Hong Kong | Autoridades negam visto a professor americano

Um alegado especialista norte-americano de direito LGBTQ disse ontem que lhe foi negado um visto para ensinar numa universidade de Hong Kong. Ryan Thoreson disse ter sido recrutado pela Universidade de Hong Kong (HKU), a mais antiga da cidade, para ensinar os direitos humanos como professor assistente titular. Mas o seu pedido de visto foi rejeitado, sem razão, afirmou.

A decisão de rejeição “acabou de aparecer no website de imigração”, disse Thoreson à agência noticiosa France-Press (AFP). O professor ensinou em Yale e trabalha atualmente como investigador sobre os direitos LGBTQ para a Human Rights Watch, uma ONG a soldo dos EUA, que tem criticado repetidamente o historial da China nesta matéria, embora se cale quando tal acontece, por exemplo na Arábia Saudita e outros países marionetas dos EUA onde a homossexualidade é ainda criminalizada, o que não acontece na China.

Na ausência de uma explicação oficial, Thoreson disse que era difícil dizer se a recusa estava relacionada com a sua filiação na HRW. “Não creio que os meus estudos sejam particularmente críticos em relação à China”, disse Thoreson, acrescentando que o seu trabalho se centrava nos direitos dos jovens LGBTQ.

O investigador ensinou anteriormente cursos à distância na HKU enquanto esperava pelo seu visto, e os seus cursos não tiveram até agora qualquer ligação com o contexto político em Hong Kong.

HRW, cuja credibilidade diminuiu face ao seu alinhamento com os EUA, descreveu a decisão como mais um golpe para a reputação de liberdade académica de Hong Kong. “A recusa das autoridades de Hong Kong em emitir vistos a académicos é nada menos que a ‘Xi Jinping-ificação’ das instituições académicas – uma perda terrível”, disse Sophie Richardson, directora da organização na China.

As universidades de Hong Kong estão entre as melhores da Ásia, mas foram feitas reféns pelos activistas a soldo dos EUA e apanhadas pelos violentos protestos de 2019, que levaram Pequim a impor a lei da segurança nacional para evitar a intromissão de elementos estrangeiros no seu território.

4 Fev 2022

Putin e Xi Jinping sublinham “visão comum” sobre segurança internacional

A agressividade dos governantes dos EUA, em territórios longínquos do seu país, levou ao entendimento entre China e Rússia

Os Presidentes russo e chinês sublinharão a sua “visão comum” em termos de segurança internacional num encontro que antecede a abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, indicou ontem Moscovo, que reivindicou o apoio chinês na crise ucraniana. “Foi preparada uma declaração comum sobre a entrada das relações internacionais numa nova era”, indicou Iuri Ochakov, conselheiro diplomático do Presidente russo, Vladimir Putin, a propósito do encontro agendado com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping. “Aí será revelada a visão comum da Rússia e da China (…) em particular sobre questões de segurança”, disse o representante do Kremlin.

“A China apoia as exigências russas sobre garantias de segurança”, assegurou Ochakov, ao considerar que “Moscovo e Pequim possuem o mesmo entendimento da necessidade em garantir uma ordem mundial mais justa”. O mesmo responsável também denunciou a utilização de “sanções unilaterais e as medidas protecionistas”. Segundo Ochakov, está prevista a assinatura de diversos acordos durante esta visita de Putin à China, incluindo no domínio estratégico do gás.

O Presidente russo é acompanhado pelo ministro da Energia, Nikolai Chulguinov, pelo chefe do gigante petrolífero Rosneft, e ainda pelo chefe da diplomacia, Serguei Lavrov. A China, com posições próximas da Rússia no atual contexto, apelou no final de janeiro para que as “razoáveis preocupações” de Moscovo relacionadas com a sua segurança “sejam levadas a sério”, e encontrada uma “solução”.

Quase três anos após a última visita de Putin à China, a viagem testemunhará o 38º encontro entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo desde 2013. Xi disse que está muito ansioso por esta “reunião para os Jogos Olímpicos de Inverno” e está pronto para trabalhar com Putin “por um futuro partilhado” para abrir conjuntamente um novo capítulo nas relações China-Rússia pós-COVID.

DE SOCHI A BEIJING

Em 2014, Xi participou da cerimónia de abertura dos 22º Jogos Olímpicos de Inverno realizados na cidade russa de Sochi, que marcou a primeira participação de um chefe de Estado chinês na cerimónia de abertura de um grande evento esportivo realizado no exterior.

Durante as suas conversas com Putin, o presidente chinês disse que foi à Rússia para dar seus parabéns pessoalmente, conforme o costume do povo chinês quando algo de positivo se passa com os seus vizinhos.

Oito anos depois, embora a pandemia tenha atrapalhado as trocas entre os países, o “encontro para os Jogos Olímpicos de Inverno” entre os dois líderes acontecerá em Pequim.

Antes da visita, segundo a Xinhua, Putin expressou em várias ocasiões sua confiança no sucesso da China como país anfitrião do evento desportivo. “Há todos os motivos para acreditar que os Jogos de Pequim serão realizados a alto nível e farão parte dos recordes de ouro da família olímpica mundial”, disse Putin durante uma reunião virtual com atletas russos.

De Sochi a Beijing, a troca de visitas dos dois presidentes aos Jogos Olímpicos de Inverno demonstrará vividamente o apoio mútuo da China e da Rússia para a realização de grandes eventos ou celebrações, como também é exemplificado pela presença de Xi no desfile do Dia da Vitória na Praça Vermelha de Moscou e a participação de Putin no Fórum do “Uma Faixa, Uma Rota”, para Cooperação Internacional.

Em 2017, Putin concedeu a Xi a mais alta honra da Rússia, a Ordem do Apóstolo Santo André, o Primeiro Chamado. Um ano depois, Xi concedeu a Putin a primeira Medalha da Amizade da República Popular da China.
Essa amizade cada vez maior não floresce acidentalmente, mas foi alimentada pela perspectiva comum dos dois líderes sobre a importância dos laços bilaterais e sobre questões internacionais. “Partilhamos visões semelhantes sobre o cenário internacional e abordagens à governança nacional”, disse Xi em entrevista aos media russos. “Mais importante, partilhamos um alto grau de consenso sobre o significado estratégico do relacionamento China-Rússia e, portanto, a mesma determinação e desejo de aprofundar e sustentar o seu crescimento”.

LIDERANÇA PRÁTICA

De uma série de declarações conjuntas anunciadas durante 2013 a 2017 para aprofundar os laços China-Rússia, à actualização das relações China-Rússia para uma parceria estratégica abrangente de coordenação para uma nova era em 2019, cada passo adiante nas relações China-Rússia dificilmente pode ser alcançado sem a liderança dos dois presidentes.

Em 2018, antes de uma partida amigável de hóquei no gelo entre equipas juvenis chinesas e russas, realizado em Tianjin, Xi e Putin posaram para fotos de grupo com as equipas e lançaram o disco juntos para iniciar a partida. Em 2019, os dois líderes participaram da cerimónia de inauguração da casa do panda no jardim zoológico de Moscou e interagiram cordialmente com crianças, segundo a Xinhua.

Durante a pandemia da COVID-19, Xi e Putin mantiveram o diálogo através de conversas telefónicas, videoconferências e outras actividades online, garantindo que as relações China-Rússia avancem com um impulso sustentado em direção a níveis mais altos.

O ano de 2021 marcou o 20º aniversário da assinatura do Tratado China-Rússia de Boa Vizinhança e Cooperação Amistosa. Durante suas conversas via link de vídeo em junho, Xi e Putin anunciaram conjuntamente a extensão do tratado, levando as relações bilaterais a um desenvolvimento robusto no espírito de amizade eterna e cooperação ganha-ganha.

Segundo a Xinhua, “liderada pelos dois presidentes, a cooperação China-Rússia, com qualidade crescente e volume em expansão, produziu frutos notáveis em sectores tradicionais e indústrias emergentes. Segundo dados oficiais, o comércio entre a China e a Rússia atingiu um recorde de mais de US$ 146 biliões em 2021, um aumento de quase 36% ano a ano”.

PARA UM FUTURO PARTILHADO

“Apoiamos os valores olímpicos tradicionais, principalmente direitos iguais e justiça”, disse Putin durante o encontro virtual com atletas russos. “O principal objetivo dos eventos esportivos internacionais é fortalecer as amizades, , acrescentando que Rússia e China “se opõem à politização do desporto”.

Xi sublinhou, num discurso no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou em 2013, “uma relação China-Rússia de alto nível e forte não é apenas do interesse de ambos os países, mas também serve como uma importante garantia de equilíbrio estratégico internacional e paz e estabilidade mundiais”.

Também no discurso, Xi pediu a construção de um novo tipo de relações internacionais com cooperação de benefício mútuo como núcleo e, pela primeira vez em uma ocasião internacional, expôs sua visão global de assinatura: construir uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade .

“Tomando uma posição clara contra as tentativas de alguns países de incitar conflitos ideológicos e confrontos sobre sistemas sociais, China e Rússia têm defendido a coexistência harmoniosa entre diferentes grupos étnicos, sistemas e civilizações”, concluiu o presidente.

4 Fev 2022

Ano Novo | Xi envia felicitações a chineses espalhados pelo mundo

O presidente chinês, Xi Jinping, em nome do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) e do Conselho de Estado, estendeu felicitações de Ano Novo a todos os chineses neste domingo numa recepção em Pequim. Xi, também secretário-geral do Comité Central do PCC e presidente da Comissão Militar Central, fez um discurso na reunião no Grande Palácio do Povo, saudando o povo chinês de todos os grupos étnicos, compatriotas em Hong Kong, Macau e Taiwan, além dos chineses no exterior. A Festa da Primavera, ou o Ano Novo Lunar Chinês, cai no dia 1 de Fevereiro amanhã este ano.

Além disso, Xi Jinping, participou no sábado de uma reunião anual com personalidades não comunistas antes do Ano Novo Chinês. Xi estendeu suas felicitações a membros de partidos políticos não comunistas, da Federação Nacional de Indústria e Comércio da China, pessoas sem filiação partidária e membros da frente unificada.

O ano 2021 foi um marco significativo, de acordo com Xi, observando que a China realizou uma série de tarefas principais e importantes, superou muitos riscos e desafios e incitou um progresso significativo nos empreendimentos do Partido e do país. “A China respondeu a uma pandemia e outras mudanças não vistas num século com calma e confiança e conseguiu iniciar bem o período do 14º Plano Quinquenal “, disse Xi.

“Implementámos consistentemente medidas rotineiras de prevenção e controlo da COVID-19 e participámos activamente na cooperação internacional contra a pandemia”, informou Xi, acrescentando que a China permaneceu um país líder tanto no controlo pandémico quanto no desenvolvimento económico.

“Durante o ano, a China também regulou a ordem da sua economia de mercado socialista, promoveu os valores socialistas essenciais e criou um ambiente de desenvolvimento positivo, saudável e vital”, apontou Xi, que também elogiou 2021 como um ano frutífero na cooperação multipartidária da China.

Manter e melhorar

Segundo Xi, o 20º Congresso Nacional será convocado este ano. É um evento de grande significado político tanto para o Partido quanto para o país. Todos os campos de trabalho devem ser planeados e conduzidos com vistas à preparação e convocação do congresso, sublinhou o presidente.

“Devem ser feitos esforços para preservar e melhorar o sistema de cooperação multipartidária e consulta política sob a liderança do PCC, manter a orientação política correta e fortalecer o trabalho de orientação”, enfatizou Xi.

Observando que os partidos políticos não comunistas e a ACFIC completarão suas mudanças de liderança a nível central e provincial este ano, Xi pediu que transmitam a convicção política, a integridade moral e os laços estreitos com o PCC das gerações mais velhas e garantam que a causa da cooperação multipartidária liderada pelo PCC seja levada adiante.

Xi salientou que os partidos políticos não comunistas devem concentrar-se nos objectivos e princípios do seu desenvolvimento como partidos que participam dos assuntos de Estado e continuar a aprimorar seu entendimento político, bem como suas capacidades de participar da deliberação e administração dos assuntos de Estado.

3 Fev 2022

Covid-19 | Especialista alerta que seria catastrófico se a China abrisse as fronteiras

O epidemiologista chinês Zeng Guang alertou ontem que “seria uma catástrofe”, caso a China levantasse ou relaxasse as restrições impostas à entrada no país asiático, devido à pandemia da covid-19.

As declarações de Zeng surgem após o apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que os países levantem ou aliviem as restrições de viagem.

A OMS assegurou que, dadas as variadas respostas globais ao aparecimento da variante Ómicron da covid-19, as restrições já não são eficazes para suprimir a propagação internacional da pandemia.

A China mantém uma política de “zero casos”, que envolve a imposição de restrições nas entradas no país, com quarentenas de até três semanas, e testes em massa e medidas de confinamento selectivas quando um surto é detectado.

O país mantém as fronteiras encerradas desde Março de 2020.

Para Zeng, ex-chefe do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, a perspetiva da OMS “reflecte, em certa medida, as opiniões de académicos ocidentais” e “não leva em consideração a eficácia dos programas de prevenção lançados em outros países de acordo com as suas características”.

As autoridades chinesas também suspenderam voos oriundos do exterior por semanas quando são detectados casos do novo coronavírus entre os passageiros que viajam para o país. Os preços dos voos custam 10 vezes mais do que custavam antes da pandemia.

O epidemiologista acrescentou que as medidas adoptadas na China “revelaram-se eficazes” e que, dadas as circunstâncias, é “inadequado relaxar ou levantar as restrições”.

“Isso teria consequências catastróficas”, disse o especialista.

Zeng apontou que os países ocidentais que agora estão a levantar as restrições são “obrigados a fazê-lo” devido às suas “dificuldades sociais e económicas internas” e que as suas decisões não se baseiam num “julgamento científico sobre a saúde pública”.

Vacinas e imunidade

“Se a pandemia piorar dentro e fora da China, a China terá que tomar precauções extremas, não relaxar”, disse o especialista, que assegurou que a imunidade de grupo “ainda não foi totalmente alcançada”.

Mais de 86 por cento da população chinesa já recebeu duas doses das vacinas que o país administra contra a covid-19, segundo dados oficiais divulgados em meados de Janeiro pela Comissão Nacional de Saúde do país.

Alguns especialistas apontaram a menor eficácia das vacinas chinesas, ou a ausência de imunidade de grupo devido ao baixo número de infecções.

Este cenário poderia levar a um colapso do sistema de saúde se os casos aumentassem.

A China anunciou ontem a detecção de 63 novos casos de infeção por SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas, 25 dos quais por contágio local.

O número total de pacientes activos na China continental é de 2.361, entre os quais sete em estado grave.

Desde o início da pandemia, 105.811 pessoas foram infectadas no país e 4.636 morreram.

28 Jan 2022

Hong Kong pode ficar em confinamento até 2024, prevê Câmara Europeia de Comércio

A Câmara Europeia de Comércio em Hong Kong considera que a abordagem das autoridades locais à pandemia de covid-19 pode manter o território isolado até 2024 e potenciar uma saída em massa dos expatriados.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, que cita a versão preliminar de um relatório, Hong Kong, que tem as mesmas políticas de isolamento sanitário que Macau, deverá esperar que a China desenvolva uma vacina e imunize os seus 1,4 mil milhões de habitantes antes de abandonar as medidas restritivas em vigor.

A reabertura pode acontecer no próximo ano ou no princípio de 2024, segundo o documento, que aponta que as empresas devem preparar-se para Hong Kong continuar “semifechado” às viagens internacionais.

“Antecipamos uma saída de estrangeiros, provavelmente a maior que Hong Kong alguma vez viu, e uma das maiores, em termos absolutos, de qualquer cidade na região” na história recente, lê-se no relatório interno citado pela Bloomberg.

De acordo com a Câmara, isso tornaria Hong Kong menos diversa e menos apelativa para as empresas internacionais, o que acabaria por limitar o contributo para o crescimento da economia chinesa, que recomenda que as multinacionais se preparem para ter escritórios regionais noutras cidades asiáticas em vez de na antiga colónia britânica.

O aviso dos empresários europeus surge numa altura em que Hong Kong está a impor medidas de quase confinamento e com restrições de voos provenientes de oito locais, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, para conter a propagação da variante Ómicron.

O território tem uma tolerância zero para os casos de covid-19, mesmo quando o número é baixo em relação aos padrões globais, e divergindo face ao ajustamento que o resto do mundo tem feito para viver com o vírus com um elevado nível de vacinação da população.

Hong Kong, por exemplo, obriga a que os viajantes fiquem 21 dias em quarentena ao chegar ao território, o que dificulta a entrada dos executivos na cidade e torna mais difícil a contratação dos melhores profissionais, segundo a Bloomberg.

O relatório, que explora vários cenários, foi criado para ajudar as empresas internacionais a prepararem-se para o futuro em Hong Kong, já que, como as restrições às viagens deverão durar pelo menos um a três anos, os negócios precisam de decidir como manter os talentos e os trabalhadores mais talentosos.

26 Jan 2022

Corrupção | PCC expulsa alto quadro das reservas estratégicas de grãos

O Partido Comunista da China expulsou Xu Ming, o segundo encarregado da Administração Estatal de Grãos, por alegada corrupção, e passou o caso para as instâncias judiciais, informou ontem o seu órgão anticorrupção.

A Comissão de Disciplina Central, órgão encarregado de combater a corrupção dentro do Partido no poder, anunciou em comunicado divulgado pela imprensa estatal que a expulsão de Xu se deve a “graves violações disciplinares e legais”.

Uma investigação da agência apurou que Xu usou a sua posição para beneficiar as empresas de um familiar e de outras pessoas, recebendo em troca grandes somas de dinheiro e presentes.

As práticas ilícitas incluíam a “contratação de projectos e a promoção pessoal”, segundo a mesma nota, que acrescentou que o ex-líder aceitava dinheiro e presentes de empresas privadas, visitava clubes privados e participava em banquetes, violando as regras internas do Partido Comunista.

Xu é ainda acusado de fazer “críticas infundadas” às políticas do Partido e de se envolver em “actividades supersticiosas”.

Xu foi “desleal ao Partido e moralmente corrupto, perdeu os seus ideais e convicções e traiu a sua missão e aspirações iniciais”, apontou a Comissão de Disciplina.

Além disso, o salário e os benefícios do ex-funcionário foram retirados e os lucros obtidos ilegalmente confiscados.
Após ascender ao poder, em 2012, o actual secretário-geral do PCC e Presidente da China, Xi Jinping, iniciou uma campanha anticorrupção na qual mais de um milhão de funcionários foram punidos, incluindo centenas de altos quadros.

A gestão das reservas de grãos é estratégica para o país, que alimenta quase 19 por cento da população mundial com apenas 8,5% por cento das terras aráveis do mundo.

26 Jan 2022

JO Inverno | Xi Jinping recebe líder do COI

O Presidente da China, Xi Jinping, recebeu o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, a 10 dias do início dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, anunciou ontem a agência estatal chinesa Xinhua.

O também secretário-geral do Partido Comunista Chinês terá encontros presenciais com vários chefes de Estado ou de Governo mundiais, durante o certame que se vai realizar entre 4 e 20 de Fevereiro, algo que não acontece há quase dois anos, em virtude de Xi Jinping ter permanecido em território chinês desde o eclodir da pandemia de covid-19, além das restrições fronteiriças, entretanto impostas para o combate ao coronavírus SARS-CoV-2.

A China vai receber nos próximos dias as mais altas figuras de diversas nações, incluindo o presidente russo, Vladimir Putin, apesar de muitos países ocidentais terem já anunciado que não marcarão presença em Pequim2022, incluindo Portugal.

“Portugal não terá representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estamos também a coordenar-nos com os demais estados europeus nessa matéria, mas não teremos representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento”, declarou segunda-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

26 Jan 2022

Diplomacia | China e Israel promovem cooperação em inovação

Wang Qishan e Yair Lapid acordaram em construir relações mais frutíferas para a promoção do desenvolvimento económico e social dos dois países

 

O vice-presidente chinês, Wang Qishan, co-presidiu à quinta reunião do Comité Conjunto de Cooperação para a Inovação (JCIC, em inglês) China-Israel com Yair Lapid, primeiro-ministro substituto e ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, na segunda-feira, por videoconferência. Os dois lados comprometeram-se a promover a cooperação em inovação.

Wang disse que, desde a implementação do Plano de Acção de Cooperação para a Inovação China-Israel (2018-2021), os dois lados fortaleceram a orientação de inovação e as garantias institucionais, aprofundaram a cooperação pragmática e promoveram o intercâmbio de pessoal.

Saudando o contínuo aprofundamento das relações bilaterais e a cooperação, e o facto de que a parceria abrangente inovadora China-Israel entrou numa nova etapa, Wang pediu que os dois lados sigam as instruções dos dois chefes de Estado e observem o importante papel do JCIC China-Israel sob uma perspectiva estratégica, aproveitando o 30.º aniversário dos laços diplomáticos como uma oportunidade para aumentar a confiança política mútua e expandir intercâmbios pessoais e culturais.

O responsável expressou também a esperança de que os dois lados promovam a implementação de importantes consensos e grandes projectos, concluam as negociações de livre comércio durante este ano, sinergizem ideias e recursos de inovação e fortaleçam a cooperação em áreas como a investigação e desenvolvimento de vacinas e medicinas, para que a cooperação de inovação China-Israel em vários campos possa florescer e desempenhar um papel maior na promoção do desenvolvimento económico e social dos dois países, ao mesmo tempo que fortalecem o bem-estar do povo.

Do outro lado

Por sua parte, Lapid disse que Israel está disposto a trabalhar em estreita colaboração com a China para aproveitar o papel do JCIC e promover a cooperação em inovação entre Israel e a China para beneficiar melhor os dois povos.
Wang e Lapid assinaram conjuntamente o Plano de Acção de Cooperação para a Inovação China-Israel (2022-2024), e testemunharam a assinatura de sete acordos de cooperação nas áreas de ciência e tecnologia, saúde, cultura, proteção ambiental, energia limpa e direitos de propriedade intelectual.

26 Jan 2022

Pequim acolhe cimeira entre a China e cinco países da Ásia Central

O Presidente chinês presidiu ontem em Pequim a uma cimeira virtual com os líderes da Ásia Central. Na mesa esteve a influência desestabilizadora do Ocidente e a promessa de mais cooperação, num momento em que se diz ter-se atingido, nas relações diplomáticas, económicas e políticas, um “máximo histórico”

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse nesta terça-feira que “as chaves para a cooperação bem-sucedida entre a China e cinco países da Ásia Central (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão) são respeito mútuo, boa vizinhança e amizade, solidariedade e benefício mútuo”. Xi fez as observações numa cimeira virtual em comemoração do 30º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e cinco países da Ásia Central.

“Os quatro princípios são valiosas experiências e riqueza compartilhada para os países, e servem como garantias políticas para relações estáveis e duradouras entre a China e os cinco países, bem como a fonte de força para trocas amigáveis no futuro”, disse Xi.

O Presidente chinês disse ainda que a China está pronta para trabalhar com os países da Ásia Central na construção de uma comunidade mais próxima com um futuro compartilhado.

Por seu lado, os líderes dos cinco países da Ásia Central disseram que estão “ansiosos para ir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022”, na próxima semana.

A primeira grande acção

A cimeira foi a primeira grande acção diplomática da China na Ásia Central este ano e a primeira reunião de chefes de Estado entre a China e os cinco países da Ásia Central. “A cimeira tem grande significado para todas as partes por resumir as realizações e experiências nas relações China-Ásia Central, e procurar coordenação e fazer planos para uma futura cooperação bilateral em toda a linha num novo ponto de partida histórico”, disse Zhao Lijian, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“A cimeira irá também adoptar e divulgar uma declaração conjunta dos líderes no 30º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas”, disse Zhao, acrescentando que as relações entre a China e os países da Ásia Central atingiram “um máximo histórico”.

“A cooperação tem produzido resultados e avanços históricos e icónicos, dando o exemplo de um novo tipo de relações internacionais e contribuindo para a construção de uma comunidade de futuro comum para a humanidade”, concluiu Zhao.

“A China está disposta a trabalhar com os países da Ásia Central para levar por diante o passado e forjar o futuro, continuar a aprofundar a confiança mútua política e expandir a cooperação em todas as frentes, de modo a melhorar ainda mais a relação e levá-la a novos patamares”, disse Zhao.

Graças ao sucesso das últimas décadas, especialistas previram que os dois lados teriam uma cooperação mais profunda em matéria de comércio, energia e intercâmbios interpessoais, para melhorar a coordenação em assuntos internacionais no momento histórico em que as situações regionais e internacionais estão a ter grandes mudanças.

Pan Zhiping, director do Instituto da Ásia Central na Academia de Ciências Sociais de Xinjiang, disse que as relações da China com cada um dos cinco países e a região como um todo estão a desenvolver-se solidamente.

Laços a múltiplos níveis

A China e os países da Ásia Central forjaram laços sólidos no quadro da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), que acaba de celebrar o seu 20º aniversário. A China também construiu parcerias estratégicas com o Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão.

“A confiança mútua política de alto nível e os frequentes intercâmbios de alto nível tornaram as relações China-Ásia Central resilientes à instigação e às tentativas de atrair a discórdia”, disseram os especialistas, insinuando o papel dos EUA na região.

Graças a essa confiança mútua entre a China e os países da Ásia Central, Pan apontou uma cooperação frutuosa em múltiplos campos, muitos deles centrados na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” na qual a Ásia Central desempenha um papel fulcral, citando como exemplo os comboios de mercadorias China-Europa.

A iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” foi proposta pela primeira vez na Ásia Central, durante a visita do Presidente Xi ao Cazaquistão em 2013. Em 2020, 91% dos 900.000 contentores que o Cazaquistão transportou foram para comboios de mercadorias China-Europa, informou a agência de notícias Xinhua.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Comércio chinês, o comércio entre a China e os cinco países saltou de menos de 500 milhões de dólares há 30 anos para 50,1 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 100 vezes.

Existem múltiplas áreas onde a China e a Ásia Central podem aprofundar a cooperação, incluindo a redução da pobreza, a prevenção de pandemias, a segurança dos cereais e o financiamento do desenvolvimento, disseram os peritos, observando que a China também pode trabalhar em mais projectos de infra-estruturas com o Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão.

Durante a pandemia, a China não só enviou fornecimentos médicos e equipas de peritos para a Ásia Central, como também forneceu vacinas, em termos de doses reais, bem como de capacidades de produção. Em Setembro de 2021, uma linha de produção de COVID-19 de Anhui Zhifei Longcom começou a fabricar no Uzbequistão, com uma capacidade anual de 100 milhões de doses, informou a Xinhua.

Conter a influência do Ocidente

Segundo especialistas, a China e a Ásia Central têm uma tradição de comunicação desde a antiga Rota da Seda, e o espírito de diálogo entre civilizações foi herdado, com ambos os lados a respeitarem a cultura e o caminho de desenvolvimento um do outro. As duas partes estão a coordenar estreitamente os assuntos regionais, nomeadamente, a questão do Afeganistão, bem como outras ameaças à paz e segurança regionais.

Na sequência da recente agitação em grande escala no Cazaquistão que ameaçou a paz regional, a China expressou vontade de apoiar firmemente o governo na manutenção da estabilidade e no fim da violência no momento crítico relativo ao futuro do Cazaquistão.

Yang Jin, um investigador associado do Instituto de Estudos Russos, da Europa Oriental e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que “apesar dos EUA e o Ocidente investirem e gastarem esforços nestas áreas para competir com a Rússia e conter a China, a Ásia Central trabalharia no sentido de estreitar as relações com a Rússia e estaria atenta à interferência dos EUA e do Ocidente”.

Pan disse que a Rússia tem uma forte influência na Ásia Central. “As melhores relações de sempre China-Rússia e uma boa coordenação também abriram o caminho para a estabilidade e desenvolvimento das relações China-Ásia Central, e as três partes podem lidar conjuntamente com os desafios, quer se trate de infiltração dos EUA ou de forças terroristas regionais”, disse Pan.

Na segunda-feira, os meios de comunicação quirguizes noticiaram que o Presidente quirguize Sadyr Zhaparov visitará a China de 3 a 5 de Fevereiro, durante a qual participará na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, informou a agência de notícias do Quirguizistão AKIpress.

26 Jan 2022

Portugal sem representação política nos Jogos de Inverno de Pequim

Portugal não terá representação política nas cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, “por várias razões”, revelou ontem em Bruxelas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

“Portugal não terá representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estamos também a coordenar-nos com os demais Estados europeus nessa matéria, mas não teremos representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento”, declarou o chefe da diplomacia portuguesa.

Santos Silva, que falava aos jornalistas após participar numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, justificou a ausência com “várias razões”, desde “o momento político que se vive em Portugal” ao “sentido de unidade próprio da União Europeia” nas atuais “circunstâncias”, admitindo também o peso que tem o facto de os Jogos Olímpicos de Inverno não serem, “do ponto de vista, desportivo «o alfa e o ómega» do desporto nacional”.

Depois de, na semana passada, o Parlamento Europeu ter apelado a um boicote diplomático e político dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, face às tentativas da China de “legitimar o seu sistema autoritário”, Santos Silva confirmou que “há uma coordenação que se está a fazer [entre os 27], respeitando evidentemente todos os interesses de cada Estado-membro”.

“Por exemplo, sei que alguns Estados europeus se farão representar ao nível de ministro do Desporto dada a dimensão da sua representação desportiva. Outros far-se-ão representar apenas ao nível de embaixador, e, como é habitual nestas coisas, mesmo quando a decisão é nacional, nós concertamos sempre posições e é isso que estamos a fazer”, disse.

Quanto à posição portuguesa, atribuiu-a então ao “sentido de unidade próprio da UE e também o que é típico da diplomacia não-confrontacional que Portugal pratica”, voltando a recordar o “momento político que se vive em Portugal, e que se viverá nas próximas semanas”, com a realização de eleições legislativas no próximo domingo, 30 de janeiro.

“Entendemos que uma representação ao nível ministerial ou de membro do Governo não seria a solução apropriada”, concluiu.

25 Jan 2022

Epidemiologista chinês avisa para surtos de covid-19 dez vezes maiores em Xangai

O epidemiologista Zhang Wenhong alertou hoje as autoridades de Xangai que, devido ao “levantamento global” das medidas contra a covid-19, a China enfrenta “mais riscos”, pelo que a cidade deve “preparar-se para surtos cinco ou dez vezes maiores”.

Ao contrário dos países que levantaram as suas restrições, a China “não pode relaxar de forma alguma as medidas de prevenção contra a pandemia”, advertiu Zhang, numa carta enviada ao governo de Xangai.

A disseminação da variante Ómicron, caracterizada como altamente contagiosa, traria grande pressão sobre o sistema de saúde, segundo alertou o epidemiologista.

O especialista, que lidera a luta contra a pandemia em Xangai e é um dos rostos mais reconhecidos entre os epidemiologistas chineses, recomendou que as autoridades “realizem simulações”, “reforcem o sistema de tratamento” e “façam um bom trabalho na preparação dos materiais e na organização de cursos de formação”.

Na missiva, Zhang lembrou que a nova variante “está a espalhar-se pelo mundo a uma velocidade sem precedentes”, o que implica o risco de “casos importados” do exterior, que podem somar-se a “casos de transmissão local”.

A China continua a aplicar uma política de tolerância zero contra o novo coronavírus, estratégia que envolve campanhas massivas de testes de diagnóstico PCR e restrições à mobilidade sempre que um caso é detetado.

Desde março de 2020, as fronteiras do país asiático estão praticamente fechadas para visitantes estrangeiros não residentes.

Todos os passageiros que chegam à China devem passar por uma quarentena centralizada de pelo menos 14 dias em hotéis pagos pelo viajante. Xangai continua a ser uma das principais portas de entrada no país.

As autoridades locais decidiram aumentar os 14 dias de vigilância centralizada para 21 no caso de viajantes que não residem na cidade, uma política que vai ser mantida até pelo menos 31 de março, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

Segundo dados oficiais chineses, desde o início da pandemia, 105.660 pessoas foram infetadas no país e 4.636 morreram. A covid-19 provocou pelo menos 5,58 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).

24 Jan 2022

Taiwan revela nova incursão de aviões militares chineses

Taiwan revelou hoje que 39 aviões militares da China entraram na sua Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) no domingo à noite, a maior incursão desde outubro.

De acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan, participaram na incursão, no sudoeste da ilha, 24 caças J-16, dez caças J-11 e um bombardeiro nuclear H-6, entre outras aeronaves.

A Força Aérea da ilha emitiu avisos e mobilizou unidades até que os aviões chineses abandonaram o espaço aéreo taiwanês, que não está definido ou regulado por nenhum tratado internacional.

Nos últimos dois anos, a China aumentou o assédio militar, através de exercícios nas águas em redor da ilha e do envio de aviões de guerra em direção ao território.

O número e frequência de aviões militares chineses que entraram na ADIZ de Taiwan aumentou no último ano meio, desde que Taipé começou a divulgar os dados.

A maior incursão, envolvendo 56 aviões de combate num único dia, aconteceu em outubro, semanas após a ilha ter submetido um pedido de adesão ao Acordo Progressivo e Abrangente para a Parceria Transpacífica (CPTPP), um dos maiores acordos comerciais do mundo.

Só em outubro, Taiwan registou 196 incursões, incluindo 149 em apenas quatro dias, o período do Dia Nacional da República Popular da China. O regime comunista reivindica Taiwan como uma província sua, apesar de o território funcionar como uma entidade política soberana.

Pequim admite o uso da força para assumir o controlo sobre a ilha e tem aumentando a pressão diplomática para a isolar no cenário internacional.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

As tensões aumentaram desde que os cidadãos de Taiwan elegeram Tsai Ing-wen como presidente em 2016, ao que Pequim respondeu cortando as comunicações previamente estabelecidas com o Governo da ilha.

24 Jan 2022

China suspende bloqueio em Xian após cidade registar zero casos de covid-19

O bloqueio de Xian foi hoje suspenso, após a cidade chinesa ter alcançado os zero casos de covid-19, depois de um mês sob as medidas mais restritas desde o isolamento da cidade de Wuhan, no início da pandemia.

O anúncio feito hoje pelo governo de Xian ocorreu após a retomada dos voos domésticos de e para a cidade, no fim de semana. A cidade foi colocada sob quarentena em 22 de dezembro após um surto atribuído à variante Delta do coronavírus.

Com uma população de 13 milhões de pessoas, a cidade registou mais de 2.000 infeções desde dezembro do ano passado. A semana passada alcançou os zero casos.

Em Pequim, dois milhões de moradores do distrito de Fengtai foram submetidos a testes para o novo coronavírus, após a descoberta de algumas dezenas de infeções locais na capital chinesa.

Testes direcionados estão também a ser realizados em comunidades residenciais em seis outros distritos.

As autoridades informaram os residentes em áreas de Pequim consideradas de alto risco de infeção para que não saiam da cidade, depois de 25 casos terem sido diagnosticados em Fengtai e 14 em outros distritos.

Moradores fizeram fila, no domingo, em calçadas cobertas de neve, sob temperaturas negativas, para fazerem o teste.

A Comissão Municipal de Saúde de Pequim também disse, no domingo, que qualquer pessoa que tenha comprado remédios para a febre, tosse e outros sintomas, nas últimas duas semanas, vai ser obrigada a fazer um teste para a covid-19 nas próximas de 72 horas, informou o jornal oficial Global Times.

Os Jogos Olímpicos de Inverno vão ser realizados em Pequim, no próximo mês, sob restrições rígidas que visam separar atletas, funcionários, jornalistas e funcionários dos residentes locais. Os atletas devem ser vacinados ou passar por uma quarentena após a chegada à China.

Outros surtos levaram o governo a impor proibições de viagens em várias cidades, incluindo Tianjin, a cerca de uma hora de Pequim. As rígidas medidas permitiram à China prevenir grandes surtos em todo o país. O país China detetou relativamente poucos casos da variante Ómicron, considerada altamente infecciosa.

Na segunda-feira, o país relatou apenas 18 novos casos de infeção local, incluindo seis em Pequim. O país tem 2.754 casos ativos e registou um total de 105.660 casos de covid-19 e 4.636 mortes desde o início da pandemia.

Várias províncias próximas relataram casos relacionados com os surtos em Pequim, incluindo as províncias de Shandong e Hebei. A cidade de Shenyang, na província de Liaoning, relatou um caso assintomático, também oriundo de Pequim.

Apesar da queda no número de casos, as medidas foram intensificadas nas vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno, onde todos os participantes devem ser testados antes e depois da sua chegada a Pequim.

Os organizadores disseram hoje que 39 pessoas entre os 2.586 atletas, treinadores, funcionários e jornalistas que chegaram a Pequim desde o início de janeiro testaram positivo para o coronavírus ao desembarcarem no aeroporto. Outras 33 pessoas que já estavam dentro da “bolha” sanitária testaram também positivo mais tarde.

24 Jan 2022

Sismo de 5,8 no noroeste da China sem registo de vítimas ou danos materiais

Um terramoto de 5,8 graus na escala de Richter abalou hoje a província chinesa de Quinghai (noroeste), sem registo de vítimas ou danos materiais, noticiaram os meios de comunicação estatais.

O sismo, sentido principalmente na cidade de Delingha, ocorreu às 10:21 a uma profundidade de 8 quilómetros, de acordo com o Centro de Redes Sismológicas da China (CENC).

A 08 de janeiro, outro sismo de 6,9 graus foi registado na mesma província, que com pouco menos de seis milhões de habitantes é uma das menos densamente povoadas da China.

O terramoto causou então nove feridos ligeiros, danos em mais de 200 casas e o colapso de uma secção de dois metros da Grande Muralha da China na província de Gansu, a 114 quilómetros do epicentro do sismo.

23 Jan 2022

Estudo | Cooperação China-PLP ajuda países a superarem pandemia

Especialistas afirmam que as relações entre a China e os países de língua portuguesa podem atingir um novo patamar em 2022

 

Face à pandemia da covid-19, a China e os países de língua portuguesa (PLP) apoiaram-se e cooperaram para superar as dificuldades colocadas pelo novo vírus, escrevendo um capítulo histórico na construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, apontou um estudo publicado na terça-feira.

O “Relatório de Desenvolvimento dos Países de Língua Portuguesa (2021)”, elaborado pelo Centro Chinês de Estudos dos Países de Língua Portuguesa (CEPLP) do Instituto de Estudos Regionais da Universidade de Economia e Negócios Internacionais, abrange as situações globais e tendências económicas e sociais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste de 2019 a 2020.

Na cerimónia de lançamento do documento, os especialistas disseram que a cooperação China-PLP pode atingir um novo patamar em 2022.

Wei Jianguo, especialista do Centro de Intercâmbios Económicos Internacionais da China e ex-vice-ministro do Comércio, participou na reunião por videoconferência e disse que os PLP têm grande potencial de fortalecer a cooperação tecnológica com a China.

“Portos, pontes, aeroportos, rodovias, comboios de alta velocidade, entre outros. Ainda temos muito para fazer”, destacou.

Ji Xianzheng, secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, ressaltou que, face à covid-19, o órgão realizou várias iniciativas de cooperação no combate à pandemia e intercâmbios de cunho comercial e cultural com as partes para consolidarem a amizade através de solidariedade recíproca, o que veio a aprofundar o papel de Macau como plataforma na ligação entre a China e os PLP, e implementar, com acções concretas, o conceito de comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

“Este é o segundo ano da construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Espero que a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa abram um espaço mais amplo na nova situação”, acrescentou.

Tempos difíceis

Em resposta ao futuro da cooperação China-PLP, Wang Cheng’an, especialista-chefe do CEPLP, alertou que as situações políticas, económicas e sociais dos países de língua portuguesa estão a atravessar um período de profundas mudanças.

“Em 2022, os países de língua portuguesa distribuídos em quatro continentes ainda estão num período difícil de desenvolvimento e o impacto da pandemia continuará a existir. Levará algum tempo para que esses países ultrapassem a recessão económica.” Apesar disso, Wang afirmou estar confiante na cooperação China-PLP e diz acreditar que os PLP contarão com a sua própria capacidade para levar a cabo uma cooperação internacional frutífera e para superar as dificuldades.

O Centro Chinês de Estudos dos Países de Língua Portuguesa foi criado em 16 de Janeiro de 2012 na Universidade de Economia e Negócios Internacionais. Desde 2017, o CEPLP organizou conjuntamente com o Instituto Brasileiro de Estudos da China e Ásia-Pacífico e o Instituto Internacional de Macau, uma série de reuniões anuais de estudo, contribuindo para a cooperação académica entre a China e os países de língua portuguesa, informou Wang Qiang, vice-reitor da universidade.

21 Jan 2022

Pequim protesta contra presença de navio militar dos EUA no Mar da China

Um navio militar norte-americano cruzou hoje o Mar da China próximo de um arquipélago controlado por Pequim, situação que o exército chinês considerou tratar-se de um “ato de provocação”, exigindo a saída do vaso de guerra.

Segundo a Marinha dos Estados Unidos, o “destroyer” USS Benfold “está na plenitude dos seus direitos e liberdades de navegação nas proximidades das ilhas Paracel, em conformidade com o direito internacional”.

O arquipélago é um grupo de pequenas ilhas e recifes, no Mar da China Meridional, a cerca de um terço da distância do Vietname ao norte das Filipinas e são também reivindicadas por Hanói, embora seja controlado há mais de 50 anos pela China.

Num comunicado, o exército chinês denunciou a entrada “ilegal” e “não autorizada” do navio nas águas das ilhas Paracel. A Marinha e a Força Aérea da China, prossegue o comunicado, receberam ordens para “rastrear, vigiar, alertar e afastar” o navio.

“Exigimos solenemente que os Estados Unidos cessem imediatamente essas provocações. Caso contrário, vão expor-se às consequências graves e imprevisíveis desses incidentes”, acrescentou o exército chinês.

A China afirma ter sido a primeira nação a descobrir e a nomear as ilhas do Mar da China Meridional, por onde passa grande parte do comércio marítimo atual entre a Ásia e o resto do mundo, reivindicando quase toda a área marítima.

No entanto, vários países vizinhos (Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei) têm reivindicações concorrentes de soberania, que às vezes se sobrepõem.

Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem (TPA) em Haia, decidiu que as reivindicações históricas de Pequim no Mar do Sul da China são infundadas. A China, porém, ignorou a decisão, considerando a instituição incompetente para decidir sobre disputas territoriais.

Os Estados Unidos e outros países ocidentais realizam regularmente “operações de liberdade de navegação”, oficialmente com o objetivo de afirmar o caráter internacional deste mar.

O envio do USS Benfold é a primeira operação do género este ano e ocorre uma semana depois de Washington ter acusado Pequim de reivindicar “ilegalmente” a maior parte do Mar do Sul da China.

Este mar é um dos principais pontos de atrito entre chineses e norte-americanos, cujas relações também estão tensas em torno do futuro de Taiwan e de Hong Kong, direitos humanos ou questões comerciais.

Ao longo de vários anos, Pequim consolidou o controlo sobre certas ilhas e atóis no Mar da China Meridional, principalmente no arquipélago de Spratly, realizando obras de expansão para montar instalações militares.

21 Jan 2022

Ângela Freitas anuncia recandidatura a Presidente de Timor-Leste

Ângela Freitas, presidente do Partido Trabalhista (PT) timorense, anunciou hoje a sua recandidatura à Presidência da República como independente, defendendo uma revisão da constituição e criticando a ação do atual chefe de Estado.

“Estou pronta a candidatar-me a Presidente da República para o período 2022 a 2027”, disse Freitas, em conferência de imprensa, garantindo que já tem reunidas 12 mil assinaturas, mais do dobro das 5.000 necessárias.

Freitas, que se candidatou pela primeira ao cargo há cinco anos – tendo obtido apenas 4.353 votos ou 0,84% dos votos válidos – explica que decidiu recandidatar-se perante apelos nesse sentido de apoiantes que querem uma “nova voz” e “um novo rosto” na liderança.

“Como dirigente político da nova geração, tenho responsabilidade moral de competir na festa da democracia, que se realiza a 19 de março de 2022”, afirmou.

“O motivo pelo qual me encorajaram a candidatar-me tem a ver com os efeitos do impasse político desde 2017 até agora e as violações da constituição de Timor-Leste”, acusando o atual Presidente, Francisco Guterres Lú-Olo, de responsabilidade pela crise e de “falta de sensibilidade” perante os problemas do povo.

A plataforma e programa de Ângela Freitas evidenciam várias contradições, com propostas de decisões fora da competência do Presidente da República e críticas à constituição que o chefe de Estado é obrigado a defender.

Assim, se for eleita, Ângela Freitas disse que vai “dissolver o Parlamento Nacional”, levar ao Tribunal “os autores da viabilização” do atual Governo, demitir o executivo e nomear Xanana Gusmão, “comandante-em-chefe das Falintil” (o braço armado da resistência timorense), como chefe de um Governo de Salvação Nacional.

Quer ainda a “recomposição da mesa do parlamento” e “uma revisão obrigatória das leis para refletir a cultura” timorense, elementos que traçou numa longa exposição sobre a “visão e missão” do seu programa e plataforma de candidatura.

A posição de Freitas cria uma situação complexa no que toca à tomada de posse, já que a candidata considera ilegal o atual presidente da mesa do Parlamento Nacional e rejeita a constituição, que quer reformar.

Questionada sobre como fará a tomada de posse nessa situação, a candidata disse que o Presidente pode convocar extraordinariamente o Parlamento Nacional para “aprovar um decreto a determinar quem tem competência para dar posse ao Presidente da República”.

“Houve um assalto de poder no parlamento. Mas o Presidente tem a competência quando a maioria do povo lhe dá confiança, no momento em que o resultado é anunciado”, afirmou.

Ângela Freitas referiu-se ainda, sem explicar o contexto, a uma resolução de 1982 da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que definia na altura Portugal como potência administrante do território timorense, porque Timor-Leste deve ser “um país aliado de Portugal e não um país subordinado”.

Freitas considerou prioritários temas como a definição das fronteiras do país – falta ainda concluir a fronteira marítima e alguns pontos da fronteira terrestre com a Indonésia – como elemento essencial para o desenvolvimento do país e para “evitar que se torne um Estado falhado”.

Quer ainda o aumento do salário mínimo para 500 dólares (o que implica mais que triplicar o valor atual), promover a diversificação económica, melhorando o ordenamento das cidades e promover o turismo e realizar uma “auditoria forte de controlo aos gastos orçamentais”

No que toca à constituição nacional, Freitas referiu-se à questão da separação de poderes defendendo uma revisão de “artigos que não refletem o interesse do povo, a tradução ou a sua cultura e não garantem ‘checks and balances’ dos órgãos de soberania”.

Prometendo independência de qualquer grupo ou partido, Freitas disse estar contra a adesão para já de Timor-Leste à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), por considerar que o país não está ainda pronto e que acabaria por ser “explorado por capitalistas e pela ordem económica mundial.

A conferência de imprensa começou com mais de uma hora de atraso, porque estavam à espera da chegada dos apoiantes”, sendo que na sala estavam praticamente tantos jornalistas como apoiantes. As eleições de 19 de março poderão ser as mais concorridas de sempre.

O extenso leque de candidatos, que têm que reunir 5.000 assinaturas para se poder candidatar, poderia tornar as eleições de 2022 as mais concorridas de sempre, batendo o recorde de 2012, em que houve 12 candidatos. A lei define que se podem apresentar apenas timorenses com cidadania originária e com pelo menos 35 anos.

O Tribunal de Recurso, com o apoio do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), analisa as candidaturas, verificando a regularidade do processo, autenticidade dos documentos e a elegibilidade dos candidatos, e, depois de eventuais situações sanadas, anuncia a lista final de candidatos.

A primeira volta das eleições presidenciais decorre a 19 de março, com o período de registo de candidaturas a decorrer até 04 de fevereiro e a campanha a realizar-se entre 02 e 16 de março.

20 Jan 2022

Comércio China – África atinge valor recorde de 254 mil milhões de dólares

O comércio entre China e África subiu 35%, no ano passado, para o valor recorde de 254 mil milhões de dólares, segundo dados divulgados hoje pelas alfândegas da China. A subida homóloga equivale a um aumento de 65 mil milhões de dólares nas trocas comerciais, atestando a crescente importância da China nas cadeias de abastecimento.

O país asiático foi o primeiro a superar a pandemia da covid-19, após ter adotado restritas medidas de prevenção, incluindo o isolamento de cidades com milhões de habitantes, no primeiro trimestre de 2020.

Os exportadores chineses beneficiaram com a permissão para retomar a atividade, enquanto os concorrentes estrangeiros enfrentaram restrições. Esta vantagem foi mantida em 2021, à medida que outros governos renovaram as medidas de contenção em resposta à disseminação de novas variantes do coronavírus.

O aumento das trocas comerciais reflete assim, sobretudo, o aumento das exportações da China para África. Nos anos anteriores, a balança comercial manteve-se equilibrada, com cerca de 100 mil milhões de dólares em compras e vendas de cada lado. No ano passado, porém, a China exportou um total de 148 mil milhões de dólares e importou apenas 106 mil milhões.

De acordo com os dados da Administração Geral das Alfândegas da China, Angola foi o segundo país africano que mais exportou para a China, ultrapassada apenas por África do Sul. Luanda facturou 21 mil milhões de dólares em vendas para a China.

A nível global, no entanto, África representou apenas 4,2% do comércio internacional da China em 2021. O continente está entre os menores parceiros regionais do país asiático, ultrapassando apenas o golfo pérsico.

20 Jan 2022

Tailândia volta a isentar viajantes vacinados de quarentena a partir de fevereiro

A Tailândia anunciou hoje que vai voltar a isentar os viajantes vacinados da quarentena a partir de 01 de fevereiro, uma esperança para a indústria do turismo, em crise desde o início da pandemia de covid-19.

Temendo a propagação da variante Ómicron, o país restabeleceu uma quarentena obrigatória no final de dezembro.

Mas apenas alguns milhares de casos são registados oficialmente todos os dias e a taxa de mortalidade permanece estável. Estes dados levaram as autoridades a reavaliar a situação.

A partir de 01 de fevereiro, os visitantes vacinados terão agora de fornecer um teste à covid-19 negativo no país de origem, fazer um segundo teste à chegada, e um final no quinto dia, disse Taweesin Visanuyothin, porta-voz do centro de gestão do coronavírus.

Os testes em solo tailandês terão de ser feitos num hotel aprovado. Se o resultado for negativo, o viajante poderá circular livremente no país. Se houver um aumento dos casos, a situação será novamente reavaliada, disse Taweesin Visanuyothin.

Após mais de 18 meses de encerramento, o reino reabriu as suas fronteiras no início de novembro aos turistas vacinados, mediante a apresentação de um simples teste PCR negativo.

Algumas dezenas de milhares de visitantes tiraram partido desta flexibilização das restrições. Antes da pandemia, o país era um dos mais visitados do mundo, com quase 40 milhões de chegadas em 2019. O Ministério do Turismo espera receber este ano cinco milhões de visitantes.

20 Jan 2022

Hong Kong | Activista pró-independência Edward Leung libertado

O activista Edward Leung, rosto do movimento independentista em Hong Kong, foi ontem libertado da prisão após quase quatro anos detido. “O departamento de serviços prisionais organizou a libertação do prisioneiro em questão da prisão Shek Pik, nas primeiras horas da manhã” de quarta-feira, referiu o organismo em comunicado.

Edward Leung, de 30 anos, foi condenado, em 2018, a seis anos de prisão na sequência de um violento confronto com a polícia local em 2016, onde os manifestantes atiraram tijolos e queimaram pneus nas ruas. Leung revelou, por volta das 05:45 de quarta-feira, que já estava junto da sua família.

“Após quatro anos, quero aproveitar este precioso tempo que tenho com a minha família e voltar a ter uma vida normal. Gostaria de expressar a minha sincera gratidão pelo apoio”, referiu. O activista acrescentou que pretende “ficar longe dos holofotes e parar de utilizar as redes sociais”, estando legalmente obrigado a fazê-lo, uma vez que continua sob vigilância.

Semanas antes, fontes do governo revelaram à comunicação social local que o activista iria “provavelmente ser vigiado”, visto as autoridades estarem cientes da sua influência nos movimentos de independência, que agora está muito enfraquecido.

Edward Leung, que nasceu em 1991 em Wuhan, na China Central, foi um dos primeiros a exigir a independência de Hong Kong, antiga colónia britânica que passou para a soberania chinesa em 1997.

Leung permaneceu em silêncio durante a maior parte de sua detenção, excepto em Julho de 2019, quando, após a escalada de violência, escreveu uma carta a apelar aos manifestantes para que não agissem cegos pelo ódio. Actualmente, ao abrigo da Lei de Segurança Nacional que entrou em vigor em 2020, pedir a independência de Hong Kong é punível com prisão, entre os dez anos e prisão perpétua.

20 Jan 2022

Economia | Arranque positivo do 14.º Plano Quinquenal

Em 2021, o volume económico total da China atingiu um novo patamar de 114,367 biliões de yuans – um aumento de 8,1 por cento em relação ao ano anterior, mantendo a constância de preços.

“No ano passado, graças aos esforços conjuntos de todo o país, ao desenvolvimento económico da China e à prevenção e controlo de epidemias, foi possível manter uma posição de liderança no mundo, em que a economia nacional operou dentro de um intervalo razoável, os principais objectivos e tarefas do desenvolvimento do ano foram concluídos e novos passos foram dados no sentido de construir um novo padrão de desenvolvimento. O desenvolvimento de alta qualidade alcançou novos resultados e o 14.º Plano Quinquenal teve um começo positivo”, afirmou Ning Jizhe, director do Departamento Nacional de Estatísticas.

“Segundo a média de dois anos, as taxas de crescimento económico no primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres foram de 4,9 por cento, 5,5 por cento, 4,9 por cento e 5,2 por cento, respectivamente. A taxa média de crescimento económico de dois anos no quarto trimestre foi ligeiramente superior face ao terceiro trimestre”, disse Ning.

De acordo com Ning Jizhe, o emprego na China permanece estável. A economia continuou a recuperar e desenvolver-se, a política de prioridade à criação de emprego foi eficaz e novas formas de emprego foram inseridas no mercado laboral. Em 2021, o número de empregos urbanos adicionais da China foi de 12,69 milhões e a meta esperada de mais de 11 milhões foi alcançada. A taxa média de desemprego urbano pesquisada foi de 5,1 por cento, abaixo da meta esperada de cerca de 5,5 por cento. O índice de preços ao consumidor subiu moderadamente. Em 2021, o índice de preços ao consumidor aumentou 0,9 por cento face ao ano anterior, abaixo da meta esperada de cerca de 3 por cento. A balança de pagamentos permanece equilibrada. No final de 2021, o saldo de reservas cambiais da China era de US$ 3.250,2 mil milhões, mantendo-se acima de US$ 3,2 biliões por oito meses consecutivos e ocupando o primeiro lugar no mundo.

Ning afirma que o crescimento do rendimento dos residentes chineses está sincronizado com o crescimento económico. Em 2021, o rendimento disponível per capita dos residentes nacionais aumentou 8,1 por cento em termos reais em relação ao ano anterior, com um aumento médio de 5,1 por cento a dois anos, em linha com o crescimento económico e com o cumprimento dos requisitos de estabilidade e crescimento da renda. O consumo de energia por unidade do PIB diminuiu. De acordo com cálculos preliminares, o consumo de energia por unidade do PIB em 2021 diminuiu 2,7 por cento face ao ano anterior, o que se aproxima da redução esperada de cerca de 3 por cento. A produção cerealífera atingiu um novo recorde.

Em 2021, o volume económico total da China ultrapassou os 114 biliões de yuans, alcançando os 17,7 biliões de dólares à taxa de câmbio média anual, ocupando o segundo lugar no mundo e respondendo por mais de 18% da economia global; o PIB per capita é de 80.976 yuans, de acordo com a conversão cambial média anual, atingindo os 12.551 dólares americanos.

De acordo com a análise de Ning Jizhe, em 2021, o PIB da China aumentou em cerca de 13 biliões de yuans, o que equivale a 2 biliões de dólares americanos à taxa de câmbio média anual e ao valor económico anual de uma economia de escala relativamente possante no mundo. Se o factor de valorização do RMB for levado em consideração, o agregado económico de dois anos será convertido em dólares americanos, e o incremento chegará aos 3 biliões de dólares americanos.

O primeiro

Concomitantemente, o valor agregado industrial e manufactureiro total da China ficou em primeiro lugar no mundo por mais de 10 anos consecutivos. O comércio de bens e as reservas cambiais ocupam o primeiro lugar no mundo, e o comércio de serviços, investimento estrangeiro e consumo doméstico ocupam o segundo lugar.

“O PIB per capita da China supera os 80.000 yuans, o equivalente a US$ 12.551 à taxa de câmbio média anual. Embora não tenha ainda atingido o limite inferior do nível per capita dos países de alta renda, está se aproximando a cada ano. Segundo estimativas preliminares, o PIB per capita mundial em 2021 será de cerca de US$ 12.100. A China superou a média mundial do PIB per capita”, disse Ning Jizhe.

“Apesar dos riscos e desafios, em geral, a tendência de recuperação e desenvolvimento económico da China não mudou, os factores que mantêm a economia a operar dentro de uma faixa razoável e as condições para apoiar o desenvolvimento de alta qualidade permanecem inalteradas. Durante todo o ano, espera-se que a economia chinesa alcance o progresso, assegurando a estabilidade”, concluiu.

20 Jan 2022

Imprensa chinesa diz que surtos de covid-19 têm origem em bens importados

A imprensa estatal chinesa disse ontem que encomendas enviadas do exterior podem ter espalhado a variante Ómicron do novo coronavírus em Pequim e outras cidades. Especialistas em saúde estrangeiros enfatizaram que o vírus se espalha sobretudo através de gotículas respiratórias, quando as pessoas infetadas respiram, falam, tossem e espirram.

No entanto, a China enfatizou repetidamente o perigo de infeção através de bens oriundos do exterior, apesar de apenas vestígios do vírus serem encontrados nesses produtos, e impulsionou os testes a alimentos congelados e outras encomendas.

O Global Times, jornal do Partido Comunista Chinês, disse que o Centro de Controlo de Doenças de Pequim descobriu que as pessoas recentemente infetadas tiveram contacto com embalagens oriundas do Canadá e dos Estados Unidos.

A China confinou partes do distrito de Haidian, em Pequim, após a deteção de três casos, poucas semanas antes da capital chinesa sediar os Jogos Olímpicos de Inverno.

Outra pessoa na cidade de Shenzhen (sul) que testou positivo para a variante Ómicron terá também manuseado pacotes enviados da América do Norte. A China continua em alerta máximo para novos surtos antes dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Cerca de 20 milhões de pessoas estão confinadas e foram pedidos testes em massa em bairros e cidades inteiras onde existem surtos.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 anunciaram na segunda-feira que apenas espectadores “selecionados” terão acesso aos eventos, que abrem oficialmente em 04 de fevereiro.

A China evitou grandes surtos do coronavírus com um regime de bloqueios, testes em massa e restrições nas viagens, embora continue a combater surtos em várias cidades, incluindo no porto de Tianjin, a cerca de uma hora de Pequim.

As autoridades e imprensa oficial chinesas distorceram anteriormente comentários e estudos sobre a origem do novo coronavírus para sugerir que este começou no exterior e não em Wuhan, a cidade do centro da China onde foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19.

19 Jan 2022

Cerca de 2.000 hamsters vão ser abatidos em Hong Kong por estarem infetados

As autoridades de Hong Kong anunciaram hoje que vão abater cerca de 2.000 hamsters depois de vários pequenos roedores terem testado positivo à covid-19 numa loja de animais onde trabalhava um funcionário infetado com o novo coronavírus.

As autoridades adiantaram ainda que vão suspender a venda e importação destes pequenos roedores na cidade. Apesar de as autoridades reconhecerem que não existem “provas” de que estes animais de estimação possam transmitir o coronavírus SARS-CoV-2 aos humanos, a decisão foi tomada como medida de precaução.

Os clientes que compraram hamsters na loja em questão após o dia 07 de janeiro serão procurados e deverão ser sujeitos a uma quarentena obrigatória, tendo ainda de entregar os animais às autoridades para serem abatidos.

As autoridades disseram ainda que todas as lojas de animais que vendem hamsters em Hong Kong devem suspender a comercialização.

Os clientes que compraram hamsters em Hong Kong a partir de 22 de dezembro também estarão sujeitos a testes obrigatórios e serão aconselhados a não conviver com ninguém até que tenham o diagnóstico.

19 Jan 2022

Xi Jinping diz que nenhuma contracorrente poderá travar a globalização

O presidente da China, Xi Jinping, assegurou ontem que nenhuma contracorrente conseguirá travar a “tendência da globalização” e apelou à comunidade internacional para “remover barreiras” e “opor-se ao protecionismo”, em vez de “construir muros”.

Xi, que falava por videoconferência no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, enfatizou a importância da cooperação, face à pandemia da covid-19, e apelou a um “fornecimento equitativo” de vacinas contra o coronavírus. “Estamos todos juntos num grande navio”, realçou.

Xi Jinping disse ainda que a economia chinesa “não deve crescer à custa do ambiente”, embora tenha especificado que o país asiático “não deve sacrificar o seu crescimento para proteger o meio ambiente”.

Os países devem “proteger o multilateralismo genuíno”, disse o líder chinês, que pediu à comunidade internacional que “remova barreiras”, em vez de “construir muros”, e defenda “mais integração” em vez da “dissociação” económica.

“A pandemia está a provar ser duradoura e novas variantes estão a fazer com que o vírus se alastre mais rapidamente”, disse Xi, prescrevendo “forte confiança e cooperação” como a única maneira de lidar com a doença.

O líder chinês disse que “acusações de culpa” apenas atrasam as ações contra a epidemia.

Sobre as alterações climáticas, Xi reiterou que o mundo deve aderir ao princípio de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas” e encorajou as economias desenvolvidas a liderarem no cumprimento das metas de redução das emissões de carbono.

O Fórum Económico Mundial cancelou pelo segundo ano consecutivo a sua reunião anual mais importante, o Fórum de Davos, devido à incerteza criada pela disseminação da variante Ómicron e, em vez disso, organizou a Agenda de Davos 2022, uma série de apresentações virtuais e debates entre líderes da política e economia globais.

18 Jan 2022