Avanço da pandemia não cria “risco extra” para os Jogos Olímpicos de inverno

A forte disseminação global de casos covid-19 não constitui um “risco extra” à celebração dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, afirmou ontem a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“As medidas tomadas pelas autoridades chinesas são muito restritas e neste momento não vemos um aumento do risco de transmissão”, justificou o diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan.

O responsável recordou que a OMS está a apoiar a China no que toca às medidas de prevenção para Pequim2022, sendo que a evolução da situação pandémica está em “constante análise”.

A elucidar a postura da China no combate à covid-19 Mike Ryan citou a reação “contundente” do governo aos surtos surgidos no país nas últimas semanas, tendo mesmo colocado de quarentena cidades inteiras, de milhões de habitantes.

7 Jan 2022

China vai nomear enviado especial para o Corno de África

A China vai nomear um enviado especial para o Corno de África, anunciou ontem no Quénia o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, assinalando a vontade de Pequim se envolver diplomaticamente numa região mergulhada em conflitos.

Wang Yi, que iniciou uma digressão por África na quarta-feira, com deslocações previstas à Eritreia, Quénia e Comores, declarou que a China quer encorajar o diálogo no actual contexto de vários desafios à paz e à segurança na região. “O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês vai nomear um enviado especial”, disse Wang Yi aos jornalistas, em declarações na cidade queniana de Mombaça. “Vamos desempenhar um papel ainda maior para a paz e estabilidade da região”, afirmou em mandarim, traduzido por um intérprete.

A visita de Wang ocorre na sequência de uma visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à região, em parte destinada a contrariar a crescente influência da China no Corno de África. O anúncio coincide, por outro lado, com a chegada do enviado especial dos Estados Unidos ao Corno de África, Jeffrey Feltman, que aterrou ontem na Etiópia, um país mergulhado há mais de um ano numa guerra entre os exércitos federal e estadual do Tigray.

Questões comerciais

No plano económico, o Wang Yi, e a sua homóloga queniana, Raychelle Omamo, assinaram ontem vários acordos para facilitar o comércio bilateral, formalizando várias decisões anunciadas na conferência ministerial do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) em novembro.

Os dois países “reconheceram o aumento sustentado do comércio bilateral e (…) o imenso potencial para aumentar o volume e o valor das exportações, através do exame das barreiras alfandegárias e não alfandegárias, corrigindo o défice comercial a favor da China”, de acordo com uma declaração divulgada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros queniano.

Wang e Omamo – que se reuniram na cidade turística costeira de Mombaça – assinaram um memorando de entendimento para a criação de um grupo de trabalho – um dos seis acordos assinados – para olhar, em particular, para os sectores da agricultura e do comércio bilateral.

Os ministros também assinaram dois protocolos específicos para impulsionar a exportação de abacates e produtos da pesca do Quénia para a China. “Acordámos em trabalhar em conjunto para promover os investimentos das empresas chinesas em áreas de processamento agrícola, têxteis e vestuário, processamento de couro, calçado, ferro e aço e ainda maquinaria, mobiliário e madeira, montagem eletrónica, montagem automóvel, construção, produtos farmacêuticos, petróleo e gás”, anunciou o governo queniano.

7 Jan 2022

Covid-19 | Hospital na cidade chinesa de Xian punido por proibir entrada de grávida

Funcionários de um hospital na cidade chinesa de Xian foram punidos, depois de ter sido negada entrada a uma mulher grávida, por não ter resultado negativo para a covid-19, resultando na morte do bebé.

As autoridades locais anunciaram esta quinta-feira que o diretor-geral do Hospital Gaoxin, Fan Yuhui, foi suspenso e os chefes dos departamentos ambulatorial e médico demitidos.

Um comunicado do governo local disse que o incidente “causou preocupação generalizada na sociedade e causou grave impacto social”.

A mulher esperou do lado de fora do hospital, sentada num banquinho de plástico, no dia 1 de janeiro, até ter começado a sangrar. Num vídeo registado pelo seu marido, e que foi amplamente divulgado nas redes sociais chinesas, uma poça de sangue é visível a seus pés.

Xian, cidade com 13 milhões de habitantes, está sob um bloqueio restrito há mais de duas semanas, gerando críticas dispersas sobre a escassez de alimentos e o comportamento violento das autoridades, que estão sob intensa pressão para reduzir o número de casos de covid-19.

As autoridades disseram que uma investigação foi realizada após a ocorrência do incidente, mas não deram mais detalhes.

O hospital foi obrigado a emitir um pedido público de desculpas, fornecer compensação, e prometeu “otimizar o processo de tratamento médico”.

Não é claro quantos funcionários do hospital foram punidos no total. Xian puniu já vários funcionários locais, incluindo quadros do Partido Comunista, por negligência na gestão do surto.

O governo local disse hoje que duas outras autoridades do Centro de Emergências de Xian e da Comissão Municipal de Saúde de Xian receberam advertências formais do Partido Comunista.

Xian registou 63 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, elevando o total para mais de 1.800, sem mortes relatadas.

A cidade é o destino da única ligação aérea direta entre a China e Portugal. O voo, com uma frequência por semana e operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, só será retomado no início de fevereiro, disse à agência Lusa fonte da companhia aérea.

As autoridades disseram que Xian conseguiu já interromper a transmissão para a comunidade, porque novos casos ocorreram entre pessoas já colocadas em quarentena. O surto ocorre nas vésperas de Pequim sediar os Jogos Olímpicos de Inverno.

A China segue uma estratégia de “zero casos” com restrições de fronteira muito severas e bloqueios direcionados assim que surgem os casos, mas esta abordagem não evitou surtos locais.

As autoridades também estão a implementar medidas cada vez mais rigorosas após um surto na província de Henan, onde 64 casos adicionais foram detetados nas últimas 24 horas.

Em Yuzhou, uma das cidades da província, apenas veículos de emergência são permitidos nas estradas, as aulas foram suspensas e as empresas que atendem ao público foram fechadas para tudo, exceto necessidades essenciais.

Várias outras cidades da província ordenaram testes em massa e fecharam locais públicos, apesar de apenas um pequeno número de casos ter sido detetado.

Na província vizinha de Shanxi, a cidade de Yongji foi confinada, depois de vestígios do coronavírus terem sido detetados numa saída da estação ferroviária local.

7 Jan 2022

Filipinas proíbem casamento infantil

O casamento infantil passou a ser proibido nas Filipinas ao abrigo de uma lei que entrou hoje em vigor, num país onde uma em cada seis raparigas se casa antes dos 18 anos de idade.

“O Estado (…) considera o casamento infantil como uma prática abusiva de menores porque rebaixa, degrada e desvaloriza o valor intrínseco e a dignidade da criança”, lê-se na lei, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A partir de agora, qualquer pessoa que se case ou coabite com uma pessoa com menos de 18 anos, ou organize ou celebre tais uniões, é passível de 12 anos de prisão.

Segundo o Governo filipino, a lei está em conformidade com as convenções internacionais sobre os direitos das mulheres e das crianças.

No entanto, algumas disposições da lei permanecerão suspensas durante um ano para as comunidades muçulmanas e indígenas, nas quais o noivado e o casamento infantil são relativamente comuns.

O período de transição destina-se a dar tempo ao Governo para convencer os praticantes a abandonarem a prática.

A organização Plan International, com sede no Reino Unido, que fez campanha a favor da lei nas Filipinas, disse recentemente que o país ocupa o 12.º lugar no número de casamentos infantis a nível global.

Segundo um relatório de 2021 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais de 500 milhões de raparigas e mulheres casadas na altura tinham contraído matrimónio como crianças, com as taxas mais altas a serem observadas na África Subsariana e no sul da Ásia.

Dados recentes, indicam que o casamento infantil está em termos gerais em declínio em todo o mundo, segundo a AFP.

6 Jan 2022

Coreia do Norte reconhece lançamento de míssil com “ogiva hipersónica”

A Coreia do Norte fez um tiro de ensaio de um míssil hipersónico, afirmou hoje a agência oficial norte-coreana KCNA, o primeiro teste do tipo por parte de Pyongyang realizado este ano.

O míssil lançado na quarta-feira transportava uma “ogiva hipersónica” que “atingiu com precisão um alvo a 700 quilómetros de distância”, de acordo com a agência oficial norte-coreana.

Trata-se da segunda vez que a Coreia do Norte realiza um lançamento de um míssil hipersónico, uma arma sofisticada que atesta os avanços da indústria de defesa de Pyongyang.

De acordo com militares sul-coreanos, Pyongyang disparou o que “se presume ser um míssil balístico” no Mar do Japão, a leste da península coreana, incidente que os serviços de informações sul-coreanos e norte-americanos estão a “analisar cuidadosamente”.

O Governo japonês condenou hoje o lançamento de um míssil no Mar do Japão (conhecido como Mar Oriental nas duas Coreias) por parte da Coreia do Norte e disse que iria reforçar ainda mais os seus sistemas de monitorização.

“É extremamente lamentável que a Coreia do Norte tenha continuado a lançar mísseis desde o ano passado. O Governo irá reforçar ainda mais a vigilância”, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, numa conferência de imprensa.

Também os Estados Unidos condenaram hoje o lançamento pela Coreia do Norte de um projétil não identificado no mar, convocando Pyongyang para negociações.

“Este disparo viola várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma ameaça aos vizinhos da Coreia do Norte e à comunidade internacional”, disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

“Continuamos comprometidos com uma abordagem diplomática em relação à Coreia do Norte e pedimos que ela se comprometa no diálogo”, acrescentou a mesma fonte.

O Governo do Presidente Joe Biden tem dito repetidamente que está aberto a negociações com a Coreia do Norte, mas Pyongyang rejeitou até agora as propostas de diálogo, acusando Washington de seguir políticas “hostis”.

6 Jan 2022

China adopta mais restrições nas vésperas dos Jogos Olímpicos e Ano Novo Lunar

Várias cidades chinesas impuseram bloqueios ou restrições nas deslocações, depois de detetarem novos surtos de covid-19, nas vésperas de o país receber os Jogos Olímpicos de Inverno e celebrar o Ano Novo Chinês.

Além do confinamento da cidade de Xian, onde desde 23 de dezembro os residentes não podem deixar as suas casas, quarentenas parciais foram também decretadas nas cidades de Ningbo, província de Zhejiang, e Yuzhou, província de Henan.

Apenas um membro da família pode sair de casa a cada dois dias para comprar mantimentos, embora nas áreas mais afetadas pelos surtos o confinamento seja total, informou hoje o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista da China.

Henan diagnosticou apenas nove casos por transmissão local desde segunda-feira, o suficiente para as autoridades proibirem deslocações dentro da província e suspenderem eventos em locais públicos.

Na capital da província, Zhengzhou, com 10,3 milhões de habitantes, também foram decretados bloqueios em algumas áreas e serão realizados testes PCR em toda a população.

Autocarros e táxis estão proibidos de circular e locais como centros comerciais ou museus vão estar encerrados nos próximos dias como medida de precaução. Quem reside em áreas de risco não vai pode sair da cidade sem autorização.

Os surtos surgem a menos de um mês do início dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, evento que o Governo chinês quer proteger a todo o custo.

Para entrar na capital chinesa é necessário apresentar um teste negativo para a doença, realizado até 48 horas antes de viajar.

A China vai ainda celebrar o Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais e, tradicionalmente, a maior migração interna do planeta.

Os governos locais estão já a pedir, no entanto, que se evitem viagens que não sejam “estritamente necessárias”.

O país asiático adotou uma estratégia de tolerância zero contra o coronavírus, que envolve controlos rígidos de entradas no país, com quarentenas entre duas e quatro semanas, e campanhas de testes em massa e confinamentos em locais onde os surtos são detetados.

5 Jan 2022

Covid-19 | Hong Kong proíbe voos oriundos de oito países

Os passageiros de voos oriundos de oito países, incluindo França e Reino Unido, com destino a Hong Kong vão ser proibidos, a partir de sábado e por 14 dias, anunciaram hoje as autoridades do território.

“Os voos de passageiros destes países não serão autorizados a aterrar em Hong Kong e os indivíduos que permaneceram nestes países já não estão autorizados a embarcar em voos para Hong Kong, incluindo voos de ligação”, disse a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, em conferência de imprensa.

A proibição, a partir de sábado e por 14 dias, vai afetar os voos de passageiros oriundos de Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Filipinas, Índia, Paquistão e Reino Unido, indicou.

Lam anunciou também outras restrições para tentar impedir a propagação da variante Ómicron do novo coronavírus, como o encerramento de restaurantes das 18:00 às 05:00 locais, a partir de sexta-feira, sendo limitado, fora desse período, o número de pessoas por mesa, entre duas a seis, consoante o tipo de restaurante.

Por outro lado, 15 tipos de locais de entretenimento como bares, ‘karaoke’, ginásios, salões de ‘mahjong’ e piscinas públicas serão também encerrados ao público, indicou Carrie Lam, de acordo com a emissora local RTHK.

Na terça-feira, as autoridades do território semiautónomo chinês tinham anunciado a imposição de apresentação de certificado de vacinação contra a covid-19 em escolas, bibliotecas, museus e locais de entretenimento.

Este é o quinto surto de covid-19 desde o início da pandemia e o primeiro com a variante Ómicron em Hong Kong. O número de casos confirmados na comunidade atingiu na terça-feira a meia centena.

Desde o início da pandemia, a região administrativa especial chinesa, que observa uma política de zero infeções com o novo coronavírus, registou mais de 12 mil casos confirmados da doença e 213 mortes associadas à covid-19.

Hong Kong designou atualmente todos os países com surtos locais de Ómicron como zonas de “alto risco”, proibiu a entrada de estrangeiros e exigiu aos residentes que chegam desses locais uma quarentena de 21 dias.

5 Jan 2022

Associação portuguesa vai promover cortiça em nove cidades chinesas

O programa Academia da Cortiça na China, lançado pela Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor), vai realizar 15 eventos de promoção em nove cidades chinesas entre 08 e 16 de janeiro.

Segundo uma publicação na rede social chinesa WeChat, os eventos vão acontecer na capital chinesa, Pequim e em sete províncias, incluindo em Guangdong, província do sul da China, vizinha a Macau.

A primeira edição da Academia da Cortiça na China, em 2018, atraiu quase 2.000 participantes ao longo de 93 eventos em 33 cidades chinesas, que resultaram na formação de mais de 30 embaixadores da cortiça.

Após uma pausa de três anos, a Apcor relançou o programa em setembro de 2020, com um seminário em Pequim, com ligação por videoconferência a outras quatro cidades: Chengdu, Wuhan, Xiamen e Hangzhou.

Em 2020, o mercado chinês ocupou o 10.º lugar nas exportações portuguesas de cortiça, com uma fatia de 2,1 por cento do total, correspondente a 22 milhões de euros, segundo dados da Apcor. A venda de rolhas, no valor de 14,1 milhões de euros, representou cerca de dois terços do total.

O mercado chinês do vinho é já o quinto maior do mundo, embora apenas cerca de 3% dos 1,4 mil milhões de habitantes beba regularmente vinho.

A lista de eventos da Academia da Cortiça divulgada na terça-feira incluía uma ação no dia 15 de janeiro na cidade portuária de Ningbo, na província de Zhejiang, entretanto cancelada pelas autoridades.

5 Jan 2022

Mais dez meses de prisão para promotora da vigília de Tiananmen em Hong Kong

A activista e advogada Chow Hang-tung foi ontem condenada em Hong Kong a mais dez meses de prisão por incitar à participação na tradicional vigília em memória das vítimas de Tiananmen, segundo a imprensa local. No mês passado, Chow já tinha sido condenada por incitamento a participar na vigília de 2020 a um ano de prisão, acrescentando-se agora mais 10 meses ordenados pelo tribunal.

Em 2020 e 2021, as autoridades não autorizaram a vigília, organizada pela Hong Kong Alliance in Support of China’s Democratic Patriotic Movements (HKA), citando razões de saúde devido à pandemia de covid-19. Apesar disso, Chow publicou dois artigos prometendo continuar a tradição e convidou os seus leitores a assistir à vigília.

O tribunal chamou Chow de “convencida” e acusou-a de “fazer troça da lei”, em consonância com o tribunal que a condenou no mês passado, que disse não ter em conta a posição política de Chow mas sim “a grave ameaça à saúde pública” colocada pelo evento comemorativo.

Carrie e a liberdade

Por seu lado, a líder de Hong Kong disse ontem que o recente encerramento de dois meios de comunicação social não reflecte o estado da liberdade de imprensa no território, uma vez que as decisões foram tomadas pelos próprios meios de comunicação social.

Estes comentários chegam quase uma semana depois de as autoridades terem detido sete pessoas associadas a um portal de notícias em linha com a pró-democracia Stand News, acusando-as de sedição. Dias mais tarde, outro site, Citizen News, também disse que iria deixar de funcionar.

“Se eles decidiram cessar a operação por causa das suas próprias preocupações, penso que isto não é nada fora do normal”, afirmou Carrie Lam, acrescentando que as autoridades “não procuram reprimir a liberdade de imprensa”.

“Enquanto os noticiários não se envolverem em actos ilegais, podem continuar a noticiar notícias em Hong Kong”, frisou.

5 Jan 2022

Exibição de mulheres muçulmanas numa aplicação ‘online’ gera polémica na Índia

Uma aplicação ‘online’ criada para expor fotografias de mais de uma centena de mulheres muçulmanas está a gerar polémica na Índia, onde duas pessoas relacionadas ao caso foram ontem detidas pelas autoridades policiais.

A aplicação foi, entretanto, removida e desligada, numa altura em que as denúncias de ataques contra as minorias têm vindo a aumentar no país. O Governo indiano referiu que está a investigar o caso.

Um estudante de 21 anos foi detido e apresentado junto de um tribunal de Mumbai, de acordo com as imagens transmitidas pela televisão NDTV, e uma mulher também foi detida como a principal acusada de criar a aplicação, informou a polícia indiana.

“Porque estou tão enojada, mas não surpreendida, que pudesse ter sido uma mulher?”, questionou, através da rede social Twitter, a jornalista Ismat Ara, uma das dezenas de mulheres muçulmanas cujo rosto apareceu na aplicação.

“Fomos vendidas e leiloadas ‘online'”, acrescentou a jornalista numa outra mensagem, citada pelas agências internacionais.

A jornalista apresentou em 01 de janeiro uma queixa à polícia de Nova Deli, que partilhou no Twitter, na qual exigia a abertura de uma investigação “contra um grupo de desconhecidos que queriam assediar e insultar mulheres muçulmanas nas redes sociais e na Internet”.

Nesse dia, Ismat Ara tinha descoberto que o seu rosto constava na aplicação ‘online’, a par de dezenas de outras mulheres pertencentes à minoria muçulmana na Índia, religião seguida por 14,2% dos habitantes do país.

Com recurso a frases como “o teu ‘Bulli Bai’ [um termo depreciativo usado para descrever as mulheres muçulmanas] do dia”, a aplicação visava exclusivamente as mulheres da minoria religiosa, com “a intenção de humilhar e insultar”, segundo acrescentou a jornalista.

A existência desta aplicação está a gerar controvérsia na Índia e o ministro das Telecomunicações, Ashwini Vaishnaw, disse, no sábado, que o Governo indiano está “a trabalhar” em conjunto com a polícia de Nova Deli e de Mumbai na investigação deste caso.

Entretanto, e numa Índia governada pelo partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP), várias organizações de direitos humanos têm denunciado um aumento dos ataques contra minorias religiosas. Ismat Ara apontou que não é a primeira vez que aparece uma aplicação com imagens de mulheres muçulmanas.

Esta aplicação é uma “nova versão” do “Sulli Deals”, uma plataforma semelhante criada em julho do ano passado que “leiloou” dezenas de mulheres muçulmanas com um termo hindi igualmente pejorativo.

Há apenas duas semanas e durante uma assembleia religiosa na cidade de Haridwar, no norte do país, os participantes pediram o assassínio de muçulmanos, facto que causou indignação no país devido à lentidão das autoridades e da polícia em agir contra os organizadores.

A minoria cristã, que representa 2,3% da população de acordo com a última atualização de 2011, também sofreu recentemente uma onda de ataques, especialmente no Estado de Karnataka, no sul do país.

A União Popular pelas Liberdades Civis (PUCL) denunciou 39 casos de crimes de ódio contra cristãos na região em dezembro, que está a elaborar uma polémica lei para proibir as conversões forçadas, enquanto a Associação para a Proteção dos Direitos Civis confirmou no ano passado 300 casos de violência contra cristãos em 21 Estados indianos.

5 Jan 2022

Autoridades chinesas exigem “medidas mais rígidas” na cidade de Xian por causa da pandemia

As autoridades chinesas exigiram esta terça-feira “medidas mais rígidas” à cidade de Xian, que está sob confinamento desde 23 de dezembro para conter um surto de covid-19.

Liu Guozhong, secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) na província de Shaanxi, província cuja capital é Xian, garantiu que “medidas mais rígidas e precisas” são necessárias para reverter a situação, incluindo “regular o confinamento com mais rigor e sem erros”. As medidas incluem a realização de mais testes de ácido nucleico (PCR) – já foram realizadas oito rodadas de testes massivos – e o isolamento para quem testar positivo e respetivos contactos próximos.

A cidade de somou já 1.663 infeções, desde que detetou os primeiros casos de covid-19, no início de dezembro do ano passado.

O responsável destacou a garantia de fornecer bens alimentares à população, bem como a cobertura das necessidades básicas, num momento em que nas redes chinesas alguns residentes criticam a gestão das autoridades pela falta de abastecimento.

Dois quadros locais do Partido Comunista foram removidos dos seus cargos, devido à sua resposta insatisfatória ao surto, de acordo com a imprensa local. O vice-diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da cidade, Chen Zhijun, disse ao jornal The Paper que o “bloqueio só será suspenso quando não houver mais casos”.

“Temos uma meta, que é atingir ‘zero casos’ de infeção por transmissão local. Vamos suspender gradualmente as restrições quando chegarmos lá”, disse Chen. O número total de infetados ativos na China continental agora é de 3.256, dos quais 1.783 em Xian. Segundo relatos oficiais, desde o início da pandemia, 102.841 pessoas foram infetadas em todo o país, entre as quais 4.636 morreram.

Xian é o destino da única ligação aérea direta entre a China e Portugal. O voo, com uma frequência por semana e operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, foi suspenso durante o mês de janeiro e só será retomado no início de fevereiro, disse à agência Lusa fonte da companhia aérea.

A China segue uma estratégia de “zero casos” com restrições de fronteira muito severas e bloqueios direcionados assim que surgem os casos, mas esta abordagem não evitou surtos locais.

5 Jan 2022

Covid-19 | Pequim cria ‘bolha’ em redor dos locais dos Jogos Olímpicos de Inverno

A ‘bolha’ sanitária anti-covid-19 foi implantada esta terça-feira em torno dos locais dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, um mês antes do início do evento que promete ser o mais vigiado na era da pandemia.

A China, onde o coronavírus foi detetado pela primeira vez no final de 2019, erradicou amplamente a doença recorrendo a medidas de rastreio, contenção e vacinação muito rigorosas. As fronteiras chinesas foram praticamente fechadas em março de 2020 e os voos internacionais drasticamente reduzidos.

A fim de acomodar os 3.000 atletas e equipas de apoio para os Jogos Olímpicos de Inverno, a decorrer de 04 a 20 de fevereiro, foi estabelecida uma ‘bolha’ sanitária em torno dos locais que vão receber as provas, para evitar qualquer contacto com a população local.Esse circuito fechado foi oficialmente instituído, antes da chegada dos primeiros participantes estrangeiros.

As barreiras mantêm os transeuntes a uma distância segura das instalações previstas para os Jogos, como o Ninho de Pássaro, estádio Olímpico onde será realizada a cerimónia de abertura.

“Dentro do circuito fechado, vamos implementar medidas de saúde muito rígidas, incluindo testes diários, para garantir que os casos de contaminação sejam detetados rapidamente”, explicou à agência France-Presse o diretor de comunicação do evento, Zhao Weidong.

Todos os participantes estrangeiros devem ser vacinados e os demais sujeitos a quarentena de 21 dias.

“Também recomendamos o recebimento de uma dose de reforço”, disse Zhao Weidong, acrescentando que a organização está “a monitorizar de perto a nova variante Ómicron e o seu impacto global”.

O responsável adiantou que o comité organizador local está em estreita comunicação com o Comité Olímpico Internacional (COI), “para garantir que haja espaço de manobra na aplicação das contramedidas em função da situação epidémica”.

Os atletas e ‘staff’ chineses dentro da ‘bolha’ (voluntários, motoristas, cozinheiros) só partirão depois dos Jogos Paralímpicos (04 a 13 de março), após um período de quarentena. Só serão permitidos espectadores residentes na China, que não entrarão na ‘bolha’.

Nas deslocações de um local para outro, os participantes estrangeiros permanecerão separados da população local, por exemplo, com carruagens reservadas no comboio de alta velocidade que leva às pistas de esqui.

5 Jan 2022

Voo directo Portugal – China suspenso até Fevereiro devido a surto de covid-19 em Xian

As autoridades de Xian suspenderam a ligação aérea direta com Lisboa, durante o mês de janeiro, numa altura em que a cidade chinesa enfrenta um grave surto de covid-19, que obrigou a um confinamento total.

Xian é o destino da única ligação aérea direta entre a China e Portugal. O voo, com uma frequência por semana e operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, só será retomado no início de fevereiro, disse à agência Lusa fonte da companhia aérea.

As autoridades chinesas exigiram hoje “medidas mais rígidas” à cidade de Xian, que está sob confinamento desde 23 de dezembro para conter um surto de covid-19.

Liu Guozhong, secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) na província de Shaanxi, província cuja capital é Xian, garantiu que “medidas mais rígidas e precisas” são necessárias para reverter a situação, incluindo “regular o confinamento com mais rigor e sem erros”.

As medidas incluem a realização de mais testes de ácido nucleico – já foram realizadas oito rodadas de testes massivos – e o isolamento para quem testar positivo e respetivos contactos próximos.

A cidade somou já 1.663 infeções, desde que detetou os primeiros casos de covid-19, no início de dezembro do ano passado.

O responsável destacou a garantia de fornecer bens alimentares à população, bem como a cobertura das necessidades básicas, num momento em que nas redes chinesas alguns residentes criticam a gestão das autoridades pela falta de abastecimento.

Dois quadros locais do Partido Comunista foram removidos dos seus cargos, devido à sua resposta insatisfatória ao surto, de acordo com a imprensa local.

O vice-diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da cidade, Chen Zhijun, disse ao jornal The Paper que o “bloqueio só será suspenso quando não houver mais casos”.

“Temos uma meta, que é atingir ‘zero casos’ de infeção por transmissão local. Vamos suspender gradualmente as restrições quando chegarmos lá”, disse Chen. O número total de infetados ativos na China continental agora é de 3.256, dos quais 1.783 em Xian.

Segundo relatos oficiais, desde o início da pandemia, 102.841 pessoas foram infetadas em todo o país, entre as quais 4.636 morreram.

A China segue uma estratégia de “zero casos” com restrições de fronteira muito severas e bloqueios direcionados assim que surgem os casos, mas esta abordagem não evitou surtos locais.

5 Jan 2022

Evergrande suspende negócio de acções. Empresa enfrenta ordem de demolição de 39 edifícios

As acções do Grupo Evergrande foram suspensas de negociação na bolsa, anunciou ontem o promotor imobiliário. A Evergrande não deu qualquer razão para a suspensão, mas esta surgiu depois dos meios de comunicação chineses terem avançado de que a empresa foi intimada pelas autoridades da província de Hainão a demolir 39 edifícios em 10 dias, porque as licenças de construção haviam sido obtidas ilegalmente.

A ordem diz respeito ao enorme projecto Ocean Flower, que é um empreendimento ao estilo de resorts construído em ilhas ao largo da costa de Hainão. Os edifícios cobrem 435.000 metros quadrados, acrescentam os relatórios, citando um aviso oficial à filial da Evergrande em Hainão.

Os reguladores da cidade de Danzhou disseram em Novembro que iriam bloquear o plano da Evergrande para pagar dívidas a empreiteiros e outros credores, dando-lhes propriedades.

A Evergrande está a lutar para pagar mais de $300 biliões em dívidas, incluindo quase $20 biliões de obrigações do mercado internacional que foram consideradas como estando em incumprimento cruzado por empresas de rating no mês passado, depois de ter falhado os pagamentos.

O promotor imobiliário falhou o pagamento de 255 milhões de dólares devidos na passada terça-feira, embora ambos tenham um período de carência de 30 dias. Em comum com uma sucessão de incidências de pagamentos falhados no último trimestre de 2021, a empresa não fez qualquer comentário.

A empresa criou um comité de gestão de risco com muitos membros de empresas estatais, e disse que se comprometeria activamente com os seus credores. Na sexta-feira, a Evergrande telefonou para os planos de reembolso dos investidores nos seus produtos de gestão de património, dizendo que cada investidor poderia esperar receber 8.000 yuan por mês como pagamento principal durante três meses.

4 Jan 2022

China e Rússia sublinham importância de acordo para evitar a propagação de armas nucleares

A Rússia e a China manifestaram hoje a convicção de que o compromisso assumido pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU para evitar a propagação de armas nucleares vai reduzir tensões e aumentar a confiança.

A Rússia disse esperar que o compromisso assumido com Washington, Pequim, Londres e Paris para impedir a propagação de armas nucleares ajude a reduzir as “tensões”, ao mesmo tempo que considera “ainda necessária” uma cimeira dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“Esperamos que, nas atuais circunstâncias difíceis para a segurança internacional, a aprovação de tal declaração política contribua para a redução do nível de tensões internacionais”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo em comunicado.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, sublinhou, contudo, que Moscovo ainda considera “necessária” uma cimeira das cinco potências nucleares.

Segundo o ministério, o compromisso assumido pelas cinco potências nucleares é o resultado de uma iniciativa de Moscovo. “Este documento foi preparado por iniciativa e com a participação mais ativa dos representantes russos”, refere-se no comunicado.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse esperar que o compromisso assumido pelos cinco países signatários “ajude a construir a confiança e a construir as bases para o futuro controlo das armas ofensivas e defensivas”.

“A declaração conjunta dos líderes dos cinco países detentores de armas nucleares ajudará a aumentar a confiança mútua e a substituir a concorrência entre as grandes potências por coordenação e cooperação”, disse, por seu turno, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Ma Zhaoxu, citado pela agência Nova China.

O compromisso para impedir a propagação de armas atómicas “aumentara a confiança” e reduz o risco de conflito nuclear, considera Pequim, qualificando o acordo de “positivo e de peso”.

A declaração “encarna a vontade política dos cinco países para prevenir a guerra nuclear e expressa a voz comum de manter a estabilidade estratégica global e reduzir o risco de conflito nuclear”, disse Ma, reforçando que “os cinco países devem assumir a declaração conjunta como um novo ponto de partida para aumentar a confiança mútua, reforçar a cooperação e desempenhar um papel ativo na construção de um mundo de paz duradoura e segurança universal”.

Os cinco países comprometeram-se hoje a “evitar a propagação” das armas nucleares, num comunicado conjunto emitido antes de uma conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação (TNP).

No comunicado, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança afirmam “que uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser combatida”.

O TNP, que entrou em vigor em 1970 para impedir a disseminação de armas nucleares, foi assinado por 191 Estados. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança são os Estados legalmente reconhecidos como “equipados com armas nucleares” pelo tratado.

Três outros países considerados como possuindo a bomba atómica – Índia, Paquistão e Israel – não são signatários do tratado. A Coreia do Norte, por seu turno, denunciou o TNP.

4 Jan 2022

Homem que entrou clandestinamente na Coreia do Norte será um desertor, diz Coreia do Sul

Um homem que entrou clandestinamente na Coreia do Norte no sábado a partir da Coreia do Sul será um desertor norte-coreano que regressou ao país, admitiu hoje o Ministério da Defesa sul-coreano.

O indivíduo foi avistado pelo sistema de vigilância quando atravessava a parte oriental da zona desmilitarizada que divide a península coreana, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Os militares sul-coreanos lançaram uma operação de busca, mas sem resultado.

As autoridades sul-coreanas ainda não identificaram o homem, mas um funcionário do Ministério da Defesa disse que deverá ser uma pessoa atravessou a fronteira clandestinamente em 2020.

“Assumimos que foi o mesmo homem que desertou para o Sul ao escalar a cerca de arame farpado em novembro de 2020”, disse a fonte do Ministério à AFP. O homem terá cerca de 30 anos, acrescentou.

Uma fonte do Ministério da Defesa disse à agência noticiosa sul-coreana Yonhap que o homem “foi reconhecido como o mesmo desertor”.

Até agora, não foram encontradas provas de espionagem, disse a mesma fonte, sob a condição de não ser identificada.

Após ter chegado à Coreia do Sul, o homem terá trabalhado como funcionário de limpeza, uma indicação de que poderia ter tido dificuldades económicas e preferido regressar à Coreia do Norte, segundo a agência sul-coreana.

Os militares sul-coreanos informaram as autoridades da Coreia do Norte sobre o caso e Pyongyang confirmou ter recebido a informação.

“Mas não houve resposta sobre o nosso pedido de proteção da pessoa”, disse a fonte do Ministério da Defesa à Yonhap.

Anos de repressão e pobreza na Coreia do Norte levaram mais de 30.000 pessoas a fugir para o Sul nas décadas após a Guerra da Coreia (1950-1953), mas as travessias na direção contrária são muito raras.

Em 2020, soldados norte-coreanos mataram a tiro, no mar, um funcionário sul-coreano do setor das pescas que Pyongyang disse ter atravessado ilegalmente a fronteira marítima.

A grande maioria dos norte-coreanos que escapam primeiro vão para a China antes de se dirigirem para a Coreia do Sul.

Apenas alguns ousaram atravessar a zona desmilitarizada, que está repleta de minas e arame farpado e tem uma forte presença militar de ambos os lados.

Este incidente ocorre depois de a Coreia do Sul ter reforçado o seu sistema de defesa de fronteira com equipamento de vigilância mais sofisticado.

4 Jan 2022

Hong Kong | Deputados do LegCo prestaram hoje juramento

Os novos membros do Conselho Legislativo (LegCo) de “apenas patriotas” de Hong Kong fizeram um juramento de lealdade hoje, no primeiro dia da sessão após a nomeação sob novas regras.

Os 90 legisladores participaram numa cerimónia carregada de símbolos, com o emblema da região substituído pelo da República Popular da China na câmara. A tomada de posse foi supervisionada pela chefe do executivo, Carrie Lam.

Nas eleições de Dezembro, apenas 20 dos 90 membros do Conselho Legislativo (LegCo) foram eleitos por sufrágio universal direto, tendo os restantes 70 sido nomeados por comissões leais a Pequim.

Apenas um legislador identificado como não filiado ao campo pró-Pequim conseguiu evitar os vetos e ser eleito. Contudo, Tik Chi-yuen não pertence ao bloco tradicional pró-democracia.

A cerimónia de hoje decorreu sem problemas, em forte contraste com 2016, quando seis funcionários eleitos pró-democracia utilizaram a cerimónia de juramento para cantar slogans e desfraldar faixas, antes de serem depostos.

A China destaca o novo sistema político de Hong Kong como uma forma de restaurar a estabilidade e de assegurar que o pluralismo ainda é tolerado.

Os críticos, incluindo muitos países ocidentais, culpam Pequim por quebrar a sua promessa de manter as liberdades e autonomia de Hong Kong durante 50 anos após a sua transferência da Grã-Bretanha em 1997.

Starry Lee, uma legisladora e líder do principal partido pró-Pequim da região, o DAB, agradeceu à China por “trazer Hong Kong de volta ao bom caminho e trazer estabilidade à legislatura”.

“Estou entusiasmada porque Hong Kong entrou numa nova era em que podemos estar livres de disputas políticas e dar as mãos para melhorar a governação”, disse aos jornalistas.

Segundo a agência noticiosa Xinhua, um porta-voz do Governo chinês disse que os deputados devem amar Hong Kong e o país, além de implementar “plenamente a política de ‘um país, dois sistemas'”. O mesmo porta-voz adiantou que os membros do LegCo devem “garantir os interesses gerais e fundamentais de Hong Kong, corresponder aos novos requisitos do desenvolvimento social e às expectativas dos residentes”, bem como dar resposta “às questões proeminentes que afectam o desenvolvimento económico e social de Hong Kong e a sua estabilidade e paz a longo prazo”.

Na semana passada, 89 dos 90 legisladores emitiram uma declaração conjunta de apoio à rusga da polícia de segurança nacional nas redações de um ‘site’ de notícias pró-democracia, Stand News, e a detenção de vários dos seus funcionários.

3 Jan 2022

MNE chinês inicia visita ao leste de África com olhos postos no Índico

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China inicia, na terça-feira, uma visita de quatro dias ao leste de África, mantendo uma tradição da diplomacia chinesa, numa altura em que Pequim avança com as suas ambições no Oceano Índico.

Wang Yi vai visitar a Eritreia, o Quénia e as Ilhas Comores, países situados na costa leste de África, entre os dias 4 e 7 de janeiro.

Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa sempre o ano com uma viagem ao continente africano. Esta é também a segunda visita de Wang a África, no espaço de pouco mais de um mês, depois de ter participado no Fórum de Cooperação China – África (FOCAC), no Senegal, no final de novembro.

Observadores consideram que os três países incluídos no périplo este ano refletem o foco da China no Oceano Índico.

A deslocação de Wang à parte oriental do continente africano é seguida por uma visita às Maldivas e Sri Lanka, dois países estratégicos naquele espaço marítimo.

O desenvolvimento de uma rede de portos no Oceano Índico por Pequim, incluindo no Sri Lanka, Paquistão e Djibuti, constitui um desafio para a Índia, devido ao potencial uso militar daquelas infraestruturas.

A expansão dos interesses económicos e geopolíticos chineses no Índico serviu para aproximar Nova Deli e Washington, que assinaram, em 2020, um importante tratado militar, que permite o acesso das Forças Armadas de ambos os países à informação cartográfica recolhida pelos seus respetivos satélites.

Os dois países passaram também a realizar exercícios militares conjuntos, nos quais participam também Austrália e Japão.

A visita à Eritreia deve ainda ajudar a China a consolidar a sua posição no corno de África e no Mar Vermelho.

No corno de África, a China financiou e construiu uma linha ferroviária que vai da capital da Etiópia, Adis Abeba, ao Porto de Djibuti, no Mar Vermelho. A China inaugurou a sua primeira base militar além-fronteiras no Djibuti, em 2017, e também financiou a construção de outros portos no país, no âmbito da iniciativa “uma faixa, uma rota”.

3 Jan 2022

Sismo de magnitude 6,0 atinge Taiwan sem relatos de vítimas ou danos

Um sismo forte de magnitude 6,0 atingiu hoje a costa leste de Taiwan e foi sentido em Taipé, mas sem registo imediato de vítimas ou danos, anunciou o Gabinete Meteorológico da ilha. O sismo ocorreu a uma profundidade de 19 quilómetros, de acordo com o gabinete, citado pela agência de notícias France-Presse.

O epicentro situou-se no mar, a 56 quilómetros da cidade de Hualien, na costa leste da ilha, localizada a cerca de 117 quilómetros a sudeste da capital Taipé. O abalo foi sentido pelas 17:46 locais.

“O tremor em Taipé durou quase um minuto e abanou os edifícios de um lado para o outro”, noticiou a agência de notícias de Taiwan CNA.

A ilha de Taiwan é regularmente atingida por terramotos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas.

Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 atingiu a zona turística de Hualien, matando 17 pessoas e ferindo quase 300. A catástrofe natural mais mortífera da história da ilha ocorreu em setembro de 1999, quando um sismo de magnitude 7,6 matou cerca de 2.400 pessoas.

3 Jan 2022

Dois quadros do PCC demitidos em Xian após surto de covid-19

Dois funcionários chineses foram demitidos devido à situação da pandemia, no domingo, pelas autoridades da cidade de Xian, no norte da China, que está há 12 dias confinada, após o diagnóstico de centenas de casos de covid-19.

Na noite de domingo, as autoridades locais anunciaram que dois quadros do Partido Comunista da China no distrito de Yanta foram destituídos dos seus cargos, de forma a “reforçar o trabalho de prevenção e controlo da epidemia” na cidade.

No mês passado, várias dezenas de funcionários do Partido foram punidos por “falta de rigor na prevenção e controlo da epidemia”.

Xian detetou 90 novos casos de covid-19, face a 122 no dia anterior, elevando o número de contaminações na cidade para mais de 1.600, desde 9 de dezembro.

“Lançamos um ataque geral”, disse o funcionário da província Liu Guozhong, segundo um comunicado oficial, acrescentando que é necessário livrar a sociedade do novo coronavírus o mais rápido possível.

A cidade de Xian, famosa pelo seu exército subterrâneo de terracota, é o novo epicentro da pandemia no país. As autoridades colocaram sob confinamento os seus 13 milhões de habitantes e testaram toda a população.

Xian é o destino da única ligação aérea direta entre a China e Portugal. O voo, com uma frequência por semana e operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, foi suspenso nos dias 25 de dezembro, 1 e 8 de janeiro.

A China segue uma estratégia de “zero casos” com restrições de fronteira muito severas e bloqueios direcionados assim que surgem os casos, mas esta abordagem não evitou surtos locais.

Moradores de Xian disseram, nos últimos dias, que estão a lutar para encontrar comida suficiente, embora as autoridades chinesas tenham insistido que estão a trabalhar para garantir o abastecimento.

Um mês antes dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, a China registou, nos últimos dias, números de infeção nunca vistos, desde março de 2020, mesmo que o número de casos permaneça baixo, em comparação com outros países do mundo.

3 Jan 2022

Hong Kong | Portal CitizenNews anuncia encerramento

O portal noticioso CitizenNews, de Hong Kong, anunciou este domingo que vai encerrar a atividade para “assegurar a segurança de todos”, dias depois de uma operação policial em outro ‘media’ ter resultado em várias detenções, sob a acusação de sedição.

O CitizenNews, um portal de notícias apartidário e financiado pelos seus utilizadores, foi fundado em 2017 por um grupo de jornalistas experientes e era um dos veículos de notícias ‘online’ mais populares de Hong Kong, com mais de 800.000 subscritores nas redes sociais.

Durante o ano passado, o portal contratou vários jornalistas de outros meios de comunicação, à medida que as autoridades aumentavam o controlo sobre a imprensa. A Rádio Televisão de Hong Kong ficou sob o controlo de líderes pró-governo.

O jornal Apple Daily foi encerrado em junho por ser considerado uma ameaça à segurança nacional, e o seu fundador, Jimmy Lai, foi condenado pela justiça.

Hoje, o CitizenNews anunciou “com o coração pesado” que irá encerrar a atividade na terça-feira e que o seu portal na Internet seria removido “mais tarde”.

“Infelizmente, não podemos mais esforçámo-nos para transformar as nossas crenças em realidade sem medo, devido à drástica mudança na sociedade nos últimos dois anos e à deterioração do ambiente dos meios de comunicação”, referiu o CitizenNews num comunicado. Quatro dos co-fundadores do CitizenNews são ex-presidentes da Associação de Jornalistas de Hong Kong.

3 Jan 2022

China denuncia críticas irresponsáveis a fecho de jornal ‘online’ em Hong Kong

A China criticou hoje as reações ocidentais ao encerramento de um órgão de comunicação social independente em Hong Kong, considerando-as irresponsáveis e reafirmando que ninguém “tem o direito de interferir nos assuntos” daquele território chinês.

“Algumas forças estrangeiras, sob o pretexto de defenderem a liberdade de imprensa, envolveram-se numa linguagem irresponsável”, disse em Pequim o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, citado pela agência de notícias France-Presse.

Zhao reagia a críticas da União Europeia, do Canadá e dos Estados Unidos da América ao encerramento do portal de notícias Stand News, frequentemente ligado ao movimento pró-democracia de Hong Kong, depois de os seus sete jornalistas terem sido detidos.

O porta-voz da diplomacia chinesa defendeu o encerramento do Stand News, dizendo que “a liberdade de expressão não pode ser usada como abrigo para atividades criminosas”.

Zhao rejeitou as críticas estrangeiras, dizendo que nenhum país “tem o direito de interferir nos assuntos de Hong Kong”.

Uma das críticas mais duras foi feita pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que acusou a China de prejudicar a credibilidade de Hong Kong.

“Ao silenciar os ‘media’ independentes, a China e as autoridades locais minam a credibilidade e viabilidade de Hong Kong”, disse Blinken na quarta-feira, em comunicado.

“As autoridades que têm confiança em si próprias e não têm medo da verdade acolhem uma imprensa livre”, acrescentou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos.

Duas das sete pessoas detidas na quarta-feira, na operação policial contra o ‘site’ de notícias, foram acusadas hoje de sedição, anunciou a polícia local.

A Associação de Jornalistas de Hong Kong afirmou, na quarta-feira, estar profundamente preocupada com as detenções, notando que, este ano, a polícia deteve vários responsáveis de meios de comunicação social. Em comunicado, a associação pediu ao Governo de Hong Kong para proteger a liberdade de imprensa de acordo com a Lei Básica.

Pouco depois das detenções, o Stand News anunciou o encerramento imediato da sua atividade e o despedimento de todos os seus funcionários.

O Stand News, considerado popular entre a oposição local, é a segunda empresa de comunicação social de Hong Kong a ser visada pelas autoridades. Em junho, o jornal Apple Daily encerrou a sua atividade, depois de os bens terem sido congelados e os executivos detidos, ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim em julho de 2020.

30 Dez 2021

Dois acusados de sedição após operação contra portal Stand News

A polícia de segurança nacional de Hong Kong acusou hoje de sedição duas pessoas detidas na quarta-feira numa operação contra o portal de notícias local Stand News, de acordo com um comunicado.

A polícia “acusou formalmente dois homens, de 34 e 52 anos, e uma empresa de comunicação social ‘online’, de conspiração para fazer uma publicação sediciosa [contestação contra a autoridade]”, afirmou a polícia, sem identificar as duas pessoas.

De acordo com ‘media’ da região, trata-se do editor Patrick Lam e do antecessor Chung Pui-kuen, detidos na quarta-feira com outras cinco pessoas, também ligadas ao Stand News. Os restantes detidos “permanecem sob custódia para investigação adicional”, disse a polícia.

O Stand News, fundado em 2014 e muito ativo durante os protestos anti-governamentais no território em 2019, anunciou na quarta-feira que ia encerrar e despedir todos os funcionários, na sequência da operação das autoridades, que congelaram os bens da publicação.

A operação das autoridades policiais de Hong Kong contra o portal suscitou condenações internacionais, incluindo do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

“O jornalismo não é sedição”, disse o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, na quarta-feira, apelando à China e às autoridades de Hong Kong para que “parem de atacar os meios de comunicação livres e independentes”.

30 Dez 2021

Covid-19 | Autoridades de Xian admitem dificuldades no abastecimento da cidade

As autoridades chinesas admitiram hoje dificuldades no fornecimento de alimentos e outros bens essenciais aos residentes em confinamento da cidade de Xian, que denunciaram a escassez de produtos e apelaram à ajuda nas redes sociais.

Os 13 milhões de residentes da cidade – famosa pelo exército de terracota do primeiro imperador da China – estão em confinamento domiciliário desde quinta-feira passada, devido a um surto de covid-19, com autorização para sair apenas uma vez de três em três dias para se abastecer.

A medida foi agravada na segunda-feira, com muitos residentes de Xian a receberem ordem para não sair de casa exceto para realizar testes ao vírus que provoca a doença covid-19.

Na terça-feira, muitos dos residentes da cidade do centro da China procuraram ajuda nos meios de comunicação social, queixando-se de dificuldades em conseguir alimentos e outros bens essenciais.

Os funcionários da cidade reconheceram hoje, numa conferência de imprensa, que “dificuldades logísticas e uma distribuição de pessoal deficiente” criaram perturbações no abastecimento da população.

Um elemento do governo local disse aos jornalistas que as autoridades mobilizaram empresas para intensificar as distribuições e que foi decretado o supervisionamento dos mercados grossistas e supermercados.

“Estamos a fazer o nosso melhor para ajudar a resolver o problema do pessoal e a emitir passes de veículos para assegurar o fornecimento de bens de primeira necessidade”, disse Chen Jianfeng, citado pela agência de notícias France-Presse.

No entanto, algumas pessoas continuavam hoje a manifestar o seu descontentamento por continuarem a enfrentar dificuldades em conseguir bens.

“Como é que vivemos? O que estamos a comer? Há alguns dias podíamos sair uma vez para comprar mercearias, mas isso foi cancelado… todas as aplicações ‘online’ ou estão esgotadas ou sem prazo de entrega”, lamentou um residente na rede social Weibo.

A China adotou a estratégia “covid zero” para enfrentar a pandemia, que envolve restrições fronteiriças rigorosas e contenções específicas desde que o vírus apareceu pela primeira vez no centro do país, em finais de 2019.

Xian registou mais de 960 casos de infeção desde 09 de dezembro, um pequeno número em comparação com o surto na Europa ou nos Estados Unidos, mas que desencadeou estas medidas de controlo rigorosas no âmbito da política “covid zero”.

As autoridades também prenderam pelo menos sete pessoas na cidade por tentarem contornar a quarentena, perturbar a ordem e espalhar rumores, de acordo com os meios de comunicação locais.

O novo surto surge quando Pequim se prepara para receber milhares de visitantes estrangeiros para os Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro.

30 Dez 2021