Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Japão e Reino Unido reafirmam cooperação A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, e o seu homólogo britânico, Keir Starmer, reafirmaram este sábado a cooperação em matéria de segurança à margem da Cimeira dos Líderes do G20, que terminou ontem na África do Sul. Takaichi e Starmer “concordaram em continuar a cooperar em questões de segurança” e também “acordaram em colaborar estreitamente nas áreas da economia e da segurança económica”, afirmou ontem o gabinete da primeira-ministra japonesa, que deu conta dos resultados de uma reunião entre os dois líderes em Joanesburgo na véspera. No primeiro encontro entre Takaichi e o homólogo britânico desde que a governante assumiu o cargo no mês passado, ambos os líderes reafirmaram também a intenção de trabalharem “estreitamente” com os Estados Unidos por um Indo-Pacífico “livre e aberto”. As declarações surgem no contexto de forte tensão diplomática entre Tóquio e Pequim, desde que Takaichi afirmou no Parlamento japonês que um ataque militar da China contra Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa (Exército) japonesas (ver página 12). Pequim respondeu com duras repreensões e represálias económicas, ao mesmo tempo que exigiu que Takaichi se retratasse e aconselhou os seus cidadãos a não viajarem para o Japão, o que provocou centenas de suspensões de voos. Takaichi recusou na sexta-feira retratar-se sobre as afirmações em relação a Taiwan e manteve que essa é a “posição coerente” do governo japonês. Ao mesmo tempo, a governante reiterou o desejo de manter relações benéficas com a China e lançou um novo apelo ao diálogo. Tóquio manifestou-se disponível a um encontro entre Takaichi e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, nas reuniões bilaterais do G20, sendo que a China tinha dito na passada segunda-feira que não há nenhum encontro previsto entre os dois líderes durante a cimeira.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Pelo menos 90 mortos numa semana devido a chuvas torrenciais O número de mortos no Vietname em uma semana de chuvas torrenciais que afectam o país subiu ontem para 90, contra 55 vítimas mortais registadas na véspera, enquanto 12 pessoas continuam desaparecidas, informaram as autoridades. Inundações e deslizamentos de terra causados pelas chuvas intensas e prolongadas estão a afectar províncias do centro e do sul do país, com Dak Lak e Khanh Hoa como as mais castigadas, com cerca de cinquenta mortos, segundo dados divulgados pelo ministério vietnamita da Agricultura e Meio Ambiente. Após dias de isolamento, as autoridades conseguiram distribuir ajuda – alimentos, suprimentos e roupas, entre outros – nas áreas mais afectadas e remotas de Dak Lak, que ficaram dias sem electricidade, sinal de telefone ou água potável e cujos habitantes continuam a usar canoas, barcos e pranchas de surf para se deslocarem, informam os meios oficiais. Imagens publicadas pela imprensa vietnamita mostram casas completamente submersas, bem como ruas com água acumulada à altura da cintura dos cidadãos. O primeiro-ministro do Vietname, Pham Minh Chinh, reuniu-se em videoconferência com os governos de várias das províncias afetadas a partir da África do Sul, onde participa como convidado na Cimeira de líderes do G20, que terminou ontem em Joanesburgo. Os danos causados pela tempestade estão estimados em cerca de nove biliões de dongs (cerca de 297 milhões de euros), de acordo com avaliações oficiais. O governo vietnamita distribuirá 1,1 biliões de dongs (cerca de 36,3 milhões de euros) em apoios à recuperação das províncias de Khanh Hoa, Dak Lak, Lam Dong e Gia Lai. Embora as chuvas tenham diminuído desde sexta-feira, a precipitação persiste em vários pontos da metade sul do Vietname, indica a plataforma Zoom.earth, enquanto os trabalhos de busca e salvamento continuam.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Hamas acusa Israel de ter violado quase 500 vezes cessar-fogo O Governo do Hamas, que controla a Faixa de Faza, denunciou ontem que Israel violou 497 vezes o mais recente cessar-fogo em Gaza, promovido pelos Estados Unidos e em vigor desde 10 de Outubro. Segundo o balanço, 27 dessas violações ocorreram no sábado, quando uma nova vaga de ataques israelitas em todo o enclave palestiniano causou 24 mortos e 87 feridos. “Condenamos nos termos mais firmes as contínuas e graves violações sistemáticas do acordo de cessar-fogo por parte das autoridades de ocupação israelitas”, afirmou o gabinete político do Hamas em comunicado. Ao longo dos 44 dias desde a assinatura do cessar-fogo, o Governo de Gaza contabiliza a morte de 342 civis – a maioria crianças, mulheres e idosos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza –, 875 feridos e 35 detenções arbitrárias em incursões e rusgas para além da chamada ‘linha amarela’. A ‘linha amarela’ é a demarcação imaginária para a qual as tropas israelitas recuaram, embora ainda dentro de Gaza, quando o cessar-fogo entrou em vigor. Entre essa linha e as fronteiras de Gaza com Israel e com o Egipto, todo o perímetro, mais de 50 por cento do enclave, está sob controlo militar israelita. O novo balanço das autoridades do enclave sobre as violações ao cessar-fogo inclui 142 tiroteios contra civis, habitações, bairros residenciais e tendas de deslocados, 21 incursões de veículos em zonas residenciais e agrícolas, cruzando a ‘linha amarela’, 228 bombardeamentos terrestres, aéreos e de artilharia e 100 demolições de habitações e infraestruturas civis. Ontem, o Hamas acusou Israel de violar a trégua “com falsos pretextos” e apelou aos mediadores (Estados Unidos, Egipto e Qatar) para “intervirem urgentemente e pressionar para que estas violações cessem de imediato”. “Responsabilizamos totalmente a ocupação [israelita] por todas as repercussões humanitárias e de segurança decorrentes destas violações e afirmamos que a sua agressão contínua irá minar qualquer esforço internacional para manter a calma”, acrescenta o comunicado do Governo do Hamas. Do outro lado Por seu lado, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou no sábado ter lançado os mais recentes ataques, depois de um alegado combatente do Hamas ter cruzado a ‘linha amarela’ e atacado soldados israelitas. “Em resposta, Israel eliminou cinco combatentes de alto escalão do Hamas”, garantiu o gabinete de Netanyahu. Desde o início da ofensiva militar israelita, desencadeada após os ataques do Hamas a 07 de Outubro de 2023, morreram 69.733 habitantes de Gaza, entre eles mais de 20.000 crianças, devido ao fogo israelita, e 170.863 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Pequim garante apoio a Maduro O Presidente chinês garantiu sábado que a China vai continuar a apoiar a Venezuela para “salvaguardar a sua soberania e segurança nacional, dignidade da nação e estabilidade social”, na véspera do aniversário do chefe de Estado venezuelano. Numa carta enviada a Nicolás Maduro, e citada pela agência espanhola de notícias, a Efe, Xi Jinping rejeitou as “ingerências de forças externas” nos assuntos internos do país sul-americano “sob qualquer pretexto” e acrescentou que “a China e a Venezuela são amigos íntimos, irmãos queridos e bons parceiros”. Também numa carta enviada pela embaixada da Rússia em Caracas a Maduro, o Presidente russo, Vladimir Putin, reiterou o seu compromisso com a Venezuela na sua relação estratégica. “Sem dúvida, continuaremos o estreito trabalho conjunto em prol do fortalecimento contínuo das relações de parceria estratégica entre Moscovo e Caracas”, afirmou Putin na carta, que foi sábado divulgada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela. O Presidente russo disse ainda estar certo de que, sob o mandato de Maduro, a Venezuela “superará com dignidade todas as provações e defenderá os seus interesses legítimos nestes tempos turbulentos”. Estas declarações surgem num contexto de tensão entre a Venezuela e os Estados Unidos devido ao envio de tropas militares norte-americanas para o mar das Caraíbas, com o argumento de combater o narcotráfico, mas que Maduro considera ser apenas uma tentativa de o afastar do poder.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Pequim “nunca permitirá” o regresso do militarismo japonês O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, deixou bem claro em declarações durante a sua visita ao Tajiquistão que a China não permitirá qualquer ingerência do novo governo japonês de direita nas decisões sobre Taiwan A China “nunca permitirá” o regresso do “militarismo” japonês, advertiu o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, numa reunião com o homólogo tajique, Sirojiddin Muhriddin, em plena escalada de tensões entre Pequim e Tóquio devido a Taiwan. Durante o encontro, realizado no sábado em Duchambé, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros expressou agradecimento ao Tajiquistão pelo “firme apoio” em questões que afectam os “interesses fundamentais da China”, entre as quais a situação de Taiwan. “A China nunca permitirá que as forças de direita do Japão façam retroceder a roda da história, nem permitirá a ingerência de forças externas na região chinesa de Taiwan ou um ressurgimento do militarismo japonês”, afirmou Wang, de acordo com declarações recolhidas pela agência oficial Xinhua. O ministro sublinhou que Pequim “trabalhará com todas as partes para defender o consenso internacional” em torno do “princípio de uma só China” e faz questão de “salvaguardar conjuntamente as conquistas da vitória na Segunda Guerra Mundial”. A China e o Japão estão envolvidos numa disputa diplomática tensa depois da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que está no cargo há um mês, ter afirmado que um ataque da China a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa japonesas. Após as declarações de Takaichi, a China aconselhou os seus cidadãos a não viajarem para o Japão, o que provocou centenas de cancelamentos de voos, assim como vetou novamente a importação de marisco japonês, entre outras medidas. Finca pé A primeira-ministra japonesa, por sua vez, recusou-se na sexta-feira passada a retratar-se das sobre Taiwan no Parlamento nipónico, considerando que se trata de uma “posição coerente” do governo japonês, e reiterou o apelo ao diálogo com a China. Pequim considera a ilha de Taiwan, governada de forma autónoma desde 1949, como uma “parte inalienável” do seu território e não descarta o uso da força para assumir o seu controlo. O Japão, que rompeu relações diplomáticas com Taipé para estabelecer relações com Pequim em 1972, mantém intercâmbios estreitos não-oficiais com a ilha, bem como um compromisso de segurança com os Estados Unidos. Disputa na ONU O Governo chinês levou a disputa diplomática com o Japão à ONU, acusando Tóquio de “lançar uma ameaça de uso da força” contra Pequim e advertindo que se defenderá de qualquer “acto de agressão” no estreito de Taiwan. Numa carta enviada sexta-feira ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o embaixador da China junto da organização, Fu Cong, afirmou que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, “fez comentários provocadores sobre Taiwan de forma flagrante”. O embaixador advertiu que, se o Japão se atrever a intervir militarmente no estreito de Taiwan, isso será considerado por Pequim um “acto de agressão”. “A China exercerá com determinação o seu direito à autodefesa ao abrigo da Carta da ONU e do direito internacional e defenderá firmemente a sua soberania e integridade territorial”, afirmou Fu. “Como país derrotado na Segunda Guerra Mundial, o Japão deve reflectir profundamente sobre os seus crimes históricos, cumprir estritamente o seu compromisso político relativo à questão de Taiwan, cessar imediatamente provocações e ultrapassagens de linhas vermelhas, e retratar-se das suas declarações erróneas”, concluiu o diplomata chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão reitera preocupação com flutuações “rápidas” e “unilaterais” O Governo japonês reiterou ontem a preocupação com as flutuações cambiais “rápidas” e “unilaterais” do iene, quando a moeda japonesa atinge mínimos de dez meses em relação ao dólar e perante expectativas do aumento da despesa orçamental. O Japão está a monitorizar a moeda “com um elevado sentido de urgência”, afirmou o porta-voz do Executivo japonês, Minoru Kihara, ontem durante a conferência de imprensa diária, em declarações recolhidas pela agência de notícias japonesa Kyodo. A Bolsa de Tóquio negociou ontem moeda japonesa a cerca de 157 ienes por dólar, ao nível mais baixo desde Janeiro. Já na quarta-feira, a ministra das Finanças japonesa, Satsuki Katayama, admitiu a preocupação do governo com a fraqueza do iene, que atingiu na véspera um mínimo em relação ao euro, gerando expectativas de uma possível intervenção das autoridades para travar movimentos bruscos. O iene chegou a cair para 180 unidades por euro durante as negociações na bolsa de Nova Iorque na segunda-feira, o nível mais baixo em relação à moeda comunitária desde a sua introdução em 1999, e oscilou na faixa alta das 179 unidades durante a sessão em Tóquio. Katayama afirmou que é importante que as moedas se movam de forma estável, reflectindo os fundamentos económicos, sendo que comentários semelhantes foram feitos no passado, antes de as autoridades financeiras japonesas intervirem no mercado cambial para travar movimentos bruscos do iene. Os comentários de Katayama na quarta-feira surgiram um dia após a publicação dos dados do produto interno bruto (PIB) japonês, que mostrou uma contração de 0,4 por cento entre Julho e Setembro, a primeira redução em seis trimestres, o que levou a ministra justificar existirem “razões suficientes para implementar medidas de estímulo e orçamentais”, em defesa da posição do Governo da conservadora Sanae Takaichi, que assumiu o poder em Outubro. As operações de venda da moeda nipónica têm-se intensificado num contexto de preocupação com a saúde orçamental do Japão e do impacto do mega pacote de estímulo em finalização pelo Executivo de Takaichi. Ao mesmo tempo, os esperados aumentos das taxas do Banco do Japão (BoJ) continuam em pausa, enquanto o banco central analisa o impacto das tarifas norte-americanas e a política económica do novo Executivo japonês, o que contribui também para a fraqueza do iene. Em busca de equilíbrio Uma das economistas pertencentes ao conselho de política do BoJ, Junko Koeda, insistiu ontem, porém, na necessidade do banco central prosseguir com os aumentos planeados da taxa de juros de referência, que continua em 0,5 por cento, que permitam à quarta maior economia do mundo retornar a um “estado de equilíbrio”, avançou a Kyodo. A ministra das Finanças manteve uma reunião na quarta-feira com o governador do BoJ, Kazuo Ueda, embora, de acordo com a publicação Nikkei, que cita fontes próximas, os responsáveis não tenham discutido em detalhe a situação do iene, o que contribuiu para a venda da moeda. O banco central tem-se mostrado favorável ao aumento dos custos do endividamento como parte dos esforços para normalizar a política monetária, se a economia e os preços evoluírem de acordo com as metas estabelecidas, mas Ueda alertou que o impacto real das tarifas na economia japonesa ainda não se materializou completamente, pelo que o BoJ adotou uma postura cautelosa. A este factor juntou-se a chegada ao poder de Takaichi, conhecida pela postura orçamental moderada e defensora de uma política monetária expansionista, que se mostrou crítica em relação ao caminho de subidas das taxas que o BoJ iniciou em março de 2024. O banco central japonês aumentou as taxas de juro pela última vez em Janeiro último, mas o ciclo de “normalização” foi interrompido após o regresso de Donald Trump à Casa Branca e a política tarifária agressiva que Washington tem vindo a exercer desde então.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Presidente contra sede da ONU em Nova Iorque Numa visita a Itália, onde recebeu um doutoramento ‘honoris causa’ em Ciências Política, o Nobel da paz defendeu a reforma urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e expressou a sua angústia e indignação pela situação que se vive em Gaza O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou quarta-feira, em Messina, Itália, que a sede das Nações Unidas não deve permanecer numa cidade de uma superpotência, como acontece com Nova Iorque, nos Estados Unidos. “Ao longo das últimas décadas, aprendemos lições importantes”, afirmou Ramos-Horta, num discurso proferido na Universidade de Messina, em Itália, onde se encontra em visita de trabalho, salientando que uma delas é a de que a sede das Nações Unidas não deve permanecer na cidade de uma “superpotência ou de um membro permanente do Conselho de Segurança”, ou seja, Nova Iorque, nos Estados Unidos. No discurso, proferido por ocasião da cerimónia de atribuição do título doutor ‘honoris causa’ em Ciências Políticas, o chefe de Estado destacou que outra lição aprendida é a necessidade urgente de reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Ampliar a sua composição para 31 Estados, eliminar a categoria de membros permanentes e substituir o veto por uma maioria qualificada de dois terços, a ser confirmada no mesmo dia pela Assembleia Geral”, disse o também prémio Nobel da Paz, explicando que as regiões asiática e africana estão sub-representadas e que o grupo ocidental está “excessivamente representado”. Na sua intervenção, José Ramos-Horta propôs também que a escolha do secretário-geral da ONU seja feita com base em “candidaturas abertas a qualquer cidadão qualificado de um Estado-membro”. “Com experiência internacional comprovada, fortes competências linguísticas, sensibilidade intercultural e responsabilidade demonstrada em liderança e governação. As candidaturas poderiam ser apresentadas por universidades, parlamentos ou governos, preferencialmente através de coligações inter-regionais”, disse. Abismos morais No seu discurso, o Presidente timorense abordou também a situação no Médio Oriente. “É impossível estar neste púlpito sem expressar a angústia e a indignação provocadas pelo sofrimento extremo do povo palestiniano. O que está a acontecer em Gaza e na Cisjordânia constitui um abismo moral e político no qual caímos. A cumplicidade silenciosa de parte da comunidade internacional, a retórica ambígua e a continuação da exportação de armas são incompatíveis com os valores que afirmamos defender”, declarou. O chefe de Estado afirmou que admira o povo judeu, mas que aquela admiração não o pode impedir de ver “claramente a injustiça histórica infligida ao povo palestiniano desde 1984”. “Expulsões em massa, expropriações, colonatos ilegais, detenções arbitrárias, tortura e assassinatos sistemáticos. Hoje, as consequências acumuladas de 80 anos de sofrimento tornaram-se insuportáveis, e as perdas humanas atingiram níveis que a nossa consciência não pode ignorar”, afirmou Ramos-Horta. O chefe de Estado timorense recordou também uma conversa com o Papa Francisco durante a qual falou da sua frustração e desilusão com a comunidade internacional devido à indiferença e dualidade de critérios. “Sua Santidade, com a serenidade que o caracteriza, respondeu simplesmente: mas devemos continuar a luta pela paz”, acrescentou. No âmbito da sua visita, o Presidente timorense será recebido hoje, em audiência privada, pelo Papa Leão XIV, tendo depois um encontro com o arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais da Santa Sé.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE do Japão garante que vai resolver divergência com China pelo diálogo O chefe da diplomacia japonês garantiu que vai tentar resolver as divergências com a China através do diálogo, depois de declarações da primeira-ministra do Japão sobre uma possível intervenção em Taiwan terem irritado a China. “A comunicação a vários níveis será essencial. Ainda não foi decidido a que níveis serão realizadas as conversas, mas, ao realizá-las em diferentes fóruns, reduziremos as preocupações e os problemas e aumentaremos o entendimento e a cooperação”, avançou Toshimitsu Motegi. As declarações do ministro foram feitas numa comissão parlamentar sobre a reunião de terça-feira, em Pequim, entre o responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês para os Assuntos da Ásia e Oceânia e o homólogo chinês. A reunião terminou sem avanços significativos e gerou controvérsia nas redes sociais depois de terem sido divulgados nas redes sociais vídeos que pareciam mostrar o enviado japonês a agir de forma subserviente e o enviado chinês a ser desrespeitoso. “Essa não foi, de todo, a situação em que a reunião ocorreu”, assegurou o chefe da diplomacia japonesa. Segundo Motegi, durante a reunião, o representante japonês refutou as alegações das autoridades chinesas sobre o agravamento da situação de segurança no arquipélago, usadas como justificação para desaconselhar os cidadãos chineses a visitarem a ilha, e a posição de Tóquio em relação a Taipé. Alta tensão O Japão e a China estão a viver um período de grande tensão diplomática causada por declarações depois de a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que assumiu o cargo há um mês, ter dito no parlamento nacional que um ataque chinês a Taiwan poderia justificar uma intervenção das Forças de Autodefesa do Japão. O Governo chinês criticou Takaichi e instou o Japão a “retirar as declarações erradas, a parar de criar problemas e a tomar medidas concretas para salvaguardar a base política das relações bilaterais”. A China avisou ainda que continuará a tomar medidas duras se Tóquio não se retratar dos comentários sobre Taiwan, depois de ter anunciado a suspensão da importação de marisco japonês.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Governo planeia novas medidas contra crise As autoridades chinesas deverão ter em mãos um novo plano de ataque à crise que afecta o mercado imobiliário há mais de dois anos. Apoio às hipotecas e incentivos fiscais são algumas das medidas previstas por analistas O Governo da China está a ponderar aprovar um novo pacote de medidas para revitalizar o mercado imobiliário, afectado por uma crise prolongada, por temer a destabilização do sistema financeiro, revelou ontem a Bloomberg. De acordo com fontes que pediram o anonimato, citadas pela agência de notícias financeiras, Pequim poderá apoiar as hipotecas, reduzir os custos associados e aumentar os incentivos fiscais às transações de imóveis. Um eventual apoio às hipotecas – uma medida sem precedentes na China – poderia atrair mais compradores para o mercado imobiliário, cujos preços estão em queda há 29 meses consecutivos, quase dois anos e meio. Um primeiro pacote de medidas, aprovado em 2024, teve um efeito positivo no sector, mas o impulso acabou por perder força. Desde o início do ano, as vendas medidas pela área do terreno caíram 6,8 por cento em termos homólogos, e o investimento em desenvolvimento imobiliário diminuiu 14,7 por cento. A crise imobiliária, que começou no início da década, afectou a riqueza das famílias, o consumo e o emprego, resultando numa menor capacidade de pagamento de hipotecas e, por conseguinte, segundo a agência de notação financeira Fitch, num maior risco de incumprimento para os bancos. No final de Setembro, a banca chinesa detinha um valor recorde de 492 mil milhões de dólares em empréstimos mal-parados e continuava a enfrentar uma forte pressão sobre as margens de juro. A Bloomberg sublinha ainda que os preços — tanto de imóveis novos como usados — sofreram em Outubro as maiores quedas no espaço de um ano. Isto apesar do Governo chinês ter removido restrições à compra de mais de uma casa — introduzidas para tentar arrefecer o mercado durante os anos de expansão — e implementado medidas de apoio, mesmo em metrópoles como Pequim e Xangai. Para quando? Face à incerteza económica e à desvalorização dos imóveis, os consumidores chineses têm optado por reduzir as dívidas. O saldo em dívida das hipotecas caiu 3,9 por cento desde o pico histórico, atingido no início de 2023. A Bloomberg garante que Pequim está a discutir o novo pacote de medidas desde o terceiro trimestre de 2025, mas admitiu não saber se já existe um consenso sobre as políticas específicas a implementar ou quando serão anunciadas. A situação financeira das empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois da China ter, em Agosto de 2020, restringido o crédito bancário para promotores que tinham acumulado elevados níveis de dívida, principalmente a Evergrande, com passivos de quase 330 mil milhões de dólares. Nos últimos anos, as autoridades chinesas lançaram sucessivas medidas para conter o colapso do setor imobiliário. Os bancos estatais abriram linhas de financiamento multimilionárias, dando prioridade à conclusão de projectos cujos apartamentos já tinham sido vendidos. A crise no sector é apontada como uma das principais causas do abrandamento económico da China, com o peso do imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB), incluindo os efeitos indirectos, estimado em cerca de 30 por cento, segundo analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaFrança | Macron defende que Europa não pode ser “vassalo tecnológico” dos EUA e China O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou terça-feira que a Europa não pode ser “vassalo” tecnológico dos Estados Unidos e da China e apelou a que os 27 aprovem uma “preferência europeia” para reforçar a soberania tecnológica. “A Europa não quer ser cliente dos grandes empresários ou das grandes soluções oferecidas, seja pelos Estados Unidos, seja pela China. Queremos claramente conceber as nossas próprias soluções”, disse Macron, em Berlim, durante uma cimeira franco-alemã dedicada à soberania digital europeia. Segundo Macron, trata-se “simplesmente de recusar ser um vassalo”, numa altura em que o continente perdeu terreno no sector tecnológico, sobretudo na corrida à inteligência artificial. “Há um custo a curto prazo em não sermos vassalos, porque é preciso reinvestir”, afirmou, considerando, porém, que estas despesas são essenciais e exigem que os europeus tomem “decisões muito arrojadas”. Entre essas decisões, a defesa de uma “preferência europeia”, nomeadamente nas compras públicas, deve ser “a prioridade” para permitir que os “campeões” tecnológicos europeus se desenvolvam, defendeu o chefe de Estado francês. “Os chineses aplicam uma exclusividade chinesa sempre que possível e os norte-americanos têm uma forte preferência norte-americana”, enquanto “somos os únicos a nunca termos uma preferência europeia, e até demonstramos, por vezes, uma certa fascinação por soluções não europeias”. Macron instou ainda a União Europeia (UE) a libertar-se das “dependências tecnológicas em todos os níveis da cadeia de valor, das infraestruturas críticas aos dados, ao ‘cloud’ e ao ‘software’”. “Não podem entregar a força da vossa economia aos Sete Magníficos, nem delegar todo o funcionamento da vossa democracia aos Sete Magníficos. É insuportável”, disse, referindo-se aos gigantes tecnológicos norte-americanos Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.
Hoje Macau China / Ásia‘Chips’ | Países Baixos suspendem intervenção na Nexperia O Governo neerlandês suspendeu ontem a intervenção na Nexperia, que permitia bloquear decisões da empresa chinesa de semicondutores que ameaçassem a produção de ‘chips’ na Europa, para reduzir a tensão com a China após semanas de conflito político. Num breve comunicado, o ministro neerlandês dos Assuntos Económicos, Vincent Karremans, explicou que, dados os progressos entre a China e os Países Baixos, este é “o momento adequado para dar um passo construtivo, suspendendo” a ordem dada ao abrigo da Lei da Disponibilidade de Bens, uma norma de 1952 que foi invocada pela primeira vez em Setembro passado. A decisão de suspender a intervenção foi tomada “em estreita consulta com os parceiros europeus e internacionais” dos Países Baixos, disse o ministro interino. O Governo neerlandês interveio na empresa no final de Setembro, considerando que o director chinês da Nexperia, Zhang Xuezheng, poderia comprometer o abastecimento europeu. Um dia depois, o tribunal do comércio de Amesterdão ordenou a afastamento do executivo da empresa, com sede na cidade neerlandesa de Nimega, que foi adquirida pelo conglomerado chinês Wingtech em 2019. Pequim respondeu à intervenção holandesa com um bloqueio às exportações de ‘chips’ da principal fábrica da Nexperia na China, o que gerou incerteza no sector automóvel europeu, que passou semanas sem saber se haveria novas entregas. O ministro holandês explicou ontem que, nos últimos dias, houve reuniões “construtivas” com as autoridades chinesas e que vê “gestos de boa vontade” nas medidas tomadas por Pequim para garantir o fluxo de ‘chips’ para a Europa e outros mercados. “Continuaremos agora um diálogo construtivo com as autoridades chinesas”, acrescentou Karremans. A suspensão não anula a intervenção, uma vez que o Governo neerlandês mantém a opção de reactivar a medida a qualquer momento se voltar a detectar riscos para a produção europeia. Entretanto, uma delegação dos Países Baixos continua na China a negociar uma saída estável para o conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaAICEP defende que Portugal tem todo o interesse na colaboração permanente com a China Portugal tem “todo o interesse em ter uma colaboração permanente e estratégica com a China”, defendeu ontem a directora-adjunta África, Ásia e Oceânia da AICEP, Maria Manuel Branco, reiterando que é “um país prioritário nas relações internacionais”. “Sendo a China um país prioritário nas nossas relações internacionais, é muito importante não deixarmos para trás toda a colaboração possível e, por isso, é que o país onde temos mais delegações da AICEP no mundo é a China”, disse ontem Maria Manuel Branco, num seminário sobre cooperação China-Portugal promovido pela Embaixada da China em Portugal. Para a responsável, a “longa história que sempre uniu” ambos os países poderá “abrir um futuro bem-sucedido”, sendo que “Portugal tem todo o interesse em ter uma colaboração permanente e estratégica com a China”. Para continuar Maria Manuel Branco sinalizou ainda a intenção de “continuar a consolidar a relação económica e de investimento que tem vindo a crescer com parcerias estratégicas e comprometidas, em vários sectores”. Além disso, destacou que Portugal “tem capacidade, juntamente com a China, para ter áreas comuns estratégicas como energia renovável e verde, digitalização, mobilidade eléctrica, saúde e inovação tecnológica”. O deputado do PSD Hugo Carneiro, que é presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-China, também interveio neste seminário, onde defendeu que Portugal e China querem “continuar o relacionamento estratégico para o futuro”. Hugo Carneiro salientou que, no plano económico, a China atravessa um “período de dinamismo tecnológico”, em áreas onde Portugal “pode aprender e colaborar”, defendendo que o “investimento deve ser via de dois sentidos”. Além do investimento chinês em Portugal, o país também deve “incentivar empresas portuguesas a olhar para o mercado chinês como uma oportunidade”. O deputado social-democrata defendeu também que “Portugal possui uma vantagem estratégica com o Porto de Sines, pela localização atlântica”, sendo que este “pode ter um papel” mais forte, por exemplo na circulação de bens da China. “É um activo logístico que pode ser mais bem aproveitado”, defendeu. Carneiro salientou que Portugal e China “conhecem-se há muito tempo” e, hoje, esta relação “pode ser uma vantagem decisiva”. O presidente da AIMA, Pedro Portugal Gaspar, também marcou presença no seminário, onde sinalizou que a comunidade chinesa, que conta com cerca de 30 mil pessoas, é “histórica” e já está “enraizada em Portugal”. “Não é acabada de chegar, tem tradição em Portugal antiga o que permite capacidade de integração”, apontou o responsável.
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | Japão admite reactivar a maior central do mundo O Japão prepara-se retomar as operações da maior central nuclear do mundo, aguardando a decisão das autoridades locais, noticiaram ontem os meios de comunicação social japoneses. A central nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, localizada na região centro-oeste do Japão, deve receber a aprovação do governador local para a retoma das operações, de acordo com a agência de notícias Kyodo e o jornal económico Nikkei, citando fontes não identificadas. Hideyo Hanazumi, governador da província de Niigata, onde se situa a central, deve pronunciar-se em conferência de imprensa agendada para sexta-feira. Mesmo assim, as mesmas notícias publicadas indicaram que vão voltar a operar “apenas um dos sete reactores” de Kashiwazaki-Kariwa. Após o tsunami de 2011 e o desastre nuclear de Fukushima Daiichi, o Japão desactivou todos os reactores nucleares. Desde 2011, 14 reactores — sobretudo nas regiões oeste e sul — retomaram as operações após a implementação de normas de segurança. Se a retoma das operações em Kashiwazaki-Kariwa for aprovada, vai ser a primeira vez que uma central nuclear da Tepco, operadora de Fukushima, volta a funcionar desde o desastre de 2011. O governo de Tóquio continua a defender a energia nuclear como fonte fiável e limpa, essencial para que o Japão atinja a neutralidade carbónica até 2050.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Modi espera encontrar-se com Putin em Dezembro O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse terça-feira que espera receber no seu país o Presidente russo, Vladimir Putin, em Dezembro, durante uma reunião em Nova Deli com o conselheiro do líder russo Nikolai Patrushev. “O primeiro-ministro transmitiu as suas cordiais saudações ao Presidente Putin e disse que espera recebê-lo na Índia no próximo mês”, afirmou o gabinete de Narendra Modi num comunicado. O Governo indiano também informou que Modi e Patrushev, durante a reunião, trocaram opiniões sobre o fortalecimento da cooperação marítima, incluindo novas oportunidades em conectividade, desenvolvimento de capacidades, construção naval e economia azul. A embaixada russa em Nova Deli afirmou em comunicado que, para além do reforço da cooperação russo-indiana, nomeadamente no sector marítimo, as duas partes discutiram os preparativos para a cimeira bilateral prevista para o início de Dezembro. O encontro coincide com a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, S. Jaishankar, a Moscovo, onde se reuniu com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, e com Putin. Em Agosto, a administração do Presidente do norte-americano, Donald Trump, impôs tarifas de 50 por cento sobre os produtos indianos como punição pela compra de petróleo russo pela Índia. Desde o início da guerra na Ucrânia, Nova Deli tem mantido uma posição equilibrada, evitando condenar Moscovo e aumentando significativamente as suas importações de petróleo bruto russo. Esta posição valeu-lhe críticas de Washington, com Trump a acusar a Índia e a China na ONU de “financiar a Rússia”. Na sequência das sanções impostas por Washington, a Índia tem justificado a compra de petróleo russo com a necessidade de garantir a “segurança energética” dos seus 1,4 mil milhões de habitantes. Putin não visita a Índia desde Dezembro de 2021, quando participou numa cimeira bilateral com Modi. O seu eventual regresso poderia reforçar a aliança estratégica entre Moscovo e Nova Deli.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Um morto em maior incêndio dos últimos 50 anos O gigantesco incêndio deflagrou na cidade de Oita, na ilha de Kyushu, afectando quase 200 edifícios Pelo menos uma pessoa morreu e mais de 170 edifícios ficaram queimados num incêndio de grandes proporções que deflagrou na terça-feira numa zona residencial do sudoeste do Japão, onde os bombeiros continuavam ontem a apagar as chamas. A polícia disse ter encontrado um corpo na zona do incêndio na cidade de Oita, na ilha de Kyushu, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo. As autoridades estão a tentar determinar se se trata de um homem de 76 anos que vivia na zona e que desapareceu durante o incêndio. Os bombeiros da cidade de Oita receberam uma chamada de emergência por volta das 17:45 horas locais de terça-feira de um residente da área de Saganoseki, alertando-os para um incêndio numa casa. O fogo já queimou cerca de 48.900 metros quadrados e afectou mais de 170 edifícios, forçando à retirada de cerca de 180 pessoas na noite de terça-feira para um centro comunitário, informou a emissora japonesa NHK. Os bombeiros continuavam ontem a combater o incêndio e, embora ainda não tenha sido declarado extinto ao início da tarde, as autoridades locais disseram que não se espera mais danos do que os já registados. “O fumo está a diminuir”, disse Shogo Fujikawa, funcionário do Governo da prefeitura de Oita. Apoio às vítimas As autoridades locais criaram um grupo de trabalho especial para analisar a situação e as medidas a tomar, tendo solicitado a ajuda das Forças de Autodefesa para controlar a situação. Do lado do Governo central, a primeira-ministra, Sanae Takaichi, anunciou a criação de um gabinete para recolher informações sobre o sucedido e transmitiu as condolências do Executivo às pessoas afectadas. “O Governo vai trabalhar com as autoridades locais para dar o máximo de apoio possível”, escreveu numa mensagem na rede social X. O incêndio já foi considerado o maior no país dos últimos 50 anos.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | “Democracia é presente precioso” oferecido pela China A dirigente e fundadora do Novo Partido Popular alertou para a importância do voto nas eleições legislativas de Dezembro dentro do quadro estabelecido pela Constituição chinesa ou da lei básica, que, segundo Regina Ip, é uma dádiva preciosa oferecida por Pequim A coordenadora do Conselho Executivo de Hong Kong, Regina Ip, defendeu numa carta aberta publicada ontem que “a democracia” vigente do território é “um presente precioso concedido por Pequim” e instou a população a participar nas legislativas. Na carta, publicada nas redes sociais na terça-feira, a fundadora do Novo Partido Popular alertou que qualquer modelo político que se desvie da Constituição chinesa ou da lei básica (mini-constituição) da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) “carecerá de viabilidade”. A missiva foi publicada a pouco menos de três semanas das legislativas em Hong Kong, que se realizam em 07 de Dezembro e vão ser marcadas por maior segurança e pela ausência da oposição tradicional, dissolvida ou exilada, na decorrência da adopção da lei de segurança nacional no território. As declarações de Ip coincidem com a publicação de um artigo, no portal ‘online’ do Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau, do jornal pró-Governo Ta Kung Pao, que reproduz, na íntegra, o livro branco “Progresso democrático de Hong Kong sob o quadro de um país, dois sistemas”. Publicado pelo Conselho de Estado em 2021, o texto reitera o objectivo de eleger o chefe do Executivo (líder do Governo de Hong Kong) e o Conselho Legislativo (parlamento) local por sufrágio universal dentro de uma “democracia com características de Hong Kong”. Na carta, lê-se o percurso profissional de Ip desde 1975 sob a administração britânica. Antes da transferência de soberania em 1997, diz a responsável, a população não dispunha de canais reais para participação institucional. Ip lembrou que o Conselho Legislativo era presidido pelo Governador, nomeado por Londres, e composto por membros oficiais ou nomeados directamente. A deputada afirmou que, com a chegada do último governador, Chris Patten, a oposição ganhou influência e “priorizou as posições ideológicas”, o que dificultou a gestão do primeiro chefe do Executivo, Tung Chee-hwa, diante de “um Conselho Legislativo dominado por elementos desestabilizadores”. Ainda assim, continuou Regina Ip, Pequim atribuiu “grande importância ao desenvolvimento democrático”, mesmo após a rejeição em Hong Kong do projecto que previa sufrágio directo com pré-qualificação de candidatos. Reiterou também o apoio ao conceito político “democracia popular ao longo de todo o processo”, introduzido por Pequim em 2019, que promove a participação contínua dos cidadãos na governação, e acrescentou que qualquer modelo fora da ordem constitucional “carece de sustentabilidade” no território. O processo O actual processo eleitoral em Hong Kong, implementado após a reforma aprovada pela China em 2021, reduziu a representação directa e introduziu um sistema de verificação política para garantir que os candidatos atendam aos critérios de patriotismo. O Governo local afirma que este mecanismo fortalece a estabilidade, enquanto analistas e organizações internacionais consideram-no uma limitação ao pluralismo. Entretanto, a polícia de Hong Kong anunciou, esta semana, a detenção de três homens acusados de causar dano a propaganda eleitoral, que se somam a outros seis detidos no início deste mês. A participação nas eleições de Hong Kong permanece baixa: 30,2 por cento nas legislativas de 2021 — a menor desde 1997 — e 27,5 por cento nas eleições municipais de 2023, em comparação com os altos índices registados em 2016 e 2019, de acordo com a agência de notícias EFE. Exemplos do vizinho No final de Outubro, o líder do Governo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, disse que a cidade iria inspirar-se nas legislativas da vizinha região de Macau, em Setembro, para fazer das eleições de Dezembro “um sucesso”. Nas eleições de Setembro para o parlamento de Macau, quase 53,4 por cento dos eleitores participaram na votação, mais 11 pontos percentuais do que há cinco anos, apesar da desqualificação de duas listas, por falta de patriotismo. O número de votos nulos ou em branco mais do que duplicou em comparação com as últimas eleições em 2021, ultrapassando 13 mil. A Comissão da Defesa da Segurança do Estado, cujo presidente é, por inerência, o chefe do Executivo de Macau, excluiu todos os 12 candidatos de duas listas, considerando-os “não defensores da Lei Básica ou não fiéis à RAEM”.
Hoje Macau China / ÁsiaMarisco | Pequim volta a suspender importações do Japão A China comunicou ao Japão que vai suspender as importações de marisco, disse ontem fonte do Governo japonês à agência de notícias Kyodo, em plena escalada de tensões entre os dois países devido a Taiwan. O Japão voltou a exportar marisco para a China em 07 de Novembro, depois de Pequim suspender parcialmente a proibição imposta aos produtos do mar japoneses em Agosto de 2023, quando o país asiático começou a libertar água tratada da central nuclear de Fukushima, danificada pelo sismo e tsunami de março de 2011. A reintrodução da proibição, que não foi confirmada pela China, surge numa altura de tensão entre os dois países devido a declarações recentes da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre uma possível intervenção japonesa num conflito que envolva Taiwan. As autoridades chinesas terão informado as autoridades japonesas de que a nova suspensão é uma resposta ao interesse de Pequim em fiscalizar o derrame, de acordo com pormenores publicados pela emissora pública japonesa NHK. Pequim aprovou, em Junho passado, o reinício das importações de peixe e marisco do Japão, excepto de dez das 47 prefeituras, incluindo Fukushima e Miyagi, duas das mais afectadas pelas catástrofes naturais de há 14 anos. Tóquio congratulou-se com a notícia, apesar de ter pedido ao país vizinho que retomasse todas as exportações deste tipo, que são fundamentais para a indústria pesqueira da região nordeste do Japão, afectada pela catástrofe. Este novo episódio surge num momento de renovada tensão entre o Japão e a China, na sequência de comentários feitos pela líder japonesa no primeiro mês de mandato, que deram origem a uma crise diplomática que já afetou sectores como turismo, educação e entretenimento, com apelos mútuos ao boicote.
Hoje Macau China / ÁsiaXiaomi | Lucros mais do que duplicam até Setembro A empresa tecnológica chinesa Xiaomi mais do que duplicou os lucros (+140 por cento) até Setembro, para 4.256 milhões de euros, e alcançou o primeiro resultado positivo nas operações de veículos eléctricos e inteligência artificial (IA). Segundo os resultados enviados ontem à Bolsa de Hong Kong, onde está cotada, nos primeiros nove meses do ano, a empresa teve receitas de 340.371 milhões de yuans, um aumento de 32,5 por cento face ao ano anterior. Adicionalmente, entre Julho e Setembro, graças às vendas recorde de aproximadamente 109.000 veículos, os negócios de veículos eléctricos e de IA alcançaram um lucro bruto de cerca de 700 milhões de yuans. O presidente da Xiaomi, Lu Weibing, anunciou que a empresa espera entregar o seu 350.000 veículo do ano esta semana, o que significa que vai atingir o seu objectivo antes do previsto. A Xiaomi tem sido alvo de críticas por alguns acidentes mortais envolvendo os seus carros. A receita com produtos eléctricos e de IA quase triplicou (+199,2 por cento) no terceiro trimestre, atingindo aproximadamente 29 mil milhões de yuans, um crescimento que contrasta fortemente com o de 1,6 por cento dos ‘smartphones’ e outros dispositivos, que, no entanto, ainda representam três quartos da receita total. Lu Weibing alertou que o aumento do custo dos ‘chips’ pode ter um impacto negativo nos lucros dos fabricantes de telemóveis e previu aumentos de preços — como parte da transição dos seus produtos para um segmento ‘premium’ — para compensar esta queda.
Hoje Macau China / ÁsiaReino Unido | Pequim nega acusações de espionagem a parlamentares britânicos Um porta-voz da embaixada da China em Londres classificou terça-feira acusações das autoridades britânicas de espionagem a parlamentares por Pequim como “pura invenção” e constituem “calúnias maliciosas”. “Estas afirmações por parte do Reino Unido são pura invenção e calúnias maliciosas. Condenamos veementemente estas manobras desprezíveis por parte do Reino Unido”, afirmou o porta-voz, numa declaração publicada na página de Internet da embaixada. “Exortamos o Reino Unido a cessar imediatamente esta farsa de falsas acusações e auto-engrandecimento, e a deixar de seguir o caminho errado de comprometer as relações entre a China e o Reino Unido”, acrescentou. O Governo britânico revelou terça-feira que a China está a tentar “recrutar e cultivar indivíduos com acesso a informações confidenciais sobre o parlamento e o Governo britânicos”. Numa declaração terça-feira aos deputados, o secretário de Estado do Interior, Dan Jarvis, indicou que o risco foi identificado pelo serviço de segurança nacional MI5, que emitiu um “aviso de espionagem” por agentes chineses a membros e funcionários do parlamento.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Homem detido por suspeitas de sedição e apelo a boicote eleitoral O detido, que publicava mensagens de ódio ao regime desde 2024, terá incitado outras pessoas a não votar A polícia de Hong Kong anunciou a detenção de um homem suspeito de sedição e de apelo ao voto nulo ou ao boicote das eleições para o parlamento local, marcadas para 07 de Dezembro. Num comunicado, o Departamento de Segurança Nacional (NSD, na sigla em inglês) da Polícia de Hong Kong disse que o homem de 68 anos foi detido na terça-feira e “permanece sob custódia para diligências adicionais”. O detido é suspeito de “publicar conscientemente materiais com intenção sediciosa”, crime punido pela lei da segurança nacional, imposta por Pequim em 2020. O NSD acrescentou que o homem terá também cometido o crime de “incitar outra pessoa a não votar ou a votar de forma inválida, através de actividades públicas durante o período eleitoral”. A investigação revelou que o detido terá “publicado repetidamente” nas redes sociais mensagens, “com conteúdos que incitavam ao ódio contra o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, o poder judicial e as forças de segurança”. De acordo com o portal de notícias Hong Kong Free Press, o superintendente Chan On-ming, do NSD, disse numa conferência de imprensa que o suspeito tinha vindo a publicar este tipo de mensagens desde Setembro de 2024. O crime de sedição é punido com uma pena máxima de sete anos de prisão, enquanto o apelo ao voto nulo ou ao boicote eleitoral pode acarretar uma pena de até três anos de prisão e uma multa de 200 mil dólares de Hong Kong. Outras detenções Na sexta-feira passada, a Comissão Independente Contra a Corrupção (ICAC, na sigla em inglês) de Hong Kong já tinha anunciado a detenção de três pessoas, entre 55 e 66 anos, por alegadamente apelarem ao voto nulo ou ao boicote das eleições para o Conselho Legislativo. A ICAC recordou que, desde a revisão da lei eleitoral, em 2021, 12 pessoas foram condenadas por “publicamente, incitar os eleitores a não votar, votar em branco ou nulo”, um crime punido com pena de prisão até três anos. De acordo com a imprensa local, a polícia de Hong Kong já deteve este ano 18 pessoas por crimes eleitorais, com oito já acusadas. No final de Outubro, o secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, recordou que apelar ao voto em branco nas eleições pode constituir um crime. Chris Tang lembrou as declarações do antigo deputado Ted Hui Chi-fung, que descreveu a votação como “uma farsa, totalmente alheia à opinião pública”, que “merece ser boicotada”, devido à exclusão da oposição pró-democracia. Ted Hui fugiu para a Dinamarca em Dezembro de 2020 e em Agosto passado recebeu asilo na Austrália, depois de ser acusado de crimes contra a segurança nacional em Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaChina / Japão | Pequim reitera protesto por comentário sobre Taiwan A China declarou ontem que reiterou os “fortes protestos” a um diplomata japonês, de visita a Pequim, a propósito de declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan. Masaaki Kanai, um alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão para a região da Ásia-Pacífico, encontrou-se com o director-geral do Departamento de Assuntos Asiáticos do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Liu Jinsong. “Durante as consultas, o lado chinês reiterou os seus fortes protestos ao lado japonês em relação às declarações erradas sobre a China feitas pela primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, durante uma conferência de imprensa regular. Em 07 de Novembro, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou que um ataque a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa do Japão. Em resposta, a China chamou o embaixador japonês em Pequim alertando-o que o preço a pagar seria “doloroso”. O Ministério da Defesa da China defendeu ainda que as declarações de Takaichi foram “extremamente perigosas” e uma “grave interferência” nos assuntos internos chineses. A tensão aumentou no dia seguinte, depois de o cônsul chinês em Osaka, Xue Jian, o cônsul-geral da China em Osaka, Xue Jian, defender num ‘post’ na rede social X, que, entretanto, apagou, que o melhor seria “cortar essa cabeça suja sem a menor hesitação”, sem especificar a quem se referia exactamente, mas citando um artigo de imprensa que relatava as declarações da governante japonesa. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês emitiu um alerta, na sexta-feira, no qual desaconselha as viagens para o Japão devido à deterioração do ambiente de segurança. Um aviso replicado, no domingo, pelas autoridades das duas regiões semiautónomas chinesas de Macau e Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Pequim justifica abstenção sobre resolução na ONU com imprecisões O Governo chinês justificou ontem a sua decisão de se abster na votação da resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza com imprecisões relacionadas com os direitos políticos da Palestina. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, apontou que o plano de paz dos Estados Unidos “é vago em questões-chave relacionadas com os acordos pós-guerra” e “não reflecte suficientemente princípios importantes como a governação palestiniana e a solução de dois Estados”. Foi essa a razão pela qual decidiu abster-se numa votação em que a Rússia também se absteve, frisou. Da mesma forma, o porta-voz aproveitou a oportunidade para sublinhar que a China apoiará o Conselho de Segurança em qualquer iniciativa que promova um cessar-fogo duradouro e alivie a crise humanitária, defendendo também uma “abordagem construtiva e responsável” a esta questão e reiterando o seu apoio à “causa justa do povo palestiniano” na sua luta pelos seus “direitos legítimos”. O chamado Plano Abrangente para Acabar com o Conflito em Gaza inclui, na sua lista de 20 pontos, a criação de um Conselho de Paz a ser presidido pelo próprio Donald Trump, que terá a palavra final sobre assuntos relacionados com a governação da Faixa de Gaza, administrada por tecnocratas palestinianos. O plano prevê ainda a criação de uma Força Internacional de Estabilização com 20.000 soldados para facilitar o progresso rumo às próximas fases do plano, que culmina na retirada das forças israelitas de Gaza e na possível criação de um Estado palestiniano, algo a que Israel se opõe firmemente. O Hamas já rejeitou esta resolução do Conselho de Segurança, considerando que não vai ao encontro das exigências políticas e humanitárias do povo palestiniano, enquanto a Autoridade Palestiniana, liderada por Mahmud Abbas, manifestou a sua satisfação pela votação e exigiu a implementação “imediata” da resolução.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Proibida importação de carne do distrito do Porto devido à gripe aviária A região de Hong Kong proibiu ontem a importação de carne de ave e derivados, incluindo ovos, do distrito do Porto, na sequência da detecção de casos de gripe aviária. O Centro para a Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês) de Hong Kong sublinhou, em comunicado, que a decisão foi tomada “para proteger a saúde pública”, na sequência de uma notificação da Organização Mundial de Saúde Animal. De acordo com dados oficiais citados no comunicado, o território não importou carne de ave ou derivados de Portugal nos primeiros nove meses de 2025. O CFS disse já ter contactado as autoridades portuguesas e que vai acompanhar “de perto” a situação e as informações emitidas pela Organização Mundial de Saúde Animal. “Serão tomadas as medidas adequadas em resposta ao desenvolvimento da situação”, referiu. O CFS também proibiu ontem, pelo mesmo motivo, a importação de carne de ave e derivados de várias regiões da Alemanha, Países Baixos, Estados Unidos, França e Dinamarca. Na quinta-feira, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) portuguesa determinou o confinamento de aves domésticas em 95 zonas de 14 distritos identificadas como de alto risco para a gripe aviária. “As aves de capoeira e aves em cativeiro detidas em estabelecimentos, incluindo detenções caseiras, localizadas nas freguesias incluídas na lista das zonas de alto risco para a gripe aviária deverão ser confinadas aos respetivos alojamentos de modo a impedir o seu contacto com aves selvagens”, indicou a DGAV, num edital. Em causa estão os distritos do Porto, Lisboa, Braga, Viana do Castelo, Aveiro, Leiria, Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Setúbal, Évora, Beja, Portalegre e Faro. O número total de focos detectados este ano em Portugal está em 31, tendo os mais recentes sido detectados numa exposição de aves em cativeiro, situada no distrito de Aveiro, concelho e freguesia de Oliveira do Bairro, e num estabelecimento de aves em cativeiro, no distrito de Santarém.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | China e Alemanha querem “reforçar a coordenação macroeconómica” Numa reunião de alto nível em Pequim, as duas nações deram um novo impulso às relações bi-laterais e deram um sinal claro para ultrapassar os recentes atritos comerciais A China e a Alemanha comprometeram-se a “reforçar a coordenação macroeconómica”, “ampliar a abertura recíproca dos seus mercados” e “defender o sistema multilateral de comércio” durante uma reunião bilateral em Pequim co-presidida por altos representantes de ambos os países. Estas questões fazem parte do que foi acordado na segunda-feira durante a quarta edição do Diálogo Financeiro de Alto Nível entre a China e a Alemanha, realizado em Pequim e liderado pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, e pelo ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil. Numa declaração conjunta divulgada após a reunião, ambos os Governos reiteraram que este mecanismo é uma “plataforma essencial” para abordar questões estratégicas em matéria fiscal e financeira, e asseguraram que continuarão a utilizá-lo para “favorecer a recuperação económica mundial, a estabilidade financeira global e o desenvolvimento sustentável”. A China e a Alemanha sublinharam a “importância central” de um comércio internacional baseado em regras e expressaram a sua rejeição ao unilateralismo e ao proteccionismo. Também defenderam o papel do G20 como o principal fórum de cooperação económica e comprometeram-se a implementar os consensos alcançados nas cúpulas do grupo, especialmente em áreas como a coordenação de políticas macroeconómicas ou a reforma das instituições financeiras internacionais. Avanços e compromissos Ambas as partes manifestaram apoio ao sistema comercial multilateral com a Organização Mundial do Comércio (OMC) como núcleo, e enfatizaram a necessidade de avançar na reforma da instituição para garantir um ambiente “aberto, justo, transparente, inclusivo e não discriminatório”. A declaração inclui compromissos adicionais em questões como a gestão da dívida de países de baixo e médio rendimento, o reforço da cooperação com o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, e a melhoria da transparência financeira. O diálogo ocorreu num contexto marcado por atritos comerciais e diplomáticos entre a China e a Alemanha, que chegou a adiar uma visita à China do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Johann Wadephul, embora já a tenha reactivado. Nas últimas semanas, Berlim também expressou preocupação com as restrições chinesas à exportação de componentes-chave para o fabrico de semicondutores, que afectaram empresas como a Volkswagen.