Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Xi pede apoio mútuo a Moscovo em reunião com Lavrov O Presidente da China, Xi Jinping, pediu ontem, em Pequim, “apoio mútuo” ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, que apelidou de “velho amigo do povo chinês”, segundo a agência russa Sputnik. O chefe de Estado chinês reuniu-se com Lavrov, num momento em que os Estados Unidos endurecem o tom contra Moscovo. O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou, na segunda-feira, impor tarifas adicionais caso não seja alcançado um acordo de paz na Ucrânia nos próximos 50 dias. O encontro ocorreu um dia depois de Trump sinalizar um recuo na sua postura face ao Kremlin, após ter expressado publicamente frustração com o Presidente russo, Vladimir Putin, pela continuidade dos bombardeamentos na Ucrânia. Durante a reunião, Xi apelou à continuação da implementação dos consensos alcançados entre os dois líderes, no quadro de uma relação cada vez mais estreita entre China e Rússia. Segundo Xi, os ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países devem “prosseguir eficazmente” esse trabalho conjunto. O encontro serviu ainda para discutir “vários temas relacionados com os contactos políticos bilaterais de alto nível”, incluindo a próxima visita de Putin à China, informou a Sputnik. De acordo com a agência russa Ruptly, o líder russo deverá participar no desfile de 03 de Setembro, em Pequim, que assinala os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Hoje Macau China / Ásia PolíticaInvestigada ligação entre 34 apostadores desaparecidos e guerra antidroga nas Filipinas As Filipinas estão a investigar uma possível relação entre o desaparecimento de 34 homens ligados a apostas em lutas de galos e execuções extrajudiciais durante a guerra antidroga do ex-presidente Duterte, disse ontem uma advogada das vítimas. A ligação entre o desaparecimento e as execuções no âmbito da guerra antidroga, levada a cabo por Rodrigo Duterte, reforçaria o caso perante o Tribunal Penal Internacional contra o ex-presidente, disse à emissora filipina ABS-CBN Kristina Conti, uma das representantes das famílias das vítimas. “Seria uma prova adicional. A polícia, ou em particular esses esquadrões da morte, estiveram envolvidos em assassínios de activistas e outros assassínios direccionados”, afirmou. O caso dos 34 ‘sabungeros’ – como são conhecidos nas Filipinas os adeptos das lutas de galos -, desaparecidos em 2021, tem feito manchetes desde que um dos acusados, Julie Patidongan, afirmou que foram mortos e depois atirados para o lago que rodeia o vulcão Taal. Patidongan acusou o empresário Charlie Ang, envolvido em lucrativas apostas ‘online’ e para quem trabalhava como segurança, de ter ordenado os assassínios, levados a cabo por agentes da polícia. Equipas de mergulhadores da Guarda Costeira das Filipinas continuam a fazer buscas nas turbulentas águas vulcânicas, um processo que pode demorar meses, tendo até agora recuperado vários sacos com restos mortais humanos e de animais que as autoridades estão a analisar. Outras investigações O secretário da Justiça, Jesus Crispin Remulla, disse na segunda-feira que estava a investigar se os polícias acusados dos desaparecimentos estiveram também envolvidos em execuções extrajudiciais durante a guerra de Duterte contra a droga. “Há pessoas envolvidas nos assassínios da guerra contra a droga e no e-sabong [apostas ‘online’], é tudo o que podemos citar para já, mas temos de estabelecer ligações mais claras”, afirmou. Por seu lado, o palácio presidencial sublinhou que irá proceder a uma investigação exaustiva aos desaparecimentos, apesar das críticas dos familiares por anos de inação neste caso. “Isto não será negligenciado, não haverá encobrimento e a investigação continuará; é isso que o Presidente [Ferdinand Marcos Jr.] quer”, disse a porta-voz presidencial Claire Castro, numa conferência de imprensa na sexta-feira.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Crescimento de 5,2 % no segundo trimestre apesar de tensão comercial com EUA A economia chinesa cresceu 5,2 por cento, no segundo trimestre do ano, em termos homólogos, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, num contexto de escalada da guerra comercial com os Estados Unidos. Face ao trimestre anterior, a segunda maior economia do mundo expandiu-se 1,1por cento, segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE). No acumulado do primeiro semestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,3por cento, em termos homólogos. Um dos principais motores do crescimento foram as exportações. Na segunda-feira, as autoridades chinesas anunciaram que as vendas ao exterior aumentaram 5,8 por cento, em Junho, face ao mesmo mês do ano anterior, acelerando face aos 4,8 por cento registados em Maio. O alívio temporário das tarifas punitivas sobre os produtos chineses nos EUA, no âmbito da retoma das negociações comerciais entre os dois países, levou a um aumento repentino das encomendas por parte de empresas e consumidores. As empresas chinesas têm também procurado diversificar os destinos das exportações e reforçar a produção noutros países, como forma de mitigar o impacto das tarifas impostas por Washington. “De um modo geral, com a aplicação de políticas macroeconómicas mais proativas e eficazes, a economia nacional manteve um crescimento estável, com boa dinâmica, demonstrando resiliência e vitalidade”, lê-se no relatório do GNE. Apesar do crescimento, os dados mostram sinais de fragilidade na procura interna: os preços no consumidor caíram 0,1 por cento, no primeiro semestre de 2025, o que evidencia os persistentes riscos deflacionários no país. Os líderes chineses fixaram uma meta de crescimento de 5 por cento para este ano, em linha com a expansão registada em 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Voos directos de e para Moscovo ainda este mês Rússia e Coreia do Norte continuam a estreitar a cooperação. Os voos directos entre as duas capitais vão ser uma realidade a partir de dia 27, com uma frequência de um voo por mês numa primeira fase A Coreia do Norte e a Rússia vão inaugurar voos directos entre Moscovo e Pyongyang, a partir de 27 de Julho, num reforço da cooperação entre os dois países, anunciou ontem o Governo russo. Trata-se do primeiro serviço aéreo directo entre as duas capitais e o voo terá uma duração aproximada de oito horas, disse o Ministério dos Transportes da Rússia, citado pela agência de notícias do país TASS. Numa primeira fase, as ligações vão ser efectuadas uma vez por mês, para gerar uma procura estável e assegurar a ocupação dos voos. O anúncio da data surge cinco dias depois de a Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia ter autorizado a Nordwind, com sede em Moscovo, a efectuar voos regulares entre as duas cidades, com uma frequência máxima de duas ligações por semana. Até agora, a única ligação aérea directa entre os dois países era a rota entre Vladivostok (leste russo) e Pyongyang. Bons parceiros O anúncio segue-se à visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, à Coreia do Norte, na semana passada, que incluiu um encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que reafirmou o “apoio incondicional” à Rússia na guerra contra a Ucrânia. Lavrov teve também uma reunião com o homólogo norte-coreano, Choe Son-hui, na qual ambos reafirmaram a vontade de avançar para uma “parceria estratégica a longo prazo” através do tratado bilateral assinado em 2024, que inclui uma cláusula de defesa mútua em caso de agressão. Os laços entre a Rússia e a Coreia do Norte estreitaram-se depois da assinatura desse tratado e acredita-se que Pyongyang tenha enviado tropas, foguetes e munições para apoiar a invasão russa da Ucrânia em troca de sistemas de armas antiaéreas. Por terra O reinício dos voos directos segue-se a outros desenvolvimentos recentes no sector dos transportes. Em 17 de Junho, Rússia e Coreia do Norte restabeleceram o serviço ferroviário direto entre Moscovo e Pyongyang, suspenso desde 2020 devido à pandemia de covid-19 e considerado a mais longa viagem de comboio sem paragens do mundo, cobrindo mais de 10 mil quilómetros em apenas oito dias. As duas nações também concordaram em retomar a rota ferroviária entre Pyongyang e Khabarovsk (extremo oriente russo), bem como em aumentar a frequência de voos entre os dois países e iniciar a construção conjunta de uma ponte para a circulação de veículos sobre o rio Tumen, em linha com os compromissos estratégicos para reforçar a cooperação em matéria de transportes.
Hoje Macau China / ÁsiaO sexo e a cidade Rejeição da união homossexual pode violar Estado de direito em Hong Kong O líder do Governo de Hong Kong prometeu ontem respeitar a decisão do parlamento sobre o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo, mas alertou que uma rejeição poderia violar o Estado de direito. John Lee Ka-chiu recordou ontem que o tribunal superior do território deu, em Setembro de 2023, dois anos às autoridades para elaborar normas que garantam os “direitos fundamentais” dos casais homossexuais, como as uniões civis. “O Governo não deve agir em violação da decisão do tribunal; caso contrário, será contra o Estado de direito”, sublinhou aos jornalistas o chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa. “O Estado de Direito é a pedra basilar da economia de Hong Kong, da confiança dos investidores e do seu sucesso de longa data. Violar o Estado de direito significará consequências graves”, alertou John Lee. Um quadro legal, proposto pelo Executivo, que pretende reconhecer certos direitos a casais do mesmo sexo legalmente casados no estrangeiro, vai pela primeira vez ao Conselho Legislativo – o parlamento de Hong Kong – na quarta-feira. Em 03 de Julho, a maioria dos intervenientes numa discussão parlamentar mostrou-se contra. De acordo com o jornal South China Morning Post, pelo menos 41 dos 90 deputados já demonstraram intenção de vetar a proposta. Apoio popular John Lee prometeu ontem “respeitar a decisão final” do parlamento, mas garantiu que Hong Kong vai continuar a apenas permitir “o matrimónio monógamo e heterossexual”. Também a 03 de Julho, o fundador da organização não-governamental Hong Kong Marriage Equality (‘Igualdade no casamento’) garantiu à Lusa que “a sociedade está pronta”, citando um estudo de 2023, segundo o qual 60 por cento da população apoia o matrimónio entre homossexuais. “A orientação é muito conservadora e temos uma grande preocupação com uma das condições, que exigiria que os casais registassem primeiro a união no estrangeiro. Acreditamos que isso é injusto”, afirmou Jerome Yau. “Se a proposta se tornar lei, o que se vai fazer, essencialmente, é criar duas classes de casais do mesmo sexo, aqueles que se casaram lá fora e os que não são casados”, referiu Yau, fazendo nota da estranheza de ter de “pagar para viajar” e casar. A proposta em discussão não vai equiparar as uniões ao casamento, mas limita-se a conceder direitos em áreas como questões médicas, incluindo visitas hospitalares e acesso aos registos médicos do casal, bem como disposições pós-morte. A proposta exige que os casais sejam maiores de idade e que pelo menos um dos parceiros seja residente em Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaOCX | Chefes da diplomacia reúnem-se na China Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) reuniram-se ontem em Tianjin, nordeste chinês, num momento marcado por tensões internas e pelo esforço de Pequim para reforçar a coesão do bloco. A reunião junta os chefes da diplomacia de países como China, Rússia, Índia, Irão e Paquistão, entre outros, num ano em que a presidência rotativa da organização está a cargo de Pequim. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, o encontro visa promover “um consenso mais alargado” entre os Estados membros, abordando a cooperação regional e os principais desafios internacionais. A reunião decorre poucas semanas após uma cimeira entre ministros da Defesa da OCX, realizada em Qingdao, que terminou sem declaração conjunta devido a desacordos sobre questões de segurança, nomeadamente no combate ao terrorismo. Nessa ocasião, a Índia recusou assinar o texto final, acusando veladamente o Paquistão de usar o terrorismo transfronteiriço como instrumento político e de dar abrigo a grupos extremistas. A presença do ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, surge na sequência de uma reunião com o homólogo chinês, Wang Yi, realizada na véspera em Pequim, naquela que foi a primeira visita de um chefe da diplomacia indiana à China desde o confronto fronteiriço no vale de Galwan, em 2020, que causou vítimas mortais em ambos os lados. Wang apelou para um relançamento das relações com base na “boa vizinhança e confiança mútua”, enquanto Jaishankar destacou os avanços na normalização dos laços no último ano e frisou a necessidade de evitar novas fricções fronteiriças e restrições comerciais. O ministro indiano defendeu ainda que a OCX deve adotar uma política de “tolerância zero” face ao terrorismo. Ultrapassar diferenças O chefe da diplomacia iraniano, Abás Araqchí, também participa na reunião, depois de um recente conflito de 12 dias entre Irão e Israel, que lançou uma ofensiva contra alvos iranianos a 13 de Junho. Esses ataques foram condenados por vários membros da OCX, incluindo a China e a Rússia, aliados estratégicos de Teerão. Citado pelo jornal oficial Global Times, o director do Centro de Desenvolvimento Social Euroasiático do Conselho de Estado chinês, Li Yongquan, minimizou as tensões internas, sublinhando que “as diferenças não anulam o valor da organização” e que a OCX constitui “uma excelente plataforma para gerir essas divergências e impedir que se agravem”. Na mesma linha, o investigador Cui Heng, do Instituto Nacional para a Cooperação Judicial e Intercâmbio Internacional da OCX, afirmou que a organização, inicialmente centrada na segurança, evoluiu para um mecanismo de cooperação abrangente. “Há um défice de segurança na Eurásia, agravado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e a OCX oferece um quadro complementar para colmatar essa lacuna”, explicou. Meio mundo A OCX, que integra países como China, Rússia, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tajiquistão, Bielorrússia e Usbequistão, é considerada a maior organização regional do mundo em termos de população e extensão geográfica, abrangendo cerca de 40 por cento da população global. Apesar de os membros afirmarem que a OCX não é uma aliança militar e visa proteger os Estados contra ameaças como o terrorismo, o separatismo e o extremismo, alguns analistas consideram que a sua principal função é contrabalançar a influência da NATO. Li rejeitou essa leitura, defendendo que a organização “não é um contrapeso direto aos Estados Unidos” e que assenta “no respeito pela soberania, integridade territorial e diversidade cultural” dos seus membros.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Xi Jinping elogia reaproximação com Austrália O Presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, reuniram-se ontem em Pequim com o objectivo de “impulsionar a relação bilateral”, num contexto de normalização dos laços entre os dois países. “Pequim está disposta a colaborar com a parte australiana para promover o desenvolvimento da relação bilateral e alcançar novos progressos que beneficiem os dois povos”, afirmou Xi Jinping antes da reunião, segundo um comunicado divulgado pelo Governo australiano. Albanese destacou os avanços na cooperação com o seu principal parceiro comercial e a vontade de actualizar o Acordo de Livre Comércio entre os dois países, em vigor desde dezembro de 2015, apesar das divergências políticas e comerciais. “Agradeço a oportunidade de apresentar as opiniões e interesses da Austrália, bem como a nossa perspectiva sobre como manter a paz, a segurança, a estabilidade e a prosperidade na nossa região”, disse o líder australiano, conhecido pelas suas críticas à crescente influência chinesa no Indo-Pacífico. Objectivos comuns A visita de Albanese à China surge num momento em que tanto Camberra como Pequim procuram diversificar os seus mercados, perante as elevadas taxas alfandegárias impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. As relações entre os dois países deterioraram-se entre 2018 e 2022, sob o anterior Governo conservador australiano, após o pedido de uma investigação internacional sobre a origem da covid-19. Em resposta, Pequim impôs tarifas elevadas sobre produtos australianos como vinho, cevada, lagosta e carne bovina – restrições que foram sendo gradualmente levantadas nos últimos anos. “A relação entre a China e a Austrália superou os retrocessos e deu uma volta positiva, trazendo benefícios concretos para os povos chinês e australiano”, afirmou Xi. Albanese, que chegou no sábado a Xangai acompanhado por uma comitiva de empresários, deverá reunir-se com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e visitar a cidade de Chengdu amanhã, onde concluirá a sua visita. Apesar da tradicional proximidade entre Camberra e Washington, o líder australiano ainda não se encontrou com Donald Trump desde o regresso deste à Casa Branca. Uma reunião bilateral prevista para Junho, à margem da cimeira do G7 no Canadá, foi cancelada à última hora, e Albanese também não participou no encontro da NATO na Holanda. As relações entre os dois aliados históricos atravessam um momento sensível, devido às tarifas impostas pelos EUA sobre exportações australianas de cobre, alumínio e aço. Além disso, Trump tem revisto os termos do pacto de segurança AUKUS, assinado em 2021 com Reino Unido e Austrália, no âmbito do qual Camberra planeia adquirir submarinos de propulsão nuclear com tecnologia norte-americana.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTerras raras | Exportações sobem 32% após flexibilização de licenças As exportações chinesas de terras raras aumentaram 32 por cento, entre Maio e Junho, após Pequim ter prometido “rever e aprovar” os pedidos para vender ao exterior este grupo de minerais críticos para indústrias como semicondutores, aeronáutica, automóvel e defesa. Segundo os dados divulgados ontem pela Administração Geral das Alfândegas da China, o volume exportado de terras raras aumentou 32,02 por cento em Junho, face a Maio, e cresceu 60,34 por cento, em termos homólogos. No primeiro semestre de 2025, as exportações aumentaram 11,9 por cento face ao mesmo período de 2024, apesar de o valor dessas vendas ter recuado 24,4 por cento, de acordo com os relatórios alfandegários. Os dados preliminares ontem divulgados não detalham as exportações por elemento nem indicam os países de destino, apresentando apenas o total agregado. Dá licença? Desde 02 de Abril, no contexto da guerra comercial com os Estados Unidos, a China implementou um novo regime de licenças que obriga empresas estrangeiras a solicitar autorização para exportar sete dos 17 minerais que compõem o grupo das terras raras – nomeadamente samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio –, bem como ímanes derivados, invocando razões de segurança nacional. A introdução destas restrições provocou uma queda acentuada das exportações em Abril (-15,56 por cento), mas em Maio as vendas recuperaram com um aumento mensal de 22,57 por cento, superando inclusive os níveis de Março. Os controlos têm impacto significativo em sectores altamente dependentes destes materiais, uma vez que a China foi responsável por 99 por cento do processamento global de terras raras pesadas em 2024 e detém cerca de 49 por cento das reservas mundiais. A promessa de acelerar a emissão de licenças faz parte dos compromissos assumidos por Pequim no âmbito do acordo alcançado durante a mais recente ronda de negociações comerciais com os Estados Unidos, realizada há pouco mais de um mês em Londres. Na altura, as autoridades chinesas comprometeram-se a “rever e aprovar” os pedidos de exportação de bens restritos, numa aparente referência às terras raras – um dos principais focos de tensão entre as duas potências e que chegou a ameaçar a continuidade da trégua comercial de 90 dias iniciada em meados de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaChina prevê aprofundamento do diálogo com os EUA após encontro com Rubio O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou ontem que a reunião com o homólogo norte-americano, Marco Rubio, realizada na sexta-feira em Kuala Lumpur, criou condições para aprofundar os contactos bilaterais, num momento de crescentes fricções comerciais. Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang considerou que o encontro contribuiu para gerir as diferenças entre Pequim e Washington, reconhecendo que ambos os lados representam “a relação bilateral mais importante do mundo”, com impacto global. “A reunião foi construtiva, com ambas as partes a envolverem-se num diálogo em pé de igualdade e num espírito de respeito mútuo”, afirmou Wang, citado na mesma nota. “Creio que permitiu melhorar a compreensão dos Estados Unidos sobre a China e preparou o terreno para a próxima fase de contactos entre as equipas diplomáticas dos dois países”, acrescentou. O comunicado indica que Wang falou aos jornalistas após participar nas reuniões da ASEAN e em encontros relacionados com o Leste Asiático, realizados na capital da Malásia, sem especificar o local exacto da conversa com Rubio. Segundo o chefe da diplomacia chinesa, o encontro de sexta-feira serviu para reforçar o diálogo, evitar equívocos, gerir divergências e ampliar a cooperação sino-americana. Clima de tensão O encontro decorreu num contexto de renovada tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo. Desde que Donald Trump regressou à presidência dos Estados Unidos, em Janeiro, a administração norte-americana tem endurecido a sua política económica face à China, impondo novas tarifas sobre produtos chineses de sectores estratégicos como veículos eléctricos, baterias, semicondutores e minerais críticos. Pequim reagiu com medidas de retaliação, incluindo controlos à exportação de metais essenciais para a indústria tecnológica global, como o gálio e o germânio, e novas restrições às exportações de terras raras. Em paralelo, ambos os países concordaram, em meados de Maio, com uma trégua comercial de 90 dias, que tem permitido negociações técnicas para tentar evitar uma escalada tarifária generalizada.
Hoje Macau China / ÁsiaArranca julgamento de recurso de 13 activistas em Hong Kong Treze activistas pró-democracia começaram ontem a recorrer das penas de prisão a que foram condenados no maior julgamento ao abrigo da lei de segurança nacional realizado até hoje na região semiautónoma chinesa de Hong Kong. Ao todo, 45 figuras da oposição foram condenadas no final de 2024 a penas de prisão efectiva por organizarem, em 2020, uma eleição primária informal, classificada pelas autoridades como uma conspiração para subverter o poder do Estado. Entre os réus estão antigos deputados, representantes distritais, académicos e sindicalistas, com posições que variam do moderado ao radical. Muitos foram detidos em 2021 e já passaram mais de quatro anos detidos. A repressão contra a oposição intensificou-se após a imposição, por Pequim, de uma rigorosa lei de segurança nacional, na sequência dos protestos em massa que abalaram Hong Kong em 2019. Os antigos deputados Leung Kwok-hung (conhecido como ‘long hair’), Lam Cheuk-ting, Helena Wong e Raymond Chan estão entre os 13 activistas que vão contestar as condenações em audiências previstas para decorrer ao longo de dez dias. Owen Chow, de 28 anos, é o arguido com a pena mais pesada entre os que agora recorrem: sete anos e nove meses de prisão. Da defesa “O único modo de restaurar a imagem da cidade como um lugar onde os direitos são respeitados e as pessoas podem expressar livremente as suas opiniões, sem receio de serem presas, é anular estas condenações”, afirmou a directora da Amnistia Internacional para a China, Sarah Brooks. A eleição primária informal organizada pelos activistas visava aumentar as probabilidades de conquista de uma maioria legislativa nas eleições de Hong Kong, com o objectivo de pressionar o governo local a aceitar reivindicações como a introdução do sufrágio universal, sob ameaça de vetar o orçamento. Três juízes, designados pelas autoridades para julgar processos relacionados com segurança nacional, consideraram que o plano constituía uma tentativa de provocar uma “crise constitucional”. Os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido já condenaram o processo judicial, considerando que ilustra a erosão das liberdades fundamentais e da oposição política na antiga colónia britânica, transferida para a soberania chinesa em 1997. Durante a fase de recurso, os procuradores vão também contestar a absolvição do advogado Lawrence Lau, um dos dois únicos réus no processo dos chamados “47 de Hong Kong” a ser declarado inocente em primeira instância. Entretanto, oito activistas, entre os quais a antiga jornalista e advogada Claudia Mo e o defensor dos direitos LGBT+ Jimmy Sham, já cumpriram as respectivas penas e foram libertados nas últimas semanas. Em paralelo, um dos últimos partidos de oposição ainda activos em Hong Kong, a Liga dos Sociais-Democratas (LSD), anunciou a dissolução no final de Junho, invocando uma “pressão política imensa”.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Xanana em Singapura para reforçar cooperação O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, iniciou ontem uma visita oficial a Singapura para reforço da relação bilateral e da cooperação entre os dois países. No primeiro dia da visita, segundo uma informação à imprensa distribuída pelo gabinete do primeiro-ministro, Xanana Gusmão vai reunir-se com o seu homólogo, Lawrence Wong, que acumula também o cargo de ministro das Finanças, e com o Presidente de Singapura, Tharman Shanmugaratnam. A delegação timorense vai também visitar o Oceanário de Singapura para “conhecer melhor as abordagens nas áreas da educação marinha, investigação e desenvolvimento institucional”, pode ler-se na informação à imprensa. Timor-Leste está a desenvolver a sua economia azul e no âmbito daquela política pretende estabelecer um Centro de Educação e Investigação Marinha na ilha de Ataúro, situada em frente a Díli, na costa norte da ilha. Na terça-feira, o chefe do Governo timorense tem prevista uma visita ao Centro de Energia Ambiental Cora, para perceber como Singapura encontrou soluções para resolver os problemas relacionados com os resíduos ao transformá-los em soluções energéticas. Xanana Gusmão vai também proferir uma palestra numa escola de estudos internacionais dedicada ao tema “Timor-Leste e a ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático]: Um novo capítulo na história da região” e plantar uma camélia nos Jardins da Baía. Sempre a aprender Ainda no âmbito da visita, que termina quarta-feira, o primeiro-ministro vai visitar o Conselho de Habitação e Desenvolvimento de Singapura para “obter informações sobre a política de habitação pública, os modelos de financiamento e o planeamento urbano com dimensão social”, refere a informação. “As lições aprendidas com o bem-sucedido modelo de habitação pública de Singapura poderão contribuir para os esforços contínuos de Timor-Leste para desenvolver habitação de qualidade e acessível para o povo timorense”, pode ler-se na informação divulgada à imprensa. Xanana Gusmão lidera uma delegação que inclui o vice-primeiro-ministro e ministro coordenador dos Assuntos Económicos e ministro do Turismo e Ambiente, Francisco Kalbuadi Lay, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bendito Freitas, a vice-ministra para os Assuntos da ASEAN, Milena Rangel, e o secretário de Estado da Comunicação Social, Expedito Dias Ximenes.
Hoje Macau China / ÁsiaIPOR ajuda Club Lusitano a elevar qualidade do ensino do português Os cursos de língua portuguesa oferecidos pelo Club Lusitano de Hong Kong vão ter orientação do Instituto Português do Oriente (IPOR), graças a um acordo assinado em Macau, disseram as duas instituições à Lusa. O Club Lusitano de Hong Kong, com cerca de 400 membros, tem disponíveis cursos de português há cerca de cinco anos, mas a iniciativa “não é oficial”, indicou à Lusa o presidente a instituição, Patrick Rozario, que quer agora levar mais qualidade à oferta da instituição. Nesse sentido, Club Lusitano e IPOR assinaram, na quinta-feira, em Macau, um acordo que, entre outros propósitos, quer reforçar a colaboração no ensino e aprendizagem de português. “No futuro, as aulas de português que oferecemos no Club estarão sob a orientação e aprovação do IPOR. Continuaremos a fazer o que temos feito, mas o IPOR vai ajudar-nos com o material e programa”, reforçou o presidente da maior instituição da comunidade lusodescendente de Hong Kong, fundada em 1866. Rozario espera também no futuro disponibilizar os cursos para não-membros. Para já, especifica, “membros e amigos” – incluindo ‘vistos gold’ – têm recorrido ao programa linguístico. “Parece que temos cada vez mais pessoas interessadas em frequentar aulas de português”, disse o lusodescendente, notando que, nos últimos “quatro, cinco anos”, passaram por ali entre 30 a 40 alunos. Lançar âncora Sobre como esta parceria vai funcionar, a directora do IPOR explicou à Lusa que os cursos serão organizados pelo IPOR – incluindo programas e metodologia de ensino – e os formadores orientados pela instituição. “Quando se emitir um certificado das aprendizagens destes cursos, que são feitos no Club Lusitano, tem-se à partida a chancela do IPOR, e a chancela do IPOR oferece a qualidade”, adiantou. Ainda no que diz respeito ao protocolo assinado na quinta-feira, Patrícia Ribeiro falou na intenção de “estreitar a colaboração na área cultural e realização de eventos” em Hong Kong. “Somos convidados a participar em feiras ou festivais (…) Como o consulado [de Portugal em Macau e Hong Kong] não tem um gabinete [em Hong Kong], mas apenas uma pessoa – e não é todos os dias -, o Club Lusitano será um apoio para podermos desenvolver estas actividades e promover a língua e a cultura portuguesa”, notou.
Hoje Macau China / ÁsiaSuriname | Xi Jinping felicita presidente eleita O Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou ontem Jennifer Geerlings-Simons pela sua eleição como Presidente do Suriname, que considerou como um “parceiro estratégico de cooperação da China na região do Caribe”. Na sua mensagem de felicitações, citada pela agência oficial chinesa Xinhua, Xi Jinping assinalou que os dois países têm vivido “um crescimento sólido e constante, com uma cooperação prática e frutífera em diversas áreas e uma estreita coordenação em assuntos multilaterais” desde o estabelecimento das relações diplomáticas, há 49 anos. O chefe de Estado chinês sublinhou a “grande importância” que atribuiu ao desenvolvimento das relações bilaterais entre China e Suriname e, segundo a Efe, mostrou-se disponível para trabalhar com Geerlings-Simons. O trabalho com a Presidente eleita do Suriname pretende “aprofundar a cooperação amigável e mutuamente benéfica, bem como impulsionar a parceria estratégica bilateral de cooperação”, registou. Jennifer Geerlings-Simons foi eleita Presidente do Suriname no passado fim de semana, tornando-se, aos 71 anos, na primeira mulher a liderar este país sul-americano, num sufrágio em que era a única candidata ao cargo. Geerlings-Simons foi eleita pelo parlamento, depois de o Partido Nacional Democrático (PND), ao qual pertence, se ter aliado a cinco pequenos partidos para conseguir os dois terços de votos necessários para aceder à Presidência do Suriname. A investidura de Geerlings-Simons para um mandato de cinco anos à frente do país com cerca de 600.000 habitantes está prevista para 16 de Julho. O Suriname, uma antiga colónia neerlandesa fustigada por rebeliões e golpes de Estado desde que se tornou independente em 1975, dispõe de importantes reservas petrolíferas descobertas recentemente.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | Pequim defende como legítima aproximação de caça chinês a avião japonês O Governo da China defendeu ontem a aproximação de um caça chinês a uma aeronave militar japonesa em águas internacionais, no mar da Leste da China, garantindo que a manobra foi “legítima, razoável [e] profissional”. O incidente ocorreu na quarta-feira, quando um caça-bombardeiro chinês JH-7 se aproximou de uma aeronave de inteligência electrónica japonesa YS-11EB a uma distância considerada insegura pelas autoridades japonesas, que apresentaram um protesto formal a Pequim sobre a manobra. O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Jiang Bin, afirmou que as aeronaves de reconhecimento japonesas entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea do mar do leste da China em “múltiplas ocasiões” para realizar “reconhecimento de aproximação”. Esta zona aérea – que inclui as ilhas Diaoyu, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim – foi anunciada unilateralmente pela China em 2013 e não é reconhecida pelos vizinhos Japão e Coreia do Sul. “As aeronaves militares chinesas, em conformidade com a lei, realizaram verificações de identificação, rastreio e vigilância, e todas as acções correspondentes foram completamente legítimas, razoáveis, profissionais e em conformidade com os regulamentos”, afirmou Jiang Bin. O porta-voz realçou que tais actividades de “aproximação e interferência” por parte de navios e aeronaves japonesas “são a causa raiz dos riscos para a segurança aérea e marítima entre a China e o Japão”. “Esperamos que o lado japonês avance na mesma direcção que a China e crie um ambiente favorável ao desenvolvimento estável das relações bilaterais”, disse Jiang, em declarações citadas pela televisão estatal chinesa CCTV.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália | PM encontra-se com Xi em nova aproximação a Pequim O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, anunciou sexta-feira que vai reunir-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, durante a visita à China, centrada no reforço das relações económicas bilaterais. Albanese partiu no sábado para uma digressão que inclui passagens pela capital, Pequim, o principal centro financeiro, Xangai, e Chengdu (capital da província de Sichuan, no sudoeste). O programa da visita inclui encontros com Xi, o primeiro-ministro, Li Qiang, e o presidente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji. Segundo o gabinete do chefe do Governo australiano, Albanese vai reunir-se com representantes dos sectores empresarial, turístico e desportivo em Xangai e Chengdu. Em Pequim, liderará uma delegação empresarial e participará numa mesa-redonda com presidentes executivos, amanhã. “Em áreas como a energia verde, por exemplo, há uma real possibilidade de aprofundar a cooperação”, disse Albanese, aos jornalistas, em Sydney, no sudeste do país. “Cooperamos sempre que possível e discordamos quando necessário, mantendo conversas francas sobre os temas em que temos divergências”, acrescentou. Esta será a segunda visita de Albanese à China desde que o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, chegou ao poder, em 2022. O partido conseguiu uma maioria reforçada nas eleições de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaYangtsé | Desmanteladas 300 barragens para restaurar ecossistema A iniciativa de devolver ao rio Yangtsé um ecossistema saudável visa proteger espécies em vias de extinção como o esturjão que voltou a ter comportamentos reprodutivos naturais A China desmantelou 300 barragens e encerrou a maioria das centrais hidroeléctricas no Chishui – um importante afluente do rio Yangtsé – para proteger espécies de peixes ameaçadas e restaurar o ecossistema, informou sexta-feira a imprensa oficial. De acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua, até Dezembro foram removidas 300 das 357 barragens existentes no Chishui, também conhecido como rio Vermelho. Além disso, foram desactivadas 342 das 373 pequenas centrais hidroeléctricas, permitindo que várias espécies raras de peixes retomassem os ciclos naturais de reprodução. Com mais de 400 quilómetros de extensão, o Chishui atravessa as províncias de Yunnan, Guizhou e Sichuan, no sudoeste da China, sendo considerado pelos ecologistas como um dos últimos refúgios para espécies raras e endémicas da bacia superior do Yangtsé. Nas últimas décadas, a construção intensiva de barragens e centrais hidroeléctricas restringiu o fluxo de água a jusante e, em alguns trechos, provocou o completo esgotamento do caudal, segundo a Xinhua. Uma situação que destruiu habitats naturais e zonas de desova, além de bloquear as rotas migratórias de diversas espécies piscícolas. Zhou Jianjun, professor de engenharia hidráulica na Universidade Tsinghua, explicou que o encerramento das centrais não implica necessariamente a demolição física das infraestruturas. “O mais importante é que, após cessarem a produção de electricidade, se possa alterar o modo de gestão da água para satisfazer as necessidades ecológicas”, afirmou, citado pela Xinhua. Ganhar vida A agência acrescentou que, desde o início dos trabalhos de reabilitação ecológica, em 2020, espécies como o esturjão do Yangtsé recuperaram o habitat e vitalidade. Esta espécie, declarada extinta na natureza pela União Internacional para a Conservação da Natureza em 2022, foi afectada pela construção de barragens e pelo desenvolvimento da navegação fluvial desde a década de 1970. No entanto, investigadores do Instituto de Hidrobiologia da Academia Chinesa de Ciências, liderados por Liu Fei, registaram sinais encorajadores de recuperação. Segundo a Xinhua, duas levas de esturjões do Yangtsé foram libertadas no rio Vermelho em 2023 e 2024 e conseguiram adaptar-se com sucesso ao ambiente natural. Em Abril passado, os investigadores libertaram 20 esturjões adultos numa secção do rio em Guizhou, tendo registado comportamentos reprodutivos naturais e a eclosão de ovos. “Este feito demonstra que o actual ambiente ecológico do rio Vermelho é agora adequado para o habitat e reprodução do esturjão do Yangtsé”, afirmou Liu Fei. Os dados mais recentes do instituto revelam um aumento significativo da biodiversidade aquática no Chishui, com maior diversidade de espécies de peixes detectadas em várias secções do rio. Medidas de protecção Desde 2020, a China implementou uma série de medidas para proteger o Yangtsé, incluindo uma moratória de dez anos à pesca e a regulamentação de centrais hidroeléctricas. No final de 2021, a província de Sichuan concluiu a reestruturação de 5.131 pequenas centrais, encerrando 1.223, segundo um relatório oficial, citado pela Xinhua. As autoridades locais proibiram ainda a extração de areia nos cursos de água, numa tentativa de preservar os habitats aquáticos. Num comunicado divulgado em Agosto, o Governo chinês indicou que a biodiversidade aquática melhorou de forma constante desde a adopção destas medidas, com destaque para a recuperação de peixes, invertebrados e anfíbios.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim pede respeito pelos direitos de dois cidadãos chineses detidos O Governo chinês pediu ontem que “se respeitem os direitos e interesses” dos seus cidadãos, depois de as autoridades ucranianas terem informado da detenção de dois cidadãos chineses, um homem de 24 anos e o seu pai. Os dois homens foram detidos por alegadamente tentarem transmitir à China documentação sobre os mísseis Neptuno das Forças Armadas da Ucrânia. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning declarou em conferência de imprensa que as autoridades chinesas ainda estão a “verificar as informações”, sem fornecer mais detalhes. O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) informou que os dois cidadãos “tentaram exportar ilegalmente para a China documentação secreta” relativa aos sistemas R-360 Neptuno, um míssil de cruzeiro antinavio fabricado pela empresa de armamento ucraniana Oficina de Design Estatal de Kiev, mais conhecida como “Luch”. O homem de 24 anos foi estudante universitário até 2023, ano em que perdeu esse estatuto devido aos seus maus resultados académicos, o que não o impediu de continuar a viver em Kiev. O seu pai foi detido nesta quarta-feira “no âmbito de uma investigação pré-julgamento”, informou a Procuradoria. O progenitor vivia na China, mas viajava regularmente para Kiev, cidade onde chegou na segunda-feira desta semana.
Hoje Macau China / ÁsiaChina está a construir 74 por cento de todos os projectos solares e eólicos em curso Quase três quartos de todos os projectos de energia solar e eólica em construção no mundo estão na China, segundo um relatório ontem divulgado, que destaca a rápida expansão das fontes renováveis no país asiático. A China está a construir 510 gigawatts (GW) de projectos solares e eólicos de grande escala, de um total de 689GW em todo o mundo, indicou a organização não-governamental norte-americana Global Energy Monitor (GEM), que monitoriza infraestruturas energéticas a nível global. “A China está a liderar a expansão global de energias renováveis”, lê-se no relatório. O país asiático “continua a adicionar capacidade solar e eólica a um ritmo recorde”, vincou. O crescimento das energias limpas no país é crucial para o combate às alterações climáticas, dado o papel dominante da China na produção industrial mundial. O país é responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases com efeito de estufa. Segundo a GEM, a China deverá adicionar pelo menos 246,5GW de energia solar e 97,7GW de eólica apenas este ano. Até final de Março, o país já contava com 1,5 terawatts de capacidade instalada de energia solar e eólica. No primeiro trimestre de 2025, estas fontes representaram 22,5 por cento do consumo total de eletricidade, de acordo com a Administração Nacional de Energia chinesa. Apostas fortes Embora continue a desenvolver novas centrais a carvão – tendo iniciado a construção do maior número de unidades da última década em 2024 –, a China tem apostado fortemente nas renováveis, tanto para reforçar a segurança energética como para reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados. Segundo a GEM, cerca de 28GW da capacidade renovável em construção provêm da energia eólica ‘offshore’, que pode ajudar a descarbonizar centros industriais e megacidades nas regiões costeiras. “Apesar de representar apenas uma fracção da capacidade total de energia eólica do país, a energia eólica ‘offshore’ está a ganhar força, à medida que as províncias costeiras estabelecem metas ambiciosas de descarbonização”, referiu o relatório. A expansão da energia eléctrica também está a transformar o modelo energético do país. O aumento do uso de automóveis e comboios eléctricos significa que uma parcela crescente da energia consumida é fornecida por electricidade, levando alguns analistas a descrever a China como o primeiro ‘Estado electrificado’ do mundo. Pequim deverá anunciar novos compromissos climáticos antes da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que decorrerá em Novembro em Belém, no Brasil.
Hoje Macau China / ÁsiaLivre comércio | China e ASEAN preparam nova versão de acordo O novo acordo de livre comércio entre países do Sudeste Asiático deverá estar concluído até ao final do ano Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Sudeste Asiático manifestaram ontem, em Kuala Lumpur, a intenção de reforçar a cooperação económica com a China e modernizar o acordo de livre comércio com Pequim, assinado em 2010. O encontro bilateral entre os chefes da diplomacia dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, decorreu à margem do fórum regional da ASEAN, que conta também com a presença do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. “Através da actualização deste acordo, a ASEAN e a China vão fortalecer a sua cooperação económica e resiliência, durante este período difícil e no futuro”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Malásia, Mohamad Hasan, antes da reunião com Wang Yi, marcada pelo contexto da guerra comercial com os Estados Unidos. A nova versão do tratado, conhecida como “versão 3.0”, deverá ser concluída até ao final do ano. O chefe da diplomacia da Malásia, país que detém este ano a presidência rotativa da ASEAN, sublinhou ainda que o bloco regional deve “manter-se vigilante perante ameaças a um sistema comercial aberto, justo e baseado em regras”, numa alusão indireta às taxas impostas por Washington. Fundada em 1967, a ASEAN é composta por Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Vietname e Myanmar (antiga Birmânia). Jogo das tarifas Ao longo do dia, os ministros deverão também reunir-se com Marco Rubio, num momento em que os Estados Unidos anunciaram novos aumentos de tarifas para vários países do Sudeste Asiático. As novas taxas, que entram em vigor a 01 de Agosto, aumentam as tarifas sobre produtos oriundos da Malásia (de 24 por cento para 25 por cento), Filipinas (de 17 por cento para 20 por cento) e Brunei (de 24 por cento para 25 por cento). Para a Indonésia (32 por cento) e Tailândia (36 por cento), os valores mantêm-se face ao anunciado em Abril. Washington reduziu, por outro lado, as taxas sobre importações do Camboja (de 49 por cento para 36 por cento), Laos (de 48 por cento para 40 por cento) e Myanmar (de 44 por cento para 40 por cento). Singapura mantém a taxa base de 10 por cento, enquanto o Vietname é o único país da região que chegou a um acordo com os Estados Unidos, beneficiando de uma redução para 20 por cento face aos 46 por cento inicialmente anunciados.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim aplica controlos de exportação a empresas militares A China impôs ontem controlos de exportação a oito empresas de defesa de Taiwan, numa medida que visa, segundo Pequim, proteger a segurança nacional, no dia em que arrancam as maiores manobras militares da ilha. As restrições afectam entidades como a Aerospace Industrial Development Corporation (AIDC), fabricante do caça de combate IDF, a maior construtora naval de Taiwan, a CSBC Corporation, e o principal centro de investigação em defesa da ilha, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan, entre outras companhias dos sectores aeroespacial e naval. As novas regras, com efeito imediato, proíbem a exportação para estas empresas de “bens de uso duplo”, ou seja, com aplicações civis e militares, segundo um comunicado do Ministério do Comércio chinês. A decisão insere-se também, segundo a mesma fonte, nas obrigações internacionais de não-proliferação assumidas por Pequim. O anúncio surge no dia de arranque dos exercícios militares Han Kuang, que simulam uma resposta a uma eventual invasão da China e que, este ano, decorrem ao longo de dez dias, envolvendo 22 mil reservistas, no maior e mais longo exercício militar alguma vez realizado pela ilha. Apesar das sanções, as empresas visadas asseguraram que o impacto sobre as suas operações será limitado, uma vez que a maioria das cadeias de abastecimento não depende da China continental.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | China rejeita interferências na relação com a Rússia O Governo chinês rejeitou ontem as interferências nas suas relações com a Rússia, depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter apelado a Pequim para pôr fim ao seu “apoio inabalável” a Moscovo na guerra contra a Ucrânia. “A cooperação normal entre a China e a Rússia não admite interferências de terceiros”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao garantiu que os laços entre Pequim e Moscovo “não são dirigidos contra nenhuma terceira parte”. As declarações surgem em resposta às críticas de von der Leyen, que afirmou na véspera, durante um debate no Parlamento Europeu, que “o apoio inabalável da China à Rússia está a criar uma grande instabilidade e insegurança para a Europa”. “Podemos afirmar que, na prática, a China está a permitir a economia de guerra da Rússia – e isso não é aceitável”, disse a líder do executivo comunitário, sublinhando que a forma como Pequim continuar a interagir com a guerra de Vladimir Putin será determinante para o futuro das relações entre a União Europeia (UE) e a China. Von der Leyen deverá visitar Pequim no final de Julho, acompanhada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, para uma cimeira que assinalará os 50 anos de relações diplomáticas entre as duas partes.
Hoje Macau China / ÁsiaHunan | Descoberto depósito com 490 milhões de toneladas de lítio e outros minerais A China, o segundo país do mundo com maiores reservas identificadas de lítio, descobriu um novo depósito com cerca de 490 milhões de toneladas deste e de outros minerais, avançou ontem a imprensa estatal. Segundo o Departamento Provincial de Recursos Naturais, o depósito foi localizado na zona mineira de Jijiaoshan, no concelho de Linwu, na província central de Hunan, e contém aproximadamente 1,31 milhões de toneladas de óxido de lítio, além de rubídio, tungsténio e estanho. A descoberta resultou de anos de prospecção e da aplicação de novas tecnologias de exploração geológica, informou o Instituto de Medição de Recursos Minerais de Hunan, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. De acordo com Xu Yiming, professor no instituto, os recursos encontrados deverão apoiar o desenvolvimento da indústria de novas energias na cidade de Chenzhou, também localizada em Hunan. Segundo dados do Ministério chinês dos Recursos Naturais, a China ultrapassou recentemente os Estados Unidos e tornou-se o segundo país do mundo com maiores reservas identificadas de lítio, atrás da Bolívia, com um aumento de 16,5 por cento em relação a 2024. A descoberta ocorre num momento em que a China intensifica os esforços para explorar os recursos domésticos, com o objectivo de reforçar a segurança energética e o acesso a matérias-primas estratégicas, num contexto de crescente competição global por minerais como o lítio, crucial para a produção de baterias usadas em veículos eléctricos.
Hoje Macau China / ÁsiaMar Vermelho | China nega ter apontado laser a avião alemão A China recusou ontem a acusação de Berlim de que apontou um laser para um avião alemão no Mar Vermelho, considerando essas alegações “completamente incompatíveis com os factos”. “Ambas as partes devem adoptar uma atitude pragmática, reforçar a comunicação em tempo útil e evitar mal-entendidos e erros de cálculo”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning, em conferência de imprensa. A Alemanha afirmou na terça-feira que um avião da sua Força Aérea foi alvejado a 02 de Julho por um laser chinês no Mar Vermelho. O embaixador da China em Berlim foi convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão. O avião participava na operação Aspides da União Europeia, para proteger o tráfego marítimo contra os ataques dos rebeldes houthis no Iémen. O avião alemão foi alvo do laser “sem motivo nem contacto prévio” por um navio de guerra chinês durante um voo de vigilância de rotina, segundo um porta-voz do Ministério da Defesa alemão. Ao usar o laser, o navio chinês “correu o risco de colocar em perigo pessoas e equipamentos”, acrescentou, sem especificar a natureza do laser usado. Mao Ning indicou que os navios chineses realizam missões de escolta no Golfo de Áden e nas águas somalis, “contribuindo assim para a segurança das rotas marítimas internacionais”.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Preços no consumidor sobem 0,1% em Junho O índice de preços no consumidor da China subiu 0,1 por cento em Junho, em termos homólogos, o primeiro aumento após quatro meses consecutivos de descidas, indicou ontem a agência estatística do país. O dado surpreendeu os analistas, que previam nova contração dos preços, depois de uma queda de 0,1 por cento em Maio. Segundo Dong Lijuan, estatístico do Gabinete Nacional de Estatística, as medidas adoptadas pelo Governo para estimular a procura interna e incentivar o consumo “continuaram a surtir efeito” no mês de Junho. A segunda maior economia mundial continua sob pressão deflacionista, devido à combinação entre a fraca procura interna e o excesso de capacidade industrial, agravada pela guerra comercial com os Estados Unidos, que tem dificultado o escoamento de inventários acumulados pelas empresas. A deflação (queda anual nos preços no consumidor) reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Caminho traçado As autoridades chinesas têm reiterado que o reforço da procura interna será uma das prioridades económicas centrais para 2025. A mesma fonte divulgou ainda o índice de preços no produtor, que mede os preços à saída da fábrica, e que acentuou a queda de 3,3 por cento em Maio para 3,6 por cento em junho, o valor mais baixo desde julho de 2023. A descida foi maior do que as previsões do mercado, que apontavam para uma contração menor. Dong Lijuan alertou que algumas indústrias orientadas para a exportação estão “sob pressão” em termos de preços e que “a incerteza no comércio global afectou as expectativas das empresas exportadoras”. Em Maio, Pequim e Washington acordaram um pacto temporário de 90 dias, pelo qual a China reduziria as tarifas sobre produtos norte-americanos de 125 por cento para 10 por cento, enquanto os EUA diminuiriam as suas tarifas sobre bens chineses de 145 por cento para 30 por cento.