Nunu Wu Manchete PolíticaRAEM 25 anos | Sam Hou Fai quer atrair “talentos internacionais” O novo Chefe do Executivo disse ontem, após tomar posse, que o território deve atrair mais profissionais qualificados do exterior para ajudar a diversificar a economia. Sam Hou Fai salientou também a importância de responder aos desequilíbrios económicos e de fortalecer a educação patriótica e a segurança nacional Macau tem oficialmente um novo Governo, depois da cerimónia de tomada de posse, que foi ontem presidida por Xi Jinping. No primeiro discurso enquanto líder do Executivo da RAEM, Sam Hou Fai começou por agradecer a Xi Jinping e à sua esposa e afirmou sentir “profundamente o peso da responsabilidade e a honra da missão” que começou ontem. “Irei liderar o novo Governo, com o forte apoio do Governo Central, unindo todos os sectores da sociedade, trabalhando juntos com determinação e inovando com integridade, implementando integral e firmemente a política ‘Um País, Dois Sistemas’”, prometeu Sam Hou Fai. O governante garantiu que o novo Executivo irá defender “intransigentemente a soberania, a segurança e o desenvolvimento do país”, “fortalecendo continuamente a educação patriótica, apoiando o desenvolvimento e o fortalecimento das forças com amor à pátria e a Macau”. No discurso que proferiu na cerimónia de tomada de posse enquanto Chefe do Executivo, Sam Hou Fai não esqueceu os múltiplos apelos de deputados e líderes associativos para responder aos problemas suscitados pela recuperação desequilibrada da economia na ressaca da crise nascida da pandemia. “A par de fomentar e desenvolver as indústrias emergentes, apoiaremos fortemente a reconversão e valorização das indústrias tradicionais e o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, resolvendo problemas do desenvolvimento económico” desequilibrado e descoordenado. Quadros e bem-estar Além das promessas de fortalecer associações e forças nacionalistas, Sam Hou Fai comprometeu-se com a resolução dos “problemas concretos que preocupam os cidadãos, como a segurança social, cuidados de saúde, protecção dos idosos, educação infantil, transporte e renovação urbana”. O antigo magistrado que presidiu ao Tribunal de Última Instância prometeu também acelerar “a criação de uma área de aglomeração de talentos internacionais de alta qualidade” na RAEM. Sam Hou Fai prometeu no discurso melhorar “os sistemas e mecanismos de educação, ciência e tecnologia, e talentos”. O novo líder de Macau garantiu ainda que a região vai ligar-se “proactivamente com o mundo [e] desempenhar plenamente o papel da plataforma sinolusófona”. Durante a campanha, o então candidato chegou mesmo a dizer que os casinos tiveram um desenvolvimento desequilibrado, atraindo demasiados recursos humanos, “o que é desvantajoso para o desenvolvimento a longo prazo de Macau”. Com Lusa Conselho Executivo | Sam Hou Fai preside a primeira reunião O Conselho Executivo realizou ontem de manhã a primeira reunião, presidida pelo Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, logo após a tomada de posse. O novo líder do Governo agradeceu a todos os membros por terem aceite o convite para integrarem o Conselho Executivo, e fez uma breve apresentação sobre o regimento do Conselho e as responsabilidades dos seus membros. Sam Hou Fai deixou ainda esperanças de que os membros “apresentem opiniões valiosas e sirvam de forma empenhada a RAEM”. O Chefe do Executivo e os membros do Conselho Executivo trocaram ideias sobre a “aprendizagem séria e a compreensão profunda do espírito consagrado nos importantes discursos do Presidente Xi Jinping, proferidos durante a sua visita a Macau”.
Nunu Wu Manchete SociedadeTáxis | Empresas ligadas à comunidade de Fujian controlam novas licenças Entre as empresas escolhidas pelo Governo para explorar as novas licenças de táxis surgem os nomes de vários dirigentes da Aliança de Povo de Instituição de Macau e da Fundação de Chan Meng Kam. Também o grupo estatal Nam Kwong, que controla a empresa de autocarros públicos TCM, recebeu autorização para explorar 50 táxis Em Maio deste ano, a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) atribuiu 10 licenças de táxis. O concurso foi apenas aberto a empresas e cada uma das escolhidas teve autorização para operar 50 táxis regulares, num total de 500 táxis dos que têm a cor preta. Um artigo publicado pela Revista Macau Business mostra que várias das licenças acabaram nas mãos de empresários ligados à comunidade de Fujian e a Chan Meng Kam, empresário e ex-membro do Conselho do Executivo, que controla o serviço de táxis por telefone, da empresa Macau Rádio Taxi Services Ltd, além de ser um dos membros mais influentes da Aliança de Povo de Instituição de Macau, uma das plataformas da comunidade de Fujian em Macau, nomeadamente na Assembleia Legislativa. Entre as empresas escolhidas no concurso público consta a Macau Io Pou Tong Taxi Ltd, que de acordo com o registo comercial, citado pela Macau Business, indica ter como accionistas Chan Meng Pak e Chu Ha Wai, dois membros da associação. Chan Meng Pak é presidente honorário e Chu Ha Wai surge identificado como um dos vice-supervisores. Também na empresa Macau Fast Mobility Co Ltd há ligações à associação. Lei Sio Kuan, um dos conselheiros do movimento associativo ligado à comunidade Fujian, surge identificado como accionista da empresa. Entre os accionistas da Macau Fast Mobility Co Ltd surge ainda o nome de Cai Pengdong, um dos administradores da empresa Molecular State (Hengqin, Zhuhai) Traditional Chinese Medicine Health Industry Development Co, ligada ao grupo Golden Dragon de Chan Meng Kam. Rede intensa Mais uma empresa e mais uma ligação. Também a Macau Cheng Io Taxi Ltd, outra das escolhidas do concurso, tem como accionista Lin Zhihong, que é vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau. Ao mesmo tempo, outro accionista é Lin Wai Ha, que está na direcção da Fundação Chan Meng Kam e serve como um dos administradores da Macau Rádio Táxi Services Ltd, a empresa de táxis por telefone. Entre os novos operadores de táxis de Macau aparece a Macau Yaodu Mobility Co que tem como accionista Ieong Tat Fu, igualmente presidente honorário da Aliança de Povo de Instituição de Macau. Também Chan Meng, antigo administrador da Macau Rádio Taxi Services Ltd surge como um dos accionistas da Yaodu. Em relação à empresa Macau Wai Tai Taxi Limited, um dos seus accionistas é Li Wenqu, outro antigo administrador da empresa de táxis por telefone. Na companhia Macau Yip Kai Kou Taxi Ltd, as ligações com Chan Meng Kam surgem através do accionista Lin Yangyang, administrador da Fundação Chan Meng Kam. Ligação estatal Entre as empresas escolhidas pelo Governo no âmbito do concurso público surge ainda a Macau Nova Era Táxi, que de acordo com a revista está ligada à agência de viagens China Travel Service (Macao) Ltd, que presta serviços como a intermediação na emissão de vistos para as deslocações ao Interior. A agência tem como presidente da direcção Cheung Kin Chung, deputado nomeado por Ho Iat Seng. Por sua vez, a agência de viagens tem ligações com o grupo estatal Nam Kwong, com investimentos em áreas tão diferentes como o petróleo, hotelaria, electricidade, convenções ou transportes públicos. A Nam Kwong controla também a Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM), responsável pelos autocarros públicos com a cor amarela.
Nunu Wu Grande Plano MancheteRAEM 25 anos | Xi satisfeito com resultados obtidos em Hengqin No segundo dia de visita a Macau, Xi Jinping deslocou-se a Hengqin para se inteirar do desenvolvimento dos últimos tempos, tanto ao nível do tecido empresarial como nas condições no Novo Bairro de Macau. O Presidente chinês desejou ainda que Macau ganhe mais visibilidade internacional, com maior abertura ao mundo Depois da chegada apoteótica a Macau e de uma reunião com o Chefe do Executivo ainda em funções, Xi Jinping prosseguiu ontem com a sua agenda marcada por uma visita à Zona de Cooperação Aprofundada de Guangdong e Macau em Hengqin. Segundo informações oficiais divulgadas pela Xinhua, a visita à Zona de Cooperação ficou marcada por um “intercâmbio caloroso com residentes de Macau” que vivem no Novo Bairro de Macau em Hengqin, ou ainda com comerciantes e empresários que operam na Zona de Cooperação. O Presidente chinês, que teve o objectivo de inspeccionar o andamento deste projecto de integração regional, reuniu ainda com responsáveis pelo planeamento, construção e gestão dos serviços desta zona. Segundo a Xinhua, Xi Jinping declarou em Hengqin que a cooperação com Macau está a tornar-se “numa nova demonstração do enriquecimento proporcionado pela prática de ‘Um País, Dois Sistemas'”, além de ser uma nova plataforma de promoção “da construção da Grande Baía Guangdon-Hong Kong-Macau e da concretização da abertura de alto nível do país ao exterior”. Nesse aspecto defendeu que Macau deve procurar ter um papel de maior relevância no mundo e ser mais aberto a pessoas vindas de fora. “Espero que Macau abrace diversidade e inclusividade”, disse Xi, num discurso proferido no território, em que mencionou também “maior abertura (…) e solidariedade”, assim como a importância de “atrair os melhores talentos”. O líder chinês disse que Macau teve “a projecção e visibilidade internacionais significativamente aumentadas” nos últimos cinco anos, nomeadamente através da cooperação com os países de língua portuguesa. Mas defendeu que a região “pode também buscar desempenhar um papel maior no palco internacional” e ter “uma visão mais ampla”. “Qualquer pessoa que apoie ‘Um País, Dois Sistemas’ e ame Macau como o seu lar, é um nativo que ‘tomou água do Lilau’ e uma força positiva que contribui para o desenvolvimento de Macau”, defendeu Xi. A referência diz respeito a um ditado, segundo o qual quem bebe da água da fonte no Lilau, um dos primeiros largos de estilo português da cidade, “cedo ou tarde volta a Macau”. Cumprir metas Para o Presidente chinês, a “intenção original do desenvolvimento de Hengqin é alcançar um desenvolvimento moderado e diversificado da economia de Macau”, com “o foco estratégico e persistência na obtenção de resultados a longo prazo”. Desta forma, o sucesso da Zona de Cooperação Aprofundada “depende da existência de medidas e resultados tangíveis”, declarou o Presidente, a fim de se prosseguir o objectivo de facilitar “a vida e emprego dos residentes de Macau”, bem como a diversificação da economia além do jogo. Xi Jinping referiu também que a província de Guangdong e as zonas de Zhuhai e Macau “contribuem e são beneficiárias da construção da Zona de Cooperação, devendo trabalhar em conjunto”. Durante a visita da Hengqin, Xi Jinping assistiu a uma apresentação sobre a construção de uma plataforma de apoio científico e tecnológico para o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa. Xi Jinping, na conversa com jovens empreendedores em Hengqin, disse que “as suas histórias de inovação e de empreendedorismo mostram como Macau tem um grupo de jovens com ideias, responsabilidade e coragem para explorar e inovar”. Desta forma, Xi Jinping entende que a Zona de Cooperação em Hengqin “tornou-se um amplo espaço de oportunidades para que os jovens iniciem o seu próprio negócio”, tendo dito que espera que “mais jovens de Macau possam viver uma vida maravilhosa em Hengqin”. Seguir as exigências A visita à Zona de Cooperação Aprofundada foi também marcada por uma passagem pelo Pavilhão de Exposições “Tianmu Qintai”, onde o Presidente chinês visitou a exposição “Harmonia de Qin e Macau – Exposição Temática sobre a Construção da Zona de Cooperação Profunda Hengqin Guangdong-Macau”. Xi Jinping destacou os “progressos positivos” obtidos desde que foi estabelecida a Zona de Cooperação Profunda Hengqin Guangdong-Macau. “O nível de integração entre Macau e Hengqin melhorou gradualmente, sendo que o apoio ao desenvolvimento da diversificação da economia de Macau tornou-se cada vez mais evidente. Esta iniciativa provou que a decisão do Governo Central de desenvolver Hengqin, bem como de construir uma Zona de Cooperação, foi completamente correcta”, acrescentou. No âmbito desta visita, o Presidente chinês adiantou também que devem ser seguidas “as exigências do Governo Central” e que todos devem participar no processo de reforma e “trabalhar juntos para enfrentar as dificuldades”. O líder destacou a necessidade de apostar numa “forte ligação” em matéria de infra-estruturas, uma “ligação mais suave” em termos de regras e mecanismos entre regiões e ainda uma “ligação entre os corações” de Guangdong e Macau. Neste contexto, “deve-se acelerar o estabelecimento de um sistema institucional com uma elevada coordenação económica” entre as regiões, “melhorar os serviços públicos e o sistema de segurança social”, além de se proporcionar a residentes e demais moradores “um estilo de vida de alta qualidade, com a concessão de comodidades aos compatriotas de Macau para viverem” em Hengqin. Visita à MUST Outro ponto na agenda de Xi Jinping no segundo dia de visita a Macau foi a ida à Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST), a fim de conhecer o sistema de ensino superior de Macau. Segundo o jornal Ou Mun, Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDT), referiu que Xi Jinping está satisfeito com o desenvolvimento do ensino superior, tendo deixado o desejo de que mais disciplinas sejam criadas a fim de corresponder ao desenvolvimento que Macau precisa. Kong Chi Meng destacou que Xi Jinping louvou o bom trabalho educativo em matéria de patriotismo, esperando que continue a ser reforçado pelas autoridades locais. O director da DSEDT disse ainda que em Macau há cerca de 60 mil estudantes do ensino superior, número que representa cerca de um décimo da população local, o que mostra a generalidade de acesso às universidades. Na visita à instituição de ensino superior privada, que durou cerca de duas horas, o director da DSEDJ apresentou as mudanças e o desenvolvimento do ensino superior nos últimos 25 anos, e enumerou as políticas que serão desenvolvidas em Macau para corresponder às necessidades do país e diversificar a economia. Ainda na área do ensino, destaque para as declarações de Peng Liyuan, primeira-dama do país, que defendeu que os estudantes devem aprender bem a história e a cultura de Macau, no âmbito de uma visita ao Museu de Macau. No contacto com alunos do ensino primário, que durou cerca de uma hora, Peng Liyuan defendeu que esse estudo vai permitir às novas gerações “melhor servir Macau no futuro”, noticiou o canal chinês da Rádio Macau. Estas declarações foram avançadas à rádio por Deland Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural que falou com a imprensa. Peng Liyuan terá mostrado interesse pela vida da população de Macau e pelo intercâmbio cultural entre o Oriente e Ocidente. A primeira-dama também terá ficado interessada na evolução registada em Macau ao longo dos séculos, de uma pequena terra de pescadores até aos dias de hoje. Encontro com John Lee e cinco “extraordinários anos” de Macau A agenda do Presidente chinês de ontem encerrou com um sarau cultural depois do jantar comemorativo dos 25 anos do estabelecimento da RAEM, que contou com a presença de Ho Iat Seng, que deixa hoje o cargo de Chefe do Executivo. Segundo a Xinhua, Xi Jinping falou dos ganhos obtidos nos últimos cinco “extraordinários anos” de Macau em matéria de desenvolvimento, tendo referido que os órgãos Executivo, Legislativo e Judicial da RAEM “têm implementado de forma abrangente, exacta e inabalável a política de ‘um país, dois sistemas'”. “Ao reunir-se com os funcionários dos três órgãos, Xi Jinping disse que estes têm desempenhado as suas funções de forma pragmática e eficaz, liderados pelo Chefe do Executivo da RAEM, Ho Iat Seng, nos últimos cinco anos”, lê-se na mesma nota. Destaque para o encontro entre Xi Jinping e os anteriores chefes do Executivo da RAEM, Edmund Ho e Chui Sai On. Num discurso proferido ao jantar, Ho Iat Seng referiu-se à visita do Presidente chinês a Macau como um “grande acontecimento e um evento marcante”. Foi destacado por Ho que “nos últimos cinco anos o V Governo da RAEM implementou plenamente o espírito consagrado nos importantes discursos do Presidente Xi e o princípio ‘Macau governado por patriotas’, criando um novo cenário para os trabalhos da defesa da segurança do Estado”. Ho Iat Seng declarou também que foram unidos esforços “para enfrentar maiores desafios, impulsionando a diversificação adequada da economia e promovendo o desenvolvimento para alcançar novos resultados”. Outra conquista política realçada por Ho foi “a reforma da Administração Pública para elevar constantemente a eficiência governativa”. De resto, sobraram palavras optimistas sobre o novo Executivo que toma hoje posse. “O Sexto Chefe do Executivo certamente liderará o novo Governo da RAEM e os sectores sociais para escreverem em conjunto um novo capítulo da aplicação bem-sucedida do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau.” Nova fase Xi Jinping reuniu ainda com o Chefe do Executivo de Hong Kong Joh Lee que está em Macau para as celebrações do 25º aniversário da RAEM. A Xinhua escreveu que o Presidente chinês apelou a que as duas regiões administrativas especiais “se esforcem por alcançar maiores realizações e um melhor desenvolvimento”, tendo em conta que a política de “Um País, Dois Sistemas” “entrou numa nova fase”. O Presidente destacou que as duas regiões “devem aprender uma com a outra, reforçar o intercâmbio e cooperação”, bem como “criar um futuro mais brilhante”, foi dito pela agência nacional sobre o encontro com John Lee.
Nunu Wu PolíticaComércio | Grande Prémio do Consumo gerou gastos de 940 milhões Criado para impulsionar o consumo do comércio local, o “Grande Prémio para o Consumo de Macau” gerou receitas de 940 milhões de patacas entre 30 de Setembro e o passado domingo. A iniciativa contou com a participação de 22 mil comerciantes O “Grande Prémio para o Consumo de Macau” arrancou no dia 30 de Setembro e, até ao último domingo, gerou quase cinco vezes mais consumo do que o habitual, no total de 940 milhões de patacas com o consumo impulsionado pelos cupões fornecidos pelo Governo através de aplicações de pagamento móvel. A informação foi revelada ontem pelo presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, que teve como tema os incentivos criados para impulsionar a economia local. O responsável acrescentou que cerca de 22 mil comerciantes participaram no “Grande Prémio”, e que o Governo distribuiu em cupões 190 milhões de patacas. Por esta razão, Frederico Ma entende que o programa atingiu os objectivos previstos, tendo encorajado os residentes a permanecerem em Macau aos fins-de-semana e a fazer compras em lojas locais ou a frequentar restaurantes no território. Questionado no Fórum Macau sobre a possibilidade de o “Grande Prémio” ser prolongado, Frederico Ma disse que é pouco provável. “Depois de terminar este programa, poderemos fazer um estudo sobre a economia de Macau no próximo ano e analisar outros modelos de incentivo ao consumo. Isto porque a tendência é maior para os estímulos à procura interna”, disse. Menos compras na China No mesmo programa, o presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, Lei Cheok Kuan, defendeu que é preciso incentivar a procura interna. “Quando discuto com colegas, todos concordam que o prolongamento do Carnaval de Consumo, ou a apresentação de outra forma, iria constituir um grande apoio às pequenas e médias empresas locais, além de constituir um grande estímulo à procura interna.” O presidente da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte, Ma Kin Cheong, sublinhou que o “Grande Prémio” teve um impacto positivo no consumo em bairros comunitários, duplicando ou mesmo quadruplicado o volume de negócios em diferentes zonas do território. O responsável disse que o programa cumpriu as expectativas, aliviando o impacto negativo da tendência crescente de residentes saírem de Macau aos fins-de-semana, consumindo mais nas cidades do Interior da China. Ma Kin Cheong adiantou que durante o programa, os comerciantes criaram também promoções adicionais a fim de impulsionar as vendas. Por sua vez, o subchefe do conselho económico da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Chan Meng Kei, referiu que alguns idosos não participaram no programa porque não conseguem utilizar os meios de pagamento electrónico. Assim, sugeriu uma nova ronda de cartões de consumo a pensar nesta fatia da população. A iniciativa de apoio ao comércio e restauração termina no próximo dia 29 de Dezembro.
Nunu Wu Manchete SociedadeBilinguismo | Apontada falta de quadros 25 anos depois da transição Pereira Coutinho denuncia a falta de quadros bilingues que verdadeiramente assegurem o papel de Macau como interlocutor entre a China e os países de língua portuguesa. Por outro lado, uma residente de Macau lamenta que os salários de quadros desta área tenham diminuído na última década Macau tem ainda dificuldades em assumir o papel de interlocutor entre a China e os países de língua portuguesa devido, sobretudo, à falta de quadros bilingues. Esta foi a ideia deixada num artigo publicado no portal HK01, sobre os 25 anos da RAEM, onde é citada Belinda, uma residente que aprendeu português, e o deputado José Pereira Coutinho. Recorde-se que Sam Hou Fai, que toma posse como Chefe do Executivo na sexta-feira, declarou durante a campanha eleitoral a necessidade de consolidar o papel de Macau como “um interlocutor preciso entre a China e os países lusófonos”. Porém, Belinda, licenciada em tradução e interpretação de chinês e português, diz que os quadros qualificados enfrentam dificuldades laborais, sobretudo no que diz respeito a salários e regalias. Com 25 anos de idade, a residente estudou português durante três anos no ensino secundário, fez um período de estudos em Portugal e actualmente dá aulas em várias escolas e centros educativos privados. “Muitos alunos perguntam-me se é útil estudar português e se é fácil depois encontrar emprego. No passado dizia-se que quem estudava português tinha emprego garantido, mas hoje a situação está bastante diferente”, disse. Belinda terminou a licenciatura em 2021, em plena pandemia, e descreve que a economia está ainda em recuperação, sendo oferecidos salários mais baixos do que antes para funções de tradução ou ensino. Para um trabalho que antes era remunerado em 1.000 patacas, hoje é oferecido metade do montante, exemplificou. “Os preços subiram, mas os salários não. Os preços mudaram imensas vezes em comparação com há dez anos atrás”, adiantou. É certo que as autoridades locais investem no português com a criação de cursos e subsídios para estudos, mas, segundo a docente, muitos alunos olham para o português como um idioma pouco importante e apenas lúdico, pelo que o seu domínio da língua não evolui. Belinda apontou ainda que os docentes receiam ensinar conteúdos da língua demasiado difíceis. “Fui confrontada por colegas que consideram que os alunos são muito pressionados. Não concordo e disse que há dez anos, no ensino secundário complementar de três anos, aprendia sempre a dizer ‘Olá, bom dia’. Só comecei a aprender a língua a sério na universidade. Ora, isso não pode acontecer”, destacou. Desta forma, a residente espera que o novo Chefe do Executivo implemente políticas que mudem este cenário e que melhorem a situação de emprego. “Com a experiência que o novo Chefe do Executivo tem, acho que o novo Governo vai promover mais políticas de ensino”, afirmou. Problema não resolvido Pereira Coutinho, o único deputado macaense no hemiciclo, disse estar preocupado com a falta de quadros qualificados bilingues, afirmando que espera meses por traduções de acórdãos de tribunais ou outros conteúdos da Assembleia Legislativa. “Durante a era de Chui Sai On, já se falava da falta dos tradutores, e naquele tempo faltavam duzentos tradutores. Porém, a situação não melhorou.” Neste sentido, José Pereira Coutinho espera que o Governo disponibilize subsídios para a formação de talentos bilingues, além de melhorar as regalias profissionais para que mais pessoas se sintam atraídas pela profissão.
Nunu Wu Manchete SociedadeSJM | Chef António elabora pratos portugueses para o “Angela’s Cafe” António Neves Coelho, conhecido chefe de cozinha portuguesa em Macau, foi convidado a criar três iguarias para serem provadas até Fevereiro no “Angela’s Cafe”, no Lisboeta Macau. As criações culinárias são croissant de leitão, arroz de marisco e queijo de cabra gratinado Um dos mais conhecidos chefes de cozinha portuguesa em Macau, António Neves Coelho, associou-se à Sociedade de Jogos de Macau (SJM) para criar três iguarias portuguesas para o “Angela’s Cafe”, no Lisboeta Macau. Segundo o jornal Ou Mun, os pratos são o “Croissant de Leitão”, “Queijo de Cabra gratinado” e “Arroz de marisco molhado à moda do Chef António”. Os pratos podem ser provados até ao dia 28 de Fevereiro. No caso do queijo de cabra gratinado, o prato é composto por “queijo de cabra assado, macio e quente, acompanhado de compota de figo biológico, mel de acácia, vinagre balsâmico e pão de cominhos aromáticos, atingindo um equilíbrio perfeito de doçura”, é descrito numa nota emitida pela SJM. O arroz de marisco “combina alguns dos melhores mariscos frescos, incluindo lagosta inteira, camarão tigre suculento, polvo e amêijoas, lentamente cozinhados num caldo rico preparado pessoalmente pelo Chef António”. A cerimónia de apresentação da nova parceria decorreu ontem. António Coelho Neves está radicado em Macau há muitos anos, tendo feito carreira na área gastronómica. Fundou o restaurante “António”, na Taipa velha, e foi condecorado em 2013 com uma medalha de mérito pelos contributos na área da gastronomia portuguesa a nível local. Terence Chu, vice-presidente da área de Alimentação e Bebidas do Lisboeta, no Cotai, apontou que o empreendimento hoteleiro e de entretenimento dá resposta aos desígnios do intercâmbio das culturas chinesa e portuguesa, pretendendo impulsionar e promover a cultura singular de Macau. Terence Chu adiantou também que a gastronomia portuguesa é a mais representativa de Macau, e que a nova carta renova sabores mais clássicos da cozinha portuguesa, apresentando-se uma combinação do lado mais tradicional desta gastronomia com pratos mais inovadores. Conjugação com espectáculos Tendo em conta que está prestes a arrancar o primeiro espectáculo na zona de espectáculos ao ar livre junto ao Lisboeta, Angela Leong, presidente do conselho de administração do empreendimento aproveitou para confessar a expectativa face à inauguração do recinto. A também deputada declarou que a zona pode atrair muitos turistas que desejam ver concertos. Tendo em conta a nova infra-estrutura cultural, Angela Leong revelou que vai negociar com comerciantes para que o horário de abertura das lojas do Lisboeta possa expandir-se, estando a ser programado um plano de coordenação com as autoridades para a evacuação de multidões. Desta forma, poderão ser fechadas algumas vias. Sobre o Ano Novo Chinês, a empresária mencionou que será elevada a taxa de ocupação hoteleira nessa época bem como no Natal e Ano Novo, acreditando que os números poderão melhorar de forma gradual.
Nunu Wu Manchete SociedadeTaipa / Zhongshan | Ligação antes do Ano Novo Chinês A ilha da Taipa poderá estar ligada ao Porto de Passageiros de Zhongshan ainda antes do Ano Novo Chinês. A garantia foi dada ontem pela directora dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água, Susana Wong, que adiantou também estar em comunicação estreita com as concessionárias de transporte marítimo Susana Wong, directora dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), revelou que o Porto de Passageiros de Zhongshan está a planear abrir um percurso marítimo com ligação à Taipa. Assim, e segundo o jornal Ou Mun, Susana Wong tem mantido contactos estreitos com as concessionárias de transporte marítimo a fim de assegurar a abertura do percurso mais cedo do que o previsto, antes do Ano Novo Chinês. A informação foi avançada aos jornalistas à margem da cerimónia de lançamento do desfile de barcos de pesca organizado pela Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau. Susana Wong explicou que a DSAMA está, nesta fase, a ultimar todos os procedimentos essenciais, incluindo as licenças, para que as viagens entre Zhongshan e Taipa possam arrancar assim que as autoridades do Interior da China terminem os procedimentos do lado de lá da fronteira. Em termos de frequência de viagens, Susana Wong prevê que haja apenas, numa fase inicial, duas a três viagens diárias, com percurso e ida e volta. Tudo dependerá da resposta do mercado e dos visitantes, declarou. Melhorar o Passeio Relativamente ao percurso intitulado “Passeio Aquático em Macau”, Susana Wong explicou também que a DSAMA tem dialogado com as seis concessionárias de jogo sobre a adição de elementos de entretenimento nesse percurso de barco, a fim de atrair mais visitantes. Segundo a responsável, a população não tem demonstrado grande adesão a este Passeio. Susana Wong declarou que, no futuro, a DSAMA vai tentar disponibilizar mais apoios para a exploração de determinadas infra-estruturas, tal como criar pontos de entrada de navios para o Passeio Aquático de Macau, a fim de aumentar a procura. De Janeiro a Novembro deste ano, 8.800 pessoas realizaram o Passeio circundante por Macau e ilhas. Fazer as contas No que diz respeito ao Fundo de Desenvolvimento e Apoio à Pesca, em funcionamento desde 2007, foram aprovados 330 pedidos com empréstimos no valor de 91,7 milhões de patacas. Nos últimos anos, o montante de apoios, concedido sem juros, aumentou para 800 mil patacas, sendo que o prazo de reembolso exigido foi prolongado. Susana Wong destacou que a recuperação do sector das pescas tem sido lenta desde a pandemia, sendo que, nos últimos dois anos, não se têm registado muitos pedidos de empréstimo. Tal deve-se ao facto de muitos pescadores serem idosos e terem vendido os seus barcos, registando-se uma redução de dez no espaço de dois anos. Actualmente, contam-se 110 barcos atracados em zonas como o Porto Interior. A directora da DSAMA destacou que são raros os casos de beneficiários que pedem para prolongar o prazo de reembolso do empréstimo por dificuldades económicas.
Nunu Wu Manchete SociedadeSS | Prometidos médicos de família para todos os residentes O director dos Serviços de Saúde revelou que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar, para que todos os residentes de Macau tenham médico de família. Alvis Lo destacou também a redução do tempo de espera nas consultas de especialidade e que estão em andamento procedimentos para criar hospitais de dia O Governo vai dar os primeiros passos com o objectivo de garantir que todos os residentes de Macau têm um médico de família no futuro, uma vez que actualmente apenas existem 34 especialistas em medicina familiar no território. O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, afirmou ontem aos microfones da TDM – Rádio Macau que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar para desempenharem funções nos Centros de Saúde. O responsável vincou que a meta corresponde às directrizes da Organização Mundial de Saúde, que até agora não têm sido cumpridas. Sobre a contratação de médicos portugueses, o director dos SS afirmou apenas que são bem-vindos todos os médicos que cumpram os requisitos essenciais para trabalhar em Macau, sem acrescentar mais detalhes. O responsável participou ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM, onde revelou ainda que será lançada uma consulta pública com o intuito de criar um novo tipo de licença para instituições médicas, abrindo portas ao funcionamento de hospitais de dia em Macau. Os hospitais de dia permitem reduzir custos em pequenas cirurgias e prestar cuidados de saúde a doente em regime ambulatório e, como o nome indica, não requerem estadias durante a noite no hospital. De momento, a RAEM só tem duas categorias para instituições que prestam serviços médicos: hospitais e clínicas. Espera e ilhas Outro tópico discutido, foi a redução do tempo de espera para consultas externas. “Os residentes querem o tempo de espera encurtado. Por isso, melhorámos processos, acrescentámos eficácia através de meios tecnológicos e alocação de recursos, para reduzir para cerca de três semanas e meia o tempo de espera em consultas externas de especialidades e em primeiras consultas,” indicou o responsável. Em relação aos serviços de urgência, Alvis Lo garantiu que actualmente os pacientes demoram em média cerca de uma hora até serem atendidos, situação que poderá melhorar através da coordenação com o Hospital das Ilhas, para desviar doentes do Hospital São Januário. Em relação ao novo centro hospital, o director dos SS sublinhou a modernidade dos serviços de saúde, com recurso a alta tecnologia, e a capacidade para atrair turistas do sector big health. Alvis Lo indicou ainda que o Governo irá aumentar o orçamento dos subsídios a clínicas privadas, medida que tem como objectivo permitir que mais residentes sejam atendidos em clínicas, retirando pressão dos hospitais.
Nunu Wu Manchete SociedadeCotai | Zona de espectáculos com renda diária até 375 mil patacas O Governo publicou ontem os valores das taxas de utilização do local de espectáculos ao ar livre, que vão variar entre 500 mil patacas em dia de evento e 250 mil em dia de ensaio ou montagem quando a capacidade máxima for superior a 30 mil espectadores. No primeiro ano de actividade, 2025, as taxas vão ter 25 por cento de desconto A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, assinou um despacho que fixou os valores das taxas diárias cobradas a organizadores de eventos no novo espaço para espectáculos ao ar livre no Cotai. Os preços diários dependem do volume de espectadores e se no dia em apreço se realizam eventos ou se apenas se procedem a ensaios e montagem. Assim sendo, para espectáculos em que a capacidade ultrapassa 30 mil espectadores a taxa no dia do evento é de 500 mil patacas, enquanto nos dias para montagem e ensaios a taxa diária é 250 mil patacas. Para eventos, com plateias com menos de 30 mil espectadores, um dia de evento vai custar 350 mil patacas, enquanto a taxa diária para dias de ensaio ou montagem terá um preço de 175 mil patacas. O valor das taxas diárias durante 2025 terá um desconto de 25 por cento uma vez que o próximo ano será um “período experimental”, é indicado no despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Feitas as contas, no próximo ano, um espectáculo com mais de 30 mil pessoas terá uma taxa no dia do evento de 375 mil patacas, e 187 mil patacas em dias para montar estruturas e ensaios. Para eventos com menos de 30 mil espectadores, a taxa cobrada para a utilização do espaço no dia do espectáculo será de 262,5 mil patacas, enquanto em dias de montagem e ensaios a taxa diária será de 131.250 patacas. O Governo ressalva que se for “realizado mais do que um espectáculo por dia promovido pela mesma entidade, é cobrada a taxa correspondente à maior lotação”. Para aquecer A zona de espectáculos está situada num terreno do Governo, com uma área de 94 mil metros quadrados, na intersecção entre a Avenida do Aeroporto e Rua de Ténis, virada a norte para a Rua de Ténis e a nordeste para a Avenida do Aeroporto, perto do Grand Lisboa Palace. A construção do recinto implicou gastos superiores a 90 milhões de patacas, mas segundo a directora do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, o Governo não espera recuperar o investimento despendido na construção ao longo do primeiro ano de actividade. Entretanto, o IC abriu o período de candidaturas para a utilização do espaço a empresas locais e internacionais de organização de espectáculos. O evento inaugural está marcado para 28 de Dezembro e terá lotação máxima de 15 mil pessoas, cerca de um terço da capacidade total do recinto. Entre os primeiros profissionais que vão pisar o palco, contam-se artistas como Hins Cheung, Julian Cheung, Pakho Chau e Janice M. Vidal. Os bilhetes vão custar 480, 780 e 1080 patacas, mas haverá um sorteio para residentes com ingressos que vão custar 50 patacas. Empresas entusiasmadas A inauguração do novo recinto para espectáculos ao ar livre no Cotai pode trazer novas oportunidades de negócio para empresas locais dedicadas à produção de efeitos e decoração de palco, como iluminação e pirotecnia. James Si Tou, gerente de uma empresa de pirotecnia, afirmou ao canal chinês da Rádio Macau que nos concertos dos Seventeen, no Estádio da Taipa, foram contratadas empresas locais, entre as quais a sua, para a produção do evento. Esses concertos serviram para promover as empresas locais entre organizadores de eventos de grande dimensão e, segundo James Si Tou, a abertura do recinto no Cotai pode significar uma oportunidade para desenvolver o sector. O responsável pela empresa que organiza espectáculo Chessman, Alexandre Carvalho Lou, afirmou que gostaria de ver o Governo a ter um papel mais interventivo, dando como exemplo Singapura. O representante da Chessman indicou que Singapura assume a liderança em espectáculos com estrelas internacionais com a ajuda do Governo local que subsidia os eventos. Alexandre Carvalho Lou acrescenta que a aposta poderia beneficiar as empresas de produção, estimular o turismo e a indústria do espectáculos musicais.
Nunu Wu Manchete PolíticaAeroporto | Construção do terminal de carga arranca em 2025 A construção do terminal de carga do Aeroporto Internacional de Macau vai ter início no primeiro trimestre de 2025. Na segunda-feira, as autoridades de Macau e Hengqin assinaram um memorando para avançar com as obras. O terminal terá capacidade para despachar 300 mil toneladas por ano e vai custar perto de 420 milhões de renminbis A construção do terminal de carga de Aeroporto Internacional de Macau, que irá nascer em Hengqin, tornou-se uma projecto em andamento com a assinatura na segunda-feira do memorando de garantia da construção e do funcionamento do projecto do terminal de mercadorias do Aeroporto Internacional de Macau em Hengqin. A cerimónia, que contou com a presença de Ho Iat Seng e Lei Wai Nong, elegeu a empresa Guangdong Hengqin Macau International Airport Logistics. A entidade que irá tornar o projecto uma realidade nasceu da colaboração entre a empresa que gere o Aeroporto de Macau e uma subsidiária do China Cosco Shipping Group. A construção da projecto tem data prevista para arrancar já no primeiro trimestre de 2025 e terá um custo de 420 milhões renminbis. No total, somando ao custo de aquisição do terreno onde será erigido o terminal, no valor de cerca de 129 milhões de renminbis, a estrutura irá custar quase 540 milhões de renminbis. No terreno, com cerca de 66.700 metros quadrados, será construído um edifício com três pisos, que vão incluir um armazém para a logística, uma garagem subterrânea, assim como instalações para os serviços alfandegários, processamento de dados e para o pessoal. Novos tempos As autoridades estimam que o novo terminal terá capacidade para processar anualmente cerca de 300 mil toneladas de mercadorias. O presidente da comissão executiva da empresa que gere o Aeroporto de Macau, a CAM, Chan Weng Hong, destacou que o rápido desenvolvimento do comércio electrónico veio aumentar continuamente a procura no sector do transporte aéreo de mercadorias. O responsável afirmou ainda, citado por um comunicado da CAM, que a criação da Guangdong Hengqin Macau International Airport Logistics surgiu depois de um estudo aprofundado, e que o novo terminal irá melhorar as capacidades logísticas do sector da aviação de Macau.
Nunu Wu Manchete PolíticaGrande Baía | Kou Hoi In espera integração de taxas e moeda Numa entrevista a órgãos de comunicação nacionais, o presidente da Assembleia Legislativa afirmou esperar que Macau aprofunde a integração no desenvolvimento nacional, em termos de leis, taxas alfandegárias e moeda. Kou Hoi In fez um balanço dos trabalhos legislativos desde a transição e afirmou que as prioridades são a segurança nacional e o bem-estar da população Apesar dos projectos da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, a integração da RAEM no desenvolvimento nacional deve ser acelerada, segundo o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In. Numa entrevista colectiva a órgãos de comunicação nacionais, como a Xinhua e Diário do Povo, e alguns órgãos seleccionados de Macau, Kou Hoi In fez um balanço da sua carreira de mais de três décadas enquanto deputado e dos trabalhos da AL. O legislador sublinhou que com os rápidos avanços sociais é natural que os ordenamentos jurídicos não consigam acompanhar o ritmo da sociedade. Como tal, defendeu a integração com o Interior da China em termos de leis, taxas alfandegárias e moedas. “A manutenção da segurança nacional é uma das responsabilidades mais importantes da Assembleia Legislativa”, afirmou o político, citado pela agência Xinhua. A agência estatal recordou a desqualificação de 21 candidatos das eleições legislativas de 2021, na sequência da aplicação do princípio “Macau governando por patriotas”. Kou Hoi In clarificou a natureza do órgão legislativo da RAEM. “A Assembleia Legislativa não é um órgão da oposição. De acordo com a Lei Básica, Macau segue um sistema liderado pelo Executivo. Os nossos deputados oferecem principalmente críticas construtivas, sugestões e feedback ao Governo.” “Mesmo que surjam discórdias no hemiciclo, os deputados chegam sempre a um consenso rapidamente quando os assuntos legislativos envolvem a segurança nacional. O que beneficia o país, beneficia Macau”, acrescentou. Olhar para dentro Reflectindo sobre os últimos 25 anos, Kou Hoi In referiu que a AL e o Governo da RAEM têm mantido uma relação estreita de cooperação, e desempenhado um papel crucial no sucesso constante e sustentado da política de “Um País, Dois Sistemas” em Macau. O político afirmou ter bem presente na memória a histórica sessão legislativa da “meia-noite” de 20 de Dezembro de 1999. “Após a cerimónia de transferência de poderes à meia-noite, reunimo-nos imediatamente no novo edifício da Assembleia Legislativa para a nossa primeira sessão plenária”, disse Kou. “Aprovámos 11 leis fundamentais que estabeleceram as bases legais para o funcionamento do Governo, do poder legislativo e do poder judicial da RAEM”, recordou. Desde a transferência de soberania, Macau promulgou ou alterou 404 leis. O legislador garantiu ainda que a AL tem sempre como prioridade as leis relacionadas com o bem-estar da população, destacando a construção de uma rede de segurança social básica, através dos regimes da segurança social e subsídio de invalidez e cuidados de saúde gratuitos. Kou Hoi In realçou também as leis de habitação económica e habitação social que procuraram endereçar as necessidades da população, mas também as leis de segurança alimentar e o enquadramento jurídico que permitiu adicionar o Metro Ligeiro à rede de transportes da região.
Nunu Wu Manchete SociedadeToi San | Incêndio provoca evacuação de 60 moradores Um incêndio que deflagrou num edifício residencial na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa obrigou à evacuação de 60 moradores. Duas pessoas sentiram-se mal, uma delas foi reencaminhada para o hospital devido à inalação de fumo. O fogo começou num apartamento em remodelação devido a um curto-circuito e à presença de materiais inflamáveis Às 23h da noite de quarta-feira, um incêndio no Bloco 6 do edifício San Seng Si Fa Un, no bairro do Toi San, um apartamento que estava em remodelação incendiou-se, levando ao alarme dos moradores e à intervenção do Corpo de Bombeiros, que acorreram ao local na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa. As chamas obrigaram à evacuação de cerca de 60 moradores, muitos deles que se viram obrigados a sair para o exterior em pijama. Do interior de um apartamento no 7.º andar do prédio podiam ver-se chamas e ouviram-se estrondos de pequenas explosões. Os bombeiros chegaram ao local, extinguiram as chamas e socorreram duas pessoas. Um idoso de 77 anos sentiu-se mal e num estado de exaltação recusou tratamento médico. Porém, uma moradora de 33 anos teve de ser reencaminhada para o Centro Hospitalar Conde de São Januário devido à inalação de fumo. As autoridades acrescentaram que a mulher não perdeu os sentidos e que o seu quadro clínico não inspirava cuidados de maior. Ouro sobre azul Como é frequente nos incêndios urbanos que deflagram em Macau, mais uma vez uma avaria no equipamento eléctrico poderá ter estado na causa do incêndio. Segundo a avaliação preliminar das autoridades, foi encontrada no chão da cozinha uma lâmpada partida, que terá caído de um candeeiro de tecto. Os bombeiros acrescentam que a lâmpada poderá ter sobreaquecido e rebentado. Porém, ao cair no chão entrou em contacto com material inflamável, provavelmente diluente, de acordo com a investigação. Instrumentos e materiais de construção que estavam na cozinha pegaram fogo, e as paredes do apartamento ficam enegrecidas.
Nunu Wu Manchete SociedadeRádio táxis | Inquérito revela procura alta e pouca oferta Lançado pela Aliança do Sustento e Economia de Macau, o inquérito sobre o serviço de rádio táxis revela que há muita procura, mas pouca oferta, com mais de metade dos inquiridos a queixarem-se da falta de veículos disponíveis. Mais de 90 por cento dos inquiridos disse preferir chamar um táxi desta forma Macau continua a sofrer com a falta de táxis. É o que revela um inquérito lançado pela associação Aliança do Sustento e Economia de Macau sobre os serviços de rádios táxis, que aponta continuar a haver muita procura para a pouca oferta existente. Se 90,79 por cento dos inquiridos demonstraram vontade de chamar este tipo de táxis para as suas deslocações, o que significa que o serviço tem bastante potencial, verifica-se a falta de oferta, os longos períodos de espera e a insatisfação com a qualidade dos serviços. Mais de metade dos inquiridos, 61,13 por cento, respondeu que não existem veículos suficientes para o serviço, enquanto 59,78 por cento dos utentes afirmou que o tempo de espera é demasiado longo ou simplesmente não conseguem pedir um condutor. Além disso, 41,94 por cento dos utentes criticam a qualidade dos serviços. A equipa responsável pelo inquérito aponta que estes dados mostram que há ainda problemas com o serviço de rádio táxis que precisam ser resolvidos para impulsionar o funcionamento e utilização deste meio de transporte. Como resolver? O inquérito questiona também os residentes sobre as políticas que devem ser adoptadas. Assim, 60,1 por cento dos entrevistados pedem a supervisão do Governo, enquanto 54,86 por cento dos entrevistados preferem que haja, simplesmente, mais oferta de veículos. Por sua vez, 48,21 por cento dos entrevistados pedem que a qualidade dos serviços seja melhorada, enquanto 38,36 por cento dos entrevistados querem uma maior oferta em termos de tarifas cobradas. A equipa responsável pelo inquérito conclui, assim, que cabe às autoridades assumir um papel activo na melhoria deste serviço, a fim de resolver os problemas e dificuldades sentidos por residentes e turistas. A mesma equipa também entende que são necessários mais táxis, para dar resposta ao futuro desenvolvimento da zona A dos novos aterros. Foram também colocadas questões sobre as razões para os entrevistados pedirem um rádio táxi, sendo que a maioria usa este serviço para sair de Macau em viagem, com 78,94 por cento dos residentes e 67,88 por cento dos turistas a optarem pelo serviço para deslocações ao aeroporto. Por sua vez, 50,78 por cento dos residentes e 49,09 dos turistas chamam um rádio táxi para deslocações aos terminais marítimos, enquanto que em relação aos postos fronteiriços, há 68,69 por cento de turistas a escolher um rádio táxi, número superior ao dos residentes, uma vez que apenas 60,9 por cento dos locais opta por pedir um táxi deste género. O inquérito realizou-se entre os dias 19 de Junho e 4 de Setembro deste ano, contando com um total de 1.564 respostas válidas, com a participação de 959 residentes de Macau, 61 trabalhadores não residentes, 495 turistas e 49 pessoas de fora destas categorias.
Nunu Wu Manchete SociedadeMacauPass / MPay | Cartão usado em mais de 300 cidades O Governo da RAEM e o Ministério dos Transportes chinês acordaram a possibilidade usar um cartão emitido pela MacauPass, em formato físico ou no MPay, para pagar tarifas de transportes urbanos em mais de 300 cidades chinesas. Por outro lado, visitantes chineses podem usar o cartão China T-union nos autocarros de Macau A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) acordou com o Ministério dos Transportes a adesão da MacauPass ao programa China T-union, o sistema usado para pagar transportes urbanos no Interior da China, mas também para fazer compras. Assim sendo, passou a ser possível desde ontem pedir um cartão especial da MacauPass, em formato físico ou digital através da aplicação MPay. O novo cartão custa 68 patacas e se for comprado através do MPay aceita os pontos de desconto MCoins até um valor de 10 patacas. O MacauPass – China T-union pode ser usado para pagar tarifas de transportes públicos em mais de 300 cidades chinesas e mais de 1.700 aglomerados populacionais de menor dimensão. O cartão pode também ser utilizado em cerca de 280 ligações ferroviárias urbanas. Na aplicação MPay, o cartão digital da China T-union é criado numa carteira separada onde são depositados montantes em patacas que depois são convertidos em renminbis para pagar transportes no Interior da China. Para saber se o cartão é admitido num transporte público basta procurar o logótipo da “China T-union”. Ligações estreitas Num comunicado emitido ontem, a DSAT explica que o objectivo passa por apoiar “a utilização dos transportes públicos locais e os benefícios de tarifas, mas também facilitar o acesso aos principais meios de transportes nas principais cidades do país”. O Governo acrescenta que a medida pretende responder ao aumento da procura de emprego e de viagens para o Interior da China por parte dos residentes de Macau, “estreitando cada vez mais o intercâmbio de pessoas entre os dois lados”. O mesmo irá acontecer no sentido inverso. Os visitantes do Interior da China e de Hong Kong podem desde ontem usar os seus cartões da China T-union para pagar as tarifas dos autocarros públicos de Macau. Importa referir que o cartão Ocpotus da RAEHK passou a emitir desde meados de Setembro o Octopus China T-union, que poderá ser utilizado na RAEM. A DSAT salienta que os cartões que não são emitidos em Macau “não beneficiam de desconto nas tarifas. Os visitantes podem também usar o cartão para pagar contas em restaurantes, bilhetes para espectáculos e compras em lojas. Para quem preferir a versão física do cartão, pode requerer a sua emissão, que custa 68 patacas, em três centros dos serviços de MacauPass, no Nape na Rua de Paris, nº10, na Estrada Marginal da Areia Preta, nº 183 e na Taipa na Avenida de Kwong Tung, nº 79. Se os titulares perderem o MacauPass – China T-union não podem reclamar a perda de dinheiro porque o cartão não tem a inscrição da identidade do titular.
Nunu Wu Manchete PolíticaIA | Deputados chantageados com falsas imagens de nudez O deputado Leong Hong Sai confessou ter recebido emails com fotos manipuladas do seu rosto num contexto de nudez. As imagens serviram de veículo para chantagem e foram enviadas a outros deputados. Wong Sio Chak revelou que vários directores de serviços receberam mensagens semelhantes O deputado Leong Hong Sai revelou ontem na sessão de resposta a interpelações orais na Assembleia Legislativa ter sido alvo de chantagem depois de receber um email com imagens alteradas para parecer estar nu. Sem acrescentar mais detalhes, o legislador da bancada parlamentar dos Moradores aproveitou a presença do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, no hemiciclo para perguntar o que está a ser feito para contornar esta situação. Leong Hong Sai revelou que outros deputados da RAEM receberam emails com conteúdo semelhante, acrescentando ter ficado com receio e não ter aberto a mensagem. Porém, contou que alguns colegas de hemiciclo abriram as mensagens de email. O secretário começou por recordar que o mesmo aconteceu recentemente em Hong Kong onde vários legisladores do sexo masculino receberam mensagens de correio electrónico acusando-os de “má conduta grave”. Os emails tinham em anexo supostas imagens geradas por inteligência artificial (IA) dos deputados em posições comprometedoras com mulheres nuas. As mensagens afirmavam que as imagens seriam publicadas se os deputados não contactassem os burlões, que se passavam por detectives privados, através de WhatsApp. Wong Sio Chak revelou que o mesmo aconteceu a “vários directores de serviços” da Administração da RAEM e que se passaram casos semelhantes com deputados e dirigentes de altos cargos de Macau quando dirigia a Polícia Judiciária (PJ), apesar das diferenças tecnológicas. O director da PJ, Sit Chong Meng, tentou tranquilizar os deputados, afirmando que as autoridades estão a fazer o seu melhor para investigar os casos. Apesar de reconhecer que a manipulação de imagens não é novidade em Macau, tendo como alvo deputados e dirigentes da Administração, Wong Sio Chak salientou que é a primeira vez que a IA é usada para esta finalidade. Porém, revelou ainda não se terem registados casos de troca de rosto em vídeo. Selvajaria completa O tema foi suscitado pela interpelação oral de José Chui Sai Peng sobre cibersegurança. Wong Sio Chak afirmou que o número de ataques cibernéticos e de acções de espionagem às infra-estruturas críticas de Macau tem aumentado significativamente ao longo dos últimos quatro anos. O número de ataques diários em 2020 era de cerca de 1.600. No entanto, este ano, o Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança (CARIC) registou um aumento da média diária para cerca de 6.200 incidentes. “Em 2020, o número de alertas emitidos pelo CARIC aos operadores foi de 38, enquanto que, no corrente ano, até dia 25 de Novembro, esse número aumentou para 231”, relevou o secretário para a Segurança.
Nunu Wu Manchete SociedadeFestival de Gastronomia | Negócios caíram apesar de descontos O Festival de Gastronomia, que acabou no domingo, gerou menos 10 por cento do volume de negócios em comparação com o ano passado. Preços mais baratos e alguns dias de chuva foram explicações avançadas por Chan Chak Mo para a redução dos negócios Em fase de digestão do 24.º Festival de Gastronomia, o deputado e presidente da comissão organizadora do evento, Chan Chak Mo, apontou que o volume de negócios dos restaurantes presentes no festival este ano caíram cerca de 10 por cento em comparação o festival de 2023. Segundo o jornal Ou Mun, Chan Chak Mo indicou as possíveis razões que levaram à quebra. “Em primeiro lugar, tivemos alguns dias com chuva. Em segundo lugar, apelámos aos comerciantes para baixarem os preços este ano. Portanto, apesar de por vezes as filas de espera serem grandes, os preços mais em conta podem ter levado à descida do volume dos negócios”, avançou o deputado e empresário. Face à questão se a redução dos negócios poderia ter sido afectada pelo declínio da capacidade de consumo dos visitantes, Chan Chak Mo afastou esse cenário, indicando não ter sentido diferente na vontade de consumir. Coincidências de calendário Este ano, o Festival de Gastronomia não contou com restaurantes de fora da Macau, circunstância que Chan Chak Mo justificou com os elevados custos para participar e a falta de espaço. O deputado salientou também que se tivessem vindo restaurantes de fora, os locais iriam perder oportunidades. O deputado salientou ainda que Festival de Gastronomia coincidiu com o Grande Prémio de Macau, situação que beneficiou os negócios. Outro aspecto positivo, foram os shuttles providenciados pelas concessionárias de jogo que passaram pela Torre de Macau, trazendo visitantes para o festival. Chan Chak Mo considera que estas ligações de autocarro são uma opção de transportes a explorar melhor na edição de 2025 do Festival de Gastronomia. Sobre a possibilidade de realizar o evento no novo recinto para espectáculos de grande envergadura no Cotai, Chan Chak Mo não se mostrou motivado, indicando que para tal seria necessário aperfeiçoar o trânsito na zona e fazer um novo planeamento do festival, apesar de permitir o convite a mais comerciantes.
Nunu Wu Manchete SociedadeInquérito | Cerca de 80% pede mais apoios económicos A Federação das Associações dos Operários de Macau apresentou ontem os resultados de um inquérito onde se revela que mais de 60 por cento dos inquiridos considera que a recuperação económica não chegou à sua família. Problemas financeiros relacionados com despesas correntes, hipotecas e filhos são factores que levam a maior stress O stress financeiro é uma realidade transversal às famílias de Macau, que motiva a necessidade de alargamento dos apoios do Governo, é o que revela um estudo apresentado ontem pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Os resultados do inquérito, expostos por representantes da FAOM, incluindo o deputado Leong Sun Iok, revela que mais de 60 por cento dos inquiridos afirmaram que as suas famílias não foram beneficiadas pela recuperação económica. Para quase 62 por cento, os factores económicos foram as maiores fontes de stress. As despesas do dia-a-dia foram indicadas como o fardo mais pesado na economia familiar de quase 67 por cento dos inquiridos. O pagamento de empréstimos hipotecários foi destacado por quase 46 por cento, enquanto as despesas e dificuldades para educar os filhos foram apontados por 43 por cento dos entrevistados como factor motivador de stress na família. Face a este panorama, não surpreende que quase 80 por cento dos inquiridos “apelem fortemente” ao Governo para introduzir mais medidas de apoio económico, como subsídios, para aliviar as pressões do quotidiano. Fruto com bicho A falta de igualdade na distribuição dos “frutos da recuperação económica” tem sido um chavão muito ouvido no discurso político em Macau. Leong Sun Iok apelou à implementação de políticas que favoreçam um maior equilíbrio. “A estrutura económica tem de ser melhorada, para garantir o desenvolvimento equilibrado de todos os sectores. Além disso, é preciso investir em educação e formações tecnológicas de forma a reforçar a adaptabilidade de trabalhadores no mercado”, afirmou Leong Sun Iok. O deputado apelou ainda ao lançamento de mais medidas de apoio económico, como subsídios para cobrir “as despesas do dia-a-dia, como cartões do consumo, apoios à habitação e saúde”. Além das questões directamente económicas, mais de 70 por cento dos entrevistados revelaram sentir stress devido à necessidade de cuidar de menores e idosos. A vice-presidente da FAOM, Leong Meng Ian, sugeriu o limite do horário de trabalho semanal para 48 horas, a unificação dos dias de licença de maternidade entre os sectores privado e público, bem como aumentar a licença de paternidade. A responsável apelou ainda à criação de uma licença para acompanhamento médico de familiar e licença para actividades entre pais e filhos. O inquérito foi realizado entre Junho e Novembro deste ano e teve respostas de 1.100 pessoas.
Nunu Wu Manchete SociedadeZhuhai / Atropelamento | Confirmado não haver vítimas de Macau A polícia de Macau recebeu a confirmação de que nenhum residente da RAEM foi morto ou ferido no brutal atropelamento que tirou a vida a, pelo menos, 35 pessoas em Zhuhai. A polícia da cidade vizinha demorou quatro dias a informar a congénere de Macau. No sábado, foi aprovada a detenção do suspeito, que as autoridades haviam indicado estar em coma Quatro dias depois do ataque que matou, pelo menos, 35 pessoas no Centro Desportivo Xiangzhou, em Zhuhai, as autoridades da cidade vizinha confirmaram aos Serviços de Polícia Unitários de Macau que entre os mortos e feridos não existem residentes da RAEM. O atropelamento, que ocorreu na passada segunda-feira à noite, deixou 43 pessoas feridas. Porém, desde que a informação oficial sobre o número de mortos e feridos foi revelada, quase 24 horas depois do incidente, não foi feita nenhuma actualização sobre o estado de saúde dos feridos, ou se houve registo de mais óbitos. À falta de informação sobre o incidente, juntou-se a forte campanha de censura sobre o incidente nas redes sociais chinesas, com quase todo o conteúdo partilhado a ser removido. Uma pesquisa na rede social Weibo sobre o centro desportivo dava apenas alguns resultados no dia seguinte ao atropelamento. No sábado, o Ministério Público de Zhuhai divulgou um comunicado a indicar ter “aprovado a detenção de Fan, o suspeito no caso de atropelamento e fuga de 11 de Novembro em Zhuhai”, acusado de “colocar em perigo a segurança pública através de meios perigosos”. No WeChat da Procuradoria da cidade vizinha é acrescentado que o caso está em investigação, sem que se saiba o estado de saúde do suspeito, depois de na terça-feira ter sido indicado que Fan estaria em coma depois de golpes de arma branca auto-infligidos. Estudar o espírito As autoridades lançaram também um alerta à população da cidade vizinha para a presença de “forças estrangeiras hostis com intenções maliciosas” nas imediações do Centro Desportivo Xiangzhou. O Comité Permanente do Partido Comunista Chinês da província de Guangdong reuniu no sábado para “estudar e aplicar minuciosamente as importantes instruções dadas pelo secretário-geral Xi Jinping sobre o caso do atropelamento de peões em Zhuhai”, informou ontem o Governo provincial. O Governo da província vizinha sublinhou que o secretário-geral Xi Jinping “atribui grande importância, e sempre se preocupou,” com a segurança, estabilidade de vida das pessoas, dando “instruções importantes com requisitos claros, que reflectem plenamente os seus sentimentos profundos para com o povo de Guangdong”. É também realçado que toda a província deve estudar e compreender aprofundadamente o espírito das importantes instruções de Xi Jinping, fazer uma auto-análise ao trabalho desenvolvido até aqui e aprender com o trágico incidente de Zhuhai. O Governo de Guangdong refere que todos os níveis do aparelho partidário devem compreender a “consistente obrigação de aderir a uma abordagem centrada nas pessoas”. “[Devemos] educar e orientar a maioria dos membros e quadros do partido para continuar a estabelecer firmemente o pensamento de desenvolvimento centrado nas pessoas, e colocar a segurança e o bem-estar das massas na posição mais elevada dos nossos corações”, é acrescentado.
Nunu Wu Manchete PolíticaEnsino superior | Descobertos alunos com falsos diplomas na MUST A Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau descobriu que 24 alunos de Hong Kong se matricularam com falsos diplomas de conclusão do ensino secundário. O Governo de Macau confirmou estes dados e a secretária para a Educação de Hong Kong já reagiu, falando em crime grave Um total de 24 alunos de Hong Kong falsificou os diplomas de conclusão do ensino secundário para ter acesso ao ensino superior, nomeadamente para entrar na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST). A história, avançada pelos media de Hong Kong, já originou, da parte da MUST, uma queixa na polícia de Hong Kong, que está a investigar o caso. Também as autoridades de Macau estão a colaborar neste processo. À Rádio Comercial de Hong Kong, Christine Choi, secretária para a Educação da região, confirmou a suspeita em torno dos diplomas falsos. “A MUST recebeu admissões de cerca de 20 alunos mediante os resultados do Exame do Diploma de Ensino Secundário de Hong Kong (HKDSE, na siga inglesa). A universidade suspeitou desses resultados e, por isso, consultou a Autoridade de Exames e Avaliação de Hong Kong para os verificar. Incrível como descobrimos que cerca de 20 candidatos se inscreveram com resultados falsos”, disse. A responsável fez ainda um apelo para que, caso haja mais suspeitas de diplomas falsos, sejam apresentadas queixas e informações junto da Autoridade de Exames e Avaliação de Hong Kong. O caso, que já está a ser investigado por parte das autoridades policiais da região vizinha. Para Christine Choi, falsificar documentos de avaliação “é um crime sério em que os responsáveis necessitam de assumir as responsabilidades penais”, podendo incorrer numa pena de prisão máxima de 14 anos. DSEDJ reagiu Entretanto, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) emitiu uma nota a referir que possui mecanismos para verificar falsidades nos currículos académicos e que irá comunicar com as autoridades policiais neste caso. “As instituições de ensino superior em Macau sempre atribuíram grande importância aos padrões de admissão e controlo das qualificações académicas. A DSEDJ reitera que todas as instituições de ensino superior em Macau irão realizar, de forma rigorosa, o trabalho de recrutamento, registo e verificação dos currículos dos alunos de forma abrangente.” A DSEDJ esclarece ainda que “qualquer pessoa que se candidate com informações falsas e por meios ilegais às instituições de ensino superior de Macau irá ver cessadas o estatuto de estudante ou o grau obtido, sendo os responsáveis legalmente responsabilizados” A entidade responsável pela gestão do ensino superior e não superior de Macau esclarece que existe um mecanismo de coordenação e verificação de competências a fim de garantir que não existem ilegalidades. Em Junho deste ano, foram emitidas novas directrizes sobre o processo de matrícula a fim de se promover uma maior coordenação entre todas as universidades do território. “Todas as universidades implementaram de forma integral as novas directrizes”, é referido.
Nunu Wu Manchete PolíticaHabitação Económica | Ella Lei pede flexibilidade nas candidaturas Menos candidaturas admitidas do que fracções no último concurso para habitação económica são sinais de que é preciso rever as políticas de habitação, segundo Ella Lei. A deputada sugere maior flexibilidade de requisitos, candidaturas permanentes e a possibilidade de candidatos individuais requererem fracções além de T1 Na óptica de Ella Lei, está na altura de rever as políticas de habitação económica, seguindo algumas medidas previstas para a habitação social. A deputada da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) encarou os resultados das candidaturas ao concurso de habitação económica, divulgados na quarta-feira, como um alerta para a necessidade de reajustar os parâmetros da política, uma vez que o número de candidaturas admitidas ficou aquém das fracções a concurso. Em declarações citadas pelo jornal Ou Mun, Ella Lei começou por sugerir a flexibilização do processo, com implementação de candidaturas permanentes, à semelhança do modelo da habitação social. Desta forma, os agregados familiares ou indivíduos podem apresentar candidatura mesmo sem estar um concurso aberto. Assim sendo, os interessados podem submeter a seu tempo a papelada necessária e a candidatura ficar inscrita no Instituto de Habitação. A deputada considera que os moldes em que está desenhada a política de habitação económica não correspondem à realidade actual, com mais recursos de terras e a oferta das habitações económicas num nível estável, em comparação com o passado. Com um pé atrás O facto de terem sido recusadas quase 1.500 candidaturas também merece reflexão das autoridades, entende a deputada, tendo em conta o arrefecimento da procura de residentes que procuram estas modalidades de habitação pública, e o aumento dos edifícios para esses segmentos, Ella Lei defende que o Governo deve analisar os requisitos exigidos para que as candidaturas sejam aceites, nomeadamente os parâmetros de rendimento e património líquido, que devem aumentar. A deputada da FAOM vai mais longe e justifica a possível hesitação de muitos residentes em aderir à habitação económica como reflexo dos ajustes do mercado imobiliário dos últimos anos, assim como as alterações às leis da habitação económica. Outro ajuste útil, também enquanto incentivo à natalidade, seria permitir que candidatos individuais pudessem concorrer a fracções com mais assoalhadas, terminando a limitação de só poderem candidatar-se a T1. Ella Lei considera que esta medida impede candidaturas de jovens que estão a pensar constituir família. Ella Lei citou dados oficiais que mostram que, entre as 5.076 candidaturas válidas, 2.275 eram individuais, enquanto os agregados familiares eram 2.801. A maioria dos candidatos tinham idades compreendidas entre 23 e 44 anos.
Nunu Wu Manchete PolíticaFundação Macau | Wu Zhiliang descarta ida para o Governo Há mais de 35 anos na Fundação Macau, Wu Zhiliang sente-se em casa e quer levar o organismo para uma nova fase de apoio a associações e à população. O responsável afasta a hipótese de integrar o elenco do Executivo de Sam Hou Fai, mas espera que o novo Governo corresponda às necessidades e expectativas dos cidadãos O presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau, Wu Zhiliang, afastou ontem a possibilidade de integrar o próximo Governo, que será liderado por Sam Hou Fai. Em declarações à TDM – Rádio Macau, o responsável garantiu que após mais de três décadas e meia nos quadros da Fundação Macau está satisfeito com o cargo que ocupa. “Estou na fundação há 36 anos. Estou bem na fundação, quero continuar e levar a fundação para uma nova fase de desenvolvimento. Queremos continuar a apoiar bem as associações e as necessidades da população”, referiu Wu Zhiliang aos microfones da emissora pública. Em relação ao próximo Governo, o líder da Fundação Macau está confiante que lance políticas que respondam às necessidades da sociedade. Sobre o trabalho da fundação, Wu Zhiliang realçou que em 2023 foram atribuídos 933 milhões de patacas em subsídios, total que representou um aumento de quase dois terços em relação ao valor distribuído no ano anterior, ou seja, 572 milhões de patacas. Quanto às razões para o aumento do valor total dos subsídios atribuídos em 2023, Wu Zhiliang indicou as mudanças dos prazos na atribuição dos apoios, mas também o aumento dos pedidos de financiamento, que cresceram mais de 10 por cento entre 2022 e 2023, para um total de 2.162 pedidos. Vigilância apertada Em relação ao Plano de Apoio Financeiro Amor por Macau e Hengqin, desde o seu lançamento, a Fundação Macau financiou 47 associações num valor que, no segundo trimestre deste ano, já ultrapassava os 7 milhões de patacas. No total, as excursões financiadas levaram cerca de 68 mil residentes à Ilha da Montanha. Recorde-se que as agências de viagem escolhidas para organizar estas excursões vieram de associações ligadas ao turismo, com todas as agências escolhidas a serem propriedade ou lideradas pelos próprios dirigentes associativos ouvidos pelo Governo. Apesar disso, o chefe do departamento de apoio financeiro da Fundação Macau, King Wong, realçou ontem no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, que o organismo é exigente na supervisão aos apoios concedidos. “A Fundação Macau tem um regime rigoroso que supervisiona a gestão de subsídios, para garantir que as actividades subsidiadas são lançadas segundo os planos. Ao longo deste ano, foram realizadas 544 inspecções em locais onde decorriam eventos financiados pela fundação, e fizemos 280 advertências por escrito a associações que não entregaram o relatório de actividade dentro do prazo ou não cumpriram completamente as suas obrigações”, indicou King Wong. Em quase uma centena de casos de entrega tardia do relatório de actividades, a Fundação Macau sancionou as entidades financiadas com um corte de 5 por cento do subsídio.
Nunu Wu SociedadeReciclagem | Macau tem mais de 4.000 postos de recolha Estão espalhados pelo território de Macau mais de 4.000 postos de reciclagem, indicou Raymond Tam, director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), em jeito de balanço. Passados 15 anos da criação da DSPA, o seu director recordou, em declarações ao jornal Ou Mun, que o Programa de Pontos Verdes foi criado em 2011, começando a recolha selectiva de materiais para reciclagem. Apesar das inúmeras críticas à eficácia dos programas de reciclagem do Governo, que antes da existência da DSPA era gerida pelo equivalente ao Instituto para os Assuntos Municipais, Raymond Tam salienta que a redução de desperdício na fonte e a recuperação de recursos são prioridades políticas do Governo. O responsável salientou que em 2019, a DSPA introduziu as máquinas de recolha de garrafas de plástico e em 2021, estes equipamentos foram actualizados para também recolher latas de alumínio. O peso das coisas Em relação à contabilidade actual, Raymond Tam afirmou que este ano, até ao final de Julho, foram recolhidos dos postos de reciclagem espalhados pela cidade, das máquinas de recolha e das escolas quase 3,42 mil toneladas de papel, quase 1,1 mil de toneladas de resíduos de plástico e 13,4 milhões de latas. Em relação à reciclagem de resíduos alimentares, o responsável realçou o programa de recolha que, desde 2012, tem alargado a sua rede de entidades e empresas participantes. Neste aspecto, Raymond Tam salienta que nos primeiros sete meses deste ano, as autoridades receberam mais de 1,2 toneladas de resíduos alimentares, provenientes de 220 restaurantes. A recolha e tratamento deste tipo de desperdício foi reforçado pela entrada em funcionamento dos centros ambientais Alegria, subordinados à DSPA, que começaram a receber resíduos alimentares em Abril de 2021. O líder da DSPA realçou no balanço dos trabalhos de protecção ambiental, o progresso conseguido no tratamento de equipamentos electrónicos, pilhas e baterias usadas. Entre o início de 2020 até Julho deste ano, foram recebidos cerca de 805 mil equipamentos electrónicos e eléctricos, e entre o fim de 2016 e Julho deste ano, foram recolhidas cerca de 332 toneladas de pilhas e baterias usadas.
Nunu Wu Manchete PolíticaTurismo | Au Kam San sugere parque luso na zona costeira Au Kam San sugeriu ontem a construção de um parque temático dedicado a Portugal, no terreno do antigo Parque Oceano ou na Zona D, incluindo réplicas da Torre de Belém e do Padrão dos Descobrimentos. A opinião foi partilhada depois de uma associação de turismo ter defendido que São Lázaro fosse remodelado para ser um bairro português Depois das réplicas da Torre Eiffel, dos canais de Veneza, do Palácio de Westminster e do Coliseu Romano, o ex-deputado Au Kam San sugeriu a construção de réplicas da Torre de Belém e do Padrão dos Descobrimento como principais atracções de um parque temático dedicado a Portugal. Numa publicação partilhada ontem no Facebook, Au Kam San argumenta que o projecto poderia ajudar Macau a tornar-se um Centro Mundial de Turismo e Lazer e que os locais ideais para construir o parque seriam a Zona D dos novos aterros ou o terreno do antigo Parque Oceano. A ideia foi partilhada na sequência da sugestão do empresário e presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, de criar um bairro de Portugal na freguesia de São Lázaro, aproveitando o bom estado de conservação de edifícios com características portuguesas e calçada tradicional. Porém, Au Kam San considera que São Lázaro não é a zona ideal para proporcionar boas experiências aos turistas devido às ruas estreitas, falta de lugares de estacionamento e à dimensão e enquadramento dos prédios que oferecem pouco espaço par dar aos visitantes um vislumbre do que é a cultura portuguesa. “Acho que se é para fazer algo, que se faça algo em grande. Macau sempre teve um deficit de parques temáticos, com projectos que não vingaram, como o Parque Oceano ou o Macau Studio City. Portugal parece-me ser um bom tema para um parque”, afirmou o ex-deputado. De Sintra ao Douro À semelhança dos monumentos portugueses citados, Au Kam San também entende que o parque temático português deveria ser construído na zona costeira de Macau, e poderia ser abrilhantado com elementos ribeirinho da foz do Douro, no Porto, assim como da Avenida da Liberdade e Praça do Comércio em Lisboa e Palácio da Pena em Sintra. O ex-deputado propõe também a recriação de elementos que transmitam a cultura vitivinícola, o ambiente das caves do vinho do Porto. O parque poderia também proporcionar experiências gastronómicas e acolher espectáculos de música e danças tradicionais portuguesas. “Com mais de 30 milhões de turistas a visitar Macau por ano, acho que investidores locais e internacionais iriam achar o projecto atractivo. Tendo em conta que o parque aposta em elementos não-jogo, estou certo que as seis concessionárias de jogo teriam todo o prazer em pagar a conta”, acrescentou.
Nunu Wu Manchete SociedadeIlha Verde | Direitos de propriedade preocupam deputado Leong Hong Sai está apreensivo em relação ao Planeamento de Ordenamento Urbanístico da Ilha Verde devido à dispersão de terrenos com múltiplos proprietários. Além de pedir justiça e imparcialidade na resolução destes problemas, o deputado indica que a criação de zonas comerciais, escritórios e hotéis na Ilha Verde pode aliviar áreas como ZAPE e Nam Van O Planeamento de Ordenamento Urbanístico da Ilha Verde, apresentado na passada quarta-feira, deixou o deputado Leong Hong Sai preocupado com possíveis conflitos legais em relação aos terrenos da zona, em particular da Colina da Ilha Verde. Em declarações ao Exmoo, o deputado da União Geral das Associações dos Moradores de Macau referiu temer que os problemas com direitos de propriedade e concessões com múltiplos titulares possam atrasar a execução do planeamento que prevê a saída de quase metade da população daquela zona. O representante dos Moradores recorda que no próprio plano é indicado que, “actualmente, na Colina da Ilha Verde, há muitos terrenos não desenvolvidos, que estão muitos dispersos e existem ainda problemas de diferentes titularidades”. Desde terrenos que são propriedade privada, passando por terrenos concedidos por arrendamento e concessões por aforamento ou a título gratuito, o deputado sublinha que estes casos devem ser tratados com prudência, respeitando os princípios da imparcialidade, justiça e publicidade. Seja através da junção de parcelas de terreno ou permutas, o deputado apelou ao futuro Governo liderado por Sam Hou Fai que aborde este problema, que não se verifica apenas na Ilha Verde, de uma forma equilibrada. Quem te ajuda Recorde-se que o planeamento urbanístico para a Ilha Verde prevê, numa primeira fase, a relocalização do matadouro, e de outros edifícios e armazéns, assim como a redução da densidade populacional dos cerca de 23 mil moradores actuais para 13 mil. Está também prevista a criação de corredores visuais para a Colina da Ilha Verde, hotéis, espaços desportivos e comerciais e novos acessos para veículos e peões. Além de sugerir a realização de um estudo para optimizar o planeamento do trânsito na zona, Leong Hong Sai entende que o reordenamento da Ilha Verde pode ser uma oportunidade para resolver problemas no centro da cidade. A criação de zonas comerciais, hotéis e instalações de turismo, aliada à abertura de escritórios e outros negócios, pode aumentar os empregos na Ilha Verde, aliviando o trânsito no centro da cidade para aceder a áreas como o ZAPE e Nam Van.