Zona D | Sugerido que aterro se ligue à Taipa

Lei Chan U defende que a Zona D dos Novos Aterros não deveria ser uma ilha, mas uma extensão da zona costeira da Taipa. O deputado da bancada dos Operários considera que a alternativa teria menos impacto na paisagem, com menos problemas na construção de infra-estruturas e maior segurança de navegação

 

A Zona D dos Novos Aterros deveria ficar ligada por terra à Taipa, em vez de ser construído em forma de ilha. Esta é a opinião de Lei Chan U, que lançou a sugestão ao Governo numa interpelação escrita divulgada ontem. O deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) considera que alargar a zona costeira do norte da Taipa traria muitas vantagens. “Esta alternativa reduz as dificuldades de construção de infra-estruturas nesta zona no futuro e o impacto paisagístico, mas também permite manter a largura do canal de navegação entre Macau e Taipa, garantindo a segurança da navegação,” argumenta.

O deputado pediu também que o Governo tenha em conta os problemas de assoreamento que já se verificam no canal entre a Zona C dos Novos Aterros e a Taipa “Apesar dos trabalhos de desentupimento realizados depois de concluída a construção do aterro da Zona C, o fundo do mar ficou quase exposto, com pouca profundidade da água durante a maré baixa, devido à largura muito estreita do canal entre o aterro e a Taipa”, indicou Lei Chan U, acrescentando que no futuro poderá acontecer o mesmo à Zona D.

O legislador recordou o anúncio do Governo, feito a 22 de Outubro, de que estaria para breve o início das obras para construir a Zona D, antes da realização de uma nova medição da profundidade das águas para o aterro, recolha de amostras de lodo para testes, apresentação de propostas para a construção do terminal marítimo provisório e escavação de canal de navegação provisório.

Para a outra margem

Recorde-se que a Zona D será o maior aterro do lado da Taipa, com cerca de 58 hectares, e ficará entre a Ponte da Amizade e a Ponte Governador Nobre de Carvalho. O plano urbanístico dos Novos Aterros, que incluem a construção de seis aterros foi aprovado pelo Governo Central em 2009, num total de 350 hectares. No entanto, o Governo da RAEM pediu a Pequim para desistir do aterro da Zona D em 2020.

O Chefe do Executivo Ho Iat Seng indicou que os custos com materiais para realizar a obra eram demasiado avultados. Mas a construção do aterro também foi criticada pelo secretário Raimundo do Rosário, aquando da apresentação do Plano Director aos deputados. “Entre Macau e a Taipa já está em curso a Zona C e daqui a pouco, se fizermos a Zona D, quase que deixa de haver água”, afirmava Raimundo do Rosário em Setembro de 2020. A intenção do Executivo da RAEM não foi atendida pelo Governo Central.

Finalmente, Lei Chan U pediu ainda ao Governo que lance um estudo para avaliar a necessidade da construção da quinta ponte entre a península e a Taipa.

7 Nov 2024

Associação sugere criação do “Bairro de Portugal” em São Lázaro

O presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, defende a transformação da freguesia de São Lázaro numa zona comercial com produtos portugueses. A ideia foi defendida em declarações prestadas ao Jornal do Cidadão, com Wong a propor que a zona fosse baptizada como “Bairro de Portugal”.

Segundo o presidente da associação, o plano passa por criar uma nova marca no território para promover o turismo local, com base nas características portuguesa da RAEM, através da venda de produtos, organização de espectáculos ou feiras de artesanato. Paul Wong justificou este plano, com o facto de considerar que “as características portuguesas” de Macau e as ligações históricas com Portugal são uma vantagem do turismo local, principalmente na região Ásia-Pacífico.

O responsável afirmou também que a proposta encontra justificação no facto de Macau preservar muitos edifícios com um estilo de arquitectura próximo da realidade portuguesa e de haver o objectivo político da RAEM actuar como uma plataforma para a cooperação na área económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Trabalho já feito

Segundo o presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, parte do trabalho de transformar a freguesia de São Lázaro está feito, e deu como exemplo as várias actividades desenvolvidas pelo Albergue da Santa Casa da Misericórdia, assim como a preservação da calçada de estilo português.

No âmbito de uma estratégia de promoção do turismo local, Wong defendeu igualmente que o Executivo local aproveite melhor as vantagens do Aeroporto Internacional de Hong Kong, ao subsidiar o transporte para Macau dos turistas internacionais que chegam à RAEHK. Além disso, Wong defende ainda campanhas de publicidade mais agressivas no aeroporto da região vizinha.

Paul Wong não deixou de comentar a situação da falta de voos regionais no Aeroporto Internacional de Macau e defendeu a solução de serem criadas mais ligações para o mercado Ásia-Pacífico, numa altura em que a esmagadora maioria das ligações disponíveis são para o Interior.

6 Nov 2024

Caso MCB | Alegações finais na terça-feira

A sessão destinada à audição das testemunhas abonatórias ficou marcada pelo depoimento da mãe do arguido Liu Wai Gui, que tentou ajoelhar-se no tribunal e pedir clemência ao colectivo de juízes

 

De coração partido, a tentar ajoelhar-se e a pedir clemência. Foi desta forma que a mãe do arguido Liu Wai Gui depôs em tribunal na quarta-feira, em mais uma sessão do julgamento do caso do Banco Chinês de Macau (MCB, em inglês). De acordo com o relato feito pelo Canal Macau, numa sessão dedicada a ouvir as testemunhas abonatórias, foi ouvida a mãe de Liu Wai Gui (arguido que está desaparecido) e também da arguida Liu Hai Qin (detida em Coloane).

A mãe dos dois afirmou perante o tribunal que nem o filhou ou a filha tinham feito alguma coisa de ilegal. Apesar disso, reconheceu desconhecer o paradeiro daquele que é um dos principais arguidos, e indicou ainda que há cerca de um ano que não tem notícias dele, não tendo havido qualquer contacto.

Num depoimento feito no dialecto de Putian, uma cidade de Fujian, a mãe definiu os seus filhos como “respeitadores”. Sobre a filha, Liu Hai Qin, a progenitora afirmou que ela abdicou de se casar, para poder tomar conta dos pais.

Contudo, o depoimento ficou marcado pelo desespero da mãe, que tentou ajoelhar-se e pedir clemência aos colectivo de juízes, antes de ser amparada pelos funcionários judiciais.

Segundo a tese da acusação, a associação criminosa liderada pelos arguidos Yau Wai Chi e Liu Wai Gui criou empresas fictícias, com a ajuda de familiares e amigos, como a Companhia de Engenharia Junpam, para pedir empréstimos junto do banco para obras que nunca foram realizadas ou que tinham um custo inferior ao dos empréstimos pedidos. Aprovados os pedidos de empréstimo, as verbas eram distribuídas pelos diferentes membros da associação, o que terá causado perdas de 456 milhões de patacas ao banco.

Alegações a 5 de Novembro

Na sessão de quarta-feira, foram igualmente ouvidas outras testemunhas abonatórias, como um amigo da ex-directora do jornal Hou Kong, Bobo Ng, que é suspeita de ter estado ligado a uma empresa utilizada para desviar dinheiro do banco. Bobo Ng, que se encontra detida em Coloane, e o arguido Liu Wai Gui teriam uma relação de grande proximidade.

Segundo o amigo de Bobo, a empresária era uma pessoa “decente, honesta e amiga do seu amigo”. Esta testemunha sublinhou também que Bobo Ng era uma pessoa em quem se podia confiar, mas que seria muito ingénua porque “confiava em demasiado nas pessoas”.

A quarta-feira serviu igualmente para agendar as alegações finais para 5 de Novembro, a próxima terça-feira. No entanto, o colectivo de juízes deixou antever um total de 10 horas para estas alegações, o que pode significar que apenas um dia não será suficiente para todo o processo.

O caso tem como principal arguida Yau Wai Chu, antiga presidente do MCB, que nas sessões anteriores afirmou a sua inocência face a todas as acusações.

1 Nov 2024

Seac Pai Van | Nick Lei diz que estação é inconveniente para idosos

A estação do Metro Ligeiro de Seac Pai Van, que é inaugurada amanhã, começou a motivar reparos, com destaque para o deputado Nick Lei que argumenta que a estação não tem acessos convenientes para idosos. Em declarações ao jornal Ou Mun, o legislador ligado à comunidade de Fujian afirmou que o acesso às plataformas implica muitas subidas e descidas, mesmo com a instalação de elevadores, circunstância que pode dificultar a vida aos residentes de Seac Pai Van, onde residem muitos idosos.

Nick Lei recordou que o corredor aéreo pedonal da Avenida da Harmonia e Avenida de Ip Heng serão os principais acessos à estação de Metro Ligeiro prestes a ser inaugurada, mas ainda estão em fase de concepção. Como tal, o deputado entende que o Governo deveria dar prioridade a estas obras para tornar o Metro Ligeiro numa alternativa viável aos autocarros públicos.

O deputado sugeriu ainda que seja tida em conta a estrutura demográfica dos bairros que vão ser servidos pelo Metro Ligeiro, além de ouvir as opiniões da população, de forma a aperfeiçoar os sistemas de transportes públicos.

Apesar dos reparos, Nick Lei realça que a estação de Seac Pai Van do Metro Ligeiro vem colmatar a insuficiência de carreiras e frequências de autocarro a servir o bairro.

31 Out 2024

Espectáculos | Zona ao ar livre pode estar concluída em Novembro

A presidente do Instituto Cultural revelou que a construção da zona de espectáculos ao ar livre no Cotai poderá estar concluída em Novembro e que serão organizados concertos e espectáculos para testar a capacidade das instalações, o fluxo de trânsito e ouvir opiniões da população. Para já, estão a ser ultimados regulamentos para o arrendamento do espaço

 

Os primeiros acordes a soarem na zona para espectáculos ao ar livre no Cotai podem estar para breve. Segundo a presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong, a construção da área, ao lado do Grand Lisboa Palace, poderá estar concluída no próximo mês. A responsável pela área cultural adiantou ainda que o IC está a ultimar a regulamentação que irá estabelecer as regras para o arrendamento e uso do espaço.

Em declarações citadas pelo jornal Ou Mun, Deland Leong revelou ainda que o Governo irá organizar espectáculos não só para celebrar a inauguração do espaço com a população, mas também afinar detalhes e testar os equipamentos. Sem especificar a natureza dos eventos, ou quantos serão organizados, a presidente do IC indicou que os principais objectivos passam por testar os equipamentos do recinto, reunir sugestões e permitir que a população se familiarize com os transportes e os acessos à zona.

Além disso, a lotação do recinto irá ser aumentada gradualmente, depois dos eventos que irão testar a capacidade da zona. Recorde-se que o recinto foi pensado para acolher cerca de 50 mil espectadores.

A zona de espectáculos ficará situada num terreno do Governo, com uma área de 94 mil metros quadrados, “na intersecção entre a Avenida do Aeroporto e Rua de Ténis, virada a norte para a Rua de Ténis e a nordeste para a Avenida do Aeroporto”, perto do Grand Lisboa Palace.

No final de Julho, foi adjudicada à Companhia de Construção & Engenharia Shing Lung a empreitada para a construção do recinto. A empresa apresentou a proposta mais barata, no valor de 84,8 milhões de patacas.

Ruínas e estaleiros

Deland Leong confirmou também que vão continuar a ser organizados concertos nas Ruínas de São Paulo até às vésperas do Ano Novo Chinês, também porque estamos a atravessar a época ideal para assistir a concertos ao ar livre. Apesar de ainda não existirem planos concretos, a presidente do IC indicou que será organizado um concerto da Orquestra de Macau no Natal.

Sobre os progressos das obras de recuperação dos estaleiros navais de Lai Chi Vun, Deland Leong referiu que a concessionária responsável pela revitalização do local, o grupo Galaxy, deverá concluir, até ao fim do ano, a instalação de equipamentos destinados à diversão familiar.

No próximo ano, será iniciada a segunda fase da obra de revitalização da área, incluindo a reparação dos estaleiros navais restantes, cujo plano de design está a ser desenvolvido.

29 Out 2024

DST | Caso de residente falecida nos EUA gera queixas

A mãe e a tia de um residente de Macau faleceram num acidente de viação durante uma visita a Los Angeles, a 6 de Outubro. Contudo, dias depois de a morte ter sido confirmada nos EUA, o filho da vítima foi informado pela DST de que a mãe afinal podia estar viva. A situação foi exposta por Ron Lam

 

O filho de uma residente que faleceu num acidente de viação, no início do mês, quando estava de férias em Los Angeles, queixa-se da falta de apoio da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e da forma como a organização lidou com o assunto. A situação foi denunciada ontem, através de uma conferência de imprensa, promovida pelo deputado Ron Lam.

Segundo o relato do filho da vítima, o acidente aconteceu a 6 de Outubro, quando a mulher estava nos EUA, acompanhada pela irmã, a visitar dois amigos. O veículo onde seguiam esteve envolvido num acidente, na estrada Interstate 5, que causou a morte imediata da tia do residente. A mãe foi transportada para o hospital, e acabaria por morrer, duas horas mais tarde. Também os dois amigos que seguiam igualmente no veículo sucumbiram aos ferimentos.

No entanto, desde 6 de Outubro que o filho da vítima se queixa da falta de apoio da DST, que apenas ontem conseguiu confirmar o óbito da mãe, mais de 10 dias depois da ocorrência.

Segundo o homem de apelido Chui, a notícia sobre o acidente chegou através dos relatos da imprensa norte-americana, e também por via de um amigo dos dois visitados, que se encontrava nos EUA.

Face aos relatos iniciais, Chui contactou a DST, a 7 de Outubro, para tentar obter informações sobre a mãe, sem que a funcionária lhe tenha pedido os dados pessoais da progenitora. Ao invés, limitou-se a disponibilizar o contacto telefónico do Consulado Geral da China em Los Angeles, e pediu ao residente para levar a cabo com as diligências necessárias.

Informação contraditória

Sem receber informações, no dia 8 de Outubro, o residente é informado da morte da mãe, por um amigo. Nesse dia ligou para o programa Fórum da Ou Mun Tin Toi a queixar-se publicamente de não ter apoio por parte do Governo. Horas mais tarde, com a situação a tornar-se pública, recebeu uma chamada da DST a pedir-lhe os dados da mãe.

Também nesse dia, a Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) informa o primo do queixoso, que a sua mãe tinha morrido num acidente de viação nos Estados Unidos.

A confirmação da morte da mãe do residente chegou no dia seguinte, 9 de Outubro, pela DSI, também numa chamada telefónica para o primo. Dado que não tinha sido contactado directamente pela DSI, o residente voltou a ligar para a DST para confirmar o óbito. Porém, foi informado pela DST que a morte não estava confirmada e que a mãe poderia estar viva.

Finalmente, a 10 de Outubro o residente confirma a morte da mãe, depois de ter conseguido obter o contacto da Associação Chinesa de Los Angeles. Também nesse dia, ficou a perceber onde estava o cadáver da mãe e conseguiu, através dessa associação, tratar do corpo, para lidar com o funeral e outras necessidades.

Desânimo e desistência

Face a tudo o que se passou, o residente desabafou ontem que não espera receber qualquer apoio do Governo, dado que ao longo de toda a situação a DST mostrou saber menos do que ele sobre o sucedido. “Já desisti de pedir apoio ao Governo, porque fiquei com a ideia que sabia mais do que eles. Devia ter sido ao contrário”, desabafou Chui.

Chui lamentou toda a situação e considerou que se não fosse um amigo de uma das outras duas vítimas, que esteve de visita a Macau, que possivelmente ainda hoje não teria informações sobre o caso.

Por sua vez, o deputado Ron Lam lamentou a situação e adiantou a hipótese da falta de organização do Governo se dever à extinção, em 2021, do Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT). Este gabinete era integrado por vários serviços, o que permitia a troca de informações e actuar de forma coordenada. Ron Lam prometeu ainda pedir mais informações sobre o caso, através de uma interpelação escrita.

Governo reage

Entretanto, o Governo emitiu uma nota sobre o caso, referindo que, após averiguação, “o acidente terá envolvido outra vítima de identidade não identificada, com grande possibilidade de ser a mãe de um residente de Macau de apelido Chui que contactara a Linha Aberta para o Turismo na noite de 7 de Outubro em busca do seu paradeiro”.

“De acordo com o parecer do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) solicitou prontamente ao Sr. Chui detalhes da identidade da sua mãe. Os dados foram depois de imediato enviados pelo Comissário do MNE às autoridades policiais, através do Consulado Geral da China em Los Angeles. Entrentanto, o Consulado Geral prosseguiu com o devido acompanhamento da perícia forense para a confirmação da identidade, procurando ao mesmo tempo averiguar por diferentes formas a situação da vítima de identidade não confirmada, concluindo preliminarmente que a outra vítima deveria tratar-se da mãe do Sr. Chui”, lê-se ainda na nota.

Tanto a DSI como a DST dizem ter informado o sr. Chui e familiares sobre as informações consulares recebidas, sendo que, “dado não existir ainda resultados do processo de identificação forense”, a DST não conseguiu “confirmar formalmente se a vítima em causa era a mãe” do sr. Chui.

Na noite de quarta-feira, adianta a nota, “o Consulado Geral recebeu informação a confirmar que a vítima era a mãe do Sr. Chui, tendo de imediato transmitido a informação e expressado as condolências, por intermédio do Comissário do MNE e da DST”.

18 Out 2024

Estacionamento | Deputado exige rigor nos preços

O deputado Ngan Iek Hang defendeu, segundo o Jornal do Cidadão, que devem ser definidas de forma mais científica as tarifas a pagar em parques de estacionamento. Tais declarações surgem no seguimento da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) ter dito ao deputado que a existência de baixas tarifas nos parques não beneficia a sustentabilidade do trânsito.

Neste sentido, Ngan Iek Hang defende que a fórmula de fixação de preços tem de ser mais científica e transparente, para que a população tenha a percepção dos critérios utilizados na definição de valores.

O deputado, ligado à União Geral das Associações de Moradores (UGAMM), receia que os novos parques de estacionamento públicos sigam a tendência de aumentar os preços, colocando o preço diurno a oito patacas por hora, e o preço nocturno a quatro patacas por hora, para os automóveis, o que irá aumentar as despesas dos residentes nesta matéria.

Ngan Iek Hang destacou que os parques mais recentes, na Residência para Idosos, no hospital das ilhas ou no parque construído junto à Estrada Governador Albano de Oliveira, já cobram estes preços. Os parques de estacionamento construídos anteriormente custam, durante o dia, seis patacas por hora, enquanto à noite o valor é de três patacas.

O deputado deixou ainda a sugestão de os parques de estacionamento públicos passarem a cobrar tarifas a cada meia hora, ao invés de apenas uma hora, ou então que adoptem o sistema do Interior da China, em que os primeiros 15 minutos são gratuitos, a fim de incentivar a circulação de viaturas.

17 Out 2024

Metro ligeiro | Nick Lei exige explicações sobre avarias

Nas últimas semanas, o metro ligeiro registou várias avarias que têm levado deputados a questionar as suas origens. Desta vez é Nick Lei que quer saber o motivo das avarias, afirmando que o público merece ser esclarecido

 

O metro ligeiro esteve algumas vezes sem funcionar nas últimas semanas, primeiro por ocasião da Semana Dourada, a 29 de Setembro, quando foram anunciadas viagens gratuitas, e depois novamente no passado dia 11 de Outubro.

Tendo em conta a proximidade de datas das avarias, o deputado Nick Lei questiona as suas causas. Em declarações ao jornal Ou Mun, este exija que se faça uma investigação ao sucedido e que o público seja informado desses resultados, a fim de evitar que casos semelhantes ocorram no futuro.

Ligado à comunidade de Fujian, de que é representante, o deputado queixa-se do facto de as avarias do Metro ligeiro apenas serem divulgadas e explicadas através de comunicados de imprensa, levando a que a sociedade não tenha conhecimento dos detalhes dos acontecimentos nem consiga acompanhar os resultados da análise ao sucedido.

Nick Lei lembrou que, quando este meio de transporte começou a funcionar, o website da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) divulgava relatórios sobre a operação e quaisquer incidentes registados no metro ligeiro. Porém, não ocorrem actualizações nesse sentido desde Julho de 2020, pelo que o deputado sugere que seja novamente criado um sistema onde se divulguem informações públicas de forma sistemática.

Falta de confiança

Nick Lei pede ainda que, nas explicações fornecidas pelo Executivo, se explique se as avarias se deveram a erros humanos ou defeitos do próprio sistema de transporte.

A seu ver, o facto de as avarias terem ocorrido num curto espaço de tempo só faz com que o público não tenha confiança neste meio de transporte, pois o Metro acaba por não desempenhar as funções que deveria ter. Nick Lei lembrou ainda que, após ser inaugurado, existem ainda poucas linhas em funcionamento, sobretudo na Taipa, e que falta correspondência plena com outros meios de transporte.

No caso da avaria registada antes da Semana Dourada, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, já veio afirmar que se tratou de um problema técnico, que fez parar toda a linha da Taipa.

“O Metro Ligeiro tem um sistema próprio de operação, e as carruagens param quando houver problemas, isso é para garantir a segurança dos passageiros”, disse o responsável, indicando assim que “todo o Metro Ligeiro vai parar quando houver problemas na recepção do sinal”.

17 Out 2024

Assinados primeiros contratos de arrendamento na Residência para Idosos

Foram ontem assinados os primeiros 26 contratos de arrendamento dos apartamentos da Residência para Idosos, um tipo de habitação pública, construído a pensar nas pessoas independentes com mais de 65 anos. As assinaturas dos contratos começaram ontem a ser formalizadas, promovidas pelo Instituto de Acção Social (IAS).

Ao jornal Ou Mun, o presidente do IAS, Hon Wai, considerou que as primeiras assinaturas de contratos correram “bem” e que está previsto que todas as terças, quartas e quintas-feiras se concretizem mais assinaturas de contratos.

Hon explicou também que, actualmente, cerca de 900 agregados familiares escolheram os apartamentos que desejam ocupar na Residência para Idosos, e que, entre estes, 600 devem mudar-se para a nova casa até ao final deste ano. Os restantes 300 só deverão mudar-se a partir de Janeiro.

Obras a decorrer

Em relação aos trabalhos nos diferentes apartamentos, Hon Wai indicou que a decoração de todos os apartamentos residenciais está praticamente acabada. As supervisões dos equipamentos vão ser feitas de forma gradual, de acordo com o responsável, e só depois estarão reunidas as condições para os espaços serem ocupados.

Além disso, o presidente do IAS explicou que as instalações do Clubhouse já entram em funcionamento e que foi atribuído um espaço aos Serviços de Saúde, para poderes disponibilizar consultas neste tipo de habitação.

Sobre o restaurante previsto para o edifício, ainda faltam terminar as obras de decoração, o que deverá acontecer no início de Novembro.

Hon Wai observou ainda ao jornal Ou Mun que alguns idosos têm medo de se esquecer como utilizar os equipamentos do apartamento. Por esse motivo, vão ser organizadas todas as segundas e sextas-feiras sessões de apresentação e esclarecimento de dúvidas para os idosos.

Segundo a apresentação do IAS, a Residência para Idosos, que se situa no lote P, na Areia Preta, tem 37 andares e oferece 1.815 apartamentos residenciais, em forma de apartamento estúdio.

16 Out 2024

Bairros Comunitários | Governo recusa promoções de casinos

O alargamento dos programas de descontos dos casinos ao comércio local e à zona norte é visto como uma forma de promover a recuperação económica. No entanto, o Governo afasta, por agora, a possibilidade de aoi iniciativa por temer os efeitos negativos para a sociedade

 

O Governo afastou a possibilidade de os programas de descontos e promoções dos casinos poderem ser utilizados nos bairros comunitários, como forma de promover o comércio local. A posição, ainda que temporária, foi comunicada por Adriano Marques Ho, dirigente da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), na resposta a uma interpelação escrita.

Com o comércio local a sofrer com a competição do Interior, a deputada Lo Chio In questionou o Executivo sobre a possibilidade de os pontos acumulados pelos jogadores para obterem descontos nas lojas dos casinos poderem ser gastos em outros locais, como a zona norte.

Segundo a legisladora ligada à comunidade Jiangmen, esta seria uma forma de revitalizar o comércio e promover um maior consumo pelos turistas, em zonas que actualmente atravessam dificuldades.

No entanto, o Governo teme que a opção leve a uma “promoção excessiva” do jogo. “Quanto ao assunto de pontos ganhos pelos jogadores nos casinos poderem ser utilizados nos bairros comunitários, a medida pode resultar numa divulgação ou promoção excessiva, sendo por isso fácil prever que tenha um impacto negativo. Por isso, é preciso tratarmos o assunto de forma prudente,” realçou o director da DICJ, Adriano Marques Ho.

Apesar da nega às pretensões da deputada, Adriano Ho garantiu que o Governo vai continuar a incentivar as concessionárias do jogo a cooperar com as pequenas e médias empresas.

Outras alternativas

Como forma de promover a economia dos bairros comunitários, o director da DICJ acredita que o melhor caminho passa pela aposta nos “elementos não jogo”, com o apoio das concessionárias, e pela atracção de mais turistas para essas zonas, como está previsto nos contratos de concessão do jogo.

“Devemos frisar que as concessionárias do jogo estão a lançar, de forma ordenada, os projectos de investimento e a cumprir as suas promessas segundo os contratos de concessão,” respondeu o responsável.

Marques Ho adiantou também que a DICJ vai cumprir o seu papel e supervisionar rigorosamente as concessionárias do jogo, para assegurar que concretizam as promessas dos contratos de concessão.

Na interpelação, foi ainda abordada a possibilidade de os promotores de jogo operarem nas zonas do mercado de massas e slot machines. Sobre este aspecto, o responsável da DICJ afirmou que tal depende das negociações entre os promotores as concessionárias.

“Actualmente a lei tem definido o papel dos promotores de jogo, esclarecendo que só podem cobrar comissão quando fazem actividades de promoção do jogo para as concessionárias. Contudo, a lei não regula claramente o espaço de operação nos casinos”, justificou o dirigente. “Desde que assegurem um nível de vigilância adequado, as concessionárias e os promotores de jogo podem negociar as condições de colaboração e as zonas nos casinos onde exercem as actividades”, acrescentou.

15 Out 2024

Óbito | Jovem local de 18 anos atropelada em passadeira

O acidente aconteceu numa passadeira a escassos metros da fronteira de Qingmao. O óbito foi declarado no local. A viatura, um Lamborghini Aventador, tinha dupla matrícula de Macau e Cantão, mas não foram revelados pormenores sobre a identidade do condutor

 

Uma jovem de Macau morreu em Zhuhai, depois de ter sido atropelada por um carro, quando atravessava uma passadeira. O caso aconteceu na madrugada de quarta-feira, e as imagens do embate, captadas por um carro que seguia na estrada, tornaram-se virais na noite do dia seguinte.

O acidente terá acontecido por volta da 1h de quarta-feira, quando a mulher atravessava a estrada Guihua South Road na passadeira, a escassos metros da fronteira com Macau de Qingmao. Esta é uma fronteira que só pode ser utilizada por peões, na Zona Norte do território.

De acordo com as imagens captadas, por um veículo que circulava no sentido oposto, vários carros abrandaram para ceder passagem à jovem de 18 anos. No entanto, na via mais rápida das quatro existentes naquela rua, surge um carro da marca Lamborghini a velocidade mais elevada, que aparenta não ter visto a jovem até ter chegado à passadeira. O carro tinha dupla matrícula, de Macau e do Cantãoo.

Como consequência do embate, a mulher é atingida e projectada no ar durante vários metros. Quando aterra no asfalto, a jovem aparenta ter ficado imediatamente inconsciente.

Por sua vez, o condutor do Lamborghini modelo Aventador é visto a parar a viatura e sair para fora do carro, ao telemóvel, embora não se saiba se ligou logo para as autoridades. A informação disponibilizada também não adiantou qualquer dado sobre a identidade do condutor, nem permitiu perceber se um era residente de Macau.

Outras imagens colocadas a circular horas mais tarde, mostram os momentos depois das equipas de salvamento terem chegado ao local, com a faixa de rodagem a ser cortada ao trânsito e o corpo da jovem a ser coberto, depois do óbito ter sido declarado no local.

Autoridades alertadas

Horas depois do acidente, as autoridades de Macau emitiram um comunicado, com poucos detalhes, a revelar que tinham sido informadas sobre o ocorrido e da morte de uma residente em Zhuhai. Nessa mensagem, a única disponível até ao momento, era indicado que as causas do acidente ainda estavam a ser investigadas por parte das autoridades de Cantão.

Este é o segundo acidente de trânsito, em pouco mais de um ano, em Zhuhai que resulta na morte de residentes locais.

Também em Setembro do ano passado, um residente com 10 anos perdeu a vida num túnel de Gongbei, em Zhuhai, depois da viatura em que seguia se ter avariado na estrada. A viatura imobilizada foi depois abalroada por uma camioneta, o que causou um incêndio.

Na altura, o acidente acabou por se revelar polémico, devido às diferentes informações que circularam, e que indicavam que, num primeiro momento, ninguém teria morrido. Contudo, horas mais tarde, o óbito acabaria por ser confirmado.

13 Out 2024

Semana Dourada | Sector do turismo satisfeito com resultados

A Semana Dourada, recentemente terminada, é a prova de como o sector do turismo voltou aos seus tempos áureos. Associações dizem-se satisfeitas com os resultados, que foram de encontro às expectativas, tendo em conta os recordes batidos

Foto de Rómulo Santos 

 

Terminada na segunda-feira, a Semana Dourada deixou nas associações do sector do turismo sinais de optimismo. Segundo o jornal Ou Mun, as reacções foram positivas face ao número de visitantes, que bateu recordes em alguns dias ou a taxa de ocupação hoteleira. O balanço foi apresentado em conferência de imprensa pela Associação dos Hoteleiros de Macau.

Na apresentação, destacou-se o facto de, no dia 3, ter sido registado um total de 174,5 mil entradas de visitantes no território, um novo recorde diário. Citado pelo mesmo jornal, Cheung Kin Chung, presidente da associação, lembrou que, em média, Macau recebeu 158 mil turistas nos primeiros cinco dias da Semana Dourada, o que demonstra que o panorama geral do turismo é bom, com Macau a ser beneficiado pelas políticas de Pequim nesta área.

Já Lou Chi Leong, vice-presidente da associação, recordou que não só o volume diário de turistas nos feriados ultrapassou as previsões, como a taxa de ocupação hoteleira foi além dos 90 por cento, correspondendo também às expectativas do sector para estes dias. Relativamente ao preço médio dos quartos, foi igual ao registado na Semana Dourada de 2019.

Zhu Nanying, vice-presidente da associação, apontou que a grande maioria dos visitantes foram turistas individuais e não excursões, que registaram um número estável. A responsável lembrou que as excursões ocorreram sobretudo nos dias 2 e 5 de Outubro, tendo sido elogiada a boa preparação de passeios e demais logística por parte dos excursionistas. Para o sector do turismo, este foi o ano com maior sucesso em termos de organização de excursões.

Boas previsões

Na mesma conferência de imprensa da Associação dos Hoteleiros de Macau, houve ainda espaço para previsões sobre o quarto trimestre. Cheung Kin Chung prevê um melhor desempenho do mercado, e apontou que o sector vai continuar a organizar acções de formação para os empregados.

Zhu Nanying defendeu que o Governo deve realizar mais acções para atrair turistas internacionais, nomeadamente através da medida de oferta de bilhetes de autocarro e ferry, que poderia ser estendida.

Além desta iniciativa, a vice-presidente apontou que podem ser lançadas ofertas na área do alojamento, dando apoios às agências de viagens para que criem acções de campanha na busca de turistas internacionais.

Em termos do panorama de recursos humanos na área do turismo, Zhu Nanying disse estar satisfeita porque há mais pessoas a trabalhar como guias turísticos, destacando, porém, a falta de motoristas de autocarros turísticos, esperando que o Executivo possa também dar mais apoio nesta matéria.

9 Out 2024

Eleições | Sam Hou Fai quer aproveitar terrenos na Taipa

Em mais uma acção da campanha eleitoral para o cargo de Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, único candidato, visitou alguns bairros na Taipa e prometeu que os terrenos nesta zona serão melhor aproveitados pelo novo Governo. Sam Hou Fai deixou ainda promessas de melhorias no trânsito

 

Os bairros comunitários da Taipa foram o lugar escolhido por Sam Hou Fai, candidato único ao cargo de Chefe do Executivo, para mais uma acção de campanha ocorrida ontem. Deste encontro com a população, ficou a promessa de um melhor aproveitamento de terrenos no futuro, quando formar um novo Executivo.

“Caso seja eleito iremos recolher opiniões de uma forma geral sobre o aproveitamento de terrenos. Temos aqui muitos espaços de boa qualidade que podem ter maior funcionalidade, nomeadamente como centro de transportes, espaços de lazer ou instalações desportivas”, declarou aos jornalistas.

Sam Hou Fai, que durante 25 anos foi presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), reconheceu que a ilha da Taipa é hoje uma zona densamente povoada, sobretudo por famílias de classe média, conforme o último recenseamento.

“A Taipa tem cerca de 116 mil habitantes, sendo que 90 mil moram no centro. Cada família a morar na Taipa tem um rendimento médio de cerca de 82 mil patacas, sendo que, na península, as famílias têm um rendimento médio de 58 mil patacas, aproximadamente”, explicou.

O candidato lembrou que, nas últimas décadas, a Taipa desenvolveu-se bastante, sendo hoje uma zona mais movimentada do que a zona norte da península de Macau.

Trânsito a fluir

Na visita à Taipa, não faltaram questões sobre como melhorar o trânsito numa zona densamente povoada. Tendo sido questionado sobre a possibilidade de se construir uma ligação entre o sistema pedonal da Avenida de Guimarães, na Taipa, e o complexo de habitação pública no Edifício do Lago, o candidato a Chefe do Executivo prometeu analisar o assunto no futuro.

Sam Hou Fai defendeu que o sistema pedonal na zona deve ser melhorado, a par da conexão com o metro ligeiro, autocarros e táxis, devendo ser feito um maior esforço para melhorar as zonas em que as pessoas podem andar a pé. Para isso, lembrou o candidato, deve ser garantindo um equilíbrio para assegurar o conforto dos transeuntes e demais passageiros, para que não haja um impacto negativo na vida dos moradores da zona.

Esta segunda-feira, a campanha de Sam Hou Fai passou ainda pela Associação de Dotados de Macau, tendo sido partilhadas “informações sobre a educação dos alunos dotados”, além de serem apresentadas “sugestões para a optimização da política e apoio educativos” dos alunos com maiores capacidades, a fim de promover “a formação de talentos em Macau”, destaca uma nota.

9 Out 2024

Eleições | Sam Hou Fai acaba com audiências públicas

O candidato único ao cargo de Chefe do Executivo declarou ontem que não lançará mais audiências públicas, sugerindo ter pouco tempo em agenda e que a população pode apresentar as suas opiniões por vias alternativas. Sam Hou Fai voltou a referir que já percepcionou mais a sociedade em poucas semanas do que em 25 anos como juiz

 

Decorreu ontem, nos bairros do Porto Interior e Praia do Manduco, mais uma acção de campanha de Sam Hou Fai, único candidato ao cargo de Chefe do Executivo, que declarou aos jornalistas que não irá realizar mais audiências públicas de auscultação de opiniões e sugestões dos residentes.

“Tenho um calendário apertado e preciso ainda de visitar e ouvir as vozes de pessoas de outras indústrias e em outros bairros”, justificou. Sam Hou Fai acrescentou ainda que há meios alternativos para acolher as opiniões da sociedade além da audiência pública.

“O nosso website oficial da candidatura acolhe quaisquer opiniões da população, e temos ainda outros meios como a entrega de cartas, e através de associações, para que estas opiniões possam ser expressas”, acrescentou.

De frisar que, na última semana, o jornal All About Macau escreveu uma reportagem sobre alegadas dificuldades de acesso a estas audiências públicas, pois havia apenas 400 vagas, sendo necessário aos restantes residentes inscreverem-se para participar num sorteio de vagas.

Outro exemplo destacado pelo jornal digital, prende-se com o facto de apenas alguns meios de comunicação social terem recebido convites para a apresentação na última audiência pública.

11 perguntas

No sábado, decorreu uma audiência pública em que estiveram presentes 400 cidadãos, sendo que, segundo um comunicado, 11 participantes fizeram perguntas a Sam Hou Fai depois de participarem num sorteio.

“Sam Hou Fai respondeu a cada uma das questões apresentadas pelos cidadãos, trocando com eles opiniões sobre as ideias de acção governativa. Entre os principais temas de interesse dos cidadãos estão a governação pública, o ingresso e a promoção dos funcionários públicos, formação de talentos, a habitação, transportes e serviços médicos”, pode ler-se.

O candidato prometeu “consolidar a posição de Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer”, bem como “aperfeiçoar projectos de investimento não relacionados com o jogo”. Sam Hou Fai não esqueceu as questões sociais e prometeu “melhorar a afectação de recursos médicos e elevar o nível de educação”, entre outras promessas.

No final, o candidato confessou que já aprendeu mais sobre a sociedade de Macau nas semanas de campanha do que nos anos em que foi juiz, 25 deles na presidência do Tribunal de Última Instância. “Nos 30 anos que tenho de carreira não conheci bem a sociedade, mas agora estas visitas têm compensado esta lacuna, sobretudo nas áreas da economia, bem-estar, trânsito e o panorama geral da cidade”, acrescentou. Sam Hou Fai deixou a promessa de visitar também as ilhas de Taipa e Coloane para se inteirar melhor dos assuntos mais prementes em Macau.

7 Out 2024

Turismo | Mais de 174 mil visitantes resulta em novo recorde

Nos primeiros cinco dias da Semana Dourada a média diária de entradas de turistas foi superior a 150 mil. Contudo, nem todos os comerciantes sentiram um aumento das vendas, como sucedeu com os participantes 10.ª Feira de Produtos Industriais de Macau

 

A entrada de 174,2 mil visitantes em Macau na quinta-feira levou ao estabelecimento de um novo recorde do número de entradas de turistas por dia. Esta foi a segunda vez que o recorde foi batido durante o período da Semana Dourada no Interior, ou seja, das celebrações do estabelecimento da República Popular da China, que decorreram entre 1 e 7 de Outubro, período de feriados no Interior.

As Portas do Cerco foram o principal ponto de entrada, com 79.546 pessoas a atravessarem a fronteira, seguidas pelo Posto Fronteiriço de Hengqin, com 30.701 entradas, e ainda a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, que registou 26.779 entradas.

O recorde anterior de 166,1 mil entradas, aconteceu no dia anterior, quarta-feira. Nos primeiros cinco dias da Semana Dourada, e quando ainda faltam contabilizar os dados de ontem e de hoje, a média de entradas foi de 158,5 mil por dia.

Em alguns momentos, as grandes enchentes que se fizeram sentir levaram inclusive a condicionar o acesso a algumas das principais atracções do território, como aconteceu em diferentes momentos no acesso às Ruínas de São Paulo.

Sentimentos mistos

Se, por um lado, as enchentes foram notórias para quem circulou nas ruas de Macau, por outro, nem todos os comerciantes sentiram um aumento do consumo. Foi o que aconteceu com os comerciantes presentes na 10.ª Feira de Produtos Industriais de Macau, que decorreu entre quinta-feira e ontem na Doca dos Pescadores.

Em declarações ao jornal Ou Mun, uma das vendedoras, de apelido Wan, admitiu que apesar das expectativas iniciais, os resultados ficaram muito aquém, com receitas diárias a variarem entre as 3 mil e as 4 mil patacas. Segundo esta vendedora de produtos para bebés, nem o facto de ter feito várias promoções, inclusive com a venda de pasta de dentes a uma pataca, serviu para impulsionar significativamente as vendas.

Por sua vez, o empresário Tam, responsável por uma banca de venda de alimentos naturais, indicou que houve um fluxo muito grande de pessoas, mas que não se traduziu nas vendas. O comerciante fez uma comparação com o ano passado, e vincou que o volume de negócios teve uma quebra de 30 a 40 por cento. O responsável pela banca frisou ainda que actualmente os clientes do Interior mostram “muita cautela” no momento de gastarem dinheiro.

Presente no evento esteve o dono de uma fábrica de snacks de apelido Leong, que pintou um cenário diferente. Para este comerciante, não se pode falar numa redução das vendas em relação ao ano passado, porém, também não se pode dizer que houve um aumento, com o nível a manter-se.

No entanto, Leong desvalorizou o impacto da manutenção das vendas, dado que o seu principal objectivo era avaliar as tendências e registar as alterações de consumo no Interior.

7 Out 2024

Ponte Macau | Pedidas melhorias no trânsito e acessos

Cheong Sok Leng, vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores, defende que o Governo deve enviar agentes da polícia para os acessos à nova ponte e melhorar as indicações de vias exclusivas para motos, para evitar confusões

 

Face aos congestionamentos dos primeiros dias na Ponte Macau, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau defende a necessidade de tornar os acessos mais simples e melhorar a sinalização. A opinião foi expressa por Cheong Sok Leng, vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau e membro do Conselho Consultivo do Trânsito.

A inauguração e abertura ao trânsito da quarta ligação entre Macau e a Taipa aconteceu na terça-feira, como parte das celebrações do estabelecimento da República Popular da China.

No entanto, horas depois da abertura, começaram a aparecer nas redes sociais os primeiros vídeos e fotografias com veículos a circular nas vias erradas. Numa das imagens, via-se um motociclo na via destinada a carros e outros veículos mais pesados. Num outro vídeo, podia ver-se uma carrinha a circular na via exclusiva para motos.

Sem mencionar os episódios em particular, Cheong Sok Leng afirmou que deve haver uma separação mais evidente entre as vias destinadas a carros e a via exclusiva para motos, ainda antes da entrada na ponte. No caso de quem circula da Taipa para a Zona A dos novos aterros, a conselheira sugere que a separação dos veículos aconteça no novo viaduto próximo da Avenida Wai Long, para impedir erros.

Trânsito do momento

A vice-presidente dos Moradores abordou também os congestionamentos na Rotunda da Pérola Oriental, na Areia Preta, que serve de acesso à Zona A dos Novos Aterros e depois à Ponte Macau, para quem circula no sentido Macau-Taipa.

Sobre este aspecto, Cheong Sok Leng apelou às autoridades para mobilizarem agentes para as estradas e pontos mais sensíveis, com o propósito de esclarecerem os condutores que estão a adaptar-se aos novos acessos. Ao mesmo tempo, Cheong apelou às autoridades para reduzirem o tempo de espera nos semáforos naquela zona.

A dirigente associativa destacou igualmente que este tipo de congestionamento é motivado pelo desconhecimento das estradas e uma maior cautela dos condutores. Todavia, afirmou acreditar que no futuro os congestionamentos serão menos intensos.

Apesar das críticas deixadas ao trânsito, a vice-presidente dos Moradores elogiou a nova infra-estrutura e destacou que vai ter efeitos muito positivos para a circulação dos veículos na RAEM, como o alívio do trânsito tanto na Ponte a Amizade como na Estrada do Pac On.

Cheong Sok Leng desejou também que o Governo acelere os trabalhos na criação de novos acessos à Zona A dos Novos Aterros, para aliviar o trânsito da Rotunda da Pérola Oriental.

3 Out 2024

Rua da Felicidade | IC vai fazer mudanças na Zona Pedonal

Até ao final do mês, o IC promete reabrir a Travessa do Aterro Novo e a Travessa do Mastro ao trânsito. Mas, antes, os comerciantes têm de esperar pelo fim das celebrações da implementação da República Popular da China

 

A presidente do Instituto Cultural, Deland Leong, prometeu que a Zona Pedonal na Rua da Felicidade vai sofrer alterações, após a Semana Dourada. A posição foi tomada pela responsável do IC, depois dos últimos dias de Setembro terem ficado marcados pela insatisfação dos comerciantes, que afixaram nas portas artigos de jornais a pedir mudanças na zona.

“Vamos anunciar e concretizar as mudanças do âmbito da zona pedonal depois dos feriados de comemoração do aniversário da República Popular da China”, assegurou Deland Leong, à margem da cerimónia da inauguração da Biblioteca do Bairro da Ilha Verde.

Leong explicou igualmente que o consenso entre o Governo e os comerciantes daqueles bairros vai levar a que a Travessa do Aterro Novo e a Travessa do Mastro voltem a abrir à circulação do trânsito. O objectivo passa por retomar a circulação até ao final do mês. “Antes de avançarmos com as mudanças, no mínimo, temos de concluir as actividades que estão planeadas para aquela zona durante a Semana Dourada”, justificou Leong, sobre o agendamento dos trabalhos.

Deland Leong considerou ainda “oportunas” as mudanças, dado que a zona foi criada de forma experimental há cerca de um ano, pelo que houve tempo para avaliar a implementação de “melhoramentos”.

Por outro lado, a presidente do IC destacou que o Governo sempre se mostrou atento e disponível para ouvir as vozes dos comerciantes, tanto daqueles que elogiaram a medida, como dos que se mostraram contra.

Final feliz

O consenso para promover as alterações na zona próxima da Rua da Felicidade não é novo, mas a situação evoluiu para um protesto com a afixação de folhas de jornais com as promessas do Governo, na semana passada, na sequência da falta de alterações.

Antes disso, como os comerciantes consideram que a medida de fechar as ruas ao trânsito não teve os efeitos esperados para o comércio local, tinha sido entregue uma petição na sede do Governo com cerca de 41 assinaturas. A mesma petição foi igualmente entregue a Sam Hou Fai, futuro Chefe do Executivo, que vai ser eleito por uma comissão eleitoral com 400 membros a 13 de Outubro deste mês.

Também o deputado Ron Lam esteve no local na semana passada para perceber os pedidos dos comerciantes, tendo considerado que estes esperam que o Governo os apoie na criação “de um ambiente de negócio normal”.

2 Out 2024

Rua da Felicidade | Protestos para a suspensão de zona pedonal

Vários comerciantes da Rua da Felicidade lançaram uma acção conjunta no último fim-de-semana afixando papéis às portas das lojas onde exigem o cancelamento da zona pedonal no local conforme prometido pelo Governo

 

Os comerciantes da Rua da Felicidade exigem que o Governo, através do Instituto Cultural (IC), cumpra a promessa de cancelar a zona pedonal localizada entre a Travessa do Aterro Novo e Travessa do Mastro. Para isso, lançaram uma acção conjunta, que decorreu nos últimos dois dias, com a afixação de papéis e folhas de jornal sobre o assunto, exigindo acções concretas após a reunião levada a cabo entre o IC estes comerciantes.

Segundo o jornal All About Macau, o deputado Ron Lam U Tou, que tem acompanhado o caso, explicou que a acção conjunta dos comerciantes visa demonstrar que “apenas querem que o Governo não cause problemas, tratando-se de um pedido simples”. “Querem apenas um ambiente de negócios comum”, adiantou.

Além disso, o IC tem demorado a reagir ao pedido dos comerciantes. Ron Lam disse que foi pedida uma resposta concreta no prazo de uma semana, mas não houve ainda reacção, sendo que os comerciantes pediram a suspensão da zona pedonal antes da chegada da Semana Dourada.

Assim, nas palavras do deputado, os comerciantes sentem-se desapontados por considerarem sincera a atitude do Executivo, pensando que as autoridades queriam, de facto, manter uma comunicação aberta com eles.

Sem efeitos

Além da colocação de papéis nas portas das lojas, os comerciantes, um total de 41, assinaram uma petição a pedir o cancelamento da zona pedonal, a qual foi entregue ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, e a Sam Hou Fai, candidato ao cargo, logo depois da reunião com o IC.

Lançado a 29 de Setembro do ano passado, o plano de criar uma zona pedonal na Rua da Felicidade foi realizado em conjunto com a operadora de jogo Wynn, responsável pela organização de actividades e decoração. Entre as 11h e a 1h é proibida a circulação de carros em algumas zonas, sendo apenas permitido o acesso com motociclos.

Os comerciantes ouvidos pelo All About Macau dizem que o plano pedonal não tem grandes efeitos nos negócios. O dono de um antiquário participou na acção conjunta, mas tem uma postura neutra sobre a criação de uma zona pedonal, explicando que pode atrair mais visitantes, mas que estes nem sempre compram, e tiram fotografias em vez de consumirem.

Outra comerciante que participou na campanha, afirmou que, inicialmente, estava de acordo com a criação de uma zona pedonal, mas que não notou um grande aumento de visitantes tendo em conta a Semana Dourada do ano passado.

Esta proprietária sugeriu mudar os horários de funcionamento da zona pedonal e também evitar a ocorrência de obras viárias durante os feriados.

30 Set 2024

Aliança do Povo defende mais terrenos para espaços de terceira idade

A associação Aliança do Povo defende que mais terrenos sejam disponibilizados para a construção de espaços para a terceira idade, nomeadamente lares de idosos ou centros de apoio.

Segundo o Jornal do Cidadão, Chan Peng Peng, vice-presidente da associação, apontou que, actualmente, há 2.500 vagas em lares de idosos, sendo que 200 são a curto prazo, e que até 2028 haverá mais 900 vagas na zona A dos novos aterros. Porém, na sua visão, o número está longe de ser suficiente.

A responsável destacou o exemplo do Lar de Cuidados de Ká Hó, subordinado à Federação das Associações dos Operários de Macau, que tem 200 vagas, mas uma lista de espera de 300 pessoas, sendo que outros lares também estão cheios. Em causa, está também um longo período de espera que pode ir além de um ano.

“Recebemos um caso de um residente cujo pai teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), não tinha como cuidar dele, e poucas pessoas estavam disponíveis para cuidar do pai em casa. Após candidatar-se a uma admissão num lar de idosos, foi informado que tinha de esperar pelo menos um ano e que a opção seria ir para Zhuhai.”

Mais apoios

Outro pedido de Chan Peng Peng, passa pelo aumento do valor da reforma, que permanece inalterado desde Janeiro de 2020. A responsável refere queixas dos idosos quanto à insuficiência do valor, tendo em conta a crise económica causada pela pandemia e a inflação. O facto de muitas lojas terem encerrado faz com que, em muitas famílias, os filhos tenham deixado de poder auxiliar financeiramente os pais já idosos.

Tendo em conta o tema do trabalho da terceira idade, a dirigente associativa destaca que os jovens têm, actualmente, dificuldade em encontrar emprego, sendo essa dificuldade acrescida no caso das pessoas com mais de 65 anos. São, assim, na sua óptica, pouco eficazes as medidas anunciadas pelo Executivo, sendo que a aposta deveria ser levar as operadoras de jogo a criar mais oportunidades de emprego para idosos, indo de encontro às responsabilidades sociais das empresas.

26 Set 2024

Combustíveis | Poder do Povo defende redução dos preços

Lam Weng Ioi, presidente da associação, considera que por todo o mundo os combustíveis estão a ficar mais baratos, mas que em Macau não se sente essa tendência. O responsável pediu também mais limitações na contratação de não residentes

 

A associação Poder do Povo espera que o Governo tome medidas para garantir a redução dos preços dos combustíveis. A tomada de posição aconteceu ontem, pela voz do presidente Lam Weng Ioi, à margem da entrega de uma petição na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), a pedir a diminuição do número de trabalhadores não residentes.

Segundo Lam Weng Ioi, a nível internacional tem havido uma tendência de redução dos preços, no entanto, estes mantêm-se estáveis em Macau, sem apresentar as reduções esperadas. “O preço de gasolina sem chumbo em Macau é de 14 patacas por litro, o que ainda é um nível alto em comparação com o pico anterior do preço. Ao mesmo tempo, o preço internacional está a cair e já se aproxima 11 patacas por litro,” afirmou Lam Weng Ioi, ao HM.

O presidente da associação mostrou-se também desapontado com as explicações do Executivo neste capítulo, por considerar que as cartas que recebeu sobre o assunto “têm um conteúdo vazio”, sem uma explicação concreta.

A questão dos combustíveis tem sido um dos temas frequentemente abordado pelos deputados, que por várias vezes pediram explicações sobre os preços praticados em Macau.

Menos TNR

Ontem, a associação Poder do Povo entregou uma carta à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) a pedir uma limitação do número de trabalhadores não residentes (TNR).

“Segundo os dados da DSAL, as quotas de TNR aprovadas ultrapassam o número de 210 mil, havendo actualmente 180 mil TNR a trabalhar. Este número já ultrapassou o pico de 2019 e a tendência é para que continue a aumentar. Acredito que vamos ter novos recordes em pouco tempo”, argumentou o presidente da associação, Lam Weng Ioi.

O responsável apontou que actualmente a economia mundial enfrenta várias dificuldades. Macau não é excepção, e Lam destacou que apesar da taxa de desemprego local ser baixa, na realidade muitos residentes têm dificuldade na procura de emprego. O dirigente da associação criticou ainda as estatísticas por não transmitirem essas dificuldades, e indicou que existem pessoas desempregadas há mais de dois anos.

Lam Weng Ioi criticou ainda o Governo por não estar a tomar medidas que promovam um aumento da taxa de emprego: “Podemos ver através dos dados da DSAL que algumas empresas têm uma proporção de um residente para cinco não residentes, e em alguns casos 10 não residentes por cada trabalhador local. Por que é que a DSAL não recusou a renovação de bluecards destas empresas, dado que há uma proporção tão desequilibrada?”, questionou.

Salários mais altos

Se, por um lado, o presidente da associação Poder do Povo pediu menos autorizações para não residentes, por outro lado, defende que estes devem ter salários mais elevados, face ao que actualmente acontece.

Lam Weng Ioi argumentou que Macau deve seguir o modelo de Hong Kong, em que os não residentes só podem ser contratados com um salário que está próximo da média do salário dos residentes, para as mesmas funções ou sector laboral. O objectivo passa por evitar que os não residentes sejam utilizados para desvalorizar os ordenados dos residentes.

O dirigente apontou ainda que deve ser demarcada uma proporção fixa entre os trabalhadores residentes e não residentes, em todos os sectores, e que sempre que a proporção seja ultrapassada, as contratações de não residentes devem ficar suspensas, ou as quotas cortadas.

26 Set 2024

MASTV | Funcionários receberam todos os salários em atraso

Antigos funcionários da falida estação televisiva MASTV receberam todos os salários que tinham em atraso desde que o canal fechou portas. Segundo o jornal All About Macau, em causa estavam 29 pessoas com salários em atraso no valor de cinco milhões de patacas

 

O encerramento da estação televisiva MASTV a 16 de Julho fez com que funcionários tenham ficado com salários em atraso que só agora foram liquidados. Segundo o jornal All About Macau, um grupo de 29 pessoas tinha ordenados por receber no valor de cinco milhões de patacas que foram pagas graças ao Fundo de Garantia de Créditos Laborais. Este mecanismo foi criado em 2015 com o objectivo de assegurar pagamentos a trabalhadores sempre que haja incumprimento por parte do patronato.

Um antigo funcionário da MASTV disse ao All About Macau estar satisfeito com o desfecho do processo. “Estou contente com o resultado, pois a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) fez o seu trabalho”, ainda que não tenha sido a estação a pagar os montantes em dívida.

A MASTV foi declarada falida a 24 de Julho, levando os funcionários a pedir à DSAL apoios para o pagamento de salários, com o auxílio da deputada Ella Lei.

A MASTV situava-se em Coloane e viu a licença de operação renovada por 15 anos em Março de 2019, era então Chui Sai On Chefe do Executivo. Na altura, a estação já enfrentava o problema de salários em atraso em Taipé.

Queixas de 2021

Segundo noticiou o HM em Julho, as queixas de ordenados em atraso datam de 2021. “Em 2021, os trabalhadores fizeram uma queixa colectiva junto da DSAL, e, mais tarde, em tribunal foi decidido que a empresa tinha de pagar aos trabalhadores”, relatou um ex-funcionário, que não quis ser identificado. “Apesar da empregadora ter ficado obrigada a pagar os salários e outros direitos em prestações, só cumpriu com a primeira prestação. Todas as outras ficaram por pagar”, acrescentou.

No passado dia 12 foi referido por Derbie Lau, directora dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau, que seria utilizada a caução de 2,5 milhões de patacas pagas pela MASTV na altura do pedido de licença, para pagamentos de impostos. Tal montante não poderia ser usado para pagar salários porque, como explicou, “os funcionários da MASTV envolvidos [no processo] não estão ligados aos assuntos relacionados com a supervisão da licença”, referiu.

25 Set 2024

Prisão | Guardas queixam-se de horas de formação não pagas

Depois do horário de trabalho, os guardas prisionais estão a receber formação a pensar na abertura do novo estabelecimento prisional. Segundo queixas recebidas pelo deputado Che Sai Wang, desde Junho cada funcionário participou em, pelo menos, três formações de duas horas e meia, sem qualquer remuneração

 

A entrada em funcionamento do novo estabelecimento prisional está a afectar a vida dos guardas prisionais, segundo uma interpelação escrita divulgada ontem por Che Sai Wang. O deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) denunciou a situação vivida por guardas prisionais que são obrigados a frequentar acções de formação fora do horário de trabalho, sem serem remunerados. O deputado indica que a formação começou em Junho e que cada funcionário foi a, pelo menos, três sessões com duas horas e meia cada.

Os conhecimentos transmitidos aos guardas visam prepará-los para a entrada em funcionamento do novo estabelecimento prisional, que deverá abrir no fim do ano em Ká-Hó. Na sexta-feira, a Direcção dos Serviços Correccionais revelou ter concluído a primeira fase da “mudança das instalações de todas as subunidades administrativas” para as novas instalações. Aliás, o endereço postal da prisão já foi alterado.

Quanto às acções de formação, o deputado sugere ao Governo que sejam ministradas durante o horário de trabalho ou que sejam pagas como horas extra. Che Sai Wang considera que a situação actual prejudica o tempo de descanso dos funcionários, assim como os seus direitos laborais, e pode ser contraproducente para a eficácia da própria formação.

Sagrado descanso

Além disso, o deputado refere que os sucessivos atrasos na entrada em funcionamento da nova prisão também devem ter contribuído para a situação e que recentemente os guardas prisionais foram impedidos de tirar férias para estarem disponíveis durante o período de preparação para a abertura do estabelecimento.

“O moral dos guardas prisionais foi seriamente afectado, os planos de viagens ou visitas familiares tiveram de ser cancelados e, ainda por cima, são obrigados a trabalho extraordinário não remunerado”, conclui, acrescentando que estes factores contribuem para o cansaço físico e psicológico.

Outra situação que merece reparo, é o que o deputado designa como horas extra invisíveis, referindo-se ao tempo que os funcionários dedicam do seu tempo livre a responder a emails e mensagens ou a participar em reuniões de trabalho online, mais uma vez sem compensação.

25 Set 2024

Chefe do Executivo | Ron Lam não assinou apoio a Sam Hou Fai

Ron Lam foi um dos 17 membros da comissão eleitoral, entre 400, que não apoiou a candidatura de Sam Hou Fai. O deputado explicou a posição com falta de concorrência na corrida a líder do Governo e pelo facto de a recolha de apoios ser feita antes de o programa político do candidato ser conhecido

 

O deputado Ron Lam foi um dos 17 membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, num total 400, que não assinou a declaração de apoio à propositura de candidatura de Sam Hou Fai às eleições para Chefe do Executivo. Ao jornal Cheng Pou, o deputado disse esperar que existam mais candidatos em eleições futuras.

Ron Lam recordou que foi um dos participantes na visita que Sam Hou Fai fez aos deputados, no dia 2 de Setembro, tendo exposto os assuntos que, na sua óptica, carecem de rápida resolução, como a melhoria do relacionamento entre a Assembleia Legislativa (AL) e o Governo, para que o sistema governativo possa estar mais de acordo com as opiniões da população. O deputado revelou ter recebido uma resposta positiva do candidato, que admitiu serem necessárias melhorias.

Ron Lam lembrou que Sam Hou Fai entregou, no dia 10 de Setembro, o apoio escrito de 383 dos 400 membros que fazem parte da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, pelo que decidiu não assinar o apoio à propositura. No dia 2 de Setembro, o deputado prometeu a Sam Hou Fai, pensar de forma prudente sobre o assunto.

Porém, confessou ter dúvidas sobre a concretização do modelo de candidatura apresentado por Sam Hou Fai, por considerar que o actual sistema não é razoável. Isto porque, quando o candidato recolhe apoios sem ser conhecido o seu programa político, nem sequer pelos membros da Comissão Eleitoral. Ron Lam disse ter recebido um pedido para assinar a propositura de outro candidato, mas o conteúdo também não o convenceu e, por isso, não assinou.

Mudanças na rua

Ron Lam sugeriu ontem mudanças no modelo de zona pedonal na Rua da Felicidade, tendo acompanhado comerciantes da zona numa reunião com o Instituto Cultural (IC). O projecto piloto em vigor prevê a circulação pedonal apenas entre as 11h e a 01h, mas Ron Lam entende que é um período demasiado longo. Segundo o deputado, os comerciantes defendem que, depois das 20h, já não existem muitas pessoas a circular no local. Os representantes do IC prometeram estudar as opiniões apresentadas.

“A ideia inicial do projecto é boa, mas os limites aos transportes originaram menos visitantes na zona. Por isso, esperamos o regresso da circulação de veículos. Foi dito que será considerado, de forma prudente, as opiniões apresentadas. O IC prometeu responder dentro de uma semana”, disse Ron Lam.

O deputado explicou ainda que as autoridades pretendem que a Rua da Felicidade seja uma grande zona pedonal, tendo sido proposta uma zona sem carros desde a entrada do Beco da Felicidade até ao restaurante Fat Siu Lau. Ficou ainda a promessa de que voltaria a circulação “em breve” entre a Travessa do Aterro Novo e a Travessa do Mastro.

Do lado dos comerciantes que participaram na reunião ficou uma opinião positiva de Deland Leong, presidente do IC. “Não esperava que o IC pudesse analisar os planos imediatamente. É difícil a entrada dos transportes na zona e penso que o regresso da circulação automóvel nas duas travessas pode reduzir a pressão de trânsito, mas espero a plena recuperação do trânsito. A Wynn costuma organizar eventos às sextas-feiras, sábados e domingos, então o Governo pode pensar no regresso total da circulação de veículos nos dias comuns”, defendeu a responsável do Restaurante Sai Nam, de apelido Tong. O projeto piloto da zona pedonal numa das mais antigas ruas de Macau começou a 29 de Setembro do ano passado.

19 Set 2024

PJ | Duas detenções na sequência do caso das placas toponímicas

Os homens detidos são funcionários do construtor civil e de uma subempreiteira, responsáveis por fazer e instalar as placas toponímicas, no âmbito de um contrato de 1,1 milhões de patacas

 

Dois homens foram detidos no âmbito das investigações ao caso das placas toponímicas, anunciou a Polícia Judiciária (PJ) numa conferência de imprensa realizada na terça-feira. Em causa está a utilização de plásticos autocolantes nas placas com os nomes das ruas da cidade, quando as inscrições deveriam ter sido feitas com tinta sobre os azulejos.

De acordo com a informação divulgada pelas autoridades, um dos detidos é residente local com 47 anos, que trabalha para o construtor civil Chan Tak Son, a quem foi adjudicado o contrato para fazer e colocar as placas toponímias que estão no meio da polémica. O contrato adjudicado pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) teve um valor superior a 1,1 milhões de patacas. O detido foi o gestor do projecto.

O outro detido é um homem do Interior de 39 anos, funcionário de uma empresa a quem a adjudicatária do contrato pediu para fazer as placas com os nomes das ruas. O segundo detido foi apresentado como vendedor e o responsável pelo trabalho relacionado com as placas.

De acordo com os agentes da PJ, as detenções apenas visaram os funcionários, em vez do adjudicatário e do proprietário da empresa subempreiteira, porque terá havido uma delegação de toda a responsabilidade sobre o projecto nos detidos. Chan Tak Son e o proprietário da subempreiteira também terão afirmado não ter conhecimento sobre a utilização de plástico nas placas, em vez de azulejo pintado.

Recusadas responsabilidades

Por sua vez, os detidos recusaram responsabilidade sobre a utilização de plástico que permitiu ao empreiteiro e à subempreiteira aumentarem os lucros com a adjudicação.

O detido ligado a Chan Tak Son afirmou ter dado indicações à subempreiteira para que o trabalho fosse feito com azulejos. Por sua vez, o trabalhador da subempreiteira revelou que as placas foram feitas por uma terceira empresa, do Interior da China, e que terá sido esta a utilizar plástico, em vez de azulejos pintados. No entanto, a PJ afirmou que todas estas encomendas foram feitas oralmente, sem que haja contratos com os requisitos entre os diferentes empreiteiros.

Em relação às falhas de supervisão dentro do Instituto para os Assuntos Municipais, não houve detenções até ao momento. De acordo com a PJ, depois de Setembro de 2023, após a adjudicação do contrato para fazer e instalar as placas toponímicas, o construtor civil Chan Tak Son apresentou amostras das placas, que cumpriam os requisitos da encomenda. Estas amostras teriam ainda um certificado de qualidade emitido por uma empresa de Foshan.
Só mais tarde, quando foi feita a instalação das placas, houve a utilização de plástico autocolante, em vez dos azulejos com a inscrição do nome das ruas.

O caso foi encaminhado para o Ministério Público e os dois homens estão indiciados pelo crime de fraude mercantil, punido com uma pena que pode chegar aos cinco anos de prisão, ou 600 dias de multa. Caso seja considerado que os detidos actuaram com negligência, a pena máxima é de um ano de prisão ou 60 dias de multa.

Instaladas 362 placas

O escândalo com as placas toponímicas rebentou na semana passada, a 12 de Setembro, quando começaram a circular imagens online com os nomes das ruas a caírem, devido à degradação do plástico utilizado.

Com as imagens a tornarem-se virais, principalmente a imagem da placa da Rua dos Eucaliptos, o IAM reagiu, e em comunicado revelou ter apresentado queixa às autoridades policiais, por suspeitas de fraude. No dia seguinte, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, também revelou que ia decorrer um processo interno no IAM, para apurar os contornos do caso.

Na terça-feira, foi ainda tornado público que o contrato de 1,1 milhões de patacas envolveu a instalação de 362 placas toponímicas, com os preços de 600 patacas a 1.200 patacas por placa, e que entre estas 44 apresentavam sinais visíveis de degradação.

A situação das placas que estão a ficar sem os nomes vai ser resolvida de forma temporária com recurso a novos plásticos: “Como é necessário tempo para a produção dos azulejos e para a substituição das placas toponímicas, nesta fase estão a ser coladas películas como medida provisória, a fim de assegurar a função indicativa das placas, pelo que se apela ao público para que não tente arrancar as películas”, pediu o IAM, em comunicado. “Os trabalhos de substituição começarão logo após a conclusão da produção dos azulejos em cerâmica, prevendo-se a conclusão da substituição das placas com problemas no quarto trimestre do corrente ano”, foi acrescentado.

19 Set 2024