Xi Jinping assina 33 acordos comerciais no Myanmar

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês Xi Jinping assinou sábado com a líder de facto do Governo de Myanmar, Aung San Suu Ky,i 33 acordos comerciais e um programa de infra-estruturas. A visita de dois dias do Presidente chinês ocorre numa altura em que os investidores ocidentais evitam Myanmar (antiga Birmânia) devido à polémica que envolve a perseguição à minoria muçulmana dos rohingyas.

Uma onda de repressão lançada em 2017 contra esta minoria muçulmana, que foi classificada como genocídio pelas Nações Unidas, forçou cerca de 740 mil rohingyas a refugiarem-se no Bangladesh. Porém, apesar da desaprovação internacional, Pequim continua a apoiar firmemente Myanmar.

Xi considerou a sua visita como “um momento histórico” para as relações entre os dois países vizinhos, segundo o jornal Global New Light of Myanmar e mencionou a “injustiça e desigualdade nas relações internacionais”.

Desconfiança exterior

A China é actualmente o maior investidor em Myanmar, gerando desconfiança da opinião pública e das intenções dos governantes do país, acentuada pelos poucos detalhes conhecidos dos 33 acordos.
Um deles consiste num pacto de accionistas e uma concessão referente ao porto de águas profundas e à zona económica de Kyaukhphyu, localizada no Estado de Rakhine.

Outro dos acordos assinados é uma carta de intenções para o “novo desenvolvimento urbano” da capital birmanesa, Naypyidaw (ex-Rangum), e estudos de viabilidade para ligações ferroviárias.
O objectivo do protocolo é criar um “corredor económico China-Birmânia”, que seja uma porta de entrada para o Oceano Índico na China.

Dezenas de manifestantes reuniram-se sábado em Naypyidaw para recordar a controvérsia em torno da barragem de Myitsone, no norte do Estado de Kachin – que não foi incluída nos acordos depois da China ter assinado um contrato de construção em 2009 que não foi cumprido.

20 Jan 2020

Ano Novo Lunar | Arranca maior migração humana do planeta

Mais um ano que passa, mais uma viagem de encontro aos mais queridos. O Ano Novo Lunar põe em movimento, durante cerca de 40 dias, milhões de chineses num total de três mil milhões de viagens internas

 

[dropcap]P[/dropcap]or estrada ou por mar, de avião ou de comboio, milhões de chineses estão a caminho da terra natal para festejar esta semana a passagem do ano lunar com a família, na maior migração interna do planeta.

“É fatigante”, admite à agência Lusa Xiaowang, que se prepara para a jornada de 20 horas de comboio que separa Pequim da sua terra natal, na província de Sichuan. “Mas esta data é muito importante para os chineses: é quando nos reunimos com a família”, diz. “Não podia faltar”.

À medida que o Ano Novo Lunar se aproxima, viajantes chineses enchem estações de comboio e aeroportos. Segundo o ministério dos Transportes, durante cerca de 40 dias, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas.

Trata-se da principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, e decorre de 24 a 30 de Janeiro, sob o signo do rato, o primeiro dos doze animais do milenar zodíaco chinês.
Na estação de comboios Oeste de Pequim, o frenesim é constante: milhares de trabalhadores rurais, carregados com malas ou sacos de pano, iniciam o regresso a casa.

Para muitos das centenas de milhões de trabalhadores migrantes empregados nas prósperas cidades do litoral chinês, está é a única altura do ano em que revêem os filhos ou pais, que permanecem geralmente no interior do país.

“Comprei os bilhetes com meio mês de antecedência”, diz Chen Jinghuai, que vai viajar 17 horas de comboio entre Pequim e a sua terra natal, na província de Anhui. “Durante este período, esgotam rápido”, conta.
Com um bebé de seis meses ao colo, a chinesa Yang Zhen explica que tem este ano nova companhia no regresso à terra natal: “É a primeira vez que o meu filho vai a casa”.

Epidemia assusta

Todas as escolas, do ensino primário ao superior, fecham durante um mês. Para muitos trabalhadores, as folgas e feriados concedidos nesta quadra pelo Governo e as empresas constituem as únicas férias do ano.

Na China e em todas as ‘chinatown’ espalhadas pelo mundo, os edifícios são engalanados com lanternas vermelhas, enquanto nas ruas se lançam petardos e fogo-de-artifício para “afugentar os maus espíritos’.
Ratos de vários tamanhos e feitios ornamentam as lojas e os centros comerciais.

Este ano, a jornada exige precauções extras, face a um novo tipo de pneumonia viral com origem no centro do país e que causou já dois mortos, tendo-se alastrado, entretanto, ao Japão e à Tailândia.

Na cidade chinesa de Wuhan, um importante centro de transporte doméstico e internacional, 41 pessoas foram infectadas com a nova pneumonia viral, cinco das quais permanecem em estado grave (ver grande plano).

Uma investigação identificou a doença como um novo tipo de coronavírus, uma espécie viral que causa infecções respiratórias em seres humanos e animais e é transmitido através da tosse, espirros ou contacto físico.

Alguns destes vírus resultam apenas numa constipação, enquanto outros podem gerar doenças respiratórias mais graves, como a pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Os centros de transporte estão a reforçar medidas de desinfecção, monitoramento e prevenção, disse Wang Yang, engenheiro-chefe do ministério. “O surgimento desta epidemia pode causar pânico entre as pessoas, especialmente em áreas onde se gera maior densidade populacional durante o período de férias”, observou, em conferência de imprensa.

20 Jan 2020

Ano Novo Lunar | Arranca maior migração humana do planeta

Mais um ano que passa, mais uma viagem de encontro aos mais queridos. O Ano Novo Lunar põe em movimento, durante cerca de 40 dias, milhões de chineses num total de três mil milhões de viagens internas

 
[dropcap]P[/dropcap]or estrada ou por mar, de avião ou de comboio, milhões de chineses estão a caminho da terra natal para festejar esta semana a passagem do ano lunar com a família, na maior migração interna do planeta.
“É fatigante”, admite à agência Lusa Xiaowang, que se prepara para a jornada de 20 horas de comboio que separa Pequim da sua terra natal, na província de Sichuan. “Mas esta data é muito importante para os chineses: é quando nos reunimos com a família”, diz. “Não podia faltar”.
À medida que o Ano Novo Lunar se aproxima, viajantes chineses enchem estações de comboio e aeroportos. Segundo o ministério dos Transportes, durante cerca de 40 dias, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas.
Trata-se da principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, e decorre de 24 a 30 de Janeiro, sob o signo do rato, o primeiro dos doze animais do milenar zodíaco chinês.
Na estação de comboios Oeste de Pequim, o frenesim é constante: milhares de trabalhadores rurais, carregados com malas ou sacos de pano, iniciam o regresso a casa.
Para muitos das centenas de milhões de trabalhadores migrantes empregados nas prósperas cidades do litoral chinês, está é a única altura do ano em que revêem os filhos ou pais, que permanecem geralmente no interior do país.
“Comprei os bilhetes com meio mês de antecedência”, diz Chen Jinghuai, que vai viajar 17 horas de comboio entre Pequim e a sua terra natal, na província de Anhui. “Durante este período, esgotam rápido”, conta.
Com um bebé de seis meses ao colo, a chinesa Yang Zhen explica que tem este ano nova companhia no regresso à terra natal: “É a primeira vez que o meu filho vai a casa”.

Epidemia assusta

Todas as escolas, do ensino primário ao superior, fecham durante um mês. Para muitos trabalhadores, as folgas e feriados concedidos nesta quadra pelo Governo e as empresas constituem as únicas férias do ano.
Na China e em todas as ‘chinatown’ espalhadas pelo mundo, os edifícios são engalanados com lanternas vermelhas, enquanto nas ruas se lançam petardos e fogo-de-artifício para “afugentar os maus espíritos’.
Ratos de vários tamanhos e feitios ornamentam as lojas e os centros comerciais.
Este ano, a jornada exige precauções extras, face a um novo tipo de pneumonia viral com origem no centro do país e que causou já dois mortos, tendo-se alastrado, entretanto, ao Japão e à Tailândia.
Na cidade chinesa de Wuhan, um importante centro de transporte doméstico e internacional, 41 pessoas foram infectadas com a nova pneumonia viral, cinco das quais permanecem em estado grave (ver grande plano).
Uma investigação identificou a doença como um novo tipo de coronavírus, uma espécie viral que causa infecções respiratórias em seres humanos e animais e é transmitido através da tosse, espirros ou contacto físico.
Alguns destes vírus resultam apenas numa constipação, enquanto outros podem gerar doenças respiratórias mais graves, como a pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Os centros de transporte estão a reforçar medidas de desinfecção, monitoramento e prevenção, disse Wang Yang, engenheiro-chefe do ministério. “O surgimento desta epidemia pode causar pânico entre as pessoas, especialmente em áreas onde se gera maior densidade populacional durante o período de férias”, observou, em conferência de imprensa.

20 Jan 2020

Direitos Humanos | AI acusa China de contribuir para crise no Myanmar

[dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional acusou ontem a China de contribuir para a crise dos direitos humanos no Myanmar, na véspera do Presidente chinês visitar aquele país, acusando Pequim de proteger as autoridades de Nepiedó.

“A China deve parar de usar a sua posição no Conselho de Segurança da ONU para proteger os generais do Myanmar (antiga Birmânia) de assumir as suas responsabilidades”, apontou o director regional da organização de defesa dos direitos humanos, Nicholas Bequelin, num comunicado enviado à Lusa. “Isto apenas encoraja a incansável campanha militar de violações dos direitos humanos e crimes de guerra contra minorias étnicas em todo o país”, acrescentou.

Pequim continua a ser um apoio importante para a Birmânia, país isolado da comunidade internacional, face às centenas de milhares de rohingya birmaneses que tiveram de fugir das suas aldeias no estado de Rakhine, no sudoeste do Myanmar, para escapar à violência militar que a ONU descreveu como “limpeza étnica”.

Cerca de um milhão de muçulmanos rohingya birmaneses encontram-se em campos de refugiados no sul do Bangladesh, em condições desumanas. “Se não pressionar o Myanmar a garantir justiça e restaurar os direitos dos Rohingya, os esforços da China para resolver a situação permanecerão ineficazes – e contraproducentes”, escreveu Nicholas Bequelin.

Xi Jinping realiza hoje a primeira visita de um chefe de Estado chinês ao Myanmar em quase vinte anos, numa altura em que Pequim tenta fortalecer as relações com membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, face a disputas territoriais no Mar do Sul da China.

17 Jan 2020

Direitos Humanos | AI acusa China de contribuir para crise no Myanmar

[dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional acusou ontem a China de contribuir para a crise dos direitos humanos no Myanmar, na véspera do Presidente chinês visitar aquele país, acusando Pequim de proteger as autoridades de Nepiedó.
“A China deve parar de usar a sua posição no Conselho de Segurança da ONU para proteger os generais do Myanmar (antiga Birmânia) de assumir as suas responsabilidades”, apontou o director regional da organização de defesa dos direitos humanos, Nicholas Bequelin, num comunicado enviado à Lusa. “Isto apenas encoraja a incansável campanha militar de violações dos direitos humanos e crimes de guerra contra minorias étnicas em todo o país”, acrescentou.
Pequim continua a ser um apoio importante para a Birmânia, país isolado da comunidade internacional, face às centenas de milhares de rohingya birmaneses que tiveram de fugir das suas aldeias no estado de Rakhine, no sudoeste do Myanmar, para escapar à violência militar que a ONU descreveu como “limpeza étnica”.
Cerca de um milhão de muçulmanos rohingya birmaneses encontram-se em campos de refugiados no sul do Bangladesh, em condições desumanas. “Se não pressionar o Myanmar a garantir justiça e restaurar os direitos dos Rohingya, os esforços da China para resolver a situação permanecerão ineficazes – e contraproducentes”, escreveu Nicholas Bequelin.
Xi Jinping realiza hoje a primeira visita de um chefe de Estado chinês ao Myanmar em quase vinte anos, numa altura em que Pequim tenta fortalecer as relações com membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, face a disputas territoriais no Mar do Sul da China.

17 Jan 2020

Economia | Governo de Guangdong prevê crescimento de 6% em 2020

A província vizinha de Guangdong deverá registar um crescimento económico de 6 por cento em 2020, de acordo com previsão do Governo local. A estimativa foi revelada durante a apresentação do orçamento, que prevê ainda o aumento de 4 por cento dos gastos públicos

 

[dropcap]O[/dropcap] governador de Guangdong prevê que a economia da província cresça 6 por cento este ano, depois de ter crescido 6,3 por cento em 2019, ultrapassando o equivalente a 1,3 bilião de euros. Citado pela imprensa local, Ma Xingrui previu ainda diminuir o investimento público, à medida que Pequim pressiona as províncias a reduzir os níveis de endividamento, visto como um risco à estabilidade financeira nacional. O orçamento de Guangdong para este ano prevê um aumento dos gastos públicos de 4 por cento, abaixo do aumento de 10 por cento, ocorrido em 2019, enquanto o investimento em activos fixos será de cerca de 10 por cento, depois de ter superados os 11 por cento, em 2019.

As autoridades prevêem que o sector retalhista cresça 7,5 por cento, em 2020, depois de ter crescido 7,9 por cento, no ano passado, e apesar da renda disponível ‘per capita’ dos residentes de Guangdong ter atingido os 38.900 yuans, em 2019, num aumento de 8,6 por cento, em relação ao ano anterior.

A mais rica província da China é ainda particularmente sensível à guerra comercial entre Pequim e Washington. Localizada na fronteira com Hong Kong e Macau, Guangdong compõe quase 25 por cento do total do comércio externo chinês e foi a primeira província chinesa a beneficiar da política de Reforma e Abertura, adoptada pela China, no final dos anos 1970.

Com uma economia assente na iniciativa privada e geradora do maior número de bilionários do país, Guangdong exportou, só em 2018, o equivalente a mais de 555 mil milhões de euros em bens, e conta com dois dos 10 portos mais movimentados do mundo.

Ma apontou a resiliência da província, em 2019, ao manter um crescimento do comércio externo, embora apenas de 0,3 por cento, com um aumento das exportações de 1,6 por cento. As autoridades esperam manter este ano o crescimento no comércio externo, mas não avançaram com previsões. O investimento directo estrangeiro aumentou 3,5 por cento e fixou-se no equivalente 20 mil milhões de euros.

A inflação em Guangdong fixou-se, no ano passado, em 3,4 por cento, apesar do forte aumento no preço dos alimentos, no segundo semestre do ano, devido ao surto de peste suína que se alastrou por todo o continente chinês.

Hong Kong fundamental

O alastrar das disputas comerciais a uma competição pelo domínio tecnológico entre Pequim e Washington, nos últimos meses, constitui também um obstáculo para Shenzhen, o ‘hub’ tecnológico que é também um dos principais motores de crescimento da província.

Na sessão anual do congresso de Shenzhen, na semana passada, as autoridades alertaram que a cidade precisa de redobrar os seus esforços para garantir as cadeias de fornecimento, numa referência velada às restrições impostas pelo Governo de Donald Trump no fornecimento de alta tecnologia a várias gigantes tecnológicas da cidade, incluindo o grupo de telecomunicações Huawei.

Uma das piores crises políticas de sempre em Hong Kong constitui ainda um obstáculo para Guangdong implementar a visão do Presidente Xi Jinping de construir um centro económico e comercial integrado no sul da China, que possa competir com a Grande Baía de Tóquio ou a Área da Baía de São Francisco.

“Sem Hong Kong, a Área da Grande Baía é apenas mais um plano para o Delta do Rio das Pérolas”, descreve um especialista em assuntos de Hong Kong em Cantão, a capital de Guangdong.

17 Jan 2020

Economia | Governo de Guangdong prevê crescimento de 6% em 2020

A província vizinha de Guangdong deverá registar um crescimento económico de 6 por cento em 2020, de acordo com previsão do Governo local. A estimativa foi revelada durante a apresentação do orçamento, que prevê ainda o aumento de 4 por cento dos gastos públicos

 
[dropcap]O[/dropcap] governador de Guangdong prevê que a economia da província cresça 6 por cento este ano, depois de ter crescido 6,3 por cento em 2019, ultrapassando o equivalente a 1,3 bilião de euros. Citado pela imprensa local, Ma Xingrui previu ainda diminuir o investimento público, à medida que Pequim pressiona as províncias a reduzir os níveis de endividamento, visto como um risco à estabilidade financeira nacional. O orçamento de Guangdong para este ano prevê um aumento dos gastos públicos de 4 por cento, abaixo do aumento de 10 por cento, ocorrido em 2019, enquanto o investimento em activos fixos será de cerca de 10 por cento, depois de ter superados os 11 por cento, em 2019.
As autoridades prevêem que o sector retalhista cresça 7,5 por cento, em 2020, depois de ter crescido 7,9 por cento, no ano passado, e apesar da renda disponível ‘per capita’ dos residentes de Guangdong ter atingido os 38.900 yuans, em 2019, num aumento de 8,6 por cento, em relação ao ano anterior.
A mais rica província da China é ainda particularmente sensível à guerra comercial entre Pequim e Washington. Localizada na fronteira com Hong Kong e Macau, Guangdong compõe quase 25 por cento do total do comércio externo chinês e foi a primeira província chinesa a beneficiar da política de Reforma e Abertura, adoptada pela China, no final dos anos 1970.
Com uma economia assente na iniciativa privada e geradora do maior número de bilionários do país, Guangdong exportou, só em 2018, o equivalente a mais de 555 mil milhões de euros em bens, e conta com dois dos 10 portos mais movimentados do mundo.
Ma apontou a resiliência da província, em 2019, ao manter um crescimento do comércio externo, embora apenas de 0,3 por cento, com um aumento das exportações de 1,6 por cento. As autoridades esperam manter este ano o crescimento no comércio externo, mas não avançaram com previsões. O investimento directo estrangeiro aumentou 3,5 por cento e fixou-se no equivalente 20 mil milhões de euros.
A inflação em Guangdong fixou-se, no ano passado, em 3,4 por cento, apesar do forte aumento no preço dos alimentos, no segundo semestre do ano, devido ao surto de peste suína que se alastrou por todo o continente chinês.

Hong Kong fundamental

O alastrar das disputas comerciais a uma competição pelo domínio tecnológico entre Pequim e Washington, nos últimos meses, constitui também um obstáculo para Shenzhen, o ‘hub’ tecnológico que é também um dos principais motores de crescimento da província.
Na sessão anual do congresso de Shenzhen, na semana passada, as autoridades alertaram que a cidade precisa de redobrar os seus esforços para garantir as cadeias de fornecimento, numa referência velada às restrições impostas pelo Governo de Donald Trump no fornecimento de alta tecnologia a várias gigantes tecnológicas da cidade, incluindo o grupo de telecomunicações Huawei.
Uma das piores crises políticas de sempre em Hong Kong constitui ainda um obstáculo para Guangdong implementar a visão do Presidente Xi Jinping de construir um centro económico e comercial integrado no sul da China, que possa competir com a Grande Baía de Tóquio ou a Área da Baía de São Francisco.
“Sem Hong Kong, a Área da Grande Baía é apenas mais um plano para o Delta do Rio das Pérolas”, descreve um especialista em assuntos de Hong Kong em Cantão, a capital de Guangdong.

17 Jan 2020

Comércio | Imprensa oficial saúda acordo com EUA, mas aconselha cautela

A imprensa oficial chinesa saudou a assinatura de um acordo parcial com os Estados Unidos, para pôr fim à guerra comercial, mas alertou que continuam a existir incertezas nas relações entre os dois países. Trump considera o acordo fantástico

 

[dropcap]A[/dropcap] agência noticiosa oficial Xinhua celebra o acordo alcançado após uma “dura luta”. “Isto significa que as duas maiores economias do mundo estão agora a tentar encontrar uma maneira mais razoável de resolver as suas diferenças”, apontou.

O jornal oficial em língua inglesa China Daily espera que a trégua “leve a uma paz duradoura” entre Pequim e Washington e o jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), o Diário do Povo, considera a assinatura do texto um “novo começo” para as relações bilaterais.

A televisão estatal CCTV indicou que o acordo é do “interesse comum” da China e dos Estados Unidos.
A imprensa estatal chinesa ressalvou, porém, que a assinatura do texto “não é um seguro contra todos os riscos”. “A euforia é temperada pela sensação de que o acordo realmente não importa muito”, notou o China Daily, em editorial. Segundo o jornal, existe a “percepção” de que, se o texto não for respeitado, isso comprometerá a próxima fase do acordo e levará automaticamente a renovadas tensões.

Também o jornal Global Times, uma ramificação do Diário do Povo, questiona em editorial o valor real do compromisso assinado na quarta-feira. “Um acordo comercial parcial, concluído durante um período em que as relações estratégicas China-EUA estão claramente em declínio, será que funcionará”, escreveu. “Será que isto dará lugar a novos conflitos ou a novos progressos, à medida que as negociações continuarem?”, insistiu o jornal. “Muita incerteza permanece”, destacou.

O presidente norte-americano, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinaram o acordo na Casa Branca, concretizando assim uma trégua nas fricções comerciais que se prolongam desde o Verão de 2018.

Segundo o acordo, a China compromete-se a importar um total de 200 mil milhões de dólares em bens oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas, para reduzir o défice comercial entre os dois países. Ao mesmo tempo, Pequim compromete-se a não manipular o valor da moeda ou a proteger a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, em troca de uma suspensão parcial das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens importados da China.

Carta de Xi

No entanto, o acordo não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre 360 mil milhões de dólares de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema económico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

“Este é um fantástico acordo para os Estados Unidos”, disse Trump, na cerimónia de assinatura da “Fase Um” do acordo comercial com a China, embora tenha admitido que várias tarifas retaliatórias se manterão, até que haja um acordo para a “Fase Dois”.

Os Estados Unidos vão assim manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120 mil milhões de dólares.

“Tivemos quase o acordo completo. Mas esta “Fase Um” é muito melhor. E iniciaremos a “Fase Dois”, que deverá estar pronta no próximo ano, que será fantástica”, disse o Presidente dos EUA, referindo-se ao processo de novas rondas de negociação com o Governo chinês.

O vice-primeiro-ministro chinês leu uma carta enviada pelo Presidente Xi Jinping, dirigida a Donald Trump, em que reconhecia que este acordo “é bom para os dois países (…) e permite resolver graves divergências”.

“Para manter a evolução do crescimento da economia dos dois países, são precisos esforços de ambos os lados”, acrescentou o Presidente chinês, na carta lida por Liu He. “Espero que os Estados Unidos tratem com justiça as empresas chinesas”, concluiu Xi Jinping, referindo-se a matérias que ainda estão em discussão no processo negocial, nomeadamente as sanções impostas pelo Governo norte-americano à empresa tecnológica chinesa Huawei.

Trump procurou um tom conciliador, durante a cerimónia na Casa Branca, dizendo que entende a posição de negociação dura por parte da China e mostrou-se receptivo a “tudo fazer para que as divergências que ainda existem sejam superadas”, sem culpar directamente a parte chinesa pelas dificuldades nas rondas de conversas diplomáticas.

“Eu não culpo a China. Culpo as pessoas que aqui (na Casa Branca) estiveram no passado”, disse Trump, acusando anteriores governos de nunca terem tentado um acordo comercial com a China.

17 Jan 2020

Comércio | Imprensa oficial saúda acordo com EUA, mas aconselha cautela

A imprensa oficial chinesa saudou a assinatura de um acordo parcial com os Estados Unidos, para pôr fim à guerra comercial, mas alertou que continuam a existir incertezas nas relações entre os dois países. Trump considera o acordo fantástico

 
[dropcap]A[/dropcap] agência noticiosa oficial Xinhua celebra o acordo alcançado após uma “dura luta”. “Isto significa que as duas maiores economias do mundo estão agora a tentar encontrar uma maneira mais razoável de resolver as suas diferenças”, apontou.
O jornal oficial em língua inglesa China Daily espera que a trégua “leve a uma paz duradoura” entre Pequim e Washington e o jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), o Diário do Povo, considera a assinatura do texto um “novo começo” para as relações bilaterais.
A televisão estatal CCTV indicou que o acordo é do “interesse comum” da China e dos Estados Unidos.
A imprensa estatal chinesa ressalvou, porém, que a assinatura do texto “não é um seguro contra todos os riscos”. “A euforia é temperada pela sensação de que o acordo realmente não importa muito”, notou o China Daily, em editorial. Segundo o jornal, existe a “percepção” de que, se o texto não for respeitado, isso comprometerá a próxima fase do acordo e levará automaticamente a renovadas tensões.
Também o jornal Global Times, uma ramificação do Diário do Povo, questiona em editorial o valor real do compromisso assinado na quarta-feira. “Um acordo comercial parcial, concluído durante um período em que as relações estratégicas China-EUA estão claramente em declínio, será que funcionará”, escreveu. “Será que isto dará lugar a novos conflitos ou a novos progressos, à medida que as negociações continuarem?”, insistiu o jornal. “Muita incerteza permanece”, destacou.
O presidente norte-americano, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinaram o acordo na Casa Branca, concretizando assim uma trégua nas fricções comerciais que se prolongam desde o Verão de 2018.
Segundo o acordo, a China compromete-se a importar um total de 200 mil milhões de dólares em bens oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas, para reduzir o défice comercial entre os dois países. Ao mesmo tempo, Pequim compromete-se a não manipular o valor da moeda ou a proteger a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, em troca de uma suspensão parcial das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens importados da China.

Carta de Xi

No entanto, o acordo não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre 360 mil milhões de dólares de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema económico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
“Este é um fantástico acordo para os Estados Unidos”, disse Trump, na cerimónia de assinatura da “Fase Um” do acordo comercial com a China, embora tenha admitido que várias tarifas retaliatórias se manterão, até que haja um acordo para a “Fase Dois”.
Os Estados Unidos vão assim manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120 mil milhões de dólares.
“Tivemos quase o acordo completo. Mas esta “Fase Um” é muito melhor. E iniciaremos a “Fase Dois”, que deverá estar pronta no próximo ano, que será fantástica”, disse o Presidente dos EUA, referindo-se ao processo de novas rondas de negociação com o Governo chinês.
O vice-primeiro-ministro chinês leu uma carta enviada pelo Presidente Xi Jinping, dirigida a Donald Trump, em que reconhecia que este acordo “é bom para os dois países (…) e permite resolver graves divergências”.
“Para manter a evolução do crescimento da economia dos dois países, são precisos esforços de ambos os lados”, acrescentou o Presidente chinês, na carta lida por Liu He. “Espero que os Estados Unidos tratem com justiça as empresas chinesas”, concluiu Xi Jinping, referindo-se a matérias que ainda estão em discussão no processo negocial, nomeadamente as sanções impostas pelo Governo norte-americano à empresa tecnológica chinesa Huawei.
Trump procurou um tom conciliador, durante a cerimónia na Casa Branca, dizendo que entende a posição de negociação dura por parte da China e mostrou-se receptivo a “tudo fazer para que as divergências que ainda existem sejam superadas”, sem culpar directamente a parte chinesa pelas dificuldades nas rondas de conversas diplomáticas.
“Eu não culpo a China. Culpo as pessoas que aqui (na Casa Branca) estiveram no passado”, disse Trump, acusando anteriores governos de nunca terem tentado um acordo comercial com a China.

17 Jan 2020

Comércio | China e EUA assinaram acordo visto como frágil face a antagonismo

China e Estados Unidos assinaram ontem um acordo parcial, para ultrapassar as disputas comerciais entre os dois países, mas que analistas consideraram uma trégua frágil, após meses de uma crise que abalou a economia mundial

 

[dropcap]A[/dropcap] formalização do documento, designado como “acordo de primeira fase”, foi assinado durante uma cerimónia na Casa Branca, e é o resultado de um compromisso limitado entre Washington e Pequim, numa altura em que os dois países temem as consequências económicas e financeiras de uma prolongada guerra comercial.

Segundo o acordo, a China compromete-se a importar um total de 200 mil milhões de dólares em bens oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas, para reduzir o déficie comercial entre os dois países. Ao mesmo tempo, Pequim compromete-se a não manipular o valor da moeda ou a proteger a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, em troca de uma suspensão parcial das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens importados da China.

No entanto, o acordo não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre 360 mil milhões de dólares de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema económico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

Os Estados Unidos vão assim manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120 mil milhões de dólares.

Também é improvável que a assinatura do documento suspenda a rivalidade estratégica entre as duas potências, que se acelerou durante a presidência de Donald Trump e se alastrou a assuntos de Defesa e de alta tecnologia, incluindo redes de telecomunicações de quinta geração (5G) ou a inteligência artificial.

“A assinatura desta trégua, apesar de ser bem-vinda, não muda a realidade de que os dois países estão em posições cada vez mais antagónicas”, observou a analista na unidade de investigação Rand Corporation Ali Wyne, citada pelo jornal Financial Times.

“Washington considera a ascensão económica de Pequim uma ameaça à segurança do país e à dos aliados e parceiros. Enquanto isso, Pequim considera como imperativos existenciais a aceleração da inovação local e a abertura de mercados de exportação alternativos”, descreveu.

Em causa está o plano “Made in China 2025”, que visa transformar as empresas estatais chinesas em potências tecnológicas, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Washington considera que aquele plano viola os compromissos assumidos por Pequim na abertura do mercado.

O Governo chinês quer uma eliminação mais rápida das taxas alfandegárias após o acordo, mas a administração norte-americana resistiu, numa tentativa de garantir que a China respeitará os compromissos. Trump sugeriu já que uma segunda fase das negociações seja deixada para depois das eleições presidenciais nos EUA, em Novembro de 2020.

Actos preliminares

Nas vésperas da assinatura do acordo, o departamento do Tesouro norte-americano abandonou a designação da China como país manipulador de moeda, implementada quando as tensões aumentaram em agosto passado.

O anúncio foi feito exactamente quando o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, encarregado dos assuntos económicos, aterrou em Washington. As autoridades norte-americanas têm ainda alterado a retórica sobre a China, adoptando um tom mais conciliador.

O encarregado de negociar o acordo com a China, Robert Lighthizer, disse em entrevista à imprensa norte-americana que o seu objectivo não é dissociar as duas economias, mas antes reescrever “as regras”, para que funcionem para ambos os países. “As pessoas podem falar à vontade, que não me incomoda. Eu acho que o Presidente tem uma visão. Ele fez-nos trabalhar árduamente e demos um grande passo em frente”, garantiu.

16 Jan 2020

Comércio | China e EUA assinaram acordo visto como frágil face a antagonismo

China e Estados Unidos assinaram ontem um acordo parcial, para ultrapassar as disputas comerciais entre os dois países, mas que analistas consideraram uma trégua frágil, após meses de uma crise que abalou a economia mundial

 
[dropcap]A[/dropcap] formalização do documento, designado como “acordo de primeira fase”, foi assinado durante uma cerimónia na Casa Branca, e é o resultado de um compromisso limitado entre Washington e Pequim, numa altura em que os dois países temem as consequências económicas e financeiras de uma prolongada guerra comercial.
Segundo o acordo, a China compromete-se a importar um total de 200 mil milhões de dólares em bens oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas, para reduzir o déficie comercial entre os dois países. Ao mesmo tempo, Pequim compromete-se a não manipular o valor da moeda ou a proteger a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, em troca de uma suspensão parcial das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens importados da China.
No entanto, o acordo não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre 360 mil milhões de dólares de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema económico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
Os Estados Unidos vão assim manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120 mil milhões de dólares.
Também é improvável que a assinatura do documento suspenda a rivalidade estratégica entre as duas potências, que se acelerou durante a presidência de Donald Trump e se alastrou a assuntos de Defesa e de alta tecnologia, incluindo redes de telecomunicações de quinta geração (5G) ou a inteligência artificial.
“A assinatura desta trégua, apesar de ser bem-vinda, não muda a realidade de que os dois países estão em posições cada vez mais antagónicas”, observou a analista na unidade de investigação Rand Corporation Ali Wyne, citada pelo jornal Financial Times.
“Washington considera a ascensão económica de Pequim uma ameaça à segurança do país e à dos aliados e parceiros. Enquanto isso, Pequim considera como imperativos existenciais a aceleração da inovação local e a abertura de mercados de exportação alternativos”, descreveu.
Em causa está o plano “Made in China 2025”, que visa transformar as empresas estatais chinesas em potências tecnológicas, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Washington considera que aquele plano viola os compromissos assumidos por Pequim na abertura do mercado.
O Governo chinês quer uma eliminação mais rápida das taxas alfandegárias após o acordo, mas a administração norte-americana resistiu, numa tentativa de garantir que a China respeitará os compromissos. Trump sugeriu já que uma segunda fase das negociações seja deixada para depois das eleições presidenciais nos EUA, em Novembro de 2020.

Actos preliminares

Nas vésperas da assinatura do acordo, o departamento do Tesouro norte-americano abandonou a designação da China como país manipulador de moeda, implementada quando as tensões aumentaram em agosto passado.
O anúncio foi feito exactamente quando o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, encarregado dos assuntos económicos, aterrou em Washington. As autoridades norte-americanas têm ainda alterado a retórica sobre a China, adoptando um tom mais conciliador.
O encarregado de negociar o acordo com a China, Robert Lighthizer, disse em entrevista à imprensa norte-americana que o seu objectivo não é dissociar as duas economias, mas antes reescrever “as regras”, para que funcionem para ambos os países. “As pessoas podem falar à vontade, que não me incomoda. Eu acho que o Presidente tem uma visão. Ele fez-nos trabalhar árduamente e demos um grande passo em frente”, garantiu.

16 Jan 2020

Pequim reitera reunificação de Taiwan através de ‘Um País, Dois Sistemas’

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês reiterou ontem o objectivo de reunificar Taiwan através da fórmula ‘Um País, Dois Sistemas’, apesar da vitória do partido pró-independência nas eleições presidenciais e legislativas no sábado passado.

O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Ma Xiaoguang, disse que Pequim vai continuar a insistir no chamado ‘Consenso de 92’, que reconhece tanto Taiwan, como a China continental como parte de uma única nação chinesa. “Não nos envolvemos ou criticamos as eleições de Taiwan. Estas eleições locais em Taiwan não podem mudar o ‘status’ de Taiwan como parte da China”, frisou Ma, em conferência de imprensa.

O porta-voz não repetiu abertamente a ameaça da China de usar a força, se necessário, para reunificar Taiwan, mas afirmou que as autoridades de Taiwan precisam de “reflectir profundamente” e afirmou que o apelo para seguir aquela via tem crescido entre o público chinês.

Ma indicou que sistemas políticos diferentes não constituem “um obstáculo à unificação, nem uma desculpa” para manter o estado actual de Taiwan como um território de facto independente.

Preço alto

A Presidente reeleita de Taiwan respondeu argumentando que a China deve aceitar que o território é um país independente, alertando que qualquer tentativa de reunificação pela força teria um alto custo para Pequim.

Na primeira entrevista desde a reeleição, Tsai Ing-wen, de 63 anos, disse sentir que a proclamação de independência por Taiwan não é, contudo, necessária.

“Não precisamos de declarar que somos um Estado independente”, disse à cadeia televisiva britânica BBC. “Nós já somos um país independente, chamado República da China, Taiwan”, sublinhou. “Temos uma identidade especial e somos um país como tal”, defendeu Tsai. “Somos uma democracia bem-sucedida, temos uma economia bastante sólida, merecemos o respeito da China”, realçou. Tsai alertou ainda contra qualquer iniciativa militar de Pequim: “Invadir Taiwan seria muito caro para a China”.

16 Jan 2020

HRW | Ascensão internacional da China é ameaça aos direitos humanos

A Human Rights Watch (HRW) considerou ontem que “décadas de progresso” em matéria de Direitos Humanos “estão sob ameaça”, à medida que Pequim usa o seu poder financeiro e tecnológico para exportar censura e repressão. A resposta do Governo chinês não se fez esperar, com declarações a indicar que a China atravessa o melhor período de sempre no que toca a direitos humanos

 

[dropcap]”A[/dropcap] menos que desejemos voltar a uma era na qual as pessoas são peões que servem para serem manipulados ou descartados de acordo com os caprichos dos seus senhores, o ataque do Governo chinês ao sistema internacional de direitos humanos deve ser resistido”, apela Kenneth Roth, diretor da HRW, no relatório anual da organização não-governamental, ontem divulgado.

O texto destaca o “efeito maligno da crescente influência global” do regime chinês, que vê as actuais instituições e leis internacionais que defendem os direitos humanos como uma “ameaça” à sua existência. “O Governo chinês vê os direitos humanos como uma ameaça existencial. A sua reacção pode representar uma ameaça aos direitos das pessoas em todo o mundo”, alerta o director da HRW.

Kenneth Roth acusa Pequim de “tentar censurar críticas à China fora do país, silenciar a atenção sobre os direitos humanos nos seus compromissos globais e enfraquecer os mecanismos de defesa desses direitos”, incluindo na ONU.

A organização não-governamental observa que o Partido Comunista Chinês passou do esforço para monopolizar a narrativa a nível doméstico para atacar também os críticos no exterior, servindo-se do acesso ao mercado chinês para silenciar académicos, empresários ou governos estrangeiros. “Nenhum negócio na China se pode dar ao luxo de ignorar as ordens do Partido Comunista. Quando ordenada a punir um país por criticar Pequim – por exemplo, ao não comprar os seus produtos – a empresa não tem escolha a não ser cumprir”, descreve.

Roth revela que a censura chinesa está também a alastrar-se às universidades em todo o mundo, cada vez mais dependentes financeiramente do fluxo de estudantes chineses.

E associa estes ataques à insegurança de um regime que governa pela repressão e sem consentimento popular: “Sabendo que, na ausência de eleições, a legitimidade do Partido depende, em grande parte, de uma economia em crescimento, os líderes chineses temem que a desaceleração económica aumente as exigências da população por maior voz sobre a governação do país”, realça.

A HRW nota um aumento brutal da repressão na China, desde a ascensão ao poder do actual Presidente, Xi Jinping, em 2013. Nos últimos anos, o regime asfixiou a sociedade civil, órgãos de comunicação independentes ou o debate ‘online’, enquanto os esforços pela construção de um Estado de Direito foram substituídos pelo poder absoluto do Partido Comunista, descreve.

Bom e mau cidadão

O carácter repressivo do regime foi ainda reforçado pelos novos meios tecnológicos, como reconhecimento facial, inteligência artificial ou análise maciça de dados (big data’), sobretudo na região de Xinjiang, no extremo noroeste do país, onde se estima que um milhão de membros de minorias étnicas chinesas de origem muçulmana são mantidos em campos de doutrinação.

A nível nacional, o regime está a construir sistemas similares de vigilância, incluindo um “sistema de crédito social”, que permite às autoridades punir “mau comportamento” e recompensar a “boa conduta”.

“A confiabilidade das pessoas – avaliada pelo Governo – determina o seu acesso a bens sociais desejáveis, como o direito de viver numa cidade atraente, matricular os filhos nas melhores escolas ou viajar de avião e comboios de alta velocidade”, descreve.

Kenneth Roth analisa que “muitos autocratas olham hoje com inveja” para a China, “pela conciliação entre um rápido desenvolvimento económico e modernização, e um controlo aparentemente firme do poder político”. “Longe de ser desprezado como pária global, o Governo chinês é cortejado em todo o mundo, e o seu Presidente, não eleito, é recebido com tapete vermelho onde quer que vá”, sintetiza.

Pequim respondeu prontamente, afirmando que a situação dos direitos humanos no país atravessa o “melhor período de sempre”, e que o relatório anual da organização não-governamental Human Rights Watch é “subjectivo”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Geng Shuang admitiu não ter lido o relatório, mas considerou que “estes documentos, que aparecem rotineiramente, fecham os olhos aos factos e confundem o certo e o errado, sem nenhuma objectividade”.

Geng disse que o povo chinês tem a palavra final sobre o estado dos direitos humanos no país, que ele descreveu como atravessando “o melhor período de sempre”.

16 Jan 2020

HRW | Ascensão internacional da China é ameaça aos direitos humanos

A Human Rights Watch (HRW) considerou ontem que “décadas de progresso” em matéria de Direitos Humanos “estão sob ameaça”, à medida que Pequim usa o seu poder financeiro e tecnológico para exportar censura e repressão. A resposta do Governo chinês não se fez esperar, com declarações a indicar que a China atravessa o melhor período de sempre no que toca a direitos humanos

 
[dropcap]”A[/dropcap] menos que desejemos voltar a uma era na qual as pessoas são peões que servem para serem manipulados ou descartados de acordo com os caprichos dos seus senhores, o ataque do Governo chinês ao sistema internacional de direitos humanos deve ser resistido”, apela Kenneth Roth, diretor da HRW, no relatório anual da organização não-governamental, ontem divulgado.
O texto destaca o “efeito maligno da crescente influência global” do regime chinês, que vê as actuais instituições e leis internacionais que defendem os direitos humanos como uma “ameaça” à sua existência. “O Governo chinês vê os direitos humanos como uma ameaça existencial. A sua reacção pode representar uma ameaça aos direitos das pessoas em todo o mundo”, alerta o director da HRW.
Kenneth Roth acusa Pequim de “tentar censurar críticas à China fora do país, silenciar a atenção sobre os direitos humanos nos seus compromissos globais e enfraquecer os mecanismos de defesa desses direitos”, incluindo na ONU.
A organização não-governamental observa que o Partido Comunista Chinês passou do esforço para monopolizar a narrativa a nível doméstico para atacar também os críticos no exterior, servindo-se do acesso ao mercado chinês para silenciar académicos, empresários ou governos estrangeiros. “Nenhum negócio na China se pode dar ao luxo de ignorar as ordens do Partido Comunista. Quando ordenada a punir um país por criticar Pequim – por exemplo, ao não comprar os seus produtos – a empresa não tem escolha a não ser cumprir”, descreve.
Roth revela que a censura chinesa está também a alastrar-se às universidades em todo o mundo, cada vez mais dependentes financeiramente do fluxo de estudantes chineses.
E associa estes ataques à insegurança de um regime que governa pela repressão e sem consentimento popular: “Sabendo que, na ausência de eleições, a legitimidade do Partido depende, em grande parte, de uma economia em crescimento, os líderes chineses temem que a desaceleração económica aumente as exigências da população por maior voz sobre a governação do país”, realça.

A HRW nota um aumento brutal da repressão na China, desde a ascensão ao poder do actual Presidente, Xi Jinping, em 2013. Nos últimos anos, o regime asfixiou a sociedade civil, órgãos de comunicação independentes ou o debate ‘online’, enquanto os esforços pela construção de um Estado de Direito foram substituídos pelo poder absoluto do Partido Comunista, descreve.

Bom e mau cidadão

O carácter repressivo do regime foi ainda reforçado pelos novos meios tecnológicos, como reconhecimento facial, inteligência artificial ou análise maciça de dados (big data’), sobretudo na região de Xinjiang, no extremo noroeste do país, onde se estima que um milhão de membros de minorias étnicas chinesas de origem muçulmana são mantidos em campos de doutrinação.
A nível nacional, o regime está a construir sistemas similares de vigilância, incluindo um “sistema de crédito social”, que permite às autoridades punir “mau comportamento” e recompensar a “boa conduta”.
“A confiabilidade das pessoas – avaliada pelo Governo – determina o seu acesso a bens sociais desejáveis, como o direito de viver numa cidade atraente, matricular os filhos nas melhores escolas ou viajar de avião e comboios de alta velocidade”, descreve.
Kenneth Roth analisa que “muitos autocratas olham hoje com inveja” para a China, “pela conciliação entre um rápido desenvolvimento económico e modernização, e um controlo aparentemente firme do poder político”. “Longe de ser desprezado como pária global, o Governo chinês é cortejado em todo o mundo, e o seu Presidente, não eleito, é recebido com tapete vermelho onde quer que vá”, sintetiza.
Pequim respondeu prontamente, afirmando que a situação dos direitos humanos no país atravessa o “melhor período de sempre”, e que o relatório anual da organização não-governamental Human Rights Watch é “subjectivo”.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Geng Shuang admitiu não ter lido o relatório, mas considerou que “estes documentos, que aparecem rotineiramente, fecham os olhos aos factos e confundem o certo e o errado, sem nenhuma objectividade”.
Geng disse que o povo chinês tem a palavra final sobre o estado dos direitos humanos no país, que ele descreveu como atravessando “o melhor período de sempre”.

16 Jan 2020

Rede 5G | EUA pressionam Reino Unido para que não utilize tecnologia da Huawei

[dropcap]F[/dropcap]uncionários dos Estados Unidos apresentaram ao Governo britânico informação para demonstrar o alegado risco resultante da adopção da tecnologia da chinesa Huawei para desenvolver a rede 5G no Reino Unido, noticiou ontem o Financial Times.

O jornal adianta que uma delegação norte-americana, incluindo representantes do departamento de segurança, apresentou um dossiê técnico aos seus homólogos britânicos numa reunião realizada na segunda-feira em Londres, numa última tentativa de persuadir o fecho de um acordo com a Huawei.

O Financial Times sublinha que é esperado que ainda este mês o primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, autorize o uso de equipamento da Huawei em partes “não chave” da rede de telecomunicações do país.

A delegação, que incluiu Matt Pottinger, Christopher e Robert Blair, entre outros, argumentou que permitir a entrada da Huawei representaria uma ameaça à segurança nacional e seria “uma loucura”, adianta o Financial Times, citado pela Efe.

O chefe dos serviços de inteligência britânicos MI5, Andrew Parker, afirmou na segunda-feira que “não há motivos para pensar” que a cooperação de segurança entre o Reino Unido e os Estados Unidos possa ser afetada se o operador chinês aceder a partes periféricas da rede de telecomunicações britânica, refere o diário.

Os Estados Unidos receiam a influência do governo da China nas empresas do país, como é o caso da Huawei, considerando que há um risco de espionagem, advertindo que tal poderá comprometer a colaboração com o Reino Unido.

15 Jan 2020

Rede 5G | EUA pressionam Reino Unido para que não utilize tecnologia da Huawei

[dropcap]F[/dropcap]uncionários dos Estados Unidos apresentaram ao Governo britânico informação para demonstrar o alegado risco resultante da adopção da tecnologia da chinesa Huawei para desenvolver a rede 5G no Reino Unido, noticiou ontem o Financial Times.
O jornal adianta que uma delegação norte-americana, incluindo representantes do departamento de segurança, apresentou um dossiê técnico aos seus homólogos britânicos numa reunião realizada na segunda-feira em Londres, numa última tentativa de persuadir o fecho de um acordo com a Huawei.
O Financial Times sublinha que é esperado que ainda este mês o primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, autorize o uso de equipamento da Huawei em partes “não chave” da rede de telecomunicações do país.
A delegação, que incluiu Matt Pottinger, Christopher e Robert Blair, entre outros, argumentou que permitir a entrada da Huawei representaria uma ameaça à segurança nacional e seria “uma loucura”, adianta o Financial Times, citado pela Efe.
O chefe dos serviços de inteligência britânicos MI5, Andrew Parker, afirmou na segunda-feira que “não há motivos para pensar” que a cooperação de segurança entre o Reino Unido e os Estados Unidos possa ser afetada se o operador chinês aceder a partes periféricas da rede de telecomunicações britânica, refere o diário.
Os Estados Unidos receiam a influência do governo da China nas empresas do país, como é o caso da Huawei, considerando que há um risco de espionagem, advertindo que tal poderá comprometer a colaboração com o Reino Unido.

15 Jan 2020

OMS prepara hospitais de todo o mundo para novo vírus com origem na China

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde informou ontem que todos os hospitais do mundo estão a ser preparados para um novo grupo de vírus que já provocou pelo menos um morto na China e mais de 40 casos registados.

“Estamos a preparar-nos para a hipótese de contágios em massa, pelo que estão a ser tomadas medidas de prevenção e controlo de infeções para que todos os hospitais do mundo apliquem as precauções habituais”, disse a diretora interina do departamento de doenças emergentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove.

A especialista admitiu a possibilidade de haver casos de contágio entre humanos, especialmente entre membros da mesma família (embora a possibilidade não tenha sido ainda testada), e enfatizou que o novo coronavírus [grande família viral que causa infeções respiratórias em seres humanos e em animais] é semelhante a outros que surgiram nos últimos anos, como a síndrome respiratória aguda e grave (SARS) ou a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS).

“A experiência com a SARS e a MERS preparou-nos para esta situação, a comunidade global está a tomar medidas preventivas e todos os sistemas estão preparados para serem ativados”, garantiu em conferência de imprensa, hoje realizada.

O alerta para o novo vírus, que aparentemente teve origem num mercado de peixe da cidade chinesa de Wuhan, tornou-se mais grave quando foi conhecido um primeiro caso fora da China (um tailandês que tinha viajado para aquela cidade).

Ainda assim, a OMS não emitiu nenhum alerta para quem visita a cidade nem estabeleceu qualquer comité de emergência.

Dos 41 casos confirmados na China, seis estão em estado grave, mas outros sete já tiveram alta, disse a porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

A porta-voz explicou que os laboratórios chineses já sequenciaram o genoma do coronavírus e forneceram os dados à comunidade global de saúde para ajudar a diagnosticar possíveis casos fora do país.

As autoridades de saúde chinesas também estão a vigiar a saúde de mais de 700 pessoas que podem ter estado em contacto com os doentes registados, incluindo funcionários de hospitais e outros centros de saúde, embora nenhum novo caso tenha sido detetado desde 3 de janeiro, exceto o diagnosticado na Tailândia.

Os sintomas do novo coronavírus são, em muitos casos, semelhantes aos de uma constipação, mas podem ser acompanhados de febre e fadiga, tosse seca e dispneia (falta de ar).

15 Jan 2020

Acordo parcial para por fim a guerra comercial é assinado hoje

[dropcap]E[/dropcap]stados Unidos e China assinam hoje um acordo parcial para colocar fim a quase dois anos de guerra comercial, retirando taxas retaliatórias e retomando o investimento em importações, anunciaram os governos dos dois países.

A “Fase Um” do acordo comercial entre os EUA e a China estava a ser negociada há vários meses e determina o início de reformas nas práticas chinesas de transferência de tecnologias e uma expansão nas compras de produtos agrícolas entre os dois países.

Hoje o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinam um compromisso em que a China se compromete a comprar cerca de 200 mil milhões de euros em exportações norte-americanas, que incluem bens agrícolas, mas também em produtos e serviços energéticos.

O representante norte-americano do Departamento do Comércio, Robert Lightizer, referiu-se a este acordo parcial como “um tremendo passo em frente” nas relações comerciais entre os dois países, dizendo tratar-se de um “mesmo muito bom negócio” para os Estados Unidos, em declarações a uma estação televisiva norte-americana.

O secretário do Comércio dos EUA, Steven Mnunchin, disse estar confiante em que as “questões técnicas mais complexas estão praticamente resolvidas”, acreditando que as futuras negociações para novas fases do acordo comercial serão “substancialmente mais fáceis”.

O Governo chinês também já comentou este acordo, mostrando-se otimista relativamente ao desenvolvimento das negociações comerciais entre os dois países, dizendo acreditar que será encontrada uma solução definitiva para um conflito que dura há mais de um ano e meio.

O Presidente dos EUA considera que a China é o país mais prejudicado com esta guerra comercial e tem afirmado que as tarifas retaliatórias provocaram muitos danos na economia chinesa, obrigando o Governo de Pequim a fazer cedências.

Os mercados asiáticos e norte-americanos já reagiram ao anúncio da assinatura do acordo parcial com subidas significativas, no início desta semana, nas principais bolsas do Japão, Coreia do Sul, Hong Kong e Pequim, bem como nos índices das bolsas de Wall Street e Nasdaq.

15 Jan 2020

Iraque | Filipinas envia dois barcos para repatriar 6.000 filipinos

[dropcap]A[/dropcap]s Filipinas enviaram ontem dois barcos da Marinha para repatriar cerca de 6.000 trabalhadores filipinos no Iraque, face ao risco de um possível conflito armado naquele território entre os EUA e o Irão.

O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, participou na cerimónia de partida na baía de Manila em direcção ao Golfo Pérsico dos dois navios, o BRP Davao del Sur, uma doca da plataforma de desembarque que pode transportar até 500 passageiros e o navio-patrulha BRP Ramón Alcaraz. “A sua principal missão, baseada nas orientações do Presidente, é trazer de volta os filipinos afectados pela situação no Médio Oriente”, salientou o chefe da Marinha, o vice-almirante Robert Empedrad, na cerimónia.

O Governo ordenou na semana passada o repatriamento obrigatório de cerca de 6.000 filipinos no Iraque, depois do ataque aéreo dos Estados Unidos na capital iraquiana, Bagdade, que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds e do Irão lançar mísseis contra bases iraquianas com tropas norte-americanas como retaliação.

Os navios filipinos têm uma tripulação de 130 pessoas cada um, além de 100 membros de elite da Marinha e equipamentos médicos a bordo.

Segundo Robert Empedrad, a “única instrução” do contingente é “a segurança da tripulação”, pelo que ainda não foi definido o local exacto onde os navios atracarão no Golfo Pérsico, onde podem levar a chegar entre 16 e 22 dias. Empedrad explicou que o Departamento dos Negócios Estrangeiros ainda está a tratar dos trâmites para obter autorização diplomática.

Três aviões da Força Aérea das Filipinas estão prontos para voar para o Médio Oriente, quando receberem o sinal, para transportar, via aérea, os filipinos no Iraque até ao respectivo porto.

15 Jan 2020

Iraque | Filipinas envia dois barcos para repatriar 6.000 filipinos

[dropcap]A[/dropcap]s Filipinas enviaram ontem dois barcos da Marinha para repatriar cerca de 6.000 trabalhadores filipinos no Iraque, face ao risco de um possível conflito armado naquele território entre os EUA e o Irão.
O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, participou na cerimónia de partida na baía de Manila em direcção ao Golfo Pérsico dos dois navios, o BRP Davao del Sur, uma doca da plataforma de desembarque que pode transportar até 500 passageiros e o navio-patrulha BRP Ramón Alcaraz. “A sua principal missão, baseada nas orientações do Presidente, é trazer de volta os filipinos afectados pela situação no Médio Oriente”, salientou o chefe da Marinha, o vice-almirante Robert Empedrad, na cerimónia.
O Governo ordenou na semana passada o repatriamento obrigatório de cerca de 6.000 filipinos no Iraque, depois do ataque aéreo dos Estados Unidos na capital iraquiana, Bagdade, que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds e do Irão lançar mísseis contra bases iraquianas com tropas norte-americanas como retaliação.
Os navios filipinos têm uma tripulação de 130 pessoas cada um, além de 100 membros de elite da Marinha e equipamentos médicos a bordo.
Segundo Robert Empedrad, a “única instrução” do contingente é “a segurança da tripulação”, pelo que ainda não foi definido o local exacto onde os navios atracarão no Golfo Pérsico, onde podem levar a chegar entre 16 e 22 dias. Empedrad explicou que o Departamento dos Negócios Estrangeiros ainda está a tratar dos trâmites para obter autorização diplomática.
Três aviões da Força Aérea das Filipinas estão prontos para voar para o Médio Oriente, quando receberem o sinal, para transportar, via aérea, os filipinos no Iraque até ao respectivo porto.

15 Jan 2020

Governo chinês defende interdição à entrada do director da HRW em Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês defendeu ontem a decisão de negar a entrada em Hong Kong ao director da Human Rights Watch (HRW), acusando a organização de defesa dos Direitos Humanos de incentivar os protestos na região. “Trata-se de um direito soberano da China autorizar ou não a entrada de alguém no seu território”, defendeu Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa.

Hong Kong é palco, desde Junho passado, de protestos quase diários, marcados por cenas de vandalismo e confrontos com a polícia, para denunciar a interferência de Pequim nos assuntos da região e exigir reformas democráticas e uma investigação independente à alegada brutalidade policial.

Pequim acusa regularmente entidades e países estrangeiros, principalmente os Estados Unidos, de incentivarem as manifestações em Hong Kong, ao apoiarem publicamente os manifestantes ou receberem figuras do movimento pró-democracia.

“Inúmeros factos e evidências mostram que esta organização apoiou, por vários meios, indivíduos que cometeram acções anti-China e causaram a desordem em Hong Kong”, acusou Geng. “Ele tem grande responsabilidade pela situação caótica em que Hong Kong hoje se encontra. Este tipo de organizações merece ser punida, deve pagar o preço”.

O director da HRW, Kenneth Roth, revelou no domingo que as autoridades de Hong Kong o proibiram de entrar no território, onde tinha planeado apresentar o relatório anual da organização não governamental, que tem sede em Nova Iorque.

Citado pela agência Associated Press (AP), Kenneth Roth, cidadão norte-americano, relatou que as autoridades de imigração no aeroporto disseram que ele não podia entrar em Hong Kong, mas sem esclarecem os motivos dessa decisão.

“Eu queria destacar os ataques cada vez mais fortes de Pequim contra os esforços internacionais para apoiar os direitos humanos”, disse. “Esta recusa é uma ilustração vívida desse fenómeno”, argumentou.

Em Dezembro passado, a China anunciou sanções – sem especificar a sua natureza – contra ONG americanas, incluindo a HRW, em retaliação contra a aprovação pelo Congresso norte-americano de uma lei que apoia os manifestantes de Hong Kong.

Human Rights Watch, the National Endowment for Democracy e Freedom House constavam entre as organizações mencionadas por Pequim.

14 Jan 2020

Filipinas | Erupção obriga a fechar escolas, serviços públicos e aeroporto de Manila

Uma explosão de lava foi ontem registada num vulcão nas Filipinas, após uma súbita erupção de cinzas e vapores que forçaram os moradores a fugir e os serviços públicos, escolas e do aeroporto de Manila a fechar

 

[dropcap]A[/dropcap] erupção do vulcão Taal, que começou no domingo, provocou nuvens de cinzas que atingiram a capital, Manila, a cerca de 100 quilómetros de distância, obrigando ao encerramento do principal aeroporto do país, com mais de 240 voos internacionais e domésticos cancelados.

Um aeroporto alternativo, a norte de Manila, no porto de Clark, permanece aberto, mas as autoridades admitiram que também possa ser encerrado, caso a queda das cinzas coloque em causa a segurança dos voos, de acordo com a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas.

A agência de resposta a desastres do Governo informou que cerca de oito mil moradores foram deslocados para pelo menos 38 centros de acolhimento na província de Batangas e nas proximidades da província de Cavite, mas as autoridades disseram esperar que o número aumente, com centenas de milhares a serem retiradas dos locais de risco.

Alguns moradores não puderam sair de aldeias cobertas de cinzas devido à falta de transportes e pouca visibilidade, enquanto outros se recusaram a abandonar os locais. “Temos um problema: o povo está em pânico devido ao vulcão porque quer salvar o sustento, porcos e rebanhos de vacas”, afirmou o autarca da cidade de Balete, Wilson Maralit, à rádio DZMM. “Estamos a tentar impedi-los de regressar e avisámos que o vulcão pode explodir novamente a qualquer momento e atingi-los”, acrescentou.

Um entre muitos

Maralit, cuja cidade fica ao longo da costa do lago Taal, em torno do vulcão em erupção, apelou para o envio de tropas e polícias adicionais para impedir que moradores voltem às aldeias costeiras, zonas de alto risco.

Depois de meses de inquietação, o Taal voltou subitamente a dar sinais de vida no domingo, lançando vapor, cinzas e pedras a uma distância de 15 quilómetros, segundo o Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino.
A agência governamental de monitorização de vulcões elevou o perigo para o nível 4, indicando “uma erupção perigosa iminente”.

Apesar da explosão de lava, o vapor e a queda de cinzas diminuiu ontem. Alguns moradores começaram a retirar os poucos centímetros de cinzas que cobriam casas e carros em Tagaytay, uma popular cidade turística numa cordilheira com vista para o pitoresco vulcão. Geralmente movimentada, pelo tráfego e turistas, muitos dos restaurantes e cafetarias de Tagaytay estavam fechados, e a estrada principal coberta de lama vulcânica.

O instituto de vulcanologia lembrou ao público que a pequena ilha onde fica o vulcão é uma “zona de perigo permanente”, embora as aldeias de pescadores existam ali há anos.

As autoridades aconselharam os moradores a permanecerem em ambientes fechados e a usarem máscaras e óculos de proteção ao ar livre. Os serviços públicos e as aulas nas escolas de várias cidades foram suspensos, inclusive em Manila, para evitar riscos à saúde causados pelas cinzas.

Um dos menores vulcões do mundo, o Taal está entre as duas dúzias de vulcões activos no arquipélago das Filipinas, situado ao longo do chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma região sismicamente activa na qual se registam frequentes terramotos e erupções vulcânicas.

Cerca de 20 tufões e outras grandes tempestades também atingem as Filipinas todos os anos, tornando-o num dos países mais propensos a desastres do mundo.

14 Jan 2020

Filipinas | Erupção obriga a fechar escolas, serviços públicos e aeroporto de Manila

Uma explosão de lava foi ontem registada num vulcão nas Filipinas, após uma súbita erupção de cinzas e vapores que forçaram os moradores a fugir e os serviços públicos, escolas e do aeroporto de Manila a fechar

 
[dropcap]A[/dropcap] erupção do vulcão Taal, que começou no domingo, provocou nuvens de cinzas que atingiram a capital, Manila, a cerca de 100 quilómetros de distância, obrigando ao encerramento do principal aeroporto do país, com mais de 240 voos internacionais e domésticos cancelados.
Um aeroporto alternativo, a norte de Manila, no porto de Clark, permanece aberto, mas as autoridades admitiram que também possa ser encerrado, caso a queda das cinzas coloque em causa a segurança dos voos, de acordo com a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas.
A agência de resposta a desastres do Governo informou que cerca de oito mil moradores foram deslocados para pelo menos 38 centros de acolhimento na província de Batangas e nas proximidades da província de Cavite, mas as autoridades disseram esperar que o número aumente, com centenas de milhares a serem retiradas dos locais de risco.
Alguns moradores não puderam sair de aldeias cobertas de cinzas devido à falta de transportes e pouca visibilidade, enquanto outros se recusaram a abandonar os locais. “Temos um problema: o povo está em pânico devido ao vulcão porque quer salvar o sustento, porcos e rebanhos de vacas”, afirmou o autarca da cidade de Balete, Wilson Maralit, à rádio DZMM. “Estamos a tentar impedi-los de regressar e avisámos que o vulcão pode explodir novamente a qualquer momento e atingi-los”, acrescentou.

Um entre muitos

Maralit, cuja cidade fica ao longo da costa do lago Taal, em torno do vulcão em erupção, apelou para o envio de tropas e polícias adicionais para impedir que moradores voltem às aldeias costeiras, zonas de alto risco.
Depois de meses de inquietação, o Taal voltou subitamente a dar sinais de vida no domingo, lançando vapor, cinzas e pedras a uma distância de 15 quilómetros, segundo o Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino.
A agência governamental de monitorização de vulcões elevou o perigo para o nível 4, indicando “uma erupção perigosa iminente”.
Apesar da explosão de lava, o vapor e a queda de cinzas diminuiu ontem. Alguns moradores começaram a retirar os poucos centímetros de cinzas que cobriam casas e carros em Tagaytay, uma popular cidade turística numa cordilheira com vista para o pitoresco vulcão. Geralmente movimentada, pelo tráfego e turistas, muitos dos restaurantes e cafetarias de Tagaytay estavam fechados, e a estrada principal coberta de lama vulcânica.
O instituto de vulcanologia lembrou ao público que a pequena ilha onde fica o vulcão é uma “zona de perigo permanente”, embora as aldeias de pescadores existam ali há anos.
As autoridades aconselharam os moradores a permanecerem em ambientes fechados e a usarem máscaras e óculos de proteção ao ar livre. Os serviços públicos e as aulas nas escolas de várias cidades foram suspensos, inclusive em Manila, para evitar riscos à saúde causados pelas cinzas.
Um dos menores vulcões do mundo, o Taal está entre as duas dúzias de vulcões activos no arquipélago das Filipinas, situado ao longo do chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma região sismicamente activa na qual se registam frequentes terramotos e erupções vulcânicas.
Cerca de 20 tufões e outras grandes tempestades também atingem as Filipinas todos os anos, tornando-o num dos países mais propensos a desastres do mundo.

14 Jan 2020

OMS | Surto de doença respiratória na China não se alastrou

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) identificou a origem de uma doença respiratória que matou uma pessoa e infectou outras 40 na China num mercado de mariscos da cidade de Wuhan, mas ressalvou que a doença não se alastrou.

A OMS disse que o surto não se alastrou para além do mercado de mariscos situado nos subúrbios de Wuhan, cidade do centro da China que funciona como um importante centro de transporte doméstico e internacional. O mercado foi encerrado e não houve casos detectados em outras partes da China ou fora do país, detalhou a organização. “As evidências sugerem que o surto está associado a exposições a um mercado de mariscos em Wuhan”, informou a OMS, acrescentando que o mercado foi encerrado no início do mês.

“Não há, nesta fase, registos de infecção entre os profissionais de saúde ou evidências claras de transmissão entre seres humanos”, disse.

O surto alimentou receios sobre uma potencial epidemia, depois de uma investigação ter identificado a doença como um novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causam infecções respiratórias em seres humanos e animais e são transmitidos através da tosse, espirro ou contacto físico.

Entre as 41 pessoas infectadas com a nova pneumonia viral, um homem de 61 anos de idade morreu na semana passada. Sete outras estão em estado crítico, detalharam as autoridades de saúde de Wuhan.

14 Jan 2020