Covid-19 | Composição do microbioma pode influenciar gravidade da doença, diz estudo da Universidade Chinesa de HK

A composição do microbioma – as bactérias do intestino – pode influenciar a gravidade do covid-19, bem como a magnitude da resposta do sistema imunitário à infeção, segundo uma investigação da Universidade Chinesa de Hong Kong.

Os desequilíbrios na composição do microbioma também podem estar implicados na persistência dos sintomas inflamatórios uma vez superada a doença, indica a investigação, publicada na revista Gut, do grupo British Medical Journal.

O intestino é o maior órgão imunológico do corpo humano e sabe-se que as bactérias que nele estão influenciam as respostas imunológicas, pelo que os investigadores queriam averiguar se o microbioma pode afetar a resposta do sistema imunológico à infeção com o novo coronavirus, assinalou a revista, em comunicado.

Os investigadores obtiveram amostras de sangue e fezes e registos médicos de 100 doentes hospitalizados por covid-19, entre fevereiro e maio de 2020, bem como de 78 pessoas saudáveis que participaram num estudo anterior à pandemia.

Para caracterizar o microbioma, 41 dos doentes com covid-19 deram várias amostras de fezes durante a sua estadia no hospital e 27 continuaram a fazê-lo 30 dias depois de terem eliminado o vírus.

A análise das amostras de fezes mostrou que a composição do microbioma “diferia significativamente” entre os doentes com e sem a doença, independentemente de terem sido tratados com medicamentos, incluindo antibióticos.

Os doentes com covid-19 tinham um maior número de bactérias ‘Ruminococcus gnavus’, ‘Ruminococcus torques’ e ‘Bacteroides dorei’ que as pessoas sem a infeção e “muito menos espécies que podem influir na resposta do sistema imunológico”.

Neste sentido, os números mais baixos do ‘Bifidobacterium adolescentis’, ‘Faecalibacterium prausnitzii’ e ‘Eubacterium rectale’ “associaram-se particularmente com a gravidade da infeção, depois de ter em conta o uso de antibióticos e a idade do doente”.

Para mais, o número destas últimas bactérias permaneceu baixo nas amostras recolhidas até 30 dias depois.

Por outra parte, a covid-19 faz com que o sistema imunológico produza citoquinas inflamatórias, que por vezes podem ser excessivas, desencadeando a chamada “tempestade de citoquinas”, que provoca uma deterioração generalizada dos tecidos, choque sético e falência multiorgânica.

A análise das amostras de sangue mostrou que o desequilíbrio microbiano encontrado nos doentes com covid-19 “também estava associado a níveis elevados de citoquinas inflamatórias e marcadores sanguíneos de destruição tecidual”.

Isto “sugere que o microbioma intestinal poderia influir na resposta do sistema imunológico” à infeção com o novo coronavirus e “afetar potencialmente a gravidade da doença”, segundo os investigadores.

Uma parte dos doentes que superaram a doença experimentaram sintomas persistentes como fadiga, falta de ar e dores nas articulações, que chegaram a manifestar-se até 80 dias depois do aparecimento dos sintomas.

Por isso, a equipa coloca a possibilidade de um microbioma intestinal em desequilíbrio “poder contribuir para os problemas de saúde relacionados com o sistema imunológico depois da covid-19”.

Os autores especificam que o seu estudo é de tipo ‘observação’, pelo que não se pode estabelecer a causa, além de que o microbioma varia muito entre populações, pelo que as alterações observadas “podem não ser aplicadas em outras doentes com a covid-19 em outros locais”.

Contudo, destacam “a crescente evidência que mostra que os micróbios intestinais estão vinculados a doenças inflamatórias dentro e fora do intestino”.

12 Jan 2021

Covid-19 | Japão detecta uma nova estirpe do vírus em passageiros provenientes do Brasil

As autoridades sanitárias do Japão detectaram uma nova estirpe do vírus que provoca a covid-19 distinta das identificadas no Reino Unido e África do Sul, em passageiros provenientes do Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde do Japão e o Centro Nacional de Doenças Infecciosas nipónico (NIID, na sigla original), os doentes infectados, um homem na faixa dos 40 anos, uma mulher de cerca de 30 e dois adolescentes, tiveram resultado positivo nos testes de covid-19 realizados à chegada ao aeroporto internacional de Tóquio, no dia 2 de Janeiro, num voo proveniente do Brasil.

Três manifestaram sintomas da doença, como dificuldades respiratórias, febre e dores de garganta, durante a quarentena obrigatória para viajantes que chegam ao Japão.

Apesar de a variante detectada “ter semelhanças com as estirpes” identificadas recentemente no Reino Unido e na África do Sul, “que são motivo de preocupação por serem mais contagiosas”, o tipo de vírus em causa não parece ter sido identificado antes, explicou o NIID em comunicado. O Ministério da Saúde nipónico já informou as autoridades do Brasil e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em comunicado, as autoridades brasileiras precisaram que, “segundo informações fornecidas ao Ministério da Saúde brasileiro pelas autoridades sanitárias japonesas, a nova variante possui 12 mutações, sendo que uma delas é a mesma encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e na África do Sul, o que implica um maior potencial de transmissão do vírus”.

Na nota, o Ministério da Saúde do Brasil informou ainda que os quatro passageiros chegaram ao Japão “após uma temporada no Amazonas”.

O Ministério brasileiro já pediu ao Japão “informação sobre a nacionalidade dos viajantes” e sobre os locais por onde passaram no Brasil, para fazer o rastreio de contactos, pode ler-se no comunicado.

De acordo com as autoridades japonesas, para já “é difícil determinar a infecciosidade, patogenicidade ou impacto nos testes e vacinas”.

O Japão registou 34 infeções com estirpes detetadas recentemente no Reino Unido e África do Sul, incluindo três casos de transmissão local, dois dos quais com origem numa pessoa que tinha estado no Reino Unido.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou um novo estado de emergência em Tóquio e na área metropolitana durante um mês, perante o aumento de novas infeções diárias devido ao novo coronavírus.

Desde o início da pandemia, o Japão registou mais de 280 mil casos de covid-19, além de cerca de 4.000 mortes provocadas pela doença.

11 Jan 2021

Covid-19 | China com mais de uma centena de casos, valor mais alto desde Julho

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje que identificou 103 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o valor mais alto desde finais de julho, com 85 casos por contágio local. As transmissões a nível local foram quase o dobro das anunciadas no domingo (48) e cinco vezes mais que as divulgadas no sábado (17).

A maior partes dos casos locais (82) foram registados na província de Hebei, que circunda Pequim, onde foi detetado um novo surto. Desde então, as autoridades chinesas impuseram uma quarentena à capital, Shijiazhuang, com 11 milhões de habitantes, de pelo menos uma semana, e vão testar todos os residentes.

Os três outros casos de contágio local foram detetados na província de Liaoning (nordeste) e em Pequim.

Já os 18 casos importados foram diagnosticados nas cidades de Xangai e de Tianjin e nas províncias de Guangdong, Liaoning, Fujian, Yunnan e Shaanxi.

As autoridades chinesas indicaram que foram detetados 76 doentes assintomáticos, 15 dos quais oriundos do exterior, apesar de estes casos só serem considerados confirmados se manifestarem sintomas.

A Comissão de Saúde da China disse que, nas últimas 24 horas, 18 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 673, incluindo 20 em estado grave.

O organismo não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio de 2020. O país somou, no total, 87.536 infetados desde o início da pandemia e 82.229 pessoas que recuperaram da doença.

11 Jan 2021

Kim Jong-un nomeado secretário-geral do partido único da Coreia do Norte

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi nomeado secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, o único no país, indicou hoje a agência estatal oficial de notícias KCNA.

A nomeação, por unanimidade, foi feita durante o oitavo congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, a decorrer em Pyongyang, depois de ser retomado o cargo de secretário-geral no organigrama da organização partidária, abandonado no anterior congresso, em maio de 2016, altura em que Kim Jong-Un foi eleito presidente do partido.

Segundo analistas, a mudança de designação é meramente simbólica e visa reforçar a autoridade do líder norte-coreano.

A irmã do líder, Kim Yo-jong, não foi incluída na lista de membros suplentes da direção política do partido.

Jo Yong-won, vice-diretor do Departamento de Organização e Direção do partido, considerado uma das pessoas mais próximas do líder da Coreia do Norte, substituiu Pak Pong-ju, convertendo-se numa das cinco figuras mais poderosas da cúpula do regime, de que fazem parte, além de Kim Jong-un, também Choi Ryong-hae, Ri Pyong-chol e Kim Tok-hun.

No sábado, o regime norte-coreano definiu os Estados Unidos como o seu “maior inimigo”, prometendo reforçar o arsenal nuclear.

No congresso partidário, sem dia anunciado para a conclusão, a Coreia do Norte também decidiu realizar congressos a cada cinco anos, anunciados vários meses antes.

Até aqui, o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia decorreu com intervalos aleatórios, mas o atual líder do país tinha manifestado recentemente a intenção de convocar estas reuniões de forma regular.

O oitavo congresso começou na terça-feira, quase cinco anos depois da realização do sétimo, em maio de 2016. Então, a sessão foi a primeira a realizar-se em 36 anos.

11 Jan 2021

Covid-19 | OMS inicia visita à China na quinta-feira

A equipa de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) responsável por investigar a origem do novo coronavírus vai iniciar na quinta-feira a visita à China, inicialmente prevista para a semana passada, informaram as autoridades chinesas.

Na semana passada, a visita foi anulada à última hora por falta das autorizações necessárias, tendo agora as autoridades chinesas dado luz verde.

“Após discussões, a equipa de especialistas da OMS […] visitará a China a partir de 14 de janeiro para inspeções”, indicou a Comissão de Saúde da China, em comunicado, precisando que os peritos “conduzirão investigações conjuntas com cientistas chineses sobre as origens da covid-19”.

Pequim não forneceu mais informações sobre o programa da visita, mas é esperado que os especialistas sejam colocados em quarentena à chegada ao país.

Na terça-feira, numa rara demonstração de tensões entre a OMS e o Governo chinês, o diretor daquela agência das Nações Unidas, Tedros Ghebreyesus, disse estar “muito dececionado” com os obstáculos colocados pelas autoridades chinesas à chegada dos especialistas, para uma missão que sofreu meses de atrasos e tem estado rodeada por secretismo de ambas as partes.

A missão é formada por especialistas ligados à OMS, à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e à Organização Mundial de Saúde Animal, tendo como principal objetivo viajar até Wuhan, onde foram notificados os primeiros casos de covid-19, no final de 2019.

Cientistas dos Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Austrália, Vietname, Alemanha e Qatar farão ainda parte desta missão.

Equipas de especialistas da OMS já visitaram a China, em fevereiro e julho do ano passado, para investigar as origens do novo coronavírus, embora em ambas as ocasiões poucos pormenores tenham sido divulgados.

A visita é um assunto sensível para o Governo chinês, preocupado em afastar responsabilidades em relação à pandemia que já fez mais de 1,9 milhões de mortos em todo o mundo.

A aprovação de Pequim à realização da visita ocorre no mesmo dia em que se assinala um ano desde que a China anunciou a primeira morte no país por covid-19, a primeira fatalidade de que há registo devido a um então misterioso vírus. O país acabaria no entanto por praticamente erradicar a doença do país.

Nas últimas 24 horas, a China identificou 103 casos de covid-19, o valor mais alto desde finais de julho. O país somou, no total, 87.536 infetados desde o início da pandemia e 4.634 mortos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.926.570 mortos resultantes de mais de 89 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

11 Jan 2021

Estados Unidos levantam restrições aos contactos políticos com Taiwan

O Governo dos Estados Unidos anunciou a retirada das restrições impostas durante décadas às relações entre os seus dirigentes e os de Taiwan, numa decisão que deverá aumentar clima de tensão com a China.

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, anunciou no sábado à noite que as restrições aplicadas às relações dos funcionários do Departamento de Estado com Taiwan, “destinadas a apaziguar Pequim”, vão terminar.

“As nossas duas democracias compartilham valores comuns de liberdade individual, Estado de Direito e respeito pela dignidade humana. A declaração de hoje reconhece que as relações EUA-Taiwan não precisam de estar acorrentadas a restrições auto-impostas pela nossa burocracia”, explicou Pence, num comunicado.

O anúncio ocorre menos de duas semanas do fim do mandato do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que colocou a China como principal rival e inimigo de Washington.

A China considera Taiwan uma província rebelde que deve regressar à sua soberania, retirando-lhe o estatuto que lhe permite autonomia política, desde 1949.

Embora os Estados Unidos tenham cortado relações diplomáticas oficiais com Taipei, em 1979, para agradar ao regime chinês, Washington continuou a manter intercâmbios e o Governo de Donald Trump aumentou as vendas de armas para a ilha.

Em agosto de 2020, o secretário de Saúde norte-americano, Alex Azar, viajou a Taiwan, naquela que foi a visita de maior destaque de Washington desde 1979.

A visita ocorreu num momento de grande hostilidade entre a China e os Estados Unidos, em várias frentes, incluindo comércio e tecnologia.

Taiwan é uma das questões mais delicadas para Pequim, que declarou em várias ocasiões a sua intenção de reconquistar o território à força, se necessário.

11 Jan 2021

Covid-19 | China e OMS ainda não acordaram data para deslocação de especialistas

A China e a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não chegaram a acordo sobre a nova data para a missão que deveria ter viajado esta semana até ao país para investigar a origem do novo coronavírus.

O director da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse, contudo, acreditar que haverá um consenso sobre a nova data da missão, na próxima semana, reconhecendo o atraso nas negociações com Pequim.

“Estamos em contacto com as autoridades chinesas, que concordaram em fornecer as datas específicas da viagem nos próximos dias. Esperamos, nessa altura, que a questão fique resolvida”, explicou Ghebreyesus, durante uma conferência de imprensa em Genebra.

O director de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan, acrescentou nessa mesma conferência de imprensa que os dois membros da missão que já tinham iniciado a sua viagem para a China no início desta semana voltaram aos seus locais de origem, enquanto se resolve o problema, que, segundo Pequim, se deveu a um “mal-entendido”.
“Esperamos que os planos continuem e que a colaboração com os nossos colegas na China continue”, concluiu Ryan.

Tensões e decepções

Na terça-feira, numa rara demonstração de tensões entre a OMS e o Governo chinês, Tedros Ghebreyesus disse estar “muito decepcionado” com os obstáculos colocados pelas autoridades chinesas à chegada dos especialistas, para uma missão que sofreu meses de atrasos e tem estado rodeada por secretismo de ambas as partes.

A missão é formada por especialistas ligados à OMS, à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e à Organização Mundial de Saúde Animal, tendo como principal objectivo viajar até Wuhan, onde foram notificados os primeiros casos de covid-19, no final de 2019.
Cientistas dos Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Austrália, Vietname, Alemanha e Qatar farão ainda parte desta missão.

Equipas de especialistas da OMS já visitaram a China, em Fevereiro e Julho do ano passado, para investigar as origens do novo coronavírus, embora em ambas as ocasiões poucos pormenores tenham sido divulgados.

11 Jan 2021

Mike Pompeo levanta “todas as restrições” às relações de responsáveis dos EUA com Taiwan

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, anunciou no sábado que os EUA decidiram levantar “todas as restrições” impostas a responsáveis e representantes do país nas suas relações com Taiwan.

“Hoje, anuncio que estou a levantar todas estas restrições auto-impostas”, afirmou o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, acrescentando que as representações do executivo norte-americano devem “considerar nulas todas as ‘diretrizes de contacto'” relativas às relações com Taiwan anteriormente emitidas pelo Departamento de Estado, lê-se no comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.

Além disso, toda e qualquer secção do Manual de Negócios Estrangeiros que tenham “a intenção de regular o envolvimento do ramo executivo com Taiwan, através de qualquer entidade que não seja o Instituto Americano em Taiwan (AIT), são também anuladas por este meio”, especifica o secretário de Estado norte-americano.

“As relações […] com Taiwan devem ser tratadas pela organização sem fins lucrativos AIT, tal como estipulado na Lei de Relações de Taiwan”, frisa.

Segundo Pompeo, o governo dos Estados Unidos mantém relações com parceiros não oficiais em todo o mundo “e Taiwan não é exceção”.

“As nossas duas democracias partilham valores comuns de liberdade individual, o Estado de direito, e o respeito pela dignidade humana. A declaração de hoje reconhece que a relação EUA-Taiwan não precisa, e não deve, ser restringida por restrições autoimpostas da nossa burocracia permanente”, conclui Pompeo.

Ainda de acordo com o comunicado, Pompeo considera que “Taiwan é uma democracia vibrante e um parceiro fiável dos Estados Unidos”.

No entanto, há várias décadas que o Departamento de Estado tem criado restrições internas, complexas, para os seus diplomatas, membros de serviços, e outros funcionários nas suas relações com os seus homólogos de Taiwan, sublinhou Pompeo.

Pompeo explica que o governo dos Estados Unidos tomou “estas medidas unilateralmente, numa tentativa de apaziguar o regime comunista de Pequim”.

A decisão de hoje foi anunciada depois de a China ter advertido na quinta-feira os Estados Unidos de que vão pagar “um preço alto” se a embaixadora norte-americana na ONU visitar Taiwan nos próximos dias, como anunciado pelo Departamento de Estado dos EUA.

“Os Estados Unidos pagarão um preço alto pela má ação” e “a China insta os Estados Unidos a pararem com a sua provocação louca, a deixarem de criar novas dificuldades para as relações sino-americanas e para a cooperação dos dois países no seio das Nações Unidas”, de acordo com uma declaração da missão chinesa junto da ONU, divulgada na quinta-feira.

A China “opõe-se firmemente” a esta visita de Kelly Craft e apelou aos Estados Unidos para “deixarem de ir mais além no caminho errado”, reiterando a posição de Pequim de que existe uma só China e Taiwan é apenas uma província.

A data precisa da viagem da Kelly Craft ainda não foi divulgada.

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, vai visitar Taipé entre 13 e 15 de janeiro, nas vésperas de o presidente eleito Joe Biden tomar posse.

A Missão dos Estados Unidos nas Nações Unidas afirmou naquela quinta-feira que a visita “reforça o forte e contínuo apoio do Governo dos Estados Unidos ao espaço internacional de Taiwan”.

Um porta-voz do gabinete presidencial de Taiwan apontou que o território, que funciona como uma entidade política soberana, apesar da oposição de Pequim, “saúda sinceramente” a visita, e que as discussões finais sobre a viagem ainda estão em andamento.

Esta visita é um “símbolo da sólida amizade entre Taiwan e os EUA e ajudará a aprofundar a parceria EUA – Taiwan”, disse o porta-voz.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou na quinta-feira que a viagem de Craft visa demonstrar o que “uma China livre poderia alcançar”.

Trata-se de mais um movimento da administração Trump visando intensificar os contactos oficiais com a ilha, mas que arrisca exacerbar as tensões entre Washington e Pequim, já no ponto mais alto em décadas, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos em torno das questões de Hong Kong ou do mar do Sul da China.

Craft foi nomeada pelo presidente Donald Trump para o cargo em 2019.

Sob a administração Trump, altos funcionários do Executivo norte-americano passaram a visitar Taiwan.

Pequim continua a rejeitar Taiwan como uma entidade política soberana e ameaça usar a força para reunificar o território, se necessário.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Taiwan, que se autodesigna República da China, tornou-se, entretanto, uma democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.

Pequim critica qualquer relação oficial entre países estrangeiros e Taipé, trocas que considera um apoio ao separatismo de Taiwan.

10 Jan 2021

Covid-19 | China soma 69 casos, mais do que o dobro do dia anterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 69 casos de covid-19, no sábado, mais do que o dobro do dia anterior, sendo 48 de contágio local e 21 oriundos do exterior. No sábado, as autoridades chineses tinham contado 17 casos locais.

A maior partes deste casos locais, 46, foram registados na província de Hebei, que circunda Pequim. Desde que foi detetado este surto, as autoridades chinesas impuseram uma quarentena à capital, Shijiazhuang, com 11 milhões de habitantes, de pelo menos uma semana e vão testar todos os residentes.

Os dois outros casos de contágio local foram detetados em Pequim e na província de Liaoning (nordeste), onde foram registados dois surtos menores do que o de Hebei.

Os 21 casos importados foram diagnosticados nas cidades de Xangai (leste) e de Tianjin (nordeste), e nas províncias de Guangdong (sul), Liaoning (nordeste), Fujian (sudeste), Zhejiang (leste), Shanxi (centro) e Shaanxi (centro).

As autoridades chinesas indicaram que foram detetados 27 doentes assintomáticos, 13 dos quais oriundos do exterior, apesar de estes casos só serem considerados confirmados se manifestarem sintomas.

A Comissão de Saúde da China disse que, nas últimas 24 horas, 16 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 588, incluindo 16 em estado grave.

O organismo não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio de 2020.

O país somou, no total, 87.433 infetados desde o início da pandemia e 82.211 pessoas que recuperaram da doença.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.914.057 mortos resultantes de mais de 88 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

10 Jan 2021

Coreia do Norte revê regras do partido único e estabelece congresso quinquenal

A Coreia do Norte concluiu uma revisão das normas do partido único, nas quais destacou a importância de possuir “poderosas capacidades de defesa” e definiu a realização de um congresso quinquenal, foi hoje anunciado.

A revisão foi adoptada ao quinto dia do oitavo congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que decorreu em Pyongyang, no sábado, indicou a agência estatal oficial de notícias KCNA, um dia depois do regime norte-coreano ter definido os Estados Unidos como o “maior inimigo” e prometido reforçar o arsenal nuclear.

“As poderosas capacidades de defesa serviriam para conter as ameaças militares e salvaguardar a estabilidade e um ambiente pacífico na península da Coreia”, de acordo com a KCNA.

O partido único norte-coreano decidiu também autorizar a convocação da comissão militar apenas com a presença “dos membros necessários, sem ter em conta a taxa de assistência” para garantir na prática “a rapidez na discussão de assuntos militares urgentes”, acrescentou.

No congresso partidário, ainda a decorrer e sem dia anunciado para a conclusão, a Coreia do Norte também decidiu restabelecer secretarias no conselho de política executiva, anteriormente eliminadas.

O partido decidiu ainda realizar congressos a cada cinco anos, anunciados vários meses antes.

Até aqui, o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia decorreu com intervalos aleatórios, mas o atual líder do país, Kim Jong-un, tinha manifestado recentemente a intenção de convocar estas reuniões de forma regular.

O oitavo congresso começou na terça-feira, quase cinco anos depois da realização do sétimo, em maior de 2016. Então, a sessão foi a primeira a realiza-se em 36 anos.

Vários analistas disseram esperar que esta importante reunião política sirva para lançar alguma luz sobre a posição do regime relativamente ao programa nuclear e à mudança de Governo nos Estados Unidos.

No entanto, o regime optou até agora por permanecer em silêncio sobre a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas.

10 Jan 2021

Duas mulheres condenadas por difamação em golpe contra movimento #MeToo da China

Duas jornalistas chinesas foram ontem condenadas por difamação de um terceiro jornalista, num potencial golpe na China para o movimento “#MeToo”, que denuncia as agressões sexuais cometidas por homens com poder.

Um tribunal na cidade de Hangzhou decidiu que as evidências fornecidas por Zou Sicong e He Qian contra o jornalista Deng Fei “não são suficientes para permitir que alguém acredite firmemente, sem qualquer hesitação, que o que foi descrito realmente aconteceu”. O tribunal condenou He e Zou a pagarem 11.712 yuan por danos.

O caso foi baseado num artigo, escrito por He e publicado por Zou, em 2018, no qual He acusou Deng de a atrair para um quarto de hotel, em 2009, para discutir ideias para histórias. Segundo He, Deng começou a despi-la e a tentar beijá-la. He disse que, na época, era uma estagiária de 21 anos numa revista onde Deng era o editor-chefe.

O artigo surgiu numa altura em que várias mulheres jovens em toda a China divulgaram histórias de agressão sexual e má conduta, como parte do movimento global “#MeToo”.

No entanto, o movimento teve dificuldades em ganhar força na China, onde a política, as artes e o mundo dos negócios permanecem predominantemente dominados por homens.

As acusações feitas pública e anonimamente contra algumas dezenas de homens em sectores diferentes geraram uma reação, e desde 2018, pelo menos seis homens entraram com processos de difamação contra as acusadoras ou pessoas que ajudaram a divulgar as acusações. Deng negou a acusação, apontando que “nunca fez nada tão estúpido ou tão mau”.

“Eu nem tive a chance de encontrar evidências relevantes para provar a minha inocência, e além disso, dado que já se passaram 10 anos, nem me lembro dessa pessoa, que disse que só me viu uma vez” apontou. Ao longo do processo, Zou e He disseram que enfrentavam um ónus da prova maior sob a lei chinesa.

Embora a China tenha permitido a má conduta sexual como base para ações judiciais em 2019, a definição de assédio permanece obscura e muito poucos casos resultam em punição. Muitos dos casos são antes tratados em tribunais como disputas laborais ou segundo leis que protegem a reputação pública.

“Isto é igual a dizer a alguém que foi humilhado e ferido, que se não tem gravações de áudio ou vídeos do evento, então o melhor é calar-se”, apontou o advogado de Zou e He, Xu Kai, em comunicado.

“O tribunal impôs todo o ónus da prova sobre Zou Sicong e He Qian”, lamentou. He disse que o julgamento foi um revés, mas que ainda tem esperanças para o movimento. “Quero saber até onde podemos ir com o sistema jurídico existente”, apontou.

8 Jan 2021

Covid-19 | Filipinas fecha as portas a passageiros oriundos de Portugal e Brasil

As Filipinas proibiram a entrada de estrangeiros que estiveram em Portugal ou no Brasil nas últimas duas semanas, desde ontem, devido à nova estirpe do novo coronavírus.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, o gabinete da Presidência das Filipinas disse que a proibição estará em vigor desde as 00:00 de sexta-feira nas Filipinas e até 15 de janeiro.

A única excepção prevista são os passageiros que apenas mudaram de voo em Portugal ou no Brasil, não tendo abandonado o aeroporto. Este grupo terá ainda assim de se submeter a um período de quarentena de 14 dias, que poderá ser feito em casa, caso façam um teste negativo ao novo coronavírus, que provoca a covid-19.

Já os cidadãos filipinos poderão entrar no país, tendo, no entanto, de se submeter a uma quarentena de 14 dias num local designado pelas autoridades, mesmo que à chegada façam um teste com resultado negativo.

A decisão, fruto de uma recomendação conjunta do Departamento de Saúde e do Departamento dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, abrange ainda passageiros que estiveram na Índia, Finlândia, Noruega ou Jordânia.

A nova estirpe do novo coronavírus foi detectada pela primeira vez na Região Autónoma da Madeira em 28 de dezembro e em Portugal continental em 03 de janeiro. A nova estirpe, conhecida como a estirpe do Reino Unido, é mais contagiosa do que a detectada no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.884.187 mortos resultantes de mais de 87,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 7.472 pessoas dos 456.533 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

O Brasil é o país lusófono mais afectado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (198.974, em mais de 7,8 milhões de casos), depois dos Estados Unidos da América.

8 Jan 2021

China | Ex-presidente do Banco de Desenvolvimento condenado a prisão perpétua

O ex-presidente do Banco de Desenvolvimento da China (BCD), um dos principais financiadores chineses de infra-estruturas além-fronteiras, foi ontem condenado à prisão perpétua por corrupção.

Hu Huaibang foi considerado culpado de usar o seu cargo para receber subornos no valor de 85,5 milhões de yuans, entre 2009 e 2019, segundo o veredicto, citado pela televisão estatal CCTV. Hu foi condenado à prisão perpétua por um tribunal da cidade de Chengde, no norte da China.

O julgamento ocorre dois dias após Lai Xiaomin, o ex-chefe do conglomerado financeiro China Huarong, ter sido condenado à pena de morte, por “corrupção e bigamia”.

Hu Huaibang, que fez carreira no sector financeiro, tornou-se presidente do Banco de Desenvolvimento da China em 2013, cargo que ocupou até 2018.

A instituição é um dos três bancos especializados em financiar infra-estruturas e apoiar empresas chinesas no exterior, ocupando um papel central na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

O projecto inclui aeroportos, centrais eléctricas ou zonas de comércio livre, visando dinamizar regiões pouco integradas na economia global.

O Banco de Desenvolvimento da China é, a par do Banco de Importação e Exportação da China (Eximbank), a instituição chinesa que mais dinheiro emprestou a Angola, o maior mutuário africano da China.

Sem tréguas

A China lançou uma campanha anti-corrupção em 2012, desde que o Presidente chinês Xi Jinping assumiu a chefia do Partido Comunista Chinês (PCC). Desde então, mais de um milhão e meio de quadros do PCC foram sancionados.

A mais ampla e persistente campanha anti-corrupção na história da China comunista, lançada por Xi Jinping após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista. A campanha abrange tanto altos funcionários (tigres) como pequenos trabalhadores (moscas).

Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo Presidente Hu Jintao, Ling Jihua.

8 Jan 2021

UE | Acordo de investimentos com a China é “do interesse dos europeus”

Ao assumir a presidência da União Europeia (UE), o primeiro-ministro português, António Costa, sublinhou a importância, para o crescimento europeu e para a garantia de postos de trabalho no velho continente, do acordo de princípio estabelecido entre a UE e o gigante asiático, apelando a uma assinatura final o mais rapidamente possível

 

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu ontem que o acordo de princípio sobre investimentos alcançado entre a União Europeia (UE) e a China na semana passada é “do interesse dos europeus” e deve ser “aprovado o mais rapidamente possível”.

“Um acordo sobre os investimentos reforça as oportunidades das empresas europeias para investir e trabalhar na China, e isso é muito importante para o crescimento económico da Europa e para a protecção dos empregos dos europeus”, sublinhou António Costa durante uma conferência de imprensa com os correspondentes estrangeiros Bruxelas, onde apresentou as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Salientando que é “essencial” a UE “assegurar condições de concorrência justa” com os outros parceiros internacionais, Costa frisou que a “UE é a região do mundo com os melhores padrões de protecção ambiental, social e dos direitos humanos” e que, como tal, “é preciso desenvolver acordos que assegurem as melhores condições de concorrência para as empresas europeias”.

“[O acordo] é uma condição essencial para obter dos nossos parceiros condições de concorrência justa nas normas ambientais, sociais e de segurança alimentar e sanitária que temos de fazer respeitar no mundo inteiro, e para evitar que possa haver um ‘dumping’ ambiental, social e de segurança, que constitui uma concorrência desleal relativamente à UE”, apontou.

Interrogado sobre a mensagem que a UE emitia ao assinar um acordo de investimentos com um Estado que viola os direitos humanos, Costa sublinhou que “os direitos humanos não são um bem ou um valor comercial” e que têm de ser assegurados “ao nível internacional”, mas defendeu que as “relações económicas” que a UE tem de desenvolver são “outra questão”.

“A UE tem uma posição muito clara sobre a necessidade de se respeitarem os direitos humanos mas também os acordos internacionais que existem, nomeadamente no que se refere a Hong Kong. Por outro lado, temos de desenvolver relações comerciais com as diferentes regiões do mundo e, se quisermos ser uma potência global, não podemos ignorar o enorme mercado que é a China”, sublinhou Costa.

O chefe do executivo concluiu assim referindo que a UE negociou o acordo “no interesse dos Europeus” e pediu que este fosse aprovado “o mais rapidamente possível”.

Antes, o primeiro-ministro já tinha destacado o acordo de princípio com a China como sendo “muito importante” para desenvolver a presença europeia na região do Indo-Pacífico – que identificou como sendo uma prioridade da presidência portuguesa – mas realçou também que era importante “diversificar as parcerias” na zona.

“É preciso diversificar as nossas relações na região do Indo-Pacífico, nomeadamente com a Austrália e a Nova Zelândia, com quem temos negociações sobre um tratado comercial. Vamos organizar também um momento muito, muito especial [durante a presidência portuguesa] que é a cimeira entre a UE e a Índia, com a presença pessoal do Sr. Modi [Presidente da Índia], durante o nosso Conselho informal no Porto, em 8 de Maio”, realçou Costa.

Entendimento histórico

A UE e a China chegaram, em 30 de Dezembro de 2020, a um “acordo de princípio” sobre investimentos, ao fim de sete anos de negociações, durante uma videoconferência entre líderes da UE e o Presidente chinês, Xi Jinping.

De acordo com Bruxelas, este acordo político “irá criar um melhor equilíbrio nas relações comerciais UE-China”, uma vez que “a UE tem sido tradicionalmente muito mais aberta do que a China ao investimento estrangeiro”.
Pequim “compromete-se agora a abrir-se à UE numa série de sectores-chave” e a assegurar “um tratamento justo” às empresas europeias, de modo a que estas possam competir em condições de igualdade, referiu a Comissão.

O texto do acordo deverá ainda ser finalizado pelas partes e aprovado pelo Conselho (Estados-membros) e pelo Parlamento Europeu.

8 Jan 2021

Covid-19 | Província chinesa adopta medidas de bloqueio e confinamento face a novo surto

As autoridades chinesas estão a impor bloqueios e medidas de confinamento numa província do norte da China onde os casos do novo coronavírus mais que duplicaram nos últimos dois dias.

As ligações ferroviárias, aéreas e rodoviárias para Shijiazhuang, uma cidade com cerca de 11 milhões de habitantes que serve como capital da província de Hebei, foram suspensas e as medidas de prevenção e controlo reforçadas nas comunidades urbanas e vilas próximas. As aulas foram suspensas e os dormitórios das escolas isolados.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou que 51 novos casos foram confirmados na província de Hebei, nas últimas 24 horas, elevando o total para 90 desde domingo. Hebei é a província adjacente a Pequim. A maioria dos casos foram detectados na cidade de Shijiazhuang.

As autoridades também impuseram medidas igualmente rígidas nas cidades de Shenyang e Dalian, na província de Liaoning, no nordeste da China.

Face ao receio de uma nova vaga de surtos no país, a China está também a desencorajar viagens durante o feriado do Ano Novo Lunar, que se realiza no próximo mês. A principal festa das famílias chinesas é também a maior migração interna do planeta, com dezenas de milhões de trabalhadores a regressarem às respetivas terras natais.

O aumento de casos ocorre também numa altura em que a China e a Organização Mundial da Saúde negociam os termos de uma visita dos investigadores da OMS, para tentar apurar as origens do novo coronavírus, que foi detetado pela primeira vez na cidade central de Wuhan, no final de 2019. A China relatou um total de 87.278 casos de covid-19 e 4.634 mortes.

7 Jan 2021

Covid-19 | Japão declara estado de emergência sanitária em Tóquio durante um mês

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou hoje um novo estado de emergência em Tóquio e nos seus subúrbios por um mês face ao aumento de novas infeções diárias devido ao novo coronavírus.

Yoshihide Suga anunciou hoje a activação desta disposição legislativa “devido ao sério sentimento de perigo perante a rápida expansão nacional (do vírus)”, durante uma reunião com um painel de especialistas.

A declaração de emergência implicará novas restrições ao horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais considerados não essenciais, bem como o pedido de permanência dos cidadãos em casa, embora sem incluir o internamento obrigatório, entre outras medidas.

O Japão ultrapassou na quarta-feira pela primeira vez as 5.000 infeções diárias devido ao novo coronavírus, a maioria em Tóquio.

Em todo o país foram registados 5.307 novos casos, o primeiro número acima dos cinco mil desde o início da pandemia, havendo níveis de recordes diários em várias cidades, segundo estatísticas divulgadas pela televisão estatal NHK.

Em Tóquio foram registados na quarta-feira 1.591 novos casos, o que é também um novo recorde de contágios diários. A capital do país tem cerca de um quarto das quase 260.000 infeções acumuladas em todo o país.

Estes dados foram conhecidos antes de o Governo central declarar um novo estado de emergência na capital e em outras três cidades vizinhas, as mais afetadas pela terceira onda de infeções observada no Japão desde meados de novembro.

O novo estado de emergência, como o que vigorou entre os meses de abril e maio, não inclui o confinamento obrigatório da população, uma vez que a legislação do Japão não prevê essa medida.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

7 Jan 2021

Kim Jong Un quer reforçar capacidade de defesa do país que já é potência nuclear

O dirigente norte-coreano Kim Jong Un comprometeu-se esta quarta-feira a reforçar as capacidades de defesa do país, uma potência nuclear, durante o congresso do partido no poder, a duas semanas de investidura de Joe Biden como presidente dos EUA.

Em relatório apresentado ao congresso do Partido dos Trabalhadores, Kim comprometeu-se a “colocar as capacidades de defesa do Estado a um nível bem superior e a fixar objetivos a alcançar para o conseguir”, segundo informou a agência noticiosa oficial norte-coreana (KCNA, na sigla em Inglês), recebida em Seul.

O 8.º Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia abriu na terça-feira, em Pyongyang, segundo a KCNA. A agência noticiosa do regime de Pyongyang não fez qualquer referência à arma nuclear nem especificou a natureza dos objetivos a atingir, em matéria de defesa.

Mas, durante uma parada militar em outubro, o regime exibiu um míssil que, segundo vários analistas, era o maior míssil intercontinental que alguma vez tinha sido visto. Desde então, imagens obtidas por satélite mostram “a intensificação dos preparativos para uma parada”. Durante o anterior congresso do partido, em 2016, que durou quatro dias, foi organizado um desfile militar.

7 Jan 2021

Covid-19 | China soma 63 casos, 52 por contágio local e 11 oriundos do exterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 63 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, entre os quais 52 por contágio local e 11 oriundos do exterior. A província de Hebei, que circunda Pequim, somou 51 casos locais, nas últimas 24 horas, depois de ter registado 100 casos positivos nos três dias anteriores.

A cidade de Shijiazhuang, capital de Hebei, iniciou na quarta-feira uma campanha maciça de testes de deteção da covid-19, que abrange os 11 milhões de habitantes. O outro caso local foi detectado na província de Liaoning, no nordeste da China.

Os 11 casos importados foram diagnosticados em Xangai (leste), Guangdong (sul), Shaanxi (centro) e Hebei (norte). As autoridades chinesas disseram que, nas últimas 24 horas, 21 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas activas no país se fixou em 485, incluindo 13 doentes em estado grave.

A Comissão de Saúde da China não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio passado. O país somou, no total, 87.278 infectados desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

7 Jan 2021

Hong Kong | Activista Joshua Wong enfrenta nova acusação por subversão

O activista de Hong Kong Joshua Wong, actualmente a cumprir pena de prisão pelo papel nas manifestações de 2019, foi hoje também acusado de subversão, disseram fontes policiais, citadas pela agência France-Presse (AFP).

O líder estudantil pró-democracia, de 24 anos, já tinha sido condenado a 13 meses e meio de prisão em 02 de dezembro, pelo envolvimento nas manifestações na região administrativa especial no sul da República Popular da China.

Wong, que iniciou o activismo político aos 13 anos e é considerado como uma das principais figuras do movimento pró-democracia em Hong Kong, já passou algum tempo atrás das grades.

Na quarta-feira, mais de 50 figuras da oposição foram presas em Hong Kong, incluindo um advogado dos Estados Unidos, entretanto libertado sob fiança, na maior repressão feita até agora sob a recente lei de segurança nacional imposta pela China. As detenções já foram condenadas pelos Estados Unidos e pela UE, que exigiu a libertação imediata dos activistas.

“Enquanto UE, exigimos a libertação imediata destas pessoas”, disse na quarta-feira o porta-voz da Comissão Europeia para a política externa, Peter Stano, apontando que o assunto será abordado na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no final deste mês, ocasião na qual serão equacionadas medidas de actuação por parte do bloco comunitário.

Em 2 de Dezembro, três figuras importantes do movimento pró-democracia, Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam, foram condenadas a penas de prisão pelo envolvimento nos protestos de 2019.

7 Jan 2021

Covid-19 | China nega ter impedido especialistas da OMS de entrarem no país

A China negou ontem ter impedido a entrada no país de uma equipa de especialistas que vai examinar as origens da covid-19 e garantiu que as discussões com a Organização Mundial da Saúde (OMS) prosseguem.

“A China está em contacto com a OMS para que especialistas possam visitar o país. A China está a trabalhar muito nas ambiciosas tarefas de prevenção, mas ainda enfrenta dificuldades para acelerar os preparativos, algo que a OMS sabe perfeitamente bem”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.

Hua afirmou que “primeiro é preciso concluir os procedimentos necessários e tomar as medidas pertinentes”. “Ainda estamos a negociar com a OMS sobre isso”, apontou. “Nunca houve qualquer problema de cooperação entre a China e a OMS. (…) As duas partes estão em contacto para marcar uma data e preparar a visita”, acrescentou.

O director da Organização Mundial da Saúde disse “estar desiludido” com as autoridades chinesas, por não terem ainda permitido a entrada na China de uma equipa de especialistas que vai examinar as origens da covid-19.

Numa rara crítica a Pequim, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que os membros de uma equipa internacional de cientistas encarregada de rastrear a origem do novo coronavírus deixaram os respectivos países nas últimas 24 horas, como parte de um acordo com o Governo chinês.

“Hoje soubemos que as autoridades chinesas ainda não finalizaram as permissões necessárias para a chegada da equipa à China”, disse Tedros, durante uma conferência de imprensa, em Genebra.

A missão é formada por dez cientistas (Dinamarca, Reino Unido, Holanda, Austrália, Rússia, Vietname, Alemanha, Estados Unidos, Qatar e Japão) reconhecidos em diversas áreas de actuação. Alguns estão vinculados à OMS e outros à Organização Mundial de Saúde Animal. Espera-se que os especialistas visitem a cidade de Wuhan, onde foram detectados os primeiros casos de covid-19 em dezembro de 2019.

7 Jan 2021

Covid-19 | Japão ultrapassa pela primeira vez as 5.000 infeções diárias

O Japão ultrapassou ontem pela primeira vez as 5.000 infeções diárias devido ao novo coronavírus, a maioria em Tóquio, no momento em que o Governo finaliza o anúncio de um novo estado de emergência.

Em todo o país foram registados ontem 5.307 novos casos, o primeiro número acima dos cinco mil desde o início da pandemia, havendo níveis de recordes diários em várias cidades, segundo estatísticas divulgadas pela televisão estatal NHK.

Em Tóquio foram registados hoje 1.591 novos casos, o que é também um novo recorde de contágios diários. A capital do país tem cerca de um quarto das quase 260.000 infeções acumuladas em todo o país.

Esses dados são conhecidos antes de o Governo central declarar um novo estado de emergência na capital e em outras três cidades vizinhas, as mais afetadas pela terceira onda de infeções observada no Japão desde meados de novembro.

O Executivo central planeia declarar a emergência nas quatro cidades a partir de quinta-feira e com duração de um mês, uma vez que conclua o processo de consulta com uma comissão de especialistas em saúde e explique a medida perante a Dieta (Parlamento) do Japão.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, anunciou na última segunda-feira que o seu objetivo é aplicar essa medida de forma mais “limitada” do que a que vigorou em todo o país na primavera passada para enfrentar a primeira onda de infeções.

Isto significa que as novas restrições consistirão principalmente em limitar o horário dos bares e restaurantes, considerados pelas autoridades como as principais fontes da terceira vaga de infeções, para além de promover o teletrabalho e reduzir as deslocações não essenciais dos cidadãos.

O novo estado de emergência, como o que vigorou entre os meses de abril e maio, não inclui o confinamento obrigatório da população, uma vez que o a legislação do Japão não prevê essa medida.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 7.286 pessoas dos 436.579 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

7 Jan 2021

China critica ordem executiva de Trump que bane aplicações chinesas

O Governo chinês acusou ontem os Estados Unidos de usarem indevidamente a segurança nacional como pretexto para prejudicarem empresas chinesas, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter banido várias aplicações chinesas.

Trump assinou na terça-feira uma ordem executiva que proíbe transações com as carteiras digitais chinesas Alipay e WeChat Pay e seis outras aplicações.

A ordem surge no âmbito de uma prolongada guerra comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo e acusações de espionagem, que resultaram na rápida deterioração das relações entre os EUA e a China.

A decisão de Trump surge também depois de a Bolsa de Valores de Nova Iorque ter anunciado, na semana passada, que iria remover três companhias de telecomunicações chinesas, para logo de seguida recuar naquela decisão.
“Este é outro exemplo do comportamento intimidatório, arbitrário e hegemónico dos EUA”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

“É um exemplo de como os Estados Unidos generalizam excessivamente o conceito de segurança nacional e abusam do seu poder nacional para suprimirem injustificadamente empresas estrangeiras”, acusou.

Pequim tomará “medidas necessárias” não especificadas para proteger as empresas chinesas, disse Hua, repetindo declarações do Governo chinês, feitas após anúncios anteriores de sanções por parte dos EUA, mas que raramente resultaram em acções concretas.

A ordem de Trump cita preocupações não especificadas sobre aplicações que recolhem dados pessoais e financeiros dos cidadão norte-americanos e os partilham com o regime chinês.

Hua ridicularizou este argumento, apontando para os serviços de inteligência do Governo dos EUA. “Isso é como um ladrão que rouba desenfreadamente, mas depois clama querer proteger-se de um assalto”, disse Hua.
“É hipócrita e ridículo”, apontou.

Outros obstáculos

As aplicações chinesas enfrentam oposição semelhante na Índia, que bloqueou dezenas desses programas por motivos de segurança, face a um impasse militar sobre uma secção da fronteira disputada entre os dois países.
Em Agosto, Trump proibiu as negociações com a popular aplicação de vídeo de propriedade chinesa TikTok e a aplicação de mensagens WeChat.

Outras aplicações afectadas pela ordem de Trump são CamScanner, QQ Wallet, SHAREit, Tencent QQ, VMate e WPS Office.

Trump também impôs restrições no acesso à tecnologia dos EUA pelo grupo chinês de telecomunicações Huawei e outras empresas.

Uma ordem de Novembro proíbe os investidores norte-americanos de comprarem títulos emitidos por empresas alegadamente ligadas ao exército chinês.

As empresas de tecnologia dos Estados Unidos temem que Pequim possa retaliar tornando mais difícil fazer negócios na segunda maior economia do mundo.

Analistas políticos esperam que o presidente eleito Joe Biden tente retomar a cooperação com Pequim em questões como as alterações climáticas e a pandemia do novo coronavírus.

7 Jan 2021

Covid-19 | OMS “desiludida” com atraso na aprovação de entrada de especialistas na China

O director da Organização Mundial da Saúde disse hoje “estar desiludido” com as autoridades chinesas, por não terem ainda permitido a entrada na China de uma equipa de especialistas que vai examinar as origens da covid-19.

Numa rara crítica a Pequim, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que os membros de uma equipa internacional de cientistas encarregada de rastrear a origem do novo coronavírus deixaram os respectivos países, nas últimas 24 horas, como parte de um acordo com o Governo chinês.

“Hoje soubemos que as autoridades chinesas ainda não finalizaram as permissões necessárias para a chegada da equipa à China”, disse Tedros, durante uma conferência de imprensa, em Genebra. “Estou muito desapontado com esta notícia, visto que dois membros já começaram a viagem e outros não puderam partir no último minuto”, disse.

Tedros garantiu que “deixou claro” que a missão é uma prioridade para a agência de saúde da ONU, e que tem a “certeza de que a China está a acelerar os procedimentos internos” para que os trabalhos de investigação arranquem. “Estamos ansiosos para iniciar esta missão o mais rápido possível”, disse.

Espera-se que os especialistas visitem a cidade de Wuhan, onde foram detectados os primeiros casos de covid-19 em dezembro de 2019.

O chefe de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, disse que a investigação devia ter arrancado na terça-feira, mas que as aprovações necessárias não foram ainda concedidas, incluindo a emissão de vistos.

A imprensa estatal e as autoridades chinesas têm difundido informações que apontam para uma origem externa do vírus, possivelmente através da importação de alimentos congelados, o que é rejeitado pela OMS. Itália, Estados Unidos e Índia foram já apontados como locais de origem da doença.

“Cada vez mais pesquisas sugerem que a epidemia pode ter aparecido em muitos lugares do mundo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, no fim de semana.

A OMS foi alvo de duras críticas por parte do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou a organização de estar ao serviço da China.

Ryan disse que Tedros “tomou medidas imediatas” e contactou altos funcionários chineses para “enfatizar a natureza crítica” desta investigação.

“Esperamos que esta seja apenas uma questão logística e burocrática que possa ser resolvida muito rapidamente”, acrescentou Ryan.

A missão é formada por dez cientistas (Dinamarca, Reino Unido, Holanda, Austrália, Rússia, Vietname, Alemanha, Estados Unidos, Qatar e Japão) reconhecidos em diversas áreas de atuação.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

6 Jan 2021

Covid-19 | China soma 32 casos, 23 por contágio local e nove oriundos do exterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 32 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, entre os quais 23 por contágio local e nove oriundos do exterior. A província de Hebei, que circunda Pequim, somou 20 casos locais, nas últimas 24 horas.

Pequim somou um caso de contágio local. A capital chinesa registou 29 infetados, desde 18 de dezembro passado, mas as autoridades asseguraram que o surto está “sob controlo”.

As províncias de Liaoning e Heilongjiang, ambas no nordeste da China, detetaram um caso de contágio local cada uma.

Os nove casos importados foram diagnosticados nos municípios de Xangai (leste) e Tianjin (norte) e nas províncias de Guangdong (sul) e Shaanxi (centro).

As autoridades chinesas disseram que, nas últimas 24 horas, 21 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 443, incluindo 14 doentes em estado grave.

A Comissão de Saúde da China não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio passado. O país somou, no total, 87.215 infetados desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

6 Jan 2021