Covid-19 | China detecta 59 casos locais e 50 importados nas últimas 24 horas

A China detetou 59 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, 50 por contágio local e os restantes oriundos do estrangeiro, anunciaram hoje as autoridades de saúde do país. Os casos locais foram detetados no município de Pequim (três), nas regiões autónomas da Mongólia Interior (32) e Ningxia (dois) e nas províncias de Gansu (quatro), Guizhou (cinco) e Shandong (quatro).

Lanzhou, a capital de Gansu, lançou uma campanha de testes de ácido nucleico e confinou complexos residenciais, dos quais só é possível sair para comprar alimentos, receber tratamento médico ou participar das tarefas de controlo e prevenção contra o coronavírus.

Os restantes nove casos foram diagnosticados em viajantes provenientes do estrangeiro, nos municípios de Xangai (leste) e Tianjin (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Liaoning (nordeste), Guangxi (sudoeste), Fujian (sudeste) e Shandong (leste).

A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 643, entre os quais 27 graves. Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 96.899 casos da doença e 4.636 mortos.

27 Out 2021

Covid-19 | Vírus é “desafio número um” das Olimpíadas de inverno em Pequim, diz organização

A prevenção epidémica vai ser o “desafio número um” das Olimpíadas de Inverno de Pequim, disseram hoje os organizadores, quando faltam 100 dias para o início da competição. A capital chinesa é a primeira cidade do mundo a receber os jogos de verão (em 2008) e de inverno, que se realizam entre 04 e 20 de fevereiro.

As autoridades chinesas, que seguem uma política de “tolerância zero” contra o vírus, têm tomado várias medidas para erradicar um surto epidémico registado nos últimos dias no norte do país.

A China detetou 59 casos de covid-19, nas últimas 24 horas. Destes, 50 resultaram de contágios locais no município de Pequim (três), nas regiões autónomas da Mongólia Interior (32) e Ningxia (dois) e nas províncias de Gansu (quatro), Guizhou (cinco) e Shandong (quatro).

Lanzhou, a capital de Gansu, lançou uma campanha de testes de ácido nucleico e confinou complexos residenciais, dos quais só é possível sair para comprar alimentos, receber tratamento médico ou participar das tarefas de controlo e prevenção contra o coronavírus.

“A pandemia é o desafio número um para a realização dos jogos de inverno”, resumiu à imprensa o vice-presidente do comité organizador, Zhang Jiandong.

Uma dúzia de províncias, ou um terço do total, intensificaram as medidas de prevenção, incluindo a cidade de Pequim, onde 20 casos foram contabilizados na semana passada.

As medidas planeadas para os jogos “vão reduzir o risco e o impacto do coronavírus”, acrescentou Zhang, alertando que os participantes que não respeitarem as regras serão penalizados.

Os jogos de 2022 acontecerão numa “bolha”, destinada a eliminar qualquer risco de contaminação para o resto da China.

Os 2.900 atletas que participam nas competições vão ter que estar totalmente vacinados ou cumprir uma quarentena rigorosa de 21 dias ao chegar ao país. Apenas os espectadores já presentes na China vão poder assistir aos eventos.

As autoridades planearam 300 ambulâncias de pressão negativa para transportar possíveis pacientes, sem o risco de o ar contaminado sair para o exterior.

A China, onde os primeiros casos de covid-19 foram detetados, no final de 2019, conseguiu conter a doença na primavera de 2020, após a adoção de medidas drásticas de confinamento e bloqueio de cidades inteiras.

O país praticamente fechou as suas fronteiras com o resto do mundo. Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 96.899 casos da doença e 4.636 mortos.

27 Out 2021

Lucros da indústria chinesa subiram 16,3% em setembro

Os lucros das principais empresas industriais da China aumentaram 16,3%, em setembro, em termos homólogos, segundo dados oficiais divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país asiático.

Os lucros das empresas analisadas ascenderam a cerca de 738.740 milhões de yuans. Para a elaboração deste indicador, o GNE leva em consideração apenas as empresas industriais com faturamento anual superior a 20 milhões de yuans.

Entre janeiro e setembro, os lucros destas empresas atingiram 6,34 biliões de yuans, um crescimento homólogo de 44,7%.

O estatístico do GNE Zhu Hong explicou que, no terceiro trimestre, 29 dos 41 setores analisados obtiveram mais lucros do que no mesmo período de 2019 – a comparação com aquele ano serve para eliminar o efeito de base referente a 2020, ano marcado pela paralisia da atividade económica devido à pandemia da covid-19.

Zhu destacou os avanços em setores como manufactura de alta tecnologia (+33,6%, no terceiro trimestre) ou mineração, que duplicou os lucros em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a indústria de extração de petróleo e gás praticamente triplicou.

O representante do GNE destacou ainda que a indústria farmacêutica obteve resultados 66,8% superiores, no terceiro trimestre, devido à procura interna e externa por vacinas conta a covid-19.

Os dados da GNE revelam que, entre janeiro e setembro, os lucros das empresas dedicadas à produção e fornecimento de energia elétrica e aquecimento diminuíram 24,6%, devido à maior taxa de crescimento das suas despesas operacionais.

Isto deve-se ao aumento do preço das matérias-primas, como o carvão, terem disparado e aos limites que o Governo impõe à flutuação do preço da energia elétrica, que fez com que as geradoras tivessem que absorver os custos crescentes, sem poder repassá-los aos clientes.

Esta situação acabou por gerar um défice de energia elétrica, que resultou em políticas de racionamento em importantes centros industriais do leste e sudeste do país, ou mesmo em apagões em algumas áreas residenciais no nordeste da China.

27 Out 2021

Canadá vai passar a receber e integrar refugiados norte-coreanos

O Canadá vai tornar-se o terceiro país do mundo, depois da Coreia do Sul e dos EUA, a receber refugiados norte-coreanos, no âmbito de um programa que está a ser preparado por uma organização humanitária canadiana.

Sean Chung, diretor executivo da HanVoice, disse hoje que o programa piloto, criado em parceria com o Governo do Canadá, visa trazer cinco famílias de refugiados norte-coreanos da Tailândia para o Canadá nos próximos dois anos.

A Tailândia é um importante país de trânsito para refugiados norte-coreanos, porque não os envia de volta para a Coreia do Norte ou para a China, mas não os incorpora na sociedade.

A China, principal aliado da Coreia do Norte, tem sido frequentemente acusada de devolver os fugitivos norte-coreanos à força, apesar do risco de tortura e prisão.

Entre os candidatos na Tailândia, o Canadá vai dar prioridade as famílias de mulheres norte-coreanas que sobreviveram ou estão em risco de violência sexual e de género, disse Chung.

Os canadianos que se oferecerem como anfitriões terão de apoiar as famílias durante 12 meses ou até que estas se tornem autossuficientes.

O período de acolhimento pode ser estendido até um máximo de 36 meses em casos excecionais, disse a HanVoice, em comunicado hoje divulgado.

“A comunidade estará envolvida em todas as etapas do processo, desde a obtenção de dinheiro para ‘patrocinar’ as famílias até ir buscar as pessoas ao aeroporto e ajudar a matricular os filhos na escola”, disse Chung, sublinhando tratar-se de um programa “exclusivamente canadiano”.

“Para os fugitivos norte-coreanos, a maioria dos quais são mulheres que passaram por experiências traumáticas em trânsito, este é um novo caminho seguro e um novo começo”, acrescentou.

Acredita-se que dezenas de milhares de norte-coreanos vivam escondidos na China, enquanto cerca de 34.000 outros norte-coreanos fugiram para a Coreia do Sul, onde podem receber cidadania e outros benefícios sob uma lei que considera a Coreia do Norte parte do seu território.

Os Estados Unidos admitem refugiados norte-coreanos, mas o número foi muito limitado depois da adoção da Lei de Direitos Humanos da Coreia do Norte, em 2004.

Segundo Chung, os fugitivos norte-coreanos não conseguiam, até agora, aceder ao sistema de refugiados do Canadá, embora alguns tenham migrado para o Canadá, Europa Ocidental e Austrália após se estabelecerem na Coreia do Sul.

26 Out 2021

Covid-19 | China confina cidade de quatro milhões após detetar surto

A China colocou em confinamento a cidade de Lanzhou, no centro do país e com quatro milhões de pessoas, devido ao aumento dos casos de covid-19 registado nos últimos dias, anunciaram hoje as autoridades.

A Comissão Nacional de Saúde do país asiático notificou seis novos casos em Lanzhou, a capital da província de Gansu, diagnosticados nas últimas 24 horas. No total, há agora 51 casos ativos em Gansu, entre os quais 39 em Lanzhou, desde que o surto foi detetado, na China, em meados de outubro.

Mais de 33.300 pessoas estão sob observação médica em todo o país. “O controlo da epidemia e a situação de prevenção em Lanzhou são sérios e complexos”, disseram as autoridades locais, em comunicado. Aquela decisão foi tomada para evitar que o surto se alastre ainda mais.

A cidade vai lançar uma campanha de testes de ácido nucleico e confinar complexos residenciais, dos quais só será possível sair para comprar alimentos, receber tratamento médico ou participar das tarefas de controlo e prevenção contra o coronavírus.

Quem entra e sai de casa deve apresentar no telemóvel um código de reconhecimento rápido (“QR code”) verde, que garante que a pessoa não está infetada ou não entrou em contacto com infetados.

O último surto foi detetado na China em meados de outubro, como resultado da viagem de um grupo de reformados a áreas turísticas nas províncias de Gansu, Mongólia Interior (norte) e Shaanxi (centro).

Segundo as autoridades sanitárias, o surto foi causado pela variante delta, considerada a mais contagiosa.

A Comissão Nacional de Saúde informou hoje que existem agora 603 casos ativos em todo o país, 21 dos quais em estado grave.

Apesar de 2.250 milhões de doses de vacinas já terem sido administradas entre a população chinesa de 1.411 milhões de habitantes, as autoridades continuam a seguir uma política de “tolerância zero” contra a doença, o que implica confinamentos seletivos e testes em massa contra o coronavírus nos locais onde são detetados surtos.

O país asiático aplica ainda rígido controlo nas entradas no país. Quem viaja para a China tem de apresentar testes de anticorpos negativos antes de embarcar e cumprir um período de quarentena centralizada de pelo menos duas semanas.

Segundo a Comissão Nacional de Saúde, 96.840 pessoas ficaram infetadas na China desde o início da pandemia, das quais 4.636 morreram.

26 Out 2021

China e Estados Unidos têm “amplo diálogo” sobre economia

O vice-primeiro-ministro chinês Liu He e a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, tiveram hoje um “amplo diálogo” sobre economia, via videoconferência, informou a imprensa estatal chinesa.

A agência noticiosa oficial Xinhua apontou que o diálogo se centrou em questões como a situação macroeconómica ou a cooperação multilateral, e foi “franco, prático e construtivo”.

Ambas as partes concordaram que a recuperação económica global atravessa um “momento crucial” e que é importante que ambos os países “fortaleçam a coordenação e a comunicação sobre as suas políticas macroeconómicas”.

A delegação chinesa expressou preocupação sobre as sanções e taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos e o tratamento dado às empresas chinesas.

Em comunicado, o Tesouro dos Estados Unidos revelou que Yellen também expressou preocupações dos Estados Unidos, sem avançar mais detalhes. Ambas as partes concordaram em continuar a dialogar no futuro.

Em 09 de outubro, Liu reuniu-se com a Representante do Comércio dos EUA, Katherine Tai, numa reunião que foi também foi descrita pela China como “construtiva”.

As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se rapidamente nos últimos anos, face a atritos no comércio, tecnologia e Direitos Humanos.

Após Joe Biden assumir a presidência norte-americana, em janeiro, os dois países tentaram aliviar as tensões, embora Washington tenha dado continuidade à política de sanções e vetos às empresas chinesas iniciada por Trump.

26 Out 2021

Ásia teve o ano mais quente de sempre em 2020, conclui relatório da ONU

A Ásia teve o ano mais quente de sempre em 2020, alertou hoje as Nações Unidas, antes da cimeira climática da COP26. No relatório anual sobre o estado do clima na Ásia, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que toda a região tem sido afetada pelas alterações climáticas.

“O clima extremo e as alterações climáticas na Ásia em 2020 causaram a perda de milhares de vidas, deslocaram milhões a mais e custaram centenas de biliões de dólares”, disse a OMM num comunicado.

“O desenvolvimento sustentável está em risco. A insegurança alimentar e hídrica, os riscos para a saúde e a degradação ambiental estão a aumentar”, afirmou.

No relatório, a OMM também faz um balanço das perdas económicas anuais devidas a riscos climáticos. Estes são estimados em 238 mil milhões de dólares na China, 87 mil milhões na Índia, 83 mil milhões no Japão e 24 mil milhões na Coreia do Sul.

“Os riscos climáticos e meteorológicos, particularmente inundações, tempestades e secas, tiveram um impacto significativo em muitos países da região”, disse o Secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas, citado na mesma nota.

Em 2020, as inundações e tempestades afetaram cerca de 50 milhões de pessoas e causaram mais de 5.000 mortes.

Estes números são inferiores à média anual das duas últimas décadas (158 milhões de pessoas afetadas e cerca de 15.500 mortes) “e refletem o sucesso dos sistemas de alerta precoce em muitos países asiáticos”, de acordo com a OMM.

O ano passado foi o mais quente de sempre na Ásia, com a temperatura média 1,39 graus Celsius acima da média de 1981-2010.

No final de junho de 2020, foram registados 38°C em Verkhoyansk, no nordeste da Sibéria, Rússia, que é provisoriamente a temperatura mais alta registada a norte do Círculo Ártico.

Em 2020, as temperaturas médias das águas superficiais atingiram níveis recorde nos oceanos Índico, Pacífico e Ártico.

No relatório observa-se também que as temperaturas à superfície do mar nos oceanos asiáticos estão a aumentar mais fortemente do que a média global.

Por exemplo, o Mar Arábico e partes do Oceano Ártico aqueceram mais de três vezes a média.

Os glaciares na Ásia estão a recuar a um ritmo acelerado e a OMM prevê que “a sua massa diminuirá em 20-40% até 2050, afetando a vida e a subsistência de cerca de 750 milhões de pessoas”.

26 Out 2021

Ex-Presidente sul coreano Roh Tae-woo morreu aos 88 anos

O ex-Presidente sul-coreano Roh Tae-woo morreu hoje aos 88 anos, segundo o Hospital Universitário Nacional de Seul.

A instituição hospitalar adiantou que Roh morreu enquanto estava a ser tratado por uma doença, mas não avançou mais pormenores.

Roh liderou uma divisão do exército em Seul em apoio ao golpe militar de 1979 que fez do seu amigo do exército Chun Doo-hwan Presidente.

O golpe e uma subsequente repressão militar contra os manifestantes pró-democracia em 1980 são dois dos capítulos mais negros da história moderna da Coreia do Sul.

As revoltas pró-democracia em 1987 forçaram Roh e Chun a aceitar uma votação presidencial direta. Roh acabou por ganhar as eleições presidenciais mais tarde, em 1987.

Após deixar o cargo admitiu ter acumulado uma fortuna que resultava de subornos e foi preso, tendo sido posteriormente perdoado numa tentativa de reconciliação nacional, passando os seus últimos anos fora da vista do público.

26 Out 2021

Covid-19 | China começa a vacinar crianças dos 3 aos 11 anos

Crianças dos 3 aos 11 anos vão começar a receber vacinas contra a covid-19 na China, onde 76% da população foi já totalmente vacinada e as autoridades mantêm uma política de tolerância zero em relação ao coronavírus.

Os governos locais, de nível municipal e provincial, em pelo menos cinco províncias, anunciaram recentemente que crianças dos 3 aos 11 anos vão ser chamadas para receber as vacinas.

A expansão da campanha de vacinação ocorre numa altura em que várias regiões da China voltam a adotar medidas de prevenção, para tentar extinguir pequenos surtos.

Gansu, uma província no noroeste cuja economia depende fortemente do turismo, encerrou todos os locais turísticos, após diagnosticar quatro novos casos de covid-19.

Outros 19 casos foram detetados na região autónoma da Mongólia Interior. Residentes em algumas áreas foram obrigados a ficar em casa.

No total, a Comissão de Saúde do país asiático informou hoje ter diagnosticado 35 novos casos de transmissão local nas últimas 24 horas.

A China mantém uma política de tolerância zero em relação à pandemia, caracterizada por bloqueios, quarentenas e testes obrigatórios para o vírus. O país vacinou já 1,07 mil milhões de pessoas, entre uma população de 1,4 mil milhões.

O governo está particularmente preocupado com a disseminação da variante delta, mais contagiosa, e quer ter um público amplamente vacinado antes das Olimpíadas de Pequim, em fevereiro.

Os espectadores estrangeiros já estão proibidos e os participantes terão que permanecer numa ‘bolha’ que os separa das pessoas de fora.

As províncias de Hubei, Fujian e Hainan emitiram avisos de nível provincial sobre novos requisitos de vacinação, enquanto cidades na província de Zhejiang e na província de Hunan também emitiram anúncios semelhantes.

Em junho, a China aprovou duas vacinas – Sinopharm do Instituto de Produtos Biológicos de Pequim e Sinovac – para crianças com idades entre os 3 e 17 anos.

Em agosto, os reguladores aprovaram outra vacina da Sinopharm, desenvolvida pelo Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan.

O Camboja usa já injeções da Sinovac e Sinopharm para crianças entre 6 e 11 anos. Os reguladores no Chile aprovaram a Sinovac para crianças a partir dos 6 anos. Na Argentina, os reguladores aprovaram a vacina da Sinopharm para crianças a partir dos 3 anos.

25 Out 2021

Xi Jinping defende “coexistência pacifica” no aniversário da adesão à ONU

O Presidente chinês insistiu hoje na “coexistência pacífica” e defendeu que “ninguém deve ditar a ordem internacional”, numa crítica velada aos Estados Unidos, no discurso que assinalou o 50º aniversário desde que o país aderiu à ONU.

“As regras internacionais devem ser desenvolvidas em conjunto pelos 193 membros da ONU. Nenhum poder ou bloco deve ditar a ordem internacional”, apontou Xi Jinping, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

O líder chinês acrescentou que o que o mundo precisa é de “mais cooperação regional e mecanismos multilaterais mais eficazes” para enfrentar os “desafios existentes”, entre os quais citou o terrorismo, as alterações climáticas e a cibersegurança.

Ele também afirmou que a “China vai continuar comprometida com a paz” e que “respeitará a autoridade” das Nações Unidas.

Xi pediu que “diferentes sistemas políticos” possam coexistir “pacificamente”, um dos mantras mais repetidos por políticos do país asiático, quando se referem às disputas com os Estados Unidos.

Em 25 de outubro de 1971, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a resolução 2.758 – com 76 votos a favor, 35 contra e 17 abstenções, além de 3 ausências – para reconhecer a República Popular da China como “o único representante legítimo da China nas Nações Unidas”.

Desta forma, foram expulsos os nacionalistas do Kuomintang (KMT), que se estabeleceram em Taiwan, em 1949, após perderem a guerra civil contra os comunistas. Taiwan passou então a ter a designação oficial de República da China. Na década de 1990 o território realizou a transição para a democracia.

A China insiste em “reunificar” a República Popular com a ilha e não descartou o uso da força para esse efeito.

Taiwan, desde então, ficou de fora da ONU e de outras organizações sob pressão da China, com poucas exceções, como a Organização Mundial da Saúde, da qual participou como observador sob o nome de Taipé Chinês.

No domingo, o Departamento de Estado dos EUA disse em comunicado que os seus representantes mantiveram conversas com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan para “expandir a participação de Taiwan” nas Nações Unidas e em outros fóruns internacionais.

O ex-embaixador chinês nos Estados Unidos Cui Tankai disse hoje que Pequim “nunca permitirá” que Taiwan participe da ONU e que “isso simplesmente vai contra a tendência da História”.

Taiwan é uma das principais fontes de conflito entre Washington e Pequim, visto que os EUA são o principal fornecedor de armas da ilha e seriam o seu maior aliado militar em caso de uma guerra com a China.

25 Out 2021

China quer limitar o uso de combustíveis fósseis a menos de 20% até 2060

A China quer limitar o uso de combustíveis fósseis a menos de 20% até 2060, de acordo com o plano publicado este domingo e que estabelece os objetivos para atingir a neutralidade carbónica no país.

O documento faz parte do objetivo expresso pelo Presidente chinês, Xi Jinping, de começar a reduzir as emissões poluentes até 2030, prevendo alcançar a neutralidade carbónica 30 anos depois.

Os combustíveis não fósseis deverão representar cerca de 25% do consumo total de energia na China até 2030, de acordo com as metas agora divulgadas, uma semana antes do início da conferência internacional do clima (COP26), que vai decorrer em Glasgow, Reino Unido, de 31 de outubro a 12 de novembro.

O Reino Unido é o anfitrião e preside, em parceria com a Itália, à 26.ª Conferência das Partes (COP) das Nações Unidas, que vai procurar por em prática as compromissos do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de limitar o aquecimento global abaixo dos dois graus centígrados, de preferência a 1,5 graus centígrados.

Em abril, o Presidente Xi Jinping referiu que o país controlaria os seus projetos de centrais termoelétricas, reduzindo gradualmente o seu consumo de carvão, uma fonte de energia particularmente poluente e que é responsável por cerca de 60% da produção de eletricidade.

O Chefe de Estado chinês também garantiu, na Assembleia-Geral da ONU, em setembro, que o país iria cessar a construção de centrais de carvão no exterior.

Porém, face à escassez de eletricidade que penaliza a recuperação, devido aos altos preços do carvão, do qual o país depende ainda maioritariamente para abastecer as suas centrais, a China caminha para aumentar sua produção de carvão em 6%.

No início desta semana, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) adiantou que 153 minas foram autorizadas desde o mês passado para aumentar sua capacidade de produção em 220 milhões de toneladas por ano.

25 Out 2021

Explosão em universidade na China faz dois mortos

Duas pessoas morreram e pelo menos outras nove ficaram feridas na sequência de uma explosão num laboratório da Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanjing, no leste da China, anunciou hoje a imprensa estatal.

O incidente ocorreu na tarde de domingo. Os funcionários estão a investigar a causa da explosão, ocorrida na Escola de Ciência e Tecnologia de Materiais da universidade, informou a emissora estatal CCTV. Nanjing é um importante centro de ensino superior, que atrai também estudantes estrangeiros.

As identidades das vítimas não foram divulgadas. Segundo o portal oficial da universidade, mais de mil alunos estrangeiros frequentam cursos nas faculdades de engenharia, negócios e língua chinesa.

Não é claro quantos permaneceram depois de a China ter imposto restrições nas entradas no país, como medida preventiva contra a covid-19.

A China quer ser um ator importante na aviação global e na indústria aeroespacial, mas os seus esforços para produzir jatos comerciais ainda não tiveram um impacto significativo.

25 Out 2021

Afeganistão | MNE chinês viaja para o Qatar para se reunir com talibãs

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, vai reunir-se com representantes dos talibãs, no Qatar, até terça-feira, informou hoje a televisão estatal CGTN, numa altura em que os fundamentalistas afegãos procuram reconhecimento internacional.

No final de setembro, os principais membros do governo interino dos talibãs reuniram-se com enviados especiais da Rússia, China e Paquistão, na primeira reunião deste tipo, desde que o grupo anunciou cargos executivos importantes, em 7 de setembro, após assumir o controlo de Cabul em meados de agosto.

Pequim mantém a sua embaixada no Afeganistão operacional, enquanto espera que os talibãs formem um governo “islâmico, mas aberto e inclusivo”, segundo porta-vozes do Governo chinês, sugerindo que a China vai avaliar o comportamento dos fundamentalistas antes de reconhecer o seu governo.

Wang Yi garantiu anteriormente que trabalharia com os países da região “para ajudar o Afeganistão a reconstruir a sua economia e sociedade”, bem como para combater grupos terroristas e o comércio ilegal de drogas.

No final de julho, o ministro chinês já tinha recebido uma delegação dos talibãs na cidade de Tianjin, no nordeste da China.

Wang disse, na altura, que os talibãs são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão, e expressou esperança de que desempenhem um “papel importante no processo de paz”. A China também anunciou a doação de 31 milhões de dólares em cereais e vacinas contra a covid-19 para o país.

Pequim aproveitou também a situação para atacar a política externa de Washington, embora também procure proteger os seus projetos de investimento na Ásia Central e prevenir a propagação do terrorismo na região.

A prioridade da China é evitar ser afetada pelas hostilidades no Afeganistão, país com o qual compartilha cerca de 60 quilómetros de fronteira, na região noroeste de Xinjiang, uma área habitada sobretudo por membros da etnia de origem muçulmana uigur onde ocorreram vários ataques nas últimas décadas.

Pequim quer também eliminar qualquer ameaça ao Corredor Económico China -Paquistão (CPEC), uma rota comercial que ligará a cidade de Kasghar, em Xinjiang, ao porto paquistanês de Gwadar.

25 Out 2021

Maratona de Pequim adiada indefinidamente após China detectar novos surtos de covid-19

A maratona de Pequim, originalmente marcada para o próximo domingo, foi adiada, indefinidamente, para evitar qualquer risco de transmissão pela covid-19, cem dias antes da capital chinesa receber as Olimpíadas, anunciou hoje a organização.

A China registou hoje 39 novos casos de covid-19, testando a sua política de “tolerância zero” em relação ao coronavírus.

A Maratona de Pequim foi adiada “para evitar o risco de transmissão epidémica [e] para proteger efetivamente a saúde e a segurança dos corredores, funcionários e residentes”, disseram os organizadores, em comunicado.

Cerca de 30.000 corredores deveriam participar do evento. A maratona de Wuhan, que iria contar com 26 mil participantes, e originalmente marcada para o último domingo, também foi cancelada pelos mesmos motivos.

Pequim vai marcar os 100 dias que antecedem as Olimpíadas de Inverno na quarta-feira. Os organizadores admitiram no início deste mês que “enfrentam grande pressão” devido à covid-19.

As autoridades estão a trabalhar para conter o contágio, através de medidas de confinamento localizadas e testes em massa entre os residentes das zonas afetadas.

As autoridades anunciaram a suspensão de viagens organizadas nas cinco regiões onde foram detetados casos, incluindo Pequim. Algumas cidades também suspenderam os serviços de autocarro e táxi.

25 Out 2021

Sismo de 6,5 de magnitude registado em Taiwan

Um sismo de magnitude de 6,5 na escala aberta de Richter foi hoje registado no nordeste de Taiwan, anunciou a agência de meteorologia da ilha. Os habitantes da capital, Taipé, disseram ter sentido fortemente o abalo, ocorrido pelas 13:11, indicou a agência.

O epicentro localizou-se no condado de Yilan, a cerca de 61 quilómetros da capital, Taipé, acrescentou. O sismo, que se prolongou por cerca de dez segundos, ocorreu a uma profundidade de 67 quilómetros.

Taiwan é regularmente atingida por sismos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas.

Em 2018, a cidade de Hualien, um dos centros turísticos da ilha, foi atingida por um sismo de 6,4 de magnitude, o qual causou 17 mortos e perto de 300 feridos.

Em setembro de 1999, um sismo de 7,6 de magnitude fez cerca de 2.400 mortos, na catástrofe natural mais mortífera da história da ilha. Em dezembro do ano passado, um terramoto de 6,2 não causou danos ou vítimas.

24 Out 2021

China | Adiada maratona de Wuhan devido a aumento de casos de covid-19

A maratona de Wuhan, que devia realizar-se hoje, foi adiada devido aos receios crescentes de ressurgimento da covid-19 na China, à medida que se aproximam os Jogos Olímpicos de inverno de 2022, em Pequim. Na últimas 24 horas, a Comissão de Saúde da China detetou 26 infeções locais no país.

Pequim vai assinalar na quarta-feira os 100 dias que antecedem os Jogos Olímpicos de inverno, com início marcado para 04 de fevereiro, tendo os organizadores admitido, no início deste mês, estarem sob “grande pressão” devido à covid-19.

As autoridades estão a tentar conter os casos, procedendo a testes em massa dos residentes das localidades afetadas e confinamentos seletivos.

Mas perante o aumento do número de casos, a organização da maratona de Wuhan, onde foi identificada a doença em final de 2019, decidiu adiar a prova “para prevenir o risco de propagação da epidemia”, de acordo com um comunicado divulgado no final da semana.

O evento devia contar com 26 mil participantes, entre as provas da maratona e da meia maratona, noticiaram os meios de comunicação estatais.

Contactada pela agência de notícias France-Presse, a organização da maratona de Pequim, prevista para o próximo domingo, não adiantou se iria manter a prova.

A China reduziu drasticamente o número de infeções no país graças a campanhas maciças de testes e ao encerramento das fronteiras.

24 Out 2021

Crise obriga China a liberalizar sector eléctrico para atingir descarbonização, diz especialista

A actual crise de energia que a China enfrenta vai obrigar o país a acelerar as reformas no setor elétrico, apontou um especialista à agência Lusa, frisando a urgência em adoptar medidas para reduzir as emissões.

“O que me parece é que, com esta crise, a China vai ter que acelerar o processo de reforma do setor elétrico e do setor energético”, diz Renato Roldão, especialista português em alterações climáticas a viver em Pequim desde 2008, e atual vice-presidente da consultora norte-americana Inner City Fund (ICF) International para a China e Europa.

“Algumas pessoas dizem que esta é, de facto, uma das primeiras crises deste momento de transição para fontes de energia renovável”, frisa.

No caso da China, a reforma passa por liberalizar os preços da eletricidade para as indústrias, pondo fim aos limites impostos pelos reguladores, e acrescentar custos consoante as emissões de carbono da fonte utilizada na geração de energia, explica Roldão.

“Nessas situações, a forma de despacho na eletricidade é diferente, ou seja, o que chamamos em Portugal a ordem de mérito”, descreve.

Neste cenário, os preços adicionais cobrados pela emissão de gases com efeito de estufa encarecem o carvão, relativamente ao gás natural, e este último em relação às renováveis.

O carvão, que é a fonte de energia mais poluente, continua a fornecer cerca de 60% da produção de eletricidade da China.

Nas últimas semanas, o país asiático enfrentou cortes de energia, que interromperam a produção industrial em várias províncias importantes.

Entre as razões apontadas para esses cortes estão a recuperação económica global, que pressiona as fábricas a aumentar a produção, os limites da produção de carvão impostos pelos objetivos para o clima e a existência de um preço regulado da eletricidade.

O Governo chinês anunciou recentemente uma desregulação parcial dos preços da eletricidade vendida aos fabricantes, numa altura em que a subida de preço do carvão tornou a produção de energia economicamente inviável para as empresas.

O país pediu ainda às minas de carvão que aumentem a produção diária, para um mínimo de 12 milhões de toneladas – um valor recorde. Várias províncias chinesas têm também prosseguido com a construção de novas unidades fabris termoelétricas a carvão.

O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou, no entanto, no mês passado, na Assembleia das Nações Unidas, os compromissos chineses para o clima: neutralidade carbónica “antes de 2060” e atingir o pico das emissões “antes de 2030”.

“É um efeito do tipo ‘yo-yo’”, nota Roldão, que acrescenta: “Há alturas em que dizem que são as províncias que autorizam novas construções. Outras vezes, é o governo central que diz: ‘não, agora, somos nós que controlamos isto, porque está um bocado descontrolado, vamos controlar o número da nova capacidade instalada’”.

No conjunto, no entanto, o especialista considera que, entre usinas que encerraram e outras abertas recentemente, a capacidade instalada não aumentou.

Sobre a COP26, a conferência do clima que se realiza em Glasgow, na Escócia, entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro, Renato Roldão diz não ter “grandes expectativas”.

“Esta [conferência] devia gerar um aumento da ambição dos países. Era importante que se fizessem de facto anúncios de coisas concretas e não só anúncios políticos vazios”, observa.

“No entanto, fala-se muito, muito, e vê-se pouca ação”, realça. Roldão adverte: “Estamos a ficar sem tempo”.

“Continuamos sempre a dizer isto: temos pouco tempo, mas começámos agora, ainda pode dar, temos que fazer mais. No ano a seguir, continuamos a dizer a mesma coisa, mas o tempo está a passar e nós não estamos a alterar a forma de produzir e consumir nos vários níveis, de maneira a alinhar com os objetivos”, frisa.

22 Out 2021

Covid-19 | China cancela centenas de voos domésticos após diagnosticar dezenas de casos

A China cancelou ontem centenas de voos, encerrou escolas e intensificou os testes em algumas áreas, após ter descoberto surtos de covid-19 ligados a um grupo de turistas.

O país mantém uma política de “tolerância zero” com o vírus, incluindo a limitação drástica de entradas no seu território, quarentenas obrigatórias, medidas de confinamento e testes em massa assim que surgem alguns casos.

A utilização de aplicações móveis também permite rastrear o movimento de cada indivíduo.

Estas medidas permitiram à China retomar a atividade social e económica numa fase prematura da pandemia. No espaço de mais de um ano, o país registou apenas duas mortes. No entanto, casos esporádicos são identificados regularmente.

A China registou nos últimos dias algumas dezenas de casos de covid-19, todos vinculados a um casal de idosos que participou de uma viagem organizada.

De Xangai, seguiram para a antiga capital Xi’an, no noroeste do país e, a seguir, para a província de Gansu e para a Mongólia Interior, no norte.

Em resposta, as autoridades locais fecharam locais turísticos, escolas e locais de entretenimento. Eles também impuseram bloqueios a certos bairros e ordenaram a realização de testes em massa.

Os aeroportos das regiões afetadas cancelaram centenas de voos, de acordo com o site especializado VariFlight.

Cerca de 60% das partidas programadas para os aeroportos de Xi’an e Lanzhou, que têm uma população de cerca de quatro milhões, foram canceladas. Lanzhou, a capital de Gansu, também aconselhou os seus habitantes a não deixarem a cidade. A Comissão de Saúde da China relatou esta quinta-feira 13 novos casos de covid-19 em todo o país.

22 Out 2021

Coreia do Sul lança com êxito o seu primeiro foguetão espacial

A Coreia do Sul lançou hoje o seu primeiro foguetão de fabrico próprio, segundo as imagens transmitidas pela televisão, tornando-se o décimo país do mundo com capacidade para desenvolver e lançar veículos espaciais.

O veículo coreano de lançamento de satélites, chamado Nuri, foi lançado do centro espacial Naro, em Goheung, no sul do país, às 17:00 locais.

O Instituto de Investigação Aeroespacial da Coreia (KARI) confirmou que o Nuri colocou com éxito na órbita terrestre, um satélite simulado de 1,5 toneladas ao alcançar 700 quilómetros de altitude cerca de 16 minutos depois de descolar.

Cerca de 30 empresas sul-coreanas participaram no desenvolvimento do Nuri, que demorou uma década a ser desenvolvido e custou dois triliões de won. Com seis motores de combustível líquido, pesa 200 toneladas e tem 47,2 metros de comprimento.

A Coreia do Sul é a 12.ª maior economia do mundo e um dos países mais avançados tecnologicamente, com o maior fabricante mundial de smartphones e chips Samsung Electronics.

O país ficou para trás na corrida à conquista do espaço, que a União Soviética liderou com o lançamento do primeiro satélite em 1957, seguido de perto pelos Estados Unidos.

Ásia, China, Japão e Índia desenvolveram programas espaciais avançados, e a Coreia do Norte é o mais recente participante no clube de países capazes de lançar um satélite.

Os primeiros dois lançamentos da Coreia do Sul, em 2009 e 2010, com tecnologia russa, foram um fracasso. O segundo foguetão explodiu após dois minutos de voo, com Seul e Moscovo a culparem-se mutuamente. Em 2013, o terceiro lançamento foi um êxito.

O negócio do lançamento de satélites está cada vez mais nas mãos de empresas privadas, como a SpaceX de Elon Musk, cujos clientes incluem a agência espacial norte-americana NASA e as forças armadas sul-coreanas. A Coreia do Sul pretende aterrar uma sonda na Lua até 2030.

21 Out 2021

Acções da construtora chinesa Evergrande afundam após voltarem a ser negociadas

As acções da construtora chinesa Evergrande tombaram hoje, com a retomada da negociação na Bolsa de Valores de Hong Kong, depois de a empresa ter revelado que o plano para vender a sua divisão de serviços imobiliários falhou.

As ações da Evergrande caíram até 13,6%, após o fim da suspensão de duas semanas, enquanto as ações da afiliada Evergrande Property Services, que também foram congeladas durante o mesmo período, caíram até 10,2%. As ações da Evergrande New Energy Vehicle, a subsidiária de veículos elétricos que negociou em Hong Kong sem interrupção nas últimas semanas, caíram até 14%.

A construtora de imobiliário mais endividada do mundo interrompeu a negociação das suas ações e da sua unidade de serviços imobiliários em 04 de outubro. A Evergrande Property Services informou na altura, que esperava uma “possível oferta” pelas suas acções.

Durante a suspensão, a Evergrande não comentou as perspectivas da transação, nem sobre cinco pagamentos de juros sob títulos de dívida emitidos em dólares, que falhou. No total, aquele valor ascende a 275 milhões de dólares.

A queda ocorre pouco depois de a empresa anunciar que não conseguiu vender 50,1% do capital de uma das suas subsidiárias a outra imobiliária chinesa, a Hopson. O negócio podia ter rendido 2,2 mil milhões de euros à Evergrande.

O preço das ações da Evergrande caiu mais de 80%, este ano, representando uma perda superior a 190 mil milhões dólares, em capitalização de mercado. A Evergrande disse que o negócio foi interrompido porque “tinha motivos para acreditar” que o comprador “não cumpriu o pré-requisito” para fazer a oferta.

A Hopson referiu em comunicado que estava “preparada para concluir a venda”, mas que não quis pagar diretamente pelas ações, até que as obrigações entre esta última e a Evergrande fossem liquidadas.

A construtora chinesa, que enfrenta passivos de quase 260 mil milhões de euros tem lutado para lidar com uma crise de liquidez que gerou preocupações sobre a saúde do setor imobiliário da China.

21 Out 2021

China quer reduzir preço do carvão num período de escassez de energia

O Governo chinês está a ponderar intervir para reduzir o preço do carvão, cujo aumento está a contribuir para cortes no fornecimento de energia no país e a abrandar a recuperação da segunda maior economia do mundo.

O forte aumento no custo das matérias-primas, em particular do carvão, do qual a China depende para abastecer fábricas, levou já ao racionamento de eletricidade e elevou os custos de produção para as empresas.

Para aliviar a pressão, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR) chinesa, órgão máximo de planeamento económico do país, admitiu a possibilidade de intervir para reduzir os preços do carvão.

“O atual aumento dos preços desvia-se completamente dos fundamentos da oferta e procura”, apontou, em comunicado. A agência “vai usar todos os meios necessários […] para trazer os preços do carvão de volta a uma faixa razoável”, garantiu.

A mesma fonte não especificou quais as medidas que podem ser adoptadas. O carvão, fonte de energia particularmente poluente, fornece cerca de 60% da produção de eletricidade na China.

Nas últimas semanas, o país enfrentou cortes de energia que interromperam a produção industrial em importantes províncias do país.

A CNDR também pediu que as minas de carvão aumentem a produção diária para um mínimo de 12 milhões de toneladas. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu que o país vai começar a reduzir as emissões antes de 2030.

Para aliviar a escassez de energia, o Governo chinês autorizou, na semana passada, um aumento excecional dos preços da eletricidade, para permitir que os produtores possam enfrentar a subida nos custos.

Na China, os preços da eletricidade são regulados e não podem oscilar mais ou menos de 10% em relação ao valor padrão. O limite foi aumentado para 20% para as empresas, mas não há limite para setores intensivos em energia, como a produção de aço.

20 Out 2021

Preços das casas novas caem pela primeira vez na China desde 2015

Os preços das casas novas na China registaram, em setembro, a primeira queda intermensal desde abril de 2015, segundo dados oficiais divulgados hoje, numa altura em que várias construtoras chinesas enfrentam problemas de liquidez.

Dados do Gabinete Nacional de Estatísticas revelaram que os preços das casas novas caíram em mais de metade das 70 cidades pesquisadas, em comparação com agosto.

A análise feita pelo banco de investimento Goldman Sachs apurou um declínio de 0,5% nos preços, após incluir ajustes sazonais.

Os dados vão aumentar a pressão sobre a liderança chinesa, que está a tentar regular o vasto setor imobiliário do país, mas enfrenta inadimplências crescentes e atividade mais lenta, num setor que tem sido crucial para o crescimento económico nos últimos anos.

Os preços das casas novas subiram 3,8%, em termos homólogos, mas a queda mensal segue a divulgação de dados dececionantes relativos ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no terceiro trimestre.

Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim visando reduzir a alavancagem no setor.

As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo.

A campanha resultou já numa crise de liquidez na construtora Evergrande, que falhou o pagamento de vários títulos de dívida emitidos além-fronteiras.

Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, a queda deve-se também ao excesso de imóveis no inventário das imobiliárias, o que obrigou a baixar os preços.

O jornal cita o diretor da consultora E-House China, Yan Yuejin, que garantiu que o mercado imobiliário chinês passou de uma situação de “superaquecimento” para “superarrefecimento”.

As reformas no setor fazem parte de uma série de medidas ambiciosas do Presidente chinês, Xi Jinping, à medida que se aproxima do final do segundo mandato, e que se alarga aos setores tecnologia e ensino.

Além de restringir o crédito, o Governo introduziu este ano limites aos empréstimos hipotecários e pode, em breve, iniciar um imposto sobre a propriedade, para conter a especulação.

“No primeiro semestre deste ano, muitas pessoas acreditavam que as restrições imobiliárias seriam temporárias”, notou Ting Lu, economista-chefe do grupo financeiro Nomura para a China.

“À medida que o Governo chinês revelou cada vez mais determinação nas restrições impostas ao imobiliário, as expectativas das famílias chinesas em relação aos preços das casas mudaram”, descreveu.

“Eles podem ter deixado de acreditar que o preço das suas casas vai aumentar para sempre”, acrescentou. “Isso é muito, muito importante”.

20 Out 2021

Guerra entre Taiwan e China em 2022 é improvável, diz chefe de segurança taiwanês

As hipóteses de uma guerra entre a China continental e Taiwan em 2022 são “muito baixas”, defendeu hoje o diretor geral do Gabinete Nacional de Segurança taiwanês, Chen Ming-Tong, segundo a agência de notícias da ilha CNA.

Embora “haja vários eventos aos quais é preciso estar atento”, Chen previu que “não haverá problemas” durante o resto do mandato da Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que decorre até 2024.

Como exemplo de “eventos inesperados” que podem surgir em qualquer momento, Chen mencionou a pandemia de covid-19.

Além disso, aproveitou a ocasião para acusar o Presidente chinês, Xi Jinping, de tomar um rumo cada vez mais “autoritário e totalitário” e de pôr em perigo a “liberdade e a democracia”.

As incursões de aviões chineses da Zona de Identificação de Defesa Aérea taiwanesa no início de outubro fizeram com que as relações entre Taipé e Pequim atravessassem o “seu pior momento em quatro décadas”, de acordo com o ministro da Defesa da ilha, Chiu Kuo-cheng.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

Os Presidentes da China e Taiwan, Xi Jinping e Tsai Ing-wen, reiteraram este mês as posições opostas sobre a ambição de Pequim de “reunificar” a República Popular com a ilha, que considera uma província rebelde.

Xi Jinping que, ao contrário de outras ocasiões insistiu numa “reunificação pacífica”, disse que aqueles que “traem a pátria e procuram dividir o país serão desprezados pelo povo e condenados pela história”.

Por seu lado, Tsai rejeitou a ideia e afirmou que Pequim “não oferece, nem um estilo de vida livre e democrático para Taiwan, nem soberania para os seus 23 milhões de habitantes”.

20 Out 2021

NATO | Organização quer mudanças para lidar com ascensão da China

O secretário-geral da NATO disse numa entrevista ao jornal Financial Times que lidar com a “ameaça à segurança” que acarreta a ascensão da China vai ser parte importante do futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Numa entrevista ontem publicada, Jens Stoltenberg referiu que a ascensão do país asiático já está a ter impacto na segurança europeia, face às suas capacidades cibernéticas, novas tecnologias e mísseis de longo alcance.

Como defender os aliados dessas ameaças vai ser abordado de forma “integral” na nova doutrina da aliança para a próxima década, apontou.

“A NATO é uma aliança da América do Norte com a Europa. Mas esta região enfrenta desafios globais: terrorismo, cibersegurança, mas também a ascensão da China. Portanto, quando se trata de fortalecer a nossa defesa colectiva, trata-se também de como lidar com a ascensão da China”, disse Stoltenberg, citado pelo Financial Times.

A NATO vai adoptar o seu novo conceito estratégico numa cimeira marcada para o Verão de 2022, que delineará o propósito da aliança para os próximos 10 anos. A versão actual, adoptada em 2010, não contém qualquer referência à China.

19 Out 2021