João Santos Filipe Manchete SociedadeShun Tak | Dispensados 8% dos trabalhadores da Torre de Macau A empresa liderada por Pansy Ho tem em curso um plano para cortar custos que poderá ser estendido no futuro aos centros comerciais Nova Mall e New Yaohan. Em 2024, o grupo apresentou perdas de 824 milhões de dólares de Hong Kong A Torre de Macau está a ser alvo de um processo de reestruturação das despesas e, pelo menos, oito por cento dos trabalhadores foram dispensados. A informação foi adiantada na quinta-feira pelo Canal Macau da TDM. O espaço pertence à Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) e está a ser gerido pela empresa Shun Tak Holdings, ligado a Pansy Ho, Daisy Ho e Maisy Ho, empresárias e filhas de Stanley Ho, fundador da STDM. Com o objectivo de cortar os custos operacionais do espaço, a empresa dispensou pelo menos oito por cento dos trabalhadores e encerrou duas lojas. Os espaços comerciais que deixaram de operar são o Café on Four, no quarto andar, e a loja ISA, de roupa e acessórios de luxo. Entre os trabalhadores dispensados estão incluídos funcionários dos espaços encerrados, mas também funcionários da Torre de Macau. Segundo a TDM, os planos para controlar custos nos espaços geridos pela Shun Tak Holdings pode não se ficar pela Torre de Macau e ser estendido a outros centro comercial. Além da Torre de Macau, a Shun Tak Holding explora os centros comerciais Nova Mall e New Yaohan. Plano em curso À TDM, Rutger Verschuren, vice-presidente regional do Artyzen Macau, controlado igualmente pela Shun Tak, confirmou não só a reestruturação, mas também estar a liderar o plano. No entanto, recusou tecer outros comentários sobre a situação. O ano de 2024 terminou para a empresa liderada pela empresária e política Pansy Ho com perdas de 824 milhões de dólares de Hong Kong. Em 2023, a empresa tinha apresentado perdas de 677 milhões de dólares de Hong Kong. Os dados constam do relatório anual de 2024 apresentado à Bolsa de Hong Kong, que indica também que o grupo empregava cerca de 1.700 pessoas, incluindo as operações fora de Macau, em locais como Hong Kong, Interior da China ou Singapura. Além disso, a empresa tem empréstimos bancárias no valor de 15,4 mil milhões de dólares de Hong Kong, com mais de 90 por cento deste valor a ter de ser pago no prazo de cinco anos. A Shun Tak foi criada com uma empresa de navegação em 1961 por Stanley Ho para fazer as ligações marítimas entre Macau e Hong Kong, um serviço que ainda hoje disponibiliza, através do controlo do Porto Exterior. Com o avançar dos anos foi expandindo o escopo das actividades para áreas como a hotelaria, abrindo em 1984 o Hotel Mandarim Oriental em Macau, ou para o imobiliário, com construções e exploração de projectos em Hong Kong e Macau, mas também no Interior e em Singapura.
João Santos Filipe Manchete SociedadeElevador da Glória | Macau sem pedidos de apoio após acidente A DST confirmou ao HM não ter recebido pedidos de auxílio de residentes de Macau em Lisboa relacionados com o acidente que vitimou pelo menos 16 pessoas, muitas das quais turistas de várias nacionalidades A Direcção de Serviços de Turismo (DST) não recebeu qualquer pedido de auxílio nem de esclarecimento de dúvidas relacionados com o descarrilamento do funicular da Glória, que causou pelo menos 16 vítimas mortais em Lisboa. A informação foi revelada pela DST em esclarecimentos ao HM. “Relativamente ao acidente ocorrido em Lisboa, até ao momento, a DST não recebeu qualquer pedido de informação ou de assistência”, afirmou a DSAT em resposta ao HM. “Em caso de necessidade, os residentes de Macau podem ligar para a Linha Aberta do Turismo em funcionamento 24 horas (853) 2833 3000, ou para a Linha Directa Global de Emergência dos Serviços de Protecção e Assistência Consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros da RPC +86 10 12308”, foi acrescentado. O acidente aconteceu numa altura em que se aproxima o início do ano lectivo do ensino superior em Portugal, pelo que além da representação de turistas de Macau em Lisboa existe a possibilidade de haver residentes de Macau a viver na cidade para frequentarem as instituições de ensino superior. O descarrilamento do funicular da Glória aconteceu na tarde de quarta-feira, por volta das 18h05 (hora de Portugal), quando a carruagem que subia para o miradouro de São Pedro de Alcântara perdeu o controlo e desceu desgovernada pela calçada até embater violentamente num prédio. Como consequência, há a registar pelo menos 16 vítimas mortais e 23 feridos, cinco dos quais em estado considerado grave. As autoridades revelaram que entre as vítimas mortais estão pessoas com nacionalidade estrangeira. Sabe-se que uma das vítimas é portuguesa e que outra é alemã. A nacionalidade das restantes vítimas estrangeiras não foi divulgada até à hora de fecho da edição do HM. Bandeira a meia-haste A tragédia de Lisboa levou a que fosse decretado um dia luto nacional pelo Governo do país, com o Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong a içar as bandeiras a meia-haste durante o dia de ontem. Em Lisboa, a Câmara Municipal decretou três dias de luto. O acidente envolveu uma das imagens de marca de Lisboa, enquanto destino turístico. O funicular da Glória entrou em operação a 24 de Outubro de 1885. O motivo do descarrilamento ainda não é conhecido, mas de acordo com o jornal Observador, que cita fonte do Regimento dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, estará relacionado com um cabo que se soltou provocando a perda de controlo do funicular, que teria no interior cerca de 40 pessoas. Uma das testemunhas no local indicou que pelo menos uma pessoa que seguia na rua teria sido atingida pelo funicular descontrolado. O acidente está a levantar dúvidas sobre a qualidade da manutenção do funicular que já tinha descarrilado em 2018, na altura sem qualquer ferido ou vítima mortal.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFunção Pública | Song Pek Kei quer programa de reforma voluntária Face ao que diz serem as “cargas de trabalho e pressões cada vez maiores” na Administração Pública, a deputada defende a criação de um programa piloto que permite a aposentação antecipada com maior segurança financeira, nos casos de problemas de saúde A deputada Song Pek Kei pretende que o Governo implemente um novo programa experimental de reforma voluntária para funcionários públicos com problemas de saúde. O assunto foi abordado através de uma interpelação escrita, divulgada no final de Agosto à Assembleia Legislativa. Segundo a legisladora ligada à comunidade de Fujian, devido ao “desenvolvimento social” os funcionários da Função Pública enfrentam “cargas de trabalho e pressões cada vez maiores”. Por isso, considera que devia haver uma opção de aposentação voluntária antecipada ligada a problemas de saúde, principalmente para os trabalhadores com ordenados mais baixos e nas posições inferiores da hierarquia, que garanta ao mesmo tempo a “flexibilidade e segurança financeira”. “Mesmo que alguns funcionários públicos desejem aposentar-se mais cedo por motivos de saúde, deixar os seus cargos significa perder a segurança do sustento”, argumenta a deputada. No entender de Song Pek Kei, a falta de uma opção de aposentação antecipada por motivos de saúde que garanta segurança financeira “prejudica a flexibilidade do sistema de fundos de previdência e afecta negativamente a rotatividade saudável dentro do serviço público”. “Em resposta ao ritmo acelerado da reforma administrativa, as autoridades irão implementar um programa-piloto de ‘regime de reforma voluntária para funcionários públicos’ nos departamentos onde tal seja necessário, a fim de promover a mobilidade saudável dentro da função pública e aumentar a vitalidade da força de trabalho da função pública”, questionou. Reformas baixas Song Pek Kei salienta ainda que os salários de vários funcionários públicos são baixos e que não permitem obter uma reforma condizente com um nível de vida digno. “Como os funcionários públicos com menos tempo de serviço têm salários baixos e as suas contribuições mensais são limitadas, os pagamentos que podem obter do fundo de previdência são muito reduzidos, tornando difícil obterem protecção prática para a sua vida na reforma”, atirou. A legisladora pede assim uma protecção extra para estas pessoas: “Embora as autoridades tenham introduzido vários programas de assistência financeira para funcionários públicos de primeira linha com baixos rendimentos, ainda são necessárias melhorias adicionais na sua protecção na reforma”, justifica. “A este respeito, a Administração vai reforçar o actual sistema de protecção na reforma, por exemplo, concedendo subsídios de subsistência na reforma aos funcionários públicos juniores reformados”, questiona.
João Santos Filipe Manchete SociedadeReceitas | Analistas prevêem subida de 13% em Setembro Com receitas de 17,25 mil milhões de patacas, Setembro de 2024 foi o pior mês do ano para os casinos. No entanto, os analistas acreditam que este ano o cenário vai ser diferente, com receitas a rondar os 19,69 mil milhões de patacas Em Setembro, as receitas dos casinos deverão registar um crescimento anual de 13 por cento, de acordo com os relatórios emitidos por analistas citados pelo portal GGR Asia. As estimativas têm por base as receitas de 22,16 mil milhões de patacas dos casinos em Agosto, o valor mais elevado desde Janeiro de 2020, altura do início da pandemia da covid-19. Na perspectiva do Deutsche Bank Securities, as receitas de Setembro devem rondar os 2,45 mil milhões de dólares norte-americanos (19,69 mil milhões de patacas), o que representa um aumento anual de 13,6 por cento. Em 2024, as receitas de Setembro foram de 17,25 mil milhões de patacas, as mais reduzidas de todo o ano. A estimativas do analista Steve Pizzella, do Deutsche Bank, são mais optimistas que as da generalidade dos analistas no mercado, que acreditam que as receitas deverão crescer mais lentamente, ao ritmo de cerca de 10 por cento. A instituição financeira também destacou que apesar de uma previsão de crescimento de 13 por cento a estimativa é tida como conservadora à luz das tendências das mesas de jogo entre 2013 e 2019. Steve Pizzella indicou que tendo em conta as tendências desse período a estimativa deveria apontar para um aumento das receitas anual na ordem dos 17,5 por cento. Avisos contra tufões Por sua vez, a instituição financeira Seaport Research Partners acredita que Setembro vai resultar num crescimento anual das receitas na ordem dos 13 por cento. No entanto, o relatório assinado pelo analista Vitaly Umansky avisa que o número pode ficar abaixo das estimativas, no caso de se verificarem novos tufões. “A nossa estimativa poderá ser afectada negativamente no caso de algum tufão na região afectar as viagens para Macau”, escreveu Vitaly Umansky. “No ano passado, Setembro foi afectado negativamente por dois grandes tufões, o que foi parcialmente compensado pela elevada retenção de VIPs”, acrescentou. A Seaport prevê também um crescimento das receitas brutas na ordem dos 13,5 por cento na segunda metade do ano, em comparação com o crescimento de 4,4 por cento entre Janeiro e Junho. Umansky destacou que o crescimento deve resultar da maior eficácia das concessionárias a nível de marketing e uma maior flexibilização da circulação de capitais e emissão de vistos para visitar o território. O analista apontou também que um possível acordo comercial entre os Estados Unidos e a China irá injectar uma nova confiança na economia chinesa, que poderá resultar numa maior vontade dos jogadores se deslocarem a Macau e apostarem mais nas mesas do território.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEsgrima | Atletas impedidos de exibir bandeira de Macau Uma equipa de Macau conseguiu subir ao lugar mais alto do pódio na Taça da Ásia de Cadetes. No entanto, enquanto os atletas de Hong Kong e do Cazaquistão mostravam as respectivas bandeiras, o Lótus verde ficou bem longe dos olhares do público Imagem: Escola Pui Ching A Associação Geral de Esgrima de Macau terá impedido que a bandeira do território fosse mostrada na Taça da Ásia de Cadetes, que decorreu na Malásia, depois de alguns atletas locais terem conquistado um troféu. O caso foi denunciado por um participante do programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, com a foto da competição que decorreu entre 20 e 23 de Agosto a ser divulgada ontem nas redes sociais. “Ouvi dizer que a participação na competição não foi subsidiada pelo Governo, apesar de os atletas estarem a representar Macau. Por isso, a Associação Geral de Esgrima de Macau impediu que os atletas subissem ao pódio com a bandeira da RAEM”, afirmou o ouvinte, que se identificou pelo apelido Ieong. A postura dos atletas de Macau contrastou assim com a dos esgrimistas de Hong Kong e do Cazaquistão que podem ser vistos nos pódios com as bandeiras dos territórios que representam. Segundo as reportagens da competição, a equipa de Macau arrecadou uma medalha de ouro, duas medalhas de prata e duas medalhas de bronze. Outras queixas Ieong também se queixou do facto de a associação mudar os critérios para o concurso inter-escolas de esgrima, que vai começar a partir de Outubro, por agrupar atletas que usam armas com tamanhos diferentes. “No passado, os alunos com menos de 11 e 12 anos competiam na mesma categoria. Mas este ano, os alunos com menos de 12 anos precisam de enfrentar os menores de 13 anos. Como nós sabemos, as espadas utilizadas pelos menores de 12 anos e de 13 anos são diferentes, o comprimento de espada é diferente”, explicou. Falta imparcialidade nesta decisão”, considerou. Além disso, Ieong apontou que a competição escolar vai ser fechada ao público, significando que a entrada dos pais será vedada. Ieong afirmou que este aspecto é negativo porque os alunos podem não saber como apresentar uma queixa, se sentirem prejudicados nas decisões. Mar de críticas Nos últimos dias têm surgido várias críticas anónimas contra a Associação Geral de Esgrima de Macau devido a contratações pouco transparentes de pessoal e alegados abusos de poder. As denúncias foram publicadas alegadamente por atletas da esgrima, e uma das acusações visou directamente a secretária-geral da associação, Grace Ma, por abuso de poder. “Nenhum dos administradores da associação tem experiência de esgrima ou contacto com o desporto. Desde que Grace Ma assumiu o cargo de gestão aconteceram os seguintes episódios: esquecimento de inscrições em competições, esquecimentos de pedidos de vistos, nomes de atletas escritos de forma errada nos bilhetes de avião, não arranjam transporte para os atletas durante as competições e nem nos permitem participar nas competições, mesmo quando pagamos os custos com o dinheiro do nosso bolso”, lê-se numa das publicações. As publicações também duvidam das qualificações de Grace Ma, citando as reportagens dos jornais chineses em que ela surge identificada como tendo um doutoramento em ortopedia da Universidade de Malaya, em Kuala Lumpur. “Esta universidade nunca teve o doutoramento em ortopedia, apenas tem engenharia biomédica”, foi apontado. As críticas visam também o facto de Grace Ma não surgir na lita de profissionais de saúde reconhecidos pelos Serviços de Saúde, o que significa que não está habilitada para fazer tratamentos médicos. Os denunciantes anónimos esperam que a associação explique as razões de ter escolhido Grace Ma como a secretária-geral da associação, e esperam que Ma se demita, para deixar alguém com experiência e conhecimento da matéria assumir o cargo. O HM contactou a Associação Geral de Esgrima de Macau sobre as queixas apresentadas, mas até ao encerramento da edição não recebeu uma resposta.
João Santos Filipe Manchete PolíticaImobiliário | Mais vendas a preços mais baixos no início de Agosto Agosto arrancou com mais actividade comercial no mercado da habitação, com um aumento de 19 por cento do número de transacções. No entanto, compradores e vendedores voltaram a ver os preços baixarem Na primeira metade de Agosto o número de transacções de habitação teve um crescimento anual de 19 por cento para um total de 118 negócios. Os números foram divulgados ontem, através do portal da Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Na primeira quinzena de Agosto do ano passado tinham sido registadas 99 transacções de habitação. Em relação ao início de Agosto deste ano, o maior número de compras e vendas de habitação aconteceu na Península com 96 transacções, que contrastam com as 74 do ano anterior. Na Taipa houve 19 vendas de apartamentos, um valor que ficou estabilizado, e em Coloane foram registadas três, menos três do que no início de Agosto do ano passado. Se por um lado houve mais transacções, por outro, o preço médio das casas vendidas apresentou uma redução de 2,3 por cento para uma média de 78.990 patacas por metro quadrado. Em comparação, na primeira quinzena de Agosto do ano passado o preço médio do metro quadrado era de 80.815 patacas por metro quadrado. Como tradicionalmente acontece, o metro quadrado foi mais caro em Coloane, com um custo médio de 83.444 patacas, o que em termos anuais representou um aumento face ao valor médio de 65.145 patacas por metro quadrado do início de Agosto de 2024. Na Península o preço médio mais recente foi de 82.743 patacas por metro quadrado, uma redução anual face às 84.584 patacas anteriores. Finalmente, na Taipa o preço mais recente foi de 65.219 patacas por metro quadrado, uma redução de quase 10 mil patacas, face às 75.189 patacas por metro quadrado do ano anterior. Navios idos Os números mais recentes confirmam que o mercado do imobiliário de Macau atravessa uma situação muito diferente do que acontecia antes da pandemia da covid-19. Nos primeiros quinze dias de Agosto de 2019 o número de transacções de fracções para habitação atingiu 443, cerca do triplo do que aconteceu no período mais recentemente analisado. Nesse início de mês houve 289 transacções na Península, 137 na Taipa e 17 em Coloane. Também os preços praticados se encontram num nível diferente do que acontecia em Agosto de 2019. Nessa altura, o preço médio por metro quadrado era de 119.351 patacas, uma diferença de 40.361 patacas face à primeira quinzena de Agosto de 2025. Nessa altura, o preço médio na Taipa era de 142.100 patacas por metro quadrado, e de 126.883 patacas em Coloane. Na Península o preço médio do metro quadrado atingia as 108.748 patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | Novas caras na Comissão de Indigitação de Juízes A presidente do Tribunal de Última Instância, Song Man Lei, passa a integrar a comissão que propõe os juízes a serem nomeados pelo Chefe do Executivo. Também o advogado António José Dias Azedo, foi nomeado para a comissão por Sam Hou Fai, substituindo Philip Xavier O Chefe do Executivo nomeou a juíza Song Man Lei e o advogado António José Dias Azedo para a Comissão Independente para a Indigitação de Juízes. As nomeações de Sam Hou Fai foram feitas a 25 de Agosto, e o despacho oficial foi publicado ontem no Boletim Oficial. A Comissão Independente para a Indigitação de Juízes tem como função propor ao Chefe do Executivo a nomeação dos novos juízes para os tribunais locais. Este grupo é nomeado pelo Chefe do Executivo e constituído por um juiz, um advogado e cinco personalidades locais. Song Man Lei é nomeada como membro da comissão ao mesmo tempo que desempenha as funções de presidente do Tribunal de Última Instância (TUI). Apesar de não ser exigido que o membro da comissão seja o presidente do TUI, esta tem sido uma tradição desde a formação da RAEM. Antes de ser Chefe do Executivo, também Sam Hou Fai integrou a comissão entre 1999 e 2024, dado que era o presidente do TUI. Song Man Lei integra o TUI desde 2012 e desde o ano passado que preside a esse tribunal. Antes da entrada nos tribunais, desempenhou as funções de delegada do Procurador e Procuradora-Adjunta no Ministério Público. Em 2024, também presidiu à Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo. Por sua vez, António José Dias Azedo foi presidente da direcção da Associação dos Advogados de Macau entre 2000 e 2001, além de ter sido vogal e secretário geral, entre 1994 e 1999. É a segunda vez que é nomeado para cargos públicos por Sam Hou Fai, depois de em Março deste ano ter sido escolhido para presidente do Conselho Fiscal da TDM-Teledifusão de Macau. Também em 2013, António José Dias Azedo desempenhou as funções de presidente do Conselho Fiscal no Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), actual Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). António José Dias Azedo vai ocupar a vaga em aberto deixada pelo colega de profissão Philip Xavier, cuja exoneração foi confirmada no mesmo despacho que revelou as novas nomeações para a Comissão Independente para a Indigitação de Juízes. Cinco personalidades A comissão é actualmente presidida por Lau Cheok Va, antigo presidente da Assembleia Legislativa e histórico membro da Federação das Associações dos Operários de Macau. Os restantes membros são Tina Ho Teng Iat, ex-deputada, e ex-dirigente da Associação das Mulheres de Macau e irmã do ex-Chefe do Executivo Ho Iat Seng, Ieong Tou Hong, membro do Conselho Executivo, ex-deputado, economista e presidente da Associação de Elites Intelectuais de Chong Hang, Chan Hong, ex-deputada, membro da associação das Mulheres e dos Moradores, com passagens por organismos públicos como Comissão de Gestão do Tratamento de Queixas Apresentadas por Trabalhadores dos Serviços Públicos, o Conselho de Curadores da Fundação Macau, o Conselho da Universidade Politécnica de Macau e o Conselho da Escola Superior das Forças de Segurança de Macau. Entre as personalidades que integram a comissão que indigita os juízes, surge também o nome de Wang Yu, professor catedrático na Faculdade de Direito da Universidade de Macau e subdirector do Centro de Estudos do Direito Constitucional e da Lei Básica.
João Santos Filipe SociedadeShenzhen vai emitir dívida em Macau no valor de 1.000 milhões de renminbis A cidade de Shenzhen vai recorrer a Macau para emitir obrigações no valor de 1.000 milhões de renminbis. A informação foi divulgada ontem, através de um comunicado da Autoridade Monetária de Macau (AMCM). “Com o apoio do Ministério das Finanças e do Governo Popular de Shenzhen, esta cidade irá emitir pela primeira vez, em Macau, no início de Setembro, títulos de dívida offshore em renminbi do seu Governo local, prevê-se que esta emissão envolverá um valor de mil milhões de renminbis”, foi comunicado pela AMCM. A informação oficial indica também que “os títulos de dívida” estão classificados como “obrigações verdes com o tema de combate às alterações climáticas, destinados a investidores profissionais”. O comunicado não explica que esforços de Shenzhen para combater as alterações climáticas vão ser financiados com a dívida emitida em Macau. Por sua vez, a AMCM destacou que a emissão de dívida em Macau mostra a aposta do Governo Central no desenvolvimento do mercado obrigacionista da RAEM. “Esta emissão constitui, após as emissões de obrigações nacionais pelo Ministério das Finanças e de títulos de dívida do Governo local pelo Governo da Província de Guangdong, ambos em Macau, mais uma medida relevante para acelerar o desenvolvimento do mercado obrigacionista de Macau, reflectindo o elevado apreço e o sólido apoio do Governo Central e do Governo de Shenzhen ao progresso do sector financeiro moderno em Macau e à promoção de uma diversificação económica adequada”, foi considerado. “A AMCM expressa os seus sinceros agradecimentos ao Governo Central e ao Governo Popular de Shenzhen pelo apoio prestado”, foi acrescentado. Reforço da diversificação A AMCM destacou igualmente que “no contexto do aprofundamento contínuo da cooperação financeira na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, a primeira emissão de títulos de dívida offshore por Shenzhen em Macau “representa um avanço inovador na colaboração financeira transfronteiriça” e um “marco significativo no desenvolvimento do mercado obrigacionista de Macau”. “Esta emissão contribuirá para diversificar ainda mais os produtos disponíveis no mercado obrigacionista de Macau, incentivando mais emitentes a lançar obrigações verdes em Macau, além de sublinhar o compromisso conjunto de Shenzhen e Macau em promover o desenvolvimento coordenado dos sectores verdes e sustentáveis na Grande Baía”, foi sublinhado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaGuerra de Resistência | Sam Hou Fai participa nas cerimónias em Pequim A delegação de Macau deverá assistir ao discurso de Xi Jinping e à parada militar de amanhã que vai ter como convidados governantes como Vladimir Putin, Kim Jong Un, Alexander Lukashenko e Robert Fico O Chefe do Executivo está em Pequim a partir de hoje a liderar uma delegação de Macau que participa nas cerimónias do 80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista. De acordo com a informação oficial, Sam Hou Fai vai ficar na capital até 6 de Setembro, prolongado a estadia para discutir com o Governo Central a diversificação da economia de Macau e o desenvolvimento da Zona e Cooperação Aprofundada. A informação do Gabinete de Comunicação Social (GCS) indica que a delegação vai começar por participar “num encontro comemorativo” que decorre na manhã de amanhã e ainda numa gala, realizada à noite. Por volta do meio-dia de amanhã há também uma cerimónia de recepção, em que Sam Hou Fai vai estar presente, embora sem a presença da restante delegação. O Chefe do Executivo deverá estar assim presente nas celebrações oficiais organizadas pelo Governo Central, que incluem uma parada militar que vai desfilar diante vários convidados internacionais como Vladimir Putin, presidente da Federação Russa, Kim Jong Un, Secretário-Geral da Coreia do Norte, Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia, Robert Fico, Primeiro-Ministro da Eslováquia ou Peter Szijjártó, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria. A identidade dos membros da delegação não foi revelada, mas o GCS indica que é constituída por membros do Governo, Conselho Executivo, Assembleia Legislativa, representantes do sector da justiça, familiares de pessoas que participaram no esforço da guerra, assim como empresários, dirigentes de associações locais, membros dos sectores financeiro, educativo, religioso, forças de segurança, macaenses e jovens e estudantes. Cerimónia transmitida Ainda de acordo com o GCS, as cerimónias vão ser transmitidas em Macau pelo Governo que indicou ter “convocado todos os sectores da sociedade para recordarem a história da resistência, consolidarem os alicerces da paz, e promoverem o espírito nacional indomável e a grandiosa herança da resistência”. A transmissão em directo da sessão decorre no Pavilhão Polidesportivo da Universidade Politécnica de Macau e no Complexo da Universidade de Macau e incluiu as cerimónias na Praça de Tiananmen e o discurso do presidente Xi Jinping. Após o discurso, o GCS aponta que será transmitido o desfile militar, “numa demonstração poderosa da robustez das forças armadas na nova era e em celebração do orgulho colectivo do povo chinês”. As instituições de ensino também vão organizar sessões para alunos e docentes assistirem às celebrações. Economia na agenda A partir de quinta-feira, o Chefe do Executivo vai prolongar a estadia em Pequim com o objectivo de discutir com o Governo Central a diversificação da economia e o desenvolvimento da Zona e Cooperação Aprofundada. Em relação a este ponto da agenda da viagem à capital estão previstos encontros com “vários ministros e comissões do Governo Central”, embora as reuniões não tenham sido detalhadas. Nas reuniões para discutir os assuntos da RAEM, Sam Hou Fai vai estar acompanhado pelo secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, pelo director-geral dos Serviços de Alfândega, Adriano Marques Ho, pelo Chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, e pelo director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man. Durante a ausência de Sam Hou Fai, André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, vai substituir o dirigente máximo da RAEM.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEleições | Primeiro debate focou problemas de acesso ao emprego Nick Lei aproveitou o primeiro debate para atacar José Pereira Coutinho, com críticas face à renovação das listas ligadas à ATFPM e devido à contratação de trabalhadores não residentes. O macaense não se ficou e acusou a associação ligada a Lei de esconder dos cidadãos as suas posições As dificuldades no acesso ao emprego por parte dos jovens foram os temas abordados no primeiro debate televisivo em que participaram representantes das listas Associação dos Cidadãos Unidos de Macau, Nova Esperança e União Promotora para o Progresso. O debate, transmitido no canal chinês da TDM, ficou marcado por um ataque de Nick Lei, segundo candidato da lista Associação dos Cidadãos Unidos de Macau, que criticou José Pereira Coutinho, líder da lista Nova Esperança, pelo facto de apresentar uma das listas mais envelhecida das participantes no sufrágio directo. “Começou a ser deputado em 2005, e passados 20 anos, se for reeleito, vai cumprir 24 anos como deputado. Será que a sua equipa não tem capacidade para formar quadros qualificados? É por isso que ninguém o sucede no lugar de deputado para falar na Assembleia Legislativa?”, questionou Lei, candidato ligado à comunidade de Fujian. Na resposta, Coutinho indicou que muitos jovens têm de sair de Macau, dado que não encontram emprego no território. “Nós formamos quadros qualificados, mas já não estão em Macau porque não conseguem encontrar emprego cá”, respondeu o deputado. O líder da Nova Esperança indicou também que muitos jovens têm pouca formação e que há grandes falhas no que diz respeito às questões da actualidade. Respostas na língua Por sua vez, José Pereira Coutinho acusou a lista Associação dos Cidadãos Unidos de Macau de contribuir para proteger os governantes e evitar que assumam as responsabilidades inerentes ao desempenho das funções públicas. Segundo o líder da Nova Esperança, desde 2009 que a Associação dos Cidadãos Unidos de Macau evita revelar publicamente a sua posição sobre as propostas para responsabilizar os governantes, no âmbito das alterações ao Estatuto dos titulares dos principais cargos da Região Administrativa Especial de Macau. O dirigente da Nova Esperança declarou ainda que Nick Lei e Song Pek Kei, deputados da lista Associação dos Cidadãos Unidos de Macau, votaram contra a abertura à população das reuniões das comissões permanentes. Nick Lei limitou-se a responder que pede sempre maior transparência. Nick Lei deixou criticas à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, por empregar trabalhadores não residentes (TNR). Citando os dados da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, Lei indicou que a ATFPM tem 11 empregados, entre os quais três não residentes, o equivalente a 30 por cento. O segundo candidato da Nova Esperança, Chan Hao Weng, justificou que os destinatários de serviços da associação são multiculturais, pelo que é necessário ter empregados de outras nacionalidades para melhorar a qualidade dos serviços prestados. Candidatas discutiram formação de pessoal médico No programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau ontem, as candidatas das listas União de Macau-Guangdong, União para o Desenvolvimento e Aliança de Bom Lar responderam a perguntas sobre a formação de pessoal médico. As listas que participaram no debate de ontem estão ligadas à comunidade de Jiangmen e às associações dos Operários, e Mulheres, respectivamente. A terceira candidata da lista de Jiangmen, Ng Nga Fan, apontou que o Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital tem condições para recrutar mais profissionais locais e sugeriu que o Governo crie estágios e formação para jovens licenciados em medicina. Já a cabeça de lista dos Operários, Ella Lei, afirmou que o Governo deve planear a longo prazo a formação de médicos para responder ao envelhecimento da população. Por seu turno, Wong Kit Cheng, que lidera a lista das Mulheres, destacou o stress sentido pelo pessoal médico e defendeu melhorias ao regime de estágio e certificação profissional.
João Santos Filipe PolíticaPedido mais postos de carregamento nos estacionamentos O deputado Leong Hong Sai defende a necessidade de serem instalados mais postos de carregamento rápidos de veículos eléctricos nos diferentes locais de estacionamento. A posição foi tomada pelo legislador ligado à Associação dos Moradores através de uma interpelação escrita. No documento, Leong indica que a popularidade dos veículos eléctricos faz com que os residentes se queixem de que “o número de postos de carregamento em alguns parques de estacionamento é insuficiente e que o tempo de carregamento é relativamente longo”. Face a este problema, o deputado sugere que o Executivo utilize os terrenos recuperados e que não estão a ser utilizados para instalar, mesmo que temporariamente, postos de carregamento rápido para responder às maiores necessidades. Além disso, Leong Hong Sai questiona como é que o Governo vai intervir para que haja mais postos de carregamento disponibilizados por entidades comerciais privadas: “Como tenciona a Administração utilizar as forças de mercado para incentivar a comunidade a aumentar substancialmente o número de postos de carregamento de alta velocidade e a instalá-los o mais rapidamente possível?”, pergunta. Reduzir custos Como forma de incentivar a instalação de mais postos de carregamento de veículos eléctricos, Leong Hong Sai quer saber se o Executivo tem planos para reduzir os custos administrativos e desburocratizar o processo de instalação. No mesmo sentido, o deputado pede ao Governo que analise aos dados recolhidos até agora para identificar claramente os locais de maior procura de postos de carregamento rápido. De acordo com o deputado, que cita os dados oficiais, até 31 de Março deste ano havia 13.261 veículos eléctricos em circulação, num total de 252.523 veículos a motor, o que significa uma proporção do mercado de 5,3 por cento. Entre os veículos eléctricos, 6.954 eram veículos ligeiros, 1.258 veículos pesados, 3.241 motociclos e 1.808 ciclomotores.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCasinos-Satélite | Sugerida adopção de novos modelos de consumo Face à impossibilidade de evitar as mudanças, Leong Chon Kit pede ao Governo que crie uma grande zona pedonal com esplanadas e coberturas nas ruas. O objectivo do membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central passa por transformar a economia da área do ZAPE Com vários casinos-satélite a fecharem as portas até ao final do ano na Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE), Leong Chon Kit, membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, sugere o desenvolvimento da área numa zona pedestre com várias esplanadas. A ideia foi proposta pelo conselheiro durante a reunião de quarta-feira, como forma de promover a economia daquela zona. De acordo com o jornal Ou Mun, Leong Chon Kit sugeriu que parte do ZAPE seja transformado numa “zona pedestre distinta”, com traços culturais de Macau e a oferta de esplanadas de café e restaurantes. Segundo o conselheiro, desta forma é possível ajudar os negócios daquela zona a adoptarem um novo modelo de comércio. No entanto, para que o projecto possa ser uma realidade, o conselheiro ligado à Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau apelou às autoridades para transformarem a zona, com a instalações de coberturas nas ruas, para evitar a chuva, maior criação de zonas de estacionamento e uma melhor ligação com os transportes públicos. Leong defendeu também a necessidade de se desenvolver uma campanha de promoção da nova zona pedestres, com base nas características do local, para atrair residentes e turistas. Festa do pastel de nata Também ligado à associação dos chineses ultramarinos, o conselheiro Lao Sio Cheok defendeu que a promoção da economia na área do ZAPE deve passar pela organização de diferentes eventos entre o Governo e as concessionárias do jogo. Como estratégia para promover um maior consumo, Lao indicou que o Governo pode apostar em eventos como mercados nocturnos, a realização de um “Festival do Pastel de Nata” ou até eventos como o Festival S20, em que a realização de concertos é complementada com jactos de água virados para os espectadores. Este conselheiro defendeu ainda um maior aproveitamento turístico de locais como a Praça de Lótus. Lao indicou que a Praça de Lótus pode também ser um local para mercados e feiras com o aproveitamento de produtos ligados a desenhos animados famosos, à imagem do que acontece agora com as personagens da Sanrio e Pop Mart. O conselheiro defendeu também que durante a realização destes eventos deve haver transporte gratuito para os locais, de forma a levar os residentes e turistas a consumir no local.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFunção Pública | Sam Hou Fai quer reduzir a Administração O Executivo vai continuar a limitar a contratação pública. Sam Hou Fai justificou a medida com a necessidade de garantir a “utilização racional dos recursos públicos” e pediu uma administração que responda “razoavelmente às necessidades reais do desenvolvimento económico e social” O Chefe do Executivo pediu à Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública para simplificar e “optimizar” o número de pessoal e assegurar a “utilização racional dos recursos públicos”. A lista de tarefas foi deixada durante a segunda reunião do Grupo de Liderança da Reforma da Administração Pública, realizada em Julho, mas apenas divulgada ontem pelo Governo através do Gabinete de Comunicação Social (GCS). Segundo a versão oficial, durante o encontro com a presença de todos os secretários, Sam Hou Fai indicou que a “Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública deve […] promover gradualmente a simplificação da estrutura dos serviços públicos e a optimização da estrutura do pessoal, tomando em consideração a realidade de cada serviço público”. O líder do Governo afirmou também que “com base no princípio da gestão centralizada, optimizar-se-á o mecanismo de contratação e gestão dos serviços públicos, assegurando-se a utilização racional dos recursos públicos”. O comunicado insiste na política do anterior Governo de quotas de contratação na Função Pública, de forma a limitar o número de funcionários públicos. Neste sentido, Sam apontou que “a optimização deve ser feita através” da “padronização das áreas funcionais, estudo de um mecanismo de acesso entre carreiras e estabelecimento dos critérios básicos de afectação do pessoal de todos os níveis”. Limitar o tamanho Sobre a “estrutura orgânica” da Administração, o governante avisou que “há que definir critérios para o limite máximo da dimensão da estrutura, rever a distribuição de funções e proceder à fusão dos serviços públicos com funções relacionadas”. Ao mesmo tempo, que pediu ao Governo para continuar com a “racionalização das estruturas orgânicas da Administração Pública e das funções dos diversos serviços públicos” para aumentar a “eficácia do funcionamento da Administração Pública”, Sam Hou Fai insistiu na necessidade de “ser pragmático e responder razoavelmente às necessidades reais do desenvolvimento económico e social de Macau”. A informatização da máquina administrativa foi outro dos temas abordados, e na nota de imprensa consta que Sam Hou Fai “ordenou” que “todos os serviços públicos devem aperfeiçoar gradualmente o seu sistema informático”. Este aperfeiçoamento, explicou o dirigente, visa “aumentar ainda mais a capacidade de prevenção de riscos”. Contudo, a informação não especifica os riscos a que Sam Hou Fai se referiu.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAssociação Kiang Wu | Terreno usado para estacionamento foi recuperado Era para ser usado como parque da Escola Keang Peng, mas, pelo menos, desde 1996 deixou de ter esse fim. Passados 30 anos, o Executivo decidiu recuperar o terreno por considerar que o contrato de concessão gratuita tinha sido violado O Governo recuperou um terreno que tinha sido cedido gratuitamente à Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu para funcionar como parque de uma escola. Em causa está o facto de o lote ter passado a ser utilizado como estacionamento, violando os termos estabelecidos na concessão. A informação foi divulgada ontem, através de um despacho assinado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam Vai Man. Segundo a versão publicada no Boletim Oficial, o terreno tinha sido concedido gratuitamente em 23 de Outubro de 1981 à associação responsável pelo hospital privado mais popular de Macau. A concessão visava a criação de um parque para complementar as instalações da Escola Kiang Wu Peng Man Luen Hap. Anos mais tarde a denominação da instituição de ensino foi alterada para Escola Keang Peng, que actualmente ainda existe e disponibiliza aulas do ensino primário e secundário, em dois campus diferentes. Contudo, a escola deixou de funcionar naquele local em Julho de 1996, há quase 30 anos, pelo que o terreno deixou de ter a utilidade para o qual tinha sido atribuído e passou a ser utilizado para estacionamento de viaturas. A recuperação surge assim na sequência de uma inspecção ao lote com 147,4 metros quadrados, situado na península de Macau, junto à Rua do Barão. “Verifica-se a alteração de finalidade da concessão e o fim para o qual o terreno foi concedido não se encontra a ser prosseguido, o que constitui uma violação do dever de utilização do terreno em conformidade com os fins consignados no título da concessão”, foi considerado pelo Governo. Em silêncio Confrontada pelo Executivo com a possibilidade de perder a concessão do terreno, a Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, liderada nos últimos anos pelo empresário Liu Chak Wan, manteve-se em silêncio: “a concessionária não se pronunciou, em sede de audiência escrita, sobre o sentido da decisão de declarar a rescisão da concessão”, foi indicado. O despacho de Raymond Tam define também que quaisquer melhoramentos realizados no terreno durante o período da concessão passam para “a Região Administrativa Especial de Macau, sem direito a qualquer indemnização por parte da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu”. Apesar de não ter apresentado contestação antes do despacho, o documento aponta que a Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu pode tentar impugnar a decisão do secretário de recuperação do actual estacionamento junto do Tribunal de Segunda Instância.
João Santos Filipe PolíticaInvestimento de Macau mais lucrativo onde se fala cantonês O investimento de Macau e Hong Kong no Interior tende a ser mais lucrativo quando as empresas em que se investe ficam dentro da zona de Cantão em que se fala cantonês. A conclusão faz parte de um estudo do académico Ma Sen, da Universidade de Jinan, com o título “Laços culturais, Investimento directo externo e desempenho das empresas: Prova do Investimento na China com Origem em Hong Kong e Macau” publicado na revista de economia The World Economy. Tendo em conta as empresas no Interior cujo capital social pertence a mais de 50 por cento a pessoas ou empresas de Macau ou Hong Kong, o estudo apurou que em média as empresas na zona de Cantão em que se fala cantonês têm lucros cerca de sete por cento mais elevados do que as empresas com capital das regiões administrativas nas restantes áreas do Interior. Ao analisar os factos que contribuem para esta diferença, o autor indica que as hipóteses estudadas apontam para uma maior proximidade cultural, que se acaba por traduzir numa maior eficácia de exploração dos negócios. O autor nega mesmo que a diferença se deva a qualquer tipo de favoritismo por haver proximidade cultural: “O ganho de rentabilidade de que beneficiam as empresas culturalmente vinculadas é obtido principalmente através da redução dos custos de transacção e não através de uma selecção baseada no favoritismo”, foi vincado. Mais empregados Outro dos padrões identificados pelo investigador Ma Sem, aponta para que as empresas de Macau e Hong Kong no Interior tenham também uma maior proporção de empregados quando estão situadas dentro da região onde se fala cantonês. Segundo o estudo, as empresas de Macau e Hong Kong dentro desta região têm cerca de 14 por cento mais postos de trabalho do que as empresas situadas fora. Esta diferença é justificada com uma maior proximidade cultural e o impacto positivo na vontade de investir no Interior por parte dos empresários e empresas de Macau e Hong Kong. As ligações culturais têm igualmente impacto ao nível dos juros pagos pelas empresas de Macau e Hong Kong no Interior. De acordo com os dados do estudo, as empresas dentro da zona que fala cantonês pagam em média juros 1,5 por cento mais baixos do que as empresas com esta natureza fora dessa zona.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSMG | Chuva vai prolongar-se durante o dia de hoje Pela primeira vez, este ano, foi emitido o sinal preto de chuva intensa e está previsto que a precipitação continue a não dar tréguas durante o dia de hoje. Ontem, as chuvadas mais intensas registaram-se no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen e na Vila de Coloane Trovoadas, aguaceiros e tempo instável. Foi esta a previsão deixada pela Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) para o dia de hoje, depois de uma manhã com aguaceiros intensos e bastante trovoada, que levou à emissão do primeiro sinal preto de chuva intensa do ano. “Devido à influência combinada de uma corrente de ar do sudoeste e de perturbações em alta altitude, prevê-se que o tempo seja instável entre terça e o início de quarta-feira (5 a 6 de Agosto), com aguaceiros frequentes, por vezes intensos, acompanhados de trovoadas”, foi explicado no portal dos SMG. “Apela-se à população que preste atenção às informações e avisos meteorológicos, ajuste as suas deslocações de forma adequada e preste atenção à possibilidade de inundações em zonas baixas durante a chuva intensa num curto espaço de tempo”, foi acrescentado. O dia de ontem ficou marcado pela chuva mais intensa do ano, que se fez sentir principalmente durante a manhã. Em algumas zonas do território, as maiores cargas de água sentiram-se entre as 5h e 6h da madrugada, principalmente na Zona Norte da cidade, como a Areia Preta, mas a chuva prolongou-se praticamente ao longo de todo o dia. Como consequência do mau tempo, e da acumulação de água, o sinal de chuva intensa preto, o mais alto da escala, foi içado por volta das 8h18, com a previsão de cheias nas zonas baixas do território. Este sinal é emitido quando se prevê que no período de uma hora a precipitação atinja 80 milímetros de chuva, ou seja, o equivalente a 80 litros de água por metro quadrado. Aulas suspensas O alerta de chuva intensa levou a que eventuais aulas do ensino secundário ficassem suspensas na parte da manhã, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). No mesmo sentido, as aulas dos ensinos infantil, primário e especial foram suspensas durante todo o dia. O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) revelou que durante o período de chuva mais intensa houve necessidade de auxiliar um condutor cuja viatura sofreu uma avaria na Ponte Macau. Por volta do meio-dia e meia, e numa altura em que os sinais de chuva tinham sido levantados, a área a registar a maior acumulação de precipitação era a Vila de Coloane, com 118,6 milímetros de chuva, desde a meia-noite. Esta zona registou as maiores chuvadas por volta das 8h, altura em que acumulou praticamente 60 milímetros de chuva. De acordo com os dados dos SMG, o Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, perto das Portas do Cerco, foi outro dos locais mais afectados com 118,2 milímetros de chuva. Neste local, a chuva mais intensa ocorreu às 6h. A Fortaleza do Monte (109,2mm), a Areia Preta (104,4mm) e Ka-Hó (104,4mm) foram outras zonas onde em 12 horas a chuva acumulada ultrapassou os 100 milímetros.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEconomia | Académico da UM fala em fim da contracção Henry Lei considera que a crise económica chegou ao fim e que o produto interno bruto não deve sofrer mais nenhuma contracção até ao final do ano. A nível do mercado imobiliário, Lei acredita que podem chegar boas notícias, se houver uma redução da taxa de juros O chefe associado do Departamento de Finanças e Economia Empresarial da Universidade de Macau (UM), Henry Lei Chun Kwok, considera que a economia do território atravessa uma fase de recuperação e que o declínio dos primeiros três meses do ano está ultrapassado. Foi desta forma que o académico reagiu ao crescimento do produto interno bruto (PIB) de 5,1 por cento em termos reais no segundo semestre, face ao período homólogo. Em declarações ao jornal Ou Mun, Henry Lei apontou que o crescimento se justifica principalmente com o aumento da procura externa. No entanto, e apesar das melhorias, o académico alertou para a necessidade de acompanhar os possíveis riscos para o consumo privado, investimento e o impacto da desvalorização do mercado imobiliário. Todavia, em relação ao preço dos imóveis, Henry Lei reconheceu que existem possibilidades de no próximo mês chegarem notícias positivas, caso o Banco Federal Norte-Americano opte por reduzir as taxas de juro. Dado que a pataca está indexada indirectamente ao dólar americano, a descida dos juros nos EUA vai levar a que haja mais capital disponível em Macau para investir e comprar habitação. Henry Lei explicou também que uma recuperação do mercado imobiliário é positiva, dado que de forma indirecta pode promover a actividade em outros sectores, como nos novos empréstimos junto dos bancos, novas obras de remodelação de casas, e maior consumo privado. Melhor distribuição A par da recuperação económica, Henry Lei alertou o Executivo para a necessidade de garantir uma melhor distribuição do crescimento económico. Actualmente, explicou Lei, os ganhos do crescimento estão concentrados no que afirmou serem as indústrias líderes, como acontece com as concessionárias de jogo. Todavia, Lei apontou que é necessária uma maior cooperação entre o Governo, as associações comerciais e as empresas, que levem os turistas a visitarem os bairros comunitários e gerar o crescimento de outros negócios que não estão directamente ligados ao jogo. Por seu turno, o director do Instituto de Estudos sobre a Indústria do Jogo da UM, Davis Fong, confia que as receitas do jogo na segunda metade do ano vão ficar acima de 20 mil milhões de patacas por mês. O ex-deputado recordou que as receitas do jogo foram sempre superiores a 20 mil milhões de patacas nos últimos três meses, pelo que o Governo deve questionar-se sobre o que “fez bem nos últimos três meses” e continuar nesse caminho. Quanto ao encerramento dos casinos-satélites, Davis Fong prevê que o mercado vá absorver as mudanças gradualmente. Além disso, o académico desvalorizou o encerramento dos casinos-satélite porque o seu peso no mercado do jogo tem vindo a diminuir nos últimos anos, apesar das receitas estarem a crescer. Fong defendeu ainda o encerramento dos casinos-satélite indicando que vai contribuir para consolidar a posição das concessionárias, baixando os custos operativos e aumentando os lucros.
João Santos Filipe Manchete PolíticaZhongshan | Criadas novas equipas para aprofundar cooperação Os novos grupos de trabalho são desenvolvimento no âmbito dos mecanismos de cooperação entre Macau e Zhongshan e vão trabalhar em áreas como “economia e comércio”, “biomedicina e saúde compreensiva”, “segurança no consumo”, “cultural e turismo” Macau e Zhongshan vão criar sete novas equipas de trabalho no âmbito de um programa de cooperação regional. A revelação foi feita durante a mais recente reunião do Grupo Específico para Promoção da Cooperação Zhongshan-Macau, que decorreu no Interior na segunda-feira. De acordo com o comunicado divulgado pelo Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, as novas sete equipas de cooperação vão focar as áreas da “inovação”, “economia e comércio”, “biomedicina e saúde compreensiva”, “segurança no consumo”, “cultural e turismo”, “serviços governamentais transfronteiriços” e “quadros qualificados”. A criação destes grupos foi justificada com a vontade de “promover uma maior eficácia na cooperação bilateral”. A informação oficial indica igualmente que a reunião serviu para as duas partes fazerem apresentações temáticas e trocarem ideias em assuntos como o modelo “Medicamentos de Macau Produzidos em Guangdong” ou a cooperação na formação e importação de quadros qualificados. Além disso, a Direcção dos Serviços de Desenvolvimento e Reforma de Zhongshan, a Direcção dos Serviços de Inspecção do Mercado de Zhongshan e o Conselho de Consumidores do Governo da RAEM assinaram um acordo de cooperação que visa fomentar a confiança dos consumidores face aos produtos disponibilizados nas duas regiões. O acordo vai levar à “construção bilateral da marca ‘Loja Certificada’” e envolve “a avaliação e gestão de marcas, a divulgação junto da sociedade e o intercâmbio de informações” sobre os produtos disponibilizados. A estrela polar De acordo com a nota de imprensa de ontem do gabinete do secretário para a Economia e Finanças, a reunião de segunda-feira entre as duas partes teve como objectivo “implementar o espírito dos discursos importantes do Presidente Xi Jinping proferidos durante a sua visita de inspecção a Guangdong e Macau” e “promover ainda mais a cooperação bilateral em múltiplos domínios”. O Governo de Macau foi representado pelo secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, enquanto Zhongshan se fez representar pelo secretário do Comité Municipal de Zhongshan do Partido Comunista Chinês, Guo Wenhai e o secretário-adjunto do Comité Municipal de Zhongshan do Partido Comunista Chinês e Governador Municipal interino de Zhongshan, Yin Nianhong. Na reunião, Tai Kin Ip destacou a vontade de “aprofundar continuamente a cooperação nas áreas de economia e comércio, biomedicina, tecnologia de ponta, cultura e turismo”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAcidente | Despiste faz quatro mortos e três feridos O acidente aconteceu na madrugada de ontem, quando um carro de cinco lugares circulava com sete passageiros. Quatro já foram declarados mortos. Os três feridos continuam em estado grave O despiste de uma viatura na Avenida da Amizade, perto do Edifício do Grande Prémio, causou ontem quatro mortos e três feridos em estado grave. O acidente aconteceu por volta das 6h, quando dentro da viatura com cinco lugares seguiam sete pessoas, todos residentes, com idade entre os 19 e 21 anos. De acordo com a informação divulgada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), o acidente aconteceu quando a viatura perdeu o controlo e embateu em várias grades que delimitam a estrada naquela zona, tendo igualmente atingido os degraus de pedra instalados no Reservatório e ainda alguns sinais de trânsito. De acordo com o CPSP, a jovem, de 20 anos, que estava ao volante e os outros seis passageiros foram encontrados inconscientes no local, após o embate. A condutora e três passageiros foram transportados pelas equipas de emergência para o hospital em estado grave, onde foram declarados mortos. Os restantes feridos também se encontram hospitalizados em estado grave. Entre os acidentados, cinco são do sexo masculino e dois do feminino, incluindo a mulher que estava ao volante. O acidente aconteceu na Avenida da Amizade, por volta das 6h depois do veículo ter arrancado da rua de Bruxelas, na ZAPE, onde inicialmente estava estacionado. O carro entrou na Avenida da Amizade depois de ter passado na Avenida Dr Sun Yat-Sen e seguia na direcção da Areia Preta. Trânsito encerrado Devido às operações de salvamento, e à necessidade de recolher as provas sobre o sucedido, as autoridades encerram o troço da Avenida da Amizade durante algumas horas. Quando o Corpo de Bombeiros (CB) chegou ao local, o veículo já não estava a deitar fumo. Cinco dos feridos foram enviados para o Centro Hospitalar Conde São Januário e outros dois para o Hospital Kiang Wu. Os motivos que levaram a condutora a perder o controlo da viatura ainda não são conhecidos. Após o acidente, o veículo, Mercedes Class C, activou os airbags, inclusive os laterais, tanto dos lugares da frente como de trás. Ao jornal Ou Mun, um idoso que se encontrava no Reservatório na altura do acidente admitiu ter ouvido um grande estrondo, embora não tivesse visto o embate. Num primeiro momento, o homem afirmou ter pensado que o barulho se devia a trovoada. Contudo, quando se aproximou do local verificou que existia um carro acidentado. Na altura da ocorrência, contou o homem, várias pessoas faziam exercício no Reservatório, como acontece normalmente todos os dias. As autoridades apelaram a eventuais testemunhas que contactem as autoridades, para prestarem informações.
João Santos Filipe Manchete PolíticaImobiliário | Mercado mostra sinais de recuperação face a Junho Os primeiros números do mercado de habitação referentes a Julho mostram um cenário mais animado do que em Junho. No entanto, a comparação anual continua a revelar a crise do sector imobiliário Na primeira metade de Julho, houve 162 vendas de imóveis para habitação, o que representou um aumento para o dobro do que tinha sido registado no início de Junho. Os dados foram revelados no portal da Direcção de Serviços de Finanças (DSF). O número de transacções mais recente, de 162, mostra um aumento significativo face ao início de Junho, quando foram vendidos 80 imóveis para habitação no território. Nos primeiros 15 dias de Junho foram transccionadas 122 fracções na Península de Macau, 31 na Taipa e nove em Coloane. Em comparação, na primeira metade de Junho tinham sido registadas 53 transacções da Península de Macau, 25 na Taipa e duas em Coloane. A situação do mercado do imobiliário mostra igualmente uma valorização ao nível do preço médio do metro quadrado, que cresceu 13 por cento, para uma média de 74.310 patacas por metro quadrado. No início de Junho, a média do custo do metro quadrado tinha sido de 65.618 patacas. No início de Julho, o preço médio do metro quadrado na Península de Macau foi de 75.338 patacas, na Taipa de 68.125 patacas e de 88.749 patacas em Coloane. Esta situação contrasta com o início de Junho, quando a média do preço do metro quadrado da habitação em Macau foi de 67.332 patacas e de 61.813 patacas na Taipa. Os preços de Coloane não foram revelados, dado que só houve duas transacções nesse início de mês, o que faz com que os números não sejam publicados, por motivos de protecção de dados pessoais. Teoria da relatividade Se a comparação tiver em conta a primeira metade de Julho de 2024, o mercado apresenta uma situação de quebra evidente, tanto ao nível do número das transacções como do valor do metro quadrado. Em termos do número de transacções, no espaço de um ano houve menos 42, uma quebra de 204 transacções para 162. Esta diferença representa uma diminuição de 20,5 por cento. A maior diferença aconteceu na Taipa onde no período mais recente foram vendidas 31 habitações, mas no período homólogo tinham sido transaccionadas 63 casas. Na Península as transacções caíram de 134 para 122 e em Coloane, houve uma tendência oposta, com um crescimento de sete transacções para nove. No entanto, a grande diferença no espaço de um ano regista-se no preço por metro quadrado. Há um ano, o preço médio por metro quadrado era de 94.905 patacas, o que resultava do preço médio na Península ser de 91.247 patacas, na Taipa 102.409 patacas e em Coloane de 94.905 patacas.
João Santos Filipe PolíticaGoverno anuncia aumento de subsídios de invalidez e de idosos O Governo anunciou ontem o aumento do valor do subsídio de invalidez e do subsídio para idosos. A informação foi divulgada através de dois despachos publicados no Boletim Oficial. No que diz respeito ao subsídio de invalidez normal o montante anual vai ter um aumento de 1.000 patacas, o que faz com que o valor suba para 10.000 patacas, quando até agora era de 9.000 patacas. Ao mesmo tempo, o subsídio de invalidez especial também vai apresentar um aumento, mas de 2.000 patacas, de 18.000 para 20.000 patacas. De acordo com o Boletim Oficial, Sam Hou Fai ordenou que os valores fossem alterados, depois de ter em conta a opinião da Comissão para os Assuntos de Reabilitação. O subsídio de invalidez foi criado em 2011, e de acordo com o Instituto de Acção Social visa “manifestar a solidariedade da RAEM para com as pessoas portadoras de deficiência e assegurar-lhes o acesso à assistência adequada”. Em relação ao montante anual do subsídio para idosos, registou-se também um aumento de 1.000 patacas. O valor do subsídio passa para 10.000 patacas, quando até agora 9.000 patacas. Este é um subsídio que é atribuído desde 2005, e de acordo com a IAS visa “mostrar o cuidado aos idosos da RAEM e promover a virtude do respeito pelos idosos”. Prova de vida No comunicado, em que também foi divulgado o aumento dos valores, o IAS apelou aos “beneficiários do subsídio de invalidez e aos beneficiários do subsídio para idosos que residem fora da região de Macau que devem realizar a prova de vida até ao dia 31 de Agosto, por forma a poder receber as respectivas quantias dentro do prazo previsto”. O IAS apontou também que os indivíduos “que requerem pela primeira vez o subsídio para idosos ou o subsídio de invalidez” que “apresentem o pedido até ao dia 31 de Agosto do corrente ano e que satisfaçam os requisitos”. No caso de o pedido ser feito até 31 de Agosto, o montante pode ser recebido em Outubro. No caso de os interessados falharam a data de 31 de Agosto, o IAS indica que “subsídio será atribuído posteriormente”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTrabalho | Taxa de desemprego mantém-se em 1,5 por cento Os dados oficiais mostram que entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano há mais pessoas empregadas e mais postos de trabalho. No entanto, face ao período homólogo, a taxa de desemprego é superior e há menos empregos No segundo trimestre deste ano a taxa de desemprego foi de 1,9 por cento e a taxa de desemprego dos residentes de 2,5 por cento, o que significa que se mantiveram inalteradas face ao primeiro trimestre. A informação divulgada ontem pela Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) também revela que agora há menos pessoas empregadas em comparação com o ano passado. De acordo com os números mais recentes, entre Abril e Junho cerca de 372.700 pessoas estavam empregadas, quando entre Janeiro e Março o número de pessoas com trabalho era de 371.800, ou seja, foram criados mais 900 empregos. Em termos de trabalhos dos residentes, os números mais recentes mostram 281.600 postos de trabalho, mais 1.400 do que no primeiro trimestre de 2025. De acordo com a DSEC, a área dos transportes e armazenagem foi responsável pela criação de mais 1.600 empregos para residentes, enquanto o setor da construção contratou mais 1.500 residentes. No pólo oposto, a hotelaria e a restauração têm menos residentes empregados, com menos 1.000 empregos. No segundo trimestre havia assim 7.300 desempregados entre a população activa, ou seja, as pessoas com idade para trabalharem e que estava à procura de emprego. O número não sofreu alterações face ao trimestre anteriores. “A maioria dos que estavam à procura de novo emprego trabalhou anteriormente no ramo de actividade económica do comércio a retalho, no ramo da construção e no ramo das lotarias e outros jogos de aposta”, indicou a DSEC. “Além destes, o número de residentes desempregados à procura do primeiro emprego representou 11 por cento dos residentes desempregados, mais 2,6 pontos percentuais, face ao período precedente”, foi acrescentado. A taxa de subemprego global foi de 1,6 por cento e entre os residentes de 2,5 por cento, com esta última a baixar 0,1 pontos percentuais face ao primeiro trimestre. Menos empregados Apesar dos números do emprego mostrarem uma melhoria desde o início do ano, quando a comparação é feita com o período homólogo, a taxa de desemprego geral e de residentes é mais elevada, há menos postos de trabalho e o número de desempregados é maior. Entre Maio e Junho de 2024, a taxa de desemprego geral era de 1,7 por cento, enquanto o desemprego entre os residentes era de 2,3 por cento. Nessa altura, os dados mais antigos da DSEC, mostram que havia 376.400 pessoas empregadas, mais 3.700 trabalhadores do que consta nos números mais recentes. No entanto, a maior diferença acontece ao nível do emprego dos residentes, com a redução de 4.700 postos de trabalho, face ao segundo trimestre do ano passado, quando havia emprego para 286.300 residentes. Esta diferença pode ser justificada com o facto de alguns residentes terem optado por deixar de trabalhar ou por terem efectivamente perdido os empregos. Em relação ao número de desempregados entre Maio e Junho de 2024, o valor cifrava-se em 6.700 pessoas, menos 600 do que aconteceu no período mais recente.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBanca | Menos 429 caixas automáticas no espaço de cinco anos Por cada cinco caixas de multibanco em funcionamento em 2020, restam hoje apenas quatro. No entanto, o número de terminais para fazer pagamentos electrónicos cresceu de cerca de 70 mil para quase 110 mil Desde o final de 2020, até à actualidade, os bancos passaram a disponibilizar menos 429 caixas automáticas (ou caixas multibanco) à população. O número mais recente, referente ao final de Junho deste ano, foi adiantado ao HM pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), e contrasta com a maior utilização das outras formas de pagamentos electrónicos. Segundo os dados avançados pela AMCM, no final de Junho havia um total de 1.358 caixas automáticas em funcionamento. Este número mostra que em comparação com o final de 2024 até houve um aumento do número de caixas a funcionar, com mais 29 unidades. No entanto, em comparação com o final de 2020, o ano em que havia mais caixas automáticas a funcionar, a queda tem acontecido de forma praticamente constante. No final de 2020 estavam em funcionamento 1.787 caixas automáticas, o maior número registado pelo menos desde 2016. Em comparação com Junho de 2025, houve uma redução de 429 caixas automáticas, o equivalente a diminuição de 24 por cento. Esta redução significa que por cada cinco caixas multibanco em funcionamento no final de 2020 uma deixou de estar disponível. A redução aconteceu de forma progressiva, mas tem acelerado nos últimos anos, à excepção dos primeiros seis meses deste ano. Entre 2020 e 2021 apenas nove caixas deixaram de estar disponíveis. No entanto, entre 2021 e 2022, a diminuição foi de 221 unidades, ou 12,4 por cento. Entre 2022 e 2023 a quebra do número de caixas automáticas foi mais lenta, com uma redução 56 unidades, para 1.501, quando antes era de 1.557. Entre 2023 e o ano passado a redução voltou a acelerar ao ritmo de 11,5 por cento, com menos 172 máquinas em funcionamento, o que significou que 2024 encerrou com 1.358 máquinas a operar. Outras alternativas O encerramento das caixas automáticas dos bancos contrasta com a realidade dos pagamentos através de aplicações para telemóvel que se tem expandido continuamente nos últimos cinco anos. No final de 2020, de acordo com as estatística publicadas em Janeiro de 2021 pela AMCM, havia cerca de 70 mil máquinas que aceitavam pagamentos móveis. Contudo, no primeiro trimestre de 2020, o número de máquinas era de cerca de 43 mil, o que significa que no espaço de 12 meses o número quase duplicou. Ao longo desse ano o valor das transacções com pagamentos móveis foi de aproximadamente 6,31 mil milhões de patacas. Todavia, os números do primeiro trimestre de 2025 mostram uma implementação maior deste tipo de pagamentos, tendência para a qual também contribuiu o facto de o Governo de Ho Iat Seng ter utilizado os meios de pagamento electrónico para atribuir apoios ao consumo durante a pandemia. Segundo os dados mais recentes, no final de Março de 2025, a AMCM contabilizou 108.749 terminais para pagamentos móveis. E só no primeiro trimestre o valor das transacções atingiu 7,9 mil milhões de patacas. Os dados da AMCM mostram também que ao longo de todo 2024 houve um total de 30,3 mil milhões de patacas transaccionados através de pagamentos electrónicos. Diferença Caixas Automáticas 1.787 1.358 -24,0% Terminais de Pagamentos Electrónicos 70.000 108.749 +54,97% Fonte: Autoridade Monetária de Macau
João Santos Filipe Manchete SociedadeChikungunya | Anunciada sexta infecção de residente Com o número de casos de febre de Chikungunya a subir nos últimos dias, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, visitou estaleiros e parques públicos, onde foi filmada pelas equipas de propaganda do Governo Um residente de Macau que vive em Zhuhai foi identificado pelos Serviços de Saúde (SS) como o sexto caso importado de febre de Chikungunya. A informação foi divulgada na terça-feira à noite, através de um comunicado em língua chinesa. Segundo a informação oficial, o homem com febre de Chikungunya tem 66 anos e terá sido infectado durante uma viagem de trabalho ao Sri Lanka, onde esteve entre 7 e 18 de Julho. Voltou para o território sozinho, mas a 21 de Julho começou a apresentar os primeiros sintomas da infecção, como fatiga, dores nas pernas e joelhos e diarreia. No dia seguinte, 22 de Julho, desenvolveu febre e erupções cutâneas nas pernas. Como a febre não desapareceu até ao dia 26, o homem acabou por procurar tratamento no Centro Hospitalar Conde São Januário. Finalmente, a 27 de Julho, o laboratório público de saúde confirmou o novo caso de febre de Chikungunya. Os SS explicaram também que o caso foi categorizado como importado devido ao “histórico de viagens” do paciente, o “desenvolvimento dos sintomas” e “os testes do laboratório”. As autoridades apontaram também que o estado do paciente apresenta melhorias. Segundo os Serviços de Saúde a febre Chikungunya é uma doença viral, transmitida por mosquitos do género Aedes, principalmente os das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus. O Lam foi ao terreno Com o número de casos a aumentar, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, deslocou-se na terça-feira a alguns locais do território, onde estão a ser realizadas acções de extermínio dos mosquitos, como estaleiros de obras, parques e jardins. As imagens das visitas foram partilhadas pelos meios de propagada do Governo. A deslocação aos estaleiros da Zona A dos Novos Aterros foi justificada com o facto de pelo menos três dos casos de febre Chikungunya identificados na província vizinha de Cantão envolverem operários da construção civil que trabalham na Zona A. “A possibilidade de haver transmissão da febre através dos estaleiros não pode ser excluída”, foi considerado pelos SS. Na altura em que o comunicado foi emitido, as autoridades justificaram também o reforço das acções de extermínio dos mosquitos com o facto de terem sido registados cinco casos importados em Macau (ainda não tinha sido divulgado o caso mais recente), assim como um caso local de febre de dengue.