Imposto de Circulação | Deputados temem que nova lei crie confusão

A partir de Janeiro deixa de ser obrigatório afixar nos veículos o selo do imposto de circulação. Os deputados que estão a analisar na especialidade o diploma temem que o tempo para explicar as mudanças à população não seja suficiente

 

As alterações legais que vão abolir a obrigação de afixar nos veículos o dístico do imposto de selo estão a causar preocupações aos deputados da comissão da Assembleia Legislativa que analisa na especialidade o diploma. Falta pouco mais de mês para a entrada em vigor das mudanças e teme-se que o tempo para promover e explicar as alterações à população não seja suficiente.

“O objectivo da lei é eliminar a afixação do dístico. O senhor secretário explicou-nos que não vai alterar o dever do pagamento do imposto de circulação. As pessoas têm de pagar entre Janeiro a Março, como nos anos anteriores, mas não precisam de imprimir ou afixar o dístico”, começou por explicar Ella Lei, presidente da comissão.

No entanto, o tempo para a entrada em vigor das alterações começa a apertar. Até Janeiro, ainda falta concluir a análise na especialidade, a comissão emitir o seu parecer e a proposta de lei ser votada em plenário.

“Hoje é 25 de Novembro, estamos preocupados. O Governo diz que ainda vai fazer alguns ajustes na redacção da lei, que tem poucos artigos, e a proposta tem de ser aprovada antes de 1 de Janeiro do próximo ano”, traçou como cenário. “Estamos preocupados porque falta pouco mais de um mês e não sabemos se o Governo vai ter tempo”, acrescentou a deputada.

Tudo nos conformes

Contudo, o Executivo, que ontem se fez representar pelo secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, acredita que tem meios para terminar a lei a tempo. “O Governo respondeu-nos que está preparado para responder às dúvidas dos cidadãos [após a entrada em vigor da lei]. Disseram-nos também que vão ter tempo para formar pessoal antes da entrada em vigor das alterações à lei”, revelou Lei, sobre a posição do Executivo.

Sem a obrigação de afixar o dístico espera-se uma simplificação dos processos relativos ao imposto de circulação. Contudo, não haverá redução do preço, o que não implica que as mudanças não beneficiem a população. Foi esta opinião da deputada que lidera a comissão.

“Se as pessoas não têm de imprimir o dístico, ficam numa situação melhor. Antes, elas podiam fazer o pagamento, mas como não tinham colado o dístico num lugar bem visível do veículo ficavam sujeitas a uma sanção. Agora, o cidadão fica apenas com o dever de pagar o imposto, não tem de afixar o dístico”, justificou Ella Lei. “Os cidadãos ficam a ganhar, o processo torna-se mais conveniente”, acrescentou.

26 Nov 2021

Justiça | TUI diz que António Coelho Neves foi despedido sem justa causa

Em Abril de 2020 o chef António Coelho foi despedido do restaurante que fundou, por ser acusado de ter faltado vários dias ao trabalho. O cozinheiro contestou a acusação e argumentou que o despedimento foi feito sem justa causa. Os tribunais deram-lhe razão

 

O Tribunal de Última Instância (TUI) considerou que o chef António Neves Coelho foi despedido sem justa causa pelo António Grupo Limitada. A decisão final foi tomada no dia 10 de Novembro, não há mais hipótese de recurso, e revelada pelos tribunais da RAEM.

A disputa entre as duas partes surgiu em Abril de 2020, quando, segundo vários relatos da imprensa na altura, António terá sido abordado pelo grupo para baixar o salário várias vezes. Como recusou, acabou por ser despedido, com a alegação de que havia justa causa para o despedimento.

Entre as razões para a justa causa, o grupo alegou que António Coelho tinha gozado 118 dias de licença extra não autorizada, além de ter sido acusado de tentar convencer o staff do restaurante a demitir-se em bloco. Na altura do despedimento, António Coelho já não trabalhava como chef, visto que desde 2018 tinha o cargo de Embaixador de Culinária.

Ao HM, António mostrou-se satisfeito com a decisão, por sentir que foi feita justiça. Contudo, recusou haver qualquer sentimento de felicidade. “Não se pode dizer que estou contente. O que sinto é que se fez justiça, e quando isso acontece as pessoas ficam satisfeitas”, afirmou. “Era óbvio que não tinha faltado ao trabalho e toda a gente sabe isso. Todos me encontravam no restaurante até altas horas das noite”, acrescentou.

O chef destacou também o funcionamento da justiça. “É uma decisão de um caso laboral, mas o que é importante realçar é o funcionamento da justiça em Macau, e, pessoalmente, sinto que funcionou”, sublinhou.
Com a decisão, António deverá receber o montante por despedimento sem justa causa, além de outras despesas relacionadas com o processo.

Em curso

Além deste caso que chegou agora ao fim, António Coelho e o António Grupo Limitada, controlado pela empresa Sniper Capital, estão envolvidos em outras disputas. Segundo a Macau News Agency, num artigo de Abril em 2020, uma das batalhas legais implica a questão dos direitos de autor do restaurante António, que manteve o nome original e o logótipo, apesar da saída do fundador.

O logótipo do restaurante ainda hoje tem a assinatura de António Coelho, apesar do chef principal ter passado David Abreu, em Junho de 2020.

António Coelho é um dos chefs de comida portuguesa mais conhecidos e bem-sucedidos do território e em 2013 foi distinguido pelo Governo da RAEM, devido ao seu contributo para o desenvolvimento do turismo.

25 Nov 2021

Turismo | Número de visitantes a subir e CCTV elogia Macau

Um “ponto iluminado”. É desta forma que um dos principais órgãos estatais chineses elogiou a RAEM e as medidas de controlo da pandemia

 

A RAEM é um “ponto iluminado” para o turismo, devido à segurança e às medidas aplicadas para controlar a pandemia. Os elogios partiram de um artigo publicado na segunda-feira no canal estatal CCTV, citado pela Reuters, sobre o mercado do turismo do Interior este ano.

A região de Macau é assim destacada no que diz respeito às previsões sobre o crescimento do turismo por parte dos cidadãos do Interior. De acordo com as estimativas oficiais, apresentadas pela CCTV, até ao final do ano o mercado do turismo do Interior deverá ser de 25,62 milhões de viajantes, o que representa um aumento de 25 por cento face a 2020, quando o número registado foi de 20,34 milhões de viajantes.

No entanto, grande parte dos turistas não viajaram para Macau. De acordo com as estatísticas oficiais, entre Janeiro e Setembro, a RAEM foi visitada por 5,24 milhões de pessoas do Interior.

O número de 25,62 milhões de viajantes está muito longe dos níveis pré-pandemia, quando o mercado do turismo do Interior representava um valor superior a 100 milhões de turistas e 255 mil milhões de dólares norte-americanos em despesas nos lugares visitados.

Macau tem sido um dos destinos mais afectados com a queda do turismo do Interior. No ano de 2019, o último antes da pandemia, a RAEM tinha recebido 27,93 milhões de turistas do Interior. Em 2020, os visitantes foram “apenas” 4,75 milhões.

E o futuro?

As estatísticas oficiais não apresentam estimativas para o mercado do turismo no próximo ano. No entanto, a mensagem transmitida é que as viagens podem ser facilitadas, dependendo das medidas de controlo da pandemia adoptadas pelos diferentes destinos.

Segundo a CCTV, citada pela Reuters, o ritmo da recuperação em 2022 vai “depender de como cada destino lidar com a pandemia”. Com as medidas restritivas de circulação em Macau e o encerramento ao exterior, tal poderá indicar que o mercado vai continuar a crescer.

Macau é uma das poucas jurisdições com uma bolha de viagem com o Interior, que dispensa o cumprimento de medidas de quarentena. Estas só são implementadas quando são detectados casos em regiões específicas ou na própria RAEM.

O Governo já mostrou vontade de recuperar entradas ao nível das visitas de excursionistas, suspensas desde o início da pandemia. Esta retoma seria um reforço para o turismo local.

Contudo, Ho Iat Seng já indicou que a taxa de vacinação entre a população vai ter de subir para 80 por cento. Por outro lado, o esforço pode implicar que a RAEM vai continuar a exigir quarentenas elevadas a destinos considerados de risco elevado, como é classificado todo o mundo, à excepção do Interior, Hong Kong e Taiwan.

24 Nov 2021

Novo armazém para substâncias perigosas concluído em Setembro

A Assembleia Legislativa aprovou ontem na generalidade e por unanimidade o Regime Jurídico do Controlo de Substâncias Perigosas. O diploma visa regular a produção, comercialização, transporte, armazenagem e utilização de substâncias perigosas e surge na sequência das explosões de Tianjin, que em 2015 vitimaram 173 pessoas.

Com a apresentação do diploma, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, mencionou os detalhes sobre o futuro armazém permanente de substâncias perigosas, que deve ficar concluído em Setembro de 2022. O edifício vai ser construído no antigo centro de reabilitação de toxicodependentes Desafio Jovem, em Ká-Ho, atrás do estabelecimento prisional.

“A exploração das novas instalações pode ser feita por entidades públicas ou privadas. Neste momento, estamos mais inclinados para uma entidade privada, porque, por um lado, o Governo não pode fazer tudo, e por outro, uma entidade privada pode ter mais experiência a lidar com estes materiais”, justificou Wong Sio Chak.

Segundo o secretário, as Obras Públicas estão a trabalhar no terreno para abrir uma estrada para o local e a nivelar os acessos. O terreno está envolvido numa acção judicial, ainda em curso, assunto em que Wong Sio Chak não tocou, mas que prometeu não irá afectar a conclusão das obras.

O armazenamento vai ser pago pelas empresas, mas o preço ainda não está definido, porque necessita de um “diálogo com o sector”. Numa primeira fase, as sete substâncias mais perigosas vão ser transferidas para um novo local, “em edifícios industriais”. O secretário identificou as substâncias consideradas mais perigosas.

A nova lei vai ainda criar um novo “crime de detenção, produção ou utilização de substâncias perigosas proibidas, punida com uma pena de prisão de três anos. Ao mesmo tempo, é criado um novo crime de desobediência, para quem se opuser à fiscalização das autoridades, que pode implicar uma pena de prisão de dois anos.

23 Nov 2021

Abuso de menores | Wong Kit Cheng quer prisão obrigatória

Wong Kit Cheng defende a aplicação de penas de prisão mais pesadas e sempre efectivas para punir crimes de abuso sexual de menores. A sugestão da deputada surgiu no seguimento do acórdão do Tribunal de Segunda Instância que condenou a pena de prisão efectiva de um ano e seis meses um indivíduo por este tipo de crime. Na primeira instância, a pena tinha sido suspensa.

De acordo com Wong, a suspensão da pena chocou a comunidade: “Há muitas vozes na sociedade que entendem que a sentença do Tribunal Judicial de Base que suspendeu a execução da pena é demasiado leve. Se se seguisse a sentença inicial, o resultado ficaria muito aquém das expectativas da sociedade”, sustentou.

“O Governo deve rever a parte do Código Penal relativa a crimes sexuais, estudar a alteração legislativa para reforçar as penas para o crime de abuso sexual de menores, e prever que, no caso deste crime, não haja suspensão da execução da pena, nem à aplicação de multas, nem sequer à substituição de penas de prisão por multas”, apelou.

Em cima da mesa ficou igualmente a criação de um sistema de registo com os nomes dos criminosos: “Desta forma, os empregadores que prestam serviços a menores e a pessoas incapacitadas podem consultar o registo de condenação por crimes sexuais, o que lhes permite tomar a iniciativa de saber se os seus futuros empregados cometeram crimes sexuais e proteger melhor os menores”, sugeriu Wong.

A legisladora recordou ainda que em 2020 houve 24 casos de abuso sexual de crianças, “o maior número dos últimos 20 anos”, sublinhou. De acordo com os dados, a ocorrência em 2020 foi superior à média de todos os anos desde 2000, que foi de 9,76 casos por ano.

23 Nov 2021

Pensões | Deputados querem reforma obrigatória de trabalhadores idosos

Os deputados do sector comercial e financeiro querem que o privado tenha um regime de reforma forçada, como na função pública. O objectivo é evitar o despedimento de trabalhadores mais velhos e encarar a reforma como a celebração de uma nova vida

Wang Sai Man, Chui Sai Peng, Kou Hoi In e Ip Sio Kai querem que seja estabelecida uma idade de reforma, para que as empresas não tenham de despedir os funcionários. A ideia foi apresentada ontem na Assembleia Legislativa pelo deputado Wang Sai Man. “Face à necessidade de garantir a segurança no trabalho e a renovação dos recursos humanos, os empregadores só podem recorrer ao despedimento sem justa causa para despedir os trabalhadores idosos, afectando a relação laboral harmoniosa entre trabalhadores e empresas”, afirmou. Segundo Wang, estes despedimentos acabam por transformar “a reforma, que devia ser um momento para celebrar uma nova fase da vida, num cenário de usar e deitar fora”.

O legislador sugeriu que o sistema de reformas da função pública fosse referência, nomeadamente a obrigatoriedade de passar à aposentação quando atingida uma idade limite.

Presidente da AL apoia

Durante a sua intervenção, Wang Sai Man mencionou falar em nome de Chui e Ip, no entanto, na conclusão do discurso afirmou tratar-se de um pedido conjunto dos quatro deputados do sector comercial e financeiro, o que implica que a medida tem apoio do presidente da AL, Kou Hoi In. A menção não causou alarido nem qualquer protesto de Kou.

“O que falta é definir uma idade para a reforma na Lei das relações de trabalho, e que seja a mesma na função pública e no sector privado”, apelou. “Nós, os quatros deputados do sector comercial e financeiro, apelamos ao Governo para estudar o estabelecimento de um regime que defina bem a idade da reforma, aperfeiçoando a legislação, com vista a consolidar a base em prol de Macau”, acrescentou.

Além da questão da relação laboral, os deputados acreditam também que um regime de reforma é benéfico para, o que dizem ser, o início de uma nova fase na vida. “Um regime humanizado com a definição da idade da reforma permite que os seniores usufruam duma vida nova e de liberdade num ambiente mais seguro e adequado”, concluíram.

 

Online | Ma Io Fong quer jornais a transmitir energias “positivas”

Ma Io Fong considera que os órgãos de comunicação social online são a principal fonte de informação dos jovens e que, por isso, devem transmitir “energias positivas”. Segundo o deputado apoiado pela Associação das Mulheres, esta responsabilidade é uma forma de consolidar a formação dos mais jovens para se integrarem na Grande Baía e no desenvolvimento social. “Os meios de comunicação online são a fonte de informação com que os jovens mais contactam. Sugiro aos diversos sectores da sociedade e aos órgãos de comunicação social que assumam a sua grande responsabilidade, e que, em conjunto, aumentem e ajudem a reunir energias positivas, com vista a fornecer informações positivas aos jovens, a promover a formação de valores éticos e bons costumes, e a criar, em conjunto, um lar saudável para o crescimento dos jovens”, apelou.

Estudo de políticas | Ella Lei arrasou falta de dados

Ella Lei criticou o Governo devido à falta de dados sobre desemprego ou habitação na altura de discutir políticas novas, apesar dos muitos estudos encomendados. “Nos últimos dois anos, quando a sociedade pretendeu discutir com o Governo algumas políticas, este ignorou ou rejeitou tal solicitação, com o pretexto de falta de dados”, recordou. “E, muitas vezes, o Governo até pede à sociedade para lhe facultar dados sobre desemprego, procura de emprego, trabalhadores em férias não remuneradas e necessidades e habitação”, indicou. “Os serviços públicos responsáveis pelo estudo das políticas gastam anualmente avultados montantes do erário público para incumbir instituições de efectuar pesquisas e estudos […]. Então, aquando da discussão, porque é que o Governo alega sempre ‘não ter informações’? Isto é totalmente incompreensível!”, apontou.

Função Pública | Deputado alerta para trabalho depois do expediente

Lei Leong Wong, deputado ligado à comunidade de Fujian, recebeu queixas de funcionários públicos devido a contactos de chefias no horário pós-laboral com pedidos urgentes de trabalho. “Embora o uso de mensagens instantâneas possa aumentar a eficiência de trabalho, aumenta ao mesmo tempo o volume de trabalho dos funcionários, especialmente no período fora do horário de expediente e nos feriados, porque têm de tratar com frequência das ordens de superiores”, relatou Lei. “Como nestas circunstâncias não estão reunidas condições para o cálculo de trabalho extraordinário, caso a situação seja comum e contínua, os direitos e o descanso dos trabalhadores são afectados”, acrescentou. Segundo Lei Leong Wong, muitas mensagens chegam aos funcionários depois das 23h ou 00h e, mesmo para tarefas não urgentes, requerem resposta imediata.

 

23 Nov 2021

Penalização relegou Junio Pereira para o 26.º lugar

O macaense Junio Pereira realizou a estreia no Grande Prémio ao participar na corrida de Carros de Turismo de Macau. Apesar de um enorme susto, e de ter entrado em pião no principal acidente do fim-de-semana, Pereira conseguiu atravessar a confusão sem qualquer dano.

No final, admitiu ter adorado a adrenalina da competição. “Era um sonho participar no Grande Prémio e depois desta corrida, se tiver a oportunidade, vou regressar”, disse Pereira, ao HM. “Depois dos problemas dos primeiros dias, hoje [ontem] ganhei muitos lugares. Acabou por ser um fim-de-semana muito mais intenso do que estava à espera”, confessou.

Na altura das declarações, Pereira ainda não tinha sido penalizado com 30 segundos, por ultrapassar durante o período de Safety Car.

22 Nov 2021

Rui Valente terminou em 5.º apesar de acidente

Rui Valente esteve envolvido num acidente muito violento e, no final, não conseguiu esconder toda a emoção. Numa altura em que atravessa um momento complicado da vida pessoal, devido à morte do pai, o português não conseguiu evitar as lágrimas.

“Tinha dito que se ganhasse era o último ano de Grande Prémio de Macau. Não ganhei, apesar de fazer uma grande corrida. Não sou vaidoso no que faço, mas acho que foi uma das minhas melhores prestações em Macau”, disse Rui Valente.

“Estava muito empenhado. Muita coisa se passou nos últimos dois meses, com o falecimento do meu pai, e agora com este acidente. Estou muito emocionado, mas não ganhei. Vou voltar”, prometeu.

22 Nov 2021

Sabino Osório Lei alcançou o segundo lugar da corrida de Carros de Turismo de Macau

Para Sabino Osório a corrida acabou por ter um sabor misto. Feliz por ter terminado no pódio, o piloto não deixou de lamentar os violentos acidentes. “Estou feliz com o segundo lugar, porque é a terceira vez que estou a competir nesta pista, que é um lugar muito especial para mim. Adoro esta corrida”, começou por dizer Sabino.

“Infelizmente aconteceu este acidente, e só desejo que todos fiquem bem. São acontecimentos que ninguém gosta de ver nas corridas”, acrescentou.

22 Nov 2021

Célio Alves Dias venceu a corrida de Carros de Turismo de Macau

A corrida de ontem marcou a estreia de Célio Alves Dias a vencer em Macau, depois de várias tentativas e de um ritmo muito forte. “Estou contente com a vitória, mas foi uma corrida muito agridoce. Não estava à espera de ganhar e acabar com o carro todo destruído. Era novo e vai para a sucata. É uma sensação agridoce”, afirmou, no final, ao HM.

Apesar da destruição, Célio não afasta a possibilidade de voltar a competir no próximo ano. “Claro que quero voltar para competir. Mesmo sem carro, vou pensar numa solução”, sublinhou.

22 Nov 2021

Jerónimo Badaraco desistiu na Challenge Cup

Badaraco foi o piloto mais rápido na corrida de ontem, ao fazer a melhor volta com uma distância de pelo menos um segundo para todos os outros. Todavia, tal como no sábado, faltou na fiabilidade o que tinha sobrado na velocidade.

“Este fim-de-semana não estive acompanhado pela sorte e as coisas não correram muito bem. Na última corrida, e talvez tenha tido culpa no que aconteceu, puxei demasiado e fiquei sem travões, na curva da Melco. Se não fossem os travões acredito que tinha ficado no pódio”, considerou.

“O carro estava com um ritmo mesmo muito elevado, mas depois de sair na Melco só parei quando cheguei à passadeira [à frente do Edifício da DSAT]. Os travões também se incendiaram, e como tinha perdido muitas posições, desliguei o carro e decidi parar por ali”, explicou.

22 Nov 2021

Luciano Lameiras foi 11.º na Challenge Cup

Durante a prova, Luciano Lameiras rodou por várias voltas no terceiro lugar e até esteve na luta pelo segundo. Contudo, problemas com o aquecimento do carro condicionaram o resultado. “No início o carro estava muito bom, com muita velocidade. Só que a meio da prova comecei a ter problemas. No início não eram muito sérios, mas a temperatura do carro começou a aquecer e tive de reduzir o ritmo. Já não podia ir a 100 por cento, só a 90 por cento”, revelou o piloto do Mitsubishi Evo 9.

Contudo, pressionado por Delfim Mendonça, de quem até sofreu um toque na traseira, acabou por ver os problemas agravarem-se. “Ao ritmo de ataque era difícil arrefecer o carro, porque estava a ser muito pressionado. Isso fez com que não pudesse gerir a temperatura. E depois os problemas agravaram-se. Fiquei desiludido por não ir ao pódio”, admitiu. “Mas as corridas são assim, tive duelos interessantes e diverti-me bastante”, contou.

22 Nov 2021

Eurico de Jesus terminou a Challenge Cup no 7.º lugar

Eurico de Jesus alcançou o sétimo lugar, numa corrida com muitas desistências. No entanto, a selecção dos pneus para a prova foi uma grande condicionante. “Não posso dizer que este ano o meu desempenho tenha sido tão bom. Não porque não tenha conduzido bem, até acho que não estive mal, mas os pneus eram novos, não tive tempo de pista suficiente e não acertei com as afinações”, explicou.

“Tive uma prova muito solitária, porque não tinha andamento para quem estava à minha frente e, para os pilotos de trás, tinha uma vantagem superior a um minuto. Foi uma corrida em que estive focado em terminar e em desfrutar da pista”, acrescentou.

22 Nov 2021

Delfim Mendonça foi 2.º na Taça Challenge

Delfim subiu pela primeira vez ao pódio no Circuito da Guia e cumpriu um sonho de infância: “Estar no pódio em Macau é um sonho. Vou celebrar muito com a minha família, a namorada e a minha equipa. É um resultado muito especial”, afirmou Delfim, ao HM.

“Nunca parei de puxar durante toda a prova e tive muitas lutas intensas até alcançar este resultado”, confessou. Apesar disso, Mendonça acredita que poderia ter alcançado mais: “Este segundo lugar foi um bom resultado, mas gostava de ter alcançado o primeiro. Talvez se a prova tivesse mais voltas eu conseguisse fazer a diferença para o primeiro, ou, pelo menos, dar outra luta”, frisou.

22 Nov 2021

Vitória de Wong Wan Long na Challenge Cup marcada por duelo macaense

O primeiro vencedor do dia de ontem foi Wong Wan Lon, que se impôs a toda a concorrência e com muito à vontade, durante as 12 voltas da corrida Challenge Cup. O piloto já tinha mostrado no sábado que tinha o melhor ritmo, porém, um excelente arranque na prova de ontem permitiu-lhe fugir luta à entre os perseguidores. “Estou muito feliz com a vitória. Parti como líder do pelotão e estava à espera de ser muito atacado. Não foi isso que aconteceu e felizmente encontrei um bom ritmo que me permitiu chegar ao fim e ganhar”, disse Wong, no final da prova.

Imune a pressões, o vencedor distanciou-se dos três Mitsubishi de Delfim Mendonça Choi, Luciano Lameiras e Chan Chi Ha, responsáveis por um dos duelos mais interessantes de todo o fim-de-semana. Delfim Mendonça a levou a melhor, com um segundo lugar. O piloto arrancou em terceiro, foi relegado para quarto, mas nunca desistiu. A luta pelo segundo lugar foi a mais intensa e Choi chegou mesmo a bater na traseira de Luciano Lameiras na parte mais lenta do circuito.

Na altura do toque, Lameiras já enfrentava problemas de sobreaquecimento, que fizeram com que tivesse de abrandar e perder várias posições, o que jogou a favor de Chan, que assim foi terceiro.

Ao longo das 12 voltas, Jerónimo Badaraco foi o piloto mais rápido em pista. No entanto, como já tinha acontecido na prova de sábado, em que desistiu com problemas mecânicos, o carro não aguentou até ao fim. Badaraco perdeu os travões quando já tinha recuperado várias posições e era o mais rápido em pista, e acabou por sair em frente no gancho da curva Melco. No final, assumiu as responsabilidades no incidente, por ter puxado demasiado o carro.

22 Nov 2021

Carros de Turismo Corrida marcada por acidentes violentos e pilotos no hospital

Célio Alves Dias foi o grande vencedor da prova, mas faltou à cerimónia do pódio, por se encontrar no hospital. Para Rui Valente, a manhã começou com o pior acidente de sempre no Circuito da Guia

 

Célio Alves Dias foi o vencedor da Corrida de Carros de Turismo de Macau, que terminou com dois acidentes que envolveram 19 viaturas. As colisões aconteceram após a saída do safety car, e levaram três pilotos para o hospital, entre os quais o vencedor e Lin Li.

A confusão começou à terceira volta, quando Cheong Chi Hou (Peugeot RCZ) parou com uma avaria perto da recta da meta e a viatura teve de ser removida da pista. O procedimento levou à entrada do Safety Car.

Com o recomeço da corrida, gerou-se a confusão. A existência de óleo no circuito terá levado a que Cheang Kin Sang (Mini) se despistasse, após a Curva R, e a uma colisão com 16 viaturas. O carro de Cheang ficou numa zona cega e de aceleração, e os outros concorrentes pouco conseguiram fazer para evitar as colisões.

Ao HM, Célio Dias afirmou que a existência de óleo pode ter estado na origem do acidente. “Quando passei naquele local do acidente [na altura do recomeço], senti que havia ali óleo porque o carro escorregou bastante”, revelou.

Junio Pereira (Ford Fiesta) também esteve envolvido no acidente, entrou em pião, mas evitou danos. “Vi que as bandeiras amarelas já não estavam a ser mostradas e comecei acelerar a fundo, para acompanhar o carro que estava à minha frente. De repente, e sem que esperasse, vi surgiram vários carros batidos, a bloquear a maior parte da pista”, contou Pereira, ao HM. “Só pensei em encontrar um buraco para me desviar da confusão, foi o que fiz, mas perdi a traseira. Felizmente não acertei no muro”, acrescentou.

Menos sorte teve Lin Li (Honda Civic) ao embater no carro de Lam Ka Chun (Ford Fiesta) e capotar. A piloto teve de ser transportada de ambulância para o hospital, onde foi diagnosticada com uma fractura da vértebra T11. Lin está numa situação estável.

 

Um mal nunca vem só

Além da curva R, também a curva seguinte, a primeira do circuito causou problemas. Célio Dias que liderava, ao mesmo tempo que atrás acontecia a confusão, foi igualmente surpreendido por óleo na pista. O Mini perdeu o controlo e foi atingido por Lui Man Fai (Mini), que sofreu uma fractura lombar. O piloto está numa condição estável.

“Eu não sei bem o que se passou. Acho que havia óleo na pista, porque fui cuidadoso na abordagem à curva. No entanto, o carro começou a escorregar na curva, por isso, acho que havia óleo”, relatou Célio Dias.

No mesmo local, bateu também Rui Valente (Mini). O piloto travou forte para evitar Célio e Liu, mas acabou por perder o controlo e ter o “acidente mais violento da carreira” em Macau.

“Quando entrei na curva, apercebi-me que houve um acidente e puxei o carro para a esquerda. Em vez de virar, entrei em pião, por isso, não sei se fui tocado por trás, ou se havia óleo”, relatou. “O carro ia muito depressa e já só me apercebi que ia bater no rail. Bati muito forte, e tenho o carro todo partido”, acrescentou.

A corrida foi imediatamente dada por terminada. Célio Dias foi considerado vencedor, à frente de Sabino Osório Lei e Lui Man Fai. “É a primeira vez que fiquei em primeiro em Macau. Por isso, estou contente com a vitória, mas também fiquei com um carro novo destruído”, afirmou Célio sobre a vitória.

O vencedor faltou à cerimónia do pódio, porque foi transportado para o hospital onde esteve três horas a ser observado. No seu lugar do pódio esteve a mulher, Kitty.

22 Nov 2021

Fórmula 4 Charles Leong conquistou o segundo triunfo no Circuito da Guia

O piloto de Macau é o rei das edições do Grande Prémio em tempos de covid-19 ao somar a segunda vitória consecutiva na Fórmula 4. No final, Leong definiu o fim-de-semana como perfeito e mostrou-se satisfeito por ter tido a oportunidade de mostrar o seu “talento”

 

Charles Leong venceu a prova rainha da edição de 2021 do Grande Prémio de Macau, ao dominar treinos livres, qualificação e as duas corridas. Ao longo do fim-de-semana apenas Andy Chang pareceu rodar perto de Leong, mas alguns azares e erros fizeram com que nunca tivesse em posição de verdadeiramente ameaçar o rival.

No domingo, Leong arrancou da pole-position e fez uma corrida solitária. Ainda foi pressionado por Andy Chang logo no arranque, mas o segundo classificado saiu largo e perdeu o contacto com a frente.

A partir daí, o vencedor apenas teve de gerir, apesar de recusar que a vitória tenha sido simples. “Pode parecer muito fácil visto de fora, mas é sempre necessário evitar que o carro atinja as barreiras. Por exemplo, quando se compete com uma distância grande para os adversários não quer dizer que não se corra riscos, é preciso estar sempre muito concentrado, porque não deixamos de travar tarde para as curvas e há riscos na pista”, explicou.

No entanto, Charles adorou o fim-de-semana: “Foi uma corrida perfeita, desde a preparação feita em Zhuhai [onde ganhou quatro corridas de F4 em Outubro] até hoje [ontem]. É fantástico, não tive qualquer falha mecânica”, indicou. “É um sentimento incrível, é mesmo muito especial, porque sou de Macau, nasci aqui e cresci aqui. É simplesmente especial. Não sei como descrever este sentimento de ganhar pela segunda vez” confessou.

A prova teve pouca história, mas o mesmo não se pode dizer da participação de Andy Chang. Após falhar o arranque na corrida de sábado, foi penalizado com drive through quando seguia em segundo, por falsa partida. Cumprida a penalização, voltou à pista em quarto. Porém, como Andy e Charles estavam tão acima da concorrência, não teve problemas em recuperar. “Foi uma corrida dura, e o meu início foi terrível, porque acho que estava a ser muito lento. Arrisquei na Curva do Hotel Lisboa ao tentar travar mais tarde, porque achei que era a única hipótese de ultrapassá-lo [ao Charles], mas não consegui”, resumiu. “Depois recebi uma penalização, mas ainda consegui regressar ao segundo lugar. Fiquei feliz com o resultado”, considerou.

Apesar do início lento, Chang foi melhorando os tempos de forma progressiva e à nona das 12 voltas estabeleceu o tempo de 2m29s331, novo recorde para a F4 no traçado da Guia.

 

Vence e admite abandonar a carreira de piloto

Minutos depois de vencer pela segunda vez o Grande Prémio de Macau, Charles Leong admitiu sentir que nas condições actuais é incapaz de acrescentar muito mais à carreira. O piloto pretende assim focar-se na licenciatura universitária e numa carreira como agente e promotor dos pilotos locais. “Não tenho a certeza sobre o que vou fazer no próximo ano. Tenho de terminar os estudos universitários, porque estou no segundo ano da licenciatura. Também nestas condições é muito complicado competir. Antes das corridas de Zhuhai, no mês passado, quase não corri. Foram 10 meses sem entrar no carro”, desabafou. “Com tantas limitações e como não se pode competir em Macau, pelas condições naturais, fico com o sentimento já cumpri a minha parte [no automobilismo local]”, acrescentou.

No entanto, o futuro não implica um afastamento da modalidade. Charles Leong diz estar focado na promoção de talentos locais. “Quero ajudar a desenvolver os pilotos locais e a cultura de automobilismo. Temos bons recursos em Macau, como o Grande Prémio, a pista e provas de karting, mas sinto que falta alguém que saiba acompanhar os jovens e agência-los”, admitiu. “Como eu e o Andy temos experiência das corridas na Europa e conhecemos o meio, talvez possamos fazer esse papel”, acrescentou. “Acho que posso dar um acompanhamento aos pilotos que não tive, quando aos 16 anos fui para o Reino Unido. Na altura, tive de organizar as coisas por mim, mas os outros tinham agentes. Isso ajuda”, sublinhou.

 

Andy Chang entusiasmado com GT3

No próximo ano, Andy Chang espera competir em Macau, dando o salto para a categoria de GT3. O piloto cumpriu este ano a segunda prova com os Fórmula 4, após se ter batido em anos anteriores com os melhores do mundo na categoria de Fórmula 3. “Acho que os GT eram uma aposta interessante, porque são carros rápidos. Também como competi com os F3, acho que me conseguiria adaptar bem, ao contrário dos Carros de Turismo que têm tracção dianteira”, afirmou. Todavia, o piloto não deixou de reconhecer que o objectivo apresenta vários desafios, devido à falta de patrocínios. “É cada vez mais difícil conseguir os patrocínios, o que é muito limitativo”, sublinhou.

 

22 Nov 2021

Covid-19 | Governo apresenta aplicação para registar itinerários

Era para ser voluntária e assim será no período experimental. Mas, Leong Iek Hou deixou ontem o aviso: a aplicação de registo de percurso pode tornar-se obrigatória. Segundo o Executivo, as informações sobre o trajecto “apenas” ficam registadas numa aplicação do telemóvel e o acesso depende do consentimento do utilizador

O Governo apresentou ontem uma aplicação para telemóvel que vai registar o percurso de todos os cidadãos. A instalação do software será voluntária, numa primeira fase, mas, ao contrário do prometido em conferências anteriores, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, avisou que há grandes probabilidades de passar a ser obrigatória.

Durante a fase experimental será voluntária e vai ter três funções: servir de código de saúde, registar o percurso dos utilizadores e o cruzar o percurso dos utilizadores com o de infectados e casos de contacto próximo. A última funcionalidade permite detectar se o utilizador é um caso de contacto próximo, alterando automaticamente a cor do código de saúde, o que irá implicar a realização de teste de ácido nucleico e obrigatoriedade de cumprir quarentena.

“Pretendemos através desta aplicação saber que pessoas estiveram em contacto com infectados e contactos próximos. É uma aplicação para acelerar a eficácia do combate à epidemia”, justificou Leong Iek Hou.

Segundo Leong, os estabelecimentos vão ter um código QR único. Assim, quando o utilizador digitalizar esse código, a informação sobre a localização vai ser guardada no telemóvel, onde fica durante 28 dias. Após esse prazo, o Governo diz que o registo é eliminado.

Também numa primeira fase, a informação sobre o percurso não pode ser acedida pelas autoridades sem o consentimento do utilizador, mesmo em caso de infecção. “Após o consentimento do infectado, o seu percurso é carregado no sistema e pode ser utilizado para comparar com o percurso de outros utilizadores”, informou. “É uma aplicação que, por agora, tem como função auxiliar as pessoas a registarem o seu trajecto. Esta informação é muito importante para combater a epidemia”, justificou.

Obrigações de excepção

Em caso de “surto grave”, as autoridades não afastam a possibilidade de aceder ao registo do percurso de infectados. O cenário foi admitido por Leong, que afirmou depender da “situação real”.

A aplicação entrou numa fase experimental e já pode ser utilizada nas instalações dos Serviços de Saúde (SSM), no Grande Prémio de Macau e no Festival de Gastronomia. Dependendo do período experimental, o sistema poderá ser alargado a outros espaços como “estabelecimentos de comes e bebes”, que terão o seu código QR único.

Também por agora, é possível usar o código de saúde normal, mas o Governo já antevê o encerramento do site. “A manutenção do site para declaração de saúde vai depender da utilização. Se as pessoas vão na maioria utilizar a aplicação, então vamos desligar o website”, explicou a médica.

No caso de haver cidadãos sem telemóveis, os SSM estão a estudar a instalação de máquinas em estabelecimentos comerciais, e outros espaços afins, para registar a identidade dos clientes, assim como as horas a que entraram e saíram.

 

Descontos só com registo

A partir de 11 de Dezembro os utilizadores do Macau Pass só podem gozar do desconto de três patacas caso associem o cartão à sua identidade. Se viajarem de forma anónima, perdem o desconto actualmente em vigor e têm de pagar seis patacas, tal como acontece quando o transporte é pago com dinheiro vivo. O registo para associar o documento de identificação ao Macau Pass arranca a 27 de Novembro e pode ser feita no portal www.macaubusreg.com.

21 Nov 2021

Eleições | Secção do Partido Socialista vai escolher nova direcção

José Rocha Diniz, secretário-coordenador, pediu para deixar a direcção e os socialistas vão ter de eleger um novo representante. O prazo das candidaturas termina a 26 de Novembro

A secção do Partido Socialista (PS) vai escolher uma nova direcção no dia 3 de Dezembro, em Assembleia Eleitoral que vai acontecer entre as 18h e 22h no Clube Militar. A convocatória já foi anunciada e as eleições surgem depois de José Rocha Diniz, actual secretário-coordenador, ter pedido para abandonar o cargo.

“Não tenho intenções de me candidatar. Fui eu que pedi para fazerem eleições, porque já estou no cargo há mais de 20 anos [ndr. com uma interrupção] e, por isso, não tenho intenção de me candidatar a nada, a absolutamente a nada”, afirmou Rocha Diniz, em declarações ao HM.

De acordo com o secretário-coordenador, a decisão já havia sido tomada há vários meses, mas devido à pandemia só nesta altura foi possível avançar para um novo acto eleitoral. “Entendi que queria deixar a direcção há vários meses. Só que com a pandemia havia dificuldades, portanto, e, apenas por isso, as eleições só vão poder ser realizadas agora”, indicou. “Mas as eleições vão acontecer porque eu pedi para deixar de estar na direcção”, sublinhou.

Até à manhã de ontem, a mesa da Assembleia Geral da secção de Macau do Partido Socialista ainda não tinha recebido qualquer candidatura. Os interessados têm como data limite para avançarem as 23h59 de 26 de Novembro, ou seja, na próxima sexta-feira.

“Ainda não recebi nenhuma candidatura”, confirmou Tiago Pereira, presidente da mesa. De acordo com os dados avançados, nesta altura, há mais de 20 militantes activos na secção do PS de Macau. O número representa uma quebra face ao passado. “Tivemos alguns militantes que saíram de Macau. Não foi propriamente nos últimos tempos, porque a grande maioria saiu ainda antes de 2020. As saídas não estão propriamente relacionadas com a pandemia”, acrescentou o presidente da mesa.

Um dever

As eleições de Dezembro podem marcar uma mudança na história mais recente da secção local do PS. Incentivado a fazer um balanço sobre os seus mandatos, Rocha Diniz optou por focar que tudo se tratou de um dever. “Não faço balanço nenhum, é uma realidade local e não posso fazer um balanço. Sou militante do Partido Socialista e cumpri uma obrigação”, apontou. “É uma obrigação, nem quero entrar em considerações se foi, ou não, uma experiência gratificante”, acrescentou.

As eleições para a secção local acontecem a pouco mais de um mês das Legislativas de Portugal, agendadas para 30 de Janeiro. No Consulado de Portugal em Macau, o acto deverá ocorrer entre os dias 29 e 30 de Janeiro. Questionado se as eleições locais podem ter impacto no acto para a Assembleia República, Rocha Diniz deixou antever uma menor participação da comunidade portuguesa face a actos anteriores, mas por motivos diferentes. “O que vai afectar a votação é a saída de muitos portugueses de Macau, militantes e simpatizantes do PS. Saíram durante a pandemia e isso é que vai afectar”, argumentou.

O ainda secretário-coordenador desvalorizou a importância dos votos dos portugueses em Macau para os resultados em Portugal. “Quando Mário Soares venceu a primeira eleição em Portugal, perdeu em Macau com uma margem superior a 90 por cento. Os votos em Macau são sempre muito poucos”, explicou.

As urnas de Macau são contabilizadas no círculo fora de Europa, que elege dois dos 230 deputados que vão constituir a Assembleia da República. Os actuais deputados eleitos por este círculo são José Cesário (PSD) e Paulo Porto (PS).

21 Nov 2021

AL | Comissão vai debater sobre concessões e rede 5G

A Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas definiu ontem os temas de debate para o primeiro ano da Legislatura. O sector do jogo vai ser abordado, mas os moldes ainda não estão definidos

A questão das telecomunicações vai ser o primeiro assunto em discussão na Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, que tem como presidente o deputado José Chui Sai Peng. O agendamento foi discutido ontem, entre os deputados da comissão, e ao longo do ano legislativo, que termina a 15 de Agosto, deverá haver espaço para focar o sector do jogo.

“Em primeiro lugar, vamos abordar as concessões que vão terminar a curto prazo, para vermos quais são os trabalhos que podem ser feitos. Esperamos que as reuniões nos permitam fazer um ponto da situação sobre as diferentes concessões, perceber se os trabalhos estão a ser bem feitos, e avaliar bem as responsabilidades de todas as partes”, afirmou José Chui Sai Peng, no fim do encontro.

Os deputados acordaram também solicitar ao Executivo um “mapa” com a informação sobre as concessões existentes e a validade dos contratos firmados.

As concessões das telecomunicações vão ser as primeiras a ser discutidas. Espera-se que ao longo do próximo ano o Executivo emita as primeiras licenças para a utilização da tecnologia 5G. “Na próxima reunião vamos discutir o tema relacionado com as telecomunicações e queremos discutir o regime de convergência e a implementação da rede 5G. É o ponto mais importante que vai ser discutido, e vamos convidar representantes do Governo”, explicou.

E o jogo?

Na apresentação da agenda para o ano legislativo, José Chui Sai Peng não mencionou o tema das concessões do jogo, cujas concessões e subconcessões terminam no Verão do próximo ano.

Porém, quando questionado sobre o assunto, admitiu que este poderá ser um tema abordado. “As concessões do jogo não são um tema simples. Está a decorrer uma consulta pública sobre o assunto, e, em breve, também vamos discuti-las”, avançou.

Outros assuntos na agenda dos membros da comissão, deverão ser a concessão do Aeroporto de Macau (CAM), e também do Metro Ligeiro. O debate sobre a hasta pública de terrenos também não está afastado. “Discutimos a concessão de terrenos, a hasta pública, a dívida de terrenos, são temas a que damos importância”, concluiu.

21 Nov 2021

Taça GT: Pneus desconhecidos criam problema às equipas

Para as equipas da Taça GT Macau a edição deste ano reveste-se de um grande desafio suplementar. Ao contrário do ano transacto, onde a escolha de pneus era livre, um pneu obrigatório, que é do total desconhecimento de todos os participantes, vai complicar a vida das equipas este fim de semana
“Estamos este ano limitados a um único fornecedor de pneus, o qual não tem estado presente em campeonatos GT a nível internacional, nem regional, o que leva a obtenção de dados para podermos afinar os carros de maneira segura em pista muito difícil”, explicou ao HM, Duarte Alves, o engenheiro responsável pela UNO Racing Team, a equipa oficial da Aston Martin Racing Asia.
Para dificultar a vida dos participantes, “o anúncio tardio também por parte da AAMC no que refere aos regulamentos e pneus não deu oportunidade às equipas para testarem os limites dos pneus. Portanto, para todos será um autêntico tiro no escuro, onde na minha perspectiva, até poderá ser um problema de segurança, pois não sabemos até onde podemos puxar” e obviamente que todas as equipas e pilotos estão no Grande Prémio para lutar por bons resultados”, acrescenta o engenheiro do território.
No início da semana, as equipas ainda estavam à espera de receber um boletim da marca com as especificações técnicas das borrachas disponíveis, assim como os limites que poderiam explorar numa pista com as especificações tão particulares do Circuito da Guia.
À luz destes regulamentos e com decisões em cima da hora, o responsável macaense afirma que “faria mais sentido optar por um fornecedor que a maiorias das equipas já conhecesse e tivesse  competido nos campeonatos GT da China continental, onde todas as equipas competiram este ano, e conseguir assim trabalhar dentro da margem de segurança e poder optimizar a performance dos carros”.
Regresso britânico
Esta será a primeira vez desde 2015 que a Aston Martin enfrenta a Taça GT Macau com ambições. Além de Marchy Lee, segundo classificado na pretérita edição, a equipa de Hong Kong inscreve também um carro para David Pun, o vencedor da Taça GT – Corrida da Grande Baía de 2020. Contudo, apesar das aparências, os carros que vieram a Macau são bastante diferentes daquele que Stefan Mücke levou ao quarto lugar na Taça do Mundo de há seis anos.
“Este ano a UNO Racing Team inscreveu os mais novos Aston Martin Racing Vantage GT3, onde para além dos desafios que já mencionei, é um carro a que a nível mundial não existe informação sobre como afiná-lo para o Circuito da Guia. Partimos de antemão com esse ‘handicap comparado às outras marcas, as quais já estiveram presentes em várias edições”, conclui Duarte Alves, que não se arrisca a prognósticos, visto que “o Marchy nunca correu com o Aston Martin e o David é um piloto amador. Porém, um carro no pódio e o outro no Top-10 seria um resultado muito positivo”.  

Drones | Proibição de voar em toda a Península

Devido à realização do Grande Prémio de Macau fica proibida a utilização de drones na Península de Macau, entre 19 a 21 de Novembro, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial.” São proibidas, entre 19 a 21 de Novembro de 2021, todas as actividades de voo com aeronaves não tripuladas na península de Macau, excepto as actividades oficiais expressamente autorizadas pela Autoridade de Aviação Civil”, pode ler-se no despacho assinado por Chan Weng Hong, presidente da Autoridade de Aviação Civil.

 

TDM | Cobertura com 26 câmaras na pista

A Teledifusão de Macau assegura a transmissão televisiva do Grande Prémio de Macau e vai dedicar 26 das 31 câmaras disponíveis para o evento do Circuito da Guia. Além destas, existem ainda três câmaras instaladas ao nível do chão e duas para seguir as conferências de imprensa. “Temos 31 câmaras, das quais 3 câmaras são ao nível do chão – para ter ângulos mais espectaculares – e duas câmaras a servir o centro de imprensa. E temos 26 câmaras na pista”, afirmou Frederico do Rosário, membro da Comissão Executiva, citado pela própria emissora.

Prémios | Quase 200 mil dólares de Hong Kong para distribuir

Ao longo do fim-de-semana, a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau vai distribuir aos pilotos quase 200 mil dólares de Hong Kong, mais precisamente 198 mil. A informação consta do regulamento das diferentes competições.

Se, por um lado, a corrida de Fórmula 4 é a principal do programa, o que é atestado pela Dança do Leão e pela presença do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, antes da partida, por outro, na hora de recompensar os vencedores, não há diferenças para os organizadores.

Com o fim-de-semana divido em duas corridas por categoria, apenas a última vai atribuir prémios monetários. Os pilotos que ficarem no pódio no sábado limitam-se a receber os troféus, a garrafa de champanhe e a coroa de flores.

Já no domingo, os vencedores das seis corridas vão receber 16 mil dólares de Hong Kong, ou seja, mais 10 mil do que a maioria pagou só para se inscrever no Grande Prémio. À excepção do Fórmula 4, todos os outros pagam 6 mil patacas.

Os pilotos que ficarem no segundo lugar são recompensados com um cheque de 11 mil dólares de Hong Kong. O terceiro classificado recebe 6 mil dólares de Hong Kong, ou seja o que é pouco mais que o prémio pago só pela inscrição. Feitas as contas, cada corrida atribui 33 mil dólares de Hong Kong em prémios, o que multiplicando pelas seis competições representa 198 mil.

Para receberem os prémios, os pilotos precisam de comparecer na Cerimónia Oficial de Atribuição dos Prémios, ou seja, um jantar que normalmente acontece na noite de domingo.

18 Nov 2021

Saúde | Comunidade filipina em situação frágil devido a baixa literacia

Um estudo elaborado por académicos do Instituto de Enfermagem do Hospital Kiang Wu conclui que a comunidade filipina na RAEM está menos informada sobre cuidados de saúde do que compatriotas seus que trabalham noutras regiões

A comunidade Filipina em Macau tem grandes dificuldades em obter informação, conhecimentos e cuidados médicos. Esta é uma das conclusões de um estudo elaborado pelo Instituto de Enfermagem do Hospital Kiang Wu, publicado em Outubro na revista científica Healthcare.

No documento intitulado a “Literacia em Saúde entre os Trabalhadores Domésticos Filipinos em Macau”, os académicos Cheong Pak Leng, Wang Hui, Cheong Wan e Lam Mei Ieng estudaram os conhecimentos da comunidade, na perspectiva da literacia em saúde. Este conceito diz respeito à capacidade de acesso a informação, à sua compreensão e utilização de forma a promover e manter um estado de boa saúde.

Os 379 questionários válidos feitos na comunidade filipina de empregadas domésticas mostram que a maioria “não tem capacidade de aceder, compreender, avaliar e comunicar as suas necessidades face a diferentes situações do estado de saúde”. Os dados apurados demonstraram também que a proporção de indivíduos com conhecimentos para responder adequadamente ao estado de saúde é de 37,4 por cento em Macau, dado é inferior ao das comunidades filipinas em regiões como o Myanmar, Vietname, Indonésia, Cazaquistão, Malásia e Taiwan.

Os mais novos são os que estão menos atentos às questões de saúde e que menos conhecimentos têm. Porém, esta tendência é vista pelos autores como generalizada em grupos com poucas qualificações académicas.

Sobre os factores que contribuem para a baixa literacia, um dos principais é a falta de conhecimentos de chinês e inglês a um nível mais elevado. Em relação a este aspecto, os investigadores detectaram uma relação que explica que quanto melhor inglês falam, mais preparadas as pessoas se mostram. Contudo, o domínio do chinês é um desafio, porque apenas seis inquiridos disseram ter um bom nível. Ao mesmo tempo, 337 consideram o seu chinês “pobre”, enquanto 36 afirmaram ser “razoável”.

Condições de vida complicadas

O inquérito foi composto por 12 perguntas sobre a dificuldade ou facilidade a completar determinadas acções, como chamar uma ambulância, obter informações sobre o programa de vacinação de Macau ou pedir apoio caso sofram problemas mentais como depressão ou excesso de stress.

A acção que levantou mais problemas à comunidade de trabalhadores domésticos foi o conhecimento sobre as vacinas necessárias em Macau, com 45 por cento dos inquiridos a considerar muito difícil obter a informação. Este foi um ponto destacado pelos autores, uma vez que o inquérito foi feito numa altura de pandemia.

Os académicos sublinharam ainda que a população inquirida vive em condições de pobreza, com 39,6 por cento a sobreviver com um salário entre 4.001 e 4.500 patacas. Ainda mais abaixo, 36,7 por cento aufere rendimento igual ou inferior a 4.000 patacas, e apenas 17,4 por cento afirmou receber mensalmente um salário acima de 4.501 patacas.

18 Nov 2021

Taiwan | Políticos locais apoiam as posições de Xi Jinping

Tina Ho, Kou Hoi In, Liu Chak Wan e Chui Sai Peng foram alguns dos políticos que vieram a público apoiar o Presidente Xi Jinping, após a conferência com Joe Biden, e a defender a inevitabilidade da reunificação com Taiwan

Um grupo de políticos e personalidades de Macau apoiou publicamente Xi Jinping e declarou total intransigência face a movimentos independentistas de Taiwan. A posição de representantes de forças tradicionais foi tomada ontem num artigo no jornal Ou Mun, na sequência da cimeira online entre Xi Jinping e Joe Biden.

Tina Ho, presidente da Associação Geral das Mulheres e irmã do Chefe do Executivo, sublinhou que a reunificação com Taiwan é uma certeza absoluta. De acordo com a dirigente, tudo vai ser feito para que a reunificação pacífica se torne uma realidade.

A histórica dirigente da Associação Geral das Mulheres afirmou que os residentes devem explicar a todos os compatriotas “o sucesso” do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, que no seu entender é um exemplo que Taiwan vai querer seguir, impulsionando a reunificação.

Também Liu Chak Wan, membro permanente do Comité Nacional do CCPPC, indicou apoiar totalmente o Presidente Xi, e destacou a mensagem contra qualquer força separatista que vise cortar o cordão umbilical entre Taiwan e a China. Liu vincou também que os próprios EUA se mostraram contra a independência da Ilha Formosa, mostrando respeitar os três comunicados, ou seja, os documentos que defendem a existência de uma única só China e que permitiu reestabelecer as relações diplomáticas entre os dois países.

Por sua vez, a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) também manifestou o apoio total a Xi Jinping, com o vice-presidente, Fong Ka Fai, a afirmar que o destino da China passa pela reunificação com Taiwan, que considera inevitável. Fong destacou ainda que a maioria da população de Taiwan, assim como de Hong Kong e Macau, almeja a reunificação e que quem promover a divisão do país vai ser punido severamente.

“Player” internacional

Kou Hou In, presidente da Assembleia Legislativa, veio também a público tomar uma posição sobre as conversações entre os presidentes da China e dos Estados Unidos da América.

Segundo o líder do órgão legislativo da RAEM, apresentado no artigo como presidente da Associação Comercial de Macau, após a transferência da soberania, Macau tornou-se num agente internacional com a responsabilidade de promover a reunificação, ao mesmo tempo que desempenha um papel positivo na construção de uma relação saudável entre a China e os EUA.

O presidente da AL manifestou ainda total apoio a Xi nas políticas necessárias para a reunificação e para conduzir as relações com os EUA.

Finalmente, o deputado José Chui Sai Peng considerou que a conversa entre os dois países foi honesta e que a relação bilateral saiu valorizada. Chui Sai Peng destacou igualmente que os EUA entendem que uma relação saudável entre os dois países é positiva para a ordem global.

18 Nov 2021

Militares usam gás lacrimogéneo para repelir migrantes na fronteira da Polónia

As forças de segurança polacas usaram ontem gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra um grupo de migrantes concentrados na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia, segundo imagens divulgadas pela televisão bielorrussa e pela agência estatal Belta.

De acordo com as mesmas fontes, os migrantes romperam as cercas na zona de passagem da fronteira de Bruzgui-Kuznica para tentar entrar na Polónia, ou seja, no espaço da União Europeia (UE), e atiraram pedras contra os militares polacos.

A situação também foi divulgada pelo Ministério da Defesa polaco, que, numa declaração divulgada através da rede social Twitter, descreveu os acontecimentos em Kuznica.

“Kuznica: Os migrantes estão a atacar os nossos soldados e oficiais com pedras e a tentar destruir a cerca para entrar na Polónia”, escreveu o ministério, acrescentando que “as forças [polacas] usaram gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para repelir o ataque dos migrantes”.

Depois do confronto, a situação acabou por acalmar e os migrantes regressaram ao seu acampamento improvisado, em território bielorrusso.

A generalização dos confrontos com os seus vizinhos europeus foi precisamente o que o Presidente bielorrusso afirmou ontem que quer evitar.

Alexander Lukashenko garantiu que quer evitar a escalada da crise migratória na fronteira com a Polónia, da qual é acusado de ser responsável, e adiantou ter conversado com a chanceler alemã sobre uma possível solução.

Segundo o regime de Minsk, o Presidente bielorrusso propôs, durante uma conversa telefónica realizada na segunda-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, uma forma de resolver a crise migratória na fronteira, mas escusou-se a referir pormenores.

“Decidimos com Merkel que, para já, não vamos falar especificamente sobre isso. Ela pediu tempo, uma pausa, para discutir essa proposta com os membros da UE”, justificou.

Lukashenko adiantou que aguarda um novo telefonema de Merkel para continuar a discutir uma possível solução e sublinhou que o maior problema é a situação dos mais de 2.100 migrantes que se reuniram perto da passagem da fronteira em Bruzgui-Kuznica, no lado bielorrusso da fronteira com a Polónia.

“O problema, como disse Merkel, é que se não salvarmos estas pessoas, todos perderemos: a Bielorrússia, mas também e ainda mais a UE, que não permitiu a entrada destes refugiados. É por isso que a situação dos refugiados deve ser resolvida imediatamente”, referiu.

 

Troca de acusações

Varsóvia tem acusado a Bielorrússia de usar migrantes, maioritariamente oriundos do Médio Oriente, para desestabilizar a UE, atraindo-os com vistos e facilitando-lhes a chegada à fronteira com países do bloco comunitário.

Na semana passada, Merkel conversou telefonicamente com o Presidente russo, Vladimir Putin, tendo afirmado considerar “inaceitável e desumana a instrumentalização de migrantes” na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, onde milhares de pessoas estão concentradas em acampamentos precários, sem alimentos e expostas a baixas temperaturas, à espera de uma oportunidade para entrar no espaço da UE.

Na segunda-feira, Bruxelas e Washington anunciaram querer ampliar, nos próximos dias, as sanções ao regime de Minsk, já sancionado devido à repressão contra a oposição desde as eleições de 2020.

“O principal hoje é defender o nosso país, o nosso povo e evitar confrontos”, disse Lukashenko, citado esta terça-feira pela agência Belta.

“Este problema não deve transformar-se num confronto feroz”, concluiu.

17 Nov 2021