China quer mais parcerias e cooperação com Portugal

O embaixador chinês em Portugal afirmou ontem que a China pretende desenvolver as “excelentes” relações de cooperação e as parcerias com Portugal, que têm registado uma “boa tendência de desenvolvimento”, com “grande intensidade e com resultados promissores”.

Zhao Bentang falava ao abrir a 3.ª Conferência Internacional de Cooperação Portugal-China, que decorre até esta quarta-feira presencial e virtualmente a partir da sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Lisboa, e cujos temas dizem respeito à cooperação económica, social, científica e tecnológica.

Na iniciativa promovida pela União das Associações de Cooperação e Amizade Portugal-China e pelo Observatório da China, que conta com a presença do ministro do Mar português, Ricardo Serrão Santos, e do secretário de Estado para a Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, o embaixador da China em Lisboa enfatizou o facto de Portugal ser “um parceiro endógeno” de Pequim.

“Tendo como ponto importante o reforço da Rotas da Seda, quer terrestre quer marítima, Portugal é um parceiro endógeno dessa construção. Há centenas de anos, os corajosos portugueses navegaram ao longo da Rota da Seda marítima para o Oriente, abrindo a porta para o comércio marítimo. Nos últimos anos, Portugal tem estado a participar activamente na construção desta nova fase económica, dando continuidade a este capítulo maravilhoso da conversão das relações”, salientou Bentang.

Sempre a crescer

O diplomata chinês destacou que Portugal foi um dos 57 países fundadores do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII) e dos primeiros Estados europeus a assinar documentos de cooperação em construção de infraestruturas com a China, o que tem permitido trazer benefícios multilaterais e com países terceiros.

“A China é o maior parceiro comercial de Portugal na Ásia, bem como o maior destino das exportações de carne de porco portuguesa. Nos primeiros nove meses deste ano, o volume comercial aumentou e atingiu os 6.387 milhões de dólares, um valor superior ao de todo o ano de 2019. O investimento directo da China em Portugal este ano aumentou 47,76 por cento”, exemplificou.

“Nos últimos anos, as relações sino-portuguesas têm apresentado uma boa tendência de desenvolvimento e, através de um diálogo de alto nível, a cooperação tem sido muito intensa, com resultados promissores e uma cooperação estreita ao nível multilateral”, acrescentou, realçando a criação, em menos de seis meses, de uma nova parceria estratégica.

Bentang destacou também que, a 27 de Agosto passado, o Presidente da China, Xi Jinping, manteve “mais uma conversa telefónica” com Marcelo Rebelo de Sousa, tendo ficado acordado um “reforço estável e sustentável da cooperação bilateral”.

“Nos últimos oito anos, desde o lançamento da iniciativa da nova Rota [da Seda], o crescimento da cooperação em Portugal tem trazido muitos benefícios económicos e bilaterais, assim como resultados em mercados terceiros”, salientou.

Nesse sentido, Bentang indicou que quer Marcelo Rebelo de Sousa quer o primeiro-ministro português, António Costa, expressaram em várias ocasiões a vontade de reforçar a cooperação com a China no âmbito da Rota da Seda e de “criar maiores sinergias e eficácia nas estratégias de desenvolvimento”.

15 Dez 2021

Putin e Xi Jinping reúnem-se na quarta-feira para discutir questões bilaterais

O Presidente chinês, Xi Jinping, e o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, vão reunir-se esta quarta-feira, por meios virtuais, para discutirem relações bilaterais e questões internacionais, incluindo as tensões entre Moscovo e o Ocidente.

Nas últimas semanas agravou-se a situação política e diplomática entre Moscovo e o Ocidente devido à presença de milhares de tropas russas junto à fronteira entre a Rússia e a Ucrânia.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, referiu-se à cimeira, mas não detalhou os tópicos da reunião marcada para quarta-feira.

“Os dois chefes de Estado vão abordar as relações entre a China e a Rússia, este ano, e a cooperação em várias áreas”, disse Wang Wenbin numa conferência de imprensa em Pequim.

Wang acrescentou que os dois líderes vão “determinar, ao mais alto nível, os desenvolvimentos para as relações bilaterais no próximo ano”.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou Vladimir Putin, numa reunião realizada na semana passada, que a Rússia pode vir a enfrentar pesadas sanções, com efeitos na economia, se Moscovo invadir a Ucrânia.

De acordo com declarações de Yuri Ushakov, conselheiro do Kremlim, Putin respondeu que “as tropas russas estão no próprio território e que não ameaçam ninguém”.

Nos últimos anos, a República Popular da China e a Rússia incrementaram medidas relativas à política externa para enfrentarem o domínio internacional (político e económico) dos Estados Unidos. Moscovo e Pequim enfrentam sanções devido à política interna.

No caso da República Popular da China, as medidas sancionatórias estão relacionadas com os abusos cometidos contra as minorias étnicas e religiosas, sobretudo na província de Xinjiang (noroeste), e a repressão conduzida pelo regime comunista contra os ativistas pró-democracia na região administrativa especial de Hong Kong.

Pequim e Washington mantêm divisões nas áreas das relações comerciais e tecnologia, bem como sobre Taiwan, ilha autónoma que os Estados Unidos não reconhecem como um país independente, mas que encaram como um modelo democrático face à China.

Wang concluiu que o encontro bilateral entre Xi Jinping e Vladimir Putin prevê fortalecer os laços de confiança mútua entre os dois países.

13 Dez 2021

Turismo | Trip.com quer levar turistas de ‘alta gama’ para Portugal

O gigante de viagens chinês espera que a pandemia esteja mais controlada em 2022, com cerca de 90 por cento da população chinesa vacinada, para atacar o mercado europeu e investir em Portugal

 

A directora executiva da Trip.com Group, uma das maiores agências de viagens do mundo, afirmou à Lusa que assim que a pandemia estabilizar pretende enviar ‘clientes de alta gama’ para Portugal e que tenciona investir no país.
“Estamos muito avançados na preparação da recuperação [da pandemia] para enviar clientes para a Europa e Portugal” disse Jane Jie Sun, em entrevista à Lusa à margem de um evento realizado em Macau.

A responsável do grupo proprietário de empresas de viagens online como a Skyscanner, Trip.com, MakeMyTrip, Qunar, Ctrip.com, entre outras, explicou ainda que “a maioria dos países europeus quer muito atrair turistas chineses porque o poder de compra é muito forte”.

Apesar de toda esta confiança, existe um entrave que está a atrasar a chegada de visitantes chineses à Europa: as quarentenas no regresso a ‘casa’.

A China permanece praticamente isolada na política de casos zero covid-19 e impõe fortes restrições fronteiriças e elevadas quarentenas a quem queira regressar ao país.

Ainda assim, Jane Jie Sun mostrou-se relativamente confiante de que esta situação poderá ser alterada em 2022, mas que “tudo depende do controlo do vírus”.

“Se conseguirmos [China] chegar ou ultrapassar 85 por cento ou 90 por cento [de vacinados], se a terceira dose for eficaz e se a taxa de mortalidade estiver sob controlo, há possibilidades”, frisou.

Até lá, garantiu, a empresa tem uma equipa de pesquisa a explorar locais e ‘resorts’ para a chegada de clientes da China.

“A Europa tem muitas boutiques hotéis e resorts lindos e nós queremos garantir que todos estes hotéis e resorts estejam disponíveis aos nossos clientes na China”, sublinhou.

Em campanha

Em Portugal essa pesquisa também está a ser feita, e quando questionada pela Lusa sobre se o grupo estava a pensar investir em Portugal, a resposta foi pronta: ‘Claro’.

A prova deste compromisso por parte do grupo com Portugal ficou patente com o lançamento, este mês, de uma campanha conjunta com Turismo de Portugal.

Em resposta à Lusa, o Turismo de Portugal explicou que a campanha “vocacionada inteiramente para o segmento digital, em particular para os dispositivos móveis” tem como foco “essencialmente para ‘millennials’ e ‘genZ’ chineses e, geograficamente, privilegiando as principais cidades chinesas emissoras de turistas, nomeadamente Pequim, Xangai, Cantão, Chengdu, Chongqing, entre outras”.

O objectivo, detalhou o Turismo de Portugal, passa por “manter Portugal como ‘top of mind’ dos consumidores chineses para quando as viagens forem possíveis novamente”.

Segundo dados oficiais disponibilizados à Lusa, “em 2020, fruto do contexto pandémico, a China foi o 13.º maior mercado externo em hóspedes e o 17.º em dormidas para Portugal, com quotas de, respectivamente, 1,5 por cento e 0,8 por cento.

“Em relação às receitas turísticas, a China ocupou o 18.º lugar com 57,8 milhões de euros, que representaram 0,7 por cento face ao total e um decréscimo, face a 2019, de 74,3 por cento”, acrescentaram.

Enquanto se espera que a pandemia esteja controlada, a aposta da empresa tem sido o turismo doméstico na China continental e Macau.

As reservas de hotéis domésticos e de bilhetes de avião na China continental registaram um crescimento de dois dígitos no segundo trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período em 2019, lê-se num comunicado da empresa.

“No Trip.com, do Grupo Trip.com, as reservas globais de hotéis domésticos aumentaram mais de 160 por cento no terceiro trimestre de 2021 em comparação com o terceiro trimestre de 2019”, acrescentou o grupo.

13 Dez 2021

Laboratório sino-português junta-se à iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota

O Ministério da Ciência e Tecnologia da China anunciou que um laboratório sino-português, dedicado ao desenvolvimento de tecnologia para vigiar a saúde dos oceanos, passou a fazer parte da iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota.

De acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira, o Laboratório Conjunto Sino-Português de Tecnologia Espacial e Marítima (STARLab) recebeu a distinção, através de videoconferência.

O STARLab é um projeto conjunto da Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal e da Academia para a Inovação em Microssatélites da Academia Chinesa de Ciências (IAMCAS, na sigla em inglês).

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal referiu à Lusa que o laboratório partiu de um acordo de cooperação científica e tecnológica assinado durante a visita do líder chinês, Xi Jinping, a Lisboa, em 2018.

Segundo o Xinmin Evening News, Zhang Yonghe, diretor da IAMCAS, disse que o laboratório está a estudar as mudanças climáticas, as correntes no oceano profundo e a saúde dos ecossistemas marinhos.

O objetivo do STARLab é criar tecnologia que permita não apenas monitorizar e proteger os oceanos, mas também promover o desenvolvimento sustentável da economia marítima, acrescentou o académico.

O laboratório tem servido de plataforma para a cooperação com universidades e instituições de investigação de Portugal, disse o vice-diretor principal da IAMCAS, Lin Baojun, citado pelo diário estatal chinês.

Quase 40 representantes de universidades e instituições de investigação científica da China e Portugal participaram no seminário de terça-feira, disse o ministério da Ciência e Tecnologia chinês.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, Manuel Heitor, e o seu congénere chinês, Wang Zhigang, encontraram-se também na terça-feira, de forma virtual.

Durante a reunião de trabalho, Manuel Heitor apelou a um maior intercâmbio de estudantes e investigadores científicos entre Portugal e a China.

Já Wang Zhigang defendeu que, desde 2018, tem havido “progresso substancial” na cooperação bilateral em áreas como as mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e proteção do património cultural.

Ambos os ministros apelaram a um reforço do papel de Macau na cooperação científica e tecnológica entre Portugal e China.

O polo do STARLab em Portugal foi inaugurado nas Caldas da Rainha em julho de 2019, numa parceria público-privada que do lado português incluía a empresa aeroespacial Tekever e o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto.

O projeto previa o lançamento para o espaço do microssatélite português “Infante”, para recolher dados marítimos e da superfície terrestre, até ao final de 2021.

Em abril de 2021, fonte da Tekever disse à Lusa que o “Infante” deveria ficar pronto em outubro, mas que deixou de ter data para ser enviado para o espaço.

10 Dez 2021

Magnata dos media Jimmy Lai condenado por participar em vigília de Tiananmen

O magnata dos ‘media’ de Hong Kong Jimmy Lai e mais duas ativistas pró-democracia foram hoje condenados pela participação numa vigília de homenagem às vítimas do massacre de Tiananmen, proibida pelas autoridades.

Jimmy Lai, de 74 anos, proprietário do agora encerrado jornal pró-democracia Apple Daily, foi condenado pelo tribunal distrital por incitar e participar na manifestação, considerada ilegal, juntamente com a antiga jornalista Gwyneth Ho e a advogada de direitos humanos Chow Hang-tung, segundo a agência France-Presse (AFP).

As autoridades de Hong Kong acusaram cerca de 20 políticos e ativistas pró-democracia, após uma vigília realizada no ano passado para homenagear as vítimas da mortífera repressão de Pequim, em 1989.

Lai, Chow Hang-tung e Gwyneth Ho, que se tinham declarado inocentes, são os últimos a conhecer o veredicto.

Os três já se encontram presos, após terem sido condenados por outras acusações, tal como dezenas de outros ativistas, enfrentando ainda processos ao abrigo da draconiana lei da segurança nacional, que Pequim impôs a Hong Kong no ano passado, na sequência dos protestos de 2019.

Há mais de três décadas que dezenas de milhares de pessoas se reuniam no Victoria Park, em Hong Kong, a 04 de junho, para participar em vigílias para recordar o massacre na Praça Tiananmen, na China.

Estes encontros, com palavras de ordem a favor da democracia na China, tornaram-se um símbolo das liberdades políticas de que deveria gozar o território semi-autónomo.

Este ano, Pequim deixou claro que já não tolerará as comemorações de Tiananmen em Hong Kong e Macau, onde também se realizaram vigílias até recentemente.

Há alguns meses, 16 políticos e ativistas, incluindo Joshua Wong, foram condenados a penas entre seis e dez meses de prisão pela participação na vigília em 2020.

9 Dez 2021

Covid-19 | China aprova tratamento com anticorpos produzido no país

A China deu luz verde a um tratamento com anticorpos contra a covid-19 desenvolvido no país, dois anos após o aparecimento da doença, numa altura em se registam novos surtos. Num aviso publicado na quarta-feira, a Agência Nacional dos Medicamentos disse que concedeu “aprovação de emergência” para um tratamento chinês à base de anticorpos monoclonais.

Os anticorpos monoclonais ligam-se à proteína ‘spike’ do coronavírus, reduzindo a sua capacidade de entrar em células humanas. O tratamento, administrado por injeção, foi desenvolvido conjuntamente pela prestigiada Universidade Tsinghua, em Pequim, o Hospital No.º 3, em Shenzhen (sul), e a empresa Brii Biosciences.

Os ensaios clínicos mostram que o tratamento pode reduzir em 80% as admissões hospitalares e o risco de morte em pacientes frágeis, segundo a Universidade de Tsinghua.

De acordo com relatos da imprensa local, o tratamento tem sido utilizado em doentes infetados em surtos recentes. A China reportou 83 novas infeções em todo o país nas últimas 24 horas.

O país asiático, onde a epidemia foi descoberta, no final de 2019, praticamente erradicou o contágio, recorrendo a medidas radicais: encerramento das fronteiras, controlo rigoroso das viagens e confinamentos estritos.

Apesar disso, o país tem vindo a sofrer surtos localizados nos últimos meses, embora com números muito inferiores aos de outros países.

A China, que não autoriza quaisquer vacinas estrangeiras, afirma ter vacinado mais de 70% da população com vacinas produzidas localmente.

O país tem várias vacinas nacionais com taxas de eficácia mais baixas do que as desenvolvidas no estrangeiro. Duas vacinas dos fabricantes Sinovac e Sinopharm são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

9 Dez 2021

Jornalista filipino morto a tiro enquanto via televisão numa loja

Um jornalista filipino foi morto a tiro quando estava a ver televisão numa loja, em mais um ataque contra repórteres, num país considerado como um dos mais perigosos do mundo para jornalistas.

Jesus Malabanan, de 58 anos, correspondente do jornal Manila Standard, morreu enquanto era transportado para o hospital, depois de ter sido baleado na cabeça por um motociclista, na quarta-feira à noite, na cidade de Calbayog, na província de Samar, disseram hoje as autoridades, citadas pela Associated Press (AP). Os suspeitos fugiram, estando em curso uma investigação policial.

Dezenas de jornalistas foram mortos durante o Governo de Rodrigo Duterte e dos seus predecessores. Em novembro de 2009, membros de um poderoso clã político mataram a tiro 57 pessoas, incluindo 32 trabalhadores dos ‘media’, numa execução no sul da província de Maguindanao.

Em 2019, um tribunal das Filipinas condenou à pena máxima de 40 anos de prisão os mentores do massacre político no sul do país.

Após um julgamento de dez anos, Andal Ampatuan Junior, filho do governador da província de Maguindanao, e outros membros do seu clã familiar e político, foram condenados pelo homicídio das 57 pessoas, incluindo 32 jornalistas, durante a emboscada no sul do país.

A nível mundial, 24 repórteres foram mortos este ano no exercício da profissão, tendo mais 18 morrido em circunstâncias “demasiado opacas para determinar se eram visados”, de acordo com o relatório anual do Comité para a Proteção de Jornalistas (CPJ), divulgado hoje.

De acordo com o organismo, o total de jornalistas detidos no exercício da profissão atingiu este ano um novo recorde, com 293 jornalistas presos, com a China a registar o maior número (50) pelo terceiro ano consecutivo.

9 Dez 2021

Pequim condena países que boicotam Jogos Olímpicos de Inverno de 2022

A República Popular da China disse hoje que os quatro países – Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá – “vão pagar o preço” pelo anunciado boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022.

Os quatro países que vão enviar atletas sem acompanhamento de responsáveis oficiais “vão pagar o preço” da decisão que tomaram, considerou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Wang Wenbin.

Os Estados Unidos, a Austrália, o Reino Unido e o Canadá anunciaram, quarta-feira, o boicote diplomático à competição internacional posicionando-se desta forma contra os atentados aos direitos humanos na República Popular da China.

“Os Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá utilizaram o ‘palco olímpico’ com intenções de manipulação política. Isto é impopular e equivale ao isolamento. Eles vão inevitavelmente pagar o preço por esse mau movimento”, acrescentou Wang Wenbin.

O porta-voz diplomático afirmou ainda que Pequim não vai enviar convites aos países “em questão”. “Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim vão ser um sucesso”, afirmou.

“O desporto nada tem que ver com a política. Os Jogos Olímpicos são uma grande reunião de atletas e de amantes do desporto e não um palco para os políticos darem espetáculo”, disse ainda o porta-voz.

Os Jogos Olímpicos de Inverno 2022 vão decorrer em Pequim a partir do próximo dia 04 de fevereiro.

Devido à situação pandémica e às restrições impostas por Pequim contra a propagação do covid-19 poucos chefes de Estado devem marcar presença na abertura das olimpíadas de inverno.

Mesmo assim, o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, já confirmou a deslocação, após o convite do homólogo chinês. A França anunciou entretanto que não vai boicotar diplomaticamente os jogos.

9 Dez 2021

Myanmar | Tropas queimam vivas 11 pessoas em aparente retaliação

Militares de Myanmar (ex-Birmânia) invadiram uma pequena vila do noroeste do país e detiveram civis que, posteriormente, foram queimados vivos, numa aparente retaliação a um ataque a um comboio militar, disseram hoje testemunhas e outras fontes.

De acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), um vídeo do ataque – realizado na terça-feira – mostra os corpos carbonizados de 11 vítimas, algumas delas provavelmente adolescentes, colocados em círculo junto ao que parecem ser os restos de uma cabana no vilarejo de Done Taw, na região de Sagaing.

A indignação espalhou-se à medida que as imagens foram compartilhadas nas redes sociais, naquele que parece ser o mais recente ataque de militares birmaneses para tentar reprimir a resistência antigovernamental cada vez maior após o golpe militar realizado pelo exército a 01 fevereiro.

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) pediu hoje que a comunidade internacional assegure que os comandantes que deram a ordem sejam incluídos nas listas de sanções direcionadas e que, de forma mais ampla, os esforços sejam intensificados para cortar qualquer fonte de financiamento aos militares.

“Os nossos contactos estão a dizer que eram apenas rapazes e jovens aldeões que foram apanhados no lugar errado na hora errada”, disse uma porta-voz da HRW, Manny Maung.

Acrescentou que incidentes semelhantes têm ocorrido regularmente, mas que este foi filmado.

As imagens não puderam ser verificadas de forma independente, mas um relato feito à AP por uma pessoa que alegadamente esteve presente quando as imagens foram gravadas corresponde às descrições do incidente veiculadas pelos meios de comunicação independentes de Myanmar. O Governo negou que houvesse tropas na área do incidente.

O golpe militar que depôs o governo eleito de Aung San Suu Kyi foi inicialmente recebido com protestos de rua não violentos, mas depois de a polícia e os soldados responderem com força letal, a violência aumentou e opositores do regime militar pegaram em armas em autodefesa.

As mortes em Done Taw foram condenadas pelo Governo de Unidade Nacional de Myanmar, na clandestinidade e que se estabeleceu como uma administração alternativa do país face ao Governo militar instalado.

O porta-voz do governo alternativo, Dr. Sasa, disse que um comboio militar foi atingido por uma bomba e que as tropas retaliaram primeiro com um bombardeamento em Done Taw e, em seguida, atacaram a aldeia, detendo qualquer pessoa que pudessem. Sasa disse que as vítimas tinham idades entre os 14 e os 40 anos.

Outras testemunhas citadas pelos meios de comunicação de Myanmar disseram que as vítimas eram membros de uma força de defesa, embora a testemunha que falou à AP as tenha descrito como membros de um grupo informal de proteção da aldeia.

Nos últimos meses, os combates intensificaram-se em Sagaing e em outras áreas do noroeste do país, onde o exército tem atuado mais contra a resistência do que nos centros urbanos.

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, expressou profunda preocupação com os relatos da “morte horrível de 11 pessoas” e condenou veementemente tal violência, dizendo que “relatórios confiáveis indicam que cinco crianças estavam entre as pessoas mortas”.

Dujarric lembrou às autoridades militares de Myanmar as suas obrigações de acordo com o direito internacional de garantir a segurança e proteção de civis e pediu que os responsáveis “por este ato hediondo” sejam responsabilizados.

Desde o golpe de Estado que depôs Aung San Suu Kyi em fevereiro, a repressão do exército causou a morte de pelo menos 1.300 civis e levou à detenção de cerca de dez mil pessoas, segundo a ONG Associação de Assistência aos Presos Políticos.

9 Dez 2021

Xi Jinping pronto para elevar para “novo nível” relações com Alemanha de Scholz

O Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou hoje o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, e indicou que a China está “pronta” para elevar para um “novo nível” as relações com a Alemanha.

As relações sino-alemãs estiveram geralmente em bom plano nos últimos 16 anos, ao contrário das relações de Pequim com outros países europeus, que foram tensas como com a França, Reino Unido ou recentemente a Lituânia.

“A China está pronta para consolidar e aprofundar a confiança política mútua e expandir o intercâmbio e a cooperação com a Alemanha em vários campos”, disse Xi, citado pela New China Agency.

No poder entre 2005 e 2021, a ex-chanceler Angela Merkel trabalhou sempre por uma reaproximação com a China, por causa do papel diplomático e económico essencial do gigante asiático e da importância do mercado chinês para a indústria alemã.

A rapidez de Xi Jinping em felicitar o novo chanceler alemão contrasta com o tratamento recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Num cenário de tensões com Washington, o Presidente chinês demorou mais de duas semanas para reagir à vitória de Biden nas presidenciais norte-americanas de 03 de novembro de 2020.

Hoje de manhã, dois meses e meio após as eleições, Scholz foi eleito chanceler federal pelo Parlamento alemão (Bundestag), tendo, depois, seguido para a residência do Presidente Franz-Walter Steinmeier, onde recebeu o “ato de nomeação”, regressando, posteriormente, ao Bundestag para prestar juramento como novo chefe do Governo alemão.

Scholz, que assumiu a nona chancelaria desde o final da II Guerra Mundial, sucede no cargo à conservadora Angela Merkel, que passa o poder após 16 anos no executivo germânico e de quem foi vice-chanceler e ministro das Finanças na sua última grande coligação.

O novo chanceler eleito, 63 anos, recebeu 395 votos. A coligação de três partidos – sociais-democratas, verdes e liberais – detém 416 dos 734 assentos na câmara baixa do parlamento.

O executivo de Scholz assume grandes esperanças em modernizar a Alemanha e no combate às alterações climáticas, mas enfrenta o desafio imediato de lidar com a fase mais difícil do país, associada à pandemia do coronavírus.

9 Dez 2021

Facebook vai banir empresas controladas pela Junta Militar em Myanmar

A “casa-mãe” do Facebook, Meta, anunciou hoje que vai banir todas as páginas e contas pertencentes a empresas apoiadas pelo exército birmanês, medida que acentua as restrições à Junta Militar no poder em Myanmar (ex-Birmânia).

O exército birmanês tem vastos interesses comerciais em indústrias tão diversas como cerveja, tabaco, transporte, têxteis, turismo e finanças.

Segundo ativistas e grupos de direitos humanos, essas indústrias estão a financiar as ações de repressão e de abusos muito antes do golpe militar de 01 de fevereiro, quando a Junta Militar derrubou o regime civil de Aung San Suu Kyi.

No final de fevereiro, o Facebook apagou todas as contas vinculadas aos militares, justificando a decisão pelos apelos da Junta Militar ao uso da força contra os opositores do golpe.

A empresa também removeu a publicidade de empresas relacionadas com militares nas suas plataformas.

Agora a Meta “também vai remover páginas, grupos e contas que representam empresas controladas por militares”, disse o grupo, num comunicado divulgado terça-feira.

A decisão, prossegue o comunicado, é baseada “numa extensa documentação” da comunidade internacional sobre o “papel direto das empresas no financiamento da violência contínua e das violações dos direitos humanos” pelos militares em Myanmar.

A Meta referiu-se sobretudo ao relatório de uma missão de investigação da ONU sobre os interesses económicos dos militares como “base” para tomar a decisão, acrescentou o grupo.

As páginas das empresas Myawaddy Trading Ltd, Myawaddy Bank e Myanma Beer, citadas no relatório de 2019, estavam hoje inacessíveis, assim como a de uma produtora de filmes, apontada como pertencente à filha do líder da Junta, Min Aung Hlaing.

Questionado pela agência noticiosa France-Presse (AFP) sobre o tempo necessário para bloquear todas as páginas das empresas incriminadas, a Meta remeteu comentários para mais tarde.

O gigante norte-americano – a rede mais popular e influente em Myanmar, foi criticado pela falta de resposta aos apelos à violência, ligados aos massacres de rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida, em Myanmar em 2017.

Considerado um “genocídio” por investigadores da ONU, a violência provocou o êxodo de cerca de 740.000 rohingyas para o Bangladesh.

Segunda-feira, um grupo organizado de refugiados rohingya apresentou uma queixa contra o Facebook, exigindo 150.000 milhões de dólares (132.630 milhões de euros) de indemnização, acusando a rede social de ter permitido que mensagens de ódio dirigidas a esta minoria étnica se propagassem na plataforma.

A ação apresentada num tribunal na Califórnia (Estados Unidos), onde o Facebook tem a sede, o grupo refere que os algoritmos usados pelo gigante da tecnologia “fomentaram a desinformação e ideologias extremistas que resultaram em atos violentos no mundo real”.

Sob pressão nos Estados Unidos e na Europa para lutar contra as informações falsas, especialmente sobre a epidemia de covid-19 e durante as eleições norte-americanas, o Facebook tem assinado parcerias com diversos meios de comunicação social com o objetivo de verificar publicações ‘online’ e remover as falsas.

9 Dez 2021

Tribunal confirma condenação de ex-primeiro-ministro malaio a 12 anos de prisão

Um tribunal malaio confirmou hoje a condenação do ex-primeiro-ministro Najib Razak à pena de 12 anos de prisão pelo saque do fundo de investimento estatal 1MDB, um escândalo que levou à queda do Governo em 2018.

De acordo com a agência France-Presse (AFP), o tribunal rejeitou o recurso, apresentado mais de oito meses depois de um tribunal superior ter declarado Najib culpado de abuso de poder, violação criminal da confiança e branqueamento de dinheiro.

“Confirmamos a condenação do Tribunal Superior em relação às sete acusações”, disse o juiz Abdul Karim Abdul Jalil, do tribunal de recurso de Putrajaya, capital administrativa daquele país do sudeste asiático. Primeiro líder malaio a ser condenado pela Justiça, o ex-chefe do Governo, de 68 anos, argumentou ter sido enganado por banqueiros e disse que este caso é político.

A sentença foi parte do primeiro de vários julgamentos por corrupção contra Najib que estão ligados ao escândalo 1MDB (1 Malaysia Developmente Bank), o que desencadeou investigações nos Estados Unidos e em vários outros países.

Investigadores norte-americanos alegaram que mais de 4,5 mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros) foram roubados do 1MDB e branqueados por associados de Najib.

Najib, que criou o fundo 1MDB pouco depois de ter assumido a chefia do Governo (2009-2018) malaio, tinha negado todas as irregularidades e a sentença foi suspensa a aguardar o recurso.

Em julho do ano passado, antes da leitura da sentença, Najib afirmou desconhecer que 42 milhões de ringgit (8,5 milhões de euros) tinham sido canalizados para as suas contas bancárias da SRC International, uma antiga unidade do 1MDB.

O juiz decidiu que o argumento de Najib, de ter sido enganado pelo financeiro malaio Jho Low para acreditar que o dinheiro fazia parte de uma doação da família real saudita, para evitar suspeitas sobre desvios do 1MDB, era rebuscado e fraco.

Os investigadores identificaram Jho Low, em fuga e procurado pelas autoridades da Malásia e dos Estados Unidos há cinco anos, como mentor do saque do 1MDB.

De acordo com uma reportagem publicada em novembro de 2020 pela cadeia de televisão do Qatar Al Jazeera, Low estará escondido em Macau desde 2018. Antes, em julho desse ano, o Governo de Macau tinha negado que Jho Low estivesse no território, de acordo com um comunicado do Gabinete do Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

Consultor do fundo estatal da Malásia 1MDB, Low Taek Jho, também conhecido como Jho Low, é acusado de suborno e branqueamento de capitais.

O antigo primeiro-ministro malaio poderá ainda apresentar recurso da decisão, e permanecer em liberdade até ao veredicto. A indignação da população malaia com este escândalo de corrupção levou em 2018 à derrota da coligação liderada por Najib Razak, à frente do Governo desde 2009.

8 Dez 2021

Incêndio em central de energia térmica faz oito mortos na China

Pelo menos oito trabalhadores morreram e cinco ficaram feridos num incêndio nas instalações de uma central de energia térmica chinesa, na província de Shaanxi, no centro da China, informaram as autoridades.

Segundo as autoridades de Shouyang, citadas pela agência noticiosa estatal chinesa Xinhua, o incêndio deflagrou hoje à 01:36, tendo sido controlado três horas depois. A província de Shaanxi é uma das zonas mineiras mais importantes da China, e os acidentes industriais relacionados com o carvão são frequentes.

Apesar dos planos de Pequim para eliminar progressivamente a produção de energia através de métodos poluentes como o carvão, o setor ainda representa cerca de 60% da produção total da China, com grande peso económico em províncias como Shaanxi e a Mongólia Interior.

A escassez de energia provocada pelo custo elevado das matérias-primas, nos últimos meses, obrigou ao racionamento em alguns centros industriais na China e levou à reativação do setor, a fim de satisfazer a procura energética.

6 Dez 2021

Acções da Evergrande caem para mínimos desde 2010

As acções da construtora chinesa Evergrande caíram hoje para mínimos desde 2010, na bolsa de Hong Kong, após o anúncio do grupo de que poderá não conseguir pagar as dívidas. Pouco depois das 11:00, os títulos da Evergrande caíram 10,2%, com uma perda acumulada de 85,7% este ano.

O gigante imobiliário chinês, com uma dívida de 310 mil milhões de dólares, avisou na sexta-feira que pode vir a não conseguir “cumprir as suas obrigações financeiras”.

De imediato, os reguladores chineses garantiram que os mercados financeiros chineses podem ser protegidos de um grande impacto.

Os economistas consideram baixa a probabilidade de uma crise nos mercados internacionais, mas bancos e obrigacionistas podem sofrer perdas pesadas, uma vez que os dirigentes de Pequim querem evitar o resgate da construtora.

Em comunicado divulgado na sexta-feira na bolsa de Hong Kong, a Evergrande informou que, depois de analisar as suas finanças com consultores externos, “não há garantias de que o grupo tenha fundos suficientes para continuar a cumprir as suas obrigações financeiras”.

Pouco tempo depois, os reguladores procuraram acalmar os investidores, assegurando que o sistema financeiro chinês é forte e que as taxas de incumprimento são baixas.

Acrescentaram que muitos promotores imobiliários são financeiramente saudáveis e que Pequim vai continuar a deixar funcionar os mercados de crédito.

“O risco de contágio dos eventos de risco do grupo no funcionamento estável do mercado de capitais é controlável”, asseverou a comissão reguladora do mercado de capitais chinesa, no seu portal na internet. O banco central e o banco regulador fizeram declarações semelhantes.

Os dirigentes de Pequim aumentaram no último ano as restrições aos níveis de endividamento dos promotores imobiliários, procurando controlar a crescente dívida empresarial, vista como uma ameaça para a estabilidade económica.

O Partido Comunista tem feito da redução dos riscos financeiros uma prioridade desde 2018. Em 2014, as autoridades autorizaram o primeiro incumprimento obrigacionista desde a revolução de 1949.

As autoridades chinesas têm permitido incumprimentos de forma gradual, na esperança de forçar credores e investidores a serem mais disciplinados.

Não obstante, o endividamento total de empresas, governo e famílias aumentou de cerca de 270% do Produto Interno Bruto de 2018 para cerca de 300% no ano passado, valores pouco vistos em economias de países com rendimentos médios.

A Evergrande, o maior devedor da indústria da construção, tem uma dívida de dois biliões de yuans, na maioria devido a bancos domésticos e investidores em obrigações. Também deve 19 mil milhões de dólares a obrigacionistas estrangeiros.

A companhia tem vendido ativos para pagar dívidas e anunciou planos para dar a alguns obrigacionistas apartamentos em projetos que está a construir.

O presidente da Evergrande, Xu Jiayin, foi chamado na sexta-feira para uma reunião com dirigentes da sua província, Guangdong, informou o governo, em comunicado. Na nota, adiantava-se que uma equipa governamental iria ser enviada para a sede da Evergrande para ajudar a gerir o risco.

Os problemas da Evergrande desencadearam alertas para a possibilidade de uma crise financeira no imobiliário – um setor que propulsionou o crescimento económico explosivo da China entre 1998 e 2008 — poder conduzir a problemas para os bancos e a um colapso súbito e politicamente perigoso do crescimento económico.

O comunicado da Evergrande adianta que a empresa enfrenta solicitações para honrar um pagamento de 260 milhões de dólares. Se não for capaz de cumprir, previu, então outros credores podem vir a exigir o reembolso antecipado.

6 Dez 2021

Covid-19 | Tailândia regista primeiro caso de variante Ómicron

As autoridades sanitárias da Tailândia anunciaram hoje que detetaram o primeiro caso da variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, num viajante dos Estados Unidos que chegou ao país num voo proveniente de Espanha.

De acordo com a agência de notícias Efe, que cita o diretor-geral do Departamento de Ciências Médicas tailandês, o homem, de 35 anos, teve resultado positivo no teste realizado à chegada àquele país, em 30 de novembro, um diagnóstico confirmado por um novo teste, em 03 de dezembro.

A Tailândia reabriu recentemente as fronteiras a estrangeiros, para tentar relançar o turismo e mitigar os danos económicos provocados por mais de ano e meio de portas fechadas aos viajantes, para combater a pandemia de covid-19.

O país diagnosticou 2,14 milhões de casos desde o início da pandemia, tendo registado 5.300 mortes. Cerca de 60% da população tem a vacinação completa.

6 Dez 2021

Myanmar | Amnistia Internacional denuncia “acusações falsas” para condenar Aung San Suu Kyi

A Amnistia Internacional (AI) criticou hoje a condenação em Myanmar da líder deposta Aung San Suu Kyi a quatro anos de prisão, denunciando “acusações falsas” e acusando a junta militar de “sufocar as liberdades”.

“As pesadas penas infligidas a Aung San Suu Kyi com base em acusações falsas são o mais recente exemplo da determinação dos militares em eliminar toda a oposição e sufocar as liberdades”, disse a organização de defesa dos direitos humanos, em comunicado.

Aung San Suu Kyi foi hoje condenada por um tribunal especial em Myanmar (antiga Birmânia) a quatro anos de prisão, acusada de incitar à agitação popular e de violar regras sanitários da covid-19, disse um porta-voz da junta militar à agência de notícias France-Presse (AFP).

“A decisão absurda e corrupta do tribunal faz parte de um padrão devastador de sanções arbitrárias”, acusou ainda o diretor-adjunto regional da AI, Ming Yu Hah, recordando que a repressão dos militares já fez mais de 1.300 mortos e levou à detenção de milhares de pessoas.

Para Richard Horsey, do Grupo Internacional de Crise, um ‘think tank’ fundado em 1995 para prevenir conflitos, sediado em Bruxelas, as condenações “equivalem a vingança e a uma demonstração de poder pelos militares”.

“Seria, no entanto, surpreendente se [Aung San Suu Kyi] fosse enviada para a prisão. É mais provável que cumpra esta pena e as seguintes na sua casa ou num alojamento fornecido pelo regime”, comentou à AFP o especialista em Myanmar.

A líder deposta pelos militares, de 76 anos, “foi condenada a dois anos de prisão ao abrigo da secção 505(b) e a dois anos de prisão ao abrigo da Lei sobre Desastres Naturais”, disse Zaw Min Tun à AFP.

O antigo Presidente Win Myint foi condenado à mesma pena, acrescentou, precisando que, para já, os dois ex-governantes não darão entrada na prisão. “Eles ainda têm de responder a outras acusações, a partir dos locais onde se encontram atualmente”, disse.

Desde o golpe militar, em 01 de fevereiro, Aung San Suu Kyi tem sido alvo de várias acusações, incluindo importação ilegal de ‘walkie-talkies’, incitamento à corrupção, sedição e fraude eleitoral.

A vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1991 arrisca dezenas de anos de prisão se vier a ser condenada pelos crimes de que é acusada. Os jornalistas não podem assistir aos julgamentos do tribunal especial e os advogados de Suu Kyi foram proibidos de falar à imprensa.

Desde o golpe de Estado que depôs Aung San Suu Kyi, o exército reprimiu violentamente as manifestações contra o regime, em ações que levaram à detenção de cerca de dez mil pessoas e à morte de pelo menos 1.300 civis, de acordo com a organização não-governamental Associação de Assistência aos Presos Políticos.

Os militares justificaram o golpe por uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro de 2020, ganhas por larga maioria pelo partido liderado por Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (NLD), apesar de o escrutínio ter sido considerado legítimo pelos observadores internacionais.

6 Dez 2021

PCC | Criticada Cimeira da Democracia virtual a realizar nos Estados Unidos

A cimeira virtual arranca na quinta-feira e não conta com a participação de países como a China e a Rússia, entre outros

 

O Partido Comunista da China criticou sábado a democracia norte-americana, censurando duramente a Cimeira da Democracia Global liderada pelo Presidente dos Estados Unidos, que decorre na próxima semana, e exaltando as virtudes do seu sistema de governo.

Responsáveis do partido questionaram a capacidade de “um país polarizado que teve uma péssima resposta à [pandemia de] covid-19” dar lições a outros e consideraram que as tentativas de forçar os outros a copiar o modelo democrático ocidental estão “fadadas ao fracasso”.

A pandemia expôs defeitos do sistema norte-americano, afirmou o vice-director do Gabinete de Pesquisa Política do Partido Comunista, Tian Peiyan, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), que considerou que a culpa pelo grande número de mortes por covid-19 nos EUA é das disputas políticas e de um Governo dividido desde o nível mais alto até ao mais baixo.

“Uma democracia assim não traz felicidade, mas sim desastre para os eleitores”, disse, numa conferência de imprensa para divulgar um relatório do Governo.

Ao contrário de Taiwan, nem a China nem a Rússia estão entre os cerca de 110 governos que foram convidados para a “Cimeira da Democracia” virtual de Biden, que começa na quinta-feira e que pretende abordar o fortalecimento da democracia, o combate ao autoritarismo, a corrupção e os direitos humanos.

As relações entre os EUA e a China continuam tensas, apesar de uma reunião virtual entre Biden e o líder chinês, Xi Jinping, realizada no mês passado.

O Presidente norte-americano sublinhou repetidamente as diferenças para com a China na sua narrativa de que os EUA e os seus aliados demonstram que as democracias oferecem à humanidade um caminho melhor para o progresso do que as autocracias.

Outros modelos

O Partido Comunista governa a China desde 1949. Segundo garante, reflecte várias opiniões através de órgãos consultivos e comités eleitos a um nível municipal.

O partido argumenta ainda que uma liderança central forte é necessária para manter a estabilidade de um país extenso que foi dilacerado por divisões e guerras ao longo dos séculos.

“Num país tão grande, com 56 grupos étnicos e mais de 1,4 mil milhões de pessoas, se não houver liderança do partido… e nós adoptássemos a chamada democracia do Ocidente, seria fácil que as coisas se desorganizassem rapidamente”, considerou Tian.

As recentes dificuldades enfrentadas por algumas democracias ocidentais deram aos líderes do Partido Comunista mais confiança no seu sistema, numa altura em que a China tenta solidificar o seu estatuto de potência global.

A imprensa estatal costuma citar o caos da insurreição no Capitólio dos EUA após a última eleição presidencial, tendo sido ontem publicado que “o mundo está a enfrentar os desafios dos excessos da democracia”.

As autoridades chinesas frequentemente acusam os EUA e outros países ocidentais de usar a democracia como disfarce para tentar reprimir a ascensão da China, uma acusação ecoada na conferência de imprensa de Xu Lin, o vice-ministro do departamento de propaganda do partido.

“Os Estados Unidos autodenominam-se ‘líderes da democracia’ e organizam e manipulam a chamada Cimeira da Democracia”, disse, acrescentando que, “na verdade, isso destrói e prejudica os países com sistemas sociais e modelos de desenvolvimento diferentes”.

Xu considerou anti-democrático que outros exijam que seja adoptada a sua forma de democracia, afirmando que os próprios têm altos e baixos nas suas histórias. “As suas formas de governar internamente são confusas, mas apontam o dedo e criticam outras democracias”, concluiu.

6 Dez 2021

Covid-19 | Índia confirma primeiros dois casos da variante Ómicron

A Índia confirmou quinta-feira os seus primeiros dois casos da variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, recentemente detetada na África do Sul, em homens provenientes do estrangeiro no sul do estado de Karnataka. O Ministério da Saúde indiano não quis adiantar a origem dos dois infetados.

De acordo com o secretário-adjunto, Lav Agarwal, todas as pessoas que estiveram em contacto com os dois homens foram identificadas e testadas. A Índia já classificou pelo menos 12 países “em risco” e seis em “risco muito elevado” face à ameaça da Ómicron.

Alguns estados indianos emitiram diretrizes de restrição rígidas para chegadas internacionais, como medidas de precaução, incluindo testes à covid-19 obrigatórios para os oriundos da África do Sul, Botswana e Hong Kong.

A covid-19 provocou pelo menos 5.223.072 mortes em todo o mundo, entre mais de 262,93 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

3 Dez 2021

Didi troca bolsa de Nova Iorque por Hong Kong face a escrutínio das autoridades

A empresa chinesa Didi Global disse hoje que vai sair da Bolsa de Valores de Nova Iorque e passar a ser negociada em Hong Kong. O comunicado, emitido pela empresa de serviços de transporte compartilhado Didi, o ‘Uber chinês’, de apenas uma frase, não avançou com uma explicação.

As acções da empresa e outros grupos de tecnologia do país, incluindo o gigante do comércio eletrónico Alibaba Group, afundaram, depois de terem sido atingidos por medidas de segurança de dados e anti-monopólio.

Os reguladores anunciaram, em julho passado, que intensificariam o escrutínio sobre empresas chinesas de tecnologia cotadas em bolsas estrangeiras.

Nos últimos anos, os empresários do setor privado da China, que estão em grande parte excluídos do sistema financeiro estatal, acederam a milhares de milhões de dólares no exterior.

Mas Pequim está agora a apertar o controlo sobre as operações no exterior e prometeu criar mais formas de arrecadarem dinheiro na China.

“Após uma cuidadosa pesquisa, a empresa vai encerrar as operações na Bolsa de Valores de Nova Iorque, imediatamente, e iniciará os preparativos para ser listada em Hong Kong”, frisou o Didi.

A Didi Chuxing, com sede em Pequim, arrecadou cerca de 4,4 mil milhões de dólares, na sua estreia na bolsa, em 30 de junho. Mas o preço das suas ações caiu 25% depois de os reguladores chineses terem anunciado que estavam a investigar a empresa.

O regulador do ciberespaço da China disse anteriormente que detetou “violações graves” na forma como o Didi colectou e armazenou informações pessoais dos utilizadores, argumentando que a empresa devia “rectificar os problemas”, mas não avançou mais detalhes.

As empresas chinesas começaram, há duas décadas, a emitir ações no exterior, mas os reguladores nunca clarificaram se as estruturas financeiras que usam para esse efeito estão de acordo com a lei da China, que veta de facto o acesso de capital estrangeiro a vários setores.

3 Dez 2021

Justiça filipina autoriza Maria Ressa a viajar para Oslo para receber o Prémio Nobel

O Tribunal de Recurso das Filipinas permitiu hoje à jornalista Maria Ressa viajar para a Noruega para a cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz em Oslo, a 10 de Dezembro.

A decisão do tribunal permite a Ressa estar em Oslo durante cinco dias, de 08 a 13 de dezembro, informou o website Rappler, do qual ela é fundadora e diretora executiva.

Ressa foi reconhecida com o Prémio Nobel da Paz de 2021, juntamente com o repórter russo Dmitry Muratov, pelos seus esforços “para salvaguardar a liberdade de expressão” nos seus respetivos países.

A jornalista precisa da autorização dos tribunais para deixar o país, uma vez que está envolvida em vários processos judiciais nas Filipinas, na sequência das suas investigações sobre a guerra sangrenta contra a droga lançada em 2016 pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte.

O Procurador-Geral das Filipinas, José Calida, apresentou há uma semana um recurso ao Tribunal de Recurso para que a jornalista pedisse autorização para viajar a Oslo para receber o prémio negado com o fundamento de que se tratava de “viagem de risco”.

A ONU tinha instado o Governo filipino a autorizar Ressa a viajar para receber o Prémio Nobel da Paz.

A jornalista, que enfrenta seis casos criminais por alegada evasão fiscal e violação das leis de propriedade dos meios de comunicação social, foi condenada em junho de 2020 por ‘ciberdefamação’ por um tribunal filipino.

A jornalista enfrenta até seis anos de prisão por este caso, embora esteja atualmente sob recurso, uma pena que poderá ascender a várias décadas se for condenada pelas outras acusações financeiras.

Ressa tem sido sujeita a uma campanha de perseguição judicial desde que começou a investigar a guerra de Duterte contra a droga e por causa da sua luta contra a desinformação e notícias falsas.

3 Dez 2021

Imobiliário | Kaisa Group, da China, alerta para possibilidade de incumprimento no pagamento de dívida

Uma construtora imobiliária chinesa alertou hoje para a possibilidade de não conseguir pagar um título de 400 milhões de dólares, que vence na próxima semana, aumentando os receios num setor que atravessa uma grave crise de liquidez na China.

O Kaisa Group Holdings Ltd., que tem sede em Hong Kong, disse que tentou renegociar a dívida, que vence na próxima terça-feira, mas foram poucos os detentores de títulos que concordaram com os termos propostos pela empresa.

“Não existe garantia de que a empresa vai ser capaz de cumprir as obrigações de reembolso”, informou a Kaisa, num comunicado divulgado pela Bolsa de Valores de Hong Kong.

O grupo não informou se existe um período de carência, antes de entrar em incumprimento.

Alguns construtores chineses estão a tentar reduzir a sua dívida depois de os reguladores terem imposto limites na alavancagem no setor. Isto alimenta receios sobre possíveis incumprimentos e turbulência nos mercados financeiros.

Os investidores temem ainda que o grupo Evergrande, a construtora mais endividada do mundo falhe o pagamento das suas dívidas. Funcionários do banco popular da China (banco central) tentaram tranquilizar os investidores, ao afirmar que o sistema financeiro pode ser protegido dos problemas da Evergrande.

Economistas dizem que Pequim pode intervir para garantir que há liquidez suficiente nos mercados de empréstimos, mas que quer evitar enviar o sinal errado ao proteger a Evergrande e outras construtoras.

A Kaisa disse que vai analisar opções, incluindo a venda de ativos. A empresa afirma ter mais de 17.000 funcionários, 310 mil milhões de yuans em ativos e propriedades em mais de 50 cidades chinesas.

Em outubro, uma outra construtora, de média dimensão, a Fantasia Holdings Group, anunciou que não conseguiu cumprir o pagamento de 205,7 milhões de dólares aos detentores de títulos.

3 Dez 2021

Covid-19 | Cidade chinesa oferece mais de mil euros a quem testar positivo

Os residentes da cidade chinesa de Harbin que fizerem um teste de ácido nucléico para o coronavírus e acusarem positivo vão receber uma recompensa equivalente a 1.386 euros, anunciaram hoje as autoridades locais.

Segundo os dados do Governo de Harbin, foram detetados hoje três casos de covid-19, relacionados com o surto na cidade de Manzhouli, na região vizinha da Mongólia Interior.

A decisão das autoridades visa “bloquear os canais de transmissão do vírus”, ao estimular a população a fazer o teste.

A medida atraiu a atenção nas redes sociais do país, com mais de 100 milhões de leituras na Weibo, semelhante ao Twitter.

“Qual é o problema? Os cidadãos são incentivados a fazer o teste e a disseminação do vírus pode ser assim interrompida se o resultado for positivo”, apontou um internauta.

Outros não entendem a campanha ou acham que o dinheiro poderia ser investido de outra forma: “fazer o teste é da responsabilidade de todos, por que deveriam de ser recompensados”, questionou outro.

As autoridades de saúde da cidade também pediram à população que “evite viagens” e ordenaram o encerramento temporário de estabelecimentos com grande afluência de público, como balneários, discotecas, teatros ou cinemas.

As farmácias vão ser proibidas de vender remédios para a tosse ou gripe e antibióticos e se o comprador apresentar “sintomas suspeitos”, como febre, o estabelecimento deve informar as autoridades, caso não queira enfrentar possíveis responsabilidades legais pela disseminação do vírus.

A China mantém uma política de tolerância zero contra o vírus. As autoridades locais restringem a movimentação de pessoas e organizam testes em massa sempre que um caso é detetado. Segundo relatos da Comissão Nacional de Saúde da China, desde o início da pandemia, 98.897 pessoas foram infetadas no país, entre as quais 4.636 morreram.

3 Dez 2021

MNE chinês em Macau defende que uso da Cimeira pela Democracia para isolar China vai falhar

O comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau considerou que a tentativa dos Estados Unidos de usar a Cimeira pela Democracia para “conter e isolar a China” vai terminar “num fracasso”.

Num artigo enviado à Lusa, Liu Xianfa afirma que qualquer tentativa de “conter a China”, jogando a “‘carta de Taiwan’” ou de a ilha procurar a independência “confiando nos EUA” será “um beco sem saída”.

A Cimeira pela Democracia vai acontecer em formato virtual, de 09 a 10 de dezembro, tendo Washington excluído a China e a Rússia, entre outros, e convidado 110 países e regiões, incluindo Taiwan, num gesto fortemente criticado por Pequim, que considera a ilha parte do seu território.

Taiwan, para onde o exército nacionalista chinês fugiu após a derrota contra as tropas comunistas na guerra civil, em 1949, tem um governo autónomo desde então, embora a China considere a ilha uma província e defenda a reunificação.

“Convidar a região de Taiwan para participar na Cimeira revela plenamente que os EUA utilizam a democracia como uma ferramenta para interferir nos assuntos internos e infringir a soberania de outros países para servir a sua própria agenda política”, sublinha.

“A revitalização da nação chinesa e a reunificação do país são uma grande tendência, correspondendo ao desejo do povo”, escreve.

Para o responsável, a Cimeira pela Democracia “é antidemocrática e pseudo democrática”, uma vez que, de cerca de 200 países e regiões, apenas “uma parte da comunidade internacional” vai participar.

“O que o mundo de hoje precisa urgentemente não é uma chamada ‘Cimeira pela Democracia’, mas sim a união e a cooperação entre todos os países no sentido de responderem conjuntamente aos desafios globais, tais como a pandemia, mudanças climáticas, proliferação nuclear, terrorismo e segurança cibernética”, salienta.

Mas os EUA, “uma grande potência que tem importantes responsabilidades para a comunidade internacional”, continuam a “reviver a mentalidade da Guerra-Fria”, dividindo o mundo em “campos democráticos” e “campos autoritários”.

O diplomata chinês defende que “a comunidade internacional está convencida, em geral” que a “verdadeira intenção” dos EUA “é monopolizar o discurso democrático, promover o interesse geopolítico, incitar ao confronto e criar divisões”.

Ao contrário, a China está comprometida em promover “a democratização das relações internacionais”, ao contrário dos EUA que, nas últimas décadas, têm “aproveitado a ‘democracia’ como ferramenta para fazer avançar a sua estratégia global e geopolítica (…) causando instabilidade política e desastres humanitários em muitos países”.

Liu Xianfa salienta que “a política democrática socialista com características chinesas é amplamente apoiada pelo povo chinês (…), é a democracia socialista mais ampla, mais genuína e mais eficaz”, e rejeitou que a democracia seja “uma patente” de determinados países, lembrando que se trata de “um valor comum a toda a humanidade”.

No sábado, os embaixadores da China e da Rússia em Washington, Qin Gang e Anatoly Antonov, respetivamente, tinham criticado a exclusão dos seus países da Cimeira pela Democracia, condenando a iniciativa própria de “uma mentalidade de Guerra Fria”, desenhada por um país que “não é elegível sequer para o estatuto” de país democrático.

2 Dez 2021

Covid-19 | Portugal, Suécia e Japão na lista de países de elevado risco de Hong Kong

Portugal, Japão e Suécia vão juntar-se à lista de países de elevado risco para a covid-19 em vigor em Hong Kong, na sequência da deteção de casos com a variante Omícron, anunciou o governo.

Os não-residentes de Hong Kong, que tenham estado mais de 21 dias naqueles países, não podem entrar na região administrativa especial chinesa, indicou o executivo liderado por Carrie Lam.

Os residentes, que regressem de países do grupo A, têm de estar completamente vacinados e cumprir uma quarentena obrigatória de 21 dias num hotel designado pelas autoridades, acrescentou.

O grupo A passa a incluir 48 países, como Angola, Brasil, Moçambique, Espanha, Países Baixos, Reino Unido e Estados Unidos, apesar de alguns ainda não terem registado quaisquer casos com a variante Omícron, de acordo com o governo de Hong Kong.

Para quem chegar de países que identificaram uma transmissão local com a variante Omícron, ou dos casos “importados” de Hong Kong, têm de cumprir os primeiros sete dias no centro de quarentenas de Penny’s Bay.

Na segunda-feira, Portugal detetou 13 casos da variante Omícron num clube de futebol e, no mesmo dia, a Suécia registou um primeiro caso, enquanto o Japão contabilizou um caso da variante Omícron, na terça-feira, o que levou as autoridades de Hong Kong a juntar as três nações ao grupo A de países de elevado risco para a covid-19, a partir de sexta-feira.

O governo de Hong Kong, onde foram detetados até agora três infeções com a Omícron, afirmou que as políticas de saúde são “por agora” apropriadas, dado que os cientistas ainda não têm certezas sobre esta variante.

“Vamos acompanhar os estudos para ver de que forma esta variante afeta as pessoas”, indicou a secretária para a Alimentação e Saúde, Sophia Chan, em declarações a uma emissora local. Desde o início da pandemia, Hong Kong registou 213 mortos e 12.437 casos de covid-19. A taxa de vacinação ronda atualmente os 70%.

2 Dez 2021