Hoje Macau China / ÁsiaTailândia e Camboja | Templos e fronteira cenário de combates O conflito actual entre a Tailândia e o Camboja resulta de uma disputa histórica pela fronteira estabelecida há mais de um século, quando a França ocupava a então Indochina, e pela soberania de templos hindus. Os exércitos dos dois países, que já registaram confrontos violentos em Julho, lutam desde domingo pelo controlo de áreas onde se situam edifícios religiosos do século XI, altura em que a região era controlada pelo Império Khmer (802-1431). A Tailândia disse que registou a morte de quatro soldados desde domingo, e o Camboja de oito civis. Outrora ruínas esquecidas e cobertas pela vegetação, o domínio sobre os locais de culto reacendeu os sentimentos nacionalistas, segundo a agência de notícias espanhola EFE. O exército tailandês deu conta de confrontos na terça-feira em redor dos templos de Ta Kwai, também conhecido como Ta Krabei, e Ta Muen Thom. Situam-se ambos perto da linha divisória entre a província tailandesa de Surin e a cambojana de Oddar Meanchey. De escasso valor estratégico militar, o domínio sobre estes centros religiosos tornou-se um assunto de elevado peso patriótico. “Embora nenhum dos países deseje uma guerra em larga escala, ambos consideram que os templos em disputa e o território circundante são importantes para a história e identidade nacional”, disse o especialista em Sudeste Asiático Tom Pepinsky, da Universidade Cornell. “A política interna em ambos os países exacerba estas tensões”, afirmou o cientista político norte-americano da universidade nova-iorquina, num comentário enviado à EFE.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo no Japão faz pelo menos 30 feridos O forte sismo que atingiu na noite de segunda-feira o norte do Japão, onde foram registadas ondas de tsunami de 70 centímetros, causou pelo menos 30 feridos, informou ontem a primeira-ministra, Sanae Takaichi. A agência meteorológica japonesa (JMA) alertou a população que este terramoto de magnitude 7,5 na escola de Richter – inicialmente estimado em 7,6 – que ocorreu no mar ao largo da região norte de Aomori, às 23:15 locais, poderia ser seguido por outros tremores nos próximos dias. “Ouçam as informações da JMA e das autoridades locais durante toda a semana, verifiquem se os vossos móveis estão bem fixados (…) e estejam prontos para a retirada se sentirem um tremor”, disse Takaichi. Entre os feridos está uma pessoa gravemente atingida na ilha de Hokkaido, a mais setentrional do arquipélago, de acordo com a Agência Japonesa de Gestão de Incêndios e Catástrofes, que recomendou a retirada de 28.000 pessoas. Imagens ao vivo mostram fragmentos de vidro partido espalhados pelas estradas ou objectos no chão das lojas. Cerca de 2.700 residências ficaram sem electricidade em Aomori, entre as quais três dezenas continuavam sem energia ontem ao final da manhã, enquanto o Inverno se instala. A JMA emitiu inicialmente um alerta de tsunami, mencionando ondas que poderiam atingir três metros e pedindo a milhares de habitantes da região mais próxima do epicentro que se abrigassem. A circulação dos comboios de alta velocidade Shinkansen foi suspensa em algumas zonas, enquanto se verifica o estado das vias. Por sua vez, a companhia Tohoku Electric Power informou que não foram detectadas anomalias nas duas centrais nucleares mais próximas do epicentro, a de Higashidori, em Aomori, e a de Onagawa, na região de Miyagi. Memórias trágicas A região tem ainda bem presente as consequências do terramoto de magnitude 9 em Março de 2011, que provocou um tsunami, causando cerca de 18.500 mortos ou desaparecidos. A catástrofe também provocou a fusão de três dos reactores da central nuclear de Fukushima, o pior desastre deste tipo desde a catástrofe de Chernobyl, em Abril de 1986. O Japão está localizado na junção de quatro placas tectónicas, no “Anel de Fogo” do Pacífico. O país apresenta uma das maiores actividades sísmicas do mundo. O arquipélago de 125 milhões de habitantes regista cerca de 1.500 terramotos por ano. A maioria é fraca, embora os danos possam variar de acordo com a localização e profundidade dos sismos. Em Janeiro, um grupo de especialistas governamentais aumentou ligeiramente a probabilidade de um grande tremor na fossa de Nankai, ao largo do Japão, nos próximos trinta anos, elevando-a para entre 75 por cento a 82 por cento. O Governo do Japão publicou uma nova estimativa em mMrço, indicando que um “mega-terramoto” e o tsunami que pode seguir-se poderem causar até 298.000 mortes e danos que podem atingir dois biliões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas dos EUA geram aumento nas exportações chinesas para o sudeste asiático As exportações da China para o sudeste asiático cresceram 23,5 por cento nos primeiros nove meses do ano, quase o dobro da média dos últimos quatro anos, impulsionadas pela guerra comercial com os Estados Unidos, segundo dados oficiais. Os dados sobre as importações dos seis maiores mercados da região – Indonésia, Singapura, Tailândia, Filipinas, Vietname e Malásia – compilados pela unidade de investigação ISI Markets, mostram que as vendas chinesas aumentaram de 330 mil milhões para 407 mil milhões de dólares entre Janeiro e Setembro, face ao mesmo período de 2024. As exportações chinesas para o sudeste asiático duplicaram nos últimos cinco anos, com o excedente comercial da China face à região a atingir este ano um novo máximo histórico. Em 2025, o crescimento médio foi quase o dobro da taxa anual composta de 13 por cento registada entre 2020 e 2024. A intensificação das trocas comerciais com os países vizinhos surge num contexto de desvio das exportações chinesas, penalizadas por tarifas norte-americanas que atingem atualmente cerca de 47 por cento. Em contraste, os produtos chineses enfrentam tarifas médias de apenas 19 por cento no sudeste asiático, tornando a região uma alternativa atractiva para os exportadores. Segundo analistas, esta nova vaga de exportações poderá estar ligada a estratégias de evasão às tarifas dos EUA, através do reencaminhamento de produtos por países terceiros – uma prática conhecida como comércio triangular, no qual os produtos são exportados quase concluídos da China para outros países, onde é acrescentado um componente ou acabamento, visando alterar o local de fabrico. Washington já advertiu que poderá aplicar tarifas adicionais até 40 por cento a produtos com origem chinesa disfarçada. Sobe e desce Roland Rajah, economista do grupo de reflexão (‘think tank’) australiano Lowy, estimou que as exportações chinesas para a região aumentaram até 30 por cento em Setembro, sublinhando que esta vaga é distinta de anteriores. “Grande parte do que está a ser exportado é pró-crescimento”, disse, indicando que cerca de 60 por cento dos bens enviados pela China são componentes usados em produtos fabricados na região para reexportação. No segmento dos bens de consumo, a China consolidou-se como principal fornecedor da região, com destaque para o sector automóvel. Os veículos eléctricos chineses, como os da fabricante de veículos eléctricos e híbridos BYD, têm vindo a substituir modelos japoneses, incluindo Toyota, Honda e Nissan, tradicionalmente dominantes no sudeste asiático. De acordo com dados da consultora PwC, a quota de mercado dos construtores japoneses nos seis principais mercados do sudeste asiático caiu para 62 por cento no primeiro semestre de 2025, face a uma média de 77 por cento na década de 2010. A China, por sua vez, passou de uma presença residual para mais de 5 por cento de um mercado de 3,3 milhões de viaturas por ano. Perante a pressão da concorrência chinesa, alguns países do sudeste asiático endureceram regras de importação e ponderam tarifas sobre determinados produtos.
Hoje Macau China / ÁsiaVoo MH370 | Tribunal chinês condena Malaysia Airlines a indemnizar famílias de vítimas Um tribunal chinês determinou que a Malaysia Airlines deve pagar uma indemnização de 2,9 milhões de yuan a cada uma das famílias de oito passageiros desaparecidos no voo MH370, há mais de uma década. Segundo um comunicado divulgado ontem, a decisão judicial obriga a transportadora aérea a compensar as famílias pela morte dos familiares, pelas despesas funerárias e pelos danos causados por sofrimento emocional. Embora o destino dos passageiros permaneça desconhecido, todos foram declarados legalmente mortos. O voo MH370 desapareceu em 2014 com 239 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes, após descolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim. Apesar de vários anos de buscas, continua por esclarecer o que aconteceu ao avião e aos seus ocupantes. A maioria dos passageiros era de nacionalidade chinesa, e os seus familiares têm mantido esforços contínuos para obter respostas. A bordo do Boeing 777 viajavam 153 chineses, 50 malaios (12 faziam parte da tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três norte-americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadianos, dois iranianos, um russo, um neerlandês e um taiwanês. O tribunal indicou ainda que 23 processos permanecem pendentes, enquanto em 47 casos as famílias chegaram a acordos extrajudiciais com a companhia aérea e desistiram das acções. Inicialmente, a Malásia, a China e a Austrália realizaram uma busca conjunta em cerca de 120.000 quilómetros quadrados no Índico, mas encerraram as operações em Janeiro de 2017, sem encontrar os destroços do avião. Uma empresa contratada pelo Governo da Malásia, a Ocean Infinity, também tentou localizar o aparelho numa área de cerca de 100.000 quilómetros quadrados entre Janeiro e Junho de 2018, sem sucesso. Na semana passada, Kuala Lumpur anunciou que a Ocean Infinity vai retomar as buscas pelo avião desaparecido a partir de 30 de Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaNvidia | Chips H200 permitirão à IA chinesa reduzir distância face aos EUA A decisão dos Estados Unidos de autorizar a exportação dos chips H200 da Nvidia para a China pode acelerar o avanço da inteligência artificial chinesa e aliviar limitações tecnológicas, segundo a consultora Capital Economics. Num relatório enviado a clientes, o analista Julian Evans-Pritchard indicou que Pequim tinha “menosprezado” os chips H20 – uma versão limitada destinada ao mercado chinês –, mas estará agora “disposta a autorizar as suas empresas a comprar os H200, mais potentes”, que o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu liberalizar. “Isso permitirá à China acelerar a construção da sua infraestrutura de IA e aumentar a probabilidade de que os modelos chineses se equiparem, ou mesmo superem, os mais avançados modelos dos EUA”, afirmou o especialista. Evans-Pritchard recordou que as tecnológicas chinesas já demonstraram capacidade de operar com limitações de ‘hardware’, treinando modelos de IA com desempenho próximo dos norte-americanos. “Com ‘chips’ mais poderosos, poderemos assistir a um novo ‘momento DeepSeek'”, disse, referindo-se à empresa chinesa que ganhou destaque no início de 2025 com um modelo de IA avançado. Evans-Pritchard prevê uma abordagem “pragmática” e considera provável que a China permita a aquisição dos H200 por algumas empresas, à medida que desenvolve alternativas nacionais. Trump especificou que a Nvidia poderá vender os ‘chips’ apenas a “clientes aprovados” na China, sob a condição de que as vendas garantam a segurança nacional dos EUA, que cobram o pagamento de uma tarifa de 25 por cento. A Nvidia já dispunha de licença para exportar os H20 – com capacidade inferior – para a China, em troca de 15 por cento das receitas. Na visão do analista, a decisão de Washington indica que a Administração Trump está a dar prioridade a um possível acordo com Pequim – que poderá ser assinado durante uma visita presidencial prevista para Abril de 2026 – em detrimento das preocupações com segurança nacional e dos esforços para dissociar as duas economias.
Hoje Macau China / ÁsiaLi Qiang lamenta “grave impacto” de tarifas junto de organismos internacionais O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, alertou ontem para o “grave impacto” das tarifas e outras restrições comerciais na economia global, ao inaugurar em Pequim uma nova edição do ‘Diálogo 1+10’ com instituições financeiras internacionais. Li afirmou que a proliferação de barreiras comerciais desde o início do ano demonstrou que “as tarifas prejudicam terceiros, mas acabam por se virar contra quem as impõe”, o que, segundo o governante, tem reforçado os apelos globais em defesa do comércio livre. Perante os líderes das principais instituições financeiras e comerciais internacionais, o chefe do Governo chinês destacou que o mundo enfrenta “mudanças complexas e profundas”, marcadas pela ascensão do proteccionismo, por turbulências geopolíticas e por lacunas na governação global. O fórum, que decorre sob o lema “Partilhar a governação global, promover o desenvolvimento global”, tem como objectivo “construir um sistema mais justo, razoável e eficaz”, disse Li, sublinhando o papel das organizações presentes na estabilidade da economia mundial. O primeiro-ministro identificou três conceitos-chave que marcaram o ano de 2025: tarifas, transição verde e inteligência artificial (IA). Sobre o clima, assinalou o décimo aniversário do Acordo de Paris e reafirmou os compromissos da China, incluindo o objectivo de que mais de 30 por cento do consumo energético do país seja proveniente de fontes não fósseis, com a instalação de 3,6 gigawatts de capacidade solar e eólica – mais de seis vezes o nível registado em 2020. Em relação à inteligência artificial, Li destacou o avanço acelerado de modelos abertos chineses, como o DeepSeek, que estão a “impulsionar a transformação industrial” e o crescimento de novos sectores como a robótica inteligente. “O comércio livre, a superação de desafios globais e a inovação colaborativa são metas que nenhuma entidade pode alcançar sozinha. Exigem esforço colectivo”, sublinhou. Figuras de proa Participam no encontro a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan, e o presidente do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, Jin Liqun. Estão ainda presentes o director-geral do Banco de Pagamentos Internacionais, Pablo Hernández de Cos, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, a directora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, e representantes da Organização Internacional do Trabalho, do Conselho de Estabilidade Financeira e da OCDE, entre outros.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Alargada remoção de redes em andaimes devido a fraude As autoridades da antiga colónia britânica desencadearam uma ampla operação de remoção de redes de protecção de andaimes, após a descoberta de falsos certificados de segurança anti-fogo O Governo de Hong Kong ordenou a remoção imediata das redes de protecção instaladas em andaimes de mais de 200 edifícios privados após a descoberta de certificados de segurança falsificados. A decisão foi motivada pelo incêndio que devastou, em 26 de Novembro, o complexo de habitação pública Wang Fuk Court, fazendo pelo menos 159 mortos, sendo que 31 pessoas continuam desaparecidas. O incêndio expôs deficiências na protecção dos projectos de renovação, particularmente na utilização de redes de protecção nas fachadas para evitar a queda de detritos. Como estas redes não são à prova de fogo, actuaram como aceleradoras, impulsionando a propagação das chamas em Tai Po, nos Novos Territórios, no norte de Hong Kong. As investigações oficiais confirmaram que os edifícios incendiados não utilizavam redes resistentes ao calor, o que permitiu que as chamas se propagassem rapidamente e consumissem várias torres do complexo residencial. Após inspecções a outros edifícios, as autoridades detectaram materiais adulterados noutros dois complexos, ligados a um fabricante na China continental. A descoberta levou o Departamento de Edifícios de Hong Kong a ordenar, com urgência, a remoção de todos os materiais semelhantes das fachadas de propriedades privadas, considerando-os um risco inaceitável. Comissões e investigações A polícia alargou as investigações a quatro complexos espalhados por diferentes distritos urbanos devido à possibilidade de utilização mais generalizada de certificados fraudulentos. Em paralelo, o Departamento do Trabalho abriu uma investigação sobre um caso suspeito de certificados de inspecção de andaimes com datas alteradas, aparentemente assinados antecipadamente. A Comissão Independente Contra a Corrupção deteve pelo menos 11 pessoas ligadas ao contrato de reabilitação de Wang Fuk Court, incluindo funcionários da empresa de consultoria responsável pela supervisão técnica, directores e gestores de projecto, subempreiteiros especializados em andaimes e intermediários. O líder do Governo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, prometeu uma estreita cooperação com o novo parlamento para promover reformas estruturais que reforcem a segurança nos projectos de construção e reabilitação. O incêndio, o mais mortal em Hong Kong desde 1948, acelerou as medidas administrativas e criminais destinadas a colmatar as lacunas na cadeia de responsabilidade do sector da construção civil, desde a certificação dos produtos à inspecção no local.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo de magnitude 7,6 causa feridos e tsunami de 40 centímetros no norte do Japão Um sismo de magnitude 7,6 na escala de Richter, inicialmente avançado como de 7,2, atingiu hoje o norte do Japão, provocando vários feridos e um tsunami de 40 centímetros, informou a Agência Meteorológica Japonesa. A agência indicou que o sismo ocorreu a leste de Aomori, na ilha principal de Honshu, no Japão, e ao sul da ilha de Hokkaido, e que o tsunami de 40 centímetros atingiu a cidade de Urakawa, em Hokkaido, e o porto de Mutsu Ogawara, em Aomori. Várias pessoas ficaram feridas num hotel na cidade de Hachinohe, em Aomori, informou a emissora pública NHK. A primeira-ministra, Sanae Takaichi,disse aos jornalistas que o governo criou uma equipa de emergência para avaliar a extensão dos danos. “Estamos a colocar a vida das pessoas em primeiro lugar e a fazer tudo o que podemos”, disse. As centrais nucleares da região estão a realizar verificações de segurança, informou a NHK. O sismo ocorreu por volta das 23:15 (14:15, hora de Lisboa) no Oceano Pacífico, a cerca de 80 quilómetros da costa de Aomori. Um tsunami de 70 centímetros foi medido no porto de Kuji, na província de Iwate, ao sul de Aomori, e ondas de até 50 centímetros atingiram outras comunidades costeiras da região, informou a agência. A agência emitiu um alerta para possíveis ondas de tsunami de até 3 metros em algumas áreas, e o secretário-chefe do Gabinete, Minoru Kihara, instou os residentes a dirigirem-se imediatamente para terrenos mais altos ou se abrigarem dentro de edifícios ou centros de evacuação até que o alerta seja suspenso. Várias pessoas ficaram feridas num hotel na cidade de Hachinohe, em Aomori, e um homem na cidade de Tohoku ficou levemente ferido quando o seu carro caiu num buraco. Kihara disse que as centrais nucleares da região estavam a realizar verificações de segurança e que, até o momento, nenhum problema havia sido detetado. Vários casos de incêndios foram relatados em Aomori, e cerca de 90.000 residentes foram aconselhados a refugiar-se em centros de evacuação, informou a Agência de Gestão de Incêndios e Desastres. Foi a norte da costa japonesa que sofreu um sismo de magnitude 9,0 e o tsunami em 2011, que matou quase 20.000 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Criticada “apatia” do mundo face a apelo humanitário para 2026 A ONU criticou ontem a “apatia” do mundo perante o sofrimento de milhões de pessoas em todo o planeta, no lançamento do apelo humanitário para 2026, em mínimos históricos face à forte queda do financiamento. “Estamos a viver uma época de brutalidade, impunidade e indiferença”, afirmou o chefe das operações humanitárias da ONU, Tom Fletcher, numa conferência de imprensa em Nova Iorque, em que denunciou a “ferocidade e intensidade dos assassinatos”, o “desprezo total pelo direito internacional” e os “níveis aterradores de violência sexual”. “Uma época em que o nosso instinto de sobrevivência foi entorpecido pelas distrações e corroído pela apatia, em que investimos mais energia e dinheiro para encontrar novas formas de nos matarmos uns aos outros, ao mesmo tempo que desmantelamos os meios arduamente conquistados para nos protegermos dos nossos piores instintos, em que os políticos se gabam de cortar as ajudas”, acusou Fletcher na apresentação do plano humanitário da ONU para 2026. Quando cerca de 240 milhões de pessoas, vítimas de guerras, epidemias, terramotos ou do impacto das alterações climáticas em todo o mundo, precisam de ajuda urgente, a ONU diz que precisa de 33 mil milhões de dólares para apoiar 135 milhões daquelas pessoas em 2026 em Gaza, no Sudão, no Haiti, na Birmânia, na República Democrática do Congo (RDCongo) ou na Ucrânia. Ao mesmo tempo, num contexto de cortes drásticos na ajuda externa norte-americana decididos por Donald Trump, a ONU reduziu também as ambições, apresentando um plano restrito, que solicita 23 mil milhões de dólares para salvar, pelo menos, 87 milhões das pessoas em maior risco. Este plano “hiperprioritizado” é “baseado em escolhas insustentáveis de vida ou morte”, disse Fletcher, esperando que as “decisões difíceis” que a ONU foi “encorajada a tomar” convençam os Estados Unidos a regressar.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia / Camboja | Um soldado morto e quatro feridos na fronteira Um soldado tailandês foi morto e outros quatro ficaram feridos durante confrontos na fronteira com o Camboja, anunciou ontem o exército tailandês, com ambas as partes a atribuírem a responsabilidade pelos combates uma à outra. Forças cambojanas atacaram o exército tailandês na província de Ubon Ratchathani, “matando um soldado e ferindo quatro”, disse o porta-voz do exército tailandês, Winthai Suvaree, num comunicado. Por seu lado, o Ministério da Defesa cambojano afirmou que as forças tailandesas lançaram um ataque nas províncias fronteiriças de Preah Vihear e Oddar Meanchey na madrugada de segunda-feira, garantindo que o Camboja não ripostou. A Tailândia está a usar aviões para “atingir alvos militares” e “acabar com o fogo de apoio cambojano”, informou, entretanto, o exército tailandês. Banguecoque garante que a sua aviação atacou “apenas infraestruturas militares, depósitos de armas, centros de comando e rotas de apoio ao combate” associadas a actividades consideradas como uma ameaça à segurança nacional tailandesa. Relatórios militares de ambos os lados dão conta de numerosos confrontos entre domingo e segunda-feira em vários pontos dos quase 820 quilómetros de fronteira, onde ambos os governos começaram a evacuar civis e a mobilizar pessoal e material de defesa. As autoridades da província cambojana de Oddar Meanchey informaram que foram relatados tiros nas proximidades dos templos centenários de Tamone Thom e Ta Krabei, e que os aldeões fugiram “para se protegerem”. O exército tailandês afirmou também que cerca de 35.000 pessoas foram evacuadas das zonas fronteiriças com o Camboja durante a noite. Os dois países vizinhos do Sudeste Asiático mantêm uma antiga disputa sobre o traçado de certas partes da fronteira, com 800 quilómetros de extensão, estabelecida durante a era colonial francesa. As zonas disputadas abrigam vários templos.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Atingido excedente comercial recorde em 2025 As exportações da China cresceram 5,9 por cento em Novembro, superando previsões e elevando o excedente comercial acumulado em 2025 para mais de um bilião de dólares, um recorde anual, reflectindo a dependência da procura externa. Segundo dados oficiais divulgados ontem, as importações aumentaram apenas 1,9 por cento no mesmo período, resultando num excedente de 112 mil milhões de dólares no mês. A previsão média dos economistas inquiridos pela agência Bloomberg apontava para um aumento de 4 por cento nas exportações. Os dados surgem num contexto marcado por prolongado declínio dos preços no sector imobiliário e pelo aumento da insegurança laboral, que continua a limitar o consumo interno. Ainda assim, o aumento das importações supera a taxa de 1 por cento registada em Outubro. O marco histórico do ‘superavit’ comercial surge também após uma recente atenuação das tensões comerciais com os Estados Unidos, e poderá intensificar os apelos de vários parceiros comerciais para uma maior correção dos desequilíbrios externos da China, nomeadamente a entrada massiva de bens a preços reduzidos, que tem pressionado indústrias locais noutros países. A procura externa tem sido o motor mais constante do crescimento da China, compensando o fraco consumo interno e a prolongada crise no sector imobiliário. Este excedente recorde deverá ter impacto positivo na aceleração do Produto Interno Bruto (PIB), após vários meses de abrandamento económico. As vendas a retalho estão a sair do ciclo mais prolongado de desaceleração desde 2021 e o investimento registou uma queda histórica. Ainda que a economia chinesa esteja a crescer a um ritmo mais lento no último trimestre do ano, o desempenho robusto nos meses anteriores torna alcançável a meta oficial de crescimento “em torno dos 5 por cento” definida por Pequim para 2025.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim acusa Tóquio de divulgar “informações falsas” após incidente com caças chineses O Governo chinês acusou ontem o Japão de divulgar “informações falsas” e interferir nos seus exercícios militares no mar e no espaço aéreo próximo ao arquipélago, após incidente com caças chineses. As acusações do Governo chinês surgem na sequência de Tóquio ter denunciado que caças chineses iluminaram com o seu radar duas aeronaves japonesas num incidente ocorrido no sábado a sudeste de Okinawa. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou ontem, numa conferência de imprensa, que “a verdade dos factos é muito evidente”, ao apontar que as manobras chinesas foram realizadas em zonas marítimas e aéreas designadas com antecedência e que cumprem “o direito internacional e as práticas habituais”. Guo Jiakun sublinhou que a activação do radar de busca por aviões embarcados durante um treino “é uma operação normal” utilizada por “todos os países” para garantir a segurança do voo. “O Japão entrou sem autorização na área de treino e aproximou-se das actividades chinesas para realizar reconhecimentos”, afirmou o porta-voz, ao mesmo tempo que expressou a “firme oposição” de Pequim. Exigiu ainda a Tóquio que cesse “imediatamente os comportamentos perigosos que perturbam os exercícios normais da China” e ponha fim “a toda a manipulação política e falsa exageração”. Discursos inflamáveis O incidente, segundo Tóquio, ocorreu no sábado, quando caças chineses direccionaram intermitentemente o seu radar contra dois caças japoneses, que o Japão descreveu como “águas internacionais a sudeste de Okinawa”. Tóquio apresentou um protesto formal à China e convocou o embaixador chinês na capital japonesa, enquanto Pequim acusou os aviões japoneses de se aproximarem de forma hostil da zona onde operava o porta-aviões Liaoning. O incidente ocorre num momento de especial tensão bilateral após as declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, no mês passado, afirmando que um ataque chinês contra Taiwan poderia colocar o Japão numa “situação de crise” e justificar a intervenção das suas Forças de Autodefesa. Pequim classificou essas declarações como “extremamente graves” e respondeu com medidas de pressão económica e cultural, incluindo avisos de viagem para cidadãos chineses, novos controlos aos produtos do mar japoneses e críticas ao previsto destacamento de sistemas antimísseis nas ilhas Nansei.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Cooperação com EUA é a “única opção” correcta e realista As autoridades chinesas reafirmam a vontade de cooperar com os Estados Unidos para manter a estabilidade global, salientando, no entanto, que Taiwan é uma parte inalienável do território chinês A China afirmou ontem que a cooperação com os EUA é a “única opção correcta e realista” para ambas as potências, após saber que o conflito no estreito de Taiwan é uma prioridade na Estratégia de Segurança Nacional 2025 norte-americana. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, declarou ontem, numa conferência de imprensa, que Pequim “sempre acreditou que cooperar beneficia ambos e confrontar prejudica os dois”, e sustentou que o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação de benefício mútuo “constituem a única opção correcta e realista” para gerir a relação bilateral. Segundo a agência de notícias espanhola Efe, Guo Jiakun afirmou que a China está disposta a trabalhar com os EUA para que os laços “mantenham um desenvolvimento estável”, contudo sublinhou que Pequim “defenderá com firmeza” os seus interesses de soberania, segurança e desenvolvimento. “Esperamos que a parte americana avance na mesma direcção, implemente os consensos alcançados por ambos os líderes, saiba gerir adequadamente as diferenças e contribua para a estabilidade global”, acrescentou o porta-voz, referindo que Taiwan é “parte inalienável” do território chinês e que a questão taiwanesa constitui “a primeira linha vermelha que não pode ser cruzada” nas relações entre as duas potências. O porta-voz exigiu ainda que Washington “suspendesse” qualquer apoio às forças “separatistas” taiwanesas. Na sexta-feira, Washington definiu como prioridade impedir um conflito no estreito de Taiwan, sublinhando que manter a superioridade militar é “fundamental para evitar qualquer agressão”. Caminhos cruzados A Estratégia de Segurança Nacional 2025, publicada pela Casa Branca na sexta-feira passada, indica que um ataque a Taiwan, ilha que Pequim reivindica como sua, “deveria representar um custo demasiado elevado para os possíveis agressores” e que Washington tem como prioridade “preservar a superioridade militar”. Além disso, reafirma a política histórica dos Estados Unidos de “rejeitar mudanças unilaterais ao statu quo na região do Indo-Pacífico”. O relatório também destaca que a concorrência com a China se tornou um pilar da política externa dos EUA, e que reforçar alianças regionais e preparar contingências para aumentar a capacidade de dissuasão contra ameaças externas são prioridades estratégicas. Os EUA estão no meio das disputas entre a China e Taiwan há mais de sete décadas, fornecendo armas a Taipei (capital de Taiwan) e mantendo em aberto, embora sem relações diplomáticas oficiais, a possibilidade de defender a ilha em caso de conflito com Pequim. Enquanto isso, a China considera Taiwan como uma “parte inalienável” do seu território e não descarta o uso da força.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Yuan abaixo do esperado após atingir máximos face ao dólar O banco central da China fixou ontem a sua taxa de câmbio de referência para o yuan abaixo do previsto pelos mercados, num sinal de que Pequim procura travar a recuperação da moeda face ao dólar. De acordo com informações divulgadas pelo Banco Popular da China (BPC, banco central) no seu site oficial, a taxa de câmbio oficial para ontem foi fixada em 7,0733 yuans por dólar, 164 ‘pips’ (um centésimo de 1 por cento, medida utilizada em análises cambiais) abaixo das previsões mais difundidas entre investidores e analistas. A decisão, sublinha a agência Bloomberg, representa a maior diferença entre as expectativas do mercado e a taxa finalmente fixada pelo BPC desde Fevereiro de 2022. A taxa de câmbio fixada pelo BPC é fundamental para a cotação da taxa “onshore” — negociada nos mercados nacionais — do yuan, uma vez que esta só pode desviar-se num intervalo máximo diário de 2 por cento, tanto quando se valoriza como quando se desvaloriza. Face ao optimismo que se seguiu à trégua comercial entre a China e os Estados Unidos, seguida do anúncio da eventual visita do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao país asiático no próximo ano, o yuan tem vindo a aproximar-se da barreira psicológica das 7 unidades por dólar, e o seu valor nos mercados está a caminho de atingir os registos mais elevados desde 2020. Parte da valorização do yuan em relação ao dólar também se deve aos receios, refletidos na moeda norte-americana, em relação à política orçamental dos Estados Unidos, bem como às previsões de redução das taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed). “O BPC tem vindo a dar prioridade à estabilidade cambial, pelo que não é surpreendente (…) que estejam a abrandar o ritmo das subidas. Não esperamos que o nível das 7 unidades [por dólar] seja posto à prova no resto do ano, mas provavelmente será ultrapassado em algum momento do próximo ano”, afirmou Lynn Song, economista-chefe do ING para a China, citado pela Bloomberg.
Hoje Macau China / ÁsiaRendimento dos títulos da dívida do Japão sobe para nível mais alto desde 2007 O rendimento dos títulos da dívida japonesa a 10 anos atingiu ontem 1,91 por cento, o nível mais alto desde julho de 2007, devido às expectativas de que o Banco do Japão (BoJ) suba as taxas de juros. O governador do banco central do Japão, Kazuo Ueda, desencadeou na segunda-feira especulações sobre um eventual aumento das taxas, ao sugerir num discurso perante líderes empresariais que as condições económicas são propícias para continuar com a normalização da política monetária, que o organismo suspendeu em Janeiro para avaliar o impacto das novas tarifas dos Estados Unidos. Sem antecipar o resultado da próxima reunião sobre política monetária do BoJ, em meados deste mês, Ueda disse que “ajustar adequadamente o nível de flexibilização monetária, nem muito tarde nem muito cedo, é necessário para alcançar sem problemas o objectivo de estabilidade de preços, garantindo ao mesmo tempo a estabilidade dos mercados financeiros e de capitais”. As palavras provocaram fortes quedas na Bolsa de Tóquio e os títulos da dívida, que vinham já a registar máximos desde a crise financeira de 2008 devido à preocupação com a saúde fiscal do arquipélago, dispararam. Aconteceram também depois do anúncio do novo Executivo nipónico da primeira-ministra Sanae Takaichi, na passada quinta-feira, do projecto para o esperado orçamento suplementar de 2025, avaliado em 18,3 biliões de ienes (mais de 100 mil milhões de euros), que será financiado em grande parte com a emissão de títulos do Estado, e destinado sobretudo a um ambicioso pacote de estímulos. Cautelas centrais O BoJ é, de longe, o maior investidor em títulos do país mais endividado entre as economias mais avançadas, cujo rendimento é barómetro por excelência sobre as taxas de longo prazo. O banco central manteve as taxas de juro de referência em 0,5 por cento nas últimas seis reuniões sobre política monetária, desde o aumento de 25 pontos base em Janeiro. A última reunião do ano gerou grande expectativa, depois da mudança de Governo no Japão, em Outubro, mas o BoJ manteve uma postura cautelosa, antes de conhecer a posição financeira da nova primeira-ministra – que se mostrou crítica em relação à subida dos juros – e também de ter uma visão estabilizada sobre as negociações tarifárias com os Estados Unidos, o segundo maior parceiro comercial do Japão, depois da China.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Seul tenta repatriar seis cidadãos detidos no Norte As autoridades sul-coreanas tentam voltar ao diálogo com o regime de Kim-jong Un na tentativa de resgatar seis cidadãos acusados de espionagem O Governo sul-coreano comprometeu-se ontem a procurar a repatriação de seis cidadãos detidos por espionagem e outras acusações na Coreia do Norte entre 2013 e 2016, ainda que Pyongyang recuse o diálogo com Seul. “Resolveremos o problema esforçando-nos para retomar rapidamente o diálogo inter-coreano com base no consenso nacional”, afirmou o gabinete presidencial, numa resposta que ficou pendente na quarta-feira numa conferência de imprensa do Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, na qual o chefe de Estado reconheceu não estar a par do assunto. Os seis cidadãos incluem três norte-coreanos que desertaram para a Coreia do Sul. Os outros três são missionários detidos pelas autoridades norte-coreanas entre 2013 e 2014, nomeadamente Kim Jung-wook, Kim Kook-kie e Choi Chun-gil. O gabinete presidencial não revelou a identidade dos três desertores norte-coreanos para proteger a segurança das famílias no Norte e evitar que sofram sanções por associação, normalmente aplicadas por Pyongyang. “Como as conversações e os intercâmbios inter-coreanos estão suspensos há muito tempo, o sofrimento do nosso povo continua e a questão precisa de ser resolvida com urgência”, acrescenta o comunicado, citado pelo The Korea Herald. Seul solicitou a libertação dos missionários em Março, ainda sob a vigência do Governo sul-coreano anterior, a pedido do Ministério da Unificação, depois de um grupo de trabalho das Nações Unidas ter classificado as detenções como ilegais. Conversas antigas A última vez que o tema dos sul-coreanos detidos foi discutido abertamente entre as duas partes foi no âmbito da cimeira intercoreana de 2018, entre o então presidente sul-coreano Moon Jae-in e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e nas conversações de alto nível realizadas no mesmo ano. “Como resultado, chegou-se a um ponto muito próximo da libertação [dos detidos]. Kim Jong-un chegou mesmo a prometer ao então presidente Moon: “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para [a libertação dos detidos]”, recordou ontem o deputado Yoon Geon-young, que na altura época era director da Sala de Situação presidencial sul-coreana. Kim explicou que, após a cimeira fracassada de Hanói entre Pyongyang e Washington, em 2019, e a pandemia da Covid-19, as relações intercoreanas deterioraram-se, “por isso não foi possível obter um resultado”. “A razão pela qual não pudemos informar publicamente os cidadãos sobre esta situação naquele momento era simples: em assuntos como a libertação de detidos, se o processo for tornado público, pode afectar negativamente o resultado, dependendo do caso”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Pequim pede cessar-fogo efectivo em Gaza após novo ataque israelita O governo chinês pediu ontem que o cessar-fogo na Faixa de Gaza entre em vigor “efectivo”, após novo ataque das Forças da Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) ter feito cinco mortos, incluindo duas crianças e duas mulheres. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, lamentou o sucedido num campo de refugiados em Khan Yunis (sul do enclave palestiniano), comentando que “a situação em Gaza continua frágil”. Lin frisou a importância do cessar-fogo “para aliviar a crise humanitária e restaurar a Paz e a estabilidade regional o mais rápido possível”. As IDF anunciaram terem efectuado o bombardeamento em causa como retaliação ao ataque contra as suas tropas na região de Rafah, no qual cinco soldados israelitas ficaram feridos. Para o grupo radical islamista palestiniano Hamas, o ataque “constitui um claro crime de guerra” e uma “violação do acordo de cessar-fogo”. O Presidente chinês, Xi Jinping, declarou ontem, após reunião em Pequim com o homólogo francês, Emmanuel Macron, que ambos os países vão trabalhar em conjunto rumo a “uma solução abrangente, justa e duradoura” no Médio Oriente, acrescentando um apoio de 100 milhões de dólares na reconstrução de Gaza. O bombardeamento israelita de ontem, que ocorreu perto do hospital de campanha Kuwaiti, provocou ainda ferimentos em 30 palestinianos, sendo que muitos dos residentes nas tendas eram funcionários do hospital e respectivas famílias, embora não se saiba ainda se constam entre as vítimas, informaram as mesmas fontes à agência de notícias espanhola EFE.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Ucrânia e comércio dominam encontro entre Macron e Xi Na sua quarta visita à China, Macron volta a apelar à interferência de Pequim na guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo que procura um maior equilíbrio na balança comercial entre os dois países O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou ontem aos esforços do homólogo chinês, Xi Jinping, para pôr fim à guerra na Ucrânia e corrigir os desequilíbrios comerciais, no início de uma visita de Estado à China. “Temos de continuar a mobilizar-nos em prol da paz e da estabilidade no mundo. E da Ucrânia às diferentes regiões do mundo afectadas pela guerra, a nossa capacidade de trabalhar em conjunto é determinante”, afirmou Macron após uma reunião restrita com o chefe de Estado chinês e antes de discussões em formato alargado. “Sabemos que temos muitos pontos em comum, às vezes temos desacordos, mas temos a responsabilidade de saber superá-los, de encontrar mecanismos de cooperação e de resolução de litígios para um multilateralismo eficaz no qual acreditamos”, acrescentou o líder francês. Xi garantiu, pelo seu lado, que a China tenciona cooperar com França para “eliminar qualquer interferência” e “tornar a parceria estratégica geral entre China e França mais estável”. Macron apelou também ao crescimento dos “investimentos cruzados” entre os dois países, para reequilibrar a relação comercial, e defendeu a cooperação no âmbito do G7 no sentido de uma governança económica baseada em “regras”. O Presidente chinês, acompanhado pela esposa, Peng Liyuan, recebeu Macron e a esposa, Brigitte, no Palácio do Povo, onde os dois líderes ouviram os hinos nacionais e passaram em revista as tropas, antes de serem saudados por crianças. O chefe de Estado francês, que chegou na quarta-feira à noite a Pequim, acompanhado por 35 líderes de grandes grupos empresariais (incluindo Airbus, EDF e Danone) e empresas familiares, do sector de luxo ao agroalimentar, deverá assistir à assinatura de uma série de contratos. A relação entre a China e a União Europeia é caracterizada por um enorme défice comercial (357,1 mil milhões de dólares) em detrimento da UE. Paris está também empenhada em pressionar a China a que invista mais em França, e aceite uma partilha de tecnologias comparável à praticada pelos europeus, que contribuiu para o crescimento económico de Pequim. Metais e ursos Outro dos assuntos sensíveis é o do acesso a metais raros, cuja produção e transformação mundiais são dominadas pela China, alavanca que Pequim utilizou em 2025, em plena guerra comercial com os Estados Unidos, abanando as cadeias de abastecimento do planeta. Esta é a quarta visita de Estado de Emmanuel Macron à China desde que foi eleito Presidente em 2017. Xi Jinping foi recebido em França em 2024 e o Eliseu apresenta o tempo que Xi passará com Macron até sexta-feira, incluindo encontros privados, como um sinal da importância da relação sino-francesa. “Temos uma expectativa constante em relação à China: É que use a sua influência junto da Rússia para levá-la a cessar a guerra” na Ucrânia, às portas da União Europeia, afirma o Eliseu. A China tem reiterado que deseja a paz, mas nunca condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, em Fevereiro de 2022. Parceiro económico e político fundamental da Rússia, o gigante asiático é o maior comprador mundial de combustíveis fósseis russos, incluindo produtos petrolíferos, alimentando assim a máquina de guerra. Os europeus acusam ainda Pequim de fornecer componentes militares a Moscovo. Durante a anterior viagem a Pequim, em 2023, Macron apelou a Xi para que “chamasse a Rússia à razão”. Tal como em França em 2024, os dois casais presidenciais reunir-se-ão na sexta-feira num ambiente mais informal em Chengdu, na província de Sichuan (sudoeste), berço dos pandas gigantes que se tornaram embaixadores da China em todo o mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaMalásia | Retomadas buscas por avião desaparecido há 11 anos A Malásia anunciou ontem a retoma das buscas pelo voo MH370 da companhia aérea Malaysia Airlines, desaparecido com 239 pessoas a bordo em Março de 2014, pouco depois de descolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim. “A [empresa] Ocean Infinity e o Governo da Malásia confirmam que iniciarão [em 30 de Dezembro] as operações de busca por um total de 55 dias, de forma intermitente”, anunciou o Ministério dos Transportes da Malásia, através de um comunicado com a data de ontem. A Ocean Infinity é uma empresa de robótica e exploração do fundo do mar com sede nos Estados Unidos e no Reino Unido, que há anos colabora na busca do avião, desaparecido em 08 de Março de 2014, cerca de 40 minutos após a descolagem de Kuala Lumpur com destino à capital chinesa. A aeronave desapareceu dos radares após deixar o espaço aéreo da Malásia e entrar no do Vietname, quando, em princípio, se desviou da rota para o sul do Índico, sem que se conheçam ainda as causas. A bordo do Boeing 777 viajavam 153 chineses, 50 malaios (12 faziam parte da tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três norte-americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadianos, dois iranianos, um russo, um neerlandês e um taiwanês. Inicialmente, a Malásia, a China e a Austrália realizaram uma busca conjunta em cerca de 120.000 quilómetros quadrados no Índico, mas encerraram as operações em janeiro de 2017, sem encontrar os destroços do avião. A Ocean Infinity também tentou localizar o aparelho numa área de cerca de 100.000 quilómetros quadrados entre Janeiro e Junho de 2018, sem sucesso. Em Abril passado, o Governo da Malásia afirmou que a operação de busca da aeronave havia sido interrompida por “não ser a época” ideal para o efeito, mas adiantou que seria retomada no final deste ano. O comunicado de ontem concretiza que a busca será realizada numa “área específica com maior probabilidade de localização da aeronave”.
Hoje Macau China / ÁsiaIndonésia |Número de mortos nas cheias ultrapassa 800 O balanço do número de mortos causado pelas cheias que atingiram a grande ilha de Sumatra, na Indonésia, ultrapassou os 800, anunciou ontem a Agência Nacional de Gestão de Desastres indonésia (BNPB). As autoridades indicaram anteriormente que tinham morrido 631 pessoas. De acordo com a BNPB, o número mais recente é de 804 mortos, mais de 650 pessoas desaparecidas e centenas de milhares de residentes retirados das suas casas na ilha de Sumatra, no oeste da Indonésia. Apesar das mais de 800 mortes, de milhares de feridos e da destruição massiva em Sumatra, o Governo indonésio resiste à crescente pressão para declarar o estado de emergência após as inundações. O país só tomou esta medida por três vezes, segundo os registos disponíveis: durante o terramoto e tsunami de 1992, o tsunami de 2004 que matou dezenas de milhares de pessoas e durante a pandemia de covid-19. Crescem os apelos para que o Governo declare o estado de emergência, com os defensores a argumentarem que tal medida libertaria recursos e melhoraria a coordenação da ajuda humanitária. O Governo do Presidente indonésio, Prabowo Subianto, tem insistido até agora que o país dispõe dos recursos necessários para lidar com a situação. Esta situação contrasta com a do Sri Lanka onde foi declarado o estado de emergência e pedida ajuda à comunidade internacional face aos efeitos das cheias. A Amnistia Internacional (AI) Indonésia acredita que a decisão de declarar o estado de emergência é urgentemente necessária “para que as forças nacionais e internacionais possam ser mobilizadas para ajudar as vítimas”. As autoridades alertaram que a destruição provocada pelas chuvas se deve à grande quantidade de água que caiu durante um período prolongado, provocando o transbordo dos rios.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Seul considera “extremamente difícil” fabricar submarinos nucleares nos EUA O Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, declarou ontem que será “extremamente difícil” fabricar submarinos com propulsão nuclear nos Estados Unidos. “Do nosso ponto de vista, produzi-los lá é extremamente difícil, para ser realista”, afirmou o chefe de Estado, numa conferência de imprensa. Seul e Washington finalizaram em Novembro um acordo sobre a construção deste tipo de submarinos destinado à marinha sul-coreana, mas o local da construção não foi determinado. Uma nota conjunta detalhou que os dois países se comprometeram a “continuar a colaboração no domínio da construção naval através de um grupo de trabalho” específico. Em Outubro, depois de ter dado o “sim” a um acordo de princípio para a fabricação de um submarino de propulsão nuclear destinado ao aliado sul-coreano, o Presidente norte-americano, Donald Trump, escreveu na rede social X e na Truth Social, da qual é proprietário, que este seria construído em Filadélfia, nos Estados Unidos. Ontem, o Presidente sul-coreano indicou que a questão “ainda necessita de discussões”. Lee Jae-myung salientou que a posição de Seul sempre foi a de produzir os submarinos internamente.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia levanta proibição de venda de álcool à tarde em vigor desde 1972 A Tailândia levantou ontem a proibição da venda de bebidas alcoólicas durante a tarde, que foi decretada em 1972 para evitar que os funcionários públicos consumissem álcool em horário de trabalho. A medida agora revogada por um decreto real impedia a venda de álcool entre as 14:00 e as 17:00 em estabelecimentos comerciais, como supermercados. A venda será permitida naquele horário por um período inicial de teste de 180 dias, anunciaram ontem as autoridades, segundo a agência de notícias espanhola EFE. A nova regulamentação estende o horário anteriormente permitido para a venda de álcool, das 11:00 às 14:00 e das 17:00 à meia-noite, removendo a proibição de três horas à tarde. O fim do período à meia-noite permanece em vigor, mas os clientes em estabelecimentos licenciados têm agora uma extensão de uma hora para terminar as bebidas, segundo o jornal Bangkok Post. Revisto e confirmado O Governo encarregou em Fevereiro os ministérios da Saúde, Administração Interna e Turismo de reverem a regulamentação, que também contempla proibições de venda durante cinco dias especiais do calendário budista por ano. O então ministro da Administração Interna e actual primeiro-ministro, Anutin Charnvirakul, disse que a política seria revista para estimular a economia e criar empregos. As autoridades confirmaram em Maio a intenção de suavizar as restrições, permitindo desde então a venda durante festividades budistas em aeroportos, hotéis e zonas de atracção turística, entre outros locais. O Governo já considerava desactualizada a proibição durante os dias budistas, a religião maioritária no país, cujo quinto preceito consiste na abstenção do consumo de produtos tóxicos, como seriam os licores. A Tailândia, o país mais visitado do Sudeste Asiático, toma a medida também para impulsionar o turismo, com o objectivo de superar o recorde pré-pandemia de 2019, quando recebeu 39,8 milhões de estrangeiros. O país tem tentado recuperar o mercado, com foco especial no turismo chinês, a principal fonte de visitantes.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Adiada setença em caso de naufrágio em 2012 que matou 39 pessoas Um tribunal de Hong Kong adiou a leitura da sentença no caso da colisão do ferry Lamma IV, em 2012, com 39 mortos, quando arranca a investigação ao incêndio que deflagrou exactamente há exatamente uma semana no território. O tribunal adiou pela terceira vez a leitura do veredicto, após um longo processo que envolveu oitenta e quatro testemunhas. Um porta-voz do tribunal confirmou na terça-feira a suspensão, mas recusou-se a dar uma justificação, enquanto fontes do tribunal citadas pelos jornais locais disseram que a decisão não deve ser tomada antes de 20 de Janeiro. Na noite de 01 de Outubro de 2012, Dia Nacional da China, o barco de passageiros Sea Smooth, da Hong Kong and Kowloon Ferry Company, colidiu com o Lamma IV, que transportava 124 funcionários da Hong Kong Electric e respectivas famílias a caminho do espectáculo de fogo de artifício no porto de Victoria. O Lamma IV afundou-se em apenas 100 segundos, naquele que foi o acidente mais grave na cidade desde 1971. Uma comissão oficial, em 2013, culpou os dois capitães e encontrou uma cadeia de falhas relacionadas com a construção e revisões, embora não tenha esclarecido quem removeu uma antepara obrigatória ou quem aprovou uma placa de aço de dez milímetros na proa do Sea Smooth, que actuou como uma lâmina. Depois de vencerem um recurso em 2023, os familiares das vítimas conseguiram abrir um segundo processo em tribunal, centrado na segurança estrutural e na responsabilidade da autoridade marítima. Os queixosos afirmam que, treze anos depois, ainda não dispõem de um quadro completo do sucedido e denunciam a “negligência institucional” que persiste, apesar das reformas anunciadas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong chora os mortos uma semana após pior incêndio desde 1948 Reportagem de Vitor Quintã, agência Lusa Uma semana depois do incêndio que causou pelo menos 156 mortos em Hong Kong, o filho de uma vítima diz que o luto não apaga a raiva face a suspeitas de corrupção e negligência. Luk Yu Yeung, de 29 anos, foi na terça-feira à morgue identificar o corpo da mãe, que estava desaparecida desde 26 de Novembro, quando deflagrou o incêndio em Wang Fuk Court. A mãe de Luk vivia em Wang Tai House, um dos oito edifícios que fazia parte do complexo de habitação social em Tai Po, nos Novos Territórios, no norte da região administrativa especial chinesa. “Ela estava negra, porque o pó e as cinzas cobriram-lhe a cara. O médico forense acha que morreu de intoxicação por monóxido de carbono”, disse Luk. “Ainda estou grato por o corpo ter sido encontrado inteiro”, disse o residente de Hong Kong. “Alguns corpos ficaram reduzidos a cinzas”, sublinhou. Na segunda-feira, a superintendente-chefe da polícia de Hong Kong Karen Tsang Shuk-yin já tinha admitido a possibilidade de “não conseguir resgatar todas as pessoas desaparecidas”. Depois de dias a ver fotos de cadáveres, numa espera por notícias que foi partilhando nas redes sociais, enquanto os bombeiros procuravam por dezenas de desaparecidos, Luk começou agora a preparar o serviço funerário. Mas a oportunidade de finalmente fazer o luto não apaga a raiva que o jovem sente – perante o incêndio e “um Governo corrupto” – e que resume com: “Quatro exigências, nem uma a menos”. Esta é uma referência a uma petição online, lançada por Miles Kwan, um estudante universitário, que tinha reunido mais de mil assinaturas, antes de ser detido pela polícia, no sábado. A petição incluía “quatro grandes exigências”: alojamento para os residentes afectados, uma investigação independente, uma reforma do sistema de fiscalização de obras e responsabilização dos dirigentes públicos envolvidos. Mas, sublinhou à Lusa o comentador político Sonny Lo Shiu-Hing, a petição também faz lembrar o slogan ‘Cinco exigências, nem uma a menos’, popular durante o movimento pró-democracia de 2019. Os protestos, que exigiam o sufrágio universal e eleição directa do líder do Governo e do parlamento, acabaram com a imposição, por parte de Pequim de uma lei de segurança nacional que prevê como pena máxima a prisão perpétua. Investigações em curso Na terça-feira, o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, anunciou a criação de uma comissão independente, presidida por um juiz para investigar “até o fim” alegações de corrupção e negligência em torno do incêndio. Sonny Lo sublinhou que a comissão não terá poder para obrigar os indivíduos e empresas envolvidos no caso a cooperar na investigação, mas defendeu que poderá ajudar a enfrentar “manipulação de concursos” na construção. Por outro lado, o comentador não acredita que a criação da comissão signifique mais espaço para a dissidência política e recordou a detenção do antigo conselheiro distrital Kenneth Cheung e um voluntário. Todos foram acusados de “explorar a tragédia para incitar ao ódio e criar instabilidade”, referiu Sonny Lo, por “levarem a cabo iniciativas concretas, como petições, distribuir panfletos, realizar conferências de imprensa”. O Governo de Hong Kong “tende a ser mais tolerante” de simples críticas, sejam elas publicadas nas redes sociais ou até em editoriais de jornais considerados pró-Pequim, defendeu o analista. “Pelo que vemos, fazer comentários até agora é permitido. Iniciativas é que são inaceitáveis”, resumiu Sonny Lo.