantagens que Portugal retirou da presença de séculos naquele território foram “os laços, que se reforçaram” e, além da cultura portuguesa numa região tão longínqua, “também a própria língua, que facilita o desenvolvimento e o aprofundamento dessas relações”.

“Creio que podemos afirmar que, no quadro da normalização das relações e da sua própria evolução, fundamentalmente os dois povos e os dois países beneficiaram disso. Naturalmente com culturas e história diferentes”, salientou.

Jerónimo de Sousa notou que, “hoje, a evolução da própria humanidade é muito determinada por um relacionamento entre os povos”. “Num quadro de vantagens mútuas, pensamos que isso é importante. Independentemente de qualquer sistema social que vigore, o relacionamento entre os povos e os países é importante, não só numa perspectiva de paz e de relacionamento, mas também de desenvolvimento e de progresso”, considerou.

Vitória pelo socialismo

Há uns meses, em entrevista à agência Xinhua, o secretário-geral do PCP teceu considerações sobre o contexto político chinês desde a fundação da República Popular da China. Para Jerónimo de Sousa, o progresso da China nos últimos 70 anos demonstra que só o socialismo é que pode salvar o país.

“Dando conta destes últimos 70 anos, o preceito fundamental do Partido Comunista da China de ‘só o socialismo pode salvar a China’ tem toda a razão”, disse Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português, em uma entrevista exclusiva à Xinhua.

Jerónimo de Sousa disse que sob a liderança do Partido Comunista da China (PCC), a China obteve sua independência e libertação nacional, e se tornou a segunda maior economia do mundo e um importante participante no cenário internacional. “Em diferentes etapas e tempos, foram realizados progressos a nível político, económico, social e cultural”, disse ele, acrescentando que “os sucessos notáveis são o resultado da luta e da dedicação dos comunistas, trabalhadores e povo chineses”.

O dirigente partidário destacou que o alívio da pobreza na China tem sido o maior sucesso num país com 1,4 mil milhões de pessoas. Citado pela Xinhua, Jerónimo de Sousa referiu que a erradicação da pobreza até 2020 será um feito significativo e histórico.

Palavra de diplomata

O embaixador da China em Portugal, Cai Run, disse ontem que “a prosperidade e estabilidade” de Macau, nos últimos 20 anos, mostrou ao mundo uma prática bem-sucedida de “um país, dois sistemas”.
“A prosperidade e estabilidade de Macau revelaram a grande vitalidade de ‘Um País, Dois Sistemas’, demonstrou ao mundo a prática bem-sucedida do princípio, com características de Macau e evidenciou que é viável, realizável e apoiado pelo povo”, afirmou Cai Run, num discurso para algumas dezenas de pessoas, entre elas personalidades da vida política.

O responsável diplomático da China em Lisboa falava na cerimónia de inauguração da exposição de fotografia que assinala o 20º aniversário do retorno da administração de Macau para a China, que decorreu ontem no Centro Científico e Cultural de Macau.

“Nos últimos 20 anos, temos aderido ao princípio de ‘Um País, Dois Sistemas’, ‘Macau governado pela sua gente’ e um alto grau de autonomia, assegurando a prosperidade e estabilidade de Macau, para que as práticas “Um País, Dois Sistemas’ em Macau sejam estáveis e duradouras”, reforçou.

O diplomata recordou que, com o apoio do Governo Central chinês, e do Interior da China, “sob a liderança dos chefes executivos e do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e graças aos esforços envidados por todos os círculos de Macau, a economia (…) tem crescido rápido, a vida do povo tem melhorado constantemente, a sociedade tem sido estável e harmoniosa, e têm-se verificado novos progressos nas mais diversas áreas”.

Tal como em Macau, em Honk Kong também vigora a prática de ‘Um País, Dois Sistemas’. Mas nos últimos tempos têm-se verificado violentos protestos em Hong Kong, virando as atenções do mundo para a região e para a forma como a China vai repor a estabilidade naquele território outrora, também até ao final dos anos 1990, administrado pelos ingleses.

Imagens do progresso

A exposição ontem inaugurada pretende mostrar, de forma abrangente, os “grandes êxitos” obtidos por Macau depois do “seu retorno à pátria”, em áreas como “a economia, política, bem-estar do povo, sociedade, cultura, entre outras”, explicou a embaixada da China.

O objectivo, ainda de acordo com a representação diplomática de Pequim em Lisboa, é que quem a visite fique com “uma ideia melhor sobre o fascínio encantador e futuro brilhante do desenvolvimento desta Terra de Lótus”.

A cerimónia contou ainda com a presença de antigos governadores portugueses do território, como Rocha Vieira e Garcia Leandro, e da secretária de Estado das Comunidade Portuguesas, Berta Nunes.

Uma ocasião que foi ainda aproveitada pelo embaixador chinês para frisar que os últimos 20 anos, ou seja depois do retorno de Macau “à pátria mãe”, com a transição da administração portuguesa do território para as mãos do Governo de Pequim, aniversário que se celebra em 20 de Dezembro, “foi um período de práticas bem-sucedidas do princípio ‘Um País, Dois Sistemas'”.

13 Dez 2019

Cooperação | Jerónimo de Sousa defende que Portugal só tem" a ganhar" com a China

Jerónimo de Sousa considera positiva a entrada de capitais chineses em Portugal se vigorar “o princípio de vantagens mútuas”. Quanto à transição de Macau, o líder do PCP destaca “a forma pacífica como se procedeu o retorno”. Na mesma ocasião, o embaixador da China em Portugal argumentou que a prosperidade e estabilidade de Macau comprovam o valor do princípio “Um País, Dois Sistemas”

 
[dropcap]U[/dropcap]ma exposição de fotografia que celebra o 20º aniversário da RAEM serviu de pano de fundo para ouvir Jerónimo de Sousa e Cai Run, Embaixador da China em Lisboa.
O secretário-geral do Partido Comunista Português, disse ontem, em Lisboa, que Portugal só tem a ganhar no relacionamento com a China, baseado no princípio das vantagens mútuas e considerou haver sinais de investimento chinês no sector produtivo
“Portugal só tem a ganhar no relacionamento com a China, como com qualquer outro país, desde que vigore o princípio de vantagens mútuas para ambos os países”, afirmou à Lusa Jerónimo de Sousa, à margem da inauguração da exposição de fotografia que assinala o 20º aniversário do retorno de Macau para a administração chinesa, no Centro Científico e Cultural de Macau.
Questionado sobre o tipo de investimento chinês em Portugal, mais de capital e não no sector produtivo, gerador de emprego, o político ressalvou que da parte do PCP “não existe nenhum preconceito, antes pelo contrário, em relação ao investimento estrangeiro”. “Nós saudamos o investimento estrangeiro que beneficie o nosso país, onde haja vantagens significativas, não só na criação de emprego, mas no próprio desenvolvimento económico, desenvolvimento territorial, e na diversidade”, afirmou o único líder partidário presente na inauguração da exposição chinesa.
Porém, considerou que “tem havido algum investimento chinês na produção”. Sobre a transição de Macau para a China, há 20 anos, Jerónimo de Sousa disse que “todos os elementos reconhecem” e demonstram que correu bem. “Houve um processo de diálogo permanente, procura das soluções, tranquilidade, e a forma pacífica como se procedeu a esse retorno é de valorizar, na medida em que as duas partes consideraram aquilo que era fundamental, que Macau de facto pertencia à China”, sublinhou.
Para o líder do PCP, as vantagens que Portugal retirou da presença de séculos naquele território foram “os laços, que se reforçaram” e, além da cultura portuguesa numa região tão longínqua, “também a própria língua, que facilita o desenvolvimento e o aprofundamento dessas relações”.
“Creio que podemos afirmar que, no quadro da normalização das relações e da sua própria evolução, fundamentalmente os dois povos e os dois países beneficiaram disso. Naturalmente com culturas e história diferentes”, salientou.
Jerónimo de Sousa notou que, “hoje, a evolução da própria humanidade é muito determinada por um relacionamento entre os povos”. “Num quadro de vantagens mútuas, pensamos que isso é importante. Independentemente de qualquer sistema social que vigore, o relacionamento entre os povos e os países é importante, não só numa perspectiva de paz e de relacionamento, mas também de desenvolvimento e de progresso”, considerou.

Vitória pelo socialismo

Há uns meses, em entrevista à agência Xinhua, o secretário-geral do PCP teceu considerações sobre o contexto político chinês desde a fundação da República Popular da China. Para Jerónimo de Sousa, o progresso da China nos últimos 70 anos demonstra que só o socialismo é que pode salvar o país.
“Dando conta destes últimos 70 anos, o preceito fundamental do Partido Comunista da China de ‘só o socialismo pode salvar a China’ tem toda a razão”, disse Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português, em uma entrevista exclusiva à Xinhua.
Jerónimo de Sousa disse que sob a liderança do Partido Comunista da China (PCC), a China obteve sua independência e libertação nacional, e se tornou a segunda maior economia do mundo e um importante participante no cenário internacional. “Em diferentes etapas e tempos, foram realizados progressos a nível político, económico, social e cultural”, disse ele, acrescentando que “os sucessos notáveis são o resultado da luta e da dedicação dos comunistas, trabalhadores e povo chineses”.
O dirigente partidário destacou que o alívio da pobreza na China tem sido o maior sucesso num país com 1,4 mil milhões de pessoas. Citado pela Xinhua, Jerónimo de Sousa referiu que a erradicação da pobreza até 2020 será um feito significativo e histórico.

Palavra de diplomata

O embaixador da China em Portugal, Cai Run, disse ontem que “a prosperidade e estabilidade” de Macau, nos últimos 20 anos, mostrou ao mundo uma prática bem-sucedida de “um país, dois sistemas”.
“A prosperidade e estabilidade de Macau revelaram a grande vitalidade de ‘Um País, Dois Sistemas’, demonstrou ao mundo a prática bem-sucedida do princípio, com características de Macau e evidenciou que é viável, realizável e apoiado pelo povo”, afirmou Cai Run, num discurso para algumas dezenas de pessoas, entre elas personalidades da vida política.
O responsável diplomático da China em Lisboa falava na cerimónia de inauguração da exposição de fotografia que assinala o 20º aniversário do retorno da administração de Macau para a China, que decorreu ontem no Centro Científico e Cultural de Macau.
“Nos últimos 20 anos, temos aderido ao princípio de ‘Um País, Dois Sistemas’, ‘Macau governado pela sua gente’ e um alto grau de autonomia, assegurando a prosperidade e estabilidade de Macau, para que as práticas “Um País, Dois Sistemas’ em Macau sejam estáveis e duradouras”, reforçou.
O diplomata recordou que, com o apoio do Governo Central chinês, e do Interior da China, “sob a liderança dos chefes executivos e do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e graças aos esforços envidados por todos os círculos de Macau, a economia (…) tem crescido rápido, a vida do povo tem melhorado constantemente, a sociedade tem sido estável e harmoniosa, e têm-se verificado novos progressos nas mais diversas áreas”.
Tal como em Macau, em Honk Kong também vigora a prática de ‘Um País, Dois Sistemas’. Mas nos últimos tempos têm-se verificado violentos protestos em Hong Kong, virando as atenções do mundo para a região e para a forma como a China vai repor a estabilidade naquele território outrora, também até ao final dos anos 1990, administrado pelos ingleses.

Imagens do progresso

A exposição ontem inaugurada pretende mostrar, de forma abrangente, os “grandes êxitos” obtidos por Macau depois do “seu retorno à pátria”, em áreas como “a economia, política, bem-estar do povo, sociedade, cultura, entre outras”, explicou a embaixada da China.
O objectivo, ainda de acordo com a representação diplomática de Pequim em Lisboa, é que quem a visite fique com “uma ideia melhor sobre o fascínio encantador e futuro brilhante do desenvolvimento desta Terra de Lótus”.
A cerimónia contou ainda com a presença de antigos governadores portugueses do território, como Rocha Vieira e Garcia Leandro, e da secretária de Estado das Comunidade Portuguesas, Berta Nunes.
Uma ocasião que foi ainda aproveitada pelo embaixador chinês para frisar que os últimos 20 anos, ou seja depois do retorno de Macau “à pátria mãe”, com a transição da administração portuguesa do território para as mãos do Governo de Pequim, aniversário que se celebra em 20 de Dezembro, “foi um período de práticas bem-sucedidas do princípio ‘Um País, Dois Sistemas'”.

13 Dez 2019

Aung San Suu Kyi diz ao TIJ que Gâmbia deu imagem enganosa dos rohingya

[dropcap]A[/dropcap] líder de Myanmar (ex-Birmânia), Aung San Suu Kyi, disse ontem no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, que a Gâmbia desenhou uma “imagem enganosa e incompleta” da situação da minoria muçulmana rohingya no seu país.

“Infelizmente, a Gâmbia apresentou ao Tribunal uma imagem enganosa e incompleta da situação no estado de Rakhine”, disse Aung San Suu Kyi, numa audiência em que está a participar para defender o seu país, acusado de genocídio da minoria muçulmana rohingya.

A chefe de facto do Governo de Myanmar declarou ainda que a “intenção de genocídio” não pode ser “a única hipótese” na situação da minoria rohingya.

Perante os juízes do TIJ admitiu que o exército pode ter usado uma “força desproporcional”, mas defendeu que isso não prova que pretendia exterminar o povo rohingya.

“Certamente nessas circunstâncias, a intenção genocida não pode ser a única hipótese”, afirmou Aung San Suu Kyi, primeira Conselheira de Estado e ministra dos Negócios Estrangeiros de Myanmar.

As audiências do caso começaram na terça-feira e vão continuar até a quinta-feira no TIJ, em Haia, na Holanda.
As forças armadas de Myanmar começaram uma dura campanha de contra insurgência no estado de Rakhine em Agosto de 2017, em resposta a um ataque de uma milícia rebelde rohingya.

Cerca de 800.000 rohingya fugiram para o Bangladesh para escapar de uma alegada campanha de limpeza étnica envolvendo violações em massa, assassínios e queima de casas por parte dos militares birmaneses.
A Gâmbia, um país da África Ocidental, interpôs o caso diante do TIJ em nome da Organização de Cooperação Islâmica.

Aung San Suu Kyi defendeu ontem a acção do exército do seu país contra a minoria muçulmana, apesar das acusações de genocídio. “Medidas de segurança foram implementadas na zona de conflito”, disse a conselheira e ministra de Myanmar a um painel de 17 juízes, assegurando que “no seu país as violações de direitos humanos não são toleradas”.

Suu Kyi definiu como “conflito armado interno” os confrontos no estado de Rakhine, no oeste do país, e descreveu vários ataques a esquadras de polícia, que teriam como alvo milhares de agentes.

Julgar em casa

Nesse sentido, explicou que o termo “operações de limpeza” usado pelos militares para acções de resposta em Rakhine “foi distorcido” porque “na língua de Myanmar significa” libertação de localidades em busca de terroristas”.

Segundo Suu Kyi, o tribunal superior da ONU não deve intervir porque a Birmânia já criou tribunais para as acções mais controversas do Exército. “Se os militares cometeram crimes, serão processados pela justiça militar, como diz a Constituição de Myanmar”, afirmou.

“Como pode haver uma tentativa de genocídio, se essas medidas foram implementadas em Rakhine?”, questionou a conselheira de Estado.

A Gâmbia apresentou na terça-feira, com o apoio dos 57 países da Organização para a Cooperação Islâmica, a denúncia contra Myanmar com base na Convenção do Genocídio e apelou à implementação de medidas de precaução para proteger os rohingya. “Pedimos ao tribunal que não os aplique porque podem agravar o conflito”, alertou Suu Kyi.

12 Dez 2019

Direitos Humanos | Governo chinês defende noção própria e ataca EUA

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas defenderam ontem a sua noção de Direitos Humanos e criticaram Washington, devido à legislação que pune abusos em Hong Kong e Xinjiang, durante um fórum em Pequim com representantes dos países em desenvolvimento.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Ma Zhaoxu, não mencionou os Estados Unidos pelo nome, mas acusou “um determinado país de iniciar guerras comerciais e constantemente introduzir legislação para protecção dos chamados Direitos Humanos e democracia, visando interferir abertamente nos assuntos internos de outros países”.

O Congresso norte-americano aprovou este mês legislação que visa punir autoridades chinesas responsáveis por violações dos Direitos Humanos em Hong Kong e Xinjiang, região no extremo noroeste do país onde se estima que um milhão de membros de minorias étnicas chinesas são mantidos em campos de doutrinação.

Funcionários e diplomatas chineses apelidaram a legislação como “estúpida” e “maliciosa” e têm procurado o apoio de académicos, jornalistas e governos estrangeiros para a condenar.

Ma acusou ainda os EUA de espalharem conflitos e crises humanitárias em outros pontos do globo “sob a bandeira dos Direitos Humanos”, reflectindo as acusações de que as intervenções norte-americanas e promoção da democracia destabilizaram países como a Síria e a Venezuela.

A China acusou repetidamente os EUA de fomentarem os protestos que se prolongam há sete meses em Hong Kong, com manifestações quase diárias para denunciar a alegada erosão das liberdades, a crescente influência do Governo chinês nos assuntos da região semiautónoma, e para exigir reformas democráticas.

Pequim alega ainda que o vasto sistema de detenções extrajudiciais em Xinjiang faz parte de um programa de treino vocacional, visando combater a pobreza e o extremismo religioso.

Ma condenou ainda as políticas comerciais dos EUA, acusando Washington – novamente sem referir o nome – de “segurar cassetetes de sanções” e praticar bloqueios económicos ou a dissociação com a China nas áreas da ciência e tecnologia.

“Estes actos não apenas impedem o desenvolvimento da economia mundial, como também violam os direitos humanos das pessoas dos países afectados. Devemos resistir e opormo-nos firmemente”, afirmou Ma, durante o fórum sobre os Direitos Humanos, realizado em Pequim.

Pontos de vista

O ministro da Propaganda chinês, Huang Kunming, sublinhou ainda a rejeição da China à noção de um padrão universal de Direitos Humanos.

A China insiste que cabe a cada nação definir a sua própria noção de Direitos Humanos e rejeita conceitos ocidentais como a liberdade de expressão, democracia liberal ou direitos civis e políticos, em favor de um sistema autoritário, que prioriza o desenvolvimento económico e melhoria dos padrões de vida.

“Não há um caminho e modelo universais para os Direitos Humanos no mundo”, disse. “O desenvolvimento da causa dos Direitos Humanos deve e só pode ser promovido de acordo com as condições domésticas de cada país e as necessidades do seu povo”, realçou.

Segundo a imprensa estatal chinesa, políticos e académicos oriundos de mais de 70 países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina, e representantes das Nações Unidas participam no Fórum sobre os Direitos Humanos Sul-Sul, a convite do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

12 Dez 2019

Direitos Humanos | Governo chinês defende noção própria e ataca EUA

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas defenderam ontem a sua noção de Direitos Humanos e criticaram Washington, devido à legislação que pune abusos em Hong Kong e Xinjiang, durante um fórum em Pequim com representantes dos países em desenvolvimento.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Ma Zhaoxu, não mencionou os Estados Unidos pelo nome, mas acusou “um determinado país de iniciar guerras comerciais e constantemente introduzir legislação para protecção dos chamados Direitos Humanos e democracia, visando interferir abertamente nos assuntos internos de outros países”.
O Congresso norte-americano aprovou este mês legislação que visa punir autoridades chinesas responsáveis por violações dos Direitos Humanos em Hong Kong e Xinjiang, região no extremo noroeste do país onde se estima que um milhão de membros de minorias étnicas chinesas são mantidos em campos de doutrinação.
Funcionários e diplomatas chineses apelidaram a legislação como “estúpida” e “maliciosa” e têm procurado o apoio de académicos, jornalistas e governos estrangeiros para a condenar.
Ma acusou ainda os EUA de espalharem conflitos e crises humanitárias em outros pontos do globo “sob a bandeira dos Direitos Humanos”, reflectindo as acusações de que as intervenções norte-americanas e promoção da democracia destabilizaram países como a Síria e a Venezuela.
A China acusou repetidamente os EUA de fomentarem os protestos que se prolongam há sete meses em Hong Kong, com manifestações quase diárias para denunciar a alegada erosão das liberdades, a crescente influência do Governo chinês nos assuntos da região semiautónoma, e para exigir reformas democráticas.
Pequim alega ainda que o vasto sistema de detenções extrajudiciais em Xinjiang faz parte de um programa de treino vocacional, visando combater a pobreza e o extremismo religioso.
Ma condenou ainda as políticas comerciais dos EUA, acusando Washington – novamente sem referir o nome – de “segurar cassetetes de sanções” e praticar bloqueios económicos ou a dissociação com a China nas áreas da ciência e tecnologia.
“Estes actos não apenas impedem o desenvolvimento da economia mundial, como também violam os direitos humanos das pessoas dos países afectados. Devemos resistir e opormo-nos firmemente”, afirmou Ma, durante o fórum sobre os Direitos Humanos, realizado em Pequim.

Pontos de vista

O ministro da Propaganda chinês, Huang Kunming, sublinhou ainda a rejeição da China à noção de um padrão universal de Direitos Humanos.
A China insiste que cabe a cada nação definir a sua própria noção de Direitos Humanos e rejeita conceitos ocidentais como a liberdade de expressão, democracia liberal ou direitos civis e políticos, em favor de um sistema autoritário, que prioriza o desenvolvimento económico e melhoria dos padrões de vida.
“Não há um caminho e modelo universais para os Direitos Humanos no mundo”, disse. “O desenvolvimento da causa dos Direitos Humanos deve e só pode ser promovido de acordo com as condições domésticas de cada país e as necessidades do seu povo”, realçou.
Segundo a imprensa estatal chinesa, políticos e académicos oriundos de mais de 70 países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina, e representantes das Nações Unidas participam no Fórum sobre os Direitos Humanos Sul-Sul, a convite do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

12 Dez 2019