Metro Ligeiro | Sistema de transporte regista outra falha de funcionamento

O Metro Ligeiro voltou a parar temporariamente devido a falha no fornecimento de energia. O serviço foi restabelecido cerca de uma hora e meia depois. Esta foi a segunda falha de funcionamento do Metro Ligeiro, depois da avaria verificada no dia da inauguração

 
[dropcap]A[/dropcap] entrada em funcionamento do Metro Ligeiro está a ser marcada por uma série de percalços técnicos. Depois da avaria registada no dia de inauguração, eis que o sistema de transporte registou ontem uma nova falha, obrigando os passageiros a saírem das carruagens e a percorrem a pé o resto do percurso até à próxima estação.
De acordo com um comunicado emitido pela Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, a suspensão temporária ter-se-á devido a uma falha no fornecimento de energia por volta das 13h, registada entre as estações Posto Fronteiriço de Lótus e Cotai Oeste da Linha Taipa. As duas estações estiveram fechadas até às 14h35, mas depois o serviço voltou a funcionar normalmente.
Nessa altura, a fim de retirar os passageiros em segurança, o Centro de Operação e Controlo do Metro Ligeiro organizou a saída ordenada dos passageiros até à plataforma mais próxima da estação, tendo contado também com o apoio do Corpo de Bombeiros.
O incidente será ainda alvo de investigações para apurar ao detalhe a sua causa, aponta o mesmo comunicado. Vários vídeos da saída dos passageiros foram amplamente partilhados nas redes sociais.

Avaria junto ao Ocean Garden

No que diz respeito à primeira avaria, registada no passado dia 11 de Dezembro, aconteceu junto à zona residencial dos Ocean Garden, tendo soado um alarme na composição com duas carruagens, que travou subitamente. A composição voltou a circular, mas, segundo a operadora do Metro Ligeiro, parou logo a seguir na estação do posto fronteiriço da Flôr de Lótus, onde os passageiros foram retirados “por razões de prudência”.
A decisão foi tomada devido ao “alerta do sistema de monitorização de segurança”, disse a empresa, sem divulgar mais pormenores.
Alguns passageiros tiveram de esperar algum tempo para voltar a embarcar, admitiu a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, S.A., porque as composições seguintes estavam cheias.
Num comunicado divulgado posteriormente ao incidente, a empresa prometeu “proceder à revisão de todas as medidas” implementadas no primeiro dia de operação e sublinhou que o apoio dado aos passageiros pelos trabalhadores “ainda pode ser melhorado”.

Turismo | Quase um milhão de visitantes na semana do Natal

[dropcap]E[/dropcap]ntre os dias 20 e 26 de Dezembro, Macau recebeu 984,995 turistas, número que traduz um aumento anual de 10 por cento, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Segundo o relatório, de um universo total de 3,9 milhões de movimentos, que contemplam todas as entradas e saídas na região durante a época do Natal, Macau recebeu 1,9 milhões de pessoas.

Destas, a maioria, 1,4 mihões, entrou através do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, sendo que a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM), foi a segunda fronteira mais movimentada, registando 152 mil entradas. Já o Posto Fronteiriço da Flor de Lótus registou 103 mil entradas e o Aeroporto Internacional de Macau, 101 mil entradas. O acesso através do Terminal Marítimo do Porto Exterior registou 78 mil entradas, confirmando a tendência decrescente da sua utilização desde a abertura da ponte HKZM. O dia 25 de Dezembro registou o maior número de entradas, com 323 mil acessos.

Recorde-se que no final de Novembro, a responsável pelo turismo de Macau, Maria Helena Senna Fernandes, admitiu que o número de visitantes poderá ascender aos 40 milhões em 2019, apesar da diminuição dos turistas internacionais devido à crise social e política de Hong Kong. No entanto, para atingir este record, Macau terá de receber, até ao fim de Dezembro, perto de 3,7 milhões de visitantes.

Turismo | Quase um milhão de visitantes na semana do Natal

[dropcap]E[/dropcap]ntre os dias 20 e 26 de Dezembro, Macau recebeu 984,995 turistas, número que traduz um aumento anual de 10 por cento, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Segundo o relatório, de um universo total de 3,9 milhões de movimentos, que contemplam todas as entradas e saídas na região durante a época do Natal, Macau recebeu 1,9 milhões de pessoas.
Destas, a maioria, 1,4 mihões, entrou através do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, sendo que a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM), foi a segunda fronteira mais movimentada, registando 152 mil entradas. Já o Posto Fronteiriço da Flor de Lótus registou 103 mil entradas e o Aeroporto Internacional de Macau, 101 mil entradas. O acesso através do Terminal Marítimo do Porto Exterior registou 78 mil entradas, confirmando a tendência decrescente da sua utilização desde a abertura da ponte HKZM. O dia 25 de Dezembro registou o maior número de entradas, com 323 mil acessos.
Recorde-se que no final de Novembro, a responsável pelo turismo de Macau, Maria Helena Senna Fernandes, admitiu que o número de visitantes poderá ascender aos 40 milhões em 2019, apesar da diminuição dos turistas internacionais devido à crise social e política de Hong Kong. No entanto, para atingir este record, Macau terá de receber, até ao fim de Dezembro, perto de 3,7 milhões de visitantes.

Cinemateca Paixão | IC adia encerramento e assume rédeas até nova concessão

A concessionária da Cinemateca Paixão e o Instituto Cultural estão em conversações para prolongar a actual gestão do espaço e adiar o seu encerramento no início de 2020. Mas, segundo a nova secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, a sala vai mesmo encerrar entre Junho e Agosto para obras de reparação

 

[dropcap]D[/dropcap]epois do anúncio que o encerramento da Cinemateca Paixão estaria relacionado com o facto de o contrato de arrendamento do espaço, entre o Instituto Cultural (IC) e a Associação Audiovisual Cut, não ter sido renovado a tempo, o IC emitiu um comunicado a afirmar que o local será submetido a um período de inspecção e manutenção que estará concluído “no terceiro quadrimestre de 2020”.

“Como o local possui apenas uma única sala para exibição de filmes, fazendo com que o sistema e o equipamento de projecção sejam muito utilizados, estão planeados trabalhos de inspecção e manutenção com o objectivo de melhorar a qualidade das exibições na Cinemateca (…) e garantir que o espaço oferece ao público, ainda melhores condições de exibição e ao nível das instalações, no futuro”, pode ler-se no comunicado.

Numa tentativa de adiar o encerramento do espaço no início do ano, e visto que o contrato de concessão, válido por três anos, termina no final de Dezembro, a concessionária da Cinemateca Paixão e o IC estão em conversações para prolongar a actual gestão do espaço, sendo o cenário mais provável, a assinatura de um novo contrato a título temporário, garantindo a continuidade do projecto até ser lançado novo concurso público.
“Estamos a discutir com o Instituto Cultural [a possibilidade de celebrar] um contrato de seis meses”, disse à Rádio Macau, Albert Chu, presidente da Associação Audio-visual Cut, que explora a Cinemateca desde a sua abertura em 2016. “O público quer uma casa de cinema que consegue exibir filmes diferentes”, acrescentou, reconhecendo que o prolongamento da concessão também se assume como uma boa notícia para a Cut.

No que diz respeito às obras de manutenção da Cinemateca Paixão, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, afirmou no primeiro dia em funções no cargo, que após visitar o local comprovou que as reparações são mesmo necessárias. “Já visitei a Cinemateca e vi que há infiltrações em algumas paredes. A sala de projecções precisa de reparações. O estado geral não é muito bom, pelo que os equipamentos facilmente ficam danificados”, explicou. Ao Ieong U confirmou também que o IC irá assinar um contrato de curto prazo com uma empresa operacional para garantir que a cinemateca esteja a funcionar no primeiro semestre do próximo ano, esperando que a entidade vencedora do concurso tenha em consideração “os respectivos requisitos operacionais”.

Segundo a secretária, para se proceder às respectivas reparações, está previsto que a Cinemateca encerre entre Junho e Agosto do próximo ano, devendo as obras arrancar antes disso, em Fevereiro, sem comprometer, no entanto, o funcionamento do espaço.

Em cima do joelho

Acusando o Governo de ter anunciado o destino da Cinemateca Paixão “no último minuto”, o deputado à Assembleia Legislativa Sulu Sou mostra-se crítico e interpelou o Executivo pedindo esclarecimentos acerca da demora do referido anúncio e uma revisão das práticas governativas que levaram a esta situação.

“O contrato de exploração da Cinemateca Paixão está prestes a acabar. Porque será que as autoridades esperaram até o sector cultural manifestar descontentamento para divulgar o destino da Cinemateca no último minuto? Será que vai ser realizada uma revisão dos maus hábitos de governação? Em relação aos concursos públicos do contrato, aos planeamentos de manutenção e reparação das instalações que afectam directamente o funcionamento da Cinemateca, que trabalhos e progressos relevantes foram feitos pelas autoridades nos últimos anos?”, questionou Sulu Sou

Na sua interpelação Sulu Sou espera ainda que o Governo possa avaliar a rentabilidade dos últimos três anos de funcionamento da Cinemateca, bem como divulgar quais os indicadores que serão tidos em conta em futuros concursos públicos e as políticas de promoção do desenvolvimento da indústria cinematográfica local.

Cinemateca Paixão | IC adia encerramento e assume rédeas até nova concessão

A concessionária da Cinemateca Paixão e o Instituto Cultural estão em conversações para prolongar a actual gestão do espaço e adiar o seu encerramento no início de 2020. Mas, segundo a nova secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, a sala vai mesmo encerrar entre Junho e Agosto para obras de reparação

 
[dropcap]D[/dropcap]epois do anúncio que o encerramento da Cinemateca Paixão estaria relacionado com o facto de o contrato de arrendamento do espaço, entre o Instituto Cultural (IC) e a Associação Audiovisual Cut, não ter sido renovado a tempo, o IC emitiu um comunicado a afirmar que o local será submetido a um período de inspecção e manutenção que estará concluído “no terceiro quadrimestre de 2020”.
“Como o local possui apenas uma única sala para exibição de filmes, fazendo com que o sistema e o equipamento de projecção sejam muito utilizados, estão planeados trabalhos de inspecção e manutenção com o objectivo de melhorar a qualidade das exibições na Cinemateca (…) e garantir que o espaço oferece ao público, ainda melhores condições de exibição e ao nível das instalações, no futuro”, pode ler-se no comunicado.
Numa tentativa de adiar o encerramento do espaço no início do ano, e visto que o contrato de concessão, válido por três anos, termina no final de Dezembro, a concessionária da Cinemateca Paixão e o IC estão em conversações para prolongar a actual gestão do espaço, sendo o cenário mais provável, a assinatura de um novo contrato a título temporário, garantindo a continuidade do projecto até ser lançado novo concurso público.
“Estamos a discutir com o Instituto Cultural [a possibilidade de celebrar] um contrato de seis meses”, disse à Rádio Macau, Albert Chu, presidente da Associação Audio-visual Cut, que explora a Cinemateca desde a sua abertura em 2016. “O público quer uma casa de cinema que consegue exibir filmes diferentes”, acrescentou, reconhecendo que o prolongamento da concessão também se assume como uma boa notícia para a Cut.
No que diz respeito às obras de manutenção da Cinemateca Paixão, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, afirmou no primeiro dia em funções no cargo, que após visitar o local comprovou que as reparações são mesmo necessárias. “Já visitei a Cinemateca e vi que há infiltrações em algumas paredes. A sala de projecções precisa de reparações. O estado geral não é muito bom, pelo que os equipamentos facilmente ficam danificados”, explicou. Ao Ieong U confirmou também que o IC irá assinar um contrato de curto prazo com uma empresa operacional para garantir que a cinemateca esteja a funcionar no primeiro semestre do próximo ano, esperando que a entidade vencedora do concurso tenha em consideração “os respectivos requisitos operacionais”.
Segundo a secretária, para se proceder às respectivas reparações, está previsto que a Cinemateca encerre entre Junho e Agosto do próximo ano, devendo as obras arrancar antes disso, em Fevereiro, sem comprometer, no entanto, o funcionamento do espaço.

Em cima do joelho

Acusando o Governo de ter anunciado o destino da Cinemateca Paixão “no último minuto”, o deputado à Assembleia Legislativa Sulu Sou mostra-se crítico e interpelou o Executivo pedindo esclarecimentos acerca da demora do referido anúncio e uma revisão das práticas governativas que levaram a esta situação.
“O contrato de exploração da Cinemateca Paixão está prestes a acabar. Porque será que as autoridades esperaram até o sector cultural manifestar descontentamento para divulgar o destino da Cinemateca no último minuto? Será que vai ser realizada uma revisão dos maus hábitos de governação? Em relação aos concursos públicos do contrato, aos planeamentos de manutenção e reparação das instalações que afectam directamente o funcionamento da Cinemateca, que trabalhos e progressos relevantes foram feitos pelas autoridades nos últimos anos?”, questionou Sulu Sou
Na sua interpelação Sulu Sou espera ainda que o Governo possa avaliar a rentabilidade dos últimos três anos de funcionamento da Cinemateca, bem como divulgar quais os indicadores que serão tidos em conta em futuros concursos públicos e as políticas de promoção do desenvolvimento da indústria cinematográfica local.

Ho Iat Seng promete rapidez nas leis sobre nova fronteira em Hengqin

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, referiu no passado dia 26 de Dezembro que os trabalhos referentes ao novo posto fronteiriço de Hengqin serão céleres. Citado por um comunicado oficial, o governante prometeu “entregar, o mais rápido possível, a proposta de lei à Assembleia Legislativa (AL) [relativa aos poderes de jurisdição da RAEM sobre o referido posto fronteiriço]”.

Além disso, o ex-presidente da AL alertou que “a proposta de lei será relativamente simples”, acreditando que “a apreciação e aprovação pela AL não serão morosas”. Na mesma declaração, o Chefe do Executivo adiantou que “o intercâmbio entre a China Interior e Macau, bem como a vida da população, são prioridades do novo Governo”.

Nesse sentido, Ho Iat Seng referiu ter feito uma visita de cortesia a Cantão e Zhuhai, onde reuniu com “os dirigentes do comité e Governo provincial de Guangdong para apresentar a nova equipa governativa, uma oportunidade para ambas as partes se conhecerem”.

Ho Iat Seng também realizou uma visita ao projecto do “Novo Bairro de Macau” que irá nascer na Ilha de Hengqin. Neste contexto, o governante salientou que “o volume de trabalho já desenvolvido pela Macau Renovação Urbana, S.A. será brevemente divulgado ao público”. No entanto, “ainda é necessário coordenar com a China Interior alguns pormenores sobre o terreno, assim que estes forem aprovados poder-se-á arrancar com a obra”.

Mais reuniões com secretários

Na mesma ocasião, Ho Iat Seng prometeu dar “primazia à realização de reuniões com os secretários, com o objectivo de definir as prioridades de cada uma das tutelas”. Nesse sentido, o Chefe do Executivo pretende “realizar, no futuro, mais reuniões com os secretários”, algo que encara como uma “tarefa primordial que é necessário reforçar”.

No que diz respeito à apresentação do relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2020, Ho Iat Seng salientou que “as secretarias e direcções de serviços vão rever os trabalhos em mão ainda por concluir e apresentar projectos que podem ser concretizados no próximo ano, seguindo-se a compilação dos respectivos conteúdos”.

Quanto ao Conselho Executivo, os seus membros reuniram no passado dia 20 de Dezembro, dia da tomada de posse do novo Governo. No entanto, Ho Iat Seng explicou que, “por motivos de agenda apertada no dia, apenas houve tempo para os membros do Conselho Executivo se apresentarem entre eles e conhecerem o discurso do Presidente Xi Jinping proferido naquela manhã, durante um encontro que se realizou por volta do meio-dia”.

O Chefe do Executivo revelou que pretende “confirmar com o Conselho Executivo o respectivo regimento e o sistema de porta-voz daquele organismo”.

Educação | Ho Iat Seng: não bastam talentos, é preciso patriotismo

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse que “os quadros qualificados não só devem ter capacidade de competitividade e espírito de inovação, mas também uma visão alargada e o amor à pátria”. De acordo com a TDM Rádio Macau, a frase foi proferida na sexta-feira num encontro organizado pelo Ministério da Educação, que juntou em Macau 500 professores do Interior da China, Hong Kong, Taiwan e Singapura.

Ho Iat Seng “reiterou a importância de reforçar ainda mais o patriotismo dos jovens” e afirmou que “o Governo deve assumir a responsabilidade na respectiva formação, nomeadamente, no amor à pátria”. Para o governante, “o sector do ensino contribuiu bastante para a concretização com sucesso da medida ‘Um País, Dois Sistemas’ e dos resultados obtidos actualmente por Macau”, além de que “este sector desempenha um papel de grande relevância para a estabilidade” do princípio formulado por Deng Xiaoping.

O Chefe do Executivo garantiu também, no mesmo evento, que o Governo vai “estar atento às necessidades dos docentes”. Isto porque, se Macau quer participar no desenvolvimento da China “terá que acompanhar as altas exigências dos recursos humanos, na qualidade e na quantidade”, pelo que “a formação contínua deve ser uma prioridade”.

Educação | Ho Iat Seng: não bastam talentos, é preciso patriotismo

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse que “os quadros qualificados não só devem ter capacidade de competitividade e espírito de inovação, mas também uma visão alargada e o amor à pátria”. De acordo com a TDM Rádio Macau, a frase foi proferida na sexta-feira num encontro organizado pelo Ministério da Educação, que juntou em Macau 500 professores do Interior da China, Hong Kong, Taiwan e Singapura.
Ho Iat Seng “reiterou a importância de reforçar ainda mais o patriotismo dos jovens” e afirmou que “o Governo deve assumir a responsabilidade na respectiva formação, nomeadamente, no amor à pátria”. Para o governante, “o sector do ensino contribuiu bastante para a concretização com sucesso da medida ‘Um País, Dois Sistemas’ e dos resultados obtidos actualmente por Macau”, além de que “este sector desempenha um papel de grande relevância para a estabilidade” do princípio formulado por Deng Xiaoping.
O Chefe do Executivo garantiu também, no mesmo evento, que o Governo vai “estar atento às necessidades dos docentes”. Isto porque, se Macau quer participar no desenvolvimento da China “terá que acompanhar as altas exigências dos recursos humanos, na qualidade e na quantidade”, pelo que “a formação contínua deve ser uma prioridade”.

Isto começa bem…

[dropcap]O[/dropcap] ataque de Ho Iat Seng a Alexis Tam foi tão inesperado quanto violento, fugindo e muito ao tom habitualmente usado pelos políticos de Macau. A coisa é de tal modo assim que muitos se interrogam se o alvo de Ho Iat Seng era mesmo Alexis Tam ou se pretendia atingir mais acima, isto é, a gestão de Chui Sai On. Afinal, Tam foi chefe de gabinete de Chui e depois o seu Secretário.

Neste caso, a ser assim, será que o novo Chefe do Executivo estava criticar o “despesismo” relacionado com o Hospital Kiang Wu e a falta de investimento no hospital público? Será que Ho Iat Seng estava a pensar no “despesismo” com a universidade conhecida por MUST? Ora estas são as áreas de Alexis Tam, embora todos saibam que o Secretário nelas pouco riscava, pois que nos lembramos ter o director dos Serviços de Saúde sempre despachado directamente com Chui Sai On, deixando Alexis Tam a pregar no deserto.

Uma coisa é, porém, certa: Ho Iat Seng não se devia estar a referir à área da Cultura, já que o investimento do Governo nesta área, com a excepção dos grandes eventos, tem sido ridículo. O Alexis leva para o tabaco, mas será que o ataque tão incisivo lhe era mesmo dirigido? Isto começa bem…

Novo Governo | Ho Iat Seng inicia funções e lança farpas a Alexis Tam

No primeiro dia de trabalho como Chefe do Executivo, Ho Iat Seng deixou um alerta: é preciso controlar as despesas da Administração. O exemplo dado para ilustrar o despesismo foi a forma como Alexis Tam liderou os gastos na tutela dos Assuntos Sociais e Cultura. O Chefe do Executivo defendeu ainda mais patriotismo para quadros qualificados

 

[dropcap]A[/dropcap]lexis Tam liderou, entre 2014 e 20 de Dezembro deste ano, uma das secretarias mais importantes da Administração e a que mais questões tem levantado junto da população e de deputados, por conter as pastas da saúde e do turismo. No passado dia 26 de Dezembro, que marcou oficialmente o primeiro dia de trabalho de Ho Iat Seng na qualidade de Chefe do Executivo, este acusou o ex-secretário de ter esbanjado o erário público.

“Ser esbanjador é o maior crime, é o que posso dizer. A corrupção não é o único crime. Apenas um dos elementos. Mas ser esbanjador está também entre os maiores crimes”, disse, citado pela TDM.

As declarações de Ho Iat Seng surgiram após uma entrevista ao canal Ou Mun da TDM (em língua chinesa) na qual o novo chefe do Executivo acusou a tutela do ex-secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, de despesismo e esbanjamento. Segundo a TDM – Rádio Macau, que cita o canal chinês, o líder do Governo falou em gastos desnecessários e gestão de desperdício, que, segundo Ho Iat Seng, podem ser equiparados ao crime de corrupção.

Ho Iat Seng, que anteriormente foi presidente da Assembleia Legislativa (AL), lembrou na mesma entrevista que, por diversas vezes, disse “que o desperdício de recursos é um problema corrente” e que a tutela de Alexis Tam absorvia 35 por cento do orçamento anual [da Administração] – “pelo menos 30 mil milhões de patacas” – e ainda assim era alvo de “várias queixas do público”, o que, considera o líder do Governo, acaba por ser “um problema”.

Apesar das críticas, Ho Iat Seng escolheu Alexis Tam para ser o chefe da Delegação Económica e Comercial em Lisboa e junto da União Europeia, em Bruxelas, durante um ano, em substituição de O Tin Lin.

Novo gabinete para Sónia

O controlo das despesas públicas sempre foi uma das bandeiras de Ho Iat Seng durante a campanha eleitoral. Eleito a 25 de Agosto e tendo tomado posse no passado dia 20 de Dezembro, por ocasião da visita do Presidente Xi Jinping a Macau, o governante tem agora a possibilidade de pôr em prática o que prometeu, com a criação do novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos da RAEM. O novo organismo público será chefiado pela ex-secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan.

Citado por um comunicado oficial, o Chefe do Executivo assegurou que ouviu “sempre os deputados defenderem a necessidade de supervisão do investimento de capital público” e que já exigiu “a todos os serviços públicos maior atenção quanto às despesas públicas”.

Ainda de acordo com o mesmo comunicado, o novo líder do Governo salientou que “o investimento de capital público envolve muito erário público quer em entidades e empresas em Macau e na China Interior, havendo a necessidade de se criar um organismo responsável pela supervisão e planeamento, no sentido de uniformizar o funcionamento deste tipo de entidades e empresas e criar requisitos e critérios iguais para os fundos que possuem autonomia administrativa e financeira”.

Nos últimos anos foram vários os deputados que questionaram na AL a injecção de milhões por parte do Governo em empresas de capitais públicos, principalmente aquelas cuja actividade era pouco transparente ou clara, sendo que algumas chegaram mesmo a declarar falência sem se perceber onde foram investidos os montantes injectados pela Administração.

Antes de assumir o cargo, na passada sexta-feira, a tónica do discurso de Ho Iat Seng centrou-se no combate à corrupção, na edificação de um Governo transparente e ainda na reforma da Administração Pública através da racionalização de quadros e da simplificação administrativa, reformas essas que deverão ser iniciadas a partir de Abril de 2020.

Novo Governo | Ho Iat Seng inicia funções e lança farpas a Alexis Tam

No primeiro dia de trabalho como Chefe do Executivo, Ho Iat Seng deixou um alerta: é preciso controlar as despesas da Administração. O exemplo dado para ilustrar o despesismo foi a forma como Alexis Tam liderou os gastos na tutela dos Assuntos Sociais e Cultura. O Chefe do Executivo defendeu ainda mais patriotismo para quadros qualificados

 
[dropcap]A[/dropcap]lexis Tam liderou, entre 2014 e 20 de Dezembro deste ano, uma das secretarias mais importantes da Administração e a que mais questões tem levantado junto da população e de deputados, por conter as pastas da saúde e do turismo. No passado dia 26 de Dezembro, que marcou oficialmente o primeiro dia de trabalho de Ho Iat Seng na qualidade de Chefe do Executivo, este acusou o ex-secretário de ter esbanjado o erário público.
“Ser esbanjador é o maior crime, é o que posso dizer. A corrupção não é o único crime. Apenas um dos elementos. Mas ser esbanjador está também entre os maiores crimes”, disse, citado pela TDM.
As declarações de Ho Iat Seng surgiram após uma entrevista ao canal Ou Mun da TDM (em língua chinesa) na qual o novo chefe do Executivo acusou a tutela do ex-secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, de despesismo e esbanjamento. Segundo a TDM – Rádio Macau, que cita o canal chinês, o líder do Governo falou em gastos desnecessários e gestão de desperdício, que, segundo Ho Iat Seng, podem ser equiparados ao crime de corrupção.
Ho Iat Seng, que anteriormente foi presidente da Assembleia Legislativa (AL), lembrou na mesma entrevista que, por diversas vezes, disse “que o desperdício de recursos é um problema corrente” e que a tutela de Alexis Tam absorvia 35 por cento do orçamento anual [da Administração] – “pelo menos 30 mil milhões de patacas” – e ainda assim era alvo de “várias queixas do público”, o que, considera o líder do Governo, acaba por ser “um problema”.
Apesar das críticas, Ho Iat Seng escolheu Alexis Tam para ser o chefe da Delegação Económica e Comercial em Lisboa e junto da União Europeia, em Bruxelas, durante um ano, em substituição de O Tin Lin.

Novo gabinete para Sónia

O controlo das despesas públicas sempre foi uma das bandeiras de Ho Iat Seng durante a campanha eleitoral. Eleito a 25 de Agosto e tendo tomado posse no passado dia 20 de Dezembro, por ocasião da visita do Presidente Xi Jinping a Macau, o governante tem agora a possibilidade de pôr em prática o que prometeu, com a criação do novo Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos da RAEM. O novo organismo público será chefiado pela ex-secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan.
Citado por um comunicado oficial, o Chefe do Executivo assegurou que ouviu “sempre os deputados defenderem a necessidade de supervisão do investimento de capital público” e que já exigiu “a todos os serviços públicos maior atenção quanto às despesas públicas”.
Ainda de acordo com o mesmo comunicado, o novo líder do Governo salientou que “o investimento de capital público envolve muito erário público quer em entidades e empresas em Macau e na China Interior, havendo a necessidade de se criar um organismo responsável pela supervisão e planeamento, no sentido de uniformizar o funcionamento deste tipo de entidades e empresas e criar requisitos e critérios iguais para os fundos que possuem autonomia administrativa e financeira”.
Nos últimos anos foram vários os deputados que questionaram na AL a injecção de milhões por parte do Governo em empresas de capitais públicos, principalmente aquelas cuja actividade era pouco transparente ou clara, sendo que algumas chegaram mesmo a declarar falência sem se perceber onde foram investidos os montantes injectados pela Administração.
Antes de assumir o cargo, na passada sexta-feira, a tónica do discurso de Ho Iat Seng centrou-se no combate à corrupção, na edificação de um Governo transparente e ainda na reforma da Administração Pública através da racionalização de quadros e da simplificação administrativa, reformas essas que deverão ser iniciadas a partir de Abril de 2020.

EUA-China | Antagonismo entre potências passa do plano terrestre para o espaço

É cada vez mais claro o confronto, a vários níveis, entre a China e os Estados Unidos. Se os americanos aprovam medidas contra Pequim, os chineses não deixam de lançar ferozes críticas à política de Washington. A conquista do espaço é outro pomo de discórdia

 

[dropcap]U[/dropcap]m porta-voz militar chinês pediu na semana passada aos Estados Unidos que não implementem as cláusulas negativas relacionadas com a China numa lei recentemente assinada.

Respondendo a uma questão relativa à assinatura da Lei de Autorização de Defesa Nacional 2020 dos Estados Unidos, que contém elementos negativos referentes a Taiwan, Hong Kong e Xinjiang, Wu Qian, um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, disse que as forças armadas chinesas se opõem firmemente à decisão americana.

Wu disse em conferência de imprensa que as cláusulas relativas à China reflectem uma mentalidade da Guerra Fria, que também representam a competição China-EUA e sublinham a chamada “ameaça militar chinesa”. “Essas cláusulas negativas interferem grosseiramente nos assuntos internos da China, minando o desenvolvimento das relações militares China-EUA, e prejudicando a confiança mútua e a cooperação bilateral”, referiu Wu.

“Instamos o lado norte-americano a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e a sua lógica hegemónica, a parar de interferir nos assuntos internos da China, a não implementar as cláusulas negativas relacionadas com a China e a tomar acções concretas para proteger as relações bilaterais e os laços militares”, disse Wu.

Wu também refutou a chamada “ameaça militar da China”, repetidamente exaltada por alguns oficiais militares dos EUA. “As acusações infundadas são críticas que valem para os próprios Estados Unidos”, disse Wu, acrescentando que os Estados Unidos não estão em posição de julgar outros países, considerando os crescentes gastos militares e registos escandalosos em espionagem cibernética, além de outras questões militares.

Wu pediu ao lado norte-americano que ajuste as suas visões da China, da segurança e do mundo. “Esperamos que o lado norte-americano tenha em mente o panorama geral, corrija seus erros e trabalhe com o lado chinês em direcção ao mesmo objetivo de alcançar não conflicto, não confronto, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo”, enfatizou Wu.

Espaço problemático

Além dos militares, o próprio Governo expressou “uma forte insatisfação com os Estados Unidos pelo conteúdo negativo da Lei de Autorização de Defesa Nacional 2020 dos Estados Unidos que distorce e difama o desenvolvimento militar da China e os temas relacionados com Taiwan, Hong Kong e Xinjiang e proíbe a compra de produtos chineses”, disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. Geng revelou que a China apresentou protestos solenes perante os Estados Unidos a este respeito.

“A China pede que os EUA abandonem a mentalidade da Guerra Fria e os prejuízos ideológicos, tratem do desenvolvimento da China e das relações China-EUA de maneira objectiva e racional, e não implementem cláusulas negativas contra a China para evitar danos aos laços bilaterais e à cooperação em importantes áreas”, disse Geng.

A lei também autoriza o estabelecimento de uma Força Espacial dos Estados Unidos. Geng assinalou que os EUA têm impulsionado sua estratégia de domínio espacial e têm avançado no caminho da militarização do espaço, trazendo o risco de transformá-lo num novo cenário de guerra.

“Estas acções violam severamente o consenso internacional sobre o uso pacífico do espaço, prejudicam o equilíbrio e a estabilidade estratégicos mundiais, e representam uma ameaça directa à paz e segurança do espaço. A China está profundamente preocupada e opõe-se firmemente a isso”, disse Geng.

O porta-voz disse ainda que a segurança do espaço que os Estados Unidos têm proclamado é simplesmente a segurança para si próprios. Entretanto, o propósito fundamental da comunidade internacional é proteger a segurança comum de toda a humanidade no espaço.

“Os EUA estão obstinados pela militarização do espaço, mas em repetidas ocasiões criam problemas à China e Rússia”, disse Geng. “Trata-se do culpado a atirar a culpa para cima dos inocentes e a procurar pretextos para fazer o que lhe convém.”

“A China sempre defendeu o uso pacífico do espaço e se opõe à militarização e à corrida armamentista no espaço. Na actual situação, há uma maior necessidade e urgência de iniciar as negociações sobre um instrumento legalmente obrigatório sobre o controle de armas no espaço”, disse o porta-voz. “Esperamos que a comunidade internacional, adopte uma postura prudente e responsável para proteger a paz e a tranquilidade duradouras no espaço e para garantir que não se transforme num novo campo de batalha”, concluiu Geng.

Artigo sobre “política de dinheiro” critica democracia americana

A Sociedade Chinesa para Estudos de Direitos Humanos divulgou na passada quinta-feira um artigo intitulado “Política de dinheiro expõe a hipocrisia da ‘democracia ao estilo dos EUA'”.

O artigo assinala que a política de dinheiro é a principal razão para as divisões severas na política e sociedade dos Estados Unidos. “Nos últimos anos nos Estados Unidos, a classe rica exerceu uma influência a cada dia mais importante na política, enquanto a influência das pessoas comuns na política diminuiu”, disse o artigo, acrescentando que a política de dinheiro expõe a hipocrisia da democracia dos Estados Unidos. “O dinheiro invadiu todo o sistema político dos Estados Unidos e tornou-se numa doença persistente na sociedade norte-americana”, refere.

O artigo refere ainda que a política de dinheiro dos Estados Unidos distorceu a opinião pública e transformou as eleições num “monólogo” da classe rica. “Desde o início do século XXI, os custos eleitorais dos candidatos presidenciais Republicanos e Democratas aumentaram rapidamente de US$ 700 milhões em 2004 para US$ 1000 milhões em 2008 e US$ 2000 milhões em 2012”, disse o artigo. “Em 2016, as eleições dos Estados Unidos, incluindo eleições presidenciais e congressionais, gastaram um total de US$ 6,6 mil milhões, tornando-se a eleição política mais cara na história dos Estados Unidos.”

Ao mesmo tempo, uma grande quantia de fundos secretos e “dinheiro sujo” também foram injetados nas actividades eleitorais dos Estados Unidos, mencionou.

O artigo cita uma reportagem da National Broadcasting Company News dos EUA em 2018, dizendo que, como o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que não exigiria à maioria das organizações sem fins lucrativos informar as suas fontes de doações, a transparência do financiamento eleitoral seria significativamente reduzida.

Mais de 40 por cento das transmissões comerciais de televisão dos grupos exteriores para influenciar as eleições são financiadas por dadores secretos, explica o artigo.

“A política de dinheiro traz consequências sérias. As pessoas comuns são privadas dos seus direitos políticos. Os postos do governo ficaram exclusivamente para as pessoas ricas e da classe alta. A política de dinheiro está a gerar benefícios para os ricos e tornou mais difícil para os Estados Unidos resolverem seus problemas políticos e sociais urgentes incluindo a violência de armas de fogo. A política de dinheiro é um resultado inevitável do sistema capitalista dos Estados Unidos”, diz o artigo.

Para os autores do artigo, a democracia dos Estados Unidos é uma forma política através da qual “o burguês governa”. Por isso, a democracia dos Estados Unidos reflecte naturalmente a vontade dos capitalistas e serve os seus interesses. Os candidatos dos dois principais partidos políticos nos Estados Unidos são meramente representantes de facções diferentes dentro da burguesia, conclui o documento.

A política de dinheiro expõe a natureza da sociedade dos Estados Unidos e a mentira dos Estados Unidos quando o país elogia a si próprio como o melhor exemplo de exercício da democracia e salvaguarda dos direitos humanos no mundo.

“Nos Estados Unidos, onde o dinheiro governa a política, a participação e as discussões políticas nunca podem ser actualizadas sem a ajuda de dinheiro,” conclui o artigo.

Economia | Fase 1 do acordo comercial provoca optimismo

Entretanto, a fase 1 do acordo económico e comercial entre a China e os Estados Unidos beneficia a economia mundial, disse um especialista do banco Standard Chartered. “Com a fase 1 do acordo, reduzindo o risco remanescente para a economia global, achamos que 2020 será um ano de crescimento suave, mas estabilizado para a economia global”, disse Ding Shuang, economista-chefe do banco para a Grande China e a Ásia do Norte, numa entrevista recente à Xinhua.

Ding acrescentou que a previsão do banco para o crescimento global no próximo ano é de 3,3 por cento, ligeiramente superior à estimativa de 3,1 por cento do banco para 2019.
A China e os Estados Unidos concordaram sobre o texto da primeira fase do acordo económico e comercial, com base no princípio de igualdade e respeito mútuo neste mês, que foi o mais recente progresso para as duas partes solucionarem sua disputa comercial, que durou dois anos.

Apontando três pesos estruturais de longo prazo para a economia global, nomeadamente dívida, demografia e desglobalização, Ding disse que a fase 1 do acordo económico e comercial elevará o sentimento dos investidores nos mercados financeiros globais.

Os preços de petróleo atingiram uma alta de três meses na semana passada, devido em parte às perspectivas de uma trégua comercial entre os Estados Unidos e a China. As acções dos EUA registaram valorizações sólidas na semana passada entre sentimentos positivos, com o Dow a aumentar 1,13 por cento, o S&P 500 subindo 1,65 por cento e o Nasdaq avançando 2,18 por cento.

“A reacção positiva do mercado sugere que o acordo é útil para o aumento da confiança das empresas”, disse Ding. O acordo traz benefício tanto para os Estados Unidos quanto para a China, disse o especialista.
Para os Estados Unidos, o acordo é “essencial para a reeleição do presidente Donald Trump, pois reduz as hipóteses de recessão e estimula o mercado de acções”, enquanto para a China, “o acordo melhora as perspectivas comerciais e reduz a necessidade de implementar estímulos de grande escala para impulsionar a sua economia”, disse Ding.

O banqueiro acrescentou que o acordo também está alinhado no geral com a direcção principal do aprofundamento da reforma e abertura da China, bem como com as necessidades internas de promover um desenvolvimento económico de alta qualidade.

“Com base nas informações já publicadas, a China comprometeu-se a melhor proteger os DPI (direitos de propriedade intelectual), o que é essencial para a China incentivar o investimento em P&D (pesquisa e desenvolvimento) e promover a inovação”, disse Ding.

EUA-China | Antagonismo entre potências passa do plano terrestre para o espaço

É cada vez mais claro o confronto, a vários níveis, entre a China e os Estados Unidos. Se os americanos aprovam medidas contra Pequim, os chineses não deixam de lançar ferozes críticas à política de Washington. A conquista do espaço é outro pomo de discórdia

 
[dropcap]U[/dropcap]m porta-voz militar chinês pediu na semana passada aos Estados Unidos que não implementem as cláusulas negativas relacionadas com a China numa lei recentemente assinada.
Respondendo a uma questão relativa à assinatura da Lei de Autorização de Defesa Nacional 2020 dos Estados Unidos, que contém elementos negativos referentes a Taiwan, Hong Kong e Xinjiang, Wu Qian, um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, disse que as forças armadas chinesas se opõem firmemente à decisão americana.
Wu disse em conferência de imprensa que as cláusulas relativas à China reflectem uma mentalidade da Guerra Fria, que também representam a competição China-EUA e sublinham a chamada “ameaça militar chinesa”. “Essas cláusulas negativas interferem grosseiramente nos assuntos internos da China, minando o desenvolvimento das relações militares China-EUA, e prejudicando a confiança mútua e a cooperação bilateral”, referiu Wu.
“Instamos o lado norte-americano a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e a sua lógica hegemónica, a parar de interferir nos assuntos internos da China, a não implementar as cláusulas negativas relacionadas com a China e a tomar acções concretas para proteger as relações bilaterais e os laços militares”, disse Wu.
Wu também refutou a chamada “ameaça militar da China”, repetidamente exaltada por alguns oficiais militares dos EUA. “As acusações infundadas são críticas que valem para os próprios Estados Unidos”, disse Wu, acrescentando que os Estados Unidos não estão em posição de julgar outros países, considerando os crescentes gastos militares e registos escandalosos em espionagem cibernética, além de outras questões militares.
Wu pediu ao lado norte-americano que ajuste as suas visões da China, da segurança e do mundo. “Esperamos que o lado norte-americano tenha em mente o panorama geral, corrija seus erros e trabalhe com o lado chinês em direcção ao mesmo objetivo de alcançar não conflicto, não confronto, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo”, enfatizou Wu.

Espaço problemático

Além dos militares, o próprio Governo expressou “uma forte insatisfação com os Estados Unidos pelo conteúdo negativo da Lei de Autorização de Defesa Nacional 2020 dos Estados Unidos que distorce e difama o desenvolvimento militar da China e os temas relacionados com Taiwan, Hong Kong e Xinjiang e proíbe a compra de produtos chineses”, disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. Geng revelou que a China apresentou protestos solenes perante os Estados Unidos a este respeito.
“A China pede que os EUA abandonem a mentalidade da Guerra Fria e os prejuízos ideológicos, tratem do desenvolvimento da China e das relações China-EUA de maneira objectiva e racional, e não implementem cláusulas negativas contra a China para evitar danos aos laços bilaterais e à cooperação em importantes áreas”, disse Geng.
A lei também autoriza o estabelecimento de uma Força Espacial dos Estados Unidos. Geng assinalou que os EUA têm impulsionado sua estratégia de domínio espacial e têm avançado no caminho da militarização do espaço, trazendo o risco de transformá-lo num novo cenário de guerra.
“Estas acções violam severamente o consenso internacional sobre o uso pacífico do espaço, prejudicam o equilíbrio e a estabilidade estratégicos mundiais, e representam uma ameaça directa à paz e segurança do espaço. A China está profundamente preocupada e opõe-se firmemente a isso”, disse Geng.
O porta-voz disse ainda que a segurança do espaço que os Estados Unidos têm proclamado é simplesmente a segurança para si próprios. Entretanto, o propósito fundamental da comunidade internacional é proteger a segurança comum de toda a humanidade no espaço.
“Os EUA estão obstinados pela militarização do espaço, mas em repetidas ocasiões criam problemas à China e Rússia”, disse Geng. “Trata-se do culpado a atirar a culpa para cima dos inocentes e a procurar pretextos para fazer o que lhe convém.”
“A China sempre defendeu o uso pacífico do espaço e se opõe à militarização e à corrida armamentista no espaço. Na actual situação, há uma maior necessidade e urgência de iniciar as negociações sobre um instrumento legalmente obrigatório sobre o controle de armas no espaço”, disse o porta-voz. “Esperamos que a comunidade internacional, adopte uma postura prudente e responsável para proteger a paz e a tranquilidade duradouras no espaço e para garantir que não se transforme num novo campo de batalha”, concluiu Geng.

Artigo sobre “política de dinheiro” critica democracia americana

A Sociedade Chinesa para Estudos de Direitos Humanos divulgou na passada quinta-feira um artigo intitulado “Política de dinheiro expõe a hipocrisia da ‘democracia ao estilo dos EUA'”.
O artigo assinala que a política de dinheiro é a principal razão para as divisões severas na política e sociedade dos Estados Unidos. “Nos últimos anos nos Estados Unidos, a classe rica exerceu uma influência a cada dia mais importante na política, enquanto a influência das pessoas comuns na política diminuiu”, disse o artigo, acrescentando que a política de dinheiro expõe a hipocrisia da democracia dos Estados Unidos. “O dinheiro invadiu todo o sistema político dos Estados Unidos e tornou-se numa doença persistente na sociedade norte-americana”, refere.
O artigo refere ainda que a política de dinheiro dos Estados Unidos distorceu a opinião pública e transformou as eleições num “monólogo” da classe rica. “Desde o início do século XXI, os custos eleitorais dos candidatos presidenciais Republicanos e Democratas aumentaram rapidamente de US$ 700 milhões em 2004 para US$ 1000 milhões em 2008 e US$ 2000 milhões em 2012”, disse o artigo. “Em 2016, as eleições dos Estados Unidos, incluindo eleições presidenciais e congressionais, gastaram um total de US$ 6,6 mil milhões, tornando-se a eleição política mais cara na história dos Estados Unidos.”
Ao mesmo tempo, uma grande quantia de fundos secretos e “dinheiro sujo” também foram injetados nas actividades eleitorais dos Estados Unidos, mencionou.
O artigo cita uma reportagem da National Broadcasting Company News dos EUA em 2018, dizendo que, como o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que não exigiria à maioria das organizações sem fins lucrativos informar as suas fontes de doações, a transparência do financiamento eleitoral seria significativamente reduzida.
Mais de 40 por cento das transmissões comerciais de televisão dos grupos exteriores para influenciar as eleições são financiadas por dadores secretos, explica o artigo.
“A política de dinheiro traz consequências sérias. As pessoas comuns são privadas dos seus direitos políticos. Os postos do governo ficaram exclusivamente para as pessoas ricas e da classe alta. A política de dinheiro está a gerar benefícios para os ricos e tornou mais difícil para os Estados Unidos resolverem seus problemas políticos e sociais urgentes incluindo a violência de armas de fogo. A política de dinheiro é um resultado inevitável do sistema capitalista dos Estados Unidos”, diz o artigo.
Para os autores do artigo, a democracia dos Estados Unidos é uma forma política através da qual “o burguês governa”. Por isso, a democracia dos Estados Unidos reflecte naturalmente a vontade dos capitalistas e serve os seus interesses. Os candidatos dos dois principais partidos políticos nos Estados Unidos são meramente representantes de facções diferentes dentro da burguesia, conclui o documento.
A política de dinheiro expõe a natureza da sociedade dos Estados Unidos e a mentira dos Estados Unidos quando o país elogia a si próprio como o melhor exemplo de exercício da democracia e salvaguarda dos direitos humanos no mundo.
“Nos Estados Unidos, onde o dinheiro governa a política, a participação e as discussões políticas nunca podem ser actualizadas sem a ajuda de dinheiro,” conclui o artigo.

Economia | Fase 1 do acordo comercial provoca optimismo

Entretanto, a fase 1 do acordo económico e comercial entre a China e os Estados Unidos beneficia a economia mundial, disse um especialista do banco Standard Chartered. “Com a fase 1 do acordo, reduzindo o risco remanescente para a economia global, achamos que 2020 será um ano de crescimento suave, mas estabilizado para a economia global”, disse Ding Shuang, economista-chefe do banco para a Grande China e a Ásia do Norte, numa entrevista recente à Xinhua.
Ding acrescentou que a previsão do banco para o crescimento global no próximo ano é de 3,3 por cento, ligeiramente superior à estimativa de 3,1 por cento do banco para 2019.
A China e os Estados Unidos concordaram sobre o texto da primeira fase do acordo económico e comercial, com base no princípio de igualdade e respeito mútuo neste mês, que foi o mais recente progresso para as duas partes solucionarem sua disputa comercial, que durou dois anos.
Apontando três pesos estruturais de longo prazo para a economia global, nomeadamente dívida, demografia e desglobalização, Ding disse que a fase 1 do acordo económico e comercial elevará o sentimento dos investidores nos mercados financeiros globais.
Os preços de petróleo atingiram uma alta de três meses na semana passada, devido em parte às perspectivas de uma trégua comercial entre os Estados Unidos e a China. As acções dos EUA registaram valorizações sólidas na semana passada entre sentimentos positivos, com o Dow a aumentar 1,13 por cento, o S&P 500 subindo 1,65 por cento e o Nasdaq avançando 2,18 por cento.
“A reacção positiva do mercado sugere que o acordo é útil para o aumento da confiança das empresas”, disse Ding. O acordo traz benefício tanto para os Estados Unidos quanto para a China, disse o especialista.
Para os Estados Unidos, o acordo é “essencial para a reeleição do presidente Donald Trump, pois reduz as hipóteses de recessão e estimula o mercado de acções”, enquanto para a China, “o acordo melhora as perspectivas comerciais e reduz a necessidade de implementar estímulos de grande escala para impulsionar a sua economia”, disse Ding.
O banqueiro acrescentou que o acordo também está alinhado no geral com a direcção principal do aprofundamento da reforma e abertura da China, bem como com as necessidades internas de promover um desenvolvimento económico de alta qualidade.
“Com base nas informações já publicadas, a China comprometeu-se a melhor proteger os DPI (direitos de propriedade intelectual), o que é essencial para a China incentivar o investimento em P&D (pesquisa e desenvolvimento) e promover a inovação”, disse Ding.

Hong Kong | 15 detenções durante novos confrontos

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve hoje pelo menos 15 pessoas durante confrontos com manifestantes pró-democracia que invadiram um centro comercial perto da fronteira com a China, numa ação dirigida aos turistas chineses que chegam para fazerem compras.

Polícias à paisana usando cassetetes prenderam 14 pessoas à tarde, entre as quais uma adolescente de 14 anos, que se manifestavam no interior do centro comercial no bairro de Sheung Shui, obrigando as lojas a fechar, reportou um jornalista da agência France-Presse (AFP) no local.

A polícia anti-motim carregou para apoiar os agentes, usando gás pimenta para dispersar os habitantes que protestavam contra as detenções. Mais tarde, durante um incidente separado dentro do centro, foi detido um homem, com a testa coberta de sangue.

Depois de a polícia partir, alguns manifestantes permaneceram numa entrada próxima, atacando os transeuntes que julgavam ser turistas chineses.

Manifestações e confrontos semelhantes, com detenções, ocorreram num centro comercial de Kowloon Bay, constatou um jornalista da AFP.

Há vários anos que Sheung Shui atrai muitos turistas e comerciantes oriundos da China continental por razões fiscais, o que suscita a cólera dos habitantes, privados das suas boutiques habituais. Os centros comerciais de Hong Kong figuram entre os locais privilegiados pelos manifestantes.

No passado dia 8 assinalara-se seis meses desde o primeiro protesto em Hong Kong contra o projeto de extradição para a China e outros países. Na origem dos protestos anti-governamentais está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong, mas os manifestantes têm outras exigências como a demissão da chefe do executivo e do Governo da Região Administrativa Especial.

Hong Kong | 15 detenções durante novos confrontos

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve hoje pelo menos 15 pessoas durante confrontos com manifestantes pró-democracia que invadiram um centro comercial perto da fronteira com a China, numa ação dirigida aos turistas chineses que chegam para fazerem compras.
Polícias à paisana usando cassetetes prenderam 14 pessoas à tarde, entre as quais uma adolescente de 14 anos, que se manifestavam no interior do centro comercial no bairro de Sheung Shui, obrigando as lojas a fechar, reportou um jornalista da agência France-Presse (AFP) no local.
A polícia anti-motim carregou para apoiar os agentes, usando gás pimenta para dispersar os habitantes que protestavam contra as detenções. Mais tarde, durante um incidente separado dentro do centro, foi detido um homem, com a testa coberta de sangue.
Depois de a polícia partir, alguns manifestantes permaneceram numa entrada próxima, atacando os transeuntes que julgavam ser turistas chineses.
Manifestações e confrontos semelhantes, com detenções, ocorreram num centro comercial de Kowloon Bay, constatou um jornalista da AFP.
Há vários anos que Sheung Shui atrai muitos turistas e comerciantes oriundos da China continental por razões fiscais, o que suscita a cólera dos habitantes, privados das suas boutiques habituais. Os centros comerciais de Hong Kong figuram entre os locais privilegiados pelos manifestantes.
No passado dia 8 assinalara-se seis meses desde o primeiro protesto em Hong Kong contra o projeto de extradição para a China e outros países. Na origem dos protestos anti-governamentais está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong, mas os manifestantes têm outras exigências como a demissão da chefe do executivo e do Governo da Região Administrativa Especial.

Tufão nas Filipinas faz pelo menos 41 mortos e 28 feridos

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades filipinas elevaram hoje para 41 o número de mortos causados pela passagem do tufão Phanfone no centro do país, registando ainda 28 feridos e 12 desaparecidos.

O anterior balanço das autoridades apontava para 28 mortos e dois feridos, mantendo-se a indicação dos 12 desaparecidos devido à passagem do tufão, que atingiu as Filipinas no dia de Natal.

O tufão destruiu barcos, casas e causou inundações, forçando cerca de 39.000 pessoas a deslocarem-se para abrigos temporários e deixando quase 90 municípios sem electricidade.

As Filipinas são atingidas por dezenas de tufões todos os anos durante a estação chuvosa, que começa por volta dos meses de maio e junho e geralmente termina entre novembro e dezembro. Em Novembro de 2013, o tufão Haiyan causou mais de 6.300 mortes e mil desaparecidos.

Novo Governo | André Cheong defende estudo de novo crime para punir corrupção

[dropcap]O[/dropcap] novo secretário para a Administração e Justiça de Macau reconheceu ontem a importância de ser estudado um novo tipo de crime para punir atos de corrupção e prometeu colaborar com o organismo competente.

“Foi um tema que já foi visto e estudado na altura em que era comissário. É um tema importante e vamos colaborar com o Comissariado contra a Corrupção [CCAC]” nesse sentido, indicou André Cheong Weng Chon, em declarações aos jornalistas à margem de uma receção na Torre de Macau, no dia em que tomou posse o novo Governo.

O novo responsável pela pasta da Administração e Justiça, empossado ontem, transitou do CCAC, que ainda no mês passado acusou de falta de transparência um organismo público dedicado ao desenvolvimento regional.

A criação de um novo tipo de crime contra o recebimento indevido de vantagem na função pública foi também defendido pelo procurador da região administrativa especial, em outubro, na sessão solene de abertura do ano judiciário 2019-2020.

“Tendo em conta a exigência do reforço do combate à corrupção, entendemos ser necessário proceder ao estudo relativamente ao aumento da moldura penal de alguns crimes de corrupção e ao estabelecimento de um prazo maior de prescrição do procedimento penal dos crimes funcionais”, afirmou então Ip Song Sang.

Novo Governo | André Cheong defende estudo de novo crime para punir corrupção

[dropcap]O[/dropcap] novo secretário para a Administração e Justiça de Macau reconheceu ontem a importância de ser estudado um novo tipo de crime para punir atos de corrupção e prometeu colaborar com o organismo competente.
“Foi um tema que já foi visto e estudado na altura em que era comissário. É um tema importante e vamos colaborar com o Comissariado contra a Corrupção [CCAC]” nesse sentido, indicou André Cheong Weng Chon, em declarações aos jornalistas à margem de uma receção na Torre de Macau, no dia em que tomou posse o novo Governo.
O novo responsável pela pasta da Administração e Justiça, empossado ontem, transitou do CCAC, que ainda no mês passado acusou de falta de transparência um organismo público dedicado ao desenvolvimento regional.
A criação de um novo tipo de crime contra o recebimento indevido de vantagem na função pública foi também defendido pelo procurador da região administrativa especial, em outubro, na sessão solene de abertura do ano judiciário 2019-2020.
“Tendo em conta a exigência do reforço do combate à corrupção, entendemos ser necessário proceder ao estudo relativamente ao aumento da moldura penal de alguns crimes de corrupção e ao estabelecimento de um prazo maior de prescrição do procedimento penal dos crimes funcionais”, afirmou então Ip Song Sang.

Xi Jinping diz a Trump que interferência dos EUA feriram relações bilaterais

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês disse ontem ao seu homólogo norte-americano que os comentários e as iniciativas dos Estados Unidos sobre Taiwan, Hong Kong, Xinjiang e o Tibete prejudicaram as relações entre os dois países, segundo a agência Nova China.

Durante uma conversa telefónica com o Presidente dos EUA, Donald Trump, Xi Jinping afirmou que “a atitude dos Estados Unidos tinha interferido com assuntos internos chineses e prejudicou os interesses da China, em detrimento da confiança mútua e cooperação bilateral”, de acordo com a agência estatal chinesa.

O Presidente chinês disse ainda esperar que os Estados Unidos dêem “grande importância às preocupações da China”, acrescentou. Donald Trump declarou, por sua vez, que teve uma “discussão muito boa” sobre comércio com o seu homólogo chinês.

Uma semana após o anúncio de um acordo de princípio, sinónimo de trégua na guerra comercial entre os dois países, o Presidente norte-americano, citado pela agência France-Presse, adiantou que “teve uma conversa muito boa com o Presidente chinês sobre o gigantesco acordo comercial” entre os dois países.

Casa de Portugal em Macau | Valorização da língua e da comunidade lusa vai manter-se

[dropcap]A[/dropcap] presidente da Casa de Portugal em Macau disse ontem que o investimento no português e nas relações com a comunidade portuguesa têm sido uma “preocupação sistemática” e que isso não deverá mudar com o novo Executivo da região.

Para Amélia António, isso seria “desvirtuar o valor que Macau tem” e o Presidente chinês, Xi Jinping, fez questão, na sua visita ao território por ocasião dos 20 anos da região administrativa especial, de “repetir sistematicamente as características especiais” do território que funciona como ponte sino-lusófona.

“Estão lá uns toques no discurso do Presidente a chamar a atenção que, sendo a cultura chinesa a dominante, é para manter as pontes”, afirmou, em declarações à Lusa à margem de uma receção comemorativa na Torre de Macau.

Xi Jinping sublinhou várias vezes o sucesso da aplicação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características próprias de Macau.

Amélia António considera que “é um recado para Hong Kong”, onde os últimos seis meses têm sido marcados por protestos antigovernamentais e contra a crescente interferência de Pequim, “mas não exclusivamente”.

“É também para certos sectores de Macau que só vêem um país, não vêem o segundo sistema, e esquecem-se que Macau é importante” pelo papel que exerce como plataforma ente a China e os países de língua portuguesa, considerou.

“Não estou particularmente preocupada” com a desvalorização do português, admitiu, apontando para o “enorme conhecimento do português e da comunidade portuguesa” entre as novas caras do executivo.

Grandes oportunidades

Também o secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Rodrigo Brum, manifestou optimismo em relação ao reforço da cooperação sino-lusófona com o novo Governo.

Rodrigo Brum destacou que o projecto da Grande Baía, no qual “está prevista a ligação com os países de língua portuguesa”, é uma oportunidade que nem Macau nem o bloco lusófono podem desperdiçar ou descurar.

O projecto de Pequim da Grande Baía pretende criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,2 biliões de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

O novo Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, tomou ontem posse perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping (ver GP e página 5).

Trata-se do quinto Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que celebrou ontem o seu 20.º aniversário, depois de em 20 de Dezembro de 1999 o território ter voltado à tutela da China, após mais de 400 anos de administração portuguesa.

Casa de Portugal em Macau | Valorização da língua e da comunidade lusa vai manter-se

[dropcap]A[/dropcap] presidente da Casa de Portugal em Macau disse ontem que o investimento no português e nas relações com a comunidade portuguesa têm sido uma “preocupação sistemática” e que isso não deverá mudar com o novo Executivo da região.
Para Amélia António, isso seria “desvirtuar o valor que Macau tem” e o Presidente chinês, Xi Jinping, fez questão, na sua visita ao território por ocasião dos 20 anos da região administrativa especial, de “repetir sistematicamente as características especiais” do território que funciona como ponte sino-lusófona.
“Estão lá uns toques no discurso do Presidente a chamar a atenção que, sendo a cultura chinesa a dominante, é para manter as pontes”, afirmou, em declarações à Lusa à margem de uma receção comemorativa na Torre de Macau.
Xi Jinping sublinhou várias vezes o sucesso da aplicação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características próprias de Macau.
Amélia António considera que “é um recado para Hong Kong”, onde os últimos seis meses têm sido marcados por protestos antigovernamentais e contra a crescente interferência de Pequim, “mas não exclusivamente”.
“É também para certos sectores de Macau que só vêem um país, não vêem o segundo sistema, e esquecem-se que Macau é importante” pelo papel que exerce como plataforma ente a China e os países de língua portuguesa, considerou.
“Não estou particularmente preocupada” com a desvalorização do português, admitiu, apontando para o “enorme conhecimento do português e da comunidade portuguesa” entre as novas caras do executivo.

Grandes oportunidades

Também o secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Rodrigo Brum, manifestou optimismo em relação ao reforço da cooperação sino-lusófona com o novo Governo.
Rodrigo Brum destacou que o projecto da Grande Baía, no qual “está prevista a ligação com os países de língua portuguesa”, é uma oportunidade que nem Macau nem o bloco lusófono podem desperdiçar ou descurar.
O projecto de Pequim da Grande Baía pretende criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,2 biliões de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.
O novo Governo de Macau, liderado por Ho Iat Seng, tomou ontem posse perante o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping (ver GP e página 5).
Trata-se do quinto Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que celebrou ontem o seu 20.º aniversário, depois de em 20 de Dezembro de 1999 o território ter voltado à tutela da China, após mais de 400 anos de administração portuguesa.

Descubra as diferenças

[dropcap]A[/dropcap]gora que acabou a festa e se limparam os confetes, é tempo de passar a outra fase. E a fase poderá chamar-se “descubra as diferenças” entre este Governo, ontem empossado, e o Governo cessante. Claro que no discurso nunca se deixará de sublinhar a continuidade.

Afinal, o princípio “um país, dois sistemas, com características de Macau” foi elevado a sucesso nacional e (com referência a Portugal) a sucesso mundial. O que resgata a governação de Chui Sai On. Mas a roda não pára e as pessoas não são iguais.

Certamente que vamos, aos poucos ou de repente, notar diferenças de estilo nos novos ocupantes das cadeiras do poder. E, numa terra em que a política é feita em lume muito brando e geralmente longe do alcance dos olhos do vulgo, pouco mais temos a fazer do que ir detectando as diferenças, falando sobre isso e, por vezes, fazer mesmo umas piadas. Assim pode queimar tempo, quem tem tempo para queimar. E nós não temos de nosso senão tempo. Por isso, não se esqueça: descubra as diferenças.

O rei de Thule

[dropcap]V[/dropcap]iver é uma prestação de homenagens, homenageamos os ciclos com festas e até os nossos próprios dias com rituais definidos, andamos talhados no tempo para a prestação da dignificação de aspectos cuja origem desconhecemos, o que não retira nenhum brilho e mérito, antes, o acrescenta, pois que é no mistério deles que reside a sua expressão maior. O selo de uma transposição que defina no tempo a separação de um ambiente para outro, contorna tudo, e molda as nossas naturezas com mais ou menos bem sucedidos frutos.

Vem o rei de Thule descrito num belíssimo poema do Fausto de Goethe, lá o vamos encontrar como uma bruma arturiana: mas Thule, onde fica? Em que local o vamos situar ? O nome é belo e leva-nos até a um rei doce e amante de um provável amor tão remoto na nossa lembrança como a própria Ilha, e diz-nos a lenda dos ancestrais iranianos, os zoroastres, como já falavam dela como “pólo norte” estendendo-se até ao mito grego dos hiperbóreos, sendo o grego Piteas a remete-la para a mais setentrional das Ilhas Britânicas próxima do Círculo Árctico, estando nós assim no roteiro da Estrada do Norte que as oscilações da temperatura com o devido arrefecimento foram empurrando para sul ( não vamos excluir o mito da Atlântida e os graus de negação e aceitação nesta matéria).

Em 1927 sai uma edição ( Le roi du Monde ) de René Guénon, remetendo a sua existência como o centro da Civilização e relevando para tanto textos védicos: a verosimilhança que relevam disso nos dá conta; Paradesha ou “Coração do Mundo” que passará a Pardes para os caldeus, formando assim, Paraíso. Estamos em Fausto no centro da herança íntima deste mito onde toda a mitologia germânica subliminarmente a integra, o que explica mais tarde uma obscura organização chamada «Sociedade de Thule» ligada ao movimento nazi, mas que Hilter manda extinguir, também, misteriosamente. Efectivamente há uma noção de “raça nórdica-atlante” de uma terra desaparecida no meio do Ártico e toda a lenda navega na mais improvável busca que possamos propor-nos, sabendo no entanto como foram grosseiras as interpretações destas matérias por mentes frágeis sem condições interpretativas.

Para entendermos este rei e talvez as coordenadas da sua existência, a alegoria da montanha sagrada deve estar implícita, toda a proximidade se dá por montes e sobe à montanha, o monte Ararat, a montanha Qaf… Alborj, Montsalvat… que muito embora possa mudar de localização devido aos ciclos geológicas continua a ser um eixo fixo em torno do qual tudo gira, estando preservada da humanidade, é o “país supremo” lá para o Pólo Norte.

A imensa informação que se encontra numa obra como a de Fausto é o que faz dela (e de outras semelhantes) o seu prodígio civilizacional, os locais esquecidos, ou, os locais que não devem ser dados a conhecer… a conexão de um cérebro como o de Goethe que deve ter transportado milénios de boas ligações internas e destilado tais heranças… a recuperação de um virtuoso rei de amor feito e por amor abatido, é por si mesmo matéria fausta e grave dado que são estes guindastes que nos sustêm longe do asfalto da turbulência irrespirável deste atual mundo. Thule passeia-se muito certamente transversal a todas as épocas, e já a «Utopia» fala dela, e não será agora de estranhar que o primeiro ensaio para uma sociedade assim tenha sido lá para as zonas de Thule, deixando em aberto a memória de tais remotas realidades. Pessoa faz ainda o belo poema das Ilhas Encantadas, podem ser todas elas, sim, mas ele acrescenta “aquela terra de suavidade que na orla esquerda do sul se olvida… é a que ansiamos…”

“Il était un roi de Thulé immaculé….” a história trata de um rei que sentido a sua vida aproximar-se do fim, lança a sua possessão mais querida, a sua Taça de Ouro, presente da sua amada, e se:- o rei de Thule ainda existisse não jogaria a sua taça mas sim o seu vinho, pois que ele é mais precioso que o ouro- nos diz Paul Valéry em ” Le vin perdue” e se é verdade que todo o poeta é um rei não é excessivo afirmar que cada poeta é um rei de Thule, o essencial que nunca se transforma: a vitória do tempo continua a ser pronunciar a palavra liberdade sempre em voz baixa.

Thule permanecerá um poema ou um labirinto de gelo, mas quando o mundo aquece podemos ainda pegar nas suas chamas para passar a fronteira e transformar um local num maravilhoso país de elementos equidistantes e tão ordenados que certamente será esse o paraíso. A sua taça pode ainda ser a do Graal, esse vestígio de um Banquete ou de uma Ceia para o centro da renovação de uma concavidade há muito programada.

Houve em Thule um rei, fiel
Até que a morte o levou;
A sua amada, ao morrer,
Taça de oiro lhe deixou…….
… com seus cavaleiros foi-se

El- rei à mesa assentar,
No salão de seus avós
Do castelo à beira-mar…

“In- de Fausto”

Macau/20 anos | ADN da gastronomia portuguesa em mãos filipinas

[dropcap]O[/dropcap] ADN da gastronomia portuguesa em Macau passa muito hoje por mãos filipinas: é assim também no Clube Militar que promove a cozinha lusa no “restaurante da saudade”, descreve um dos responsáveis da instituição prestes a comemorar 150 anos.

O legado gastronómico português, hoje na mão de cozinheiros filipinos no antigo território administrado por Portugal, é de fácil constatação. Da península de Macau à ilha da Taipa, passando por Coloane, em direcção à praia de Hac Sa, o cenário repete-se nas inúmeras cozinhas de restaurantes portugueses de Macau, onde se continua a promover do caldo verde aos rojões, das francesinhas ao bacalhau, do cozido ao toucinho do céu.

O festival dedicado à gastronomia e vinhos de Portugal, promovido pelo Clube Militar e que assinala o 20.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau, consegue a proeza de ‘apurar’ uma nova realidade: a equipa de cozinha, inteiramente filipina, se calhar já sabe confeccionar melhor os pratos portugueses do que aqueles da sua terra de origem, sublinha um dos convidados, José Júlio Vintém.

O que o mais surpreende o ‘chef’ que veio do Alentejo é a saudade, em Macau. “Isto é um festival de gastronomia (…) que revela o Portugal actual e de antigamente, através dos sabores”, sustenta.

“É engraçado ver que nós chegamos, dizemos que queremos um polvo à lagareiro em português e eles, que não falam uma palavra de português, e mal o inglês, percebem perfeitamente e executam a receita muito bem”, precisa, para acrescentar o que é igualmente interessante verificar após a formação: “Quando voltamos [a Macau] e vamos provar, eles às vezes até melhoraram bastante em termos de confeção a receita”.

Outro ‘chef’, Óscar Geadas, realça que a autenticidade portuguesa em Macau fica em boas mãos. Afinal, “a equipa dos colaboradores é toda [feita] de filipinos que há 20 anos estão a trabalhar nesta cozinha e vestem a camisa da cozinha portuguesa”, acrescenta.

O irmão, António, outro dos ‘chefs’ que veio dar, neste caso, mais sabor transmontano ao festival, enfatiza: “o facto de serem filipinos [ou] chineses a fazerem a cozinha é claramente secundário, o que é importante é realmente o sentimento com que a fazem, e o sentimento é claramente português”, elogia.

Do Algarve veio Noélia Jerónimo, para cozinhar e também para dar formação, outro dos objectivos do festival. “Eles [os filipinos] já sabem os nossos sabores, eles já são quase tão portugueses como nós (…), eles pensam como nós”, destaca a ‘chef’.

Bons profissionais

A filipina Evelyn Gocotano já trabalha há qualquer coisa como 24 anos no Clube Militar. As primeiras iguarias portuguesas que a ‘chef’ confeccionou foi o pudim abade de priscos, toucinho do céu e sericaia. Gosta da cozinha portuguesa “porque é orgânica (…) e pouco processada”, porque só necessita de “um pouco de tempero”, de um pouco de sal e algumas ervas.

Hoje partilha a cozinha e a sua vivência da comida portuguesa com o filho, Rae, que também ‘tempera’ os elogios sobre a gastronomia lusa com um sublinhado ao uso e abuso de “ervas e ingredientes frescos”. O que gosta mais de cozinhar? “O que é mais fácil de fazer: gambas fritas em alho e ameijoas”, responde.

Outro ‘chef’ filipino, Dani Soriano, entre fáceis elogios à gastronomia portuguesa, faz questão em enumerar alguns dos pratos que gosta de preparar: o tradicional arroz de pato, todas as receitas de bacalhau e o inevitável cozido à portuguesa.

“O ‘mercado da saudade’, ou o ‘restaurante da saudade, o Clube Militar faz-nos sentir como em Portugal”, procura resumir o membro da direção Manuel Geraldes, numa referência também ao próprio festival.

“Serve também para promover Macau porque diversifica oferta gastronómica”, não sendo, por isso, um acaso que diariamente sirvam dezenas de chineses, japoneses e coreanos, exemplifica, garantindo que o restaurante da instituição já conquistou “o estatuto de [oferecer] a comida portuguesa mais genuína e mais avançada”.

Por outro lado, cumpre outra missão. “Serve também, e é muito importante para nós, como escola. É uma referência e não tem nenhum português a trabalhar na cozinha. São todos filipinos. Eles aprendem muitíssimo bem, são excelentes profissionais”, elogia, no dia em que se assinala o 20.º aniversário de Macau, enquanto Região Administrativa Especial da China, depois de mais de 400 anos sob administração portuguesa.