Orquestra de Macau | Centro Cultural acolhe Concerto do Dia dos Namorados

A pensar no amor e na brisa primaveril, a Orquestra de Macau apresenta a 26 de Fevereiro o “Concerto do Dia dos Namorados” no Grande Auditório do Centro Cultural, que inclui interpretações de bandas sonoras de clássicos de Hollywood. Ao longo de Fevereiro serão ainda realizados quatro concertos gratuitos de música clássica um pouco por toda a cidade

 

Apesar de todos os constrangimentos o espectáculo vai continuar, sobretudo quando o tema principal é o amor. No próximo dia 26 de Fevereiro, a Orquestra de Macau vai apresentar o “Concerto do Dia dos Namorados – Amor na Primavera”.

O espectáculo, que será dirigido pela Maestrina Principal da Orquestra Sinfónica de Guangzhou, Jing Huan, e o jovem violinista Mengla Huang, irá decorrer no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau pelas 20 horas.

Recorde-se que, de acordo com um comunicado do Instituto Cultural (IC), o concerto contava inicialmente com a participação do maestro Christoph Poppen e a violinista Mayumi Kanagawa. Contudo, os dois artistas não podem deslocar-se a Macau devido às restrições impostas pela pandemia.

Um dos destaques da programa do “Concerto do Dia dos Namorados” vai para a apresentação da obra de Korngold, compositor austríaco naturalizado americano, que ficou conhecido por ter dado vida à banda sonora de inúmeros clássicos de Hollywood.

O “Concerto para Violino em Ré Maior, Op. 35. Korngold“ é a obra-prima do compositor que poderá ser apreciada no Centro Cultural de Macau, sendo composta por três andamentos, cada um dedicado à banda sonora de um filme. “Another Dawn”, “Anthony Adverse” e “The Prince and the Pauper” são os filme incluídos na mostra.

Além de música para cinema, o programa do concerto inclui a Sinfonia N.º 1 em Si bemol Maior, op. 38 de Schumann, a primeira escrita pelo compositor romântico após casar com a sua esposa, Clara. Segundo o IC, a obra é vista como “uma reflexão da ‘Primavera da vida de Schumann’, evidenciando a pureza e a felicidade de um relacionamento romântico”.

Os bilhetes para o “Concerto do Dia dos Namorados – Amor na Primavera” já se encontram à venda. Quem estiver interessado por recorrer à Bilheteira Online de Macau e aos balcões respectivos. Os preços variam entre 150 e 250 patacas.

Para os meus ouvidos

Além do concerto dedicado aos namorados, ao longo de Fevereiro, a Orquestra de Macau vai promover três concertos dedicados à música clássica, todos gratuitos.

O primeiro, intitulado “Expresso Clássico”, terá lugar no dia 6 de Fevereiro no Pequeno Auditório do Centro Cultural e ficará a cargo do Maestro Assistente da Orquestra de Macau, Francis Kan, que irá “guiar o público ao longo de uma viagem pelo mundo da música clássica, através de interacções animadas e intrigantes”. Para requisitar os bilhetes gratuitos é necessária uma inscrição, que pode ser feita no website da Orquestra de Macau.

No dia 20 de Fevereiro, segue-se o concerto “Música no Museu de Arte”, integrado na exposição “Renascer à Brisa da Primavera: Exposição de Arte de He Duoling”, mostra que pode ser vista no mesmo espaço. Durante a actuação, a Orquestra de Macau irá apresentar obras de Shostakovich, o compositor preferido de He Duoling.

No mesmo dia, a Biblioteca da Taipa irá acolher pelas 17h30 o concerto “Música na Biblioteca”, onde serão apresentadas obras ligeiras de Mozart e Boccherini e ainda jogos interactivos, com o objectivo de cativar os mais novos. A entrada para ambos os concertos é livre, não sendo necessária reserva.

Nota ainda para o cancelamento do concerto “Flauta Melodiosa – Tributo a Mozart”, programado originalmente no dia 5 de Fevereiro. Segundo o IC, o cancelamento está também relacionado com a “impossibilidade de os artistas estrangeiros se deslocarem a Macau”, devido à pandemia.

21 Jan 2021

Detido residente envolvido em empréstimos ilegais milionários

Um residente de Macau envolvido num esquema de agiotagem foi ontem entregue à Polícia Judiciária pelas autoridades do Interior. Outros cinco suspeitos foram detidos em Junho de 2019. O grupo fazia parte de uma rede criminosa que operou durante quatro anos oferecendo empréstimos ilegais de mais 25 milhões de dólares de Hong Kong

 

As autoridades do Interior da China entregaram ontem à Polícia Judiciária (PJ) um residente de Macau suspeito de fazer parte de uma rede criminosa que se dedicava à agiotagem através de uma plataforma de empréstimos ilegais.

O homem foi detido em Zhuhai a 24 de Junho de 2020, depois de ter fugido de Macau a 12 de Maio de 2019. Ao todo, a rede criminosa que operou durante quatro anos, entre 2015 e 2019, ofereceu empréstimos ilegais de mais 25 milhões de dólares de Hong Kong.

Numa conferência de imprensa realizada no posto fronteiriço das Portas do Cerco e onde foi possível assistir à entrega do suspeito às autoridades de Macau, a porta-voz da PJ revelou que o suspeito de 33 anos detido em Zhuhai é o autor moral dos crimes de usura, associação criminosa e branqueamento de capitais alegadamente cometidos pela rede que fazia empréstimos ilegais. De acordo com a PJ o suspeito aproveitava “diversos pretextos” para convencer as vítimas com condições de crédito rápidas, acabando, posteriormente por cobrar 10 por cento de juros por cada operação.

Além disso, para materializar o processo, o suspeito exigia às vítimas que depositassem o dinheiro dos juros numa conta bancária aberta para o efeito. Contas feitas, terão sido oferecidos empréstimos ilegais a 61 pessoas, num valor de mais de 25 milhões de dólares de Hong Kong. No total, 200 pessoas terão pedido empréstimos à associação criminosa, revelou a PJ.

Questionada sobre o facto de, durante a entrega, a identidade do suspeito não ter sido preservada como habitualmente, com o uso de uma máscara protectora, a porta-voz da PJ apontou que a decisão foi do próprio suspeito.

A peça que falta

Recorde-se que a detenção do suspeito entregue ontem às autoridades de Macau vem no seguimento da detenção de outros cinco suspeitos envolvidos na mesma rede criminosa, detidos no dia 24 de Junho de 2019 pela PJ.

De acordo com um comunicado oficial, na altura, a PJ mobilizou 18 investigadores para deter quatro indivíduos locais em quatro apartamentos e em duas lojas situadas em diferentes zonas da cidade, incluindo o cabecilha e os elementos principais da rede. O quinto suspeito acabou por ser interceptado no Aeroporto Internacional de Macau, tendo sido também apreendidos vários instrumentos utilizados para a prática do crime e documentos referentes aos empréstimos.

Segundo a mesma nota, a PJ começou a receber denúncias de residentes e de serviços públicos desde Junho de 2017, nomeadamente da Autoridade Monetária de Macau, da Direcção dos Serviços de Economia e do Instituto para os Assuntos Municipais, indicando que uma agência financeira estaria a oferecer serviços de empréstimos ilegais.

Durante a conferência de imprensa de ontem, a PJ revelou ainda que uma pessoa envolvida no caso, continua a monte e que, por isso, a investigação prossegue.

Caso se confirmem as acusações, o suspeito pode ser punido com pena de prisão entre 1 a 5 anos pelo crime de usura, entre 5 a 12 anos pelo crime de associação criminosa e de limite máximo superior a 3 anos pelo crime de branqueamento de capitais.

21 Jan 2021

DSAL | Cloee Chao denuncia caso de croupiers chantageados com despedimento

A Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo entregou uma carta a pedir a intervenção da DSAL num caso de cerca de 10 croupiers pressionados a apresentar demissão. Cloee Chao considera que os argumentos do casino não são válidos, sobretudo quando todas as concessionárias estão a distribuir bónus aos funcionários

 

A presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, Cloee Chao, entregou ontem uma carta à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) a alertar para um caso de cerca de 10 croupiers, de um casino de uma subconcessionária não mencionada, que terão sido chantageados, através de cartas de aviso, com despedimentos por justa causa. Isto, caso os funcionários não apresentem a demissão por sua própria iniciativa.

De acordo com Cloee Chao, o empregador justificou o acto com o facto de os trabalhadores terem ultrapassado o limite de 45 dias de faltas justificadas ou injustificadas, previsto na lei das relações de trabalho, por motivo de acidente ou doença. Para a responsável, o argumento não faz sentido pois, para além de as faltas terem sido aprovadas pelas chefias, durante a pandemia as empresas de jogo têm incentivado os funcionários a pedir licenças sem vencimento.

Além disso, argumenta Chao, que também trabalhou como croupier, “é impossível não falhar nesta carreira”. “É como perguntar a um motorista com 20 anos de experiência se nunca recebeu uma multa”, disse aos jornalistas.

À porta das instalações da DSAL, a presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo revelou ter contactado o casino em questão e que, na réplica, a empresa afirmou não favorecer uma “política de despedimento”. Contudo, acrescenta, até à manhã de ontem os 10 croupiers chantageados não foram informados acerca do seu futuro.

Cloee Chao considera ainda que, dependendo da gravidade, existe um mecanismo que permite ao empregador anular cartas de aviso e que é injustificável despedir 10 trabalhadores quando concessionárias como a MGM, Wynn e Melco anunciaram recentemente o pagamento de bónus para os seus funcionários.

“Acredito que a culpa é do departamento de recursos humanos deste casino. Várias concessionárias anunciaram o pagamento de bónus aos seus funcionários, que já custaram centenas de milhões de patacas. Não é preciso despedir uma dezena de croupiers para poupar algumas centenas de milhares de patacas”, vincou a responsável.

Sentir na pele

Uma das croupiers, que acompanhou Cloee Chao na entrega da carta na DSAL, revelou ter sido forçada a demitir-se ao final de um ano, logo após ter recebido a terceira carta de aviso. “Fui informada que se não tivesse pedido a demissão, entraria numa lista negra, que me impediria de trabalhar no sector do jogo no futuro,” apontou.

Segundo revelou a ex-trabalhadora do casino satélite, que pediu para não ser identificada, o seu único requisito passa por manter o cargo, para poder cumprir obrigações, como o pagamento da hipoteca da casa. Situação agravada por problemas físicos que impediram de assumir outro tipo de trabalho.

20 Jan 2021

Eleições Legislativas | Mais de 325 mil eleitores inscritos

De acordo com dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), até 31 de Dezembro de 2020 estavam inscritos 325.180 eleitores, que podem participar nas eleições para a Assembleia Legislativa deste ano. O registo traduz um acréscimo de 14.027 eleitores em comparação com o ano anterior.

Detalhando por zona de residência, a freguesia de Nossa Senhora de Fátima continua a ser a zona da RAEM com maior número de eleitores, contribuindo com 143.769 inscritos nos cadernos de recenseamento eleitoral de 2021.

Seguem-se as freguesias de Santo António (76.913), São Lourenço (28.775), da Taipa (27.965), Sé (20.604), São Lázaro (20.098), Coloane (6.114) e “outra” (942).

Destas, Coloane foi onde se registou um maior aumento de inscritos, com uma subida de 22,11 por cento do número de eleitores.

Recorde-se que, desde ontem e até 28 de Janeiro, os cadernos de recenseamento eleitoral estarão expostos durante dez dias no rés-do-chão do Edifício Administração Pública, sito na Rua do Campo.

Em caso de inconformidades, no decurso do prazo de exposição dos cadernos de recenseamento eleitoral, os interessados podem reclamar por escrito para os SAFP procederem à eventual rectificação ou aditamento dos dados.

20 Jan 2021

Mercados | Concurso público não prejudica bancas com menor capacidade económica

O Governo garantiu ontem que o concurso público para atribuir bancas nos mercados públicos não irá prejudicar os vendilhões com menor capacidade económica, pois terá em conta critérios como a experiência e o tipo de produtos. Os espaços não serão transformados em “centros comerciais”, assegura o Executivo

 

Em reunião com a 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), que está a analisar a proposta de lei sobre a gestão dos mercados públicos, o Governo assegurou que não será dada primazia ao valor das propostas apresentadas pelos vendilhões no concurso de atribuição de bancas. Isto, tendo em conta que a proposta de lei prevê ser este o novo mecanismo a adoptar, em detrimento do actual regime de sorteio. Até aqui, o Governo tinha apontado apenas que matéria seria regulada através de diplomas complementares.

“O Governo referiu que o procedimento do concurso público vai ser regulado por diplomas complementares, nomeadamente quanto à duração do concurso, os requisitos, entre outros. O Governo disse também que os critérios não vão dar primazia às propostas que apresentem o valor mais elevado para a atribuição de bancas, pois vai ter em conta questões como a experiência dos concorrentes e o tipo de produtos a disponibilizar ao público”, transmitiu ontem Ho Ion Sang, que preside à Comissão.

No seguimento do esclarecimento, o deputado acrescentou ainda que a comissão sugeriu que o Governo discrime critérios de forma detalhada na proposta de lei. O Executivo afirmou que “vai estudar essa matéria”.

Sobre o mecanismo de atribuição de bancas “por ajuste directo”, outro ponto de discórdia em reuniões anteriores, por carecer de detalhes, Ho Ion Sang explicou que o objectivo passa apenas por facilitar situações em que se verifique, por exemplo, uma mudança de instalações dos mercados públicos, contornando a necessidade de realizar um novo concurso público.

“A concessão por ajuste directo tem como objectivo responder a razões de interesse público (…), nomeadamente quando há uma mudança de local dos mercados públicos. Nestes casos, o Governo irá atribuir as bancas por ajuste directo. No entanto, isso não está reflectido na proposta de lei”, acrescentou Ho Ion Sang. Perante o cenário, o Governo comprometeu-se a melhorar a redacção do diploma.

Crise de identidade

Outro dos temas em debate ontem foi o facto de o conceito de “Mercado Público” apresentado no diploma prever uma finalidade mais abrangente, pois refere ser um espaço destinado, não só à compra de bens de consumo diário, mas também à aquisição de serviços pelo público.

Segundo Ho Ion Sang, o Governo apontou que o objectivo do novo diploma é diversificar serviços dos mercados públicos, mas que, apesar disso, não tenciona transformar os espaços em “centros comerciais”.

“O Governo referiu que o objectivo dos mercados passa pela venda de produtos e bens diversificados aos residentes. Perante isto, a comissão perguntou se no futuro os mercados vão ser transformados em centros comerciais e o Governo respondeu que não. No futuro, os mercados públicos poderão vir a ter serviços como sapateiros ou de duplicação de chaves”, partilhou o deputado.

Também sobre o tópico ficou a promessa de melhorar o texto da proposta de lei, com o objectivo de deixar claro para os residentes que os mercados públicos vão continuar a vender produtos como “carne e legumes fescos”.

Ho Ion Sang referiu ainda que o Governo quer “revitalizar” os mercados públicos, oferecendo mais escolha, sem deixar de satisfazer as necessidades dos clientes que gostam de comprar de forma mais tradicional.

20 Jan 2021

Coutinho quer medidas de segurança para TNR retidos em Macau

Tendo em conta os trabalhadores não residentes (TNR) sem autorização de trabalho, que ficaram retidos em Macau devido às medidas de prevenção da pandemia, Pereira Coutinho quer saber que medidas estão a ser ponderadas pelo Governo para garantir a segurança pública e prestar apoio aos TNR afectados.

O deputado sublinha ainda que a entrada em vigor da nova lei de contratação de TNR, que estipula que não podem entrar em Macau na qualidade de turista e tratar depois das formalidades de contratação, impede estes trabalhadores de obter autorização de permanência temporária que lhes permitiria arranjar emprego. Isto porque não podem entrar e sair do território “nem mesmo para Zhuhai” sem fazer quarentena de 14 dias.

“Esta epidemia demonstra que a lei recentemente alterada deu origem a problemas relacionados com a segurança pública e com a vida dos TNR em Macau, resultantes do encerramento prolongado das fronteiras. O Governo tem de continuar a dar atenção à segurança dos bairros comunitários e a prestar o apoio oportuno e adequado aos TNR afectados”, pode ler-se numa interpelação escrita assinada pelo deputado.

Para Coutinho, o Governo deve introduzir “ajustamentos e modificações à lei” que permitam aos serviços competentes a criação de um mecanismo de execução “flexível” e “sem desrespeito pelos respectivos procedimentos”.

Referindo que, segundo o Governo, existem actualmente 700 TNR com contratos suspensos e documentos de permanência provisória, Pereira Coutinho alerta para o “risco” de, para se manterem em Macau, estes TNR virem a “praticar actos ilegais para ganhar dinheiro.

“São muitas incertezas para a segurança pública. Nos últimos dias, o nosso gabinete recebeu queixas de cidadãos, referindo que existem alguns estrangeiros a pedir dinheiro (…) uma vez que não podem trabalhar”, acrescentou.

Escassez preocupa

Por escrito, Pereira Coutinho refere ainda que algumas famílias estão preocupadas com as dificuldades em contratar TNR, a curto prazo, pedindo a intervenção do Executivo.

“O Governo tem de resolver a (…) dificuldade em contratar TNR adequados e o problema dos TNR que não são de nacionalidade chinesa retidos em Macau por terem sido despedidos ou por se terem demitido e que não conseguem obter novas autorizações de trabalho. De que medidas concretas dispõe para o efeito?”, questionou o deputado.

20 Jan 2021

Segurança | Edifício inclinado no Patane causa preocupação

Um grupo de residentes da zona do Patane, preocupado com o estado de deterioração de um edifício antigo visivelmente inclinado, enviou uma denuncia escrita à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) a alertar para o risco de desabamento. Após inspeccionar o imóvel, a DSSOPT disse apenas que “está a acompanhar o caso de forma contínua”.

De acordo com o Exmoo, um dos moradores do bairro, de apelido Chan, considera que o organismo deve assumir a responsabilidade futura em caso de haver feridos ou mortos resultantes de um eventual desabamento, até porque se desconhece quem seja o proprietário do imóvel de dois andares, que alberga no rés-do-chão uma empresa que vendo utensílios de cozinha.

O mesmo morador diz ainda esperar que a DSSOPT intervenha o mais rápido possível, tendo em conta o grau de inclinação de uma das paredes exteriores que, apesar de ter sido, entretanto, reforçada, continua a constituir risco para a zona envolvente, onde existe um lar de idosos.

Contactado pelo Exmoo, o engenheiro Wong Seng Fa considerou, depois de ver imagens do imóvel, que o grau de inclinação é “elevado” e que o risco de vir a afectar os edifícios na área envolvente é real. Contudo, referiu também que, sem a utilização de instrumentos profissionais, é impossível verificar com precisão, se o actual estado de preservação do edifício está dentro das normas e que a DSSOPT deve medir a inclinação da parede do edifício.

19 Jan 2021

Detidas cinco pessoas em Cheoc Van em caso de imigração ilegal

Em coordenação com a Alfândega de Macau, a Polícia Judiciária (PJ) deteve no passado sábado, na praia de Cheoc Van, quatro imigrantes ilegais e um homem, suspeito de pertencer a uma rede criminosa, que era responsável pelo transporte de pessoas interessadas em entrar e sair ilegalmente do território.

Ao chegar ao local, por volta das 22h00, as autoridades depararam-se com três frentes de intervenção. A primeira culminou com a detenção do membro da organização criminosa, um homem oriundo do Interior da China de apelido Ioeng, e de uma mulher de 52 anos, também ela do Interior da China, que alegou ter vindo a Macau para jogar.

Também nas redondezas, foram interceptadas outras três pessoas que estavam, desta feita, a tentar sair de Macau rumo ao Interior da China. Segundo a PJ, entre eles, estava um residente de Macau, comerciante de 61 anos, que afirmou ter optado pelo transbordo ilegal por recear vir a ter dificuldades em entrar no Interior da China.

Entre os outros dois detidos, estão uma mulher de 41 anos do Interior que se recusou a revelar porque motivo optou por adquirir o serviço e um homem de 51 anos, comerciante, cuja validade do documento de identificação terá alegadamente expirado.

Ao mesmo tempo que as detenções decorriam, o barco que serviu para transportar e largar passageiros em Cheoc Van, e que aguardava agora por embarcar os que se dirigiam ao Interior da China, deu início a uma fuga. Segundo o porta-voz da PJ, os Serviços de Alfândega ainda terão tentado interceptar a embarcação, mas sem sucesso, dado que esta conseguiu sair da área marítima de Macau.

Bilhetes dourados

Após interrogar os detidos, a PJ revelou que, pelo transporte ilegal, cada pessoa pagava entre 18 mil e 55 mil renminbis. Quanto ao suspeito, receberia, por cada cliente, cerca de 2.000 renminbis, ficando à sua responsabilidade o acolhimento e transporte das pessoas provenientes do Interior da China. O suspeito recusou-se a dizer os motivos que o levaram a colaborar com o grupo criminoso, apontando apenas que também ele veio a Macau para jogar e que o seu visto está fora de prazo.

O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), sendo que o homem é suspeito da prática dos crimes de “associação criminosa” e “auxílio”, podendo ser punido com uma pena de prisão que pode ir de 3 a 10 anos.

A PJ continua a procurar obter mais informações sobre a rede criminosa e já informou as autoridades do Interior sobre o caso.

19 Jan 2021

PJ | Dois detidos por plantar canábis em casa

Um residente de Macau e outro de Taiwan foram ontem detidos por cultivar quatro plantas de canábis na própria casa, localizada junto ao hospital Kiang Wu. De acordo com a lei, os suspeitos podem ser punidos com uma pena de prisão que pode ir até 15 anos

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem dois homens que albergavam em casa, uma área reservada à plantação de canábis. Os suspeitos, de 28 e 22 anos, moravam juntos na mesma habitação, localizada nas redondezas do Hospital Kiang Wu. No total, foram apreendidas quatro plantas de canábis.

Numa conferência de imprensa promovida junto da residência dos detidos, a PJ revelou ter recebido informação sobre o facto de os dois suspeitos, um residente de Taiwan e outro de Macau, estarem a produzir estupefacientes em casa.

Desencadeada a investigação, a PJ viria a interceptar ontem pelas 12h00, o cidadão de Taiwan, que trabalhava como relações públicas, no momento em que este saía de casa. Ao mesmo tempo, os agentes da PJ detiveram o segundo suspeito, desta feita no Cotai, no interior do estabelecimento comercial onde trabalha como vendedor.

Após as detenções, ambos foram levados de volta para o apartamento que partilham em Macau, sendo que, durante as buscas, a PJ descobriu uma área dedicada à plantação de canábis, onde estavam quatro plantas cultivadas em garrafões de plástico com terra até cima, fazendo as vezes dos vasos.

Consultando as imagens divulgadas pela PJ, as quatro plantas de canábis estavam guardadas dentro de uma tenda de cultivo e expostas a iluminação térmica de cor violeta. Além dos acessórios de conservação, foram ainda apreendidos instrumentos de plantação, como fertilizantes.

Durante o interrogatório, os dois suspeitos confessaram que, além da produção do estupefaciente, eram também consumidores. Segundo a PJ, tanto o cidadão de Taiwan como o de Macau vendiam droga a terceiros.

Quanto ao valor ou potencial valor da plantação de canábis apreendida, a PJ revelou que só poderá avançar com um montante após analisar o material.

De mal a pior

O caso ainda não foi ainda entregue ao Ministério Público (MP), mas os suspeitos arriscam-se a ser punidos, só pelo crime de “produção ilícita de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas”, com uma pena de prisão entre 5 a 15 anos.

Contudo, segundo a PJ, os suspeitos são ainda acusados dos crimes de “tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas” e “detenção indevida de utensílio ou equipamento”, pelos quais podem ser punidos, respectivamente, com pena de prisão de 5 a 15 anos e com pena de prisão de 3 meses a 1 ano ou com pena de multa de 60 a 240 dias.

Recorde-se que em Novembro de 2020 o tema da legalização do consumo de canábis esteve na ordem do dia, quando o gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apontou que a implementação de políticas de legalização da substância em alguns países e regiões constitui “sem dúvida, uma influência negativa” sobre as medidas de controlo da canábis e os seus efeitos noutros países.

Na altura, Wong Sio Chak considerou que, o facto de Relatório Mundial da Droga do UNODC 2020, apresentado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, revelar que, em 2018, existiam 200 milhões de consumidores de canábis, é um dado “muito grave”.

19 Jan 2021

Cinemateca | Filmes indonésios em destaque até ao fim do mês

A Cinemateca Paixão anunciou o cartaz do programa “Cinema Asiático Hoje” que decorre em paralelo com as selecções de Janeiro. Ao todo, serão exibidas quatro obras produzidas na Indonésia, que partem em busca da definição de herói, com e sem capa, na aridez do campo, na cidade e com mais ou menos fantasmas

 

Há heróis de capa e espada e outros que acabam por sê-lo para sobreviver, ensombrados. Focado no cinema indonésio, a Cinemateca Paixão anunciou o cartaz do programa “Cinema Asiático Hoje”, mostra que inclui quatro obras focadas na temática do herói, e todas as suas facetas. Os filmes serão exibidos na sala de projecção da Travessa da Paixão até ao final do mês, paralelamente com as já anunciadas selecções de Janeiro.

Produzido por Eddie Cahyono em 2014, “Siti” pinta em tons de preto e branco a história de um dia na vida de Siti, uma mulher de 24 anos que “faz das tripas coração” para cuidar do filho, da sogra e do marido, incapacitado após sofrer um acidente enquanto pescava. Isto tudo, enquanto segura dois empregos para conseguir pagar dívidas e suportar a família. Se de dia é vendedora de bolachas em Parangtritis, no Sul da ilha de Java, de noite, Siti trabalha como guia de karaoke. Contudo, novos dilemas impõem-se nesta periclitante ginástica diária, quando o marido de Siti condena a vida nocturna que leva e decide deixar de lhe falar. Siti conhece um polícia disposto a casar com ela e fá-la hesitar.

“Siti” será exibido na Cinemateca na próxima quarta-feira (19h30) e no dia 28 de Janeiro (21h30).
Também da Indonésia, mas fruto de uma co-produção que adicionou contributos franceses, malaios e tailandeses, chega “Marlina the Murderer in Four Acts”, um drama com trejeitos de western que testemunha a vida sofrida de uma viúva que, para se defender, é forçada a matar. Ao longo de um penoso e assombrado caminho de redenção, a ilha de Sumba serve de cenário para quatro actos tão heróicos quanto áridos e desafiantes, onde a figura feminina e os direitos das mulheres estão no centro da equação.

Da autoria da realizadora indonésia Mouly Surya, “Marlina the Murderer in Four Acts” poderá ser visto na Travessa da Paixão no próximo domingo (19h00) e no dia 27 de Janeiro (19h30).

Como na BD

Lançado em 2019, “Gundala” tem o condão de repescar a fórmula de sucesso dos heróis com super-poderes e uniforme a condizer, enquadrando-a com as disparidades sociais, ascensão criminal e dificuldades em arranjar emprego sentidas na pele por uma população de Jacarta cada vez menos esperançosa. Perante um sistema viciado e depois de ter sido atingido por um trovão, Sancaka, órfão que perdeu o pai durante um motim, desenvolve a capacidade de expelir raios eléctricos pelas próprias mãos, decide lutar pelos direitos dos oprimidos, cada vez em maior número e vontade de rebelião.

Inspirado na banda desenhada de sucesso com o mesmo nome lançada em 1981, “Gundala” pode ser visto na Cinemateca Paixão na próxima quinta-feira (19h00) e no dia 29 de Janeiro (19h30).

Por fim, o foco no cinema produzido na Indonésia termina com “The Golden Cane Warrior”, uma epopeia centrada nos conceitos de lealdade, integridade, ambição e traição, onde dois aprendizes de uma poderosa e ancestral arte marcial partem em busca de uma relíquia bélica que caiu nas mãos erradas.

Realizado por Ifa Isfansyah, “The Golden Cane Warrior” será exibido na Cinemateca Paixão na próxima sexta-feira (19h00) e no dia 31 de Janeiro (16h30).

Recorde-se que até ao final do mês, o cartaz da Cinemateca Paixão inclui ainda exibições de obras provenientes dos quatro cantos do globo, com destaque para “Never Rarely Sometimes Always” (EUA e Reino Unido), o filme de animação “Waltz with Bashir” (Israel, França e Alemanha), “Bamboo Theatre” (Hong Kong), “True Mothers” (Japão), “The Woman Who Ran” (Coreia do Sul) e “Undine” (Alemanha e França).

18 Jan 2021

Casinos | Mercado de massas volta a suplantar jogo VIP em 2020

Pelo segundo ano consecutivo, as receitas do segmento de massas dos casinos de Macau foram superiores às receitas do jogo VIP. Num ano atípico, que registou quebras anuais de 79,3 por cento, o segmento de massas representou 56,6 por cento das receitas brutas de jogo

 

Se 2019 foi a excepção à regra, 2020 confirmou definitivamente a tendência ascendente do mercado de massas. Pelo segundo ano consecutivo, as receitas de jogo do mercado de massas suplantaram as do segmento VIP, representando 56,6 por cento do total das receitas brutas de jogo, que se fixaram em 60,44 mil milhões de patacas em 2020.

De acordo com dados divulgados na passada sexta-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), o segmento de massas, incluindo todas as modalidades de jogo, gerou 34,16 mil milhões de patacas ao longo de 2020. Por seu turno, o jogo VIP, materializado, segundo a DICJ, na modalidade “Bacará VIP”, foi responsável pelos restantes 26,28 mil milhões de patacas (43,4 por cento).

O ano de 2019, altura em que as receitas brutas de jogo se fixaram em 292,45 mil milhões de patacas, marcou definitivamente o momento de viragem no panorama da indústria do jogo em Macau, confirmando, através de uma preponderância acima dos 50 por cento, a tendência de crescimento do mercado de massas. Isto porque em 2019, o segmento de massas gerou 157,22 mil milhões de patacas (53,8 por cento), contra as 135,22 mil milhões de patacas (46,2 por cento) geradas pelo segmento VIP.

Voltando a 2020, a análise do segmento VIP por trimestre mostra uma recuperação à medida que o ano se foi aproximando do fim, facto que estará intimamente relacionado com a retoma de emissão de vistos turísticos, individuais e de grupo, para vir a Macau, desde o Interior da China, a partir do dia 23 de Setembro.

Se no primeiro trimestre de 2020, o melhor do ano, o segmento VIP foi responsável por gerar 12,15 mil milhões de patacas, à medida que as restrições relativas à pandemia de covid-19 foram apertando, as receitas foram caindo. Contas feitas, o segmento VIP gerou 1,50 mil milhões de patacas no segundo trimestre, 2,34 mil milhões no terceiro trimestre e, por fim, 7,62 milhões de patacas no quarto trimestre.

Também de acordo com os dados revelados pela DICJ, no final de 2020, Macau contava, no total dos 41 casinos do território, com 6.080 mesas de jogo e 8.960 máquinas de jogo.

Pouco auspicioso

Com o ressurgimento de novos casos de novos casos na China e os pedidos emitidos pelas autoridades do Interior e de Macau, no sentido de desencorajar viagens desnecessárias durante o período do Ano Novo Chinês, as festividades, que até aqui eram alvo de grande esperança para o sector turístico, não deverão trazer a recuperação almejada pela indústria do jogo. Nem tão pouco a perspectiva parece ser melhor para os meses que se seguem.

De acordo com um investidor do mercado junket, citado pelo portal GGR Asia, o sector “está preparado para o pior”, dado que existem ainda muitas incertezas quanto à estabilização da pandemia e que, a partir do dia 1 de Março, entra em vigor uma nova lei no Interior da China que implica novas restrições para a movimentação de fundos destinados ao jogo para fora do país.

“Definitivamente isto não são boas notícias para o segmento VIP. Esta medida vai afectar alguns jogadores, nomeadamente ao nível da facilidade de acesso a fundos de jogo”, afirmou o investidor.

Um responsável do casino do Ponte 16 disse à mesma fonte prever que, na melhor das hipóteses, em 2021, as receitas brutas do segmento VIP possam registar valores entre os 15 e os 20 por cento relativamente aos montantes registados antes da pandemia.

18 Jan 2021

Saúde mental | Coutinho quer comissão para investigar suicídios

Através de interpelação escrita, José Pereira Coutinho considera que o Governo deve criar uma comissão independente para investigar as causas do aumento do número de suicídios entre os jovens, no contexto da pandemia de covid-19.

O deputado quer ainda saber se o Executivo já aferiu o impacto da pandemia “na vida material e económica dos residentes” e se pondera lançar medidas específicas para evitar os suicídios dos residentes que se encontrem “mentalmente instáveis sob o impacto da pandemia”.

Sobre a Política de Juventude de Macau entre 2021-2030, Pereira Coutinho pede ainda melhorias, nomeadamente, quanto à organização de actividades específicas para “impulsionar os jovens a prestar mais atenção aos assuntos sociais” e para desenvolver as suas “capacidades de pensamento e análise independentes” para filtrar informações desejáveis.

Sobre o tema, o deputado lembra que a facilidade de acesso a informação permitida pela evolução tecnológica, expõe jovens “mal informados” a informações indesejáveis e ideias erradas sobre o suicídio.

De acordo com os Serviços de Saúde (SS), até Outubro de 2020, registaram-se 56 suicídios, mais oito casos (16 por cento), relativamente ao mesmo período de 2019.

15 Jan 2021

IH | Segurança dos edifícios deve ser “assumida pelos proprietários”

Em resposta a uma interpelação escrita de Leong Sun Iok sobre a fraca adesão ao “Plano de Apoio a Projectos de Reparação de Edifícios”, o Instituto de Habitação (IH) vincou que a responsabilidade da manutenção e segurança dos edifícios deve ser assumida pelos proprietários.

Segundo o IH, devem ser os detentores dos imóveis a “convocar uma assembleia geral de condomínio para deliberar sobre a inspecção e a reparação dos edifícios” e, de acordo com as suas “próprias necessidades”, optar por candidatar-se ao plano de apoio do Governo ou contratar uma empresa qualificada para reparar o edifício.

Recorde-se que na interpelação enviada em Outubro de 2020, o deputado tinha perguntado quais as razões para que, durante mais de 10 anos, apenas 40 edifícios, dos mais de cinco mil com mais de 30 anos existentes em Macau, tenham realizado inspecções.

Referindo que as inspecções aos 40 edifícios que beneficiaram do “Plano de Apoio a Projectos de Reparação de Edifícios” implicaram uma despesa total de 6,79 milhões de patacas (em média, cerca de 170 mil por edifício), o deputado questionou ainda o IH sobre os critérios de selecção implicados na escolha das entidades designadas para a tarefa.

Na resposta, o IH revela que a proposta escolhida é a que implica menos encargos. “O IH irá convidar, por consulta escrita, empresas com funções de elaboração de projectos, constantes da lista das empresas inscritas na DSSOPT, para se candidatarem ao projecto de reparação, sendo este adjudicado a um dos concorrentes admitidos com a ‘proposta de menor preço’”, pode ler-se na resposta assinada pelo presidente do IH, Arnaldo Santos.

15 Jan 2021

AL | Kou Hoi In volta a rejeitar projecto de Sulu Sou sobre associações laborais

Após novo recurso, o presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In rejeitou “liminarmente” o projecto de Lei de Sulu Sou que visava garantir a participação de trabalhadores em associações laborais. Ao HM, o deputado referiu que a decisão e os argumentos demonstram, uma vez mais, a limitação do poder legislativo dos deputados

 

O projecto de lei submetido por Sulu Sou a 14 de Agosto com o objectivo de proteger a participação dos trabalhadores em associações laborais e regular a responsabilidade criminal de empregadores voltou a ser rejeitado por Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa (AL).

A deliberação, sobre o segundo recurso apresentado pelo deputado, foi divulgada ontem no portal da AL. Caberá agora aos deputados, decidir se o projecto de lei será admitido ou não para votação.

“A decisão do presidente da AL de rejeitar liminarmente o projecto de lei nos termos da Lei Básica e do Regimento, foi tomada com fundamentos e razões suficientes”, pode ler-se no documento.

Para Kou Hoi In, o projecto de lei não pode ser admitido por se tratar de uma iniciativa que impacta as políticas do Governo, nomeadamente a Lei das relações de trabalho, facto que implicaria a obtenção prévia do consentimento escrito do Chefe do Executivo.

“[As disposições do projecto e lei] constituem (…) também teor nuclear da Lei das relações de trabalho, verificando-se uma larga coincidência (…) quanto ao princípio da igualdade, às garantias do trabalhador e ao regime sancionatório, sendo que o disposto no projecto de lei sobre a indemnização por despedimento dos titulares de órgãos de associações laborais implica alteração ao regime existente de indemnização por despedimento da Lei das relações de trabalho”, argumentou o presidente da AL.

Kou Hoi In considera ainda que, o facto de Sulu Sou tentar autonomizar o regime de indemnização por despedimento dos titulares de órgãos de associações laborais, altera o regime para todos os trabalhadores e que, por isso, é “indubitavelmente atinente à política do Governo”.

Asas cortadas

Por seu turno, Sulu Sou insiste que o projecto de lei não implica “impactos substanciais” ou mesmo “alterações e conflitos” em relação às políticas do Governo, espelhadas na Lei das relações de trabalho e que, por isso, não deveria implicar a autorização prévia do Chefe do Executivo.

Sobre o regime de indemnização por despedimento dos titulares de órgãos de associações laborais, o deputado considera que a questão nem se coloca, dado que “não existe sequer em vigor qualquer política do Governo relacionada”.

Contactado pelo HM, Sulu Sou apontou que, o facto de a apresentação de uma lei estar dependente da autorização prévia do Chefe do Executivo, é uma “limitação ao poder legislativo dos deputados”. Além disso, considera ainda não existir uma definição clara sobre o que são políticas do Governo.

“Não pedi autorização ao Chefe do Executivo desta vez porque insisto que este projecto de lei não está relacionado com a política do Governo. Passa apenas pelo direito de participação de trabalhadores em associações laborais.

Como noutras ocasiões em que apresentei recurso, a AL não possui uma definição clara daquilo que considera ser a política do Governo. Nos últimos anos tive a oportunidade de observar que a AL avança sempre com uma definição controversa sobre aquilo que é a política do Governo, com o objectivo de limitar o nosso poder enquanto deputados”, partilhou Sulu Sou.

Questionado sobre o que esperar da discussão no plenário sobre o projecto de lei, o deputado sublinha que o mais importante é pressionar o Governo para que submeta lei sindical o mais rapidamente possível.

“Estou sempre focado no processo e não no resultado das minhas propostas. Por isso, o objectivo é usar a acção legislativa para consciencializar o público e continuar a pressionar o Governo para submeter a lei sindical o mais cedo possível. Mas penso também que, especialmente os deputados do sector dos operários, têm a obrigação de defender as ideias apresentadas neste projecto de lei”, acrescentou.

15 Jan 2021

Casamento falso | Casou três vezes para obter BIR próprio e do ex-marido

O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve três pessoas por suspeitas de envolvimento numa sequência de casamentos falsos com o objectivo de obter autorizações de fixação em Macau de forma ilícita.

Segundo foi revelado ontem em conferência de imprensa, o caso, que remonta a 2006, terá tido início quando uma mulher, de apelido Dong, que se encontrava grávida, se divorciou do marido, de apelido Lin, para se casar, ainda no mesmo ano, com um residente de Macau, de apelido Lam.

Passados sete meses, o filho do ex-marido nasceu, sendo que Lam se dirigiu aos serviços administrativos para registar o bebé como sendo seu filho. Dong e Lam viveram juntos durante sete anos, até que, em 2013, altura em que mãe e filho já tinham adquirido o estatuto de residentes de Macau, resolveram divorciar-se.

Em 2016, três anos volvidos, Dong voltaria a casar-se novamente com Lin, o ex-marido. Após investigar um pedido de fixação de residência submetido em 2020 em nome de Lin, o CPSP confirmou que os dois já se tinham casado em 2000 e avançou para a detenção dos três suspeitos, que irão responder agora pelos crimes de falsificação de documentos.

14 Jan 2021

Burla | Desfalcados em 1,47 milhões com esquema de fichas falsas

Dois residentes de Macau foram burlados em 1,47 milhões de dólares de Hong Kong depois de se terem apercebido que as 15 fichas de jogo no valor de 1,5 milhões que tinham adquirido eram falsas. Quatro pessoas foram detidas. Um dos suspeitos continua a monte

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem quatro homens suspeitos de burlar dois residentes de Macau em 1,47 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), através de um esquema de fichas de jogo falsas.

Segundo revelou ontem a PJ em conferência de imprensa, tudo começou quando no passado domingo, uma das duas vítima foi contactada por um dos suspeitos, com o objectivo de lhe propor um negócio vantajoso envolvendo fichas de jogo. A transacção em causa implicaria o pagamento de 1,47 milhões de HKD pela aquisição de 15 fichas de jogo de 100 mil HKD, no valor total de 1,5 milhões de HKD.

Como a vítima e um amigo estavam interessados em adquirir as fichas de jogo, na madrugada do dia seguinte decidiram ir a uma sala VIP de um casino para efectivar a transacção. Na sala VIP, além da pessoa que entrou inicialmente em contacto com a vítima, estavam ainda os outros suspeitos que viriam mais tarde a ser detidos.

Já na posse das fichas de jogo, a vítima dirigiu-se de imediato a um casino localizado no NAPE. Depois de apresentar as 15 fichas de jogo no valor de de 1,5 milhões de HKD na tesouraria do casino para as trocar por fichas de valor mais baixo, foi informado por um funcionário que eram falsas. Depois do sucedido, a vítima ligou à polícia para apresentar queixa.

Iniciada a investigação, a PJ recolheu as informações necessárias para avançar com a detenção do suspeito e de três outros cúmplices, na zona norte de Macau. Interrogado, o suspeito, apesar de confessar ter contactado a vítima, recusou assumir a prática de qualquer tipo de burla. Os restantes três cúmplices recusaram-se a cooperar com as autoridades.

A monte

De acordo com a PJ, depois de concretizada a transacção com a vítima, os quatro detidos, todos eles residentes de Macau, terão ido para Coloane para se encontrar com um quinto suspeito, que se encontra a monte e que as autoridades acreditam estar na posse dos 1,47 milhões resultantes do negócio.

Durante a conferência de imprensa, o porta-voz da PJ revelou ainda que uma das vítimas perdeu 1,07 milhões de HKD, ao passo que a outra ficou desfalcada em 392,5 mil HKD. Além disso, a vítima que foi contactada afirmou ter conhecido o suspeito em Novembro e que, já nessa altura, tinha ficado prometida a possibilidade de, no futuro, vir a trocar fichas por um valor inferior ao seu real valor.

Os quatro detidos foram presentes ao Ministério Público por suspeitas da prática do crime de burla de valor elevado, podendo ser punidos com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias.

14 Jan 2021

Macau e Zhuhai com mecanismo para combater burlas no sector do imobiliário

Após uma reunião entre o CC, a DSE e as autoridades de Zhuhai e Hengqin, foram traçadas medidas para combater as muitas fraudes registadas na venda de imóveis do Interior da China, a residentes de Macau. Além de mecanismos para reprimir publicidade ilegal e a verificação da autenticidade de licenças, haverá ainda uma página online sobre o tema

 

A prevenção de irregularidades na venda de imóveis do Interior da China a residentes de Macau entrou numa nova fase. De acordo com um comunicado divulgado na manhã de ontem, o Governo, representado pelo Conselho dos Consumidores (CC) e pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE), e as autoridades de Zhuhai e Hengqin chegaram a acordo para criar um mecanismo conjunto de combate às fraudes na compra de habitação.

O consenso foi alcançado após uma reunião que decorreu na passada segunda segunda-feira em Zhuhai, definindo que o mecanismo de prevenção assenta em três linhas principais.

Segundo a mesma nota, o primeiro ponto passa por criar “um mecanismo conjunto de prevenção sobre a publicidade de imóveis entre Macau, Zhuhai e Hengqin”, com o objectivo de “reprimir acções promocionais ilegais a partir da origem”. Para materializar a ideia, será intensificada a troca de informações e realizados encontros com os promotores dos empreendimentos, agências imobiliárias e agentes de publicidade do Interior da China.

A outra medida passará por estabelecer um mecanismo de verificação das chamadas “5 licenças”, ou seja, da documentação obrigatória para a transacção de imóveis. A finalidade, passa por “fortalecer a protecção dos direitos e interesses em matéria de consumo”.

“Caso sejam descobertas informações falsas, o caso será tratado de forma severa e denunciado às autoridades judiciais, recaindo sobre o infractor as responsabilidades penais relacionadas”, pode ler-se no comunicado.

Por fim, o mecanismo conjunto entre as autoridades de Macau e Zhuhai prevê ainda a criação de uma área específica no website do CC dedicada a dar “Informações sobre a aquisição de imóveis sitos no Interior da China”. A secção permitirá aceder à “plataforma de transacção de imóveis da cidade de Zhuhai”, para que os utilizadores possam verificar, não só “o destino do imóvel”, mas também a autenticidade do número da “Licença de pré-venda de habitações comercializáveis”, uma das cinco obrigatórias.

Tolerância zero

Durante a reunião, o subdirector da DSE, Chan Hon Sang reforçou em que moldes se baseia a Lei de Publicidade em Macau, sobre imóveis, salientando que, em caso de violação da lei, “a DSE irá sancionar o infractor nos termos legais e confiscar o respectivo suporte publicitário ilícito”.

Por seu turno, o presidente do CC, Wong Hon Neng, fez uma apresentação sobre as reclamações que o organismo recebeu sobre imóveis do Interior da China, admitindo ter encontrado “dificuldades” no acompanhamento dos casos.

“Como diferentes locais têm o seu próprio regime jurídico, pode existir diferença em matéria de defesa do consumidor”, referiu o presidente do CC, acrescentado ter vontade de explorar uma “proposta viável em prossecução do objectivo comum de salvaguardar os direitos e interesses legítimos do consumido”.

O subdirector do Conselho de Gestão do Novo Distrito de Hengqin em Zhuhai, Li Zhiping deixou ainda nota para o facto de as actividades imobiliárias entre Macau e Hengqin se terem tornado cada vez mais “dinâmicas”, importando, por isso, “fomentar o desenvolvimento saudável do sector” e o intercâmbio de residentes.

Recorde-se que ainda no passado mês de Dezembro, uma série de residentes lesados na compra de fracções no Interior da China entregou uma petição ao Governo, em busca de soluções por parte do Executivo. Uma das lesadas contou na altura ter desembolsado 2,86 milhões de renminbi em Setembro de 2018 pela compra de uma fracção no Interior da China que afinal não pode ser usada para fins habitacionais.

14 Jan 2021

Festival Fringe sai à rua para ensinar Macau a dançar

Integrada na 20.ª edição do Festival Fringe, a série “On Site” arranca já na próxima semana, focada em levar a dança contemporânea às ruas de Macau. Para o director artístico da iniciativa, Mao Wei, esta é uma boa forma de ensinar “o que é um espectáculo de dança”. Os nove programas previstos incluem ainda workshops, espaços de conversa, espectáculos de dança, jogos e actuações improvisadas

 

“Porque é que as pessoas querem ir ao cinema ver filmes e não querem ir ao teatro assistir a um espectáculo de dança contemporânea, inclusivamente quando os bilhetes são mais baratos?”

A pergunta é de Mao Wei, director artístico da iniciativa “On Site”, uma série de espectáculos dedicados à dança contemporânea, que marcam o início da 20.ª edição do Festival Fringe na próxima semana.

Para Wei, uma iniciativa como o “On Site” é extremamente importante para Macau, sobretudo porque “a adesão à dança contemporânea em Macau é muito mais lenta do que nos países americanos ou europeus”.

“As pessoas não têm o hábito de ir assistir a um espectáculo de dança, nem conhecimento para deslindar o que significa ‘contemporâneo’ neste contexto. Na minha opinião isto acontece porque, muitas vezes, as pessoas não sabem o que é um espectáculo de dança, nem o que se passa dentro de uma sala de espectáculos”, disse ontem Mao Wei ao HM, antes de uma conferência de imprensa que serviu para detalhar a programação da série “On Site”.

Por isso mesmo, a iniciativa inclui nove programas que prometem transplantar dançarinos de Macau e da China, dos palcos para a malha urbana da cidade. Além de espectáculos de música e dança, estão ainda previstos workshops de prática corporal, espaços de conversa, jogos e actuações improvisadas onde todos podem participar.

“Viajante do Corpo” é uma dessas performances que vai tomar as ruas de Macau em quatro geografias diferentes, nos dias 22 e 23 de Janeiro. Sem iluminação ou cenografia, o Largo de S.Domingos (11h do dia 22), o Largo do Pagode do Bazar (15h do dia 22), o Jardim da Fortaleza do Monte (11h do dia 23) e o terraço da Ponte 9 (15h do dia 23) farão de palco para as interpretações de peças de dança executadas por Lin Ting-Syu, bailarino indicado para o Prémio Artístico Taishin, Yang Shih Hao, artista de roda acrobática, o Ghost Group, grupo de dança contemporânea e outros artistas.

Para Tracy Wong, curadora da iniciativa “On Site”, “Viajante do Corpo” é a “introdução ideal para quem não sabe nada de dança contemporânea”, porque, além de ser uma experiência única ao ar livre, tem o condão de aglutinar diferentes estilos de dança.

“No teatro só é possível ver o corpo dos artistas, a forma como ele pressente as emoções e o significado dos movimentos. Mas quando levamos o espectáculo para a frente de edifícios ou vistas e Macau, há uma química diferente (…) é possível apercebermo-nos do panorama geral e sentir o momento por inteiro, o céu, talvez os pássaros e as pessoas à volta”, partilhou com o HM.

Improvisos e prazos de validade

Agendado para as 15h00 do dia 21 de Janeiro, a iniciativa baseada no conceito de improvisação “ImprovFlashMob”, pretende propõe que o público se junte ao músico local Bruce Pun, para dar corpo ao som e improvisar danças no largo de S. Domingos.

Aberta à criatividade dos particiantes está também a iniciativa “Open Space”, prevista para os dias 22 e 23, e que será um espaço de dança livre ao som de música contemporânea, que ficará, uma vez mais, a cargo de Bruce Pun.

Já para “aqueles que depois dos espectáculos ficaram interessados em saber como é que os artistas desenvolvem o corpo ou o próprio conceito artístico”, explica Tracy Wong, estão previstos três workshops entre as 20h30 e as 22h00 dos dias 19, 20 e 21. As sessões ficarão a cargo de Dong Jilan, Wang Peixian e Allen Zhou.

Outro dos destaques, desta vez debaixo do tecto das Oficinas Navais Nº1 do Centro de Arte Contemporânea de Macau, é o espectáculo “Um Passo para o Teatro: Prazo de Validade”. Com espectáculos agendados para as 20h00 dos próximos dias 22 e 23, a ideia passa, segundo a curadoria, “por abordar a necessidade de aproveitar o momento e de não pensar demasiadamente no futuro”. Conceito que ganha novos contornos, quando enquadrada no actual contexto da pandemia.

“A pandemia levou-nos a pensar muito sobre distanciamentos e que tudo na vida tem um prazo de validade, quer seja a comida que compramos ou os telemóveis que usamos. Não vale a pena pensar quando é que isto vai acabar.

Ninguém sabe. É como um relacionamento. É impossível saber durante quanto tempo consegues manter uma relação. Escolhemos este espectáculo para fazer as pessoas pensar sobre o que é o prazo de validade e o que vem depois disso”, explicou Tracy Wong.

Ao longo de toda a iniciativa será ainda possível participar no jogo “Pegadas On Site”, em que os participantes poderão recolher autocolantes que podem ser trocados por bilhetes para o espectáculo “Um Passo para o Teatro: Prazo de Validade” e para o evento “Espaço de conversa”, onde é possível interagir com artistas.

13 Jan 2021

Lusofonia | Ho Iat Seng diz que Shenzhen deve aproveitar Macau para explorar mercados

O Chefe do Executivo considera que Shenzhen deve aproveitar as vantagens de Macau para explorar os mercados dos países lusófonos. Do encontro com o secretário do Comité do Partido Comunista da cidade de Shenzhen, Wang Weizhong, ficou ainda a vontade de reforçar sinergias nos campos da medicina tradicional chinesa, educação, inovação tecnológica e inovação científica

 

Ho Iat Seng defendeu durante um encontro com o secretário do Comité do Partido Comunista da cidade de Shenzhen, Wang Weizhong, que o território deve apostar na exploração dos mercados lusófonos, nomeadamente no desenvolvimento da indústria da medicina tradicional chinesa.

“Em Shenzhen, deve haver muitas empresas que pretendem internacionalização, sendo possível aproveitar o papel de plataforma de Macau para explorar os mercados dos países lusófonos. O Governo da RAEM vai aperfeiçoar de forma constante a sua função de plataforma de serviços para a cooperação empresarial sino-portuguesa”, pode ler-se num comunicado divulgado na segunda-feira à noite, o último dia da visita oficial de Ho pelas cidades da Grande Baía.

Ho Iat Seng disse ainda“que Macau está empenhado em desenvolver a indústria da medicina tradicional chinesa e que, no futuro, os medicamentos podem ser registados em Macau e vendidos para a Grande Baía e gradualmente até às outras regiões”.

Considerando que os dois territórios podem promover a partilha de recursos educativos no seio da Grande Baía, o Chefe do Executivo espera também reforçar sinergias nos campos da educação, inovação tecnológica e da inovação científica. Ho Iat Seng sublinhou ainda a vontade de reforçar a cooperação bilateral com Shenzhen na dinamização do desenvolvimento do turismo cultural e das indústrias criativas.

Exemplo a seguir

Por seu turno, Wang Weizhong frisou que Shenzhen está empenhada “na construção de uma área-piloto de demonstração do socialismo com características chinesas” e que a cidade irá colaborar no novo padrão de desenvolvimento da China, ou seja, o mercado interno servirá “como base”, para os mercados interno e externo “se impulsionem mutuamente”.

O responsável disse ainda esperar que a cooperação bilateral entre os dois territórios seja alargada “para atingir um padrão de nível internacional” e “aproveitar as vantagens de Macau”, nomeadamente ao nível dos “serviços modernos e inovação tecnológica” e do intercâmbio com os países lusófonos.

Recorde-se que durante a visita à província de Guangdong, que teve início na passada sexta-feira, Ho Iat Seng já defendera o reforço da cooperação com cidades da Grande Baía para acelerar o crescimento das indústrias financeira, tecnológica e da saúde.

Num momento em que, “para além dos trabalhos de prevenção da pandemia ainda se promove proactivamente a recuperação do turismo”, Macau necessita “de acelerar o crescimento das indústrias da saúde, do sector financeiro moderno e da tecnologia”, podia ler-se numa nota das autoridades, na qual se citava o Chefe do Executivo.

Além de Ho Iat Seng, a delegação de Macau que participou na visita às cidades da Grande Baía, integrou elementos do Executivo, como o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, a chefe do gabinete do líder do Governo, Hoi Lai Fong, e a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes.

13 Jan 2021

Escultura | Creative Macau acolhe trabalhos de Eloi Scarva e Chan Un Man

A partir de quinta-feira o espaço da Creative Macau inaugura a exposição “Capsule Formation & Asymbiotic Germination”. A mostra, que inclui trabalhos escultóricos dos artistas Eloi Scarva (Macau) e Chan Un Man (China), pretende ser uma alegoria ao confinamento que o mundo atravessa, procurando novas vias de ligar o Homem à natureza

“Co-existimos neste espaço colectivo abrigados de uma pandemia mundial, redescobrindo a nossa moradia com diferentes olhos, de quem não tem liberdade, numa cela a céu aberto de uma escala absurda, calculamos as nossas prioridades, reflectimos na nossa irmandade e questionamos o futuro”.

O mote é dado por Eloi Scarva, numa nota enviada pela organização. Através da sua obra, criada especialmente para a exposição “Capsule Formation & Asymbiotic Germination”, o artista de Macau pretende, a partir da mistura entre o cimento e material orgânico, como folhas, criar objectos arquitectónicos com o condão de “enclausurar uma síntese” da actual situação de Macau, marcada pelo enclausuramento e a pandemia.

O resultado, após a recolha de materiais um pouco por todo o território, são cápsulas que apresentam Macau fechada “dentro de uma prisão de cimento, polimero e aço” e na forma de “objecto-metáfora da actual situação nacional”.

Para Lúcia Lemos, coordenadora da Creative Macau, espaço que acolhe a exposição a partir de quinta-feira, o trabalho de Eloi tem o condão de “abordar o tema do confinamento e os sentimentos que isso desponta, mas observando, contudo, a natureza”.

“O Eloi resolveu criar esculturas em cimento e incluir elementos da natureza, como folhas, materiais orgânicos e outros feitos pelo homem. A ideia é juntar dois elementos numa situação drástica, à semelhança daquilo que o mundo está a sofrer. Nesse sentido, talvez as pessoas possam virar-se para dentro, de forma a estarem mais próximas da natureza”, partilhou com o HM.

Chan Un Man é o outro artista cujos trabalhos poderão ser vistos no espaço da Creative Macau. No caso de Man, explica Lúcia Lemos, apesar de abordar também a temática da natureza, as suas esculturas exploraram igualmente “o que é artificial”. “As esculturas, em si, são em madeira e depois encrostadas numa base de madeira com acrílico também como suporte”, acrescentou.

Subjacente está também a ideia da “germinação”, ou seja, da semente como génese das árvores, de onde se extraiu a madeira para as obras.

Equilibrios e forças

Outra das temáticas abordadas pelo artista chinês, Chan Un Man, prende-se com a ligação das suas obras ao místico e ao sagrado, sobretudo pelo facto de os troncos e madeira que acabou por usar na produção das peças, estarem originalmente destinados à criação de esculturas sagradas no Japão.

“Tive muita sorte (…) por ter comprado essa madeira para criações futuras. Dado que a madeira tinha uma missão sagrada, decidi dar-lhes vida, esculpindo-as”, apontou Chan Un Man numa nota oficial da organização.

Em comum, explicou Lúcia Lemos ao HM, através das suas obras, os dois artistas partilham a ideia de “procurar, no mundo em que vivemos, estar junto da natureza, com a certeza de que o progresso é irreversível”. “Os trabalhos de Eloi Scarva e Chan Un Man estão relacionados com todo esse equilíbrio e forças”, sublinhou ainda a responsável.

A exposição “Capsule Formation & Asymbiotic Germination” tem inauguração agendada para quinta-feira às 18h30 e pode ser vista até ao dia 27 de Fevereiro.

12 Jan 2021

PIDDA | Projecto do Instituto do Desporto mantém cativos 6,6 milhões desde 2012

Devido a uma acção judicial que aguarda resolução desde 2012, um projecto do Instituto do Desporto no valor de 6,6 milhões de patacas está no centro das preocupações da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas. No total, 38 projectos orçamentados em 470 milhões de patacas ficaram parados até ao 3.º trimestre de 2020

 

O projecto de remodelação da torre oeste do edifício do Instituto do Desporto (ID) tem mantido cativa desde 2012, uma reserva no valor de 6,6 milhões de patacas no item do PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas da Administração) destinado à obra.

Num ano em que, devido à pandemia, o orçamento é deficitário, a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas da Assembleia Legislativa mostrou-se preocupada, com o facto de o caso se arrastar há mais de oito anos, podendo vir a afectar a “eficiência administrativa” e o próprio orçamento.

Mak Soi Kun, que preside à Comissão, explicou que, após interpelar os representantes do ID presentes na reunião de ontem, ficou claro que a taxa de execução nula ficou a dever-se ao facto de haver uma acção judicial pendente.

“O ID tem um projecto que, desde 2012, tem apresentado uma taxa de execução zero, devido a uma acção judicial pendente. Devido à acção judicial, desde 2012, há sempre uma verba reservada de 6,6 milhões de patacas”, aprofundou Mak Soi Kun.

Segundo o deputado, a Comissão procurou ainda apurar quanto tempo mais teria que passar para que a acção judicial seja resolvida. Sobretudo porque, não se sabendo ainda se a decisão será favorável ao Governo, poderá implicar despesas adicionais.

“Isto envolve muitos custos administrativos e as despesas ainda não foram pagas, mas o maior problema é que não se sabe o resultado desta acção [judicial], ou seja, se o Governo vai vencer ou não. Quanto tempo se vai arrastar?”, explicou Mak Soi Kun. “Se o Governo perder a acção vai ter de pagar uma indemnização segundo a sentença do tribunal”, acrescentou.

Na resposta, o ID revelou que o processo encontra-se já na “recta final”, argumento que tranquilizou os deputados.
“Este ano temos um orçamento deficitário e estas verbas reservadas podem afectar a nossa eficiência administrativa. Além disso, como ainda não se sabe quais são os resultados desta acção judicial, a comissão quis saber quanto tempo falta para a [sua] conclusão. Porque agora temos diversos métodos para resolver isto, por exemplo, através de arbitragem. Segundo o ID, esta acção judicial já está na recta final e por isso a Comissão aceitou a resposta”, partilhou Mak Soi Kun.

Cepa torta

Durante a reunião de ontem, a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas transmitiu ainda que, no cômputo dos vários serviços consultados, até Setembro do ano passado, havia 38 projectos com uma taxa de execução nula, envolvendo um orçamento autorizado de 470 milhões de patacas.

De acordo com Mak Soi Kun, os representantes dos organismos envolvidos em projectos com taxa e execução nula até ao 3.º trimestre de 2020, como o Instituto para os Assuntos municipais (IAM), a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e o Gabinete para o desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), justificaram a situação com os contratempos provocados pela pandemia, acrescentando, no entanto, ter havido uma evolução.

“Sabemos que no 3.º trimestre a situação epidémica foi muito grave. Estes serviços explicaram que, mesmo que alguns projectos estejam atrasados no 3.º trimestre, muitos (…) já aceleraram as obras entre 80 e 90 por cento. Muitas obras envolvem trabalhadores e materiais provenientes do exterior. Por isso é que há atrasos”, referiu o deputado. Mak Soi Kun revelou ainda que até ao 3.º trimestre, a taxa de execução do PIDDA estava em 44 por cento.

12 Jan 2021

José Pereira Coutinho pede melhorias no sistema e rotulagem de alimentos industriais

Através de uma interpelação escrita, o deputado José Pereira Coutinho questionou o Governo de que forma está a ponderar introduzir melhorias no sistema de rotulagem dos alimentos industriais.

Para o deputado, tendo em conta que a má alimentação aparece cada vez mais associada ao aparecimento de doenças crónicas não-transmissíveis, o Governo deve implementar um sistema de rotulagem que permita aos consumidores fazer “escolhas mais informadas e conscientes sobre a aquisição de alimentos”.

Com o objectivo de promover uma alimentação saudável e evitar o excesso de peso da população de Macau, Pereira Coutinho pergunta ainda ao Executivo se está a ponderar criar legislação para impor limites de sódio, gordura e açúcar na composição de alimentos industriais. Além disso, para o deputado, este tipo de medidas, poderia “evitar a sobrecarga do sistema de saúde no tratamento de doenças evitáveis”.

Tomando como exemplo a taxação de alimentos por razões de saúde pública como acontece em vários países europeus, Pereira Coutinho reitera que, para além de ter o condão de informar adequadamente a população sobre o valor nutricional dos alimentos, “a política de preços constitui uma ferramenta para a promoção da alimentação saudável”.

Por fim, Coutinho quer ainda saber qual é a incidência e mortes prematuras, ou seja, antes dos 70 anos, na população de Macau, por doença associada à hipertensão arterial, diabetes, cancro e doença respiratória crónica.

12 Jan 2021

Pai agride filha com cadeira por se recusar a estudar no estrangeiro

Um residente com 52 anos foi detido por alegadamente ter esbofeteado e agredido a filha com uma cadeira nas costas. A PJ diz que a ira do pai foi provocada após a vítima se ter recusado, uma vez mais, a continuar os estudos fora de Macau. As autoridades não consideram tratar-se de um caso de violência doméstica

 

É caso para dizer que o suspeito pode agora esperar sentado. A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada terça-feira um residente de Macau com 52 anos, suspeito de ter esbofeteado e agredido a própria filha, pelas costas, com uma cadeira. A razão na origem da ira do pai, acusado do crime de ofensa simples à integridade física, terá sido a recusa da filha, com cerca de 20 anos, de prosseguir os estudos no estrangeiro.

Segundo o jornal Ou Mun, o episódio teve lugar no primeiro dia de 2021, durante a tarde, quando os pais da vítima decidiram visitar a filha ao apartamento onde reside, na zona central da cidade. Durante a visita, os pais terão insistido com a filha para prosseguir com os estudos fora de Macau. No entanto, apesar de a vítima ter já assumido a mesma posição noutras ocasiões, a recusa em prosseguir os estudos no estrangeiro originou uma reacção irada por parte do pai, que rapidamente adicionou violência à discussão.

Incrédulo, o pai esbofeteou a filha na face, tendo de seguida pegado numa cadeira para desferir uma nova agressão, desta feita dirigida às costas da vítima. Durante a discussão, a mãe, que assistiu a tudo, procurou ainda interpor-se entre os dois, numa tentativa de acalmar os ânimos. Após a discussão, ambos os pais saíram da habitação.

No dia seguinte, a vítima resolveu apresentar queixa, tendo a PJ iniciado uma investigação que resultou na detenção do homem de 52 anos na passada terça-feira.

De acordo com o porta voz da PJ, Leng Kam Lon, citado pelo canal inglês da TDM Canal Macau no sábado, a vítima apresentava ferimentos ligeiros.

“Houve alguns problemas que, muito provavelmente, estiveram na base da ira do suspeito, que acabou por esbofetear a vítima na face. Depois disso pegou numa cadeira de madeira e acertou-lhe com ela nas costas. Após investigar, o suspeito admitiu ter cometido o crime e, de acordo com os especialistas forenses, as agressões resultaram em ferimentos ligeiros no corpo da vítima”, explicou o porta-voz.

Violência caseira

De acordo com a mesma fonte, apesar dos contornos, a PJ não considera tratar-se de um caso de violência doméstica.

O homem foi, entretanto, presente ao Ministério Público (MP), acusado da prática do crime de ofensa simples à integridade física. Caso se confirme a acusação, o homem, desempregado, pode vir a ser punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa.

11 Jan 2021

Habitação | Preços sobem 0,2% entre Setembro e Novembro

O índice global de preços da habitação entre Setembro e Novembro de 2020, foi de 268,2, representando um crescimento de 0,2 por cento, em relação ao período anterior, ou seja, entre Agosto e Outubro de 2020. Detalhando os dados divulgados na passada sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o índice de preços das habitações da Península de Macau foi “semelhante” ao do período precedente (268,0), ao passo que o índice referente à Taipa e Coloane foi de 269,2, traduzindo-se, num aumento de 0,1por cento.

Já o índice de preços das habitações construídas foi de 289,4, tendo caído 0,3 por cento em relação ao período anterior. Em termos do ano de construção, o índice das habitações pertencentes ao escalão dos 6 aos 10 anos desceu 1,2 por cento. Já o índice do escalão inferior ou igual a 5 anos de construção cresceu 1,0 por cento. Em sentido ascendente está também o índice de preços de habitações em construção, que registou um aumento de 1,9 por cento.

O índice dos edifícios do escalão dos 75 aos 99,9 metros quadrados de área útil caiu 1,1 por cento. Em sentido contrário, tanto o índice do escalão igual ou superior a 100 metros quadrados, como o do escalão inferior a 50 metros quadrados, ascenderam 0,7 e 0,5 por cento, respectivamente.

11 Jan 2021